Sei sulla pagina 1di 12

Universidade Aberta

Grelha de Análise de
sites sociais
Trabalho para a Unidade Curricular:
Media Digitais e Socialização

Ana Prata

Nuno Almeida

Julieta Silva

Raquel Ramos

10 de Janeiro de 2010

M e s t r a d o e m g e s t ã o d a I1n f o r m a ç ã o e B i b l i o t e c a s
Escolares
Índice

Introdução........................................................................................................................2

1. Construção de uma grelha de análise: metodologia............................................3

2. Resultados obtidos...............................................................................................4

Conclusão ........................................................................................................................6

Anexo1: Grelha de análise de sites sociais de jovens......................................................7

Referências bibliográficas.............................................................................................10

2
Introdução

A identidade de qualquer indivíduo desenvolve-se ao longo de todo o ciclo vital,


mas é na adolescência que ocorrem todas as transformações necessárias à construção
dessa identidade, sendo também nesta fase que “estão reunidos todos os ingredientes
para a construção de uma identidade pessoal” (Zacarés, 1997, citado por Schoen-
Ferreira, Farias e Silvares, 2003).
Com a evolução da tecnologia e o poder de sedução que os média exercem nas
nossas crianças e jovens, ficaram criadas as condições para que as novas tecnologias
fossem rapidamente postas ao serviço de atitudes e comportamentos individuais, grupais
e intergrupais que definem e mobilizam os jovens da nossa era. As estatísticas mais
recentes apontam para uma utilização sem precedentes dos média, tanto por jovens
como por adultos. Mas, segundo Stern (2008), o número de jovens que coloca
actualmente conteúdos e constrói páginas na Internet é superior em mais do dobro ao
dos adultos.
Nesta globalização tecnológica, os adultos passaram a encarar com desconfiança
esta forma de estar dos “Digital Natives”; aqueles julgam-nos através de uma lógica: a
dos seus próprios padrões culturais de comportamentos e consideram estas práticas
ocupacionais como pouco proveitosas e pouco edificantes. Porém, Stern (2008) afirma-
nos que há motivos para que os jovens valorizem a expressão do “eu” em espaços
públicos. No seu texto “Producing Sites, Exploring Identities: Youth online
Authorship”, explica-nos as razões das pesquisas efectuadas, junto dos jovens,
chegando a algumas conclusões muito interessantes: a construção de sites reveste-se de
formas profundamente positivas e gratificantes quer na expressão da sua individualidade
quer na forma como interagem e “ se sentem unidos numa rede mais ampla de pares”.
O trabalho aqui desenvolvido pretende mostrar formas de ser e de estar em
ambiente de rede social, e dentro do possível dar conta de algumas características
potencialmente definidoras de um perfil ou perfis de jovens.
Foi seguida a metodologia aconselhada: a construção de uma grelha de
observação, com base nos textos estudados e elegemos o Facebook como campo de
observação de oito casos. Os jovens escolhidos oferecem alguma homogeneidade: são
quase todos da mesma idade, com formação do ensino secundário na área das Artes.

3
1. Construção da grelha de análise: metodologia

A construção de uma grelha de análise de sites sociais de jovens teve por base a
leitura dos textos de Huffaker (2008) e Schmitt (2008) disponibilizados nesta unidade
curricular. Estes dois autores, através dos trabalhos de investigação levados a cabo,
fornecem uma série de informação sobre a construção da identidade social e o uso da
Internet. Recorrendo aos blogues e às redes sociais, os “digital natives”, de acordo com
a definição de Prensky, exploram a sua identidade através da linguagem que utilizam,
das escolhas que fazem e da personalidade que assumem.
A leitura dos textos dos autores referidos, bem como a análise de algumas redes
sociais, permitiram-nos fazer o levantamento de uma série de características comuns aos
jovens que utilizam o mundo virtual. Optámos por agrupar as características em duas
grandes categorias: identidade pessoal (quem sou eu?) e identidade psicossocial (onde
vivo?) Dentro da identidade pessoal incluimos as seguintes características: expressão
dos sentimentos, emoções, dúvidas e interesses, capacidade de auto-crítica e reflexão,
emancipação dos adultos, definição da orientação sexual, criatividade e crenças,
convicções. No que respeita à identidade psicossocial, pretendemos analisar aspectos
relacionados com a socialização, a aceitação/validação social e a aprendizagem de
normas. As marcas identitárias que pretendemos observar nos sites analisados são as
que constam da grelha que segue em anexo (ver Anexo 1).
Após a análise da amostra escolhida (oito sites) adaptámos alguns aspectos da
grelha: certas marcas identitárias não eram identificáveis na rede social Facebook,
outras não tinham sido contempladas por nós na construção da grelha.
Depois de analisados os oito sites, chegámos às conclusões que a seguir se
enunciam.

