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CADASTRO TÉCNICO E

PLANEJAMENTO URBANO

Profa. Dra. Maria Cecília Bonato Brandalize


2008

A Disciplina

Conceito e Histórico. Estrutura Fundiária do


Ementa Brasil. Legislação Cadastral Rural. Problemas
na Demarcação de Limites. Técnicas e
Objetivos Métodos de Levantamentos Cadastrais.
Programa Cartografia Urbana. Cadastro Técnico
Multifinalitário e Aplicações. Sistema de
Metodologia Informações Geográficas (SIG) aplicado ao
Avaliação Cadastro Técnico. Espaço Urbano: Aspectos
da Urbanização Brasileira. Dinâmica do
Bibliografia Espaço Urbano e Planejamento Estratégico.
Metodologia do Planejamento Urbano.
Elementos do Plano Diretor. Política
Imobiliária e Fundiária e de Uso do Solo.
-2-

1
A Disciplina

Proporcionar ao estudante de Engenharia


Ementa Cartográfica noções sobre a importância da
cartografia e dos sistemas de informações
Objetivos geográficas na concepção de um cadastro
Programa técnico que sirva de ferramenta ao
planejamento urbano, à administração
Metodologia municipal e à tributação justa.
Avaliação
Inserir o Engenheiro Cartógrafo no contexto
Bibliografia multidisciplinar que envolve os
procedimentos de ordenamento do território,
principalmente à delimitação das
propriedades e ao georreferenciamento das
mesmas.
-3-

A Disciplina

As aulas serão ministradas tendo como recursos


Ementa didáticos: quadro negro e projetor.
Como suporte às aulas e às avaliações de
Objetivos aprendizagem serão recomendadas bibliografias.
Programa O material encontrado em formato digital será
oportunamente disponibilizado ao aluno para o
Metodologia devido acompanhamento das aulas.
Avaliação Eventualmente poderão ser agendadas visitas a
empresas, instituições ou municípios de
Bibliografia interesse.
Eventualmente poderão ser agendadas, no dia e
horário das aulas, palestras proferidas por
especialistas em alguns temas de interesse.
-4-

2
A Disciplina

Para avaliação da aprendizagem do aluno


Ementa serão utilizados os seguintes instrumentos:
Objetivos Trabalhos Práticos (individuais ou em grupos)
Programa Trabalhos Teóricos (individuais)
Apresentação de Seminários (duplas)*
Metodologia Resolução de Exercícios (individual)
Avaliação Provas (individuais)

Bibliografia

-5-

A Disciplina

Básica:
Ementa
ABNT. NBR 14166: Rede de Referência Cadastral Municipal - Procedimento, 1998.
ÁGUILA, M.; ERBA, D. A. A Função do Cadastro no Registro de Imóveis. LILP: 2005.
Objetivos
ANTUNES, A. F. A. Cadastro Técnico Urbano e Rural. Apostila. UFPR: 2007.
Programa
BRASIL. Estatuto da Cidade: Guia para Implementação pelos Municípios e Cidadãos.
Brasília, 2005.
Metodologia
CARNEIRO, A. F. Cadastro Imobiliário e Registro de Imóveis. Porto Alegre: IRIB, 2003.
ERBA, D. A.; OLIVEIRA, F. L. de; LIMA JUNIOR, P. de N. Cadastro Multifinalitário
Avaliação
como Instrumento de Política Fiscal e Urbana. Rio de Janeiro, 2005.
Bibliografia
FERRARI, C. Curso de Planejamento Municipal Integrado. São Paulo: Pioneira, 1982.
INCRA. Manual de Regularização Fundiária em Terras da União. 2006.
INCRA. Normas Técnicas para Levantamentos Topográficos. 2001.
INCRA. Normas Técnicas para Georreferenciamento de Imóveis. 2003.
LOCH, C.; ERBA, D. A. Cadastro Técnico Multifinalitário Urbano e Rural. Cambridge: LILP,
2007. -6-

3
A Disciplina

Básica:
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Planejamento Territorial Urbano e Política Fundiária.
2004.
STOTER, J. E. 3D Cadastre. Netherlands Geodetic Commission, 2004.
UN-HABITAT. Land Tenure, Housing Rights and Gender Review in Brazil. 2005.

Sítios Recomendados:
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA: www.incra.gov.br/
Instituto de Registro Imobiliário do Brasil - IRIB: http://www.irib.org.br/
International Federation of Surveyors - FIG: http://www.fig.net/
Lincon Institute - LILP: http://www.lincolninst.edu
Ministério das Cidades: http://www.cidades.gov.br
Permanent Committee on Cadastre - PCC (UE) - http://www.eurocadastre.org/
Secretaria do Patrimônio da União - SPU: http://www.spu.planejamento.gov.br/
-7-

A Disciplina

Ementa
Objetivos
Programa
Metodologia
Avaliação
Bibliografia

-8-

4
A Disciplina

1. Introdução
2. Legislação Cadastral
3. Metodologia do Cadastro Técnico (CT)
4. CT Multifinalitário para Planejamento Urbano
5. Noções de Planejamento Urbano

-9-

1. Introdução

1.1. Conceitos e Objetivos do Cadastro


1.2. Características e História do Cadastro
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil
1.4. Estrutura Fundiária Brasileira
1.5. Importância do Cadastro no Desenvolvimento
Sustentável

-10-

5
1.1. Conceitos e Objetivos

Não há no mundo consenso em relação à definição de


cadastro e de suas funções.
ê
Principalmente, porque as ocupações do território,
território em todas
as nações do mundo, ocorreram e ocorrem de formas muito
diferentes (história, leis e costumes).
ê
Assim como, também são muito diferentes, as formas como
estas nações gerenciam tais ocupações.

