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O documento descreve a técnica de construção com solo-cimento, um material alternativo de baixo custo obtido da mistura de solo, cimento e água. Apresenta detalhes sobre a preparação do solo-cimento, suas aplicações em paredes, tijolos e pavimentos, além das vantagens como uso de materiais locais e facilidade de construção. Relata também a experiência de 26 anos com esta técnica na região cacaueira da Bahia.
O documento descreve a técnica de construção com solo-cimento, um material alternativo de baixo custo obtido da mistura de solo, cimento e água. Apresenta detalhes sobre a preparação do solo-cimento, suas aplicações em paredes, tijolos e pavimentos, além das vantagens como uso de materiais locais e facilidade de construção. Relata também a experiência de 26 anos com esta técnica na região cacaueira da Bahia.
O documento descreve a técnica de construção com solo-cimento, um material alternativo de baixo custo obtido da mistura de solo, cimento e água. Apresenta detalhes sobre a preparação do solo-cimento, suas aplicações em paredes, tijolos e pavimentos, além das vantagens como uso de materiais locais e facilidade de construção. Relata também a experiência de 26 anos com esta técnica na região cacaueira da Bahia.
O solo-cimento um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de
solo, cimento e um pouco de gua, em propores adequadas. No incio, essa mistura parece uma farofa mida e que, aps compactao e cura, ela endurece e com o tempo ganha consistncia e durabilidade suficiente para diversas aplicaes no meio rural e urbano. O solo-cimento uma evoluo de materiais de construo do passado, como o barro e a taipa. S que as colas naturais, de caractersticas muito variveis, foram substitudas por um produto industrializado e de qualidade controlada: o cimento. O uso do solo-cimento no Brasil vem, desde 1948, ajudando na satisfao de tais necessidades, encontrando-se hoje j bastante difundido. A presente comunicao relata aspectos tcnico-econmico-sociais de alguns anos de trabalho com esta modalidade de construo na CEPLAC/EMARC-URUUCA. Nesses 26 anos de experincia na regio cacaueira, destacam-se obras no meio rural e urbano, em particular a construo de uma creche com 1.200 m2 em Juari-BA, sendo a segunda maior obra em solo-cimento no Brasil. A tcnica do solo-cimento aplicada s construes das populaes de baixa renda e foi introduzida na comunidade da regio cacaueira, por seu baixo custo e pela facilidade de assimilao do sistema construtivo. CAMPO DE APLICAO Aplica-se a construo de solocimento em: construo de paredes monolticas, tijolos, pavimento e o solo ensacado. As paredes monolticas so compactadas no prprio local, em camadas sucessivas, no sentido vertical, com auxlio de formas e guias. O processo de produo assemelha-se ao sistema antigo de taipa, formando painis inteirios, sem juntas horizontais. Os tijolos de solo-cimento so produzidos em prensas, dispensando a queima em fornos. Eles s precisam ser umedecidos, para que se tornem resistentes. Alm de grande resistncia, outra vantagem desse tijolo o seu excelente aspecto. Os pavimentos tambm so compactados no local, com auxlio de frmas, mas em uma nica camada. Eles constituem placas macias, totalmente apoiadas no cho. O solo-cimento ensacado resulta da farofa mida, colocada em sacos, que funciona com frma. Depois de ter a sua boca costurada, esses sacos so colocados na posio de uso, onde so imediatamente compactados individualmente. VANTAGENS O solo-cimento vem se consagrando como tecnologia alternativa por oferecer o principal componente da mistura o solo em abundncia na natureza, e geralmente disponvel no local da obra ou prximo a ela. O processo construtivo do solo-cimento muito simples, podendo ser assimilado por mo de obra no qualificada.
