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Instituto de Estudos da Criança

Ana Rita Canedo Lúcio Figueiredo | 56815


Ana Rita Magalhães Pereira | 56307
Cristina Maria Passos Costa e Silva | 56281
Hélder Miguel Pinto Miranda | 41023
Tânia Marlene Pereira Peixoto | 56253

Sistema Digestivo
Orientado para alunos do 2º ciclo

Biologia Humana e Saúde


3º Semestre
Educação Básica

Sob orientação de:


Profª Doutora Zélia Anastácio

Braga | 2010
Sistema Digestivo
Orientado para alunos do 2º ciclo

Índice

 
Introdução ............................................................................................................................................. 3  
O  Sistema  Digestivo ........................................................................................................................... 4  
Morfofisiologia  do  Sistema  Digestivo ................................................................................... 6  

Constituição  do  Sistema  Digestivo  e  acção  das  enzimas  digestivas ........................ 7  


Digestão ................................................................................................................................................12  
Digestão  na  boca ..........................................................................................................................12  
Mastigação ......................................................................................................................................13  

Língua ...............................................................................................................................................14  

Salivação..........................................................................................................................................15  
Deglutição .......................................................................................................................................16  

Digestão  no  estômago................................................................................................................16  


Digestão  no  intestino  delgado  e  intestino  grosso..........................................................17  
Nutrição ................................................................................................................................................19  
Conclusão .............................................................................................................................................24  

Referências  bibliográficas  e  webliográficas..........................................................................25  

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Sistema Digestivo
Orientado para alunos do 2º ciclo

Introdução
 
Inserido no Programa da Unidade Curricular de Biologia Humana e Saúde da
Licenciatura em Educação Básica da Universidade do Minho, neste trabalho vamos
abordar o sistema digestivo humano, em especial o fenómeno da digestão e os órgãos
envolventes.
Tomámos como público alvo os alunos do 2º ciclo e orientamos quer a
linguagem, quer os métodos e recursos utilizados a este público.
Todos os seres vivos requerem os mesmos compostos básicos, como por
exemplo os minerais, vitaminas e glícidos. Estes compostos fazem parte dos
alimentos mas como estes estão, muitas vezes, sob a forma de moléculas complexas
têm de ser previamente digeridos para poderem ser absorvidos.
Achamos bastante interessante este tema, a forma como os nossos alimentos
são transformados para proveito do nosso corpo.

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O Sistema Digestivo
 
O sistema digestivo é o conjunto de processos mecânicos e químicos que têm
lugar no tubo digestivo, tubo esse que tem o seu início na boca e o seu término no
ânus. Este sistema existe visto ser necessário decompor os alimentos ingeridos em
elementos nutrientes assimiláveis, pois só estes podem atravessar as membranas
celulares, a nível intestinal, para serem absorvidos.

No homem, o sistema digestivo é formado pelo tubo digestivo e pelas glândulas


anexas. O tubo digestivo, percorrido pelo bolo alimentar, compreende a boca, faringe,
esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. As glândulas anexas,
responsáveis por secreções importantes na digestão, são as glândulas salivares, o
fígado e o pâncreas.
O tubo digestivo, com cerca de 9 metros de extensão, tem duas aberturas para o
exterior - a boca, onde o tubo tem o seu início, e o ânus, onde termina. Os alimentos
ingeridos só por absorção têm acesso ao interior do organismo.

A boca recebe os alimentos que o ser humano ingere, os quais proporcionam,


além dos nutrientes necessários para a sobrevivência, agradáveis sensações de cheiro
e gosto. Os receptores olfactivos, localizados no nariz, são responsáveis pela detecção
do aroma e as papilas gustativas (existem de quatro tipos - doce, salgado, amargo e
ácido), localizadas na língua, são responsáveis pelo paladar.
Os dentes, num total de 32, no adulto, trituram os alimentos, de forma a estes
poderem ser ingeridos, passando à faringe, órgão musculoso, onde se entrecruzam as
vias digestiva e respiratória. É na faringe que ocorre o fenómeno da deglutição,
durante o qual a epiglote fecha a laringe (tubo do aparelho respiratório). Depois, o
bolo alimentar desce ao esófago, cujas paredes se contraem, ritmicamente, em
movimentos peristálticos, empurrando-o para o estômago, passando através de um
esfíncter que actua como válvula - a cárdia.