-11-

1.1. Conceitos e Objetivos

Há três possíveis origens para a palavra Cadastro

1ª) Capitum Registrum ► Capistratrum ► Catastrum


(latim): registro das unidades de taxação territorial, pelas
quais as províncias romanas eram divididas;
2ª) Capitatio (latim): captação;
3ª) Katastikhon* (bizantina): lista ou livro de registros.
ê
Catasto (Itália); Catastro (Espanha); Kataster (Alemanha); Cadastre
(França e Inglaterra); Cadaster (EUA); Cadastro Técnico (Brasil).
-12-

6
1.1. Conceitos e Objetivos

Cadastro deriva do termo francês cadastre e compreende o


registro público dos bens imóveis de determinado território, ou
ainda, o registro de bens privados de um determinado
indivíduo. AURÉLIO

Cadastro é um documento ou conjunto de documentos em


que bens imóveis ou de raiz,
raiz ou os proventos por eles
proporcionados, são descritos e avaliados quanto à extensão,
extensão
ao valor e à qualidade,
qualidade especialmente para servir de base para
o cálculo dos impostos que devem incidir sobre esses bens ou
rendas.HOUAISS (ECONOMIA)

-13-

1.1. Conceitos e Objetivos

Bens Imóveis ou de Raiz


O solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.

-14-

7
1.1. Conceitos e Objetivos

O cadastro é um sistema de informação baseado na parcela,


que contém um registro de direitos,
direitos obrigações e interesses
sobre a terra. FIG

O cadastro inclui a descrição geométrica da parcela, unida a


outros elementos que descrevem a natureza dos interesses de
propriedade ou domínio, o valor e as construções que existem
sobre ela. FIG

Parcela: pode ser rural (propriedade rural) ou urbana (lote) e


constitui uma unidade de registro do cadastro rural ou urbano,
respectivamente, podendo ainda ser denominada objeto
territorial, propriedade territorial ou propriedade imóvel.
-15-

1.1. Conceitos e Objetivos

Parcela e Objeto Territorial compreendem duas


características comuns: definição do seu limite e da sua
localização.
localização

Limites: entes culturais concebidos pela razão de quem


interpreta um documento legal (registro) ou os fatos materiais
existentes no território.
Determinam onde começa e onde termina um direito de
propriedade (parcela), uma jurisdição, uma divisão política ou
administrativa ou ainda a soberania de uma nação.
Podem ou não ser materializados → título registrado
-16-

8
1.1. Conceitos e Objetivos

Limites são representados cartograficamente


ê
Linhas (3D) → projetadas sobre o plano (2D)

-17-

1.1. Conceitos e Objetivos

Primeiros Registros Cadastrais


ê
Fins de Arrecadação

Atualmente → Cadastro Imobiliário


ê
Principal fornecedor de dados sobre o imóvel
Depósito de documentos → garantia de direitos sobre a
propriedade imóvel

-18-

9
1.1. Conceitos e Objetivos

IMPORTÂNCIA
ê
Política Cadastral
ê
Promoção (ou não) do desenvolvimento (progresso)
social e econômico de um lugar, região ou país
ê
Sustentável
-19-

1.2. Características e História

Cadastro → registro público que descreve a extensão,


extensão
qualidade e valor dos bens imóveis de certo território,
compreendendo uma série de operações que tem por fim
organizar este registro.

O espaço geográfico cadastrado pode ser tanto o ambiente


urbano como o rural.
rural

O cadastro pode ser definido através de um conjunto de


técnicas cartográficas e de banco de dados sobre os bens
imobiliários.
-20-

10
1.2. Características e História

Cadastro → registro oficial das informações que definem a


propriedade → referem-se: área, utilização, tipo, valor,
localização unívoca e direitos.

O registro deve apresentar o assentamento metódico destas


informações, tal que possibilite a identificação da
propriedade na forma mais atual.

A definição precisa de uma propriedade envolve diferentes


aspectos, desde a sua localização até os direitos exercidos
sobre esta, portanto é um assunto de natureza multidisciplinar.
multidisciplinar

-21-

1.2. Características e História

Registro → compreende duas partes distintas:

a) Base Cartográ
Cartográfica:
fica mapas em escalas grandes

b)Dados Descritivos dispostos em tabelas e contendo


b)Dados Descritivos:
informações: indicação fiscal, proprietário, valor venal, etc.

Em cada sistema cadastral a unidade básica ou territorial é a


parcela,
parcela e esta pode ser definida como a área contínua de terra
na qual existe uma homogeneidade de direitos, restrições e
responsabilidades, dependendo do paradigma social vigente.
-22-

11
1.2. Características e História

Dados Descritivos
Base Cartográfica
-23-

1.2. Características e História

O principal objetivo atendido pelo cadastro ainda é a


arrecadação de impostos.
impostos

O cadastro, como base de dados cartográficos, revela-se


importante em aplicações que transcendem a função fiscal.