4
2. Resultados obtidos

Os jovens manifestam nos seus sites os seguintes aspectos em comum:

1. Preferências/interesses:

• Música: Todos revelam as suas preferências musicais que abrangem bandas


portuguesas e estrangeiras com predominância destas últimas. A maioria prefere
grupos actuais e um deles tece grandes comentários críticos a diversas bandas.

• Moda: a preocupação com a moda é referida por todos, em particular no campo


da música.

• Imagens/fotos: Todos os sites observados exibem pelo menos uma foto pessoal
mas a maior parte são de artistas favoritos, sobre pontos de vista (ex: anti-
tourada) ou temas comentados.

• Sites preferidos: todos indicam sites preferidos. Maioritariamente são sobre


música, mas também se referem a diversos artistas e formas de arte,
alimentação, ecologia, direitos dos animais, política, bodyboard...

2. Opiniões: Mais de 60% manifesta opinião sobre os assuntos preferidos.

3. Informação pessoal:

• Nome, idade e sexo: todos indicam o nome, a idade e o sexo.

• A posição política, directa ou indirectamente, também é referida - 50%


manifesta posição genérica sobre o assunto, mais ou menos definida. Ex:
“elitista e anti-social”, “direita”, “posição cívica LGBT”.

• Contactos: Nenhum apresenta e-mail, nº de telemóvel, telefone ou morada.

4. Amigos:

• Em média têm mais de 150.


• São amigos e amigos de amigos.

5
• São colegas: rapazes e raparigas.
• São amigos de jogos on-line e de websites.
• Têm poucos estrangeiros ou adultos.
• Nenhum dos sites revela se já conheciam os amigos fora da rede.
5. Competências tecnológicas: cinco dos oitos sites analisados revelam
competências tecnológicas dos seus autores.
As seguintes marcas identitárias não são comuns a todos, mas fornecem dados sobre
a identidade dos jovens:

1. Linguagem“netspeak”: Nos sites observados, apenas um grupo restrito, cerca de


30%, recorre a “emoticons”, calão, acrónimos ou outros símbolos para se
expressar.

2. Preferências/ interesses:

• Filmes/cinema: Apenas 25% declara as suas preferências por filmes e/ou


festivais de cinema. Um deles descobre com os amigos filmes de
antologia e realizadores “clássicos”.

• Livros: não há referências a livros ou jornais.

• Programas de TV: dois jovens manifestam gosto por séries televisivas.

• Citações: apenas um faz citações de letras de canções.

• Sexo: apenas um dos sites apresenta breves referências.

• Outros interesses referidos individualmente: jogos, construção de


páginas, teatro, desporto, gastronomia (pastéis de Belém, chocolate),
jornalismo, fotografia, estilo Gótico, amizade, astrologia, mulheres,
namoro, bodyboard, criar uma relação, estabelecer contactos
profissionais.

3. Informações pessoais:

• Família: apenas um refere que tem uma irmã.

• Problemas familiares/escolares: não há referência em nenhum dos sites.

6
• Religião: ninguém faz referência à religião.

4. Outras marcas:

• Não há referências que permitam inferir sobre a preocupação com as


regras do grupo.

• Apenas num site se verifica a alusão a elogios.

• Apenas num site aparece uma ligação para um blogue temático, que
fornece informação mais detalhada sobre a pessoa.

• Em dois sites existem referências ao conceito que os jovens têm de si


próprios: “simpática, carinhosa, romântica, sonhadora, amiga do meu
amigo, sincera, leal, paciente, bem-disposta”; “Sou um rapaz
simpático/lindo”, “ às vezes sou preguiçosa, muito teimosa, mazinha,
rude”.

