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Revista dos Estudantes da Faculdade de Direito da UFC (on-line). a. 3, v. 7, jan./jun.

2009

O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E A SEPARAÇÃO DOS


PODERES: DA POSSIBILIDADE DO CONTROLE JUDICIAL DO
VETO POR INCONSTITUCIONALIDADE

THIAGO HOLANDA GONZÁLEZ*

Resumo: Este artigo tem por objetivo defender a possibilidade de controle judicial do veto
por inconstitucionalidade. Tal posicionamento não tem sido adotado pelo Supremo Tribunal
Federal, que fundamenta seu entendimento, sobretudo, no princípio da separação dos poderes.
Em verdade, o que se observa é uma inadequada aplicação desse princípio. A impossibilidade
do controle judicial do veto por inconstitucionalidade permite ao Chefe do Executivo eximir-
se de decisões políticas e até mesmo fraudar o processo legislativo.

Palavras-chave: Veto por inconstitucionalidade. Controle judicial. Princípio da separação


dos poderes. Supremo Tribunal Federal.

Abstract: This paper intends to defend the possibility of judicial review of the veto accounted
for unconstitutionality. This position has not been accepted by Federal Supreme Court which
takes into consideration its understanding especially on the principle of the separation of
powers. In fact, what can be observed is an inadequate application of this principle. The
impossibility of judicial review of the veto accounted for unconstitutionality may lead the
Chief of the Executive to exempt from political decisions and to carry out frauds on the
legislative process, as well.

Keywords: Veto accounted for unconstitutionality. Judicial review. Principle of the


separation of powers. Federal Supreme Court.

1 INTRODUÇÃO

O atual sistema de jurisdição constitucional brasileiro confere ao Supremo Tribunal


Federal o papel de guardião da Constituição, cabendo a este órgão o exercício exclusivo do
controle de constitucionalidade em sede abstrata, bem como o julgamento de recursos
extraordinários, ocasião em que é chamado a interpretar, em última instância, a Constituição
em face de casos concretos. No entanto, mecanismos há que atribuem também aos poderes
Legislativo e Executivo, no âmbito de suas competências, o poder-dever de preservar os
princípios e regras constitucionais, inclusive com possibilidade de realização de controle
sobre atos normativos.
A complexidade desse sistema reside em grande parte na discussão acerca da
legitimidade dos órgãos responsáveis pelo controle de constitucionalidade, bem como da

*
Aluno da Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC). Bolsista de Iniciação Científica da
Universidade Federal do Ceará (UFC). E-mail: thiago.gonzalez@uol.com.br.

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possibilidade e dos limites de interferência dos poderes, uns nos outros. Em verdade, observa-
se, muitas vezes, a aplicação inadequada do princípio da separação dos poderes, podendo-se
constatar ora excessos de interpenetração dos poderes, ora omissões destes, ao permitirem
abusos, restando alheios à função fiscalizadora que lhes cabe. Haja vista ser a separação dos
poderes o principal argumento de que se vale a Suprema Corte para negar o controle judicial
do veto por inconstitucionalidade, far-se-á um breve estudo acerca dessa teoria, buscando
caracterizar suas raízes históricas e compreender sua aplicação no Estado brasileiro
contemporâneo. Após, as atenções serão voltadas à análise do veto, tanto em aspectos
atinentes a sua teoria geral, quanto em sua condição de instituto jurídico com sede na
Constituição Federal de 1988, o que possibilitará a defesa do controle judicial do veto por
inconstitucionalidade.
De antemão, ressalte-se o compromisso que os agentes e as instituições devem ter com
a preservação da integridade da Constituição. Em um ambiente político como o que
atualmente se afigura no Brasil, em que se busca utilizar de diversos subterfúgios para
conferir aparência legítima a atos inconstitucionais, é necessário que o Supremo Tribunal
Federal assuma sua responsabilidade de guarda da Constituição, posicionando-se de forma
mais ativa, sem se curvar a interesses governamentais quando estes atentarem aos dispositivos
constitucionais.

