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U m a r a d i o g r a f i a d a d e s t r u i ç ã o d oPesquisar
real - ou:
economia forte com uma moeda doente
por Leandro Roque, quinta-feira, 19 de março de 2015

4
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Os americanos estão rindo à


toa. E às nossas custas. Tanto
o café da manhã quanto o
churrasco deles ficaram bem
mais baratos. Do pão ao café, C o n e c t e - s
passando pelo bacon e pela
Siga-nos no Twitter
carne de boi, tudo barateou para
eles. Mises no Facebook

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isso? Nós brasileiros. E, como
consequência dessa nossa Ú l t i m o s c
"gentileza", esses mesmos "1) Por vários motivos. Em primeiro
alimentos ficaram bem mais lugar, porque o próprio governo quis.
caros para nós. Até..."
Leandro em Uma radiografia da destruição
Com o esfacelamento do real perante todas as moedas do mundo — e ainda mais intensamente perante o dólar —, do real - ou: não há economia forte com
uma moeda doente (artigo)
a aquisição de trigo, café, soja, açúcar, laranja e carne do Brasil ficou muito mais barata para os americanos e
estrangeiros em geral. "O problema é que existe no Brasil
uma antiga e sólida cultura
Consequentemente, os produtores brasileiros dessas commodities passaram a vendê-las em maior quantidade inflacionária,..."
para o mercado externo, gerando uma diminuição da sua oferta no mercado interno e um aumento dos seus Pedro M undim em Uma radiografia da
preços. destruição do real - ou: não há economia
forte com uma moeda doente (artigo)
Fartura para os estrangeiros, carestia para nós.
"Eu refutarei todos os dados desse
Os preços da carne bovina, por exemplo, que foram até motivo de debate na campanha eleitoral, seguem artigo com duas palavras: "elite branca"...."
Gustavo S. em Uma radiografia da
crescendo. E, nesse caso, a desvalorização do câmbio tem um efeito duplo: de um lado, ela aumenta as destruição do real - ou: não há economia
exportações e reduz a oferta interna; de outro, ela encarece o preço da soja (a soja é uma commodity precificada forte com uma moeda doente (artigo)
em dólar. Se o real se desvaloriza perante o dólar, o preço da soja em reais aumenta). E, dado que o farelo de
soja é utilizado como ração para bovinos, o encarecimento da soja encarece todo o processo de produção. "Leandro, Obrigado pela resposta.
(Apenas neste mês de março, a tonelada do farelo de soja subiu de R$ 1.070 para R$ 1.250) Achei interessante essa observação:
"No..."
Vitor Santos em Uma radiografia da
Consequentemente, os preços da carne são pressionados tanto pela diminuição da oferta quanto pelo destruição do real - ou: não há economia
encarecimento da produção. Por trás de tudo, está o câmbio. forte com uma moeda doente (artigo)

E o problema é que a desvalorização cambial não se restringe apenas ao setor alimentício ou às commodities. "Excelente artigo! Escrito de forma
Tampouco a desvalorização cambial, ao contrário do que muitos pensam, afeta apenas os preços de bens clara e objetiva. Até um leigo em
importados. economia,..."
Reginaldo em Uma radiografia da
destruição do real - ou: não há economia
A desvalorização cambial é um fenômeno que gera carestia generalizada em praticamente todos os bens e forte com uma moeda doente (artigo)
serviços do mercado interno, pois ela gera um efeito em cascata.

Além de encarecer alimentos (em decorrência dos fenômenos acima descritos), remédios (85% da química fina é B l rsso g
importada), e todos os importados (de eletroeletrônicos e utensílios domésticos a roupas e mobiliários), a
A impiedosa destruição do real
desvalorização cambial também encarece os preços das passagens aéreas (querosene é petróleo, e petróleo é
(números atualizados para março)
cotado em dólar), das passagens de ônibus (diesel também é petróleo), e até mesmos os preços dos alugueis e por Leandro Roque - 26/01/2015
das tarifas de energia elétrica (ambos são reajustados pelo IGP-M, índice esse que mensura commodities e
Por que as eleições geram brigas
matérias-primas, ambas sensíveis ao dólar).
entre amigos
por Fernando Chiocca - 23/10/2014
E o aumento do aluguel e o encarecimento da eletricidade, por sua vez, afetam os custos de todos os
estabelecimentos comerciais, os quais terão de elevar os preços de seus produtos e serviços (o cabeleireiro e a Debate entre o presidente do IMB,
Helio Beltrão, e Paul Singer, fundador

