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Concepção e Desenvolvimento
de uma
Rede Domótica
DOCUMENTO PROVISÓRIO
Novembro 2001
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
Concepção e Desenvolvimento
de uma
Rede Domótica
DOCUMENTO PROVISÓRIO
Novembro 2001
Dedico
esta tese
à minha esposa
e à minha família.
Resumo
i
Abstract
Domotic networks have come to undertake a grown role in several areas, namely in
buildings of the tertiary sector, and has come to expand to residence buildings. The
main objective of this work is the development of a simple and low cost domotic
network to support building and home automation applications.
Based on available systems, a new architecture is proposed for a domotic system
offering a new approach for the structure of its nodes. A prototype was implemented, at
the hardware and software levels, using an 8 bit microcontroller with reduced memory
and performance.
A new software architecture for the system nodes is proposed and rules are defined for
the implementation of applications. Additionally, we look at interoperability issues and
support for an integrated supervision of the system.
The results of our implementation are assessed and we conclude that the proposed
network satisfies our objectives and that it can be implemented on a common
microcontroller that offers at least one timer, one UART, 2 Kbyte of program memory
and 60 byte of data memory.
ii
Palavras-chave
§ Domótica
§ Redes de controlo
§ Aplicações para Domótica
§ Interoperacionalidade
§ Arquitectura de Rede Domótica
§ Edifícios Inteligentes
Keywords
§ Domotics
§ Control networks
§ Domotic applications
§ Interoperability
§ Domotic network architecture
§ Intelligent buildings
iii
Agradecimentos
À minha esposa e à minha família pelo apoio moral e compreensão que me deram ao
longo do tempo que durou o mestrado, em especial pelos últimos meses pois não lhes
prestei a atenção que mereciam.
Desejo expressar o meu especial agradecimento ao Prof. Renato Jorge Nunes pela
confiança demonstrada ao assumir a orientação desta dissertação, pelo apoio e paciência
que demonstrou ter ao longo dos vários anos que trabalhei sob sua orientação, e pela sua
disponibilidade quando me surgiram dúvidas.
Aos meus colegas e amigos que me têm apoiado e ajudado a passar alguns momentos
difíceis ao longo destes anos.
E a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que este trabalho fosse
concluído, em especial aos colaboradores do IST e do INESC-ID.
iv
Índice
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 ENQUADRAMENTO 2
1.2 OBJECTIVOS E CONTRIBUTOS 3
1.3 ORGANIZAÇÃO DA TESE 3
2 ESTADO DA ARTE 5
2.1 INTRODUÇÃO 6
2.2 CEBUS 9
2.2.1 O PROTOCOLO CEBUS E O MODELO OSI 11
2.2.2 MODELO DE COMUNICAÇÃO DISPOSITIVO A DISPOSITIVO 12
2.2.3 FORMATO DA TRAMA 13
2.2.4 ACESSO AO CANAL 13
2.3 EIB 15
2.3.1 TOPOLOGIA 15
2.3.2 ESTRUTURA DOS NÓS 15
2.3.3 TRAMA 16
2.3.4 ACESSO AO CANAL 17
2.4 LONWORKS 19
2.4.1 ENDEREÇAMENTO 19
2.4.2 CAPACIDADES DO SISTEMA 20
2.4.3 TIPOS DE MENSAGENS 20
2.4.4 ACESSO AO CANAL 21
2.4.5 ESTRUTURA DOS NÓS 22
3 PROPOSTA 23
3.1 INTRODUÇÃO 24
3.2 ARQUITECTURA PROPOSTA 26
3.2.1 TOPOLOGIA 26
3.2.2 ESTRUTURA DOS NÓS 30
3.3 P ROTOCOLO DE REDE 30
3.3.1 TRAMA 30
v
3.3.2 ACESSO AO CANAL 35
3.4 CAPACIDADES DA REDE PROPOSTA 36
4 DETALHES DE IMPLEMENTAÇÃO 39
4.1 INTRODUÇÃO 40
4.2 NÍVEL FÍSICO DO PROTOCOLO 41
4.3 METODOLOGIA 42
4.4 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SOFTWARE DE REDE 44
4.5 M ÁQUINA DE ESTADOS DA APLICAÇÃO DE REDE 45
4.6 ESTRUTURA DE DADOS 46
4.6.1 DUAS CAIXAS DE CORREIO POR APLICAÇÃO 47
4.6.2 UMA ÚNICA CAIXA DE CORREIO POR APLICAÇÃO 48
4.6.3 COMPARAÇÃO 50
4.7 APLICAÇÕES 51
4.8 RETRANSMISSÕES 53
4.9 IDENTIFICADOR ÚNICO 53
4.10 TABELA DE ENDEREÇOS 54
4.10.1 ENDEREÇOS SEPARADOS POR APLICAÇÃO 55
4.10.2 ENDEREÇOS VIRTUAIS 57
4.10.3 COMPARAÇÃO 58
4.11 APLICAÇÃO DE SISTEMA 59
4.12 MECANISMO DE DECISÃO DE ENVIO 59
4.13 BRIDGE 61
4.14 GATEWAY 62
4.15 RECURSOS UTILIZADOS PELA APLICAÇÃO DE REDE 63
5.1 INTRODUÇÃO 66
5.2 COMPARAÇÃO 66
5.2.1 CEBUS 66
5.2.2 EIB 66
5.2.3 LONWORKS 67
5.2.4 REDE PROPOSTA 67
5.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS 68
vi
5.3.1 TEMPOS DE PROCESSAMENTO 69
5.3.2 MEDIDAS DE DESEMPENHO DA REDE 71
6 INTEROPERACIONALIDADE 76
6.1 INTRODUÇÃO 77
6.2 MODELO DE INTERACÇÃO 77
6.3 CENÁRIOS 80
6.4 CONTROLO DE FLUXO DE INFORMAÇÃO 81
7 CONCLUSÕES 82
7.1 CONCLUSÕES 83
7.2 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 84
BIBLIOGRAFIA 86
vii
Índice de Figuras
viii
Figura 4.5 - Estrutura de dados - uma única caixa de correio por aplicação................... 49
Figura 4.6 - Endereços separados por aplicação................................................................ 55
Figura 4.7 - Endereços separados por aplicação, exemplo ............................................... 56
Figura 4.8 - Endereços virtuais........................................................................................... 57
Figura 4.9 - Fila de espera de envio de mensagens........................................................... 61
Figura 4.10 - Taxa de ocupação da memória de programa da aplicação de rede............ 63
Figura 4.11 - Taxa de ocupação memória de dados da aplicação de rede ....................... 64
Figura 6.1 - Tabela de mensagens...................................................................................... 79
ix
Índice de Tabelas
x
Capítulo
1 Introdução
Conteúdo
1.1 ENQUADRAMENTO .................................................................................................... 2
1.2 OBJECTIVOS E CONTRIBUTOS ................................................................................... 3
1.3 ORGANIZAÇÃO DA TESE ........................................................................................... 3
1
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 1
1.1 Enquadramento
Os sistemas domóticos num futuro próximo virão a ser tão vulgares como os
electrodomésticos que hoje em dia se encontram nas nossas habitações. Para que esta
realidade venha a acontecer o custo deste tipo de sistemas deverá ao longo dos próximos
anos descer substancialmente e deverão ocorrer melhoramentos significativos que
facilitem a sua utilização. As constantes evoluções tecnológicas certamente terão
repercussões nesta área e virão possibilitar o atingir dos melhoramentos desejados.