2 A TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES


2.1 Aspectos históricos

A teoria da separação dos poderes foi sistematizada no século XVIII, com o escopo
principal de garantir a liberdade dos indivíduos. Posteriormente, no desenlace do século XIX,
uma nova finalidade foi incorporada àquela teoria, qual seja dotar o Estado de maior
eficiência na realização de suas atividades, distribuídas que seriam entre órgãos
especializados1. Pode-se ainda, com Gilberto Bercovici, identificar outro objetivo na
aplicação da teoria da separação dos poderes. O autor, ao defender que o surgimento do
constitucionalismo deu-se à tentativa de limitação do poder constituinte, assevera que a
separação dos poderes foi pensada, sobretudo, para impedir a participação popular na política:
“O constitucionalismo nasceu contra o poder constituinte, buscando limitá-lo. A separação

1
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 1994.

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dos poderes, por exemplo, foi pensada menos para impedir a usurpação do poder executivo do
que para barrar as reivindicações das massas populares”.2
Todavia, anteriormente à sistematização da teoria, alguns pensadores, clássicos e
modernos, visualizaram a separação de poderes. Aristóteles, em Política, chama à atenção o
risco de o poder ser exercido por um só homem. Para ele, as massas, ainda que compostas por
indivíduos que, considerados isoladamente, não têm acentuadas qualidades, podem ser
melhores do que os poucos com valor.

A alternativa que resta é deixar a multidão exercer funções deliberativas e judiciais;


e assim encontramos Sólon e outros legisladores a conceder ao povo as duas funções
gerais de eleger os magistrados e de os chamar à responsabilidade, não lhes
permitindo, contudo, exercer individualmente esses cargos. Em conjunto, o povo
tem discernimento, e combinado com os melhores cidadãos, é de préstimo para as
cidades (tal como um alimento impuro misturado com o puro, torna a refeição mais
proveitosa que uma porção escassa de alimento puro); cada cidadão isolado julga de
maneira imperfeita.3

Já no século XIV, Marsílio de Pádua, em sua obra Defensor Pacis, estabelece uma
distinção entre o poder legislativo e o executivo, referindo-se ao povo como “primeiro
legislador”, e atribuindo ao príncipe a função executiva.4
Maquiavel também se referiu à separação dos poderes em sua obra. No capítulo XIX
de O Príncipe, o autor defende a importância de os governantes evitarem ser odiados e
desprezados, para que se consigam manter no poder. Desse modo, identifica o filósofo, na
designação de funções políticas a diferentes instituições, um instrumento de proteção à
estabilidade das relações entre o príncipe e seus súditos.

Em nossos tempos, entre os reinos bem organizados e governados, deve-se enumerar


o de França. Encontram-se nele numerosas boas instituições, das quais dependem a
liberdade e a segurança do rei. A primeira delas é o Parlamento e a autoridade que
possui, pois o homem que organizou aquele reino, conhecendo, de um lado, a
ambição e a insolência dos poderosos, e julgando necessário pôr-lhes um freio à
boca para corrigi-los, e, de outro, conhecendo o ódio do povo contra os grandes,
motivado pelo medo, e querendo protegê-los, não permitiu que essa tarefa ficasse a
cargo do rei, para desculpá-lo da acusação dos grandes quando favorecesse o povo, e
do povo quando favorecesse os poderosos. Por isso constituiu um terceiro juízo que
fosse aquele que, sem responsabilidade do rei, deprimisse os grandes e favorecesse
os menores. Essa organização não podia ser melhor nem mais prudente, nem se pode
negar que seja a melhor causa de segurança do rei e do reino. Pode-se daí tirar

2
BERCOVICI, Gilberto. Soberania e Constituição: para uma crítica do constitucionalismo. São Paulo:
Quartier Latin, 2008.
3
ARISTÓTELES. Política. Lisboa: Vega, 1998.
4
DALLARI, Dalmo de Abreu. Op. cit., p. 182.

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notável instituição; os príncipes devem encarregar a outrem da imposição de penas;


os atos de graça, pelo contrário, só a eles mesmos, em pessoa, devem estar afetos.5