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manicure cobrarão mais caro, assim como o dentista e a oficina mecânica). do PT
por Equipe IMB - 25/09/2014
E todos esses aumentos generalizados farão com que os autônomos que atuam no setor de serviços — o Comedimento e sobriedade
eletricista e o encanador comem pão e carne, cortam cabelo, pagam conta de luz e levam seus carros para por Helio Beltrão - 10/06/2014
consertar — também tenham de aumentar seus preços.
O que fazer com a Petrobras?
por Leandro Roque - 07/04/2014
Ou seja, não há escapatória: uma desvalorização cambial mexe com toda a estrutura de preços da economia.
veja mais...
Por que uma moeda fraca afeta negativamente toda a economia
L o j a V i r t
A saúde de uma economia é totalmente dependente da saúde de sua moeda. Dado que o dinheiro representa a Os Fundamentos Contra o
metade de toda e qualquer transação econômica, a robustez da moeda irá determinar a saúde de toda a Antitruste
economia. Se a moeda enfraquece, a economia vai junto. Se a moeda fica doente, a economia também adoece.
Mises: Revista Interdisciplicar de
Não há como uma economia se fortalecer se a sua moeda está enfraquecendo. Filosofia, Direito e Economia. Vol 1 -
Nº2
Classicamente, o dinheiro tem a função de ser um meio de troca. Mas, além de facilitar as transações Teoria e História
econômicas, o dinheiro também tem a função de mensurar o valor dos bens e serviços. Ao vender ou comprar
qualquer bem ou serviço — seja um carro, um apartamento ou uma mão-de-obra —, você o precifica em Democracia – o Deus que Falhou
unidades monetárias. O dinheiro é a régua com a qual você faz essa mensuração. Toda a riqueza material que Conferência de EA 2014 - Inscrição
possuímos é mensurada pela nossa moeda. - Meia (associados)
veja mais...
Daí os economistas clássicos, à sua época, defenderem a ideia de que a moeda, para ser eficaz, deveria ser a
mais estável possível. Tais economistas corretamente compreenderam que ter uma moeda fiduciária, não B i b l i o t e c
lastreada por nada, e cujo valor flutuasse constantemente seria o equivalente a utilizar unidades de medida que
O Livro Negro do Comunismo
flutuassem diariamente. por Diversos Autores
Imagine o que ocorreria se a definição de metro, grama e minuto fosse alterada diariamente? Num dia, o metro Teoria e História
tem 100 centímetros; no dia seguinte, o metro se desvaloriza e passa a valer 95 centímetros. Depois, se valoriza por Ludwig von Mises
e passa a ter 107 centímetros. Como seria possível fazer qualquer obra dessa maneira? Bitcoin - a moeda na era digital
por Fernando Ulrich
Assim como um metro flutuante e um minuto flutuante gerariam vários erros de construção, de cálculo e de
O que deve ser feito
planejamento, um dinheiro flutuante gera uma enorme quantidade de investimentos insensatos, uma grande
por Hans-Hermann Hoppe
desarmonia nas transações e um profundo caos no cálculo econômico.
Por uma nova liberdade - O
Por isso, ao longo da história humana, o ouro sempre foi a mercadoria naturalmente escolhida para servir como meio de Manifesto Libertário
troca e unidade de conta. Sua tradicional estabilidade como unidade de conta fez dele uma escolha natural para por Murray N. Rothbard
veja mais...
definir aquilo que hoje conhecemos como dinheiro.