O cadastro atende atualmente às demandas de ampliação das


redes de estradas,
estradas saneamento básico,
básico transmissão de energia,
energia
transporte,
transporte entre outras, desempenhando novas funções e
passando a denominar-se cadastro multifuncional ou cadastro
multifinalitário.
multifinalitário
-24-

12
1.2. Características e História

De acordo com a função, o cadastro pode ser classificado


em:

a) Fiscal:
Fiscal onde o aspecto fundamental constitui a identificação
do proprietário da parcela, sendo o objetivo geral a
determinação do valor da propriedade e sua taxação

b) Jurídico ou Legal:
Legal refere-se ao direito à propriedade e ao
registro do imóvel

c) Multifinalitário:
Multifinalitário refere-se às múltiplas aplicações do
cadastro, principalmente no que concerne ao planejamento
urbano e regional,
regional servindo de base à tomada de decisões -25-

1.2. Características e História

Cadastro Multifinalitário
ê
Atualmente baseado em tecnologias de geoprocessamento

A principal característica do cadastro multifinalitário reside no


fato de ser o mais completo possível no que diz respeito à
cobertura espacial (território ⊂ parcelas)

O cadastro multifinalitário constitui a base do


gerenciamento territorial, normalmente realizado através dos
Sistemas de Informações Territoriais (SIT) ou Land
Information Systems (LIS)
-26-

13
1.2. Características e História

Cadastro → Esquema

Cadastro Código Registro

Proprietário
Parcelas Ligaç
Ligação Leis
(matrí
matrícula)
cula) Direitos

PLANTA + DOCUMENTOS
DESCRITIVOS -27-

1.2. Características e História

Cadastro → Origens

O Plano Cadastral mais antigo da história foi revelado ao mundo durante


um simpósio de cartografia promovido em Istambul (Turquia), em 1999.
Tal Plano Cadastral,
Cadastral elaborado para a cidade de CatalHyük (região de
Anatolia, na Turquia), data de aproximadamente 6.200 a.C.
Este foi encontrado em um sítio arqueológico localizado ao sul de
Ankara (capital da Turquia), cujas escavações iniciaram em 1961, tendo
sido interrompidas em 1965.
Acredita-se que o local (antigo
antigo assentamento)
assentamento date de 6.800 a 5.700
a.C. (radiocarbono 14).
-28-

14
1.2. Características e História

Cadastro → Origens

Em 1993 as escavações reiniciaram, após o sítio ter sido colocado sob a


proteção do Governo da Turquia.
Quando estas chegaram ao nível VII, em uma das paredes de um dos
edifícios foi descoberto um mapa planimé
planimétrico entalhado da cidade.

IMPORTÂNCIA???
IMPORTÂNCIA???
A escrita foi desenvolvida apenas em 3.500 a.C.
Assentamento → Planejado (defesa)
(edificações com fundações, templos e cemitério)
-29-

1.2. Características e História

Cadastro → Origens

Planta Urbana - Catal Hyük -30-

15
1.2. Características e História

Cadastro → Origens

Plano Cadastral de
CatalHyük

Escavação do Nível XII (1999)


-31-

1.2. Características e História

Cadastro → Origens
Edificações
Dormitórios
Cozinha
Sala de Estar
Sofisticação
Área: 11,25 a 48 m²
Urbana
Altura Telhado f(relevo)
Janelas e Entradas
Áreas de Laser
Espaços Internos
Modelo (desenho 3D) (1963)
-32-

16
1.2. Características e História

Cadastro → Origens

Pictografia do Vaso de Maikop


(Russia, 3000 a.C.)

Planta de CatalHyük (6200 a.C.)

Mapa Gravado sobre Rocha


(Itália, 1500 a.C.) -33-

1.2. Características e História

Cadastro → Origens

A utilização mais remota do cadastro (aplicação


aplicação fiscal),
fiscal se
deu através dos Caldeus (Caldéia - Sul Mesopotâmia - Rio
Eufrates e Rio Tigre - Oriente Médio), aproximadamente 3.800
a.C. (tábuas de argila de 2.300 a 2.100 a.C.).
Neste cadastro, as parcelas de terra eram descritas
IRAQUE

geometricamente,
geometricamente possibilitando o conhecimento da estrutura
fundiária para fins de tributação.
Bloco de Argila - 2300 AC
-34-

17
1.2. Características e História

Cadastro → Origens

Egito, Arábia Saudita, Iraque, Jordânia, Síria, Irã, Omã, Iêmen, Israel, Palestina,
Líbano e Emirados Árabes Unidos... -35-

1.2. Características e História

Cadastro → História

Ao longo da história indianos,


indianos gregos,
gregos egí
egípcios e europeus
reafirmaram a importância do cadastro atribuindo maior
intervenção e aperfeiçoamento aos sistemas de registro e
publicidade das propriedades.

Egípcios → dispunham de um inventá


inventário descritivo da terra
(relativamente aos assentamentos ao longo do Rio Nilo),
Nilo no
qual figuravam ocupantes e confrontantes localizados por um
sistema de coordenadas (XVIII dinastia: 1539 a 1295 a.C.).

-36-

18
1.2. Características e História

Cadastro → História
Demarcação dos Limites das Propriedades (stele
stele)
Gravação: nome, natureza do solo, situação
(segundo um detalhe marcante do terreno: rio,
lago, floresta) e, em alguns casos, o nome do
mestre do faraó (dinastia vigente)
Inscrito em um livro de registros pelos oficiais de
levantamentos, contendo: nome do proprietário,
nome dos proprietários de terras vizinhas, área e
natureza do terreno
Eram anotadas também as extensões, em
cúbitos, das faixas de areia, lagos, canais, grupos
de palmeiras, jardins, vinhedos e campos de
milho* contidos na propriedade -37-

1.2. Características e História

Stele que marca os limites da antiga cidade egípcia de Akhetaten (1350 a.C.)

-38-

19
1.2. Características e História

Cadastro → História

Império Romano → o censo e o cadastro eram atualizados a


cada cinco anos, com medição e classificação das terras com
vistas à melhor tributação dos imóveis, assim, por volta de 287
a.C., todo o império romano de então encontrava-se mapeado.

Inglaterra → iniciou o cadastramento fundiário tendo como


base o imóvel (parcela) em 1085 d.C., este tendo sido todo
refeito em 1692. Diferentemente de outros países, a Inglaterra
desenvolveu formas indiretas de taxação da terra. A Inglaterra
detém também um dos mais antigos registros territoriais não
apoiado em mapas (1066). -39-

1.2. Características e História

133 a.C. a 117 d.C.