O custo dos sistemas actuais tem limitado de forma significativa a sua utilização em
larga escala. Além disso, estes ainda se encontram distantes de serem fáceis de
parametrizar e de usar pela generalidade das pessoas.
Os sistemas disponíveis actualmente possuem um domínio de aplicação marcadamente
vocacionado para os grandes e médios edifícios do sector terciário, pois possibilitam,
em particular, uma gestão energética racional, contribuindo para uma redução dos
custos de exploração e de manutenção. Deste modo torna-se possível uma amortização a
médio prazo do investimento realizado.
Nas habitações o objectivo destes sistemas visa preferencialmente o melhoramento do
conforto e da segurança, ficando em segundo plano a gestão de recursos energéticos.
Assim, as possíveis poupanças energéticas são menos significativas pelo que a
amortização do sistema só poderá ser esperada a longo prazo.
Neste contexto, o presente trabalho tem por objectivo o desenvolvimento de um sistema
domótico que procura colmatar aspectos menos positivos dos sistemas actuais,
particularmente no que toca aos custos e à capacidade de interoperação.
2
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 1
Analisar e criticar algumas das soluções comercias mais divulgadas e propor uma nova
abordagem.
Desenvolver uma rede domótica de baixo custo e facilmente implementável usando um
microcontrolador comum e outros componentes de fácil acesso.
Propor uma nova arquitectura de sistema domótico e definir regras para a construção
dos nós e implementação de aplicações.
Efectuar uma abordagem à interoperacionalidade entre dispositivos por forma a dar
suporte a uma supervisão integrada de todo o sistema.
3
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 1
4
Capítulo
2 Estado da Arte
Conteúdo
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6
2.2 CEBUS ...................................................................................................................... 9
2.3 EIB.......................................................................................................................... 15
2.4 LONWORKS ............................................................................................................ 19
5
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
2.1 Introdução
6
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
O X-10 é um sistema pouco fiável pois é facilmente afectado pelo ruído eléctrico uma
vez que usa a instalação eléctrica existente nas habitações como meio de comunicação.
Além disso, o ritmo de transmissão é bastante inferior aos outros sistemas, demorando
cerca de 1 segundo a transmitir uma trama. A maioria dos dispositivos só tem
comunicação unidirecional.
7
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
Com esta norma permite-se que várias companhias produzam equipamento compatível
que se interligam de modo a constituir um sistema.
O LonWorks surgiu em 1980, desenvolvido pela Echelon Corporation, que tinha como
principal objectivo o desenvolvimento de uma plataforma universal ao nível das redes
de controlo. O LonWorks é actualmente a norma ANSI/EIA 709.1 Control Networking
Standard. Como os outros protocolos este tenta solucionar os mesmos problemas e tenta
ser o preferido relativamente aos outros.
8
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
2.2 CEBus
O Sistema CEBus é constituído por nós designação dada a um dispositivo que usa esta
tecnologia e que se encontra ligado a um meio físico de transmissão.
Um nó tem as seguintes características:
§ tem a capacidade de receber e transmitir mensagens em pelo menos um
meio físico de transmissão;
§ utiliza o protocolo de mensagens CEBus (EIA/600);
§ usa e entende um conjunto mínimo de comandos da linguagem CAL
(Common Application Language), que é a linguagem usada pelos nós para
interactuarem entre si, o CAL foi normalizado como EIA-600.81
(especificação) e EIA-600.82 (Contextos).
9
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
Cabo coaxial
S S A
Router
CX - TP
Par entrançado
S A S
Router
PL - TP
A A S
Um nó pode ser dividido em três partes, ver Figura 2.3. A parte designada por
"PROTOCOLO" é igual em todos os dispositivos, sendo esta a encarregue de efectuar a
recepção e transmissão das mensagens pelo meio físico. A parte designada por "CAL"
funciona como intérprete das mensagens CAL. A parte designada por "APLICAÇÃO"
representa a aplicação do nó e é constituída pelo hardware e software que definem a
operação do dispositivo.
10
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
APLICAÇÃO
CAL
PROTOCOLO
meio de transmissão
O CEBus segue o modelo OSI (Open System Interconnect) mas só implementa as três
primeiras camadas. As restantes camadas ou são ignoradas ou implementadas na
camada de aplicação. A camada de aplicação é a que fica responsável pela camada de
transporte, pelas mensagens de confirmação, pela selecção do tipo de serviço, pela
sequência de tramas e pela detecção da duplicação de tramas.
Aplicação
Aplicação
Apresentação Transporte
Sessão
Transporte
Rede Rede
Física Física
Meio
11
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
Na Figura 2.5 ilustra-se como cada camada de protocolo origem comunica com a
camada de protocolo de destino.
