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Universidade
Federal de
Pernambuco
Recife-PE
2002
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
Recife-PE
2002
Ficha Catalográfica
(Elaborada na Biblioteca Central da UFAC)
BANCA EXAMINADORA:
Recife-PE
2002
Dedico esta Dissertação a Frei
Daniel (in memoriam), Mensageiro de Luz,
minha gratidão pelas obras de caridade, a
Frei Manuel Hipólito de Araújo (in
memoriam), como Pai, Irmão e Amigo, me
afirmou os passos com o seu sublime
amor.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS................................................................... 12
In the decades of 30 and 40, last century, new religious expressions were wrought
to the city of Rio Branco, result from the cultural inheritance brought in the
”background” of the migrating natives from the northeastern region of Brazil during
the occupation of Acre; adapted to the material reality that they found in the
process of self-(de)rooting in the rubber-tree plantations, villages and cities,
coexisting with the official Catholicism and with elements apprehended in the
contact with the indigenous traditional populations. Starting from 1945, the migrant
Daniel Pereira de Mattos elaborated a religious living way in the space of a little
chapel, along a rubber-tree plantation track, in the surroundings of Rio Branco city,
removing from the forest the material subsidy, leaf and vine, for preparing a tea,
called Daime, that propitiated him and the other men and women to elaborate a
conception of a religious life based on faiths in saints of traditional devotion, with
moral values and coexisting rules, taught in form of songs during the religious ritual
with the ingestion of Daime. During the apprehension of that cultural religious, the
group faced up prejudice and the relatives' persecution, police authorities, Catholic
Church and of the local population, but they promoted resistance forms that
resulted in social practices legitimated by the Government and by a part of the
local population. It is exactly on that religious culture and the faced conflicts in the
apprehension process and construction in that way of living that the present
dissertation deals with.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1
Daniel nasceu na antiga freguesia de Vargem Grande no Estado do Maranhão, em 13 de julho de
1888. Vivendo em Rio Branco desde 1907, casou-se no religioso com a também maranhense Maria
do Nascimento Viégas no ano de 1928, com quem viveu até 1936, nascendo-lhes 4 filhos: Ormite
do Nascimento Mattos, Creusolina do Nascimento Mattos, Nazareth do Nascimento Mattos e Manoel
do Nascimento Mattos, conforme informações contidas em: CATEDRAL NOSSA SENHORA DE
NAZARÉ. Livro II de Casamentos, nº 554. Rio Branco, p. 139, fev. 1924/nov. 1931; e CATEDRAL
NOSSA SENHORA DE NAZARÉ. Livro de Batizados nº.V. Rio Branco, set. 1927/jan. 1931.
2
O Daime é o preparo resultante da fervura do cipó jagube (banisteriopsis caapi) e da folha rainha
(psichotria viridis), uma bebida que recebe desde tempos imemoriais, nomes diversos nas várias
comunidades indígenas da Amazônia, tais como Ayahuasca, iagé, chouri. Segundo SILVA, Antônio
Lopes da (participante da Capelinha desde 1956): depoimento. [16 de maio de 2002].
Entrevistadora: Rosana Martins de Oliveira. Rio Branco. Entrevista concedida ao projeto de
dissertação “De folha e cipó é a Capelinha de São Francisco: a religiosidade popular na cidade de
Rio Branco – Acre (1945-1958)”, Daniel explicara para ele e um grupo de seis participantes, que o
nome da bebida que eles tomavam durante o culto na Capelinha era Daime, a população local
chamava de Oasca, mais ele batizara por Daime, porque ao se tomar o Daime, pedia-se na
linguagem simples do povo e grafada por nós de acordo como era pronunciada: daí-me amor, daí-
me força, daí-me firmeza e que dissera ainda, mais ou menos umas sessenta palavras
acompanhadas com daí-me. Neste trabalho a palavra Ayahuasca é usada nas citações dos autores,
entretanto, incorporo o termo Daime que foi construído por Daniel Pereira de Mattos.
13
3
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário. Rio Branco. 1956a. 97 p. Manuscrito. Hino do santo amor
apareceu, p. 6.
15
4
A Capelinha passou por uma reforma, ampliação e restauração em 1996 e 1997, devido à
necessidade de acomodar o grande número de participantes (150) efetivos e mais os visitantes que
são uma média de 200 a cada Sábado. Certo dia em conversa informal com o senhor Manuel
Araújo, ele nos disse que ela seria para ele a Catedral do Daime, fazendo referência ao seu
tamanho ampliado.
5
Foi em parte do Seringal Empresa, na beira do rio Acre, onde se originou a cidade de Rio Branco.
O espaço onde o fundador ergueu a Capelinha ficava aproximadamente a 5 km de distância desse
local.
6
ARAÚJO, Manuel Hipólito de apud Revista do 1º centenário de Mestre Imperador Raimundo
Irineu Serra. Rio de Janeiro, Ed. Beija-Flor, 1992, p. 21.
16
1. CAPÍTULO I
7
BEOZZO, José Oscar. Irmandades, Santuários, Capelinhas de Beira de Estrada. In: Revista
Eclesiástica Brasileira (REB). Petrópolis, Vozes, v. 37, n. 148, dez. 1977.
19
8
Ibid., p. 743.
9
OLIVEIRA, Pedro A. Ribeiro de. Catolicismo Popular e Romanização do Catolicismo
Brasileiro. In: Revista Eclesiástica Brasileira (REB). Petrópolis, Vozes, v. 36, n. 141, p. 137, mar.
1976.
10
Ibid., p. 131.
20
11
Ibid., p. 132.
12
Ibid., p. 132-133.
13
Ibid., p. 133.
21
Teriam que ser desmoralizados. Tem início o processo de destituição religiosa dos
leigos, a transferência do poder das mãos destes para os clérigos. Mas isso não
ocorreu sem resistência, o exemplo de oposição entre a religião tradicional e a nova
religião europeizante e romanizada está no caso de Juazeiro do Padre Cícero
Romão e Canudos de Antônio Conselheiro, ambos ocorridos no sertão, religiões
sertanejas, leigas e dirigida por beatos, ausente de um trabalho missionário
apurado, vistas como incompreensíveis e ilegítimas, supersticiosas, um reduto de
ignorantes no ponto de vista dos padres importados. Para Beozzo:
14
BEOZZO, op. cit., 1977, p. 744.
15
Ibid., p. 745.
16
OLIVEIRA, op. cit., 1976, p. 133.
17
BEOZZO, Oscar. In: DINES, Alberto; FERNANDES JR., Florestan; SALOMÃO, Nelma (orgs.).
História do poder: 100 anos de política no Brasil. V. 1: Militares, Igreja e sociedade civil. São Paulo:
Ed. 34, 2000, p. 39.
22
18
Ibid., p. 40.
19
BEOZZO, op. cit., 1977, p. 746-747.
23
20
Ibid., p. 748.
21
Ibid., p. 750.
24
22
Ibid., p. 752.
23
Pastoral Coletiva apud BEOZZO, op. cit., 1977. p. 753.
25
24
Pastoral Coletiva apud BEOZZO, Ibid., p. 756-757.
26
25
OLIVEIRA, op. cit., 1976, p. 137-138.
27
26
MARTINELLO, Pedro. A “batalha da borracha” na Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências
para o vale Amazônico, Cadernos da UFAC, n. 1 Série “C” – Estudos e Pesquisas, Rio Branco,
Universidade Federal do Acre, 1988.
