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EJA e Cultura local

ALFABETIZANDO COM AS TRAMAS DO FOLCLORE LOCAL

Bernadete Theis
Angela Maria de Andrade Palhano
Universidade para o Desenvolvimento do
Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país plural. Composto por uma variedade de culturas que historicamente o
constituíram e que o constituem diariamente. A cultura de qualquer grupo social é dinâmica; vai
adquirindo formas, expressões e características diferentes ao longo do tempo. Alfabetizar jovens e
adultos nesta perspectiva é um desafio para alfabetizadores e Universidades parceiras do Programa
Alfabetização Solidária, pois vivemos em uma sociedade moderna, industrializada em que a escrita
é um dos principais meios usados nas relações entre as pessoas e é através dela que se registra
conhecimentos e informações; que promove-se o acesso e a interação com a cultura.

METODOLOGIA
Pretendemos com este trabalho, compartilhar um repertório de vivências folclóricas que foram
pesquisadas na comunidade e contadas nas salas de alfabetização de jovens e adultos atendidas pela
UNIDAVI dentro das áreas de Língua Portuguesa e Artes. Promovendo desta forma a analise dos
textos produzidos oralmente e a partir destes a produção dos textos coletivos em que o professor foi
o escriba. A produção da ilustração ficou por conta da aplicação e bordados em tecidos elaborados
por alfabetizadores e alfabetizandos.
Vale destacar que, na alfabetização de jovens e adultos, trabalhar a diversidade cultural é uma
estratégia das mais importantes uma vez que contribui na construção da identidade nacional. O
desafio do Programa é trabalhar a diversidade cultural. Nesse sentido, a escola pode ser o local de
diálogo, de aprender a conviver e vivenciar a própria cultura, respeitando as diferentes formas de
expressão cultural. Significa considerar as diferenças como fator de enriquecimento e não como
obstáculo para a alfabetização.

RESULTADOS
A alfabetização de jovens e adultos a partir da cultura vivenciada com pesquisas na comunidade e
diálogo em sala de aula, dinamizou os conhecimentos na produção de textos e na ilustração com
bordados e aplicações. Estas atividades se tornaram interessantes pois permitiram acessar o
universo vocabular, cultural, cognitivo e emocional que teve como pressuposto, então, o duplo
aspecto de servir a alfabetização e estimular o desenvolvimento da auto-estima pois estes processos
estão intimamente ligados ao processo de aprendizagem.

CONCLUSÕES
Ao longo do trabalho, a pesquisa foi sintetizada em textos coletivos produzidos por cada sala de
aula e ilustrados por produções artísticas folclóricas locais que estão contemplados no livro “Nas
tramas do folclore”. Este trabalho foi fundamental para que alfabetizadores e alfabetizandos
percebem que a aprendizagem da escrita em si não é o que transforma as pessoas, mas os usos que
elas fazem desse instrumento. Além disso, desencadeou novas reflexões sobre o papel da escola no
seu dia a dia e da importância da sua participação crítica e democrática no ato de conhecimento do
qual também é sujeito.
EJA e Cultura local

ALFABETIZANDO COM AS TRAMAS DO FOLCLORE LOCAL

Bernadete Theis
Angela Maria de Andrade Palhano
Universidade para o Desenvolvimento do
Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI

Alfabetizando com as tramas do folclore local

Hoje milhares de pessoas não sabem ler nem escrever. Não conseguem ler uma carta,
escrever um bilhete, tomar um ônibus. Esta realidade nacional exclui grande número de jovens e
adultos dos bens materiais e culturais produzidos, dificulta seu ingresso no mercado de trabalho,
além do que, estes cidadãos deixam de exercer seu direito a cidadania pois não participam
efetivamente da vida social não se identificando como sujeito histórico na construção de uma
sociedade livre e igualitária.
Segundo dados do IBGE (2001), ainda existem no País 16,29 milhões de pessoas acima de
15 anos que não conseguem ler nem escrever. As maiores taxas estão concentradas nas faixas
etárias entre adultos e idosos. No Brasil existe ainda cerca de oito milhões de famílias comandadas
por analfabetos totais e 1/3 dos domicílios é chefiado por analfabeto funcional. Isso significa que
ainda se faz necessário uma política educacional que alfabetize efetivamente aqueles que nunca
tiveram acesso a escola ou aqueles que dela se evadiram.
É um imenso desafio alfabetizar e garantir a Educação Básica a todos os brasileiros, apesar
deste direito ter sido estabelecido pela Constituição de 1988, até hoje, grande parcela da população
brasileira não teve acesso à escola e às aprendizagens necessárias para viver e participar de uma
sociedade complexa como a nossa. Essas pessoas não conseguem usar a linguagem escrita para
obter informações e se comunicar. São jovens e adultos excluídos da escola. Não puderam
compartilhar procedimentos, ter acesso a conhecimentos e desenvolver habilidades exigidos pela
sociedade.
Jovens e adultos que freqüentaram pouco ou não tiveram acesso à escola, criam estratégias
próprias para lidar com as situações que precisam da leitura e da escrita. A educação de jovens e
adultos é uma das vias indicadas para fazer frente à estas estratégias, à exclusão e à desigualdade
social. É fundamental para construção de uma sociedade mais justa e democrática uma Educação de
Jovens e adultos de qualidade. É uma das maneiras eficientes de assegurar os direitos humanos e
permitir que cada um exerça a cidadania valorizando a diversidade cultural, evitando a
discriminação e promovendo a solidariedade entre os povos.
Alfabetizar vai muito além de decodificar e memorizar fonemas e grafemas. Para a pessoa se
tornar usuário da escrita é preciso mais que conhecimento dos códigos, das letras e dos números. É
preciso enfrentar um amplo conjunto de situações nas quais a leitura e a escrita são necessárias.
Para Paulo Freire:

“(...) processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de


ler que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da
linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do
mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a
posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade daquele.
Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto
a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações
entre o texto e o contexto.”
A partir desse pensamento elaboramos o projeto que buscou no contexto do aluno, histórias
que contemplam a diversidade cultural, valorizando o universo vocabular na sua mais genuína
expressão, discutida dialogicamente em sala de aula, sistematizando a linguagem popular, a
linguagem culta e a imagem que ilustra a história.
Na educação de jovens e adultos, não é nova a percepção de que as pessoas são portadoras
de cultura e que dominam uma série de conhecimentos. Isso nos trouxe algumas implicações, a
primeira delas foi a de tomar como ponto de partida os saberes e conhecimentos que o alfabetizando
já tem, que ele traz da sua vivência em família e em sociedade. Aprende-se estabelecendo relações
entre o que já se sabe e o novo que se apresenta.
Na práxis, testamos e comparamos o que já sabemos e a partir de novas experiências de
aprendizagem, verificamos a necessidade de modificar, aprimorar ou substituir nossos
conhecimentos e saberes. Ler e escrever também é assim. No entanto ler e escrever são
aprendizagens distintas, que exigem diferentes habilidades e conhecimentos. À medida que jovens e
adultos se defrontam com situações onde colocam em jogo o que já sabem, reorganizam essa
bagagem e podem receber novas informações dos educadores e dos colegas.
Dentro da concepção de que é importante fazer e refletir sobre o que se faz, para voltar a
fazer e recriar buscamos dos aspectos artesanais como a costura e o bordado a origem cotidiana e
cultural, que são colocados com certo orgulho de quem acredita no valor das pequenas coisas da
existência. Antes e depois de ser um tecido costurado ou uma linha bordada são cor e forma, grafia
e representação.
Duas sabedorias que se imbricam. O aspecto alfabético juntamente com o pictórico da
composição resolvida na superfície do pano. Essa lição técnica advinda do artesanato se
transformou em reflexão e ação sobre a existência quando aproximou o visual e o concreto que nos
fez pensar em aspectos da construção humana onde o sagrado e o profano, a leitura e a escrita se
encontraram e se misturaram.
A síntese que opera entre signo e forma também transmite uma espontaneidade evidente.
Juntando a pesquisa oral, os textos produzidos com a imagem que sustentou o sentimento de
propriedade e de identidade em que o alfabetizando se reconhece como sujeito da sua própria
história.
Nos textos tecidos, escreveu-se uma paisagem humana que se fez das chamas das culturas
locais: Bumba-meu-Boi, festas religiosas, oferendas, origem dos nomes das comunidades... essas
vivências instigaram e desenvolveram um olhar interpretativo em várias direções, influenciado por
crenças e aprendizagens, concepções de mundo construídas pela diferença pessoal de tempo e
espaço e pela dinâmica do coletivo sócio-político-cultural.
A experiência possibilitou ampliar e aproximar, no sentido de intimidade, a relação e
interesse na construção da leitura e escrita através da arte. Sensibilidade é uma porta de entrada das
sensações, construídas nas relações do ser humano como externo, natural e social, oferecidos e
apreendidos por todos que se dispõe a vivenciá-los. O desenvolvimento das qualidades perceptivas
do mesmo torna-se um caminho aberto para encontrar-se e sentir-se inserido no mundo atual.
Acreditamos que sentir e perceber o mundo e seu entorno facilita a aprendizagem evidenciando um
caminho mais legítimo para a democratização da educação.
Tendo por objetivo formar pessoas capazes de usar a linguagem escrita para diversos fins é
fundamental colocar os educando em contato com textos e práticas reais, que demanda leitura e
escrita desde o início do processo de aprendizagem, no entanto deve-se garantir também que eles
aprendam como funcionam o sistema alfabético brasileiro. Os valores das letras na leitura e a
conversão dos fonemas na escrita. Contudo precisa-se ir além desta etapa e conhecer os diversos
tipos de texto para que os alfabetizandos desenvolvam habilidades de leitura e escrita, tornando-se
usuários autônomos deste instrumento, algo que possa ser usado ao longo de toda sua vida.
O ato de ler envolve as representações que temos sobre o que é ler, como e o que pode ser
lido. Ler também envolve conhecimentos diversos mobilizamos saberes trazidos pela nossa história
de vida, além do que é fundamental também o conhecimento lingüístico sobre o funcionamento do
sistema da escrita, sobre o vocabulário, sobre os diferentes tipos de texto e os estilos de linguagem.
De acordo com Cagliare:
“A linguagem existe porque se uniu um pensamento a uma forma de
expressão, um significado a um significante, como dizem os lingüistas. Essa
unidade de dupla face é o signo lingüístico. Ele está presente na fala, na
escrita e na leitura como princípio da própria linguagem, mas se atualiza
em cada um desses casos de maneira diferente. Essa procura das relações
entre significado e significante é em outras palavras saber como uma
língua funciona e quais os usos que tem.”
( CAGLIARI, p. 30, 2003)

