Sei sulla pagina 1di 12
BIBLIOTECA UNIVERSITARIA Série 2* — Cidnelas Sociais Volume 34 Diresto: Dr, Foarstax Feaxavors (a Universidade de Sito Paxto) °. FLORESTAN FERNANDES (Organizador) COMUNIDADE E SOCIEDADE Leituras sobre problemas conceituais, « metodolégicos e de aplicacao Heb bs ) EDITORA NACIONAL ERSIDADE DE S40 PAULO. 6 — Comunidade e sociedade como 4 ane in entidades t{pico-ideais te Fenpixann Tonwtes (*) : Pai OR oo DETERMINAGAO GERAL Q ! DOS CONCEITOS PRINCIPAIS \i Al I — Relagdes entre as vontades Ihumanas Comunidade ¢ Socie- tals dade na linguagem. As yontades humanas se encontram em re- go lagdes miltiplas entre si. Cada uma dessas relagées € uma agio reefproca que, enquanto exercida de um lado, é suportada ou ecebida do outro. Essas_agies se apresentam de tal maneira que tendem ou A conservagio ou & destruicio da vontade ou do ser \ | ‘opostos: sfo positivas ou riegativas. A presente teoria e os objetos de sua \pesquisa concernirio apenas is relagbes reciprocamente | positivas. Cada uma dessas relagSes representa uma unidade na pluralidade e uma pluralidade na unidade. Comps cias, compensagSes € agdes que passam_e repassam © que consideradas como! expressées das vontades e de suas Forgas. |O grupo formado por Gs telagio positiva, enquanto ser ou objeio SA que age de uma/maneira homoginea para dentro ot para fora, |! chamase uma asociagio, i A propria relagio.e, conseqilentemente, a associaglo,, poclem - | ser compreenitidas ou como uma vida real e orginiea ~ € entéa | a esséncia da comunidade — ou como uma representacéo’ virtual i 1 i © mecinica — & entio 0 conceito da sociedad, O emprego das palavras escolhidas demonstrark que clas esto fundadas num uso andlogo da Imgua alemg, mas, até o presente, a terminologia eru- (*) Fesdinaad nies, Communauté et socité (rad. do alemso para o | fiancé por J. Lei, POF, 1944, pp. 5, 9.1, 1983, 04, 5.7, 4959. Treas | so de Carios Rint Distingdes € contrastes conceituais bisicos — 97 dita as utiliza indiferentemente e confunde-as arbitrariamente. £ Preciso que algumnas notas preliminares coloquem a oposig&o como uum dado. Tudo o que é confiante, intimo, que vive exclusiva: mente junto, & endido como, em comunidade (assim | Pensamos). A(sociedade}é o que é(publicd, 6 0 mundo. Ao con: * “erie tritio, 0 home contra em idade com-os-seus desde | @ mascimento, unido a eles tanto no bem comio no mal. Entrase | na sociedade como em terra estrangeira. Advertese o adolescente.. contra alma sociedadé mas a expressio “wt comunidade” son | ‘como uma contadigo, s juristas falam, vertnde te iedade doméstica, mas 0 fato € que eles retém apenas 0 conceito social da relagio. A communidade doméstica, a0 contrario, com stias acBes infinitas sobre a alma humana, & experimentada por cada um daqueles que participam dela. Por essa razio, 0s noivos sabem gue entram no casamento como numa plena comunidade de vida (conghinio totius vitae). Uma sociedade de vida & uma expressio eopstaditéria em seus proprios termos. Permanecese em compa- ike mas ninguém pore permanecer em comunidade com outro, Exe admitido na comunidade religiosa; as sociedades religiosas existem unicamente como as outras associagées, em vista de um fim qualquer, para 0 Estado, € esse fim, na teoria, encontrase fora delas. Existem comunidades de nguas, costumes, {é, mas existem também sociedades do trabalho, da viagera, das ciéncias. As sociedades comerciais so, dese ponto de vista, particular. mente: significativas; mesmo devendo existir confianga e comu- nidade entre os membros, nio se poderia falar, entretanto, de u: comunidade comercial. A associagio dos dois nomes: comunidade de agfo, seria intolerdvel. Entretanto, hi a comunidade de prov priedade: de campos, bosques, pastagens. A comunidade de bens _ | entre os esposos nfo ser chamada sociedade de bens, Por isso € que sio estabelecidas muitas disting6es. Em um sentido geral\ \ podersed falar de uma comunidade que engioba toda hum: dade, tal como o quer a Igreja. Mas a sociedade humana & com. Preendids como uma“purs justaposicio de individwos indepen-- | denies uns clos outros. Por ouitro lado, quando se trata, em um. | | sentido erudito, da sociedade de um pals por oposigio ao Estado, podese accitar esse termo, o qual encontraté entéo sua sigil | 98 — Comunidade e sociedade \e 