27
MARTINELLO, Pedro. Os Servos de Maria na Missão do Acre e Purus (1920-1975): Uma
missão na selva amazônica. 1976, f. 60-61. (Dissertação de Mestrado em História) - Universidade
de San Francisco, Califórnia-EUA.
28
28
BOSI, Eclea. Cultura e desenraizamento. In: BOSI, Alfredo (org.) Cultura Brasileira: Temas e
Situações. São Paulo: Ática, 1992, p.16.
29
Seringueiro é a categoria usada para denominar o nordestino que foi inserido na economia
extrativa do látex na Amazônia. Na condição de coletor do látex, fabricava as pélas de borrachas
que eram entregues ao dono do seringal, o seringalista, que comercializava com as casas aviadoras
de Manaus e Belém para serem exportadas. Os seringueiros eram trabalhadores do seringalista,
presos às dívidas da viagem do Nordeste para os seringais, sem direito de plantar ou criar animais,
eram obrigados a consumir os gêneros alimentícios, como conservas, que eram vendidas pelo
seringalista no barracão de sua propriedade.
30
CUNHA, Euclides da. A Margem da História. Porto: Livraria Lello & IRMÃOS, Editores, 1941, p.
59.
29
31
Ibid., p. 58.
32
As estradas de seringa eram picadas abertas com a finalidade de interligar as árvores
denominadas de seringueiras.
33
CUNHA, op. cit., p. 87.
34
Ibid., p. 85.
30
35
Ibid., p. 86.
36
OLIVEIRA, Pedro A. Ribeiro de. Religião e Dominação de Classe: gênese, estrutura e função do
catolicismo romanizado no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1985.
31
37
Esse fato foi ocasionado pela concorrência dos seringais de cultivo na Malásia, que passou a
dominar o mercado internacional da borracha, levando a bancarrota a economia mono-extrativista
da borracha no Acre e Amazônia brasileira em geral.
32
Alma Milagrosa
CRUZ DE BAMBÚ
38
LOMBARDI, Massimo. A Igreja no Acre e Purus: 1877-1930. 1982. p. 34-35. Monografia (Curso
de Teologia) - CEHILA, São Paulo.
33
39
MESSIAS, Raimundo Nonato. Trovador Matuto. Rio Branco: [s. n.]. 1961. Alma milagrosa – Cruz
de bambu, p. 26-27.
40
LORENZINI apud LOMBARDI, op. cit., p.37.
35
41
Viagens missionárias nos seringais para desobrigar os moradores do preceito da confissão e
comunhão.
42
Ibid, p. 47.
36
43
Ibid.
44
Ibid., p. 52.
37
45
Ibid., p. 97.
38
46
MARTINELLO, op.cit., 1975, p. 112.
47
NEVES, Marcos Vinicius. Os Árabes Acreanos. Casa Farhat – 90 anos. Rio Branco, v. 1, n. 1, p.
6-7. 2000.
39
48
MARTINELLO, op.cit., 1976, p.139 -144.
40
49
Município do Acre distante aproximadamente de 240 km da capital Rio Branco.
50
Ibid., p. 92.
51
LOMBARDI, op. cit., p. 94.
41
52
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira. O Campesinato Brasileiro: ensaios sobre Civilização e grupos
rústicos no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1973. p. 74.
53
MATIOLI, Tiago apud LOMBARDI, op. cit., p. 40.
42
promovia a fome e miséria, mas na concepção do padre era um castigo divino para
que eles tomassem juízo pelo “mau comportamento”.
54
DILVA, Maria do Perpetuo Socorro; ARIMATÉIA, José Rodrigues; BATISTA, Frankcinato da Silva
et al. Seringueiro – memória, história e identidade. Rio Branco: UFAC/CDIH, 1997, 3 v., v.1,
p.127.
43
cultura indígena durante certos rituais de cura, na busca de caças. Isso nos
interessa em profundidade, pois desse aprendizado tivemos origem no Acre, de
práticas religiosas populares incorporadas na “bagagem” cultural trazida do
Nordeste, que promoveu modos de vidas pautadas nesse aprendizado.
55
BOSI, op. cit., p.17.
44
2. CAPÍTULO II
56
MONTEIRO, Clodomir. A Questão da Realidade Amazônica. In: MOTTA, Roberto (coord.). A
Amazônia em questão - ENCONTRO INTER-REGIONAL DE CIENTISTAS SOCIAIS. Manaus, p.
90, 1985.
57
Segundo MONTEIRO, op. cit., p. 95, a palavra Ayahuasca, “’Aya – Huasca” vem do Quíchua e
significa liana da morte, ou do sonho, ou dos espíritos [...]. ”
45
Já em 1870 tinha início uma verdadeira corrida do ouro que fez com
que poucos anos os rios acreanos fossem tomados de assalto.
Milhares de homens vindos de todas as partes do Brasil e do mundo
passaram a subir os rios estabelecendo imensos seringais em suas
margens. Era a febre provocada pelo ouro negro, a borracha
extraída da seringueira que depois de defumada era exportada para
abastecer as indústrias européias e norte-americana [...]. Em
poucos anos, os povos nativos da região se viram cercados por
brasileiros, peruanos e bolivianos [...].59
58
CEMIN, Arneide Bandeira. Ordem, Xamanismo e Dádiva: o poder do Santo Daime. 1998, f. 84-
85 Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo. Para a
autora, ‘“Cultura da floresta” concerne ao conhecimento indígena referente ao consumo ritual de
ayahuasca. [...] tem o caráter de ‘cultura ayahuasquera’ porque referida ao complexo de costumes e
de crenças que lhe diz respeito [...].”
59
NEVES, Marcos Vinicius. História nativa do Acre. POVOS DO ACRE: História Indígena da
Amazônia Ocidental. Rio Branco, p.13-14. 2002.
46
60
Ibid., p. 14.
47
61
CEMIN, op. cit., p. 69.
62
Ibid., p. 43.
63
Ibid., p. 86.
48
64
Índios residentes nas cabeceiras do rio Gregório e em outros pontos dos Departamentos do Alto
Juruá e Tarauacá. In: OS SEGREDOS do Hiuasca (I). O FUTURO, Rio Branco, n. 15, p. 2,
mar.1920.
65
Selvicolas dos Departamentos do Alto Juruá e Tarauacá. In: loc. cit.
66
Índios do Juruá, Tarauacá e Purus. É a tribu indígena mais importante do Território acreano [...].
In: loc. cit.
67
Outror’ora numerosos, actualmente estão quase extinctos, mercês de doenças e correrias. In: loc.
cit.
68
Vocábulo especialmente usado nos Departamentos acreanos para designar os bárbaros assaltos
com que os civilizados exterminam e perseguem os infelizes brasis domiciliados nessas paragens. È
lamentável que as correrias ainda sejam muito freqüentes e que os seus auctores fiquem sempre
impunes devido ao remoto dos locaes e á difficuldades de efficaz policiamento. In: loc. cit
69
Espírito das trevas. In: loc. cit
70
Loc. cit.
71
Loc. cit.
49
72
CEMIN, op. cit., p. 44. Em 1959, o baiano José Gabriel da Costa, criou a União do Vegetal, em
Porto Velho-RO. Na União do Vegetal, a Ayahuasca é denominada vegetal, mariri ou oasca, jamais
Daime ou Santo Daime. A memória indica que Gabriel teve suas primeiras experiências com o
vegetal através de índios e caboclos peruanos nas florestas amazônicas.
73
Todos os trabalhos produzidos até os dias de hoje apontam a data de nascimento de Raimundo
Irineu Serra no ano de 1892, no entanto, em recente pesquisa no arquivo da casa paroquial de São
Vicente Ferrer, encontramos no livro de registro de batismo da paróquia a data do seu nascimento
de 1890.