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O estômago é um órgão, de paredes musculosas, em forma de J, com volume


aproximado de 1,5 litros. É revestido, internamente, por uma camada espessa, de
muco e pregas, onde se situam as glândulas gástricas. Estas produzem suco gástrico,
constituído por água, ácido clorídrico e enzimas. Normalmente, o estômago demora 2
a 6 horas a esvaziar. O bolo alimentar é então transformado em quimo, o qual
abandona o estômago, através de outro esfíncter, o piloro, passando ao intestino
delgado.
O estômago reduz a uma espécie de papa, tudo quanto comemos. Alguns sais, água
e açúcares são absorvidos pelo sangue directamente do estômago. O resto passa para
o intestino delgado onde grande parte é absorvida.
As valiosas proteínas e açúcares são armazenadas no
fígado. Os restos indesejados são trabalhados por este e
alguns são levados pelos rins até à bexiga, de onde saem
sob a forma de urina. Outros passam pelos intestinos sem
serem trabalhados e saem pelo ânus sob a forma de fezes.
O intestino delgado (espécie de tubo com 7 m de

Figura  1  -­  Percurso  do   comprimento) recebe, através do canal colédoco, as


bolo  alimentar  
secreções do fígado e do pâncreas, decompõe química e
mecanicamente o quimo, absorve nutrientes e transporta o material não digerido para
o intestino grosso. A parede do intestino delgado é revestida por vilosidades
intestinais (cada uma contendo vasos sanguíneos e um pequeno vaso linfático - o
quilífero), que aumentam a superfície de absorção dos nutrientes, os quais são levados
para o fígado, pela veia porta hepática, ou para a corrente sanguínea pelos vasos
linfáticos. As células produzem o suco intestinal, o qual contém enzimas digestivas
que completam a digestão do quimo, dando origem a unidades tão pequenas que
podem ser absorvidas, passando para o sangue - o quilo.
O intestino grosso está ligado ao intestino delgado pelo jejuno-íleo. No intestino
grosso, que inclui o cego, o cólon, o recto e o ânus, dá-se a absorção da água e sais
minerais, sendo as fezes preparadas e armazenadas antes de serem defecadas pelo
ânus. O cego, que fica logo abaixo da entrada do intestino grosso, tem uma pequena
projecção vermiforme - apêndice - que desempenha um papel na imunidade do
sistema imunitário do organismo, estando sujeito a inflamação dolorosa - apendicite.

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O cólon é composto por três partes - cólon ascendente, cólon transverso e cólon
descendente. No intestino grosso existe um grande número de bactérias - flora
intestinal - que sintetizam vitaminas K e algumas do complexo B, e absorvem as
substâncias não digeridas, como a celulose.

O pâncreas é um órgão anexo ao tubo digestivo. Situa-se na cavidade


abdominal, abaixo do estômago, tendo funções endócrinas (produz substâncias para o
sangue, como a insulina) e exócrinas (lança no intestino delgado o suco pancreático).

O fígado é outro dos órgãos anexos ao tubo


digestivo e situa-se à direita, por cima do estômago, e
segrega a bílis, que neutraliza a acidez do quimo,
permitindo a acção das enzimas. É lançada no intestino
delgado, através do canal colédoco. Se não está a realizar-

se a digestão, a bílis é armazenada na vesícula biliar. Figura  2  -­  O  fígado  

Morfofisiologia do Sistema Digestivo

Para que as nossas células obtenham a energia e o material de construção e de


regulação de que necessitam, os alimentos que ingerimos têm de ser transformados
pelo sistema digestivo, isto é, têm de sofrer digestão.

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Constituição do Sistema Digestivo e acção das enzimas


digestivas

O sistema digestivo é constituído por duas partes:


• tubo digestivo;
• órgãos anexos ao tubo digestivo.