7 cagio apenas com retagio 2 comundade do. povo. tae coisa € como nome, fomunidacle-€-vello,\sociedade € novo. Ush autor que estudou, d¢ todos as pontos de{vista, as disciptinas/politicas, reconhecen isso em ser necessizi6 Yprofundarse mputto: “Toda idéia de sociedade)~em_seu-sefitido social~e-polttico", diz Blunt. schli (Stoatswérterbuck, IV), “encontra wm fundamento natural Nos costumes e nis consideragdes do Terceiro Estado. Na reali- dade, mio € um coneeito popular, mas sempre um conceito do Terceito Estado, A sociedade tornouse a fonte e, 20 mesmo tempo,~ a expresstio de tendéncias ¢ julgamentos gerais: onde a cultura urbana produz sempre flores e frutos, af aparece também a socie- dade como drgio indispensivel. O pals, entretanto, conhieceos muito pouco.” Por outro lado, sempre se valorizou a vida do cumpo, porque nela a comunidade ¢ mais forte © mais viva entre 0s homens: a comunidade é a vida comum, verdadeira e duravel;_- a sociedade € somente passageira e aparente. E, nuina certa me. dds, podese compeender 8 efumdads fo ago) ‘Vivo, e-a Sociedade como um agrégudemecinico€ artiliciat ¢- e TEORIA DA COMUNIDADE te I~ Formos embriondrias. A teoria da comunidade se deduz, segundo as determinagdes da_unidade completa das vontades hu manas, de um estado pfimitivd natural que, apesar de uma separacio empftica e que se conserva através desta, caracterizase diversamente segundo a natureza das relacées necessirias © deter: minadas entre os diferentes individues que dependem uns dos Sutros. A. fonte comum dessas relagées & a vida vegetativa, que omega coni 0 mascimento. € um falo que as vontades husnsnas sto € permanecem unidas, ou assim sc tornamy necessariamente, na medida em que eada um corresponde a uma disposi¢io cor. poral que resulta de sua origem ou do sexo. Esta associagao, con- siderada como uma afirmagio imediata e reeiproca, apresenta-se, Aa maneira mais vigorosa, nas trés espécies de relacdes seguintes: }) a relagio entre una mie e seu filo: 2) a relagio entre homem ¢ mulher, enquanto esposos, relaglo idege- ee | «_ Distingdes e contrastes conceituais bdsicos — 99 que deve ser compreendida num sentido natural ou, com mente, animal; 3) a yelagto entre ‘irmias e itmis, isto é, entre filhos que se Teconhecem como descendentes'de uma mesma mie, Quando, em cada relagio de descendentes de uma mesma ori Bem, 0 germe, ou tendéncia, ¢ a fora, fundamentados na vontade, Puderem ser representados por uma comunicade, entio esses trés ‘casos so os mais fortes e os mais significatives quanto 4s possi billdades de desenvolvimento do germe. Entretanto, cada um de uma maneira particular: A) A relagio maternal € 2 mais profunda, fundada no ins- tinto ou no prazer; nesse caso, é possfvel aprender a passagem de uma associagGo corporal ¢ espiritual_ a uma associagio pura: mente espiritual, ¢ esta wltima leva tanto mais Aquela quanto mais proxima estiver de sua origem, Esta relacio exige sim longo tempo durante o qual a mie esté encarregada da alimentaio, Protecio € conduta do recémmascido até que ele seja capaz de se alimentar, proteger-se € conduzir-se por si mesmo, Mas, durante esse tempo de progresso, a mesma relagio perde em necessidade @ chega a um ponto de separagio eada vez mais provavel; to- davia, esta dltima tendéncia pode ser suprimida ou combatida Por outros elementos, em particular pelo hibito de viver em conjunto, pela lembrangn das alegrias ocorridas e, sobretudo, quando 0 filho reconhece a preocupacio e os cuidaclos maternais, Mas a essas relagées reciprocas ¢ imediatas se juntam circunstin- clas gerais exteriores, que se associam a clas indiretamente: de- sejo, habito, lembranga de objetos do circulo social inicialmente agracivels ou que se tornaram agradaveis, saudades de pessoas conhecidas, amiiveis e servigais, como pai quando vive no lar, ou os irmios ¢ irmiis da mie, ou do filho, etc. 3) O instinto sesual niio exige, de maneira alguma, vida co- mum durdvel. De infcio, ele conduz menos facilmente para uma alfanga reclproca do que para ura sujeigio da mulher, a qual, devido & sua fraqueza natural, pede ternar-se objeto de.uma pura ossessio ou verse rebaixada 4 escravidio. # pot essa razio que 4% relagdes entre esposos, consideradas como independentes. dos 100 — Comunidade e sociedade Tagos de patenteseo € como