Identificados tais precedentes, passa-se a uma breve análise do pensamento daqueles


que sistematizaram a teoria da separação dos poderes, a começar por John Locke, em sua obra
O Segundo Tratado sobre o Governo. Para o filósofo inglês, o Poder Legislativo seria aquele
dado a uma comunhão de indivíduos que se reuniam constantemente, detentores do poder de
elaborar leis às quais também se sujeitavam. Contudo, dizia Locke, tais leis, elaboradas em
um dado instante, tinham aplicação contínua e duradoura, o que fazia mister um poder
permanente que garantisse sua fiel execução: o Poder Executivo. “E desse modo os poderes
legislativo e executivo ficam freqüentemente separados”.6 No entanto, John Locke entendia
haver outro poder, correspondente ao que os homens possuíam no estado de natureza: o poder
de “guerra e paz”, de “ligas e alianças”, que sugeriu chamar “poder federativo”. Em verdade,
corresponderia tal poder à sociedade agindo como um único corpo em estado de natureza, nas
relações com outros estados ou pessoas alheias à comunidade7. Diferentemente do poder
executivo, que deveria seguir invariavelmente as disposições legais, admitia o filósofo que o
poder federativo fosse gerido com certa discricionariedade pelo governante, que seria o
mesmo indivíduo que estaria à frente do poder executivo. Por fim, Locke reconhecia a
impossibilidade de as leis preverem todas as condutas possíveis. Nesse caso, caberia ao rei,
chefe do executivo, fazer uso de sua autoridade para promover o bem público8. Dalmo Dallari
assim sistematiza o pensamento de Locke:

Locke aponta a existência de quatro funções fundamentais, exercidas por dois


órgãos do poder. A função legislativa caberia ao Parlamento. A função executiva,
exercida pelo rei, comportava um desdobramento, chamando-se função federativa
quando se tratasse do poder de guerra e de paz, de ligas e alianças, e de todas as
questões que devessem ser tratadas fora do Estado. A quarta função, também
exercida pelo rei, era a prerrogativa conceituada como “o poder de fazer o bem
público sem se subordinar a regras”.9

Vale dizer, ainda, que Locke é expresso quanto à supremacia do poder legislativo
sobre os demais, muito embora reconheça sua condição de “poder fiduciário”. Tal poder seria
5
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Os Pensadores. 4 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987.
6
LOCKE, John. Segundo Tratado sobre o Governo. Os Pensadores. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
7
Parece-nos, aqui, haver uma aproximação, grosso modo, guardadas as diferenças entre o Estado Inglês do
século XVIII e o Estado brasileiro contemporâneo, com a diferenciação que se faz quanto às funções do Chefe
do Executivo, quando se as classifica em funções de Chefe de Governo e de Chefe de Estado.
8
LOCKE, John. Op. cit., p. 100.
9
DALLARI, Dalmo de Abreu. Op. cit., p. 183.

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subordinado à fiscalização do povo, a quem competiria afastar ou alterar o legislativo quando


este falhasse no cumprimento do encargo a que lhe confiam.10
Jean-Jacques Rousseau também trata da divisão dos poderes. Em Do Contrato Social,
o filósofo defende a necessidade de haver um poder executivo e um poder legislativo. Este,
nas palavras do autor, “pertence ao povo e só a ele pode pertencer”;11 dele se extrai os
sentidos da vontade geral. Aquele, por sua vez, é exercido por um governante, que, buscando
dar funcionamento aos atos do legislativo, deve ser elemento de aproximação e de
comunicação entre o Estado e o soberano (povo).

Toda ação livre tem duas causas, que concorrem para produzi-la: uma, moral, a
saber, a vontade que determina o ato; outra, física, isto é, o poder que a executa.
Quando caminho na direção de um objeto, faz-se primeiramente necessário que lá eu
queira ir; em segundo lugar, que meus pés me levem. Que um paralítico deseje
correr e um homem ágil não queira, dá na mesma: ambos permanecerão no mesmo
sítio. O corpo político possui móbiles idênticos: distinguem-se igualmente aí a força
e a vontade, esta sob o nome de poder legislativo, a outra sob o nome de poder
executivo. Sem o concurso de ambas, nada se faz ou se deve fazer.12

Finalmente, Montesquieu, em sua obra Do Espírito das Leis, apresenta um sistema


tripartido de poderes independentes e harmônicos entre si. Para o autor, somente com a
separação dos poderes legislativo, executivo e “de julgar”, este último exposto sob a forma de
“poder executivo daquelas [coisas] que dependem do direito civil”, em contraposição ao
“poder executivo do Estado”, o “das coisas que dependem do direito das gentes”, poderia ser
garantida a liberdade política13, partindo do pressuposto que os homens, até encontrar algum
limite, estarão sempre pendentes a abusar do poder que lhes é conferido.