50
74
Ibid., p. 188-189.
75
MONTEIRO, op.cit., p. 96.
51
[...] A faixa de terra da colônia Alto Santo era muito extensa e dava
abrigo a muita gente. Ele colocou muita gente dentro das terras e
não cobrava um tostão desde que cada um cumprisse com seu
dever de trabalhar a terra pra sustento de sua família e educação de
seus filhos, nada mais. Mais de 45 famílias. Ele distribuía, não
cobrava coisa nenhuma e havia um sistema muito interessante:
quando chegava a época da broca (derrubada) juntava todos
aqueles homens e dizia: ‘hoje é na terra de fulano’. Ajudando uns
aos outros, aquela convivência tão boa, aquela comunidade
harmônica.78
76
CEMIN, op. cit., p. 91.
77
MONTEIRO, op. cit., p.112.
78
Ibid., p.112.
52
79
Batalha da Borracha é como ficou conhecida a fase de extração da borracha a partir de 1942,
voltadas a abastecer os aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Os nordestinos tinham a opção
de irem para o front ou combaterem nos seringais da Amazônia como “soldados da borracha”.
80
RIBEIRO, René apud MONTEIRO, op. cit., p. 116.
81
MONTEIRO, op. cit., p. 117.
53
82
BRITO, Gilmário Moreira. Pau de colher: na letra e na voz. São Paulo: EDUC, 1999, p. 86. Nesta
obra o autor resgata a repressão sofrida por beatos e rezadeiras do movimento de Pau de Colher,
no município de Casa Nova (BA) na década de 30 do século próximo passado. Faz uma abordagem
sobre a depreciação a religiosidade popular do Nordeste por parte do governo e jornais da época.
83
VIEIRA, David Gueiros apud MONTEIRO, op.cit., p. 130.
54
84
FRÓES, Vera. Santo Daime, cultura amazônica: história do povo Juramidam. Manaus:
SUFRAMA. 1986.
55
85
MAIA, Mário. In: Fróes, op. cit., p.19-20.
56
86
Ibid., p. 20.
87
CEMIN, op. cit., p. 191.
88
Ibid., p. 191.
89
GUERRA, Antonio Teixeira. Estudo Geográfico do território do Acre. Rio de Janeiro: Serviço
gráfico do Instituto de Geografia e Estatística, 1955.
Segundo Guerra, ibid., p. 81: “num estudo do aparecimento das primeiras instalações da atual
cidade de Rio Branco, observa-se que sua origem foi simples, resultando da fundação do Seringal
Empresa feita por NEUTEL NEWTON MAIA em 1882 [...]. A sede do seringal foi estabelecida na
margem esquerda do rio Acre, porém a futura cidade começaria a se desenvolver na margem
oposta. Em 22 de agosto de 1904, o pequeno aglomerado humano em formação foi elevado à
categoria de vila, com a denominação de Volta da Empresa. Quase um mês depois, ou mais
exatamente, no dia 7 de setembro de 1904 esta vila foi elevada à categoria de sede provisória do
Departamento do Alto Acre com o nome de Rio Branco”.
57
Guiomard Santos, em maio de 1947, pelo decreto n.º 83, que transformara 80.000
hectares de terra do Seringal Empresa em núcleos colônias.
90
A migração nordestina durante o segundo surto da borracha foi uma migração dirigida, levada a
efeito pela necessidade das indústrias que a utilizavam como matéria-prima. Os Estados Unidos, a
partir de 1939 começou a se preocupar com a questão do abastecimento, com ameaça de escassez
em virtude da guerra. Em 1941, os japoneses se apossaram das áreas produtoras de borracha na
Ásia, cortando a fonte de abastecimento dos estoques de borracha dos Estados Unidos e dos
países aliados. Assim, a Amazônia foi incorporada nesse esforço de guerra, como uma opção de
fornecedora da borracha, dado a sua condição de grande depositária de borracha natural. Guerra,
op. cit.
91
CEMIN, op. cit., p. 220.
58
PESADÊLO
Sonhei: em deserto, um campo amarelado
Um negro, de peito amplo, pescoço grosso,
Esbelto, forte, mesmo um colosso
Pés descalços dentes alvos, um olho encarnado.
92
CEMIN, op. cit., p. 219-220.
59
Foi no dia 26 de maio de 1930 que comecei esse trabalho com ele e
trabalhamos até seu falecimento, 41 anos e 41 dias depois. Naquele
tempo não havia farda e o primeiro trabalho foi de concentração.
Éramos três pessoas, não me lembro o nome do outro... De 1935 a
1940 é que o mestre Irineu vai desenvolver e receber os valores da
doutrina: os hinos, a música que vem do astral e não tem nada de
inventado... Antes não havia esse trabalho em Rio Branco, era um
93
MESSIAS, Raimundo Nonato. Trovador Matuto. Rio Branco: [s. n.]. 1961. Os macumbeiros –
pesadêlo, p. 31.
94
BRITO, op. cit., p. 86.
60
95
FRÓES, op. cit., p. 37.
61
3. CAPÍTULO III
96
BEOZZO, op. cit., 1977, p. 755.
97
A partir de 1959, a Capelinha recebe oficialmente o nome de Centro Espírita e Culto de Oração
“Casa de Jesus – Fonte de Luz”, entretanto, é como Capelinha que continuamos a nos referir a ela
mesmo posterior a essa data, pois tradicionalmente os hinos que são cantados até os dias de hoje,
a referenciam dessa forma. Também é cantada como igrejinha, missão, centro, casinha.
62
98
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1991.
99
Para uma leitura sobre a religião fundada por Raimundo Irineu Serra, citamos alguns estudos
entre outros: MONTEIRO, 1985, op. cit.; FRÓES, op. cit.; CEMIN, op. cit.; e SILVA, Clodomir
Monteiro da. O palácio de Juramidam. O Santo Daime: um ritual de transcendência e
despoluição. 1981. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Centro de Filosofia e Ciências
Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
63
durante esse período a preparar e usar o Daime e por conta própria incorporou
esse saber adaptando ao seu cotidiano como prática religiosa e social.100
Este terreno aqui onde está localizado a Missão, ele foi cedido pelo
então Manoel Julião de Souza, que era dono dessas terras, que
trabalhava aqui no seringal Empresa e era o dono disso aqui. Ele
era compadre do Daniel e permitiu a Daniel se estabelecer aqui,
fazer uma casinha e cumprir a missão dele. Quando Julião
desencarnou, deixou as terras para 2 netos. [...]. O Lauro Julião de
Souza Filho, o filho do Lauro Julião de Souza, Laurinda, neta de
100
SILVA, Percília Matos: depoimento. [08 de dez. de 2001]. Entrevistadora: Rosana Martins de
Oliveira. Rio Branco. Entrevista concedida ao projeto de dissertação “De folha e cipó é a Capelinha
de São Francisco: a religiosidade popular na cidade de Rio Branco – Acre (1945-1958)”. No dia 8 de
dezembro de 2001 entrevistei a Dona Percília Matos da Silva, contemporânea do Mestre Irineu
Serra, por quem foi criada desde os 9 anos de idade, pessoa de confiança nos trabalhos do Alto
Santo. Ela era criança em 1937, mas recorda a chegada de Daniel na casa de Irineu. Segundo ela,
não era costume de Irineu convidar quem quer que fosse para participar dos trabalhos com o Daime
em sua casa. No entanto, pela grande consideração que ele tinha por Daniel e sabendo que ele
estava doente, com problemas no fígado, mandou que o buscassem na cidade para que recebesse
um tratamento com o uso do Daime. Teria sido essa a única vez que Irineu chamara alguém para
tomar o Daime. Até os dias de hoje no Alto Santo, a tradição do fundador se mantém, é norma
proibitiva convidar qualquer pessoa para participar das comemorações.