-40-

20
1.2. Características e História

Cadastro → História

Alemanha → criou um sistema de registro imobiliário no


século XII, que veio a constituir mais tarde o Grundbücher e o
Stadtbüher,
Stadtbüher para terras rurais e urbanas respectivamente
(1801). Hannover é conhecida como a capital mundial do
cadastro e o país acaba de completar o mapeamento cadastral
de todo o território nacional na escala 1:500.

Itália → idealizou seu cadastro somente em 1681 sendo, a


atual lei de terras, datada de 1886 (Novo
Novo Cadastro Terreni).
Terreni
Em 1956 a área cadastrada abrangia 290.000 km² de um total
aproximado de 301.000 km² (área do país). -41-

1.2. Características e História

Cadastro → História

Francês → as primeiras medições de terras datam de 1115


d.C., porém, as raízes do cadastro atual são do século XVIII,
as quais se estenderam e inspiraram o cadastro de muitos
outros países da Europa.
Século XVIII foi um período extraordinariamente rico, cultural
e cientificamente, para todos os países da Europa.
ê
Dois projetos de cadastro geral na França
ê
Bertin (1763) e Assembléia Constituinte (1791) -42-

21
1.2. Características e História

Cadastro → História

Bertin (1763): pretendia registrar e taxar todas as


propriedades territoriais, inclusive as pertencentes ao estado,
à igreja, à aristocracia e às classes privilegiadas.
Falhou → duramente criticado; custo e tempo de implementação; falta de
definição de uma metodologia apropriada

Assembléia Constituinte (1791): estabelecia a taxação


eqüitativa da terra (desconsiderando todo e qualquer privilégio
existente) e previa a elaboração de um mapa distrital geral
(layout) e de todas as suas subdivisões (seções).
Falhou → falta de recursos financeiros
-43-

1.2. Características e História

Cadastro → História

Bertin e Assembléia Constituinte → centralizadores


ê
Treinamento de pessoal, uso de uma unidade de medida
comum e desenvolvimento de métodos de investigação e
levantamento a partir de critérios normalizados (padrões).
ê
Base → cadastro de áreas cultivadas (1802)
Falhou → falta de topógrafos experientes, baixa qualidade dos mapas,
proprietários desonestos e ignorantes relativamente ao conteúdo das suas
terras, erros nas unidades de medida utilizadas, falta de experiência dos
taxadores de impostos em utilizar mapas, entre outras.
-44-

22
1.2. Características e História

Cadastro → História

Nasceu a demanda por um cadastro detalhado (plot)


ê
Meio de verificação,
verificação por parte do Estado, da informação
fornecida pelos proprietários a respeito de duas terras.
Meio de estabelecer,
estabelecer por parte das autoridades, o exato
imposto das propriedades, garantindo que a taxas fossem
distribuídas de forma justa.
ê
Projeto Polí
Político e Social
Compartilhado pelas autoridades e pelos cidadãos
-45-

1.2. Características e História

Cadastro → História

Projeto Polí
Político e Social
ê
Considerava a terra como sendo a base de todas as
riquezas!!!
ê
Taxação da terra → fundo para manutenção da sociedade!!!
(válido para o período pré-industrialização)

-46-

23
1.2. Características e História

Cadastro → História

Projeto Polí
Político e Social
ê
Base para o Cadastro Imperial de Napoleão (1807)
ê
Medição de mais de 7901 miriametros²
Sobre mais de 100 milhões de plots
Mapeando cada comuna com seus plots
Classificando-os segundo a fertilidade do solo*
Atribuindo o valor dos impostos a cada plot e cadastrando os
plots pertencentes ao mesmo proprietário para avaliação do
imposto total -47-

1.2. Características e História

Cadastro → História

Cadastro Napoleônico
ê
Reorganização do sistema de contribuição e,
conseqüentemente, a redefinição do imposto predial (1801).
O primeiro projeto de registro da propriedade predial em
escala nacional.
Fins fiscais e era vinculado ao Ministério das Finanças.
Objetivou reduzir o número de litígios ligados à delimitação
dos bens imobiliários, sem, contudo, garantir a propriedade
destes.
-48-

24
1.2. Características e História

Cadastro → História

Cadastro Napoleônico
ê
Foram necessários 42 anos para completar o mapeamento de
todas as propriedades imobiliárias do território francês.
O mapeamento, quando terminado, já estava obsoleto.
Tal fato reflete as escolhas políticas da época.
A produção cartográfica em grande escala (>1:5000) do
território teve como único propósito a taxação de impostos.
-49-

1.2. Características e História

Planta Cadastral Francesa (1812)

Planta Cadastral Francesa (1750) -50-

25
1.2. Características e História

Cadastro → Evolução

Renovaç
Renovação Cadastro Francês
ê
A Lei de 16/04/1930 organiza a renovação geral do antigo cadastro fiscal.
O dinamismo da propriedade predial constatado no século passado torna
evidente a necessidade da atualização permanente das plantas
cadastrais.
Esta lei, portanto, instituiu um modo de conservação do cadastro, onde:

a) as plantas deveriam ser anualmente atualizadas;


b) as operações de renovação do cadastro deveriam ser efetuadas por
reedição ou por revisão.
revisão -51-

1.2. Características e História

Cadastro → Evolução

Renovaç
Renovação Cadastro Francês
ê
A lógica adotada, no entanto, continuava sendo atender as necessidades
do fisco e não a qualidade geométrica das plantas.
Portanto, a renovação estabelece apenas a capacidade de efetuar as
avaliações fiscais de forma mais satisfatória.