Apresenta boas condies de conforto, comparveis s construes de alvenaria de
tijolos e ou blocos cermicos, no oferecendo condies para instalaes e proliferaes de insetos nocivos sade pblica, atendendo s condies mnimas de habitabilidade. um material de boa resistncia e perfeita impermeabilidade, resistindo ao desgaste do tempo e umidade, facilitando a sua conservao. A aplicao do chapisco, emboo e reboco so dispensveis, devido ao acabamento liso das paredes monolticas, em virtude da perfeio das faces (paredes) prensadas e a impermeabilidade do material, necessitando aplicar uma simples pintura com tinta base de cimento, aumentando mais a sua impermeabilidade, assim como o aspecto visual, conforto e higiene. SOLO-CIMENTO - MATERIAIS CONSTITUINTES SOLO O uso do solo no local da obra sempre a soluo mais econmica. Entretanto, se ele no servir, necessrio fazer a correo granulomtrica no solo encontrado (70% de areia grossa e 30 % de silte e argila) misturando uniformemente e peneirados, obtendo-se o mesmo resultado ou ento procurar um solo adequado em outro local, denominado jazida, contanto que este local fique o mais prximo possvel da obra, por questes econmicas. Os solos adequados so os chamados de solos arenosos, ou seja, aqueles que apresentam uma quantidade de areia na faixa de 60% a 80 % da massa total da amostra considerada. O proporcionamento dos constituintes funo do tipo de solo escolhido. O Estudo Tcnico Dosagem das Misturas de Solo-Cimento Normas de Dosagem e Mtodos de Ensaio, da ABCP (Associao Brasileira de Cimento Portland), atravs de diferentes parmetros relativos ao solo, tais como sua granulometria, ndices fsicos, etc., define os teores de cimento que aplicam aos diferentes tipos de solos. Os resultados finais so obtidos atravs de ensaios de resistncias compresso simples e de durabilidade por molhagem e secagem. O resultado final do estudo de dosagem apresentado na forma de teor de cimento (relao entre a quantidade de cimento e a de solo seco, em massa). Este teor, muitas vezes de pouca utilidade para fins de obra, pode ser transformado em trao volumtrico, por exemplo: 1 parte de cimento para 12 a 15 partes de solo, em volume. Quando o volume de obra pequeno, existem testes prticos para a avaliao das caractersticas granulomtricas de um solo. Alguns deles so, teste da caixa e o da garrafa. PREPARO DO SOLO-CIMENTO Dosagem solo-cimento Nas obras de pequeno porte usado um trao padro entre 1 para 12 at 1 para 15 (uma parte do cimento para outras partes de areia), que um solo arenoso aprovado pelos testes prticos. Em obras de grande porte, o solo-cimento chega a ser produzido em usinas de misturas. Em obras de pequeno porte, a mistura manual. Betoneira no serve para preparar o solo-cimento.
Mistura Manual do solo-cimento
a)Passe o solo por uma peneira de malha ABNT 4,8 mm; b)Esparrame o solo sobre uma superfcie lisa e impermevel, formando uma camada de 20cm a 30cm. Espalhe o cimento sobre o solo peneirado e revolva-o bem, at que a mistura fique com uma colorao uniforme, sem manchas de solo ou de cimento; c)Espalhe a mistura numa camada de 20cm a 30cm de espessura, adicione gua aos poucos (usando um regador com chuveiro) sobre a superfcie e misture novamente. Os componentes do solo-cimento podem ser misturados at que o material parea uma farofa mida, de colorao uniforme da cor do solo utilizado, embora levemente escurecida, devido presena da gua. Na prtica, a umidade da mistura verificada atravs de procedimentos simplificados, baseados na coeso apresentada pela massa fresca. Quando a amostra est seca, no existe a formao de um bolo compacto, com marca ntida dos dedos em relevo, ao apertarmos na mo a massa de forma energtica. Outro mtodo complementar muito utilizado consiste em deixar cair o bolo formado, de uma altura aproximadamente de um metro, sobre o cho. No impacto o bolo dever se desmanchar, no formando uma massa nica e compacta. Se houver excesso de gua, a massa manter mida e rgida aps o impacto, fato no desejvel. A mistura do solo-cimento comea a endurecer rapidamente, por isso, ele deve ser usado, no mximo, duas horas aps o preparo. Portanto, evite preparar mais solocimento que possa utilizar nesse intervalo de tempo. FERRAMENTAS NECESSRIAS BSICAS: cavador, enxada, enxadete, regador, p, picareta, cordo de nylon, martelo, escala numrica, serrote, colher de pedreiro, balde, nvel de bolha, mangueira de nvel, esquadro, carro de mo, prumo, peneira com malha de 4,8mm. ESPECIAIS: frmas para compactao de paredes e para estacas de concreto, com parafusos especficos. COMENTRIOS FINAIS As possibilidades de aplicao do solo-cimento na rea rural e urbana esto longe de serem esgotadas. Por ser um processo de fcil assimilao por qualquer pessoa, utilizando somente materiais locais, no necessitando de energia de qualquer natureza para sua produo, nem mesmo animal, a tecnologia de solo-cimento certamente se constitui no processo que permitir uma verdadeira revoluo nas construes rurais e urbanas brasileiras, pois associa um baixo custo a uma elevada qualidade. A EMARC-URUUCA dispe de informaes especficas sobre as diferentes aplicaes do solo-cimento, disponibilizando-se para fornecer maiores detalhes das tcnicas construtivas.