Para entregar uma mensagem o interpretador de linguagem CAL do nó de origem passa
a mensagem para a camada de aplicação. A mensagem ao ser processada por esta
camada produz o APDU (Application Protocol Data Unit). A informação introduzida
por esta camada é referente aos serviços requeridos, como por exemplo se a mensagem
é codificada e se existe um pedido de confirmação da chegada da mensagem.
A camada de rede recebe da camada aplicação a APDU e introduz informação referente
ao percurso que o pacote vai tomar, informação útil para os Router, produzindo a
NPDU (Network Protocol Data Unit). Esta é enviada para a camada de Ligação de
dados. Esta última camada introduz os endereços dos nós de destino e origem, bem
como os possíveis pedidos de confirmação do nó de destino produzindo o DLPDU
(Data Link Protocol Data Unit).
A camada de ligação de dados é a que gere o acesso ao meio. Obtido o acesso este envia
o DLPDU para a camada física de origem. A camada física de origem transmite os
dados para a camada física de destino. Do lado do destino a mensagem efectua um
percurso inverso.
Aplicação Aplicação
APDU mensagem
Pacote
Meio Meio
12
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
APDU
NPDU
DLPDU
13
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
STOP
Nó A 1 0
STOP
Nó B 1 1 0 0
Nó C 1 1 0 1 1 0 ...
Na Figura 2.7 ilustra-se o mecanismo atrás referido. Neste caso assume-se que os três
nós (A, B e C) começam a transmitir ao mesmo tempo. Como se pode observar o Nó C
é quem ganha o acesso ao meio.
14
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
2.3 EIB
2.3.1 Topologia
A rede EIB normalmente utiliza dois pares de cabos paralelos. Um é utilizado como
cabo de alimentação e o outro é usado unicamente como cabo de comunicação. Este
último é designado por Bus Line (BL), linha de barramento. Numa BL podem ser
acoplados até um máximo de 64 dispositivos. É possível ter até um máximo de 12 BL
recorrendo à utilização de acopladores de linha (LC - Line Couplers), designando-se
este agregado de dispositivos por área (BA - Bus Area). Pode-se expandir ainda mais o
sistema através do uso de vários BA interligados. Para se efectuar essa interligação
utilizam-se dispositivos designados por BC (Backbone Couplers), existindo um limite
de 15 áreas.
Os LC e BC além de isolarem electricamente as diferentes linhas e áreas contribuem
também para uma melhor eficiência ao nível da comunicação de dados, pois estes
funcionam como filtros não permitindo a passagem de mensagens que não sejam
destinadas àquela linha ou área.
A topologia usada poderá ser em barramento, estrela ou árvore, tal como uma rede de
distribuição de energia. No entanto é necessário garantir que não se formem malhas
fechadas, ou seja, ligações em anel não são permitidas.
15
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
2.3.3 Trama
A trama utilizada pelo protocolo EIB é composta por 7 campos, ver figura.
Controlo Endereço Origem Endereço Destino Contador Comprimento Informação úitl Confirmação
8 bit 16 bit 16+1 bit 3 bit 4 bit até 16*8 bit 8 bit
16
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
O algoritmo de acesso ao bus é do tipo CSMA (Carrier Sense Multiple Access) /CA
(Collision Avoidance). Todos os dispositivos escutam o barramento e, se este estiver
livre, o dispositivo começa a transmitir e ocupa o barramento. Os outros escutam que
existem dados no bus e esperam por novo silêncio. No caso de existir conflito no acesso
ao meio, este é resolvido porque o símbolo ZERO se sobrepõe ao símbolo UM sem que
o primeiro seja destruído. É feito um wired-and (operação lógica &) ao nível da linha.
Logo que o emissor que transmite o símbolo UM detecta que o que lê do bus é um
símbolo ZERO, conclui que ocorreu uma colisão e pára de transmitir, ficando a
aguardar nova oportunidade para transmitir.
17
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
Cada 8 bit de dados são transmitidos em grupo, formando uma palavra. A palavra é
constituída pelos 8 bit mais um bit inicial ST (Start bit), um bit de paridade Pz (Parity
bit) e um bit final SP (Stop bit). Entre palavras deverá existir uma pausa de 2 bit.
ST D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 Pz SP Pausa ST ...
"Palavra" "Palavra"
Com as condicionantes atrás referidas e com um ritmo de transmissão de 9600 bps (bit
per second), o tempo que demora a transmitir uma palavra é 1,35 ms (ver Figura 2.10).
ST D0 D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 Pz SP Pausa ST ...
1,35 ms
Como a dimensão de um telegrama pode variar entre 9 e 23 byte temos que o tempo de
ocupação do bus por telegrama completo varia entre 20 a 40 ms. Este tempo inclui o
tempo t1 (50 vezes o tempo de bit, neste caso 5,2 ms) de verificação do silêncio no
meio, e o tempo t2 (15 vezes o tempo de bit, sendo este 1,56 ms) necessário para
receber a mensagem de confirmação, ver ilustração na Figura 2.11.
t1 Telegrama t2 IACK
20 - 40 ms
18
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
2.4 LonWorks
2.4.1 Endereçamento
O pacote transmitido pela rede contém sempre o nó de origem bem como o endereço de
destino quer este seja um nó, um grupo ou um endereço de divulgação (broadcast).
19
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
20
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
21
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 2
Não se conseguiu obter mais informação sobre o modo como este protocolo resolve o
problema das colisões.
O protocolo permite estabelecer prioridades ao nível do nó, ou seja, todas as mensagens
que saem desse nó tem a mesma prioridade. Podem existir casos de excepção em que as
mensagens têm outra prioridade. A prioridade varia entre 0 e 127, cada uma destas só
pode ser atribuída a um nó por canal. Normalmente reserva-se a prioridade 1 para o nó
de gestão de rede.
22
Capítulo
3 Proposta
Conteúdo
3.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 24
3.2 ARQUITECTURA PROPOSTA .................................................................................... 26
3.3 P ROTOCOLO DE REDE ............................................................................................. 30
3.4 CAPACIDADES DA REDE PROPOSTA......................................................................... 36
23
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
3.1 Introdução
No capítulo anterior foram analisadas três das redes mais divulgadas e foram descritas
as suas principais características. Neste capítulo será apresentado um sistema domótico
alternativo sendo descrita a sua arquitectura e o protocolo de comunicação.