Quando em uma só pessoa, ou em um mesmo corpo de magistratura, o poder


legislativo está reunido ao poder executivo, não pode existir liberdade, pois se
poderá temer que o mesmo monarca ou o mesmo senado criem leis tirânicas para
executá-las tiranicamente. Também não haverá liberdade se o poder de julgar não
estiver separado do poder legislativo e do executivo. Se o poder executivo estiver
unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria

10
LOCKE, John. Op. cit., p. 93.
11
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv00014a.pdf> Acesso em 27 ago. 2009.
12
Id. Ibid., p. 28.
13
“Deve-se sempre ter em vista o que é independência e o que é liberdade. Esta última é o direito de fazer tudo
aquilo que as leis facultam; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, uma
vez que os outros teriam também esse poder” MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Martin
Claret, 2007.

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arbitrário, pois o juiz seria o legislador. E se estiver ligado ao poder executivo, o juiz
poderia ter a força de um opressor. Tudo então estaria perdido se o mesmo homem,
ou o mesmo corpo dos principais, ou o dos nobres, ou o do povo, exercesse estes
três poderes: o de criar leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os
crimes e as querelas dos particulares.14

Verifica-se, ainda, que Montesquieu limita o papel do Estado à punição dos que
descumprissem as leis, elaboradas pelo legislativo, numa clara manifestação da máxima
liberal da limitação da atuação do Estado ante o indivíduo. Desde a sistematização elaborada
por Montesquieu, a teoria da separação dos poderes passou a constar em quase todas as
constituições liberais, sempre com o intuito de proteção da liberdade e enfraquecimento do
Estado.

2.2 O sistema de freios e contrapesos

Conforme lição de José Afonso da Silva, ao se considerar que a divisão dos poderes
observará ao binômio “independência e harmonia”, admite-se (i) que os poderes terão
autonomia para estruturarem-se e organizarem-se internamente, exercendo,
independentemente de qualquer autorização, as funções que lhes são cabíveis, e (ii) que os
poderes, em suas atividades, deverão respeitar os limites impostos pela Constituição e pelas
leis, bem como a esfera de atuação dos demais poderes, cabendo-lhes, com o fim comum de
preservação da ordem constitucional e equilíbrio das instituições, fiscalizar a legitimidade da
atuação dos outros.15 Molda-se, assim, um sistema em que a atuação de um poder impede o
avanço da atividade dos demais, resultando em um equilíbrio decorrente da fiscalização e do
respeito mútuo dos poderes às prerrogativas que lhes são atribuídas: o sistema de freios e
contrapesos. Dalmo Dallari assim expõe esse sistema:

Segundo essa teoria os atos que o Estado pratica podem ser de duas espécies: ou são
atos gerais ou são especiais. Os atos gerais, que só podem ser praticados pelo poder
legislativo, constituem-se a emissão de regras gerais e abstratas, não se sabendo, no
momento de serem emitidas, a quem elas irão atingir. [...] Só depois de emitida a
norma geral é que se abre a possibilidade de atuação do poder executivo, por meio
de atos especiais. O executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está
igualmente impossibilitado de atuar discricionariamente, porque todos os seus atos
estão limitados pelos atos gerais praticados pelo legislativo. E se houver
exorbitância de qualquer dos poderes surge a ação fiscalizadora do poder judiciário,

14
Id. Ibid., p. 166.
15
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 29 ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

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obrigando cada um a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de


competências.16

2.3 Da teoria à realidade: como se tem aplicado a separação dos poderes?

Desde a positivação nas Constituições das ex-colônias inglesas da América,


estendendo-se à própria Constituição dos Estados Unidos de 1787, a teoria da separação dos
poderes tem sido adotada por praticamente todas as constituições ocidentais. A Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 tornou-a dogma constitucional, ao considerá-la
pressuposto da própria idéia de constituição.17
No Brasil não foi diferente. Todas as constituições brasileiras, desde a de 1824
contemplaram a divisão dos poderes18, com exceção da Constituição de 1937, a Polaca, que
instituiu o Estado Novo. Quanto a esta, esclarece o professor Paulo Bonavides:

A única exceção veio a ser a Carta de 1937, mas esta em rigor não foi uma
Constituição e sim um ato de força de natureza institucional, tanto que afastou, por
inteiro, o País de toda a sua tradição de liberalismo e representatividade do poder.
Veja-se que depois do desastre de 1937, nem as Constituições outorgadas pela
ditadura de 1964, sem embargo da violência de seu autoritarismo, ousaram tocar
naquele princípio.19