101
Na década de 50 era também conhecida como Vila Ivonete.
102
Daniel faleceu no dia 8 de setembro de 1958, esta data é relembrada e festejada desde então
como a “passagem” do fundador da Capelinha para a eternidade.
64
[...]. Então, eu fui pedi ao nosso irmão Antão, que era o pai da
herdeira, que nos desse o documento aqui, mas ele todas as vezes
que tinham eleições, eles vinham aqui pedir votos e prometiam que
ia dar o documento disso aqui e não davam. Veio, foi pedir que a
gente desocupasse isso aqui, mas nós já tínhamos aqui uma igreja
de alvenaria com várias casas de madeira já construídas aqui
dentro, dentro de um perímetro de 50 metros por 50, [...]. Então, ele
veio pedir que desocupasse e me tirasse daqui essa Missão, como
é que a gente ia tirar daqui um prédio de alvenaria já levantado? Já
construído?104
103
ARAÚJO, Manuel Hipólito: depoimento. [19 fev./3 mar. 1990]. Entrevistador: Francisco Hipólito
de Araújo Neto. Rio Branco: Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro Espírita e Culto de
Oração “Casa de Jesus – Fonte de Luz”. (Série Entrevistas, Cx. 2).
104
Ibid.
65
105
Ibid. p. 39.
106
A cidade de Vargem Grande é tradicionalmente religiosa, berço da devoção, romarias e festas a
São Raimundo Nonato e palco da revolta da balaiada. “A partir do estabelecimento dos engenhos
de açúcar, do trabalho dos missionários em conjunto com os colonos, da abertura de fronteira para a
ocupação e dominação às margens dos rios, foram surgindo além dos engenhos, as fazendas
voltadas para o plantio de algodão, da cana-de-açúcar e de criações de gado. Essas fazendas foram
embriões que serviram para o surgimento de pequenos povoados. [...]. Entre as povoações que se
formaram, encontra-se Vargem Grande, que, sabemos, pertencia originalmente a Icatu, sendo uma
de suas freguesias, conhecida pelo nome de Vila da Manga do Iguará e que segundo alguns
estudiosos, teria esta povoação, nascida do encontro das estradas de boiada, sendo uma delas, a
que partia de Caxias e que encontrava-se com a que vinha da vila da Manga, seguindo para
Itapecuru-Mirim [...]. Em 1808, foi criado o termo Iguará, para a comarca que compunha os
municípios e em 1835, pela Lei nº 7, foi a freguesia elevada à categoria de Vila, sendo criado ainda
nesse ano, a Paróquia de São Sebastião da Vargem Grande. [...]. Corria o ano de 1838, quando
uma grande revolta marcou a história de Vargem Grande. Foi a posteriormente denominada
“Balaiada”. Prefeitura Municipal de Vargem Grande/ Secretaria de Educação. História e Geografia
de Vargem Grande. São Luís. Editora Central dos Livros Ltda, p. 33-34.
107
Vindo seu pai Thomas Pereira de Mattos a falecer em agosto de 1897, foi procedida a partilha da
herança conforme o Livro de Registro de Imóveis: “Partilha no arrolamento procedido em 6 de
setembro de 1897. Polpa de terra medindo Duzentas oitenta braças de terra de frente em duas
léguas de fundo no logar Barra entre Riacho fundo e Genipapeiro, na Freguezia de S. Sebastião da
V. Grande”. Maranhão [Estado]. Cartório do 1º Ofício de Notas e Anexos. Registro Geral de Imóveis
e Hipotecas. Termo sede da Comarca de Vargem Grande. Registro Geral de Imóveis e Hipotecas.
Transcrição do Imóvel. Fls. 35 do Livro nº 3. 2001.1 f.
66
108
ANA, Júlio H. de Santa. Estudos de religião: conflito das interpretações. In: SOUZA, Beatriz
Muniz; GOUVEIA, Eliane Hojaij; JARDILINO, José Rubens Lima. Sociologia da Religião no Brasil.
São Paulo. PUC-SP, UMESP, Sociedade Religiosa, 1998, p. 60.
109
Ibid., p. 52.
67
110
MATTOS, Daniel. [Carta] 1 maio 1956b, 5 f., f. 2-3. Rio Branco [Acre] [para] Deputado José
Guiomard dos Santos, Rio Branco.
68
D. Antônia Carneiro, que “[...] naquele tempo o povo falavam muito dele, chamavam
ele de nego velho feiticeiro isso e aquilo [...]”.111 O próprio Daniel narra em um dos
hinos o preconceito que a Capelinha sofreu.
111
LIMA, Antônia Carneiro: depoimento [8 ago. 1994, p. 5]. Entrevistadores: Francisco Hipólito de
Araújo Neto, Maria Izabel de Castela Rodrigues e Silvio Francisco Lima Margarido. Rio Branco:
Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro Espírita e Culto de Oração “Casa de Jesus –
Fonte de Luz”. Entrevista realizada para ser utilizada no Projeto do Levantamento Histórico – cultural
da Doutrina do Mestre Daniel Pereira de Mattos.
112
MATTOS, op. cit., 1956a. Hino o poder da luz do Daime, p. 5.
113
MATTOS, op. cit.,1956a. Hino formas do amor de Deus, p. 14.
69
114
MATTOS, op. cit., 1956a. Hino o poder da luz do Daime, p. 5.
115
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino ser servo de
Deus, n. 99.
116
SANTOS, Francinete Oliveira dos: depoimento [jan. 1995]. Entrevistador: Francisco Hipólito de
Araújo Neto. Rio Branco: Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro Espírita e Culto de
Oração “Casa de Jesus – Fonte de Luz”. Entrevista realizada para ser utilizada no Projeto do
Levantamento Histórico – cultural da Doutrina do Mestre Daniel Pereira de Mattos.
70
117
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO “CASA DE JESUS – FONTE DE LUZ”. Livro de
atas n.º 1. Rio Branco. 1959-1972. Ata de 22 de maio de 1965, p. 20.
118
Ibid., p. 21.
71
119
ARAUJO, op. cit., 1990.
120
BRITO, op. cit., p. 130.
72
121
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO “CASA DE JESUS – FONTE DE LUZ”, op. cit.,
1959-1972. Ata de 22 de maio de 1965, p. 21.
122
SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. DEPARTAMENTO DE
POLÍCIA FEDERAL (DPF-MJ). Perguntas dirigidas às seitas ou congregações religiosas que
fazem uso do preparado conhecido como ayahuasca. Rio Branco, 2002. Resposta nº 8. Sem
paginação. O referido questionário contém 74 perguntas que foram respondidas pelo atual
presidente do Capelinha, Francisco Hipólito de Araújo Neto e encaminhadas para o Conselho
Nacional Antidrogas – CONAD, órgão do governo que delibera sobre a utilização do Daime.
73
Também patriarca.
Sacerdote.
123
Ibid., resposta nº 3.
124
MATTOS, op. cit.,1956a. Hino formas do amor de Deus p. 14.
125
MATTOS, op. cit.,1956a. Hino “a volta de Jesus”, p. 27.
74
(Coro)
Para o preparar
Os meus irmãos
Para o caminho
Da salvação.