Conclusão

Talvez pelo facto de a idade dos autores dos sites analisados ser próxima da
idade adulta, não encontrámos algumas das marcas identitárias que esperávamos,
provavelmente mais comuns entre adolescentes mais jovens. Constatámos, por exemplo,
que estes jovens não revelam, para além do nome e da escola, outros dados pessoais
como morada ou telemóvel. Revelam deste modo uma postura mais adulta em relação
aos possíveis “perigos / predadores / inconvenientes” do mundo internauta. Talvez por
essa razão não exibam álbuns de fotografias pessoais ao visitante. Este comportamento
é facilitado pelo formato desta rede social que apresenta um modelo padrão e garante
um determinado nível de protecção em relação aos intrusos.
Igualmente reservados em relação à sua vida ou orientação sexual, os jovens
observados em espaço virtual, parecem ter ideias definidas sobre os objectivos que os
levam a comunicar em rede – trocar impressões com novos amigos sobre assuntos da
sua preferência, na maioria dos casos – MÚSICA. Este é o tema que ocupa a maior
parte do “espaço” dos sites pesquisados e as ligações que sugerem com outros sites.

7
No entanto, para além desta marca, verificámos outras como a necessidade de
exibir grande número de amigos e utilizar uma linguagem “netspeak”. Alguns
manifestam competências tecnológicas na apresentação do site, sendo difícil avaliar até
que ponto isso corresponde a uma necessidade de afirmação pessoal, ou tão-somente a
uma manifestação do gosto pessoal.
Por último, não podemos deixar de destacar a total ausência de referências a
livros e outras leituras em suporte impresso, ainda que tenham surgido referências a
cinema e a jornalismo. Este indicador não revela necessariamente falta de interesses em
bens culturais, mas é uma evidência a crescente influência da cultura digital, reforçada
pela área de formação académica comum: formação do ensino secundário especializada
em fotografia, vídeo, cinema e multimédia. Podemos, por estas razões, identificar este
grupo como pertencendo à tribo dos nativos digitais.

8
Anexo 1: Grelha de análise de sites sociais Janeiro / 2010

Identid Característi Marcas Site Site Site Site Site Site Site Site
ade cas 1 2 3 4 5 6 7 8

Linguagem
Pessoal: afirmação da personalidade

→ Expressão de “netspeak”:
sentimentos Preferências /
emoções, interesses:
dúvidas,
interesses • Música
• Filmes
→ Capacidade de
auto-crítica e /Cinema
reflexão • Livros
• Programas de
→ Emancipação TV
dos adultos • Citações
(procura de • Sites
liberdade + preferidos
maioridade)
• Imagens/fotos
→ Definição da • Sexo
orientação sexual • Outros
/ emancipação / Emite opiniões
iniciação
Informações
pessoais:

9
→Criatividade •
(Quem sou Eu?)
Nome
• Idade
→Preocupações • Sexo
→Crenças/convic • Namoro
ções • Família
• Estado Civil
• Posição
política
• Problemas
famiiares /
escolares
• Religião
• Contactos
Amigos:
(Onde vivo Eu?)Psicossocial

→Socialização • Quantos?
• Quem são?
→Necessidade de Outras marcas:
pertencer a um
• Preocupação
grupo
com a moda
→Aceitação/ • Preocupação
validação social com as regras
do grupo
→Aprendizagem • Recebe / dá
de normas elogios

• Construção de
um diário
• Capacidade de
auto-crítica
Revela competências

10
tecnológicas
na apresentação do
site

11
Referências bibliográficas:

Huffaker, D. : Calvert, S. (2008). Gender Identity and Language Use in Teenage Blogs.
In Journal of Computater-Mediated Communication, 10 (2), article 1.

Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Farias, M.; Silvares, E. (2003). A construção da identidade

em adolescentes: um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8(1), 107-

115.

Schmitt, K.; Dayanim, S.: &Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as

an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-


506.

Stern, S. (2008). Producing sites, exploring identities: youth online authorship. In

Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.

http://www.mitpressjournals.org/doi/pdf/10.1162/dmal. 9780262524834.095

(acedido a7 de Janeiro de 2010)

12

Potrebbero piacerti anche