24
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Para ilustrar em que medida a solução proposta pode ser mais económica, basta
considerar que um nó pode controlar até 20 dispositivos enquanto na abordagem
totalmente distribuída isso obrigaria ao uso de 20 nós.
2
N/D
2 2 2
2 N/D 2
2
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
25
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
1
1 1
D N
N
1
1
D
D D
D
3.2.1 Topologia
26
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Nó 0 Nó 1 Nó 2 Nó 3 ... Nó n
ILHA
Mundo
Gestor do RS232
Sistema
Nó 31 Nó 2
Nó 0 Nó 1 Nó 16
Nó
supervisor
Para sistemas de pequena dimensão (definiu-se como pequeno um sistema que seja
constituído por 32 nós no máximo, ver Figura 3.4) é possível usar um único barramento.
Nestes casos não é necessário usar nenhuma bridge. Em sistemas com uma dimensão
superior recorre-se à utilização de vários barramentos interligados por bridges, ver
Figura 3.5.
27
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Mundo
Gestor
de
Sistema ILHA 1
Nó
supervisor
RS232
Nó 31 Nó 0 Nó 1 Nó 2 Nó 16
bridge bridge
ILHA 2 ILHA 3
28
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
29
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
3.3.1 Trama
A Figura 3.8 descreve a trama proposta, que é constituída por 6 campos de informação
distintos.
1 bit 7 bit 4 bit 4 bit 8 bit 8 bit 8 bit 0 - 121 byte 8 bit
Dimen-
0
são
Ilha Ilha Destino Origem Controlo Dados CRC
Destino
Origem
30
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Origem
A A
Nó Nó
pl pl
5 3 5 3
bit bit bit bit
É de relembrar que é suposto existirem múltiplas aplicações nos nós e que os diálogos
no sistema são entre aplicações e não entre nós.
O endereçamento é feito de forma planar, opta-se por decompor o campo de endereço
em 3 partes: uma que especifica a ilha, outra que especifica o nó e outra que especifica a
aplicação, ver Figura 3.9. Na prática as tramas são endereçadas a uma dada aplicação
que está num dado nó numa dada ilha.
Com este tipo de endereçamento e com o número de bit utilizados, obtêm-se as
seguintes capacidades máximas:
• 16 ilhas;
• 32 nós por ilha, num total de 512 nós;
• 8 aplicações por nó, embora só possam existir 7 aplicações de controlo de
dispositivos, pois a aplicação 0 é usada para gerir e parametrizar o nó, sendo
identificada como aplicação de sistema.
31
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Nós especiais da rede, tais como módulos de supervisão, módulos de interface com
outros meios (gateway) ou módulos bridge com mecanismo de filtro de tramas,
consomem um endereço por cada módulo.
O serviço de divulgação (broadcast) é implementado recorrendo ao endereço ilha 0, nó
0 e aplicação 0. Neste caso todas as placas receberão a trama e a aplicação de sistema de
cada nó irá efectuar o processamento.
O serviço de divulgação (broadcast) é fundamental para permitir a atribuição dinâmica
dos endereços aos nós. Quando um nó é ligado pela primeira vez este envia um
identificador único de placa e fica à espera que alguém lhe responda com uma trama de
divulgação (broadcast) contendo no campo de dados o seu identificador único enviado
anteriormente e explicitando qual passará a ser o seu endereço no sistema.
Com este serviço implementado e possuindo simplesmente a relação dos identificadores
únicos de cada dispositivo que se pretenda instalar pode-se efectuar a configuração de
todo o sistema através de um único ponto de acesso à rede, ou seja, pode-se efectuar
toda a parametrização/configuração de todo o sistema domótico através de um único
módulo de supervisão.
Aplicação
Aplicação
Apresentação Transporte
Sessão
Transporte
Rede Rede
Física Física
Meio
Dado que se pretende uma abordagem simples, a rede não oferece camada de transporte
e, como tal, não é possível garantir que não se perdem tramas, nem que não ocorram
32
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Origem
7 6 5 4 3...0
4 4
bit bit
Comando/
Prioridade Reservado Numeração Código de operação
Resposta
7 6 5 4 3...0
4 bit 4 bit
33
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
tConfirmação
tResposta
Como se pode verificar existem dois tempos importantes, um é o tempo que uma
mensagem de confirmação de baixo nível é esperada pelo emissor até considerar que a
mensagem não foi recebida pelo receptor, outra é o tempo de espera de uma resposta a
um pedido.
A confirmação de baixo nível tem um papel muito específico, esta não é considerada
uma trama pois não cumpre os tempos de silêncio, nem tem cabeçalho. Esta
confirmação é enviada dentro de um intervalo de tempo curto e a seguir à trama.
O tempo é contabilizado pela aplicação de rede e está predefinido e é igual para todos os
nós. O segundo tempo é contabilizado pelas aplicações, competindo a cada aplicação
definir o seu valor. Uma aplicação que controle um dispositivo rápido, uma escrita em
34
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
memória volátil, este poderá ter um tempo inferior ao de uma outra aplicação que tenha
controlo sobre um dispositivo mais lento, uma escrita em memória
EEPROM (Electricaly Erasable Programmable Read Only Memory).
35
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Tempo de
contenção
F V A
i a l
x r e
o i a
á t
v ó
e r
l i
o
Como se pode verificar pela Figura 3.14 o tempo variável de uma mensagem menos
prioritária deverá ser sempre superior ao resultado da soma do tempo variável e do
tempo aleatório de uma mensagem mais prioritária.
Ao verificar-se uma colisão, ambas as tramas são afectadas, sendo perdidas. Cada nó
deverá tentar reenviar a trama.
36
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
1
Mensagens / s =
Tempo de contenção + Tempo de confirmaçã o +
(dim ensão + byte de confirmaçã o ) × número de bit por byte transmitid o
ritmo de transmissã o
37
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 3
Como se pode verificar quanto maior for o campo de dados a transmitir melhor é a
eficiência da rede, mas em contrapartida o número de mensagens decresce. Constata-se
que para o fim pretendido a rede proposta tem uma capacidade teórica de enviar 72
mensagens por segundo com uma dimensão de 16 byte o que à partida é suficiente para
o controlo de uma habitação. Neste valor não estão incluídas as confirmações de alto
nível, pode-se extrapolar e dizer que possivelmente poderão existir 36 diálogos por
segundo. De relembrar que este estudo é para comunicações dentro da mesma ilha, logo,
têm-se nas outras ilhas a mesma capacidade.