Escrever significa utilizar-se da linguagem escrita para expressar conhecimentos, opiniões,


necessidades, desejos e imaginação. Nessa aprendizagem entra em jogo a disponibilidade de o
alfabetizando criar algo novo, recriar o discutido dialogicamente. Nesse momento o alfabetizador
deve lançar mão de conhecimentos lingüísticos e da capacidade de apropriação criativa dos modelos
de textos disponíveis. São textos que podem ser encontrados dentro e fora da escola, textos trazidos
pelo alfabetizador e lidos aos seus alunos e que podem ser usados como suporte nas atividades
realizadas no processo de construção da leitura e escrita. Da mesma forma utilizamos histórias
trazidas pelos alfabetizandos, contadas e discutidas oralmente e transformadas em histórias
registradas, escritas no livro, produto da dedicação de cada aluno, assim como as histórias do livro,
a vivência de cada um é que faz a história do município. Toda essa trama foi compreendida e nosso
objetivo maior foi alcançado. Alfabetização, Arte e vida, tudo entrelaçado, em um bordado onde o
maravilhoso foi o jogo da vida. Do fantástico para o real, despertando o pensamento crítico e
buscando exercer a cidadania de forma mais democrática derrubando as barreiras do preconceito e
lutando por uma sociedade igualitária.

Metodologia

Iniciamos este trabalho com a orientação dos alfabetizadores durante o Curso de Formação
Continuada realizada nos municípios durante as visitas de avaliação. Foram 30 horas de curso, com
os conteúdos que contemplam a produção de textos na alfabetização. Outro conteúdo abordado foi a
forma de pesquisa que os alfabetizandos utilizariam para o trabalho. Em seguida o roteiro de
trabalho, os planos de aulas:

• Levar a proposta de trabalho aos alfabetizadores discutindo cada passo necessário para a
produção do texto e o produto final do projeto.
• Votação para aprovação do projeto entre Coordenação Municipal do Programa e
alfabetizadores.
• Roda de conversa para conceituar o folclore, apreciar manifestações e literaturas folclóricas
regionais comparando semelhanças e diferenças entre as regiões sul e nordeste. Motivando o
alfabetizador para a realização do projeto.
• Levar o projeto ao conhecimento dos alfabetizandos e a proposta questionando o interesse
de cada um em participar.
• Iniciar a pesquisa na comunidade, conversando com parentes, amigos, e pessoas idosas que
residem na comunidade por mais tempo.
• Contar as história na sala de aula, o alfabetizador participa, principalmente ouvindo e
valorizando os detalhes de cada história.
• Valorizando a linguagem de cada aluno no contexto da oralidade, o alfabetizador faz
intervenções aproximando esta linguagem para a norma culta e transforma em escrita sendo
ele o escriba neste momento, nascendo então o texto coletivo.
• A produção da ilustração, feita a partir das histórias, utilizou-se de sementes, palha,
miçangas, lantejoulas, gliter, tecidos e linhas. A primeira etapa foi feita com os
alfabetizadores durante a terceira visita de avaliação e formação continuada com a
professora de Artes.
• Da mesma forma os alfabetizadores produziram em sala de aula com os alunos.
• Revisão dos textos coletivos.
• Envio de todo material para a IES responsável para a organização e produção do livro.