Constituição do Sistema Digestivo


Tubo Digestivo Órgãos Anexos
Boca Dentes
Língua
Glândulas salivares
Faringe _____
Esófago _____
Estômago _____
Intestino delgado Fígado e vesícula biliar
Pâncreas
Intestino grosso _____
Recto _____
Ânus _____
Tabela  1  -­  Constituição  do  sistema  digestivo

Localização das glândulas salivares

Figura  3  -­  Localização  das  glândulas  salivares  

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Descrição e funções do aparelho digestivo

Figura  4  -­  Representação  dos  principais  órgãos  do  


sistema  digestivo  humano  

Cavidade bucal ou boca

A boca constitui a primeira parte do aparelho


digestivo. É na boca que se inicia a transformação dos
alimentos, através da acção da saliva, da língua e dos
dentes.

Figura  5  -­  Corte  histólico  de  


língua  

Glândulas salivares
Glândulas anexas produtoras da saliva.
Localizam-se perto da boca. São em número de
três pares e, em função da sua localização,
denominam-se parótidas, sublinguais e
submaxilares.
Figura  6  -­  Salivar  submandibular   Corte histológico de glândula

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Faringe
Este órgão comunica com o esófago e é
comum aos sistemas digestivo e respiratório.

Figura  7  -­  Corte  histólico  de  


faringe  

Esófago
Tubo que estabelece a ligação da faringe com
o estômago. Devido às contracções da parede do
esófago – movimentos peristálticos, o bolo
alimentar é empurrado até ao estômago.

Figura  8  -­  Corte  histólico  de  


esófago  

Estômago
Órgão do tubo digestivo que desempenha
importante papel na digestão: devido à acção dos
músculos da sua parede e do suco gástrico
(produzido pelas glândulas gástricas), o bolo
alimentar transforma-se em quimo, prosseguindo
este até ao intestino delgado.

Figura  9  -­  Corte  histólico  de  


estomago  

Pâncreas
Glândula anexa ao sistema digestivo que
desempenha uma dupla função secretora. Como
glândula exócrina, liberta para o duodeno o suco
pancreático. Como glândula endócrina, produz e
segrega as hormonas insulina e glucagon, que
liberta para a corrente sanguínea.

Figura  10  -­  Corte  histólico  de  


pancreas  

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Fígado

Glândula exterior ao tubo digestivo responsável


pela produção da bílis (que é armazenada na vesícula
biliar), suco digestivo libertado no intestino delgado.
O fígado é o maior órgão do corpo e é muito
importante. Regula a quantidade dos alimentos
digeridos que entram no sangue para se certificar que
o corpo apenas absorve a quantidade certa e leva para
fora os detritos, além de armazenar produtos úteis,
como açúcares e gordura.
Figura  11  -­  Corte  histólico  de  fígado   Se parte do fígado for removido, o resto executará
as mesmas tarefas e crescerá até a parte que falta ser
substituída.

Vesícula Biliar
Órgão em forma de saco onde a bílis fica
depositada.

Figura  12  -­  Corte  histólico  de  vesícula  


biliar  
Intestino delgado
O intestino delgado é formado por: duodeno,
jejuno e íleo.
Neste órgão os alimentos são sujeitos a
movimentos intestinais, que facilitam a mistura
dos alimentos com o suco pancreático, a bílis e o
suco intestinal, assim como a sua deslocação ao
longo deste órgão.
Na parede interna do intestino delgado
Figura  14  -­  Corte  histólico  do   encontram-se as vilosidades intestinais, que
jejuno   permitem a absorção digestiva.

Intestino grosso
As partes dos alimentos que não são
absorvidas passam para o intestino grosso e, após
várias transformações, são expulsas pelo ânus sob
a forma de fezes.

Figura  15  -­  Corte  histólico  do  intestino  


grosso  
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Recto
Parte terminal do tubo intestinal.

Figura  16  -­  Corte  histólico  do  recto  

Ânus
Orifício que termina o tubo digestivo e pelo
qual as fezes são expelidas.

Figura  17  -­  Corte  histólico  do  ânus  

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Digestão

A digestão consiste na transformação dos alimentos nos seus elementos


constituintes mais simples, e que ocorre durante o seu trajecto pelo tubo digestivo. É
devida à interacção de transformações químicas (sucos digestivos) e de
transformações mecânicas (mastigação, deglutição e movimentos peristálticos).

