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O documento discute a dificuldade de criar algo novo e o que realmente pode ser considerado novo. Afirma que o novo surge da capacidade do indivíduo de ser um começo e fundir elementos de forma alquímica, não da criação de matéria. Argumenta que algo é novo quando feito por humanos, como nos livros da Biblioteca de Babel de Borges, que são novos apesar de conterem tudo o que já foi escrito.
O documento discute a dificuldade de criar algo novo e o que realmente pode ser considerado novo. Afirma que o novo surge da capacidade do indivíduo de ser um começo e fundir elementos de forma alquímica, não da criação de matéria. Argumenta que algo é novo quando feito por humanos, como nos livros da Biblioteca de Babel de Borges, que são novos apesar de conterem tudo o que já foi escrito.
O documento discute a dificuldade de criar algo novo e o que realmente pode ser considerado novo. Afirma que o novo surge da capacidade do indivíduo de ser um começo e fundir elementos de forma alquímica, não da criação de matéria. Argumenta que algo é novo quando feito por humanos, como nos livros da Biblioteca de Babel de Borges, que são novos apesar de conterem tudo o que já foi escrito.
Hanna Arendt diz que tudo aquilo que os homens entram em
contato torna-se, indelevelmente, uma condio de sua existncia 1. Neste sentido, o mundo dos homens seria impossvel sem as coisas que o rodeiam, j que representam uma constelao de sentidos que constroem o prprio mundo humano. Com a ampliao do mundo do trabalho e o consequente incremento da tcnica, a qual intenta, maneira alqumicodemirgica, catalisar (modificar e aperfeioar) os estados e processos da matria2, surgir o alerta dos filsofos ante a apropriao do pensamento reflexivo pelo pensamento operacional e calculador, desencantado com o mundo. Heidegger um dos grandes exemplos de alerta ao mergulho (sem volta?) no mundo da tcnica, junto perda da capacidade de pensar-se, principalmente, no sentido do Ser. O otimismo moderno entreviu na propagando da cincia moderna a oportunidade de reproduzir a marca gensica do deus ex machina3 em cada laboratrio, cotidianamente. Mas, de fato, por sob o processo de inovao tecnolgico-instrumental, o que de fato pode ser considerado novo? E o que seria algo novo? Penso que essa uma questo que est implcita na primeira. Arendt se refere capacidade do indivduo de ser livre por ser um novo comeo (algum com capacidade de tomar a iniciativa de um projeto diverso), certo de que em cada caso vem ao mundo j 1 ARENDT, Hanna. A condio humana. 10ed. Trad. de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2007. 2 ELIADE, Mircea. Herreros y alquimistas. Trad. E.T. Madrid: Alianza Editorial, 1974. 3 GOMES, Raphael Carmesin. Madeiras e mos: mundos miritizados da criao. In: Pr-Reitoria de Extenso. Antologia: poesias, crnicas e contos. Belm: UFPA, 2013, p. 127.
existente alguma coisa nova que continuar a existir depois da morte
de cada indivduo.
Penso que nestes termos reside a dificuldade da pergunta
inicial. O novo para um individuo sobressai-se, no de sua capacidade de criar matria, como nos variados mitos demirgicos da humanidade, mas na sua capacidade alqumica de fundir elementos na busca do elixir da vida. Neste processo de fundio, percebemos uma linha comum que denota a marca da novidade: foi feita por homens. Assim um Jorge Luis Borges ver La Biblioteca de Babel, onde todos os livros escritos ou imaginados pela humanidade esto encerrados. Em tal Biblioteca, que existe ad eternum, cada livro algo novo, mesmo o livro que encerra todos os livros que j existiram ou vo existir, e isto pelo simples motivo de que nova escritura, movedia de acordo com cada novo leitor. Dentro desta Babel, muito parecida com a nossa vida babilnica, no parece to difcil criar algo novo. Tudo reapropriado, revisitados, vomitado e criado novamente. E assim podemos entrar em um labirinto de novidades que, caso a capacidade reflexiva no entre em jogo (nossas asas de cera), nos envolver em um vrtice de velhas coisas travestidas de novas; novos projetos estticos, polticos, amorosos, revestidos de um ar sensaboro, ainda mais em um mundo que confunde novidade com utilidade, isto impregnando at o pensamento filosfico. Nem sempre o que pensado de forma inovadora pode ser til para uma sociedade ou um indivduo especfico. No existe valor de uso em qualquer coisa; s vezes a inutilidade boa, nos recordando que, mesmo quem Criou demirgicamente deuses e deusas ; o fez por que queria apenas descansar em um jardim, contemplando-o, vendo que isto era bom.