(Em dezembro de 2008, um arqueólogo britânico descobriu, nos arredores de Jerusalém, aproximadamente 300 M u l t i m í d i
moedas de ouro datadas de 600 d.C., todas elas emitidas pelo imperador bizantino Heráclio, e todas elas valendo Podcast Mises Brasil
o mesmo tanto que valiam há 1.400 anos, se não mais.) por Bruno Garschagen - 06/01/2016
Conferência de Escola Austríaca
Hoje, infelizmente, a teoria econômica que se tornou dominante — e que é adotada por quase todos os governos
2014
— inverteu completamente essa lógica. Os economistas de hoje não mais veem o dinheiro como uma unidade de por Diversos - 23/10/2014
conta que deve ser a mais estável possível. Não. Eles querem flutuar o metro, o minuto e o grama. Eles querem
A Crise de 2008 - Helio Beltrão,
ter uma régua, um relógio e uma balança que sejam diariamente alterados. E eles genuinamente acreditam que
Paul Singer, e Carlos Eduardo Carvalho
isso gera desenvolvimento econômico. por Helio Beltrão - 15/09/2014

Os economistas de hoje acreditam que uma unidade de conta sem qualquer âncora, totalmente volúvel e II Encontro de Escola Austríaca de
flutuante, turbina a atividade econômica. Pior ainda: dentre esses economistas, há aqueles que vão ainda mais Brasília - 2013
por Equipe IMB - 06/05/2013
além e dizem abertamente que, quanto mais distorcida for nossa unidade de conta, maior será a nossa criação de
riqueza e maior será nosso desenvolvimento. "Destrua a moeda, e surgirão uma Apple, uma Microsoft e uma Fraude - Explicando a grande
Google", parece ser o lema. recessão
por Equipe IMB - 31/10/2012
veja mais...
A crença, sem nenhuma lógica, é a de que uma moeda desvalorizada, sem poder de compra, irá estimular as
pessoas a produzir mais e melhor, e a investir com mais sapiência. "Altere fortemente a definição de metro,
minuto e grama, e amanhã viramos uma Suíça".

Eis o principal problema com esse raciocínio: quando investidores investem, eles estão, na prática, comprando
um fluxo de renda futura. Para que investidores invistam capital em atividades produtivas, eles têm de ter um
mínimo de certeza e segurança de que terão um retorno que valha alguma coisa.

Mas se a unidade de conta é diariamente distorcida e desvalorizada, se sua definição é flutuante, há apenas caos
e incerteza. Se um investidor não faz a menor ideia de qual será a definição da unidade de conta no futuro
(sabendo apenas que seu poder de compra certamente será bem menor), o mínimo que ele irá exigir serão
retornos altos em um curto espaço de tempo.

É exatamente por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvalorização, (alta inflação de preços),
são raros os investimentos vultosos de longo prazo. É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta
desvalorização, os juros são altos. É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvalorização, os
bens produzidos são de baixa qualidade. É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta
desvalorização, as pessoas são mais pobres.

E é exatamente por isso que uma moeda forte e estável é indispensável para o crescimento econômico. Quando

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a moeda é estável, investidores têm mais incentivos para se arriscar e financiar ideias novas e ousadas; eles têm
mais disponibilidade para financiar a criação de uma riqueza que ainda não existe. O investimento em tecnologia
é maior. O investimento em soluções ousadas para a saúde é maior. O investimento em infraestrutura é maior.
O investimento em ideias para o bem-estar de todos é maior.

Já quando a moeda é instável — ou passa por períodos de forte desvalorização —, os investidores preferem se
refugiar em investimentos tradicionais e mais seguros, como imóveis e títulos do governo. Não há segurança
para investimentos de longo prazo, que são os que mais criam riqueza.

Uma moeda instável desestimula investimentos produtivos. E, consequentemente, age contra o crescimento
econômico.

É por isso que nenhum país que tem moeda instável e com baixo poder de compra produz bens de qualidade e
que são altamente demandados pelo comércio mundial. Todos os bens de qualidade são produzidos em países
com inflação baixa e moeda forte. Apenas olhe a qualidade dos produtos alemães, suíços, japoneses,
americanos, coreanos, canadenses, cingapurianos etc.

Uma moda fraca e instável, portanto, não apenas afeta todos os preços internos de um país (se a moeda está
fraca, então será necessária uma maior quantidade dela para adquirir o mesmo bem), como também enfraquece
toda a economia.

Não há escapatória: moeda fraca, investimentos baixos, economia fraca, carestia alta. Sem exceção.

