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SÃO P AULO EM PERSPECTIVA, 13(3) 1999

MAL-ESTAR CIVILIZATÓRIO
E ÉTICA DA COMPREENSÃO

EDGARD DE ASSIS CARVALHO


Professor do Departamento de Antropologia da PUC-SP

construção de uma ética para o futuro demanda- auto-organização que combina, descombina e recombina

A rá um esforço de proporções incomensuráveis e


reunirá todos aqueles que acreditam nas forças
de conjunção, que solidarizam, fraternizam e universali-
a ordem, a desordem, a reorganização.
Mas é evidente que se estabelece um abismo entre o
fato e o axioma, ainda mais quando nos defrontamos com
zam. Será preciso, certamente, exercitar a futurologia, não a proposição de uma ética da solidariedade transnacio-
entendida obviamente como uma forma de irracionalismo, nal, articulada a uma ética dos direitos individuais. É con-
mas como um modo de entendimento, uma ecologia veniente lembrar que ética, em grego ethos, significa a
cognitiva que torne possível estabelecer um horizonte morada humana, a casa comum, a Terra-Pátria-Mátria, que
prospectivo para a vida, as idéias e a cultura planetárias, clama por um projeto de sustentabilidade, uma “política
nesses tempos sombrios de globalizações técnicas e res- de civilização” que seja capaz de reintegrar o cosmos, a
surgimentos étnicos exterminadores. matéria, a vida, o homem.
Hans Jonas, em Para uma ética do futuro (1998), afir- O problema não é novo na cultura política e isso por-
mou serem necessárias duas tarefas preliminares a ser le- que sabemos, desde Freud, que o obstáculo maior a uma
vadas a cabo por todos os humanos que investem energia antropolítica civilizatória plena esbarra sempre na hosti-
libidinal na boa utopia de um mundo menos antropocên- lidade primária que joga homens contra homens numa
trico e mais ecocêntrico: a primeira, a maximização do onda crescente de violência, na qual as paixões instinti-
conhecimento das conseqüências de todos os nossos agi- vas individuais pesam mais que qualquer tentativa de pro-
res, dada a agonia planetária que acomete a todos nós; a mover um modelo de homem que expresse a realização
segunda, a elaboração de uma forma de conhecimento concreta do humanismo – necessidade que impregna as
transdisciplinar, que fosse capaz de conjugar saberes fa- idéias de Morin desde os anos 70.
tuais e saberes axiomáticos. Essa espiral de pulsões humanas, saturadas de agres-
Para isso, a fabricação do real teria de se pautar pela são e autodestruição, é comandada pelos “novos senho-
combinação do intelecto com a emoção, do necessário e res do mundo”: uma elite poliforme que engloba os qua-
do contingente, da harmonia e do caos. Essa modalidade dros da tecnociência, da tecnoburocracia nacional e inter-
renovada de consciência coletiva, destituída de qualquer nacional, financistas, patrões dos meios de comunicação,
intenção prometeica, seria saturada de complexus, ou seja, redes de traficantes transnacionais, além de estrelas de
de agires e fazeres que rejuntariam tudo aquilo que a TV, esporte e moda e dirigentes mercadológicos de sei-
disjunção cartesiana se incumbiu de separar no plano fí- tas religiosas. Nesse teatro de crueldades, a dominação
sico, metafísico e metapolítico. Qualquer sistema vivo da natureza e da cultura foi levada a um extremo de pro-
passaria, então, a ser entendido como um sistema incom- porções incontroladas e, por extensão, o extermínio de
pleto, indeterminado, irreversível, sempre marcado pela outros homens, e, por que não dizer, de nações e do pró-