As plantas que foram apenas atualizadas, ainda conservam uma


geometria geral medíocre, enquanto aquelas reeditadas sofreram uma
melhora em função da adoção de uma rede geodésica estabelecida no
sistema de Projeção de Lambert.
-52-

26
1.2. Características e História

Cadastro → Evolução

A partir de 2001, a realização pelo Instituto Geográfico Nacional (IGN),


de um Referencial em Grande Escala (RGE) do território francês,
tornou-se a reposta às necessidades crescentes de informações geográficas
expressas pelas coletividades locais, pelos atores do desenvolvimento
econômico e pela sociedade.
RGE → um conjunto estruturado de dados geográficos numéricos,
de exatidão geométrica homogênea e que compreende quatro
componentes: ortofotográfico,
ortofotográfico, topográfico, registro de imóveis e
endereço.
Assim, o governo francês pretende obter uma imagem
completa, contínua, atualizada e legível do seu território.
-53-

TEMA PARA PESQUISA (INTERNET)

Produzir um texto (mínimo 2 e máximo 5 páginas),


ilustrado, em formato digital e impresso, sobre:

"As Características do Cadastro: "


Alemanha, Portugal, Espanha, EUA, Canadá, Itália, Inglaterra,
Austrália, China, Suiça, México, Rússia, África do Sul, Angola
ou outro país do seu interesse (exceções: França e Brasil).

Cada aluno deverá discorrer sobre o cadastro de um


único país. Porém, não serão aceitos textos sobre um
mesmo país, por dois ou mais alunos.
Entrega: 15 dias a partir desta data.
-54-

27
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Processo Histórico

Existência de dois períodos distintos: anterior e posterior à


Constituição Federal de 1988.

A história mostra que as mudanças acontecidas na legislação


que trata da propriedade imóvel no Brasil, nem sempre
ocorreram em função das demandas do país (suas
necessidades).
Ao contrário, técnicos e comunidade sempre esperaram a
constituição de um sistema de publicidade imobiliária
preciso, confiável e atualizado.
-55-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Processo Histórico

Colonização → Iní
Início

Ao sistema de Capitanias Hereditárias (1534 a 1536) seguiu-se


o sistema das Sesmarias

Capitanias Hereditárias: divisão das terras brasileiras em


faixas, que partiam do litoral até a linha imaginária do Tratado
de Tordesilhas, doadas (Carta
Carta de Doação)
Doação aos nobres e às
pessoas de confiança do rei de Portugal (Dom João III).

-56-

28
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

As capitanias foram então


doadas (posse) aos seus
donatários,
donatários que tinham por
obrigação administrar,
proteger, colonizar e
desenvolver a região, além
do direito de explorá-la
(Carta
Carta Foral).
Foral

Forma de aquisição das terras:


Herança ou Tradição

-57-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Donatários: Direitos x Deveres

Criar vilas e distribuir terras para cultivo (sesmarias)


Exercer autoridade judicial e administrativa
Escravizar e comercializar índios (agricultura)
Receber lucros pelo comércio do pau-brasil (1/20)

Entregar 10% do lucro total sobre a agricultura à coroa


Entregar 1/5 dos metais preciosos explorados à coroa
Respeitar o monopólio do pau-brasil

-58-

29
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Donatários: Primeiros Problemas

ê
Insuficiência de recursos financeiros
Carência de pessoal para o trabalho na lavoura
Resistência dos índios à escravização
Baixa participação nos lucros
Terras inadequadas ao plantio de cana-de-açúcar
Dificuldade de comunicação com Portugal

-59-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Capitanias (1640)

Capitanias (1586)
-60-

30
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Processo Histórico

A partir da instituição das capitanias hereditárias em


território brasileiro, os donatários (posseiros de 20% das
terras) decidem utilizar o sistema sesmarial português no
Além-Mar (80% restantes), com algumas adaptações.

Sesmaria: é um instituto jurídico português (presente na


legislação desde 1375) que normatiza a distribuição de terras
destinadas à produção. O estado português, recém-formado e
sem capacidade de organizar a produção de alimentos, decide
legar a particulares essa função.
-61-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Processo Histórico

Com a chegada dos donatários ao Brasil, iniciou-se a


distribuição de terras aos sesmeiros (nobres, navegadores e
militares) que estariam encarregados de instalar as
plantações de açúcar nas propriedades (engenhos
engenhos).

Enquanto os donatários possuíam o direito eminente (direto)


sobre a propriedade, os sesmeiros possuíam o direito de uso
(indireto) sobre as mesmas, porém, caso não cumprissem os
prazos estabelecidos (5 anos) para cultivo e produção do
açúcar, o direito de uso era cassado.
-62-

31
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Processo Histórico

Capitanias Hereditárias e Sesmarias → abolidas em


28/02/1821, às vésperas da Independência do Brasil e,
portanto, as concessões de terras foram suspensas
ê
Organição Social/Trabalho → latifúndios monocultores e
escravagistas
ê
Impacto sobre a estrutura fundiária brasileira que perdura
até os dias atuais
-63-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Mapa das Sesmarias de


Drumond - Vale do Itajaí
(1810)

Mapa Divisão Sesmarias (1820) -64-

32
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Problema Gerado

Coroa enfrentava alguns problemas, como o de implantar um


sistema jurídico para promover o cultivo e assegurar a
colonização.
colonização A obrigatoriedade do cultivo levou à criação de
novas personagens entre os sesmeiros,
sesmeiros entre elas, a figura do
posseiro.
Muitas tentativas de regularizar o sistema de sesmarias
foram em vão. Exemplos disso: a obrigatoriedade do
cultivo; a fixação dos limites, feita à revelia da lei; e o
processo de expansão territorial praticado pelos sesmeiros
e posseiros. -65-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Sesmarias → Sistema Ineficiente

Muitos sesmeiros ocuparam grandes extensões de terras,


apossando-se de terras limítrofes.
A inserção dos posseiros na legislação brasileira sobre
sesmarias se relacionou ao esforço da Coroa em limitar o
poder do sesmeiro.
O reconhecimento da posse demonstrou a ambigüidade da
legislação de sesmarias.
Devido às irregularidades e à desordem na doação das
sesmarias, houve a necessidade de elaborar um regimento
próprio,
próprio obrigando a regularização e demarcação das terras.
-66-

33
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

18/09/1850 → Lei N°
N° 601

Dispunha sobre as terras devolutas do Império e sobre as


possuídas por título de sesmaria em condições ilegais,
assim como, as possuídas por título de posse mansa ou
pacífica.