A prática no Brasil

Toda essa longa digressão foi para explicar o que está ocorrendo no Brasil. Nossa moeda está doente. E essa
doença da moeda é, sem dúvida, o grande catalisador da insatisfação generalizada com o governo Dilma.

Este artigo exibe 20 gráficos que mostram que, durante o governo Dilma, o real se tornou uma moeda
assustadoramente instável e fraca, tendo se desvalorizado até mesmo perante as moedas do Haiti, do Paraguai e
da Bolívia.

Mas mensurar o real perante outras moedas igualmente fiduciárias ainda não conta toda a história. Para ver a
verdadeira saúde da moeda é necessário compará-la ao ouro — mais especificamente, a evolução do preço do
ouro nesta moeda.

O ouro sempre foi a constante historicamente usada para mensurar objetivamente a robustez de uma moeda. Se
o preço do ouro está subindo, a moeda está enfraquecendo; se o preço do ouro está caindo, a moeda está se
fortalecendo.

No que mais, dado que o ouro é uma commodity que é literalmente transacionada diariamente e a todo o
momento, o preço do ouro representa um indicador instantâneo que expõe, antes de todas as outras estatísticas
posteriormente coletadas, os erros (e os acertos) da política monetária.

E como se comportou o real, desde sua criação, perante o ouro? O gráfico abaixo mostra o preço, em reais, de
um grama de ouro desde 1º de julho de 1994 (ignore aquelas linhas verticais; é defeito do algoritmo do Banco
Central):

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Gráfico 1: preço, em reais, de um grama de ouro.

O gráfico revela informações muito interessantes:

1) Quando nasceu, eram necessários R$ 10,50 para comprar 1 grama de ouro. Hoje, são necessários R$ 120.
Isso significa que o real já se desvalorizou 91% desde sua criação.

2) Houve dois períodos em que o real foi relativamente estável perante o ouro: de julho de 1994 a dezembro de
1998, e de janeiro de 2004 a agosto de 2008.

3) Esses dois períodos foram justamente aqueles em que o percentual de pobreza extrema mais caiu: 30% de
1993 a 1998, e 50% de 2003 a 2008.

4) Também foi durante estes dois períodos que a inflação de preços acumulada em 12 meses mais caiu: de
5.000% em junho de 1994 para 1,65% em dezembro de 1998, e de 17% em maio de 2003 para 3% em abril de
2007 (depois subindo para 6% em meados de 2008, em grande parte por causa da grande carestia mundial
vivenciada pelos alimentos e pelo petróleo naquela época).

5) Já os dois períodos de maior descontrole foram os de 1999 a 2002, quando o preço do ouro quadruplicou e a
pobreza extrema aumentou quase 10% (ver os dois links do item 2), e de meados de 2008 até hoje, em que o
preço do ouro subiu 2,8 vezes. E, embora a pobreza extrema ainda tenha sido reduzida de 2008 até 2012, seu
ritmo de queda foi bem mais lento (ver links do item 2). E, em 2013, a pobreza extrema voltou a subir.

6) Como era de se esperar, o investimento explodiu logo após a criação do real, chegando a 24% do PIB no
segundo semestre de 1994, taxa até então insuperada. E se manteve em torno dos 20% até 1998. Depois, caiu
9% de 2000 a 2003. Já de 2003 a 2008, nova disparada, com um aumento de 25% (de 15,3% para 19,1% do
PIB). A partir de 2008, no entanto, e como era de se esperar só de olhar o gráfico, o investimento estagnou.

7) Quando a moeda começa a se desvalorizar mais intensamente, ocorre aquilo que Mises chamou de "corrida
para ativos reais": os investidores, em vez de aplicar seu capital em investimentos produtivos e criativos, passam
a investir em ativos que oferecem proteção contra a desvalorização da moeda. Investimento em imóveis é a
forma mais tradicional no Brasil. Não é de se surpreender, portanto, que a explosão nos preços dos imóveis no
Brasil tenha ocorrido entre 2006 e 2012 (período em que o preço do ouro aumentou 3,5 vezes).

8) O atual momento de forte desvalorização do real, que gerou contração nos investimentos, sintetiza bem o
descontentamento com o atual governo. O grama do ouro nunca esteve tão caro na história do real, e o ritmo da
desvalorização só perde para o de janeiro de 1999. A população está perdendo seu poder de compra
aceleradamente.