Digestão na boca

A boca, ou cavidade oral, é o ponto de entrada do sistema digestivo e onde se


inicia o processo de digestão.
O seu interior é revestido por uma membrana mucosa, e suporta a dentição (que
intervêm na mastigação dos alimentos) e a língua (utilizada para saborear e misturar
os alimentos).

 
Figura  18  -­  Cavidade  oral    -­  Boca  

Fonte:  http://www.showboatentertainment.com/  

 
O gosto ou paladar é detectado pelas papilas gustativas situadas na superfície da
língua. Já os aromas dos alimentos são detectados pelos receptores olfactivos situados
na parte superior do nariz.
O sentido do gosto distingue apenas o doce, do amargo, do salgado e do ácido.
Já o sentido do olfacto é muito mais complexo, distinguindo varias combinações.
 

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Mastigação
 
O processo de mastigação consiste em partir os alimentos, tornando-os mais
pequenos para facilitar o restante processo de digestão. Para isso no interior da
cavidade oral temos os dentes.
Na sua primeira dentição, quando completa, o ser humano tem 20 dentes,
denominados os “dentes de leite” (Figura 19). À medida que nos vamos tornando
adultos, esses vão sendo substituídos por outros 32 dentes permanentes (Figura 20).

 
Figura  19  -­  Dentição  de  leite.  Fonte:  http://higieneoral.no.sapo.pt  

 
Figura  20  -­  Dentição  permanente.  Fonte:  http://gdev.ufp.pt  

 
As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou
presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do
alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma
única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um
com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação
relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos.

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Figura  21  -­  Dentição  completa

Assim, normalmente a dentição permanente humana é constituída por:


• 8 Incisivos
• 4 Caninos
• 8 Pré-molares
• 12 Molares

No que toca à constituição do dente, ele é constítuido da seguinte forma:

 
Figura  22  -­  Constituição  do  dente  

Língua

A língua é um órgão muscular que movimenta o alimento no interior da boca,


empurrando-o em direcçao à garganta para que seja engolido. Na superficie da língua
existem dezenas de papilas gustativas, cujas celulas sensoriais percebem os 4 sabores
primarios: amargo, azedo ou ácido, salgado e doce.
Através dos movimentos da língua e acção dos dentes dá-se um processo de
digestão mecânica.

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Salivação
 
A salivação consiste na mistura dos alimentos com a saliva (produzida pelas
glandulas salivares) no inteior da boca.
Através da salivação e da acção das enzimas inicia-se um processo de digestão
química.
As glândulas salivares: a presença de alimento na boca, assim como sua visão
e cheiro, estimulam as glândulas salivares a segregar saliva, que contém a enzima
amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar
possui especificidade enzimática, ou seja, é uma enzima que tem capacidade de
degradar uma substância (o amido por exemplo) e não outra. As três glândulas
salivares lançam a sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e
sublingual.

Figura  23  -­  Amilase  salivar.  Fonte:  


www.webciencia.com  

A acção da saliva e dos dentes permite transformar cada pedaço de alimento


numa massa em forma de bolo – o bolo alimentar.

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Deglutição
 
O bolo alimentar é empurrado pela língua em direcção à faringe. A úvula
distende-se e tapa as fossas nasais, impedindo-o de entrar para o sistema respiratório,
sendo o bolo alimentar empurrado para a faringe. Na faringe a epiglote tapa o acesso às
vias respiratórias, seguindo o bolo alimentar para o esófago. A Esta passagem do bolo
alimentar da boca para a faringe e esófago dá-se o nome de deglutição.