3
Da eternidade
Na eterna corte
Deus quem me faz
De Sacerdote.126
Ainda, pastor.
Salmo
4
Sou um Velho
Pastor
Pastoreio
As ovelhas
De Deus e as sigo
Em lindos rebanhos
No Santíssimo
Caminho do céu.127
126
MATTOS, op. cit., 1956a. Hino sou sacerdote, p. 61.
127
MATTOS, op. cit.,1956a. Hino Salmo, p. 91.
75
[...]. A quarta foi feita no dia 20 de abril de 1965, pêlo delegado José
Araújo, o comissário Antonio João, o soldado Godofredo, um cabo
da guarda, um investigador e um motorista, os quais comandado
128
ARAÚJO, op. cit., 1990.
129
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO “CASA DE JESUS – FONTE DE LUZ”, op. cit.,
1959-1972. Ata de 22 de maio de 1965, p. 21.
76
pêlo delegado José Araújo, foram sem nem uma esplicação aos
interiores da casa residencial do Sr. Presidente em atitudes
agressivas, colocando todos os presentes em fila com as mãos para
traz, os levaram para o templo da capela, onde fizeram-lhes e
disseram-lhes as maiores baixezas, dizendo-lhes que o delegado e
o comissário, que traziam ordem verbal do sr. Juiz de direito
Lourival Marques para fecharem a casa [capela] e levarem a chave
e que o presidente com os seus familiares, tinham apenas 10 dias
para todos se retirarem da cidade, sob pena deles voltarem com
latas de gazolina para tocarem fogo em todas as casas [...].130
130
Ibid., p. 21 (verso).
131
Ibid., p. 21 (verso).
77
tinham prometida, com gazolina para atear o fogo [...] razão pela
qual demoramos um pouco a abrir as portas, o que só fizemos
quando o Juiz [...] mandou que o delegado com o comissário e os
policiais formassem na frente da casa, de armas em punho [...] foi
quando o Sr. Dr. Lourival Marques [...] com a voz bem alta e
estridente, disse soldados preparar, quando eu contar três pode
atirar, [...] foi naquelas alturas que o nosso vice-Presidente vendo
que as crianças já estavam fazendo alarmes, foi que resolveu abrir
a porta da frente antes que o senhor juiz mandasse fazer disparos
[...] o Juiz mandou que todos saíssem para o lado de fora com as
mãos para cima, mandando em seguida que os corrigicem e assim
foi feito, e foi encontrado como arma um cruscifixo e um terço,
fôram as armas que encontraram entre todos os irmãos que
estavam presentes [...].132
“Euásca”
É na Vila Ivonete: O Reinado
Do “Santo Dá me”, Euásca
Quem toma o tal ópio se embasbaca,
E fica muito tempo atoleimado
132
Ibid., p. 22 (verso).
78
[...] O culto dos santos, porém, pode tanto ser inteiramente ortodoxo
em suas manifestações, como surgir associado a elementos da
antiga religião indígena autóctone, ou então aos cultos negros, ou
ainda ao espiritismo que se difundiu no país a partir do século XIX
[...].134
Ilustre Professor:
133
MESSIAS, Raimundo Nonato. Trovador Matuto. Rio Branco: [s. n.]. 1961. Os macumbeiros –
Euásca, p. 28.
134
QUEIROZ, op. cit., p. 73.
135
ARAÚJO, op. cit., 1990.
79
136
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE. SECRETARIA DE SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL. SERVIÇO
DE ADMINISTRAÇÃO. SECÇÃO TÉCNICA. SSS/OF/Nº 208. Rio Branco, 21 maio 1965. 1 f.
137
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE. SECRETARIA DE SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL. SERVIÇO
DE ADMINISTRAÇÃO. SECÇÃO TÉCNICA. SSS/OF/Nº 339. Rio Branco, 16 maio 1966. 1 f.
80
138
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO “CASA DE JESUS – FONTE DE LUZ”. Livro de
atas nº 1. Rio Branco. 1959-1972. Ata de 15 de março de 1971.
81
PRESADO SENHOR
Com o presente, quero comunicar a V.Excia., que a Vossa
proposta, programando um encontro de equipe em comunidade
com a irmandade do nosso Centro, após a apreciação da nossa
139
ORDEM DOS SERVOS DE MARIA. [Pe. Manoel Pacífico da Costa]. Observações e anotações,
resumindo a história e as atividades principais desta comunidade espírita de mais de 25 anos
de história na vida do Acre e que há tanto tempo vem influenciando os setores mais diversos
da população pelo seu alto misticismo e tocando o sentimentalismo de nossa gente. Rio
Branco. 1971, 4 f., f, 2.
140
CERTEAU, Michel de. A Cultura no Plural. Campinas: Papirus; tradução Enid Abreu Dobránszki,
1995. p. 10.
82
SENHOR BISPO
A diretoria do nosso Culto de Oração, toma a liberdade de se dirigir
a V. Excia. Revma., a fim de convida-lo para que nos honre com a
Vossa presença no dia 4 de outubro próximo vindouro, quando
estaremos em comemoração, dando louvores a Deus e a sempre
virgem Maria em homenagem a São Francisco de Assis, padroeiro
da nossa entidade.
Na certeza de merecermos a Vossa santa atenção, aproveitamos o
ensejo para apresentar a Vossa Excelência Reverendíssima, os
nossos protestos de elevada estima e consideração.
141
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO - “CASA DE JESUS - FONTE DE LUZ”. Ofício. Rio
Branco. 1971. 1 f.
83
Sr. Presidente
Em resposta a seu ofício de 4/9/72, venho por intermédio deste
certifica-lo que, se Deus quiser, estarei presente à comemoração do
dia 4 de outubro p.f. pretendo aí chegar às 17 horas.
Sendo só o que nos ocorre para o momento – subscrevo-me,
enviando minha bênção sacerdotal, extensiva a toda comunidade,
(Rubrica)
142
Id. Ofício encaminhado ao Bispo Prelado do Acre – Purus, Dom Moacyr Grechi. Rio Branco.
1972. 1 f.
143
PRELAZIA DO ACRE PURUS. [Dom Moacyr Grechi]. Ofício nº 03/72, encaminhado ao
Presidente do Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus – Fonte de Luz, Antônio
Geraldo da Silva. Rio Branco. 1972. 1 f.
144
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO - “CASA DE JESUS - FONTE DE LUZ”. Relatório
Estatístico, relativo ao ano de 1972. Rio Branco, dez. 1972. 2 p.
84
145
Queiroz, op. cit., p. 90.
146
O senhor Manuel Hipólito de Araújo foi presidente da Capelinha no período de 1977 a 2000, ano
do seu falecimento, assumindo em seu lugar, o seu filho Francisco Hipólito de Araújo Neto, por ser a
sucessão estatutariamente hereditária e vitalícia.
147
ARAÚJO. op. cit., 1990.
85
dizendo que o batismo desta casa não era certo, não era justo, não
era aceito, não era válido.148
Logo que eu comecei a fazer os batizados, que foi sabido por ele,
pelas comunidades católicas, eles mandaram aqui um monitor da
Igreja Católica como padrinho, trazendo um afilhado, uma criança
[...]. Eu fiz a consagração do batismo, [...] e o nosso irmão assistiu
aquilo ali, saiu daqui satisfeito dizendo que estava muito satisfeito.