Considerações finais:

Compartilhar um repertório de vivências folclóricas que foram pesquisadas na comunidade e


contadas nas salas de alfabetização de jovens e adultos atendidas pela UNIDAVI dentro das áreas
de Língua Portuguesa e Artes foi enriquecedor. A analise dos textos produzidos oralmente e a
partir destes o texto coletivo em que o professor foi o escriba nos assegurou o sucesso do projeto e
possibilitou a troca de saberes e de conhecimento cultural que é um dos objetivos do Programa. A
produção da ilustração ficou por conta da aplicação e bordados em tecidos elaborados por
alfabetizadores e alfabetizandos, mais um trabalho de troca riquíssima para a comunidade, para o
município e para o sul do país.
Vale destacar que, na alfabetização de jovens e adultos, trabalhar a diversidade cultural é
uma estratégia das mais importantes uma vez que contribui na construção identidade nacional. O
desafio do Programa é tratar a diversidade cultural. Nesse sentido, a escola pode ser o local de
diálogo, de aprender a conviver e vivenciar a própria cultura, respeitando as diferentes formas de
expressão cultural. Significa considerar as diferenças como fator de enriquecimento e não como
obstáculo para a alfabetização.
Percebemos a grandiosidade do projeto quando professores da Rede Regular de Ensino
demonstraram interesse de também participar do Curso de Formação Continuada, na Oficina de
construção dos bordados, ou seja, as ilustrações dos textos. A participação deles contribuiu no
sentido de valorizar o Programa no município e socializar conhecimentos. O projeto foi aplicado na
Educação Regular de Ensino de Bacurituba MA.
Esperamos formar sujeitos capazes de assumir com autonomia sua própria vida. Seres
autores de uma prática nova no novo mundo que a leitura e a escrita começam a lhes possibilitar,
criando seu próprio papel no contexto mais amplo e perceber-se como alguém que pode vir a
contribuir na grande história humana que se constrói com a soma de todos.

Referências Bibliográficas

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Lingüística. São Paulo : Scipione, 2003.
FREIRE, Paulo. Educação como Prática da Liberdade. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 2000
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:
Cortez, 2001.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro : Paz e Terra, 2000.
SCLIAR-CABRAL, Leonor. Princípios do sistema alfabético do Português do Brasil. São Paulo:
Contexto, 2003.
SCLIAR-CABRAL, Leonor. Guia Prático de Alfabetização. São Paulo : Contexto, 2003.
ANEXOS:

Nossa Senhora de Nazaré

A imagem desta Santa chegou em nossa comunidade no dia 08 de outubro de 1997, através
de uma promessa feita por uma mulher que estava com problemas de saúde, ela prometeu: se ela
ficasse curada da doença construiria uma capela para Nossa Senhora de Nazaré.
Ela escolheu esta Santa pela razão de seu nome ser Nazaré. E ela conseguiu a graça que
desejava: ficar curada da doença, então construiu a capela que prometera e depois de dois meses
que a capela ficou pronta a mulher faleceu.
Maria de Nazaré, a senhora que construiu a capela, continua viva na lembrança de todos os
moradores da comunidade. E em forma de agradecimento às graças trazidas pela Santa, canta-se o
hino em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré.
Desde então a comunidade de Tucum, onde a Igreja está construída comemoram com
grandiosa festa todos os anos no dia 12 de outubro a festa de Nossa Senhora de Nazaré.
Os responsáveis pela festa são as novenárias que são pessoas que rezam novenas. Novena
são nove rezas, ou melhor são nove dias rezando em um determinado horário

Maria de Nazaré

Maria de Nazeré, Maria me cativou


Fez mais forte a minha fé,
E por filho me adotou...