contend todas forsas sociais, devem Ser conservadas pelo hdbito de viver junto para transformarse numa relagio durdvel e nui mito acordo, A isso se juntam, bem entendido, os outros: fatores de consolidagio ja citados, par ticularmente a relagio para com os filhos geracios como propric- dade comum ¢, em seguida, uma relagio geral para com os bens comuns € para com o governo da casa. C) Nio existe, entre irmios e inns, harmonia tio espontinen, {o instintiva € conbecimento intimo tio natural como entre mile efilho, ou como entre seres unidos de sexos diferentes, ainda que este Ultimo caso possa coincidir com o dos irmnos inmis, pois nfo faltam razdes para crer que essa harmonia se apresentou numerosas vezes, em muitas ragas, numa época primitiva da hus manidade. A esse propésito, & preciso lembrar que, naquela época, a descendéncia era contada do lado materno e que nome € sentimento fraternais se encontravam espathados no mesmo Srau que © parentesco de primes, ¢ isso de maneita tio geral Que o sentido estrito, como em muitos outros casos, s6 se tornou © sentide préprio a partir de uma concepgio mais tardia. Entre- tanto, devido a um desenvolvimento regular nos agrupamentos cos Povos mais importantes, o casamento e as relagdes entre irmios € inmfs €;-posteriormente (na pritics-exdticn); nfo a-alia Keo Jago de sangue, mas a alianga e o parentesco de ld, se exeluem com rigor absolute, Astin, o-amoF fraternal, que se fidament ainda no Tago do sangue, pode ser apresentado como a mais hu. mana das telagées entre os homens. Observase também, tandose as outras duas formas de relagdes, que onde o instinto € mais fraco, a reflexio parece cooperar mais fortemente para a ginese, conservagio € consolidagio dos laces do coracio. Pois, se foi provado que os filhos da mesma mie, pelo fato de viverem € permanecerem com ela e juntos, associam necessariamente em sua Tembranga a pessoa ea vida dos outros a todas pressdes de acontecimentos agradsivels, com excegio das razées de hosti- Tidade capazes de entravar essas tendéncias, entia esse grupo & constituido mais cedo, mais forte ¢ mais estreitamente, e isso tam- bém na medida em que for ameagudo pelo exterior e pelas cir. cunstdncias que conwibuem Para tornar mais unida a comunidade e Distingdes ¢ contrastes conceituais bdsicos — 101 de luta € de agio. Em seguida, o hibito tora essa vida ainda mais ffcil e atracnte. De irmios podese esperar, ‘portanto; no ais alto grau possvel, uniformidade de existéucia e de forgas, da qual podem resultar, em seguida, as diferencas de inteligen cia ou de experiéncia enquanto fatores puramente pessoais ou mentais (..) DIGNIDADE E ENGARGO — A DESIGUALDADE E SEUS LIMITES Toda dignidade, enquanto liberdade ¢ honra particulares ¢ mais amplas, deve ser considerada como um dominio determi nado da vontade e deve provir da esfera geral ¢ uniforme da vontade da comunidade. Assim, ela tem por obtigagio 0 encargo, enquanto liberdade © honra particulares ¢ mais restritas. Toda ignidade pode ser considerada como encargo e todo encargo como dignidade, ao menos numa certa medida. A esfera da von {ade comum ¢ uma massa de determinada forga, poder ¢ direito, uimisoma de queter e poder enquanto obrigacdo ¢ dever. # por esd Tardo qe se apresentam a natureza ¢ © contetido ge todas esferas das vontades devivadas, nas quais direlto’e obsigagio sf Iados correspondentes da mesma coisa, nada mais que as modalidades subjetivas de uma mesma substincia objetiva de direita © de forga. Deste modo, existem e,nusceri Wesigualdacles reais no interior da comunidade, tanto pelas obrigagses e pelos { direitos amplos € restritos, como pela propria vontade da comu- ridude. No entanto, eas poem estenderse somente até um de-, terminado Timite, pois além desse limite cessa a existtncla dv cor munidade enquanto unidade das diferengas: de um lado (para cima), porque a forca do direito pessoal tornase muito grande 6; conseqilentemente, sua ligagio com a forga do dircito geval tornase indiferente ¢ sem valor; de outro lado (para baixt), Porque a forca prépria tornase muito pequena e sua ligne, itveal ¢ sem valor. Quanto menos os homens ficarem em contato Uns com 03 outros, associados & mesma comunidad, mals eles se comportarda.uns.com-relagio aos. outros cOniD-sijeitos livres, ce-

Potrebbero piacerti anche