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prio planeta, passou a ser entendido de forma naturaliza- turas que não seja capitaneada pelo progressismo tecnológi-
da. Se, já em 1929, quando Freud escreveu O mal-estar co do Ocidente, fundado no antropocentrismo contido nas
da civilização, essa advertência contra a barbárie ressoa- múltiplas formas de dominação da natureza. Essa coalizão
va forte sobre os destinos da Europa, hoje, 79 anos mais deverá estar fundada numa perspectiva ecocêntrica, do gre-
tarde, elas se revelam mais atuais do que nunca para o go oikos, lar, para a qual lar/Terra, ou o meioambiente pla-
planeta. netário, será a baliza a partir da qual se poderá – e se deverá
O que se constata é o congelamento da condição hu- – pensar a relação homem/natureza, homem/mundo, como
mana num cinismo narcísico e numa indiferença progra- unidualidade permanente e necessária.
mada, que acaba produzindo imagens de autodefesa de Mas o conceito de tolerância é igualmente ambíguo,
tal ordem que o que passa a importar é uma hipervalo- dada a própria etimologia da palavra. Tolerar pode signi-
rização da segurança doméstica, em todas as dimensões ficar sofrer, suportar pacientemente, assim como denotar
que a expressão possa conter. Com isso, forja-se um con- a ação de erguer, de ter vigor para enfrentar dificuldades.
sentimento, velado ou não, diante do conjunto das “polí- Seu advento e reconhecimento como paz civil e ga-
ticas do mal”, perpetradas por sistemas totalitários, e rantia contra a injustiça foi obra de filósofos capitanea-
mesmo democráticos, para os quais a geopolítica se re- dos por Diderot, Rousseau e, principalmente, Voltaire. Seu
duz a uma territorialidade diabólica capitaneada por essa Tratado sobre a tolerância, escrito em 1763, expressa,
invenção européia que é o Estado-Nação com seus códi- de modo soberbo, a tensão humana entre a tolerância e o
gos, suas práticas, suas instituições que se incumbem de atua- fanatismo, entre culturas que se pretendem equivalentes
lizar o mito do pertencimento e da comunidade de destino. e identidades que se objetivam na tirania e na violência
Pode até parecer paradoxal que toda essa religiosida- mimética.
de do Estado-Nação ainda seja muito forte nesses tempos Se o espaço da tolerância pode abrigar a afirmação e o
de desterritorialização dos fluxos do capital e das rique- reconhecimento do outro, desde que ele permaneça em
zas. Como acredita Sami Naïr (1997), o mito nacional condição subalterna e não colida com o núcleo central das
parece transcender qualquer idealidade ou materialidade, identidades sociopolíticas, como prega a perversidade
mesmo que a mundialização do liberalismo venha sub- relativista e diferencialista, ele também pode significar
vertendo os fundamentos confessionais da soberania, ex- abertura para novas conexões, estilos societários e pro-
pressos na identidade simbólica territorial. cessos de transformação cultural.
Mundialização/globalização são expressões cercadas Talvez o conteúdo básico da ética de tolerância práti-
de ambigüidade, porque põem o diabo dentro de casa, tra- ca precise investir mais na interdependência, na não-li-
vestido de anjo anunciador de novas esperanças e mensa- nearidade, na realimentação, na cooperação e na parceria
gens, ou seja, carrega consigo uma abertura para o uni- aberta das culturas planetárias. Mesmo que se discorde
versal e um fechamento para o particular regressivo, assim de posições que apontam a Ásia como o palco privilegia-
como uma inclusão pelos mecanismos perversos do mer- do das ações geosociopolíticas, apesar dos pesares, por
cado, aliada a uma exclusão multiforme pelo desempre- conseguir articular tecnologias ocidentais e filosofia
go, pela fome, pela miséria, pela cultura. oriental, é possível prever que uma ética da tolerância
Apesar de tudo isso, o planeta, longe de ser um siste- intercivilizatória formada a partir da conjunção de tradi-
ma global, ou de se constituir numa nova ordem mundial, ções orientais e ocidentais, venha a ser, finalmente, ca-
comporta-se como um turbilhão em movimento despro- paz de combinar mundialização e diversidade cultural, ou,
vido de um centro organizador, cuja hegemonia é sempre em outras palavras, perceber que a diferença tem sempre
provisória, constitutivo de um mundo policêntrico, incerto, a ver com a complexidade da rede Terra integrante da teia
caótico e frágil. Talvez seja possível utopizar uma ética geral da vida. Fixar-se obstinadamente no diferencialismo
civilizatória entendida como nova filosofia pública, uma implica sempre abstrair-se do fluxo geral da vida, de uma
polifonia de valores e culturas constantemente retroa- parte dela, colocar-se nas fronteiras tribais como um sen-
liamentada pela dialogia entre ciência e tradição, entre tinela irascível que pretende transfigurar o outro em sim-
imaginário e real, entre subjetividade e objetividade, en- plesmente outro.
tre oriente e ocidente. O relativismo enquanto visão de mundo foi a expres-
Essa dialogia, pautada por uma espécie de ética da tole- são mais acabada dessa complacência moralista, uma es-
rância prática, terá que repropor uma nova coalizão de cul- pécie de embriaguez de diversidade cultural e de expia-