Digestão no estômago

O estômago é a parte do tubo digestivo em forma de bolsa, está localizado


abaixo do diafragma, do lado esquerdo do abdómen. O estômago faz a ligação entre o
esófago e o intestino delgado.
Na digestão, a fase mecânica está a cargo da camada muscular intermédia do
estômago que reduz o bolo alimentar a uma papa ou massa uniforme.
Quando o alimento é ingerido é armazenado no estômago, e é neste órgão que
ele começa a ser digerido, antes de seguir para o intestino.
A fase química está a cargo do suco gástrico. Este é produzido através das
glândulas gástricas, ao juntar-se com o bolo alimentar proporciona a digestão dos
alimentos, que se transformam numa massa chamada quimo.
O suco gástrico é composto por:
• Ácido clorídrico (HCI) que tem como funções tornar o pH ácido, amolecer o
bolo alimentar, esterilizar o bolo alimentar e activar as formas inactivas das enzimas do
suco gástrico. O suco tem a função de transformar proteínas em aminoácidos graças à
acção de uma enzima chamada pepsina.
• Pela pepsina, que é a enzima responsável pela digestão de proteínas (esta enzima
é libertada na forma inactiva e ao entrar em contacto com o HCI transforma-se em
pepsina, forma activa).
• A renina que é a enzima produzida em grande quantidade em recém-nascidos e
crianças e, em pouca quantidade, em adultos. A sua função é coagular as proteínas do
leite para que possam ser melhor digeridas.

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Os hidratos de carbono anteriormente transformados na boca não sofrem


quaisquer transformações no estômago. As gorduras, por acção da lipase, iniciam o seu
metabolismo contudo, não sofrem grandes
alterações porque a lipase existe em poucas
quantidades no estômago.
O resultado da digestão de estômago é um liquido
cremoso chamado quimo, composto por água,
amido, gorduras e proteínas transformadas.
Após sofrer a acção das enzimas do suco
gástrico, o bolo alimentar (“quimo”) passa ao
intestino delgado através da abertura de outro esfíncter estomacal: o piloro. Este órgão
consegue armazenar a comida por um longo tempo, e é por isso que depois de nos
alimentarmos conseguimos passar um tempo sem ter fome.

Digestão no intestino delgado e intestino grosso

O intestino delgado é a principal área de absorção dos nutrientes. É um tubo com


pouco mais de 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro. É a parte do tubo digestivo
que vai desde o estômago até ao intestino grosso.
Este pode ser dividido em três regiões, o duodeno com cerca de 25 cm, o jejuno
com cerca de 5 m e o íleo com cerca de 1,5 cm, que se liga ao intestino grosso.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras
porções do jejuno. No duodeno actua também o suco pancreático, produzido pelo
pâncreas, que contem diversas enzimas digestivas.
A mucosa do intestino delgado secreta o suco intestinal, solução rica em
enzimas digestivas tais como a sacarase, a lipase e a maltase, para completarem a
digestão do quimo em unidades tão pequenas que possam passar do interior do intestino
para o sangue. Há enzimas que dão sequência à hidrólise das proteínas, resultando em
aminoácidos.
A absorção é muito eficiente devido à presença de pregas, denominadas de
válvulas coniventes, cobertas por numerosas vilosidades em que cada uma contém uma
rede de capilares sanguíneos e um pequeno vaso linfático (quilífero) e realiza uma

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absorção selectiva dos alimentos, distribuindo-os por diversos pontos do organismo. As


vilosidades intestinais, por sua vez, possuem ainda expansões – as microvilosidades.
Desta forma, aumentam a superfície de absorção dos nutrientes. Os vasos
sanguíneos absorvem aminoácidos, glicose, sais minerais, alguns ácidos gordos, glicerol
e vitaminas hidrossolúvies. A maior parte dos ácidos gordos e vitaminas lipossolúveis é
absorvida pelos vasos linfáticos e transportados pelo canal torácico linfático até à veia
cava superior, onde entram na corrente sanguínea através da qual são distribuídos às
células.
As substâncias simples da nossa dieta, como a água, os sais minerais e as
vitaminas (excepto a vitamina B12), podem ser absorvidas ao longo do tubo digestivo
sem sofrerem transformações.
No intestino, as contracções rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes
musculares, movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bílis,
enzimas e outras secreções, sendo transformado em quilo.
As substâncias não digeridas passam para o intestino grosso misturadas com
água. Aqui ocorrerá a absorção da maior quantidade possível de água.
O intestino grosso absorve vitaminas e sais minerais de parte da água que estava
nos alimentos ou que foi ingerida com eles. Posteriormente, estes nutrientes são levados
pelo sangue para as células.
No intestino grosso existe um grande número de bactérias (flora intestinal) que
sintetizam alguns aminoácidos, vitaminas K e algumas do complexo B sendo depois
absorvidas pelo sangue, e absorvem as substâncias não digeridas, como a celulose.
Os nutrientes podem ser absorvidos de forma directa ou indirecta. Um nutriente
é absorvido de modo indirecto quando precisa de ajuda de outras substâncias para ser
absorvido, como por exemplo, o cálcio, que necessita da presença de vitamina D, ou o
ferro, cuja passagem para o meio interno está dependente da presença de vitamina B12.