38
Capítulo
4 Detalhes de implementação
Conteúdo
4.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 40
4.2 NÍVEL FÍSICO DO PROTOCOLO ................................................................................ 41
4.3 METODOLOGIA ....................................................................................................... 42
4.4 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO SOFTWARE DE REDE ...................................... 44
4.5 M ÁQUINA DE ESTADOS DA APLICAÇÃO DE REDE .................................................... 45
4.6 ESTRUTURA DE DADOS............................................................................................ 46
4.7 APLICAÇÕES ........................................................................................................... 51
4.8 RETRANSMISSÕES ................................................................................................... 53
4.9 IDENTIFICADOR ÚNICO ........................................................................................... 53
4.10 TABELA DE ENDEREÇOS.......................................................................................... 54
4.11 APLICAÇÃO DE SISTEMA ......................................................................................... 59
4.12 MECANISMO DE DECISÃO DE ENVIO ....................................................................... 59
4.13 BRIDGE ................................................................................................................... 61
4.14 GATEWAY ............................................................................................................... 62
4.15 RECURSOS UTILIZADOS PELA APLICAÇÃO DE REDE ............................................... 63
39
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
4.1 Introdução
40
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Optou-se pelo uso da norma EIA-485 no tocante aos sinais eléctricos a enviar no meio
físico. As principais razões que levaram a tomar esta opção foram:
§ grande divulgação e facilidade de obtenção;
§ grande imunidade ao ruído (usa comunicação a dois fios);
§ suporta elevados ritmos de transmissão (até 10 Mbps);
§ permite comunicação a grandes distâncias (até 1250 m);
§ baixo custo.
Existem outras alternativas possíveis, como a Ethernet, mas em comparação a interface
em comunicação série em EIA-485 é muito mais simples e económica. Para se poder
utilizar este dispositivo de interface basta que os nós da rede, sejam eles um computador
pessoal ou um microcontrolador, tenham a capacidade de comunicação série assíncrona.
Os transceivers EIA-485 permitem normalmente interligar 32 nós, nalguns casos
permitem que o número de nós se estenda para 256.
A interface EIA-485 usa dois fios, linhas que são designadas por A e B, nestas linhas
normalmente circula o sinal de dados e o seu inverso. Ao utilizar-se esta técnica
permite-se que esta rede seja mais imune a ruídos que possam interferir nela.
Um receptor RS-485 deve verificar a tensão diferencial entre as linhas, esta deve ser de
200 mV entre A e B. Se a tensão em A for pelo menos 200 mV maior que em B, então o
receptor interpreta com sendo o valor lógico '1'. Se B for 200 mV maior que A então o
valor lógico interpretado pelo receptor é '0' . Nos casos em que a diferença seja menor
que 200 mV o valor lógico é indefinido.
41
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
A utilização deste tipo de interface em distâncias longas requer certos cuidados, tais
como resistências de terminação (normalmente 120 Ω), e resistências de polarização das
linhas.
A maior desvantagem desta abordagem é a necessidade de existir uma massa comum a
todos os nós. Existem transceivers isolados (por transformadores ou optoelectronica)
que não impõe essa restrição.
Na nossa implementação consegue-se garantir esta existência pois não nos encontramos
num ambiente electromagnético ruidoso e os nós encontram-se relativamente perto, e
normalmente têm a mesma fonte de alimentação. Se por acaso tiver-se a necessidade de
interligar nós que não tenham a mesma fonte de alimentação então o cabo de rede
deverá passar a ter três condutores, sendo o condutor adicional utilizado para interligar
as massas dos nós.
4.3 Metodologia
Como atrás foi referido o objectivo era produzir um sistema de baixo custo. Por isso os
nós permitem desempenhar várias funções.
Assim, optou-se antes por um sistema em que cada módulo permite executar diversas
tarefas em simultâneo (programação concorrente), partilhando assim recursos de
hardware e reduzindo os custos de um sistema deste tipo.
42
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Tarefa 2
Tarefa 3
Tarefa 4
Tarefa 1
Tarefa 2
Tarefa 3
Tarefa 4
Tarefa 1
Tarefa 2
Tarefa 3
Tarefa 4
t1 t2 t3
43
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
44
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
IDLE
Não Não
Sim Sim
Não
Sim broadcast? broadcast? Sim
Sim
SEND_AGAIN Erro WAIT ACK SEND ACK
JAMMING
Pela observação da Figura 4.3 concluísse que a aplicação de rede tem dois grandes
fluxos de controlo, um de recepção e outro de envio.
O estado designado por " IDLE" é um estado onde a rede fica à espera de receber ou à
espera de poder enviar, ou seja, é neste que se realiza o processo de contenção, ou onde
se verifica se este nó começa a receber uma nova trama, transitando para o estado
designado por "SENDING" e "RECEIVING" respectivamente.
45
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
46
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
UART_AVR
Network
Flags_RX Flags_TX
7 0 7 0
47
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
48
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
UART_AVR
4
Idle_Flags Rx_buffer
Network
Sending_Flags
Receiving_Flags
SYS_app
Rx_Flags
Tx_Flags SYSapp_Mailbox
Size 3+data
App1
App1_Mailbox
Size 3+data
App2
App2_Mailbox
Size 3+data
App7
App7_Mailbox
Size 3+data
Figura 4.5 - Estrutura de dados - uma única caixa de correio por aplicação
49
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
4.6.3 Comparação
N.º Aplicações X
Duas caixas de (Ap.rede+2.X).N+registos
correio = (1+2.X).N+2
= N+2.X.N+2
Uma caixa de Cabeçalho+registos+X.N
correio = 4+5+X*N
= 9+X.N
N 6 8 16 32
X 2 Cx. C. 1 Cx. C. 2 Cx. C. 1 Cx. C. 2 Cx. C. 1 Cx. C. 2 Cx. C. 1 Cx. C.
