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Até o século XVIII, na Europa, os hospitais não possuíam finalidade médica. Eram
grandes instituições filantrópicas destinadas a abrigar os indivíduos considerados
"indesejáveis" à sociedade, como os leprosos, sifilíticos, aleijados, mendigos e
loucos, ficando claro que eram lugares de exclusão social da pobreza e da miséria
produzidas pelos regimes absolutistas da época.
Foi deste modo que surgiu o hospital psiquiátrico, ou manicômio, como instituição
de estudo e tratamento da alienação mental. O chamado "tratamento moral"
praticado pelos alienistas incluía o afastamento dos doentes do contato com todas
as influências da vida social, e de qualquer contato que pudesse modificar o que
era considerado o "desenvolvimento natural" da doença. Desta forma,
pressupunha-se que a alienação poderia ser melhor estudada e sua cura poderia
ser atingida.
Apesar de alguns insistirem na idéia que o asilo foi construído pela pressão de um
poder médico misterioso, na realidade os médicos pouco participaram, apenas
colaboraram cientificamente no discurso filantrópico. Diante disto, a história mostra
que quem mandava efetivamente no asilo eram as religiosas incumbidas dos
doentes e a Mesa diretora da Santa Casa, sendo que os médicos só assumiram
sua administração com a República.
No decreto de D. Pedro II, reproduzido abaixo, existem duas palavras que indicam
um uso intercambiável dos termos hospício e hospital. Pedro II fundou um Hospital
com o nome de Hospício, para tratar os alienados.
Verifica-se que o percurso dos alienados nas várias províncias foi semelhante,
indo das enfermarias dos hospitais das Santas Casas aos hospícios exclusivos.
Apenas em São Paulo, o hospício de alienados não foi precedido de assistência
sistemática em hospital de caridade, talvez pela precoce decisão do governo
provincial de custear-lhes um asilo próprio. É importante ressaltar que nesses
hospícios não havia atuação significativa da classe médica, até o fim do Império.
Pode-se dizer que a Cena Inaugural da moderna psiquiatria brasileira foi a posse
de Juliano Moreira na direção do Hospital Nacional dos Alienados e a
conseqüente transposição para os trópicos de um modelo de assistência europeu.
Frente a essa realidade surgem alguns movimentos que questionam essa ordem,
procurando romper com a tradição manicomial brasileira, principalmente com o fim
da Segunda Guerra Mundial.
A partir disto, várias foram as iniciativas para o alcance desse objetivo como
a Constituição Federal Brasileira, promulgada, em 5 de outubro de 1988. Esta
possui uma seção exclusiva para a questão da saúde (Art.196 a Art. 200) na
qual se consolida a universalização da assistência, a integralidade da
atenção à saúde - realizada por ações de promoção, prevenção, cura e
reabilitação -, o reconhecimento do direito e necessidade da participação da
comunidade na gestão do sistema - através do Conselho de Saúde -, a
hierarquização, a eqüidade e a descentralização do sistema - com comando
único em esfera de governo.
REFORMA PSIQUIÁTRICA
A reforma psiquiátrica deixa de ser entendida como decorrente única e
exclusivamente de medidas emanadas no estado, sejam políticas sociais, sejam
políticas específicas para o campo da saúde mental.
O MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL
OBRAS CONSULTADAS
ODA, A. M. G. R., DALGALARRONDO, P. História das primeiras instituições para
alienados no Brasil. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, 12 (3): 983-1010,
set.-dez. 2005.
História da Psiquiatria - A Loucura e os Legisladores
Walmor J. Piccinini e Ana Maria G. R. Oda
FEFFERMANN, M et al, 2000. Estudo do Perfil das Potencialidades dos
Municípios do Estado de São Paulo para o desenvolvimento e Implantação de
Propostas Assistenciais de Atenção em Saúde Mental na Perspectiva da reforma
psiquiátrica. São Paulo, projeto do Instituto de Saúde, (não publicado).* Alguns
artigos que serão hospedados oportunamente.