Regularizava a condição ilegal das sesmarias e posses,


porém, com as seguintes condições:
condições a terra, em toda sua
extensão, deveria apresentar-se cultivada ou utilizada para
criação de gado; e o possuidor deveria proceder à medição
das suas terras nos prazos marcados pelo Governo.
-67-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

18/09/1850 → Lei N°
N° 601

Fica o governo autorizado a vender as terras devolutas, em ata


pública, ou fora dela, como e quando julgar mais conveniente,
fazendo previamente medir, dividir, demarcar e descrever a
porção das mesmas terras exposta à venda. (Art.14)

O conceito de terras devolutas: as que não se achavam aplicadas a


algum uso público nacional, provincial ou municipal; as que não se
achavam no domínio particular por qualquer título legítimo, nem fossem
havidas por sesmarias e outras concessões do Governo Geral ou Provincial;
e as que não se achavam ocupadas por sesmarias ou posses e que, apesar
de não se fundarem em título legal, fossem legitimadas por esta lei.

-68-

34
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

18/09/1850 → Lei N°
N° 601

O Governo fica autorizado a mandar vir anualmente à custa do


Tesouro certo número de colonos livres para serem empregados,
pelo tempo que for marcado, em estabelecimentos agrícolas, ou
nos trabalhos dirigidos pela Administração Pública, ou na
formação de colônias nos lugares em que estas mais convierem;
tomando anticipadamente as medidas necessárias para que tais
colonos achem emprego logo que desembarcarem. (Art.18)

Lei de Terras de 1850 incentivou a importação de colonos


estrangeiros livres, pois o tráfico de escravos havia sido
proibido recentemente (Lei N°581 de 04/09/1850).
-69-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

18/09/1850 → Lei N°
N° 601

A primeira lei de terras brasileira, discriminou os bens


particulares dos de domínio público,
público criando o registro das
terras possuídas pelo Império (devolutas) e obrigando os
possuidores de terras a medirem e registrarem suas terras
(sesmarias → validadas/revalidadas; posses → legitimadas).

O Registro do Vigário, como ficou conhecido, tinha efeito


meramente declaratório, pois reconhecia a posse sobre
qualquer imóvel através de mera declaração escrita.
Não havia sistematização da informação!
-70-

35
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Registro do Vigário

Os arquivos dos registros das terras eram administrados pela


igreja que, posteriormente, encaminhava-os à Direção Geral
de Terras Públicas da província, que os encaminhava à
Direção Geral de Terras Públicas do Império.

Não se efetuava a conferência das dimensões das


propriedades declaradas: pela imensa extensão das sesmarias
e posses; pela dificuldade de acesso;
acesso e pela falta de pessoal
habilitado para a execução dos serviços.

-71-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Lei N°
N° 601/1850

Não é possível pensar a Lei de Terras de 1850 sem analisar o contexto


geral das mudanças sociais e políticas ocorridas nesta primeira metade de
século.

O desenvolvimento capitalista atuou diretamente sobre o processo de


reavaliação política das terras em diferentes partes do mundo.

No século XIX, a terra passou a ser incorporada à economia comercial,


mudando a relação do proprietário com este bem.
bem A terra, nessa nova
perspectiva, deveria transformar-se em uma valiosa mercadoria,
geradora de lucros tanto pelo seu caráter específico quanto pela sua
capacidade de produzir outros bens.
-72-

36
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Lei N°
N° 601/1850

Tentou remediar a questão das posses irregulares,


irregulares prevendo que os
sesmeiros em situação irregular,
irregular bem como os posseiros,
posseiros fossem
transformados em proprietários de pleno direito de uso,
uso mas não de venda
da terra.
Estes proprietários conseguiam a efetivação de suas propriedades, de
acordo com o seu poder de influência na sociedade.

Lei de Terras de 1850 funcionou como uma errata do


sistema de sesmarias e, ao mesmo tempo, uma
ratificação do sistema de posses.
-73-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Antecedentes: a criação do Estatuto da Terra esteve


intimamente ligada ao clima de insatisfação reinante no meio
rural brasileiro e ao temor, por parte do governo e da elite
conservadora, da eclosão de uma revolução camponesa.
camponesa

Afinal, os espectros da Revolução Cubana (1959) e da


implantação de reformas agrárias em vários países da América
Latina (México, Bolívia, etc.) estavam presentes e bem vivos
na memória dos governantes e das elites.

-74-

37
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Na década de 1950, iniciou-se a organização das lutas camponesas no


Brasil com o surgimento de organizações e ligas camponesas,
camponesas de sindicatos
rurais e de uma maior atuação da Igreja Católica e do Partido Comunista
Brasileiro.
Brasileiro
O movimento em prol da justiça social no campo e da reforma agrária
generalizou-se no meio rural do país e assumiu grandes proporções no
início da década de 1960.