1 20 15 26 17 50 25 98 41
2 32 21 42 25 82 41 162 73
3 44 27 58 33 114 57 226 105
4 56 33 74 41 146 73 290 137
5 68 39 90 49 178 89 354 169
6 80 45 106 57 210 105 418 201
7 92 51 122 65 242 121 482 233
8 104 57 138 73 274 137 546 265
Como se pode verificar pelas Tabela 4-1 e Tabela 4-2 a 2ª abordagem permite uma
economia da memória de dados, tendendo essa economia para metade da utilizada na 1ª.
Este tipo de abordagem levanta um problema, quando surgirem duas mensagens de
seguida para uma mesma aplicação de um determinado nó, pois esta não tem a
capacidade de receber a segunda. Quando ocorre a situação atrás referida o receptor
50
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
tenta reenviar e não vai conseguir entregar a mensagem, ou seja, o canal fica ocupado
durante o tempo de envio e das retransmissões.
Para não se ter esse tempo perdido implementa-se um mecanismo que produz uma
colisão. O emissor ao detectar uma colisão durante a transmissão aborta-a, libertando o
canal, e verifica se deverá reenviar. Designa-se este mecanismo por jamming e é
utilizado quando o receptor detecta que a zona de dados da aplicação de destino se
encontra ocupado ou que a sua dimensão não permite a recepção da mensagem.
A real vantagem desta implementação é que o emissor pára de transmitir entre o quarto
e o quinto byte da trama. Esta imprecisão deve-se ao facto das máquinas de estados das
aplicações de rede dos diferentes nós não estarem sincronizadas. O benefício desta
abordagem é tanto maior quanto maior for a dimensão das tramas utilizadas.
Este mecanismo não é utilizado nas tramas de difusão (broadcast) porque se este nó não
tem capacidade de receber outros poderão ter, e assim não se estraga a trama que os
outros nós estão a escutar.
4.7 Aplicações
Na zona de processamento não bloqueante deverá estar todo o tipo de operações que
sejam necessárias executar sempre, como por exemplo, leitura de sensores. Este
conjunto deverá seguir o modelo de programação em máquinas de estado, necessário a
permitir o correcto funcionamento do núcleo multitarefa cooperativo.
O processamento de mensagens divide-se em dois fluxos mutuamente exclusivos visto
que a aplicação ou responde a um pedido ou é esta a efectuar o pedido (poderá ser um
pedido ou um alarme).
51
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Quem necessitar de programar aplicações para esta rede deverá realizar as seguintes
funções por aplicação:
§ void ####_init(void) função de inicialização;
§ void ####_main(void) função de processamento não bloqueante;
§ void ####_procmsg(void) função de atendimento de pedidos;
§ byte ####_cond(void) função de teste de condições;
§ void ####_makemsg(void) função de composição de mensagens.
Em que os #### representam uma sigla de 3 a 5 letras maiúsculas que identificam uma
aplicação. Por exemplo, a aplicação de sistema é representada por SYS.
52
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Por outro lado, a duplicação de tramas não levanta problemas na generalidade dos
casos, pois normalmente as operações são idempotentes. Por exemplo, indicações do
tipo ligar/desligar não originam qualquer problema se existir uma duplicação. Neste
caso, a repetição de uma ordem sobre um dispositivo limita-se a repetir a operação já
efectuada.
As caixas de correio pertencem às aplicações sendo passados ponteiros para essas zonas
para que a aplicação de rede lhes possa aceder.
As aplicações ao iniciarem-se deverão registar o seu espaço de memória na rede por
forma a que esta possa utilizar esse espaço como caixa de correio da aplicação.
4.8 Retransmissões
53
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Como foi referido atrás, as aplicações podem gerar por sua iniciativa própria
pedidos/alarmes, necessitando de saber para onde devem enviá-los.
Pretende-se implementar uma tabela de endereços que possam ser utilizados pelas
diversas aplicações existentes num nó. Esta tabela deverá conter os dados referentes a
endereços de destino (ilha, nó, aplicação).
Estudaram-se duas abordagens possíveis para a implementação desta tabela que se
descrevem em seguida.
54
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
A tabela de endereços contém os endereços para os quais uma aplicação efectua pedidos
ou envia alarmes. Esta tabela permite configuração global ao nó dos endereços para
todas as aplicações.
Nesta abordagem implementa-se uma tabela em EEPROM contendo os endereços por
aplicação. Quando um nó é inicializado aplicação lê para memória de dados esses
endereços. A gestão da tabela é feita pela aplicação de sistema. Porém se uma aplicação
receber mensagens de parametrização que alterem os endereços de resposta, esta deverá
recorrer ao diálogo com a aplicação de sistema do seu nó de modo a efectuar a alteração
para os novos endereços de resposta.
Na Figura 4.6 esquematiza-se a implementação da tabela proposta. O primeiro byte da
tabela indica o deslocamento a efectuar relativamente aos endereços da primeira
aplicação e indica também o número de aplicações.
Índice
aplicação 1
Índice
aplicação 1
Índice
aplicação 1
Endereço 1_H
Endereço 1_L
Endereço 2_H
Endereço 2_L
Endereço N_H
Endereço N_L
Checksum
55
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
( )
endereço x da aplicação y = Índiceaplicação1 + Índiceaplicação y + x × Dimensão do endereço físico
Endereço 1_1_H
Endereço 1_1_L
Endereço 1_2_H
Endereço 1_2_L
Endereço 2_1_H
Endereço 2_1_L
Endereço 3_1_H
Endereço 3_1_L
Endereço 3_2_H
Endereço 3_2_L
Endereço 3_3_H
Endereço 3_3_L
Checksum
56
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Índice N.º de
Checksum
aplicação 1 Endereços
Índice
Endereço 1_H Endereço 1_L
aplicação 2
Endereço 2
Endereço 2
Checksum
endereços virtuais
Como se pode observar na figura a gestão de endereços é efectuada por duas tabelas
uma com os endereços virtuais (cada um ocupa 1 byte) e outra com os endereços físicos
(cada um ocupa 2 byte). Estas duas tabelas são armazenadas na memória EEPROM.