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Nutrição

Nutrição é o conjunto de fenómenos físicos, químicos, físico-químicos e


fisiológicos que se passam no interior do organismo e mediante os quais este recebe e
utiliza os materiais fornecidos pelos alimentos, que lhe são necessários às suas funções
vitais. A nutrição, como ciência, estuda as quantidades de constituintes dos alimentos
que o organismo precisa e a forma como são utilizados.

Nutriente ou princípio nutritivo consiste na substância que o organismo necessita


de obter do meio para assegurar o seu metabolismo. O nutriente pode ser orgânico ou
inorgânico. Os nutrientes orgânicos são aqueles que contêm carbono na sua composição
e estes são as proteínas, os glícidos (açúcares e amido), os lípidos e as vitaminas. Os
nutrientes inorgânicos são aqueles que não contêm carbono na sua composição. Estes
são a água e os sais minerais.

Os alimentos servem essencialmente para:

• construir e reparar tecidos – função plástica;

• fornecer energia – função energética;

• regular o metabolismo – função reguladora.

De acordo com esta classificação – classificação funcional – os lípidos têm as


funções plástica e energética; as vitaminas têm função exclusivamente reguladora; a
água e os sais minerais têm função plástica e função reguladora.

Além da classificação funcional, existe ainda a classificação quantitativa. Esta


consiste na quantidade que é necessária ao ser humano ingerir para ter uma alimentação
saudável.

A boa nutrição depende de uma dieta regular e equilibrada. É preciso fornecer às


células do corpo não só a quantidade necessária, como também, a variedade adequada
de substâncias importantes para seu bom funcionamento. Podemos falar, assim, de
alimentação racional. Esta é uma alimentação que se baseia nas quatro leis da
alimentação, referindo que devemos ingerir de todos os alimentos tendo em conta a
proporção adequada à nossa actividade e bem-estar físico.

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Leis da alimentação racional:

Lei da Quantidade: a quantidade de alimentos a ingerir diariamente deve ser


suficiente para cobrir as exigências energéticas (calóricas) do organismo e manter o
equilíbrio do balanço energético – o equilíbrio entre o que se ingere e o que se elimina
(pelas fezes, urina, suor, respiração, entre outros);

Lei da Qualidade: o regime alimentar deve ser completo na sua composição


(fornecer todos os nutrientes de que o organismo necessita para funcionar
normalmente);

Lei da Harmonia: os nutrientes fornecidos pelos alimentos devem manter entre


si proporções convenientes;

Lei da Adequação: o regime alimentar deve ser adaptado às características dos


indivíduos a quem se destina (crianças, adolescentes, adultos, idosos), ao seu estado de
saúde (saudáveis, doentes) e ao tipo de actividade desempenhada (sedentários, activos).

Para isso, existem os seguintes guias alimentares (roteiros para uma alimentação
saudável):

• Pirâmides alimentares – esquemas gráficos que distribuem os vários tipos


de alimentos e as quantidades em que cada um deve ser ingerido nas
refeições diárias.

Figura  24  -­  Piramide  alimentar  

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• Roda dos alimentos – representação gráfica, em forma de círculo, que se


divide em segmentos de diferentes tamanhos – Grupos – e que reúnem
alimentos com propriedades nutricionais semelhantes. A roda dos
alimentos é constituída por 7 grupos diferentes, devendo alguns grupos
ter um maior peso na alimentação diária.

• Cereais e derivados,
tubérculos – 28%
• Hortícolas – 23%
• Fruta – 20%
• Lacticínios – 18%
• Carnes, pescado e ovos –
5%
• Leguminosas – 4%
• Gorduras e óleos – 2%

Figura  25  -­  Roda  dos  alimentos  

Na roda dos alimentos, a água é representada no centro por ser a base da vida e
da constituição dos alimentos.