No entanto, este movimento foi interrompido pelo regime militar instalado


em 1964. A criação do Estatuto da Terra e a promessa de uma reforma
agrária foi a estratégia utilizada pelos governantes para apaziguar os
camponeses e tranqüilizar os grandes proprietários de terra.
-75-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Reforma Agrária: o conjunto de medidas que visam promover uma melhor


distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim
de atender aos princípios da justiça social e ao aumento de produtividade.

Módulo Rural: menor unidade de terra com condições de garantir a subsistência


e o progresso social e econômico de uma família (dimensões são determinadas
por órgãos oficiais, em hectares: localização, tipo de solo, topografia, ...).

Minifúndio: propriedade de terra cujas dimensões não perfazem o mínimo para


configurar um módulo rural.

Latifúndio: propriedade que excede um certo número de módulos rurais ou,


independente deste valor, que seja destinada a fins não produtivos (como a
especulação). -76-

38
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Módulo Rural

Artigo 5°: a dimensão da área dos módulos de propriedade rural é fixada


para cada zona de características econômicas e ecológicas homogêneas,
distintamente, por tipos de exploração rural que nela possam ocorrer.
ê
Tipos de exploração: hortigranjeira, lavoura ou cultura permanente,
cultura temporária, pecuária e florestal.
ê
Dimensões ???
-77-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Instrução Espacial do INCRA (26/08/1997)


ê
Dimensões do Módulo Rural são:
Hortigranjeira: entre 2 e 5 ha
Lavoura Permanente: entre 10 e 40 ha
Lavoura Temporária: entre 13 e 50 ha
Pecuária: entre 30 e 110 ha
Florestal: entre 45 e 120 ha
Inexplorados: entre 5 e 100 ha
-78-

39
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Instrução Especial do INCRA (26/08/1997)


ê
Questões ???
Para a avaliação das dimensões do módulo rural, não são consideradas
outras características, tais como: relevo, clima, solo, cultura regional e
os diferentes níveis de desenvolvimento sócio-econômicos do país.
Constituição Federal (1988) determina que é possível requerer
usucapião de imóveis, em zona rural, não superiores a 50 ha.
Sistema Nacional de Cadastro Rural (Lei 5.868 de 1972) determina
que um imóvel pode ser desmembrado ou dividido (para fins de
transmissão) em áreas de tamanho inferior ao módulo calculado. -79-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

O Estatuto da Terra é considerada uma lei avançada com relação à


reforma agrária, por ter tratado o tema de uma maneira mais completa.
completa
O Estatuto estabeleceu também uma política agrícola que poderia ser
desenvolvida depois que fosse feita a redistribuição da terra.
O Estatuto da Terra regulava os direitos e obrigações relativas aos
bens imóveis rurais. Como política agrícola, englobava um conjunto de
medidas que orientavam as atividades agropecuárias com o objetivo de
garantir à propriedade rural sua plena utilização, harmonizando-a com
o processo de industrialização.
A reforma agrária defendida pelo Estatuto da Terra pregava o
desenvolvimento auto-
auto-sustentável dos assentados.
-80-

40
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

O Artigo 52 do Estatuto da Terra afirma que o cadastro das


propriedades rurais deve ser atualizado a cada cinco anos e, que devem
ser aperfeiçoados os métodos de apuração dos dados pelo uso de
fotografias aéreas das áreas já recobertas.

Cabe à União lançar e arrecadar o imposto territorial rural, sendo a


elaboração, execução e coordenadação da Reforma Agrária atribuída ao
Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), ligado diretamente à
Presidência da República. Este possui a responsabilidade de elaborar o
cadastro; classificar as terras, formas e condições de uso atual e
potencial; preparar as propostas de desapropriação; e selecionar os
candidatos à aquisição das parcelas.
-81-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA)


Vinculado à Presidência da República
ê
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)
Lei N° 1.110 de 09/07/1970
Vinculado ao Ministério da Agricultura
ê
Autarquia federal com a missão prioritária de realizar a reforma agrária,
manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar as terras
públicas da União. Compreende, atualmente, 30 Superintendências
Regionais.
-82-

41
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Estatuto da Terra → Lei 4504 de 30/11/1964

As metas estabelecidas pelo Estatuto da Terra eram basicamente:

1. A execução de uma Reforma Agrária


2. O desenvolvimento da Agricultura

Três décadas depois, constatou-se que a primeira meta ficou apenas no


papel, enquanto a segunda recebeu grande atenção do governo,
principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento capitalista ou
empresarial da agricultura.

-83-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Décadas de 80 e 90

Em 1985 foi elaborado o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA),


previsto no Estatuto da Terra, com a seguinte meta: assentar
1.400.000 famílias, em cinco anos.
Porém, ao final de cinco anos, foram assentadas apenas 90.000 (6,4%).

A década de 80 registrou um grande avanço nos movimentos sociais


organizados em defesa da reforma agrária e uma significativa ampliação
e fortalecimento dos órgãos estaduais encarregados de tratar dos assuntos
fundiários.

-84-

42
1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Décadas de 80 e 90

Surgiram dois programas: o Programa Nacional de Política Fundiária


(PNPF), previsto pelo Decreto 87.700/82, com o objetivo de desenvolver
atividades de zoneamento, cadastro técnico e tributação; e o
Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), instrumentado pelo
Decreto 91.766/85, com a seguinte meta: assentar 1.400.000 famílias,
em cinco anos.
Ao final dos cinco anos, foram assentadas apenas 90.000 (6,4%).

A década de 80 registrou um grande avanço nos movimentos sociais


organizados em defesa da reforma agrária e uma significativa ampliação
e fortalecimento dos órgãos estaduais encarregados de tratar dos assuntos
fundiários.
-85-

1.3. Evolução da Distribuição de Terras no Brasil

Décadas de 80 e 90

No período 1990 - 1994, o programa de assentamentos foi paralisado,


sendo que, neste período, não houve nenhuma desapropriação de terra
com interesse social para fins de reforma agrária.