57
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
(9 + n) + (2 + 2 × n) = 512
501
n= = 167
3
4.10.3 Comparação
Como se pode verificar pelos dois pontos anteriores a solução provavelmente a ser
utilizada num sistema de maior dimensão será o de tabelas virtuais pois normalmente os
58
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
nós irão comunicar com um determinado módulo de supervisão e este é que decidirá
para onde enviar. Isto é, a probabilidade é que todas as aplicações reportem para um
mesmo módulo de supervisão, pois cada nó explora o efeito da localidade e os módulos
de supervisão também deverão ser organizados por forma a contemplar e explorar
também esse efeito.
Ao nível de simplicidade a primeira abordagem é sem sombra de dúvidas a melhor
opção. Na opinião do autor, esta abordagem deverá ser utilizada em sistemas de
pequenas dimensões onde possivelmente não existem módulos de supervisão nem de
gestão.
Esta aplicação é responsável pelos diálogos quando o nó não tem endereço lógico
atribuído. Quando o nó se encontra neste estado só responde a tramas de difusão e
utiliza o seu identificador unívoco para sua identificação perante os outros nós (ver
ponto 4.9).
Em certas circunstâncias podem existir várias mensagens pendentes para envio, sendo
necessário definir que política utilizar para resolver este problema. Abordaram-se três
hipóteses possíveis para a sua resolução.
59
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
60
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
4.13 Bridge
Dada a arquitectura proposta para o sistema, em que podem existir múltiplos troços de
rede, torna-se necessário o recurso a uma bridge para interligar dois troços. Esta bridge,
para permitir uma maior largura de banda do sistema global, oferece a capacidade de
filtragem de mensagens de modo a que as mensagens locais a um troço não interferem
com as mensagens noutros troços.
As bridges só deixam passar o tráfego correspondente à sua ilha ou só permitem que
saia dessa ilha o tráfego que pertence a outra ilha que não a sua.
Ao implementar as bridges deve ser dispensada uma atenção cuidada para não
introduzir quebras de desempenho na rede, dado que estas provocam atrasos na entrega
das tramas ao destinatário. As mensagens emitidas, em vez de serem imediatamente
recebidas pelo nó de destino, são recebidas pela bridge que as reenvia para outro troço
de rede.
A bridge comporta-se como um nó especial que recebe a trama e envia a confirmação
de baixo nível. O nó de origem fica apenas à espera da confirmação ao nível da
aplicação.
61
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
4.14 Gateway
Para permitir a interligação do sistema domótico a outros equipamentos que não sejam
nós recorre-se a um gateway. Este é semelhante a uma bridge ao nível do hardware mas
ao nível do software distingue-se por possuir um endereço.
Quando se pretende comunicar com o exterior comunica-se para esse endereço e para
uma das 7 aplicações possíveis do gateway, permitindo que este tenha até 7 canais
distintos de comunicação com o exterior.
Não existe limite para o número de gateways que um sistema pode conter.
62
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Ocupado Livre
Byte % Byte %
Memória Código 1940 23,68
de 6252 76,08
Programa Constantes 20 0,24
Memória
Variáveis 56 10,94 456 89,06
de Dados
63
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 4
Como se pode constatar, os recursos ocupados são mínimos existindo bastantes recursos
livres para a implementação de aplicações. Deste modo os objectivos propostos foram
atingidos.
64
Capítulo
5 Comparação e resultados experimentais
Conteúdo
5.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 66
5.2 COMPARAÇÃO......................................................................................................... 66
5.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS ............................................................................... 68
65
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
5.1 Introdução
5.2 Comparação
5.2.1 CEBus
5.2.2 EIB
66
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
percorrer. Assim, o número total de dispositivos quando se pretende que todos possam
comunicar com todos fica reduzido a 11.520 dispositivos.
A taxa de transmissão usada é de 9.600 bps. A linha da rede de comunicação tem um
comprimento máximo de 1000m, com uma distância máxima entre dois dispositivos de
700m.
5.2.3 LonWorks
A capacidade de endereçamento total é de 511 nós. Porém, cada nó pode conter até 7
aplicações (índice de 1 a 7) genéricas (a aplicação 0 está reservada para funções de
gestão do próprio nó). E cada aplicação pode controlar um número variável de
67
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
Pode-se concluir que a rede proposta possui uma capacidade de endereçamento mais
reduzida ao nível dos nós, mas os pontos de controlo que esta permite ter são da mesma
ordem de grandeza do EIB.
Dados os objectivos principais deste sistema serem: o mais simples e económico
possível, e estar vocacionado preferencialmente para as habitações. Assim, pode
concluir-se que o número de pontos de controlo é perfeitamente suficiente para a
aplicação pretendida.
68
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
69
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
µ s]
Máximo [µ µ s]
Mínimo [µ
Nó 1 - tempo total 193 52
Nó 2 - aplicação de sistema 30 17
Nó 3 - aplicação de teste 52 17
Nó 4 - rede (a enviar) 162 21
Nó 5 - rede (a receber) 126 20
Máximo Mínimo
[% ocupação] [% ocupação]
Nó 1 - tempo total 38,60 10,40
Nó 2 - aplicação de sistema 6,00 3,40
Nó 3 - aplicação de teste 10,40 3,40
Nó 4 - rede (a enviar) 32,40 4,20
Nó 5 - rede (a receber) 25,20 4,00
70
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
71
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
Tramas Perdidas
Retransmissões
Colisões
Nó 1 0 119 0 0 0 0
Nó 2 0 119 0 0 0 0
Nó 3 0 120 0 0 0 0
Nó 4 0 119 0 0 0 0
Nó 5 0 0 477 0 0 0
Total 0 477 477 0 0 0
72
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
Tramas Perdidas
Retransmissões
Colisões
Nó 1 0 120 0 0 0 0
Nó 2 0 119 0 0 0 0
Nó 3 0 119 0 0 0 0
Nó 4 0 119 0 0 0 0
Nó 5 0 0 477 0 0 0
Total 0 477 477 0 0 0
Tramas Perdidas
Retransmissões
Colisões
Nó 1 15 1834 0 17 0 2
Nó 2 310 1612 0 304 6 0
Nó 3 126 1734 0 148 0 2
Nó 4 125 1717 0 131 2 8
Nó 5 0 0 6916 0 0 0
Total 576 6897 6916 600 8 12
73
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
Tramas Perdidas
Retransmissões
Nó 1 Colisões 58 1730 0 60 1 3
Nó 2 502 1583 0 463 39 0
Nó 3 444 1858 0 456 14 1
Nó 4 270 1738 0 262 16 8
Nó 5 0 0 6933 0 0 0
Total 1274 6909 6933 1241 70 12
74
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 5
Por análise da Tabela 5-5 conclui-se que durante um minuto foram enviadas 6897
tramas com sucesso, o que corresponde a cerca de 114 tramas por segundo. Este valor
parece-nos perfeitamente adequado aos objectivos propostos.
