0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
52 visualizzazioni3 pagine
No artigo Considerações sobre o romance histórico, Marilene Weinhardt discute as origens e características do gênero romance histórico, destacando autores como Walter Scott e George Lukács. Ela também analisa como a crítica literária brasileira pouco estudou o romance histórico nacionalmente. Por fim, Weinhardt observa que a definição do gênero vem sendo questionada com novas abordagens pós-modernas.
No artigo Considerações sobre o romance histórico, Marilene Weinhardt discute as origens e características do gênero romance histórico, destacando autores como Walter Scott e George Lukács. Ela também analisa como a crítica literária brasileira pouco estudou o romance histórico nacionalmente. Por fim, Weinhardt observa que a definição do gênero vem sendo questionada com novas abordagens pós-modernas.
No artigo Considerações sobre o romance histórico, Marilene Weinhardt discute as origens e características do gênero romance histórico, destacando autores como Walter Scott e George Lukács. Ela também analisa como a crítica literária brasileira pouco estudou o romance histórico nacionalmente. Por fim, Weinhardt observa que a definição do gênero vem sendo questionada com novas abordagens pós-modernas.
WEINHARDT, Marilene. Consideraes sobre o romance histrico.
In: Letras, Curitiba, n. 43, p. 11-23, 1994.
Ariane Avila Neto de Farias
Em seu artigo, Consideraes sobre o romance histrico, Marilene Weinhardt faz uma breve reflexo sobre o incio do romance histrico, suas caractersticas e os rumos tomados por este. No decorrer de seu texto percebe-se certo destaque dado ao cenrio da crtica literria brasileira e o espao ocupado pelo estudo do romance histrico. No comeo de seu texto, Weinhardt destaca o fato de que todas as formas de resgate do passado so permeadas pela conscincia de que a construo verbal no o fato e no ingnua (p. 49), deixando claro que tal posicionamento resultado das mudanas ocorridas nas atuais abordagens da histria. Ao trazer as definies de Mikhail Bakhtin sobre epopeia e romance, a autora apresenta uma srie de caractersticas que diferenciam os gneros. Enquanto a epopeia apresenta-se como gnero fechado, o romance est em constante metamorfose. Na epopeia temos o passado absoluto (p. 50), com heris sem fissura entre o aspecto externo e interno (p. 50). J no romance, a matria o passado histrico, ainda vivo, sujeito a revises, inconfundvel com o passado mtico, cristalizado, imutvel (p. 50). Desta forma, ainda de acordo com o postulado por Bakhtin, o romance histrico seria marcado por um fator externo ao romance, podendo este valer-se inclusive de procedimentos picos (p. 50). Weinhardt elenca o texto, O Romance Histrico, de George Lukcs como um dos textos primordiais para o entendimento terico do romance histrico. Ao trazer as ideias de tal autor de primordial importncia destacar a ideia defendida por ele de que o bom romance histrico seria o resultado de uma boa compreenso da relao entre passado histrico e tempo presente (p.52). Como marco do incio deste, Lukcs elege os romances do autor Walter Scott (sc. XIX), condicionando o histrico a especificidade histrica do tempo da ao condicionando o modo de ser e de agir das personagens (p.51) e acentuando ainda mais a caracterstica popular do romance, em oposio aos grandiosos dramas e personagens da epopeia. Na sequncia, Marilene Weinhardt faz um levantamento de textos que auxiliam o entendimento dos estudos do romance histrico. A autora cita revistas como La Nouvelle Revue Franaise e Revue dHistoire Littraire de la France que dedicaram nmeros em 1972 e 1975, respectivamente, ao estudo do romance histrico. Outra revista lembrada a Cahiers de Recherche de S.T.D intitulado Roman Histoire, onde so apresentadas as relaes entre romance e histria, ond a direo das atenes e metodologias so ento, modificadas. Trabalhos voltados ao romance histrico na Amrica Latina, tambm so citados como The Historical novel in Latin America, porm, a autora salienta que escritores brasileiros so pouco abordados. A crtica tambm reconhece que o esquecimento da literatura brasileira nos estudos da fico de carter histrico cabe prpria crtica nacional, que pouco estuda, ou pelo menos no
d o devido destaque uma fatia pondervel da produo ficcional contempornea (p.
54). Segundo Weinhardt, o Brasil s dar a devida ateno ao romance histrico no final dos anos oitenta. O livro Les Grands Romans Historiques: lHistoire travers les Romans citado como referncia aos diferentes tratamentos dado ao romance histrico. Em tal publicao, de acordo com a autora, o sumrio denuncia fuso, se no confuso de critrios (p.54). As produes textuais europeias so classificadas segundo critrio cronolgico e as produes dos no habitantes da Europa branca e civilizada (p.54) classificadas segundo critrio geogrfico. Ainda na mesma publicao, a noo de romance histrico seria ento ampliada, at mesmo a fico cientfica tem um captulo destinado a ela, o que segundo a crtica, deixariam poucos textos fora de classificao histrica. Aps brevemente defender o uso da fico histrica no ensino da histria, Weinhardt retorna ao cenrio do romance histrico no Brasil. A autora salienta que tal questo raramente aprofundada e assim, as funes e caractersticas so abordadas rpida e objetivamente quando estudados. Mais para o final de seu texto, a autora enfatiza o fato de que a denominao romance histrico parece agora ser questionada. Os mais recentes estudos desenvolvidos apresentam questes amplas nos jogos de semelhana e diferenas entre os dois discursos (p. 56). A literatura contempornea traz um grande nmero de romances preocupados com o passado, porm no mais conformados ao modelo lukacsiano. Por fim, a ideia de No Jitrik de que o antigo romance histrico alterou-se, dando lugar a manifestaes que tm relaes estreitas com a histria da literatura e da escrita do que com a histria propriamente dita (p.57) aproximada da teorizao de Linda Hutcheon e a sua ideia de metafico historiogrfica - romances que esto prximos de personagens e fatos histricos ao mesmo tempo em que so autoreflexivos. Entretanto, Marilene Weinhardt no entra na discusso do que seria a psmodernidade e muito menos de seus mritos, apenas evidncia que a proposta de Hutcheon ser uma forma de reconhecer o romance na diferena. Com a leitura de Consideraes sobre o romance histrico percebe-se que, ao apresentar o romance histrico, Marilene Weinhardt, assim, contribui para os estudos no s literrios, como para aqueles que buscam compreender as relaes existentes entre histria e literatura, principalmente diante da fuso entre o fato e a fico em meio trama de um romance histrico. No decorrer de suas linhas v-se que histria e literatura caminham juntas, de tal forma, que nem sempre possvel identificar com correo e clareza de detalhes os limites que as separam. J no que diz respeito crtica literria e o romance histrico no cenrio brasileiro, fica claro que o pas ainda tm muito a caminhar para que estes encontrem um espao de sucesso e comprometimento por parte dos estudiosos.
REFERNCIAS
WEINHARDT, Marilene. Consideraes sobre o romance histrico. In: Letras,