Não obstante a vasta experiência histórica em torno da separação dos poderes, que
permitiu seu amadurecimento e consolidação como um dos elementos fundamentais à
manutenção do Estado de Direito, ao ponto de ser incluída pela Constituição Federal de 1988

16
DALLARI, Dalmo de Abreu. Op. cit., pp. 184-85.
17
SILVA, José Afonso da. Op. cit., p. 109.
18
Deve-se fazer uma ressalva quanto à Constituição de 1824, que fugiu do modelo original de divisão tripartite
dos poderes, adotado pelas outras constituições brasileiras, e previu uma quadripartição dos poderes, conforme
formulação de Benjamim Constant, acrescentando aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Poder
Moderador, de exercício exclusivo do Imperador. Interessante notar que o fundamento de existência de tal poder
era a manutenção da independência e da harmonia dos demais poderes, conforme se extrai do art. 98 da
Constituição de 1824: “O Poder Moderador é a chave de toda a organisação Politica, e é delegado
privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e seu Primeiro Representante, para que
incessantemente vele sobre a manutenção da Independencia, equilibrio, e harmonia dos mais Poderes Políticos”.
Para garanti-la, o Imperador detinha desproporcionais prerrogativas, podendo interferir na autonomia mesma dos
outros poderes: o Poder Moderador, fundado na guarda da separação dos poderes, parece-nos, em verdade, a ela
uma afronta. Nesse sentido, Raymundo Faoro assevera: “A labareda das disputas e das contradições deixa de pé,
verde e altiva, a verdade de que o Poder Moderador governa e administra. Ninguém, nem o imperador, nem os
conservadores, negam a realidade. D. Pedro II a reconhece, com o apoio na letra da constituição, letra que, lida
pela rainha Vitória, a tornaria déspota, tantas as prerrogativas da coroa.” FAORO, Raymundo. Os donos do
poder: formação do patronato político brasileiro. 8 ed. Rio de Janeiro: Globo, 1989.
19
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 22 ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

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no rol das chamadas cláusulas pétreas20, a divisão dos poderes tem sido, muitas vezes,
violada, seja por condutas comissivas seja por condutas omissivas dos agentes políticos21.
Tais violações não são exclusivas de um ou de outro poder: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário por vezes falham na dosimetria do quanto se deve intervir nos demais poderes.
Todavia, o Poder Executivo tem sido, nas palavras de Paulo Bonavides, “o mais
infrator dos Poderes no que tange ao princípio da separação de Poderes”.22 O autor aponta a
ingerência executiva no Judiciário como um dos principais fatores de uma crise de
legitimidade existente no Supremo Tribunal Federal. Esta Corte, que deveria ser instância
neutra de dissolução de conflitos constitucionais, desvirtua-se, muitas vezes, de suas
prerrogativas e responsabilidades para realizar interesses de grupos governantes, em
detrimento do interesse público e da própria ordem constitucional. Destaca, ainda, Paulo
Bonavides a deficiência da fórmula adotada para a nomeação dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, uma vez que a indicação fica a cargo do Presidente da República, e o
Senado tem feito de seu poder de sabatina uma mera formalidade. Não obstante, defende que
a guarda da Constituição deveria ser função exclusiva da Suprema Corte, vislumbrando uma
aproximação ao modelo austríaco de Hans Kelsen.23 Quanto à interferência do Executivo no
Legislativo, basta mencionar a grande quantidade de medidas provisórias, que impedem o
exercício das atividades parlamentares de discussão e votação dos projetos de lei, ignorando,
amiúde, os requisitos de relevância e urgência impostos pela Constituição.
Feitas estas considerações acerca da teoria da separação dos poderes, demonstrada sua
positivação como princípio de suma importância no constitucionalismo brasileiro, em especial
na Constituição Federal de 1988, e identificados problemas em sua aplicação, passa-se à
análise de um caso específico, permeado pela discussão acerca da divisão de poderes: o
controle judicial do veto por inconstitucionalidade.