75
Capítulo
6 Interoperacionalidade
Conteúdo
6.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 77
6.2 MODELO DE INTERACÇÃO ...................................................................................... 77
6.3 CENÁRIOS ............................................................................................................... 80
6.4 CONTROLO DE FLUXO DE INFORMAÇÃO................................................................. 81
76
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 6
6.1 Introdução
Pretende-se oferecer uma abordagem ao nível do sistema global e não apenas ao nível
da rede de comunicação. Esta última apenas oferece o meio para a interacção mas não
especifica como é que essa interacção ocorre.
Para que um grupo de dispositivos possam ser designados de sistema, necessitam de
poder cooperar e interagir uns com os outros, ou seja, é necessário existir um suporte à
interoperação.
Com este objectivo deve ser desenvolvida uma forma genérica de diálogo ao nível das
aplicações. Para tal, propõe-se o desenvolvimento de uma pseudo linguagem para
diálogo entre aplicações.
Esta implementação deverá permitir que um dispositivo tenha a capacidade de informar
alterações do seu estado e de modificar estados de outros dispositivos. Adicionalmente
pretende-se que isso possa ocorrer sem necessitar recorrer a uma entidade superior que
actue como um nó central de tomada de decisões. Pretende-se, por exemplo, que uma
entrada digital tenha a capacidade de informar que o seu estado mudou e,
eventualmente, modificar o estado de outro dispositivo.
Com o modelo atrás definido pretende-se que a aplicação de origem não necessite
conhecer pormenores acerca da aplicação de destino, mas unicamente necessite saber
para que estado o dispositivo deve mudar e quais os atributos desse estado.
77
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 6
Este modelo de interacção pode ser utilizado de duas formas. Pode ser utilizado numa
aproximação simples em que as aplicações podem ser configuradas de modo a enviarem
mensagens predefinidas sempre que um dispositivo passa para um dado estado. Esta é a
solução mais adequada para sistemas com interacções simples onde as acções
desencadeadas não dependem de múltiplas condições. Neste caso, é possível dispensar o
uso de nós de supervisão.
Quando se necessita de um sistema com interacções mais complexas e em que as acções
são desencadeadas em função de múltiplas condições, é necessário recorrer a um ou
mais nós de supervisão. Nesta aproximação as aplicações informam o nó de supervisão
sempre que um dispositivo muda de estado, sendo da sua responsabilidade verificar se
as condições definidas se verificam e, em caso afirmativo, desencadear as acções
estipuladas.
78
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 6
Na Figura 6.1 ilustra-se uma solução possível para armazenar a tabela atrás referida.
Deslocamento N.º de
Checksum
1ª Aplicação Mensagem
Deslocamento
Mensagem 1
2ª Aplicação
Mensagem 2
Deslocamento Mensagem 3
nª Aplicação
Mensagem 4
Mensagem 1
Mensagem 2
Mensagem N
Mensagem 1
Mensagem 2
Mensagem 1
Mensagem 2
Checksum
A tabela é constituída por duas partes distintas. Uma contém as mensagens predefinidas
e a outra contém índices para estas, por aplicação/dispositivo. Para se determinar qual é
a mensagem para um dado dispositivo indexa-se a tabela de mensagens recorrendo ao
índice de aplicação e ao índice de dispositivo dentro da aplicação.
79
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 6
6.3 Cenários
80
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 6
A rede implementada apenas consegue garantir que esta faz o melhor que pode para
entregar as mensagens. As mensagens ao fim de 3 retransmissões sem sucesso são
eliminadas, não existindo pois qualquer garantia de entrega.
Para que exista tal garantia é necessário que exista confirmação ao nível da aplicação
(só depois de receber uma ordem/pedido e de a executar é que informa que já fez).
Porém, esta solução também pode levantar alguns problemas caso, por exemplo, uma
confirmação se atrase muito. Neste caso o emissor pode tornar a efectuar a
ordem/pedido e receber a confirmação relativa à ordem anterior.
Como solução para este problema sugere-se que seja implementado um mecanismo de
numeração de tramas. Este mecanismo deve ser implementado sempre que se está em
presença de operações não idempotentes. As aplicações devem estabelecer um canal de
comunicação entre si e controlar o fluxo de mensagens usando numeração. Isto, na
prática, corresponde à implementação de um nível de transporte, de acordo com o
modelo OSI.
81
Capítulo
7 Conclusões
Conteúdo
7.1 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 83
7.2 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS .............................................................................. 84
82
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 7
7.1 Conclusões
83
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 7
84
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Capítulo 7
85
Bibliografia
86
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Bibliografia
[2] - http://www.cebus.org
[4] - http://www.eiba.org
[9] - http://www.atmel.com
[11] - www.echelon.com
[13] - www.x10.com
87
Concepção e Desenvolvimento de uma
Rede Domótica Bibliografia
[15] - Manuel Mota Ferreira, “Sistema Integrado para Casa Inteligentes”, Tese de
Mestrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores, Instituto Superior Técnico,
Dezembro de 1995
[16] - Renato Nunes, José Delgado, "An Architecture for a Home Automation System",
ICECS'98 - International Conference on Electronics, Circuits and Systems, Setembro
1998, pp.259-262.
[17] - Renato Nunes, José Delgado, "An Internet Application for Home Automation",
MELECON 2000, Maio 2000, pp.298-301.
88