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ção dos pecados do colonialismo, como bem frisou Ernest mente construção e destruição, civilização e barbárie,
Gellner (1994). O maior efeito dessa postura foi a proli- pulsão de vida e pulsão de morte.
feração das chamadas etnografias densas que pretendem A distinção feita por Lévi-Strauss revela-se mais do
traduzir as culturas como textos cujos significados nem que oportuna para esses tempos sombrios de final de mi-
sempre são decifráveis, dada a desconfiança mútua que lênio. Para ele, duas constelações estruturais básicas vi-
se instala entre uma subjetividade que cria o mundo, ou- talizam a condição humana; as culturas antropofágicas,
tra que cria o texto sobre esse mesmo mundo e uma ter- que introjetam, absorvem e devoram, e as culturas antro-
ceira que lê e ouve o produto desse encontro desencanta- poêmicas, que vomitam, ejetam, expulsam. A cultura con-
do e niilista. Como uma versão pós-moderna e desen- temporânea hipermoderna soube como ninguém co-
cantada do velho funcionalismo, o relativismo só serve meter um crime perfeito, ao realizar a síntese radical des-
mesmo para expor o mal-estar da cultura, enxergando si- sas duas culturas, representada pelas formas mais
metrias e equivalências onde só existem assimetrias e avançadas de integração e por fluxos infinitos de expul-
dominações. Trata-se de “uma paródia total e desastrosa são. Esse “crime perfeito”, feliz expressão de Baudrillard
do mundo em que vivemos. Todos aqueles que a apro- para designar a corrosão do caráter, revela-se apropriado
vam não podem sequer começar a compreender a condi- para designar uma outra “morte do homem”, decretada
ção humana atual” (Gellner, 1994:89). dessa vez pela hiper-realidade das máquinas. “No lugar
Fritjof Capra, em seu último livro, A teia da vida (1996), da morte, a eternidade do chip, no lugar do corpo, a plás-
sustenta que qualquer comunidade ecológica diversifica- tica das partes, no lugar de cada um, a clonagem das cé-
da é uma comunidade elástica e não estática. Esse é o papel lulas” (Baudrillard, 1994:57).
que a diversidade étnica e cultural poderia vir a desem- Desde Jung, portanto, percebe-se que a consciência
penhar, o de abrir-se para o mundo, de tornar-se tolerante deveria voltar-se para o homem, em sua realidade mais
consigo mesma e com os outros, reciclando-se constan- interna e subjetiva para, a partir daí, identificar as fontes
temente em direção à construção de uma “consciência do mal que atingem, indistintamente, a todos nós. O ho-
cívica terrestre”, ou seja, a consciência de habitar, com mem ocidental construiu um mundo tão autocentrado que
todas as extraordinárias diversidades individuais e cultu- não consegue objetivar-se verdadeiramente como um
rais, uma mesma esfera humana. sapiens-demens, ao mesmo tempo sábio e louco. Vive
Para isso, torna-se urgente reconciliar universal e sin- antes uma vida prosaica, submersa na racionalidade utili-
gular, nacional e local, parte e todo, levando-se em conta tária e maquínica, do que uma vida poética explicitada
o jogo das interdependências e contradições e de sua evo- no amor, na sabedoria, na meditação, no êxtase e nas ex-
lução no tempo e no espaço. Além disso, será preciso efe- plosões imaginais (Morin, 1998).
tivar duas refundações prioritárias: a do homem e a do É mais galinha, confinado em seu espaço territorial,
pensamento. Mas que significa refundar o homem? Em ciscando aqui e ali sua ração cotidiana, do que águia, que
primeiro lugar, é preciso ter humildade. Jung, em 1928, voa para o infinito indeterminado até confundir-se com o
afirmava que essa humildade implicava reconhecer que azul do firmamento. Neste aspecto, concordamos com as
se hoje “o homem moderno está no ápice, amanhã estará idéias de Leonardo Boff (1997) sobre essas metáforas da
superado” (Jung, 1988). Resultante de uma evolução condição humana, que nos impele à multiplicidade, ao
antiquíssima, é a pior desilusão de todas as esperanças da mesmo tempo em que nos aprisiona na perplexidade nar-
humanidade. Esse mesmo homem sabe muito bem que a císica do ego.
ciência, a técnica e a organização podem ser uma benção, O Ocidente que, para Spengler, estaria voltado à deca-
mas sabe também que podem ser catastróficas. dência inevitável, porque submetido à segunda lei da
Depois de 71 anos, essas ponderações soam muito mais termodinâmica, soube redirecionar sua história material,
do que oportunas, pois esse homem que perdeu todas as deixando de lado o mundo da psique e da alma. Não criou
certezas metafísicas, desde a Idade Média, está lançado um neo-homem, como não criará um neo-socialismo ou
no manancial das incertezas e das dissipações, mesmo que uma neocultura, como acreditam alguns. Consagrou, isso
cercado de seguranças materializadas e esperanças vir- sim, o homem dualista, que nunca rejunta prosa e poesia,
tualizadas. Embriagado pelo tempo real, tenta equilibrar- que nunca consegue ser, simultaneamente, galinha e águia,
se no espaço multiforme de guerras planetárias e limpe- que não concede espaço para seus demônios, suas vozes
zas étnicas regressivas, em que se movem contraditoria- interiores e superiores.