20
CF/88, art. 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.” Art. 60, §4º: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] III - a
separação dos Poderes.”
21
É importante ter em mente que a omissão de um poder desrespeita o princípio da separação dos poderes tanto
quanto sua ação. A independência e a harmonia são duas faces da mesma moeda. Não há motivos para
considerar uma atuação exorbitante das prerrogativas de um poder mais grave que sua omissão ao permitir a
exorbitância de atuação de outro poder: é a mesma coisa vista sob ângulos distintos; em ambos os casos há
omissão e exorbitância na atuação dos poderes; em ambas as situações falha o equilíbrio caracterizador do
sistema de freios e contrapesos.
22
Id. Jurisdição constitucional e legitimidade (algumas observações sobre o Brasil). Revista Estudos
Avançados, v. 18 (51), pp. 127-50, São Paulo, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n51/a07v1851.pdf>. Acesso em 29 jun. 2009.
23
BONAVIDES, Paulo. Op. cit., pp. 127-44.

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3 O VETO
3.1 Considerações gerais

O veto é a forma com a qual o Chefe do Executivo manifesta sua discordância com
projeto de lei aprovado pelo poder Legislativo.24 A teoria geral do veto costuma atribuir a este
instituto natureza de ato estritamente político. Discute-se, entretanto, se o veto possui caráter
executivo ou legislativo. Montesquieu entendia que, por apresentar tão-somente a faculdade
de impedir, e não de participar na elaboração das leis, o veto deveria ser considerado um ato
de caráter executivo. Todavia, a maior parte dos publicistas, como Mário Cassanta e Navarro
de Brito, entende ser o instituto em questão ato de caráter legislativo, embora praticado pelo
Chefe do Executivo, considerando-o uma etapa final do processo de elaboração das leis.25
Adotando-se a segunda concepção, torna-se fundamental, face ao princípio da separação dos
poderes, que se definam as limitações de seu exercício.
Desse modo, tradicionalmente confere-se ao veto o caráter de relatividade, com
previsão nas Constituições da possibilidade de rejeição do ato do Chefe do Executivo pelo
Legislativo. Ademais, muitos ordenamentos, dentre os quais o brasileiro, optam pela
enumeração dos possíveis motivos do veto, ou seja, das razões existentes quando da utilização
do instituto. Destarte, dois motivos ocupam lugar de relevo: o veto por inconstitucionalidade e
o veto por inoportunidade. Enquanto o primeiro funda-se na averiguação da compatibilidade
do projeto de lei à Constituição, o segundo baseia-se no exame qualitativo do projeto e na
análise da adequação deste ao interesse público.26
Conforme Gilmar Ferreira Mendes27, et al, a Constituição Federal de 1988 trata o veto
como ato irretratável do Presidente da República, devendo ser expresso e fundamentado na
inconstitucionalidade do projeto (veto jurídico) ou na contrariedade ao interesse público (veto
político). Pode, ainda, ser o veto total, quando compreende todo o projeto, ou parcial, quando
atinge apenas parte dele, ressaltando-se que deve incidir sobre um dispositivo por inteiro, não
se podendo limitar a palavras, o que evita a mudança do significado da norma pela supressão
de um simples vocábulo. Aduz o jurista que o veto é relativo. Isso porque a Constituição
permite seja rejeitado pelo Congresso Nacional. Para tanto, exige-se a maioria absoluta dos

24
SILVA, José Afonso da. Op. cit., p. 528.
25
BARACHO, José Carlos de Oliveira. Teoria geral do veto. Revista de Informação Legislativa, v. 83, pp.
141-214, 1984.
26
Id. Ibid., pp. 160-61.
27
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
Direito Constitucional. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

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senadores e a maioria absoluta dos deputados, independentemente da maioria exigida


originariamente para a aprovação da lei. Essa previsão, conforme se buscará demonstrar, abre
margem à possível utilização do veto como forma de burlar o quorum exigido pela
Constituição para a aprovação da lei, sob o pretexto de infundada inconstitucionalidade. No
mais, frisa o autor que não há embaraço a que se rejeite parcialmente um veto total.

3.2 Da possibilidade do controle judicial do veto por inconstitucionalidade

Delineado o perfil do veto na ordem constitucional brasileira, passa-se à análise da


