L'OSSERVATORE ROMANO
Unicuique suum Non praevalebunt
Ano XLI, número 2 (2.090), sábado 9 de Janeiro de 2010
O Papa convida a olhar para os rostos sofredores de crianças vítimas de guerras, fome e doenças
A paz constrói-se também
respeitando o meio ambiente
Eram imagens de uma humanidade
sofredora as que foram depostas pelo
Papa na manhã de sexta-feira, 1 de
Janeiro de 2010, aos pés do altar da
Basílica de São Pedro, onde celebrou
a missa para a dúplice comemoração
da solenidade de Maria Santíssima
Mãe de Deus e do Dia Mundial da
Paz. Dolorosas imagens dos rostos
das centenas de milhares de crianças
vítimas, em várias partes do mundo,
das guerras, da fome, das doenças.
Violentadas também nas suas espe-
ranças por causa da gravíssima de-
gradação do ambiente que receberão
em herança. Na sua homilia, o Su-
mo Pontífice sugeriu o respeito do
próximo, mesmo se diferente de nós,
a rejeição de qualquer tipo de arma
para iniciar projectos de paz e de
amor pela criação como os remédios
para fazer com que o «rosto de
Deus» resplandeça no mundo.
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A insistência do Santo Padre sobre a questão de Deus
Para um mundo novo
CARLO DI CICCO
No ano que acabou de findar a ques-
tão de Deus parece ter-se tornado ac-
tual. Os seus vestígios pareciam ter
desaparecido ou ter-se confundido
com os de um número imenso de no-
vos ídolos que também as sociedades
evoluídas facilmente se concedem.
Celebração das primeiras Vésperas
da solenidade da Mãe de Deus
O Te Deum
de acção de graças
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Dossier da agência Fides
sobre os missionários assassinados
em 2009
A Igreja verdadeira
da qual
os jornais não falam
LUCETTA SCARAFFIA NA PÁGINA 4
Um abuso que esconde o interesse
das casas farmacêuticas
Psicofármacos para
crianças, moda perigosa
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EDIÇÃO SEMANAL
Cidade do Vaticano
Mas ninguém pode garantir que o re-
gresso a Deus nos debates e até na in-
ternet significa o seu acolhimento ami-
go na história dos nossos dias e na
própria vida das religiões.
Bento XVI – sem dúvida o mais
apaixonado e convicto defensor de um
renovado encontro com Deus que tor-
ne mais habitáveis a terra e as casas
dos homens – convida antes de tudo a
dar passos razoáveis rumo a um Deus
não genérico, mas que encarnou em
Jesus Cristo. Assim o seu pontificado
está a delinear-se cada vez mais como
ponte entre Deus e a modernidade.
Portanto o Pontífice, antes de qual-
quer outra preocupação, abriu na
Igreja uma nova atenção às coisas do
espírito.
A evangelização – anúncio do
Evangelho de Jesus salvador do mun-
do – passa através da experiência da
caridade. O Papa Ratzinger indicou,
em cada fase do seu magistério e com
todos os tipos de interlocutores, a ne-
cessidade, fundada na razão, de tor-
nar actual o encontro da sociedade
contemporânea com Deus, saída deci-
siva também para um futuro significa-
tivo da humanidade.
Abrir com a busca de sentido um
horizonte mais amplo à progressiva
investigação sobre a criação ajuda a
encontrar uma renovada harmonia no
universo que, com pequenos passos,
registados pela ciência também no ano
que terminou, nos parece cada vez
melhor conhecido. A convicção de
Bento XVI de que a nova era persegui-
da pela humanidade e facilitada por
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EM PORTUGUÊS
Preço ; 1,00. Número atrasado ; 2,00
O rosto de Deus
e os rostos
dos homens
GIOVANNI MARIA VIAN
Diante dos representantes dos povos
do mundo reunidos como todos os
anos em São Pedro para a celebra-
ção da Mãe de Deus e do Dia Mun-
dial da Paz, Bento XVI escolheu falar
do rosto de Deus, aquele rosto no
qual resplandece a bênção. O rosto
que todas as criaturas humanas, tal-
vez sem o saberem, sempre procura-
ram e procuram, que se revelou pro-
gressivamente no tempo e que, por
fim, se revelou em plenitude em
Cristo.
Na encarnação de Cristo o ho-
mem pode compreender deveras, se
quiser, aquela ternura de Deus que
a arte bizantina intuiu e soube re-
presentar no ícone de Maria: no
olhar que o pequeno Jesus dirige à
sua mãe, a qual por sua vez contem-
pla o rosto do filho e se pousa nos
nossos rostos. E quem estiver atento
a esta ternura pode por conseguinte
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No final do Angelus da Epifania na Praça de São Pedro
Os votos do Papa às Igrejas
Orientais que celebram o Natal
No final da alocução
mariana de 6 de Janeiro,
solenidade da Epifania do
Senhor, antes de saudar em
várias línguas os fiéis
presentes, o Papa recordou a
celebração do Natal nas
Igrejas Orientais e o Dia da
Infância Missionária.
Sinto-me feliz por dirigir os
meus votos mais cordiais
aos irmãos e Irmãs das
Igrejas Orientais que cele-
bram amanhã o Santo Na-
tal. O mistério da luz seja
fonte de alegria e de paz
para cada família e comu-
nidade.
Na solenidade da Epifa-
nia celebra-se o Dia da In-
fância Missionária, com o
lema: «As crianças ajudam
as crianças». Promovida pelo Venerável Papa Pio XII em 1950, esta iniciativa
educa as crianças a formar uma mentalidade aberta ao mundo e a ser solidárias
com os seus coetâneos mais necessitados. Saúdo com afecto todos os pequenos
missionários presentes nos cinco continentes e encorajo-os a ser sempre testemu-
nhas de Jesus e anunciadores do seu Evangelho.
Mensagem de Bento XVI para o Ano Santo Angelus da Epifania
Compostelano de 2010
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Uma ocasião
para encontrar Cristo
oferecida também Missa na Solenidade
a quem não tem fé da Epifania
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