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4.3.1.

Modelo individual fisicamente baseado de um termoacumulador


No caso dos dispositivos de aquecimento eléctrico de água os factores principais
que influenciam os padrões do seu funcionamento são: a capacidade do depósito, a
potência eléctrica do elemento de aquecimento, o material de construção e de
isolamento do depósito, a temperatura da água à entrada e à saída, a temperatura
ambiente e o consumo de água quente. O padrão de consumo de água é, por sua vez,
dependente do número de pessoas servidas, idades, hábitos de higiene e ainda do preço
da electricidade. Note-se que alguns destes factores acima referidos têm comportamento
aleatório, constituindo uma dificuldade acrescida neste tipo de modelação.
O fornecimento de energia à água serve para manter a respectiva temperatura
dentro dos limites da banda morta do termóstato, anulando desta forma os efeitos das
perdas pela envolvente do depósito e da extracção de energia térmica quando há
consumo de água quente (Figura 4).

Figura 4. Armazenamento de energia térmica no depósito do termoacumulador,


com fluxos energéticos e principais variáveis associadas a cada um.
A energia térmica extraída depende da quantidade de água quente consumida e
das temperaturas da água à entrada e à saída. A energia é fornecida através do elemento
resistivo que converte energia eléctrica em energia térmica a uma taxa igual à sua
potência. A extracção de energia faz-se, muitas vezes, com uma taxa superior à potência
da resistência o que conduz a uma redução da energia armazenada, sendo restabelecido
o equilíbrio de energia no depósito algum tempo depois de terminada a extracção de
água. Quanto às perdas pela superfície envolvente, elas são função do material isolante,
da área envolvente, da temperatura da água no interior e da temperatura ambiente em
redor do termoacumulador. A temperatura da água no interior depende essencialmente
do consumo de água quente, da temperatura de referência do termóstato, da temperatura
da água fria à entrada, da capacidade do termoacumulador e da potência da resistência
eléctrica.
A temperatura da água no interior do depósito do termoacumulador pode variar
num intervalo de temperaturas, designado por “banda morta” do termóstato. Assim, o
termóstato é modelado através de uma temperatura de referência definida para o fluído
(TRef), e uma “banda morta” (2x∆ T). Quando o termoacumulador está desligado,
continua nesse estado até que a temperatura do fluído atinja o valor definido por TRef −
∆ T e quando está ligado continua assim até atingir a temperatura TRef + ∆ T (Figura 5).
O consumo de água quente, como se pode observar, não implica de imediato consumo
de energia eléctrica para repor a energia térmica extraída do termoacumulador.
Figura 5. Modelo do termóstato de um termoacumulador.

4.3.1.1. Cálculo do fluxo de calor através de uma estrutura sólida


Num elemento sólido constituído por diferentes substâncias, o valor do
coeficiente de transmissão térmica (U), é definido como o inverso da soma de todas as
resistências térmicas das diversas substâncias (Jones,1984).
A resistência térmica, r, duma estrutura sólida é dada por:

[m2ºC /W] (4.1)


onde:
e – espessura da estrutura [m]
K – condutividade térmica [W/mºC]
O valor desse coeficiente U é habitualmente utilizado para calcular o fluxo de
calor através de uma parede, janela, envolvente do depósito, etc., recorrendo à equação
(Jones, 1984):
Q(t) = AU(Tr(t) - T0(t)) [W] (4.2)
onde:
Q – fluxo de calor através do elemento da envolvente do fluído [W]
A – área do elemento envolvente [m2]
U – coeficiente de transmissão térmica [W/m2ºC]
Tr – temperatura do fluído [ºC]
T0 – temperatura ambiente exterior à envolvente
t – instante de tempo
Note-se que o produto AU [W/ºC] se pode designar por taxa de perdas pela
envolvente.

4.3.1.2. Formulação do modelo


O aquecimento de água é um fenómeno bem conhecido e descrito
matematicamente (Lee e Wilkins (1983), Laurent e Malhamé (1994), Gomes (1995)). A
energia térmica fornecida para o aquecimento de água deve-se, como já foi referido, a
duas razões:
• compensar a extracção de energia por consumo de água quente
• compensar as perdas de energia pela envolvente do depósito
É conhecido que a energia necessária para elevar a temperatura de um dado fluído
de massa M, constante, de ∆ T ºC é dada pela relação:
E = M cp ∆ Τ [kJ]
(4.3)
ou, como 1 Wh é igual a 3,6 kJ:

E = (M cp ∆ Τ ) /3,6 [Wh] (4.4)


onde:
E - energia fornecida ao fluído
M - massa do fluído [kg]
cp - calor específico do fluído [kJ/ kgºC]
∆ T - elevação da temperatura desejada [ºC];
No caso de aquecimento de água a energia fornecida ao fluído é função da
elevação da temperatura que se pretende efectuar e da quantidade de água aquecida.
Podemos assim, considerando o calor específico da água à pressão atmosférica1[1] (cp)
igual a 4,18 kJ/kgºC, obter a seguinte expressão:

[Wh] (4.5)

A outra razão pela qual é necessário fornecer energia à água é para manter a
temperatura num intervalo desejado, anulando o efeito das perdas, que são dadas em
cada instante de tempo pela seguinte expressão:
PP (t)=AU ∆ T’(t) [W] (4.6)

onde:
Pp − perdas por unidade de tempo [W]
∆ T’ − diferença de temperaturas entre o interior do depósito e o meio ambiente
[ºC]
Assim, a energia fornecida no intervalo de tempo ∆ t para aquecer a água é:
E = [PT(t) - PP(t)]∆ t [Wh] (4.7)

em que PT é a potência do elemento resistivo de aquecimento.


Se houver consumo de água quente passamos a estar na presença de um sistema
aberto, em que a variação da temperatura no interior do depósito é função da quantidade
de água extraída. Para simplificação do modelo considera-se que a temperatura no
interior do depósito (TIN) é uniforme em qualquer instante. Esta temperatura será função
da quantidade de água entrada (m) (igual à quantidade de água extraída) e da sua
temperatura (TF) e ainda da restante água que não foi utilizada (M-m) e respectiva
temperatura (TQ). Em termos de energia esta relação será (Gomes, 1995):
McpTIN = (M – m)cpTQ + mcpTF (4.8)

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Assim a partir da expressão 4.8, a temperatura no interior do depósito em cada
instante é dada por :

[ºC] (4.9)

Como a energia que está disponível para aquecer a água é QA, então a temperatura
em cada instante será dada por:

[ºC] (4.10)

A carga eléctrica (PT), referente ao elemento de aquecimento, vai ser dada pela
conjugação dos sub-modelos já descritos, o que resulta na introdução de uma variável
binária b(t) que reflecte o estado do termóstato e o estado da acção de controlo directo
sobre a carga de aquecimento de água:
b(t) = 1 – termoacumulador ligado
b(t) = 0 – termoacumulador desligado

[ºC] (4.11)

No modelo foram introduzidas algumas simplificações, por forma a reduzir a


quantidade de parâmetros discretos a introduzir. Assim, o material de construção do
depósito e seu isolamento foram considerados recorrendo a um único parâmetro com a
designação de taxa de perdas (em W/ºC), que é dado pelo produto da área da superfície
envolvente (A) pelo coeficiente de transmissão de térmica (U). Portanto, a taxa de
perdas está relacionada não apenas com as características dos materiais usados na
construção do depósito mas também com a sua forma e capacidade.
Na parametrização da extracção de água, com uma resolução temporal de 5
minutos, assume-se que o valor do consumo de água atribuído a um intervalo elementar
(5 min.) é feito a uma taxa constante. Por exemplo, se definirmos uma extracção de 10
litros durante o intervalo entre as 8:00 e as 8:05, considera-se que essa extracção de
água é feita a uma taxa constante de 2 litros por minuto.
Os restantes parâmetros (potência eléctrica, capacidade do depósito, temperatura
de referência e banda morta do termóstato) são definidos por um valor numérico. Estes
parâmetros nem sempre são de fácil obtenção, sobretudo os relacionados com o
termóstato, que muitas vezes apresenta um comportamento pouco regular com o tempo,
como provam alguns testes feitos com um termoacumulador para obtenção das suas
características.
As temperaturas, tanto da água fria como do ambiente em redor do
termoacumulador, são definidas por dois histogramas com resolução de uma hora. O
facto de a resolução ser de uma hora não é crítico, visto que as temperaturas em causa
variam pouco com o tempo.

4.3.1.3. Saídas do modelo


Como saídas principais do modelo do termoacumulador temos o diagrama de
carga, o diagrama de extracção de energia, o diagrama de perdas e o diagrama de
temperatura no interior do termoacumulador. Nas figuras 6 e 7 representam-se as saídas
do modelo.

Sem cortes de alimentação Com corte de alimentação entre as 8:30 e as 10:30


Figura 6. – Diagramas de potência eléctrica, de potência extraída e de perdas (a potência de
perdas vem multiplicada por 10 para se usar uma única escala no eixo das ordenadas)

Sem corte de alimentação Com corte de alimentação entre as 8:30 e as 10:30


Figura 7. - Histograma da temperatura da água no interior do termoacumulador em ºC e
consumo de água (5x) em litros
Com este tipo de saídas é possível aferir os efeitos das acções de LM no
desconforto causado aos consumidores. Por exemplo, pode-se ver na figura 7 que
quando se deu um corte de alimentação de duas horas, entre as 8:30 e as 10:30 horas, a
temperatura da água teve uma descida mais acentuada quando comparada com a
situação sem corte de alimentação, afectando assim o conforto do utilizador final.

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