Não é à toa que a confiança do empresariado despencou forte e está no menor nível da série histórica:

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9) No entanto, caso a atual desvalorização do real (veja a extremidade direita do gráfico 1) se mantenha, não
descarte uma ressurreição na atividade imobiliária para fins puramente especulativos e de proteção de riqueza.

Vale repetir: quando a moeda se torna instável e se desvaloriza fortemente, o investimento deixa de ter fins
produtivos e passa a se concentrar em atividades puramente especulativas, com o intuito de proteger a riqueza.

Nos Estados Unidos

Agora vejamos os Estados Unidos.

Lá, é possível perceber fenômenos idênticos. O gráfico a seguir mostra a evolução do preço de uma onça (31,1
gramas) de ouro em dólares:

Gráfico 2: preço, em dólares, de uma onça (31,1 gramas) de ouro

Algumas breves constatações:

1) Até 1971, o dólar era ancorado ao ouro. Em agosto de 1971, o presidente Nixon aboliu essa âncora, e o dólar
passou a flutuar.

2) Como mostra o gráfico, a década de 1970 foi a década perdida dos EUA, principalmente o período 1976-1980,
com a famosa estagflação do governo de Jimmy Carter.

3) Imediatamente após a flutuação do dólar, ocorreram nada menos do que 3 recessões em apenas 8 anos

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(áreas cinzas).

4) No entanto, de 1983 a 2000, o preço do dólar se manteve relativamente estável em relação ao ouro.
Naturalmente, esses foram os anos da pujança americana. Alto crescimento, fartos investimentos, baixa inflação
de preços, padrão de vida inigualável, pujança tecnológica, domínio econômico global. A quantidade de pessoas
empregadas em relação à população total alcançou um nível que não mais foi superado. Vale observar que grandes
empresas tecnológicas como Microsoft, Intel e Apple, embora tivessem sido criadas em décadas anteriores, só
realmente se expandiram forte na década de 1980, quando abriram seu capital. Adicionalmente, a Cisco foi
criada na década de 1980, e a Google, em 1998. E não nos esqueçamos da incrível Amazon, fundada em 1994.

5) A partir de 2002, o dólar começa a se desvalorizar fortemente. A Guerra do Iraque, iniciada em março de
2003, acelerou ainda mais a desvalorização. Entre 2002 e 2008, o preço da onça de ouro pula de US$ 300 para
quase US$ 1.000. E, como explicou Mises, isso gerou uma corrida para ativos reais, que culminou na bolha
imobiliária. As pessoas pegavam empréstimos, compravam imóveis e revendiam a preços ainda maiores. É por
isso que há quem diga que a bolha imobiliária americana nada mais foi do que uma inevitável reação das
pessoas à desvalorização do dólar.

6) Embora o gráfico possa enganar, vale ressaltar que a desvalorização do dólar no período 2008 a 2012 foi
percentualmente bem menor que a do período 2002—2008.

7) Caso a atual tendência de estabilidade do dólar se mantenha, a economia americana tem tudo para se
recuperar em definitivo.

8) Observe que, de 2003 a meados de 2008, nossa moeda foi muito mais bem gerida que o dólar. Daí a grande
popularidade de Lula (leia-se: Henrique Meirelles).

Um breve comentário sobre o salário mínimo no Brasil

Recentemente, a imprensa anunciou com estardalhaço que o poder de compra do salário mínimo em janeiro deste
ano foi o maior desde 1965. Só que a fonte desse "estudo" é o próprio Banco Central, o mais interessado em
propagandear notícias a seu favor.

Utilizando uma metodologia completamente convoluta, a mesma instituição que está nos agraciando com um IPCA
de quase 8% se autopromoveu desavergonhadamente e a mídia docilmente reportou sem contestar.
Desnecessário dizer que, se tal notícia fosse realmente verídica, a aprovação do governo Dilma entre a
população que ganha salário mínimo não seria a pior desde o final do governo Collor.

Portanto, façamos o que é certo: comparemos o salário mínimo à commodity que historicamente sempre foi
utilizada para mensurar a robustez de uma moeda.