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Mas, as contracorrentes, que estão aí para quem qui- O cansaço de Gaia é patente perante a magnitude da
ser ver, criticar e descrer, que rejeitam qualquer idolatria arquitetura da destruição que vem se desenhando há três
de mão única e se situam nas brechas dessa mesma histó- bilhões de anos no planeta. “Sabemos que, se desejarmos
ria material, pretensamente unidimensional e eterna, in- continuar a viver na Terra com saúde e conforto, devere-
dicam que a esperança não morreu, que a utopia não é a mos também manter Gaia saudável” (Freeman, 1998:125).
expressão de um topos negativo e, muito menos, o mun- Essas palavras de Dyson reiteram que o equilíbrio de Gaia
do prometeico, no qual as necessidades gerais estariam é fundamental para a coexistência ética dos humanos,
plenamente satisfeitas. A utopia possível, e passível de mesmo que seja impossível prever em que horizonte his-
realização, implica uma “política de civilização”, funda- tórico e evolutivo esse cenário será concretizado, dado
da na “ética cívica planetária”, que abra espaço para a que as “novas eras” serão operadas pela informação, pela
complexidade da criatividade humana. biotecnologia e pela neurotecnologia. Somente vitórias
Para isso, é imperioso praticar a auto-ética, como uma éticas e virtudes públicas terão força para comprometer o
espécie de arte articulada à ética política, construída a lado inumano da tecnologia e buscar a ampliação de uma
partir de seis idéias-guia que, para Morin, são fundamen- justiça social de caráter planetário.
tais para a “restauração do sujeito responsável”: a ética Mas é imperioso que se tenha em mente, como sem-
do religamento, a ética do debate, a ética da compreen- pre ressalta Prigogine (1997:61-84), que o homem vive
são, a ética da magnanimidade, a ética da resistência e a sempre duas experiências cruciais: a da repetição, que
incitação às boas vontades (Morin, 1998:65-77). propicia as construções de determinismos desde
Em nosso entender, esse ideário pode ser concebido Newton; e a da criatividade da arte, da literatura, do
como um arquétipo, ou seja, uma forma irrepresentável e imaginário, que reinventa o mundo, no oceano tormen-
inconsciente que sempre existiu, mas que perdeu sua ca- toso da ordem/desordem/reorganização. Ainda é tem-
pacidade de influenciar os comportamentos humanos. po de promover uma revolução radical capaz de supe-
Como força energética, precisa ressincronizar-se, read- rar o dualismo entre matéria e vida, para que seja
quirir voz, manifestar-se como fenômeno cognitivo, fa- possível enfrentar a propagação do conformismo que
zer jus à natureza psicóide do arquétipo que aponta para o liberalismo tecnomidiático está veiculando através de
o unus mundus (o mundo unitário), circundado por uma um espaço mundializado, constituído por regimes
responsabilidade coletiva generalizada, capaz de construir globalitários. Talvez com isso seja possível, finalmen-
uma ética societal que respeite o homem, a vida e a liber- te, reapropriar o sujeito enquanto multiplicidade e uni-
dade planetárias, e estimular a consciência de perten- dade, de um trajeto antropológico cujo fim permane-
cimento à Terra-Pátria. cerá sempre desconhecido e indeterminado.
Se o medo, o desespero-pânico e a revolta moral pos- Se a vida é sonho, e se sonho é sempre realização de
sibilitam a eclosão de reações pontuais contrárias aos um desejo inconsciente, sonhemos todos com Dostoiévski
desmandos sociais que proliferam por todos os poros que, em sua narrativa fantástica O sonho do homem ridí-
da vida social, por vezes podem vir a contribuir para a culo, antecipou de modo arrebatador a imperiosidade de
ampliação do caos, como se estivéssemos todos proje- uma nova organização do mundo fundada não apenas na
tados num buraco negro resultante do desmoronamen- frieza da razão fechada, mas na polifonia complexa da
to da vida. Como todo caos acaba sempre por liberar a memória, dos arquétipos, dos mitos, dos deuses, dos sen-
matéria de sua inércia, é possível supor que cria- timentos e das emoções capazes de transfigurar lindamente
tividades, improvisações e imaginários políticos gran- a natureza e a cultura. “Ama a humanidade como a ti
diosos possam ser capazes de refabricar a aliança en- mesmo! Isso é tudo e nada mais é preciso; saberás depois
tre o homem e o cosmos, representada desta vez por como hás de viver. E, além disso, só há uma verdade...
um conjunto de universos múltiplos que instituam a uma verdade antiga, antiquíssima, mas que é preciso re-
condição humana como comunidade organizada em petir uma e mil vezes e que até agora não se arraigou em
torno de uma autêntica ética planetária, mesmo que se nossos corações. O conhecimento da vida está acima da
admita que o próximo século será dominado pela trans- vida; o conhecimento da lei da felicidade está acima da
ferência de tecnologias de informação e por estratégias própria felicidade. Eis aí aquilo contra que se deve lutar.
organizatórias complexas e contingentes conduzidas por E eu lutarei contra isso! Se todos quisessem, tudo muda-
máquinas espirituais. ria sobre a terra num momento.”