Para termos uma alimentação saudável, devemos seguir uma


alimentação:

• Completa – comer alimentos de todos os grupos e beber água diariamente;

• Equilibrada – comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de


maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor
dimensão, de forma a ingerir o número de porções recomendado;

• Variada – comer alimentos diferentes dentro de cada grupo, variando


diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano.

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Com o não cumprimento das leis da alimentação racional e dos guias


alimentares, o ser humano poderá chegar aos seguintes estados de malnutrição:

Desnutrição – Doença causada pela dieta inapropriada (má alimentação).


Também pode ser causada pela má absorção de nutrientes ou anorexia. Tem influência
em factores sociais, psiquiátricos ou simplesmente patológicos.

Sobrenutrição – Estado de desequilíbrio nutricional resultante da ingestão de


alimentos em excesso, relativamente às necessidades. Corresponde ao desequilíbrio
energético entre o consumo de alimento e o gasto de energia, conduzindo a transtornos
como a obesidade.

Quais os cuidados a ter com o sistema digestivo?


O bom funcionamento do sistema digestivo contribui para uma vida mais
saudável. Assim, são indispensáveis alguns cuidados, nomeadamente com os dentes,
o modo como se toma as refeições, as actividades realizadas durante a digestão e
ainda os hábitos alimentares.
Os dentes devem estar em bom estado para uma mastigação correcta.
Devemos lavar os dentes correctamente depois das refeições e ao deitar; evitar o
excesso de guloseimas e não comer nos intervalos das refeições; devemos consultar o
dentista periodicamente.

As refeições devem ser moderadas e tomadas a horas certas num ambiente


calmo. As refeições devem respeitar as regras de alimentação equilibrada,
nomeadamente a ingestão de fibras, para evitar a prisão de ventre; evitar o consumo
de bebidas alcoólicas, uma vez que afectam alguns dos órgãos do sistema digestivo,
como o estômago, fígado e intestinos; não se deve tomar banho durante a digestão
nem realizar actividades violentas.

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Curiosidades:

Nos tempos medievais pensava-se que o fígado era o


órgão mais importante do corpo e era denominado "a
base da vida" porque as pessoas pensavam que dele
dependia se a pessoa se sentia furiosa ou triste, bem-
humorada, alegre ou calma.

Sabias que são necessárias 15


a 25 horas para o excesso dos
alimentos saírem do estômago e
vários dias até desaparecerem os
restos da tua última refeição?!

 
 
 

 
 
 
 

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Orientado para alunos do 2º ciclo

Conclusão

A existência do sistema digestivo deve-se à necessidade de decompor os


alimentos ingeridos em nutrientes assimiláveis (digestão), pois só estes podem
atravessar as membranas celulares, a nível intestinal, para serem absorvidos. Os
alimentos ingeridos só têm acesso ao interior do organismo apenas por absorção –
passagem das pequenas moléculas, através das células, para fluidos circulantes do meio
interno (o sangue e a linfa).

É importante perceber como o nosso organismo funciona, a forma como os


órgãos interagem para desempenhar uma determinada função e como o nosso corpo
utiliza todo o alimento que lhe fornecemos. Poderá, assim, utilizá-lo em forma de
energia para todas as nossas actividades vitais, por exemplo, ou libertando o que é
desnecessário.

Assim, iremos compreender melhor os hábitos que temos de desenvolver.


Devemos respeitar a ingestão correcta dos alimentos, a mastigação, o número de
refeições diárias, a qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos, entre outros.
Desta forma, estaremos a respeitar o nosso corpo e o nosso bem-estar.

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Sistema Digestivo
Orientado para alunos do 2º ciclo

Referências bibliográficas e webliográficas

• “O sistema digestivo” In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora,


2008. ISBN: 978-972-0-65264-5
• Garret, Sandra & Semedo, Sílvia; “Caderno de Apoio – Ciências – 6º ano
Ciências da Natureza”; Texto Editora; 2001; ISBN: 972-47-1763-1
“O meu primeiro livro do Corpo Humano”; Impala Queluz, 1996; ISBN: 972-574-630-9
• www.wikipédia.pt
• http://gdev.ufp.pt
• www.webciencia.com
• www.higieneoral.no.sapo.pt
• http://www.ocorpohumano.com.br
• http://www.ocorpohumano.net

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