Foi embora, quando saiu e chegou na sua comunidade, ele já
levava as intenções de comunicar o Bispo, porque ele era da
comunidade vizinha, da comunidade católica aqui à nossa, ele foi
ao Bispo e disse ao Bispo que aqui o nosso centro, nós estávamos
fazendo batizado com ordem do Bispo. Aí o Bispo me mandou um
recado, eu sempre fui amigo dele, me mandou um recado dizendo
se eu podia ir até lá. Perfeitamente. Aí eu fui. Quando cheguei lá ele
me sentou numa mesa, me levou para o gabinete dele no Palácio
do Bispo, me levou para o gabinete dele, me colocou dum lado e
colocou o padre Pacífico de outro e me disse: “Meu querido irmão
Manuel, me disseram aqui que o meu irmão está fazendo batizado
com a minha ordem, lá na sua comunidade”. Eu digo:
“Reverendíssimo Dom Moacir, não é verdade isso, eu não estou
fazendo batizado com a sua ordem, quem lhe disse faltou com a
verdade”. Ele disse: “Com a ordem de quem, em nome de quem o
senhor tá fazendo?” Eu disse: “Em nome de Deus Pai, Deus Filho e
de Deus Espírito Santo, e me acho com direito e também, dá o que
tenho aos meus queridos irmãos necessitados”. Aí fui, contei pra ele
porque era que eu tinha tomado essa atitude, é porque as igrejas
Católicas, que com vizinhança nossa, ficam vizinhos nossos, tinham
se negado de fazer o batizado em suas comunidades das nossas
crianças aqui [...].149
A promessa do Bispo.
148
Ibid.
149
Ibid.
86
Perfeitamente, e foi para Roma, não sei se ele falou com o Papa, já
foi uns três, quatro, dez vezes a Roma e voltou e nunca mandou me
chamar. Então, a nossa comunidade que não tem nenhuma ligação
com a dele, ou deveres para com ele, eu também não liguei isso aí.
Depois padres e até ele próprio nos censurou nesta casa, mas a
censura dele eu deixo com ele, [...] porque quem pode nos julgar
não é o Bispo, quem pode nos julgar não são os padres, quem pode
nos julgar nesta casa não é a igreja Católica, que eu não tenho
nenhuma ligação de dever para com ela.151
Essa escola, ela surgiu num quarto, numa sala que eu fiz de taipa
aqui, eu fiz uma sala de taipa [...] e um quarto, morava no quarto e
na sala, como naquela época não havia aqui uma escola para os
150
Ibid.
151
Ibid.
87
152
Ibid.
153
Ibid. A escola foi batizada de São Francisco de Assis, em homenagem ao padroeiro da
Capelinha. Em 29 de maio de 1967 foi registrada na Secretaria de Estado de Educação e Cultura.
Está cedida para o Governo do Estado do Acre desde então, com o objetivo de atender as
necessidades das crianças dos bairros que foram se formando nos arredores da Capelinha. Hoje
são 300 crianças matriculadas no ensino infantil e fundamental.
88
154
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO - “CASA DE JESUS - FONTE DE LUZ”. Relatório
de atividades do Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus – Fonte de Luz referente ao
exercício de 1970. Rio Branco, dez. 1970. 1 p.
89
155
Id. Relatório de atividades do Centro Espírita e Culto de Oração Casa de Jesus – Fonte de
Luz. Rio Branco, nov. 1971. 1 p.
90
156
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BRANCO ESTADO DO ACRE. DIRETORIA DA DIVISÃO DA
FAZENDA E CONTABILIDADE. TESOURARIA. VALE. Rio Branco, 3 de novembro de 1967. 1 p.
157
Guiomard Santos assumiu o Governo do Território do Acre em fevereiro de 1946, chegando em
Rio Branco em abril do mesmo ano, ficou no cargo de Governador até 1950, posteriormente foi
eleito Deputado Federal e Senador pelo Acre.
91
158
MATTOS, Daniel Pereira de. [Carta] 19 maio 1946a. 4 p. Rio Branco [Acre] [para] Governador
Delegado do Território do Acre, Major José Guiomard dos Santos, Rio Branco.
92
159
MATTOS, op. cit. 1956b. p. 5.
160
Ibid., p. 2.
161
MATTOS, op. cit., 1946a. p. 4. A transcrição desse texto Daniel retirado do Livro de Instrucção do
Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento, p. 117. Segundo os depoimentos orais Daniel seria
filiado ao Circulo Esotérico, no entanto, participantes da Capelinha já fizeram buscas na sede Geral
e não encontraram registros da sua filiação.
93
162
MATTOS, op. cit. 1956b. p. 3.
94
O conforto [...]”
Estima se assina – em 1º de
Maio de 1946 o sincero abraço;
Daniel Pereira Mattos (assinatura)163
163
MATTOS, Daniel Pereira de. [Carta] 1 maio 1946b. 3 p., p. 1-3. Rio Branco [Acre] [para]
Governador Delegado do Território do Acre, Major José Guiomard dos Santos, Rio Branco.
164
Em 1950, Daniel fez uma promessa de não visitar a cidade pelo período de 10 anos, cumpriu 8
anos apenas, pois faleceu em 1958. MATTOS, op. cit., 1956b, p. 2.
165
Não tivemos como saber o conteúdo da conversa entre o líder religioso e o líder político, nenhum
registro nos permitiu fazer uma leitura daquele momento. Com relação às cartas, também não
sabemos se o governador as respondeu, mas pelas datas das mesmas e as visitas de Daniel ao
Palácio do Governo, concluímos que ao receber as cartas o governador José Guiomard preferiu
discutir pessoalmente com Daniel o conteúdo das mesmas.
166
GABINETE do Governador. O ACRE. Rio Branco, n. 769, p. 2, coluna 5, 23 maio 1946;
GABINETE do Governador. O ACRE. Rio Branco, n. 770, p. 3, coluna 5, 30 maio 1946; GABINETE
do Governador. O ACRE. Rio Branco, n. 803, p. 2, coluna 3, 19 jan. 1947.
167
SILVA, Antônio Lopes da: depoimento. [fev. 2000]. Entrevistadores: Francisco Hipólito de Araújo
Neto e Rosana Martins de Oliveira. Rio Branco. Entrevista concedida ao projeto de dissertação “De
folha e cipó é a Capelinha de São Francisco: a religiosidade popular na cidade de Rio Branco – Acre
(1945-1958)”.
95
[...] Eu sempre tinha contato com o seu Daniel, eu conhecia ele, ele
era o médico dos meus filhos, porque eu não tinha recurso de ir ao
médico e o seu Daniel era o médico verdadeiro de meus filhos,
ensinava chá, remédio e tudo e rezava [...] qualquer coisa eu ia com
Daniel [...].170
168
MATTOS, Daniel. Valsa Lydia. Rio Branco [s.n.], 1946. 1 partitura (20 p.), para os seguintes
instrumentos: trombones, bateria, trompas, sax, baixo, clarinete, sax-soprano, bombardinos e pistom
Além dessa partitura, que foi uma homenagem a esposa do Governador, Daniel compôs outras
partituras, tais como: Id. Marcha Canção Getulio Vargas. Rio Branco [s.n.]. 1 partitura (18 p.), para
os instrumentos: trompas, rebeca, pistom, bateria, barítono, clarinetes, trombones; I, tuba, altos,
bombardinos. Valsa Alvorada de amor. Rio Branco [s.n.], 1946. 1 partitura (1 p.); Id. Valsa
Lindauva. Rio Branco [s.n.],1946. 1 partitura (1 p.); Id. Choro Decha-mi tranquilo. Rio Branco
[s.n.]; 1946. 1 partitura (1 p.); Id. valsa [sem título]. Rio Branco [s.n.],1946. 1 partitura (1 p.). Ele
fabricava violões e violinos, com os quais compôs os hinos e salmos religiosos que formam o
Hinário. Além de ser músico e marceneiro, os depoimentos orais contam que ele tinha mais dez
especialidades profissionais, entre elas: sapateiro, cozinheiro, alfaiate, carpinteiro, artesão, padeiro,
construtor naval, barbeiro, poeta, SALLES, Ademar: depoimento. [17 jul. 1995]. Entrevistadores:
Francisco Hipólito de Araújo Neto e Silvio Francisco Lima Margarido. Rio Branco. Entrevista
realizada para ser utilizada no Projeto do Levantamento Histórico – cultural da Doutrina do Mestre
Daniel Pereira de Mattos. Certamente todas esses aprendizados de Daniel, foram adquiridos quando
da sua passagem pela Marinha ainda na condição de grumete, ele mesmo narra na carta para o
Deputado José Guiomar, que fez uma viagem de Instrução pela Europa. Nessas viagens, em Navios
– Escolas da Marinha de Guerra, aprendiam vários ofícios.
