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Rápido e de fácil aplicação em paredes e tetos, o gesso liso pode proporcionar ao construtor
algumas vantagens, desde que bem planejado e executado. Segundo Yorki Estefan, diretor
de construção da Tecnum Construtora, a racionalização de recursos e a busca pela
otimização de custos impulsionam a escolha dessa opção nos empreendimentos. "Além do
custo reduzido, o material oferece rapidez de execução e um bom acabamento." Entretanto,
para que tenha desempenho adequado e durabilidade prolongada alguns cuidados no
processo de escolha e na execução devem ser observados.
Por ser altamente solúvel, o gesso deve ser aplicado em áreas internas livres de umidade.
Para iniciar o processo de execução recomenda-se que o substrato - bloco de concreto ou
revestimento à base de cimento - esteja concluído há no mínimo um mês. Após esse
período deve-se verificar o prumo das paredes, corrigindo com argamassa eventuais falhas
e vazios que possam interferir no processo de aplicação.
Tanto em paredes quanto em tetos, com exceção das lajes cujas superfícies internas
precisam de uma ponte de aderência - chapisco rolado - para garantir a fixação do
aglomerado, a aplicação é semelhante. Deve ser iniciada pelo teto, estendendo-se pelas
paredes até completar a metade superior com o auxílio de um andaime. Em seguida, os
andaimes devem ser removidos e a parte inferior da parede finalizada. Esse processo
possibilita duas opções de revestimento: o desempenado (veja passo-a-passo) e o
sarrafeado.
Sarrafeado
No caso do sarrafeamento, as faixas mestras e as taliscas permitem a execução de uma
superfície mais rigorosa e plana, na qual a pasta de gesso é aplicada posteriormente, entre
as mestras. Por fim, o gesso é sarrafeado com réguas de alumínio que cortam o excesso de
pasta. "O processo de sarrafeamento oferece uma garantia melhor de alinhamento, pois
tolera uma menor variação de esquadro, de prumo, além de padronizar o empreendimento",
explica Estefan.
Normas
Dicas
• Evitar o uso de blocos com superfície muito lisa e que tenham absorção de água muito
baixa (blocos cerâmicos requeimados)
• Utilizar gessos de finura elevada, densidade aparente entre 0,7 e 1 que tenham, no
mínimo, 60% de gesso calcinado na composição
• Verificar a resistência à tração do gesso (entre 7 e 35 kgf/cm2) e à compressão (entre 50
e 150 kgf/cm2)
• Vedar as caixas elétricas e demais tubulações hidráulicas durante a aplicação do gesso
liso
• Manter o local da obra livre de sujeiras, corpos estranhos (pregos, arames, aço) e
incrustações para evitar possíveis falhas pré e pós-aplicação do revestimento
• Verificar o alinhamento vertical, horizontal e a existência de ondulações ou defeitos que
possam ser corrigidos
• Verificar com atenção o fator água/gesso. A falta ou excesso pode prejudicar a pega e o
endurecimento da pasta. Recomenda-se o uso de 36 a 40 l de água para cada saco de 40
kg de gesso
Foto 1 - Aplicar com rolo de textura média uma demão de chapisco rolado na superfície
inferior das lajes para garantir a aderência da pasta de gesso
Foto 4 - Começar o trabalho pelo teto, aplicando a pasta com o auxílio de desempenadeira
de PVC em movimentos de vai-e-vem
Foto 5 - Nas paredes (metade superior), o deslizamento deve ser realizado de baixo para
cima. Algum tipo de referência - ripa de madeira, pequenas taliscas ou batentes - deve ser
escolhido para medir a espessura da camada de revestimento
Leia Mais
A Técnica de Edificar. 6ª Edição. Walid Yazigi. Editora PINI. São Paulo, 2004.
Caderno de Encargos. 4ª Edição. Milber Fernandes Guedes. Editora PINI. São Paulo, 2004.
Revestimento de gesso desempenado sobre parede. Revista Construção Mercado nº 12.