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NOTA FREUD, S. El mal estar en la cultura. Madrid, Biblioteca Nueva, 1981 (Obras
Completas, v.III, p.3.017-3.100).
E-mail do autor: edgard@pratanet.com.br GELLNER, E. Posmodernismo, razón y religión. Barcelona, Paidós, 1994.
JONAS, H. Para uma ética do futuro. Paris, Payot, 1998 (tradução Sabine Cornille
e Philippe Ivernel).

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Cavalcanti).
BAUDRILLARD, J. Le crime parfait. Paris, Galilée, 1994. MORIN, E. “A ética do sujeito responsável”. In: Ética, solidariedade e comple-
xidade. São Paulo, Palas Athena, 1998.
BOFF, L. A águia e a galinha. Petrópolis, Vozes, 1997.
CAPRA, F. The web of life. A new synthesis of mind and matter. London, Harper __________ . Amor, poesia, sabedoria. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1998
Collins, 1996. (tradução Edgard de Assis Carvalho).
DOSTOIÉVSKI, F.M. O sonho de um homem ridículo. In: Obras Completas. NAÏR, S. “La mondialisation du libéralisme économique”. In: MORIN, E. e NAÏR,
Trad. Natália Nunes. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, v.IV, 1995, p.1.230. S. Une politiqué de civilisation. Paris, Arléa, 1997, p.39-106.
FREEMAN, D. Mundos imaginados. São Paulo, Companhia das Letras, 1998 PRIGOGINE, I. “La fin da la certitude”. In: MENDES, C. (org.). Réprésentation
(tradução Cláudio W. Abramo). et complexité. Rio de Janeiro, Universidade Cândido Mendes, 1997.

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