169
MATTOS, Daniel. [Carta] 29 maio 1946c. 4 f., f. 1. Rio Branco [Acre] [para] Governador
Delegado do Território do Acre, Major José Guiomard dos Santos, Rio Branco.
170
LOPES, Maria Belarmina de Souza: depoimento. [jan. 1995]. Entrevistadores: Francisco Hipólito
de Araújo Neto, Maria Izabel de Castela Rodrigues e Silvio Francisco Lima Margarido. Rio Branco.
entrevista realizada para ser utilizada no Projeto do Levantamento Histórico – cultural da Doutrina do
Mestre Daniel Pereira de Mattos.
96
171
COSTA, op. cit. p. 2.
172
BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. São Paulo: Livraria Pioneira Editora/Editora
da Universidade de São Paulo, 1971. V. 1.
173
SANTA ANA. op. cit., p. 61.
174
ARAÚJO, op. cit., 1990.
175
OLIVEIRA FILHO, João Martins de: depoimento. [ago. 1994]. Entrevistador: Adilson Azevedo
Soares. Aparecida de Goiás. Entrevista realizada para ser utilizada no Projeto do Levantamento
Histórico – cultural da Doutrina do Mestre Daniel Pereira de Mattos.
97
176
Ibid.
177
DEUS FILHO, João de: depoimento. [set. 1995]. Entrevistador: Francisco Hipólito de Araújo
Neto. Rio Branco: Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro Espírita e Culto de Oração
“Casa de Jesus – Fonte de Luz”. Entrevista realizada para ser utilizada no Projeto do Levantamento
Histórico – cultural da Doutrina do Mestre Daniel Pereira de Mattos.
98
preces178 e cantavam hinos de louvores aos santos e no final fazia-se uma prece
rogatória que resume o objetivo das Romarias - rogar e fazer penitência em
benefício da solução dos problemas do mundo, entre eles, as guerras, epidemias,
fome, desigualdade e desarmonia. Essa prece rogatória era dirigida para o patrono
da Capelinha, São Francisco das Chagas, acreditando que ele é o advogado e
intercessor, o santo principal, que recebe os pedidos e leva ao plano espiritual,
intercedendo pelos pedidos dos seus devotos.
178
Na Romaria de São Sebastião rezavam 5 preces diárias, de Nossa Senhora da Paz 10 preces e
São Francisco 5 preces. Ainda hoje se segue o mesmo ritual na Capelinha.
179
CENTRO ESPÍRITA E CULTO DE ORAÇÃO - “CASA DE JESUS - FONTE DE LUZ”. Ofertório
das romarias e penitências. Rio Branco. [s. n.], [1959?]. Segundo depoimento do atual presidente
da Capelinha, Francisco Araújo, essa prece foi transmitida oralmente por Daniel e posteriormente
datilografada pelo seu pai Manuel Hipólito de Araújo, para que constasse como registro nos
arquivos. Ela continua a ser rezada até os dias de hoje durante as três Romarias.
99
Para o povo, o santo não é impessoal nem está distante, mas está
próximo e cumpre um papel social. Nos hinos, Daniel resgata a vida dos santos, as
suas passagens sobre a terra, demonstrando conhecimento das origens e vidas
desses santos. São Francisco das Chagas, o santo que na sua história de vida se
180
Ibid.
181
Cumprimento ou cumprir as Romarias, significa para os participantes da Capelinha, seguir todos
os critérios necessários para que nas Romarias sejam alcançados todos os pedidos feitos. Quais
sejam os critérios: abstinência sexual, comer pouco, falar pouco e rezar muito, são considerados as
penitências ou sacrifícios feitos em benefício dos inocentes e de toda a humanidade.
182
QUEIROZ, op. cit., p. 85.
100
identificou com os pobres do seu tempo, Daniel o escolheu como padroeiro seu e
da Capelinha, o advogado, intercessor e professor do seu viver religioso e social.
[...] quando eu adoeci [...] aí vim aqui para Rio Branco atrás de cura,
[...] me internei ai no hospital [...] passei três meses internado [...]
me desenganaram [...] pedi alta [...]. Eu tinha uns 33 anos, aí nós
cheguemos aqui e eu falei com ele, com o Mestre Daniel [...]
perguntou se eu sabia rezar, eu digo: muito pouco. Ele disse: você
vai lá na igreja e lá você faz uma rogativa pro santo que seja do seu
agrado [...]. Eu fui na igreja, nos pés de São Francisco, porque eu já
vinha pelo meu pensamento, eu já vinha guiado por São Francisco,
porque eu cheguei na conclusão de pegar uma espingarda, que já
183
ARAÚJO, op. cit., 1990.
184
Id. op. cit.,1992. p. 31.
101
fazia muito tempo que eu tava doente, pegar uma espingarda, ir pra
mata e procurar um lugar pra que não tivesse gente e atirar. Aí eu
me peguei com São Francisco e depois que eu me peguei com São
Francisco desapareceu aquele pensamento [...].185
185
OLIVEIRA, Gregório Nobre: depoimento. [set. 1995]. Entrevistador: Francisco Hipólito de Araújo
Neto. Rio Branco: Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro Espírita e Culto de Oração
“Casa de Jesus – Fonte de Luz”. Entrevista realizada para ser utilizada no Projeto do Levantamento
Histórico – cultural da Doutrina do Mestre Daniel Pereira de Mattos.
102
6
Salve São Francisco das Chagas,
Saudemos com todo amor,
A Sempre Virgem Maria,
E ao nosso Salvador.
Coro
Ó meu bom Protetor,
Nos guiais nesta luz,
Nos retirais desse degredo,
E nos leve para Jesus.186
186
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino rogando o
nosso perdão, n. 31.
187
MATTOS, op. cit., 1956a. Hino luz e caridade, p. 23.
103
[...] As obras de caridade que aqui nós fazemos [...] dos irmãos
materializados que vem da rua, com a vida atrapalhada, com a
saúde abalada. Muitas vezes até desenganados por médicos,
chegam aqui nesta casa completamente fora de rumo, pode-se
assim dizer. [...] que vivem embaraçados da vida, que vivem
doentes, gastando dinheiro nos médicos sem ter mais recurso e o
recurso é que eles procuram é esta casa [...] porque nesta casa não
se cobra nada de ninguém. [...]. Nesta casa não tem lucro e nem
dividendo, é uma casa franciscana que adota o mesmo estilo de
pobreza que São Francisco das Chagas adotou na sua vida [...] eu
não vou buscar os meus irmãos, nenhum irmão da rua para fazer
caridade nesta casa, mas aquele que bater na nossa porta pedindo
uma guarida, nós nos reunimos com firmeza e amor e vamos
procurar a levantar os nossos irmãos.188
188
ARAÚJO, op. cit., 1990.