possibilidade de controle judicial do veto por inconstitucionalidade, de modo a buscar as
razões e as implicações que exigem sua aceitação pela doutrina e pela jurisprudência. Para
que se defenda a existência de controle judicial do veto por inconstitucionalidade, faz-se
necessário ir além do que tradicionalmente se diz na teoria geral do veto. É preciso perceber
um caráter diferenciado entre as duas modalidades de veto previstas constitucionalmente.
Destarte, o veto por inconstitucionalidade decorre de uma desconformidade entre o projeto de
lei e a Constituição. Tal descompasso deve ser verdadeiro e consistente, uma vez que, por
mais interpretações que se possam fazer acerca das disposições constitucionais, há parâmetros
objetivos dentro dos quais devem se situar para que a Constituição seja preservada. Por outro
lado, o veto por contrariedade ao interesse público insere-se na discricionariedade do Chefe
do Executivo, configurando-se ato estritamente político, mediante o qual se resguarda a
própria governabilidade.
A doutrina e a jurisprudência em geral não têm reconhecido tal distinção. José Alfredo
de Oliveira Baracho entende ser o veto sempre ato estritamente político, que importa um juízo
subjetivo e particular. Defende, ainda, seu entendimento com o argumento de que a própria
Constituição prevê uma única forma de apreciação do veto presidencial: a que é exercida pelo
Congresso Nacional28. O Supremo Tribunal Federal também vem posicionando-se no mesmo
sentido, uma vez que, por duas ocasiões, manifestou-se contrariamente ao controle judicial do
veto por inconstitucionalidade. Primeiramente, no julgamento da arguição de descumprimento
de preceito fundamental (ADPF) QO-1-RJ, quando considerou incabível a apreciação judicial
do veto parcial aposto pelo Prefeito do Rio de Janeiro em projeto de lei aprovado pela Câmara
Municipal; em seguida no julgamento da ADPF-73, oportunidade em que o Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB) impugnava o veto presidencial ao §3º do artigo 59 da lei

28
BARACHO, José Carlos de Oliveira. Op. cit., p. 211-14.

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10.934/04 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), e que o relator, Ministro Eros Grau, em decisão
monocrática, negou seguimento ao feito, citando o entendimento firmado na ADPF QO-1-RJ.
É oportuno lembrar, aqui, a crítica que faz Paulo Bonavides acerca da ingerência do
Poder Executivo sobre os demais poderes, sobretudo perante o Poder Judiciário. Aduz o
renomado professor que o Supremo Tribunal Federal muitas vezes tem atuado em atenção a
interesses governamentais, em detrimento da observância do interesse público e da
preservação da Constituição29. Data venia, parece, de fato, ser confortável a posição da Corte
nos julgados supramencionados, ao justificar-se com base no princípio da separação dos
poderes, uma vez que, desse modo, confere uma aparência de total atendimento aos preceitos
constitucionais e, ao mesmo tempo, não gera qualquer indisposição face ao Poder Executivo.
Não obstante, doutrina mais recente tem observado a diferença na natureza jurídica do
veto por inconstitucionalidade e por contrariedade ao interesse público, e, consequentemente,
a possibilidade de realização de controle judicial do primeiro. Nesse sentido é o entendimento
de Luís Roberto Barroso30, Gustavo Binenbojm31 e Gilmar Ferreira Mendes. Este último
assim defende a tese:

Evidentemente, a vinculação de todos os órgãos públicos à Constituição não permite


que o Chefe do Poder Executivo se valha do veto com fundamento na
inconstitucionalidade com a mesma liberdade com que poderá utilizar o veto com
base no interesse público. Dir-se-á, porém, que eventual utilização abusiva do veto
com fundamento na suposta inconstitucionalidade da proposição poderia ser sempre
reparada, pois estaria sujeita a apreciação e, portanto, ao controle do organismo
parlamentar competente. Essa resposta é evidentemente insatisfatória porque admite
que um órgão público invoque eventual inconstitucionalidade sem que esteja
exatamente convencido da sua procedência. Isso relativiza, de forma inaceitável, a
vinculação dos Poderes Públicos à Constituição. Por outro lado, parece inequívoco
que a apreciação do veto pela Casa Legislativa não se inspira exatamente em razões
de legitimidade. A ausência de maioria qualificada fundada em razões meramente
políticas implicará a manutenção do veto ainda que lastreado em uma razão de
inconstitucionalidade absolutamente despropositada.32

Como bem assenta Gustavo Binenbojm, esse entendimento evita a possível ocorrência
de fraudes ao devido processo legislativo33. Isso porque para que seja aprovada uma lei
ordinária, por exemplo, é exigida tão-somente a maioria simples; aprovado o projeto nas

29
BONAVIDES, Paulo. Op. cit., p. 138.
30
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro: exposição sistemática
da doutrina e análise crítica da jurisprudência. São Paulo: Saraiva, 2008.
31
BINENBOJM, Gustavo. A nova jurisdição constitucional brasileira. 2 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
32
MENDES, 1997, p.11-13, apud BINENBOJM, Gustavo. Op. cit., p.230.
33
BINENBOJM, Gustavo. Op. cit., p. 230-31.