Município: Bacurituba MA
Comunidade: Tucum
Alfabetizadora: Nelma
Alunos: Raimunda dos Santos Ferreira, Francisco de Assis França Mendes, Elza Luiza
Araújo, Ivam França Mendes, Diones Silva Vale, Maria Augusta dos Santos, Raimundo Dênis, Luís
Fernando Pacheco, Valdemar Crovel, Raimunda de Jesus Rodrigues
Tambor de São Benedito

O festejo do glorioso São Benedito é tradicional, realizado ao longo de muitos anos ,,


sempre aos 24 de dezembro, véspera de natal.
O surgimento do festejo deu-se por uma promessa feita pelo senhor João da Cruz Costa
então marido da senhora Ana Rosa Silva Costa. Desse laço de união tiveram 12 filhos. João veio a
falecer deixando a tradição a ser cultivada pela esposa e pelos filhos que tornaram-se verdadeiros
adeptos e seguidores da festa.
O que a princípio seria apenas uma ladainha anual em homenagem ao santo tornou-se uma
festa de grande divulgação da região. Vindo grande quantidade de pessoas de todos os lados para
mostrar a devoção ou simplesmente para desfrutar das muitas alegrias que o festejo proporciona.
De costume o festejo inicia-se as 5 horas da manhã com as primeiras marchas, em seguida
tem a alvorada de fogos. Durante o seu desenvolvimento serve-se café, comidas e bebidas
constantemente para os participantes.
Os tamborzeiros utilizam 3 instrumentos sendo o tambor grande, o sucador ou meião e o
tamborzinho menor que repica, também chamado de quereréu.
Temos os devotos, pessoas que cantam, pedem bênçãos, pagam promessas. Há os que
participam voluntariamente batendo tambor e ajudando nos preparativos de comidas, do bolo,
quando é preciso encher água , esquentar o forno, etc.
Outro costume são as rodas feitas para as senhoras dançar em volta do tambor maior dando
as famosas “pungas”. Neste círculo os tamborzeiros e simpatizantes bebem cachaça, fumam
charutos e cachimbos, disputam versos sempre batendo palmas e dando viva a São Benedito.
O festejo vem a cada ano ocupando destaque regional e é considerado um dos mais
tradicionais. Fator atribuído à fé, à proteção, ao poder milagroso do santo e além disso pela forma
de organização e atenção dada aos devotos adeptos.
Uma das características do tambor de São Benedito são os versos. Os alfabetizando criaram
alguns...

24 de dezembro
acima das cinco horas
na casa de Ana Rosa
tambor grande ronca agora!

Tambor grande fala alto


O meião não diz que não
O quereréu dá o som
Com o tato das nossas mãos.

Bouqueirão é povoado
Ocidente Maranhão
Não podemos esquecer
Nosso educador
Senhor Cosme Damião.

Alfabetização Solidária
Chegou no Maranhão
Está vindo de Brasília
Prestem atenção
Enriquecendo os meus conhecimentos
Viva a educação!
Município: Bacurituba
Comunidade: Chapada Boqueirão
Alfabetizador: Cosme Damião Costa
Alunos: Antônio Santana Pereira, Dalvina Barros, Maria Costa dos Passos, Maria das dores,
Máximo Tibúrcio Pereira, Joel Nilson Pereira, Ana Amélia Rodrigues Saraiva
Macacos

O povoado ficou com este nome “Macacos” porque era só mata e existiam muitos macacos e
pássaros também. As pessoas caçavam para sobreviver. E quando precisavam caçar pássaros
convidavam uns amigos dizendo: “Vamos matar pássaros na mata dos macacos!” e assim todos
começaram a chamar “Mata dos Macaco”. Com a freqüência das pessoas na mata, os macacos
foram saindo em busca de um lugar mais seguro e alimentos porque as pessoas foram roçando a
mata para fazer roça até que a mata acabou, surgiu o povoado e todos continuam chamando de
Macacos.
Conta-se ainda que o dono dessas terras era o senhor Baldoino Nery da Silva. Passaram-se
anos e novos moradores estavam chegando para ficar por ali, e como achavam feio este nome,
sugeriram ao antigo morador Sr. Baldoino, para mudar este nome, ele disse que iria tentar mudar o
nome, mas acabou não conseguindo porque já estava no mapa como “Macacos”.

Município: Bacuri
Povoado: Macacos
Alfabetizadora: Macinalva
Alunos: Ana Ilde Silva, Cléia Morais Rabelo, Carlos José Lima Rodrigues, Edilene dos Santos
Silva, Josevau Campelo Pontes, Misiane Tavares, Marinalva Vaz Silva, Maricilene Lopes dos
Santos, Macinaldo Vaz Silva, Ucélio Lopes dos Santos

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