104
3
Pelo amor a Jesus
Meu Senhor São Sebastião
Recebeu setas no peito
Que traspassou vosso coração
4
Senhor Jesus morreu na cruz
Para nos dá a luz celeste
E vós sobre a laranjeira
Para nos livrar da peste.
5
Pelas cinco chagas de Jesus
E por todas as sagradas vestes
Meu Senhor São Sebastião
Venha nos livrar da peste.189
189
MATTOS, op. cit., 1956a. Hino São Sebastião, p. 120.
190
As molduras foram fabricadas por Daniel e colocadas no altar da Capelinha com a imagem dos
santos de sua devoção, quais sejam: Santa Terezinha, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Santa
Luzia, Sagrada Família, Nosso Senhor do Bomfim, São Francisco das Chagas, São Pedro, São
Sebastião, Nossa Senhora das Graças, Sagrado Coração de Jesus, Sagrado Coração de Maria.
105
191
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 43.
192
MATTOS. Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino o professor e
suas instruções, n. 16.
193
OLIVEIRA FILHO, op. cit., 1994.
106
194
PORTELLI, Hugues. Gramsci e a questão religiosa. São Paulo: Ed. Paulinas, 1984.
107
Hino Mulher má
1
Perdoa teu filho que você o matou
Antes de ele vir ao mundo
No teu ventre você o assassinou.
2
Mulher má
Entrega o teu filho Deus Jesus Salvador
E roga que ele te perdoe
Pelo que o praticou.
3
Mulher má
Para que mataste o filho que Deus te deu
Sem pensar tu o estrangulaste em teu ventre
Mas ele subiu para Deus.
4
Mulher má
Abençoa o teu filho que você não conheceu
Ele é o que o assassinaste em teu ventre
Mas ele está no céu.
5
Mulher má
O teu crime é tão grande que não te posso dizer
Tua alma já vive nas trevas
195
MATTOS. Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino o dono de
nossa vida, n. 73.
108
196
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino mulher má, n.
20.
197
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino clamando a
Deus o pão de cada dia, n. 32.
198
MATTOS, op. cit., 1956a. Hino não posso rogar, p. 16.
109
dos ricos na sua relação com o outro. O lugar social de onde fala justifica a sua
opção pela causa dos pobres e oprimidos, levando os seguidores a incorporarem o
mesmo discurso, para seguirem com o objetivo da honestidade e da igualdade
como prática social.
199
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino perdoar o
meu próximo, n. 106.
200
MATTOS, Daniel Pereira de. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino a luz da
verdade, n. 37.
110
caracterizando a religiosidade desse grupo como a busca pela justiça social entre
os homens.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.1. Livros
BRITO, Gilmário Moreira. Pau de colher: na letra e na voz. São Paulo: EDUC,
1999.
CUNHA, Euclides da. A Margem da História. Porto: Livraria Lello & IRMÃOS,
Editores, 1941.
Campus, 1997.
HUNT, Lynn. A nova história cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
MESSIAS, Raimundo Nonato. Trovador Matuto. Rio Branco: [s. n.]. 1961. Alma
milagrosa – Cruz de bambu, p. 26-27.
___. Trovador Matuto. Rio Branco: [s. n.]. 1961. Os macumbeiros – Euásca, p. 28.
___. Trovador Matuto. Rio Branco: [s. n.]. 1961. Os macumbeiros – Pesadêlo, p.
31.
SANTA ANA, Júlio H. de. Estudos de religião: conflito das interpretações. In:
SOUZA, Beatriz Muniz; GOUVEIA, Eliane Hojaij; JARDILINO, José Rubens Lima.
Sociologia da Religião no Brasil. São Paulo. PUC-SP, UMESP, Sociedade
Religiosa, 1998.
116
1.2. Dissertações
CORSO, Zeno Marco Dal. A Igreja da denúncia e o silêncio dos fiéis: A história
da Igreja no Acre vista pelos lavradores (1970-1990). 1998. Dissertação
(Mestrado em História) - Faculdade de Teologia Nossa Senhora de Assunção, São
Paulo.
1.3. Teses
OS SEGREDOS do Hiuasca (I). O FUTURO, Rio Branco, n. 15, p.2, mar. 1920.
___. Relatório Estatístico, relativo ao ano de 1972. Rio Branco, dez. 1972. 2 p.
MATTOS, Daniel Pereira de. [Carta] 1 maio 1956b. 5 f. Rio Branco [Acre] [para]
Deputado José Guiomard dos Santos, Rio Branco.
_____. [Carta] 29 maio 1946c. Rio Branco [Acre] [para] Governador Delegado
120
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. 97 p. Manuscrito. Hino “a volta de Jesus”. p. 27.
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. 97 p. Manuscrito. Hino formas do amor de Deus,
p. 14.
___. Hinário. Rio Branco. 1956-2000. Datilografado. Hino o poder da luz do Daime,
n. 72.
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. 97 p. Manuscrito. Hino do santo amor apareceu,
p. 6.
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. Manuscrito. Hino São Sebastião, p. 120.
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. Manuscrito. Hino não posso rogar, p. 16.
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. 97 p. Manuscrito. Hino sou sacerdote, p. 61.
___. Hinário. Rio Branco. 1956a. Manuscrito. Hino luz e caridade, p. 23.
___. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino ser servo de Deus, n.
99.
___. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino perdoar o meu próximo,
n. 106.
___. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino a luz da verdade, n. 37.
121
___. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino o dono de nossa vida, n.
73.
___. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino mulher má, n. 20.
___. Hinário (1956-2000). Rio Branco. Datilografado. Hino clamando a Deus o pão
de cada dia, n. 32.
___. [Partitura] Valsa Lydia. Rio Branco [s.n.], 1946. 1 partitura (20 p.), para os
seguintes instrumentos: trombones, bateria, trompas, sax, baixo, clarinete, sax-
soprano, bombardinos e pistom.
___. [Partitura] Marcha Canção Getulio Vargas. Rio Branco [s.n.]. 1 partitura (18
p.), para os instrumentos: trompas, rebeca, pistom, bateria, barítono, clarinetes,
trombones, tuba, altos, bombardino.
___. [Partitura] Valsa Alvorada de amor. Rio Branco [s.n.],1946. 1 partitura (1 p.).
___. [Partitura] Choro Decha-mi tranquilo. Rio Branco [s.n.]; 1946. 1 partitura (1
p.).
___. [Partitura] Valsa [sem título]. Rio Branco [s.n.],1946. 1 partitura (1 p.)
1.6. Entrevistas
DEUS FILHO, João de: depoimento. [set. 1995]. Entrevistador: Francisco Hipólito
de Araújo Neto. Rio Branco: Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro
Espírita e Culto de Oração “Casa de Jesus – Fonte de Luz”. Entrevista realizada
para ser utilizada no Projeto do Levantamento Histórico – cultural da Doutrina do
Mestre Daniel Pereira de Mattos.
Margarido. Rio Branco: Casa de Memória Daniel Pereira de Mattos - Centro Espírita
e Culto de Oração “Casa de Jesus – Fonte de Luz”. Entrevista realizada para ser
utilizada no Projeto do Levantamento Histórico – cultural da Doutrina do Mestre
Daniel Pereira de Mattos.