O gráfico a seguir mostra, em termos diários, quantos gramas de ouro o salário mínimo (veja aqui os valores)
comprava.

Gráfico 3: quantos gramas de ouro um salário mínimo compra

Veja como a história fica bem diferente.

1) O maior valor do salário mínimo foi alcançado em agosto de 1998. Naquela época, um salário mínimo
comprava 12,38 gramas de ouro. Não é de se estranhar, portanto, que Fernando Henrique tenha sido o único
presidente a se reeleger no primeiro turno.

2) O crescente valor do salário mínimo (estipulado pelo governo) de 1994 a 1998 explica por que o desemprego

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naquela época foi alto. Nada mais do que a velha teoria econômica em ação.

3) A abrupta queda no poder de compra do salário mínimo de 1999 a 2002 (terminou 2002 comprando apenas 5
gramas de ouro) destruiu a reputação de FHC entre os mais pobres.

4) De 2003 a meados de 2008, o poder de compra do salário mínimo dobrou. Mas, ainda assim, era equivalente
ao valor do primeiro semestre de 1997, e bem abaixo do poder de compra alcançado em meados de 1998. No
entanto, tamanha recuperação foi o suficiente para garantir a elevada popularidade de Lula.

5) Durante todo o governo Dilma, o poder de compra do salário mínimo tem sido um dos mais baixos da história
do real. Isso ajuda a explicar o baixo desemprego (que, estatisticamente, é o mais baixo da história do real). De
novo, nada mais do que a velha teoria econômica em ação.

Conclusão

O artigo foi iniciado falando sobre como nós estamos garantindo a boa, farta e barata mesa dos americanos, e à
custa de nosso próprio estômago. A extremidade direita dos gráficos 1 e 2 explica a história. Não é que o dólar
esteja se valorizando (ele está, é fato); o real é que está sendo impiedosamente destruído.

A desvalorização do real é um fenômeno que gera uma bonança para os consumidores estrangeiros e carestia
para todos os consumidores nacionais. Nossa renda efetiva cai, nosso poder de compra cai, a confiança
despenca, os investimentos desabam, a economia degringola, a pobreza aumenta. E nossos produtos, inclusive
alimentos, são mandados para fora a um volume maior.

É justamente por isso que é irônico ver economistas de esquerda defendendo desvalorização da moeda como
forma de estimular o crescimento econômico. Além de não fazer nenhum sentido econômico (adulterar a unidade
de conta da economia não gera crescimento; ao contrário, gera desinvestimento), é difícil imaginar uma medida
mais anti-povo do que essa.

A população foi às ruas protestar não só por causa da corrupção. Ela foi às ruas porque a moeda está sendo
destruída a um ritmo que mais parece a aceleração de um Fórmula 1, e isso afeta diretamente a qualidade de
vida, o bem-estar e robustez da economia.

A conta de luz subiu 50%. O dólar está em R$ 3,25. O país está em recessão. O desemprego chegou. A tabela
do imposto de renda não foi corrigida para compensar a perda do poder de compra da moeda. Encher o tanque
ficou bem mais caro. A Petrobras não consegue publicar seu balanço há seis meses por conta de um esquema
de corrupção que desviou, por baixo, R$ 88 bilhões de seus cofres. O BNDES empresta bilhões de reais para
ditaduras e se nega a prestar contas desses empréstimos. O ex-presidente ameaçou colocar um exército paralelo
nas ruas para coibir quem pensa diferente. O governo paga pessoas para se manifestarem a seu favor.

E, no entanto, se você reclama de algo, você só o faz porque é da "elite branca" que odeia pobres.

Chegamos a um ponto em que nem sequer podemos mais reclamar da destruição da nossa moeda e da perda do
nosso poder de compra. Não mais podemos reclamar que o governo está, mais uma vez, desarranjando a
economia e nossa qualidade de vida. Se você faz isso, você é rotulado de "elite branca". E por pessoas que
juram que isso é um argumento.

Voltamos ao jardim de infância.

Aqui vai uma dica para Michel Temer: quer se tornar popular quando assumir o governo? Estabilize a moeda em
relação ao ouro. As consequências são incríveis. Não é teoria. É empiria.

Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

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