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Casas do Legislativo e tendo sido vetado pelo Chefe do Executivo, é o veto submetido à
apreciação dos parlamentares. Ocorre que, nesse momento, para que o veto seja rejeitado faz-
se necessária a manifestação da maioria absoluta dos senadores e dos deputados. Note-se que,
caso a inconstitucionalidade seja manifestamente infundada, utilizada apenas para impor à
aprovação do projeto um quorum mais rígido que o constitucionalmente exigido, é
fundamental que se assegure, à maioria que aprovou inicialmente o projeto de lei, a
possibilidade de levantar a questão perante o Supremo Tribunal Federal. Deixe-se claro que
não se trata de atribuir à Corte uma competência originária para apreciar todo e qualquer veto
fundado na inconstitucionalidade. O que se intenta é que a maioria que aprovou o projeto, e
que assim o fez no uso de suas atribuições constitucionais, após parecer positivo de
constitucionalidade pelas comissões das Casas do Congresso Nacional, possa defender-se de
um veto baseado em uma inconstitucionalidade notoriamente descabida. Para isso, há de se
reconhecer legítima a apreciação, pelo Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição,
da inconstitucionalidade alegada. Nesse sentido, aduz Gilmar Ferreira Mendes:

A indagação que subsiste diz respeito à possibilidade de que se pudesse judicializar


a questão constitucional, tendo em vista a aferição da legitimidade ou não do
fundamento invocado. Em um sistema de rígida vinculação à Constituição, parece
plausível admitir, pelo menos, que a maioria que garantiu a aprovação da lei deveria
ter a possibilidade de instaurar tal controvérsia. Quanto ao instrumento processual
adequado, deve-se mencionar que o Supremo Tribunal Federal tem admitido a
utilização do mandado de segurança em situações típicas de conflito entre órgãos.34

Portanto, seguindo o entendimento de Hely Lopes Meirelles, pode-se defender a


utilização de mandado de segurança para a solução da controvérsia apontada, uma vez que se
trata de conflito entre Poderes e de defesa de prerrogativas de funções35.
Por fim, cabe responder à seguinte indagação: admitindo-se o controle judicial do veto
por inconstitucionalidade, não se poderia simplesmente justificar o veto por meio da
contrariedade ao interesse público, esquivando-se de qualquer forma de controle? Entende-se,
com Gustavo Binenbojm que, nesse caso, o Chefe do Executivo arcaria com o ônus político
de seu ato, posto que restaria claro que o veto partiu de uma vontade política contrária à
elaboração da lei36. O controle judicial do veto por inconstitucionalidade tem, destarte, o

34
MENDES, 1997, p.11-13, apud BINENBOJM, Gustavo. Op. cit., p.230.
35
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança. 30 ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
36
BINENBOJM, Gustavo. Op. cit., pp. 231-32.

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condão de evitar que o Chefe do Poder Executivo exima-se de suas responsabilidades


políticas, escondido sob o manto da inconstitucionalidade.

4 CONCLUSÃO

Deve ser admitido o controle judicial do veto por inconstitucionalidade, uma vez que
tal modalidade de veto possui natureza jurídica distinta da que é atribuída à outra espécie de
veto prevista na Constituição Federal de 1988, o veto por contrariedade ao interesse público.
O veto motivado desta maneira é ato estritamente político, fundado, portanto, no que entende
o Chefe do Executivo ser melhor para a sociedade. Já o veto por inconstitucionalidade
prende-se a critérios objetivos, posto que não se afiguram legítimas as interpretações que
desvirtuem o sentido da Constituição. Entretanto, mais que a análise dessa situação específica,
verifica-se a delineação de um contexto de crise política, sobretudo no que se refere à
aplicação do princípio da separação dos poderes. Desse modo, cabe a toda a sociedade cobrar
das instituições que não se eximam de suas atribuições, sobretudo quando estas são
fundamentais à manutenção da integridade da Constituição. Esta é instrumento jurídico que
serve à garantia dos direitos fundamentais e à estruturação e organização do Estado brasileiro:
ao perder força, perdem força as instituições, perde força o povo.

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