No final de 1994, após 30 anos da promulgação do Estatuto da Terra, o


total de famílias assentadas pelo governo Federal e pelos órgãos
estaduais de terra, em projetos de reforma agrária e de
colonização, foi da ordem de 300 mil (21,4%), estimativa esta sujeita
a correções, dada a diversidade de critérios e a falta de recenseamento
no período 1964 - 1994.

-86-

43
1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

A questão fundiária vive, atualmente, um de seus principais


impasses.

Embora, em tese, a disposição para realizar a reforma agrária baseada


num levantamento cadastral estivesse contida até mesmo em
programas de governo dos militares, como no Estatuto da Terra do
General Castello Branco, na prática, pouco tem sido feito para colocar
fim aos latifúndios e alterar a correlação de forças no campo.

Prova disso é o número reduzido de famílias beneficiadas, diante da


necessidade real.

-87-

1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Estrutura Fundiária

Módulo Rural: tamanho mínimo da propriedade no campo, suficiente


para garantir o progresso do agricultor e sua família. Parâmetro básico
para a divisão da terra e a garantia de um sítio ideal para cada família.

Latifúndio ou Grande Propriedade: propriedade com dimensão superior


a 15 módulos rurais.

Média Propriedade: propriedade com dimensão entre 4 a 15 módulos


rurais.

Minifúndio: propriedade com dimensão inferior a 1 módulo rural.

-88-

44
1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Estrutura Fundiária

626.958 15% 335.971.502 79,9%


-89-

1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Estrutura Fundiária

Concentração de Terra → Desigualdade Acesso à Renda

5.000.000 famí
famílias (CD, 2000) → < 2 salá
salários mí
mínimos

Meio Rural → maior índice de mortalidade infantil;


maior incidência de endemias e de insalubridade; e o
maior índice de analfabetismo

Cadastradas (2004) no PAT → 839.715 famí


famílias

Acampadas e Mobilizadas (2004) → 200.000 famí


famílias-90-

45
1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Estrutura Fundiária

Por quê os pobres do campo são pobres?


ê
Não têm acesso à terra suficiente
Não têm acesso a polí
políticas agrí
agrícolas adequadas à
satisfaç
satisfação das suas necessidades de subsistência
Falta título de propriedade ou de posse da terra
As terras são muito pequenas, pouco fé férteis, mal
situadas e não dotadas de infra-
infra-estrutura
Trabalho sazonal → salá
salário aviltado (ociosidade)
-91-

1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Estrutura Fundiária

Situação de Pobreza Agravada


ê
Industrializaç
Industrialização da Agricultura
ê
Trabalho humano é substituí
substituído por má
máquinas e por
insumos quí
químicos
Qual a alternativa?
ê
Buscar nas cidades alternativas de sobrevivência!!!
sobrevivência!!!
(Êxodo Rural) -92-

46
1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Estrutura Fundiária

Por quê os pobres da cidade são pobres?


ê
Não têm condiç
condições de competir, no mercado de
trabalho, com aqueles que têm instruç
instrução
ê
Não têm acesso à alfabetizaç
alfabetização e à instruç
instrução bá
básica
Qual a alternativa?
ê
Ocupar as terras nas RM → Invasões e Favelas
-93-

1.4. Estrutura Fundiária Brasileira

Falta de Reforma Agrária

Conflitos e Violência nas Conflitos e Violência no


Cidades Campo → Êxodo Rural

Ocupações e Invasões
Urbanas (Favelas)
Favelas)

-94-

47
1.5. Importância do Cadastro para o DS

Fundamental
Estrutura instá
instável atual → estrutura está
estável e confiá
confiável
Fixaç
Fixação exata dos limites → garante a propriedade e evita lití
litígios
Complemento indispensá
indispensável à Publicidade Imobiliá
Imobiliária
Garante seguranç
segurança nas transaç
transações imobiliá
imobiliárias
Garante tributaç
tributação eqü
eqüitativa
Constitui um registro da propriedade (descritivo e geomé
geométrico)
Veículo ágil e completo para o planejamento urbano e regional
Veí
Multifinalitá
Multifinalitário → Físico, Jurí
Jurídico, Ambiental, Social e Econômico
Instrumento de gestão pú
pública e de desenvolvimento racional e
sustentá
sustentável do territó
território -95-

1.5. Importância do Cadastro para o DS

VISITA TÉ
TÉCNICA

Local:
Local: Cidade de Paranaguá
Paranaguá e Ilha de Valadares
Objetivo:
Objetivo: conhecer locais de ocupaç
ocupação irregular (urbana e rural)
em áreas de preservaç
preservação ambiental
Data:
Data: 22/04/08 (terç
(terça-feira)
Local:
Local: em frente ao pré
prédio de Geomá
Geomática
Hora:
Hora: 7:45hs
Retorno:
Retorno: 17:30hs
É importante participar! Os interessados, favor assinar a lista!!!
lista!!!
A visita té
técnica substituirá
substituirá a aula do dia 25/04/08
-96-

48
TEMAS PARA PESQUISA (SALA DE AULA)

TRABALHO PRÁ
PRÁTICO
Formaç
Formação de 5 equipes com 5 alunos cada!
Pesquisa sobre LEGISLAÇ
LEGISLAÇÃO CADASTRAL.
Cada equipe com um tema.
Professor irá
irá elaborar questões de cada tema que
devem ser pesquisadas.
Material: fornecido pelo professor.
Entrega final e apresentaç
apresentação em PPT → 02/05/2008
Tempo → 15 minutos
Fechamento → Professor -97-

49

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