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Este documento discute os aspectos éticos e legais do exercício profissional de enfermagem. Aborda tópicos como responsabilidade profissional, distinção entre normas jurídicas e morais, código de ética, responsabilidades civis e penais, segredo profissional e princípio da legalidade. O documento fornece diretrizes para que os profissionais de enfermagem exerçam sua profissão de forma ética e dentro dos limites legais.
Descrizione originale:
Titolo originale
NOVO - Aspectos Éticos Legais do Exercício Profissional da Enfermagem.pdf
Este documento discute os aspectos éticos e legais do exercício profissional de enfermagem. Aborda tópicos como responsabilidade profissional, distinção entre normas jurídicas e morais, código de ética, responsabilidades civis e penais, segredo profissional e princípio da legalidade. O documento fornece diretrizes para que os profissionais de enfermagem exerçam sua profissão de forma ética e dentro dos limites legais.
Este documento discute os aspectos éticos e legais do exercício profissional de enfermagem. Aborda tópicos como responsabilidade profissional, distinção entre normas jurídicas e morais, código de ética, responsabilidades civis e penais, segredo profissional e princípio da legalidade. O documento fornece diretrizes para que os profissionais de enfermagem exerçam sua profissão de forma ética e dentro dos limites legais.
Disciplina: Legislao, tica e Exerccio de Enfermagem
Professora: Alessandra Conceio L. F. Camacho
ASPECTOS TICOS E LEGAIS DO EXERCCIO PROFISSIONAL
- INTRODUO (Esta aula deve ser acompanhada do Cdigo de tica):
Antigamente os profissionais de enfermagem eram submetidos medicina, sendo que hoje somos profissionais liberais em que todos so responsveis em seus limites. Compete ao enfermeiro coordenar, planejar, executar e supervisionar os tcnicos e auxiliares de enfermagem da rea.
1- Responsabilidade Profissional:
No sentido geral a responsabilidade tem o significado de obrigao, encargo, compromisso ou dever de satisfazer ou executar alguma coisa e suportar as sanes decorrentes dessa obrigao. A responsabilidade trs sempre em seu bojo os aspectos de dever, de dano ou de prejuzo e tambm de reparao do dano.
2- Distino Entre a Norma Jurdica da Moral (Direito X Moral):
O direito o princpio de adequao do homem vida social; A norma moral mais ampla do que o direito, porque compreende as normas jurdicas e as normas morais; O direito tem estrutura imperativa e atributiva, impedindo obrigao e conferindo direito; A moral tem como caracterstica a unilateralidade das regras por imposio dos deveres; O direito coercitivo e atua na vida social, ou seja, prope uma forma de conduta obrigatria, tem poder de vigilncia e coao visando o bem comum: infringiu ser penalizado; A legislao tica se limita a dizer o que se deve ou no fazer, o que pode ou no se fazer, fundamentadas em conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento moral dos homens; Neste sentido posiciona-se a Deontologia, que representa o conjunto de deveres exigidos do homem, quando no exerccio de determinada profisso.
3- Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem:
Representa o mnimo admissvel, quando chega a transgredi-lo o agente, obrigatoriamente, ter que ser penalizado. Rene normas e princpios, direitos e deveres pertinentes conduta do profissional que dever ser assumida por todos.
4- Responsabilidades ticas:
Infrao tica: Artigo 113, do Cdigo de tica que considera infrao tica, omisso ou conivncia que implique em desobedincia e/ou inobservncia s disposies do Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem; Infrao Disciplinar: Artigo 114, Cdigo de tica, considera infrao disciplinar a inobservncia das normas dos conselhos federal e regionais de enfermagem (COFEN e COREN), e Artigo 115 que responde pela infrao de quem venha a cometer ou concorrer para a sua prtica ou dela obtiver benefcio, quando cometido por outrem.
5- Dos Direitos:
Direitos Constitucionais: conferidos no Artigo 5, incisos II, III, V, VII, XIII (princpios), XXXIII, XXXIV, LV (realizar comentrios dos respectivos incisos); Direitos dos Profissionais de Enfermagem quanto a legislao civil (Cdigo Processual Civil - CPC): Artigo 333 do CPC, que confere o direito de exigir da parte acusadora o nus da prova, cabendo ao autor o nus da prova, ou seja, o prejudicado deve demonstrar a culpa do profissional; Captulo I nas sees 1 e 2 em seus direitos do Cdigo de tica: direitos dos profissionais de enfermagem quanto aos preceitos ticos deste captulo.
6- Dos Deveres:
Quanto aos Preceitos Constitucionais: no Artigo 5, inciso XIII, que diz ser livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes profissionais que a lei estabelece; Quanto aos preceitos ticos: O Captulo I nas sees 1 e 2, do Cdigo de tica, trata especificamente dos deveres dos profissionais de enfermagem.
7- Responsabilidade Civil e Penal:
A responsabilidade envolve o aspecto do dano ou prejuzo produzido por algum que violou o direito de um terceiro. Sempre que ocorrem tais danos ou prejuzos, cabe reparao, restaurao ou indenizao do mal causado. O profissional pode ser envolvido em infraes civis e penais, como autor ou co-autor em pleno exerccio da profisso. Porm no haver responsabilidade jurdica se a violao de um dever no produzir dano, seja pessoal, material ou moral.
8- Responsabilidade Civil:
Artigo 159 do Cdigo Civil, que se refere em acolher o princpio de dever de reparar o dano diz que: aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito ou causar prejuzo a outrem, fica obrigado a reparar o dano.
9- Responsabilidade Penal:
Existe uma srie de situaes, na prtica da enfermagem, como administrao de substncias estranhas, erradas, dosagem errada, por via errada, quedas e outros procedimentos, que possam envolver o enfermeiro em um ato criminoso por imprudncia, negligncia e impercia. Artigo 18 do Cdigo Penal que se refere sobre Os Crimes do tipo Doloso: (dolo) a vontade livre consciente de praticar uma conduta estabelecida no Cdigo Penal; Quando o agente quis o resultado ou assumir o risco de produzi-lo do tipo Culposo: conduta voluntria (ao ou omisso) que produz resultado anti-jurdico no desejado, mas previsvel, e excepcionalmente previsto, que podia, com a devida ateno ser evitada; Quando o agente deu causa ao resultado por imprudncia, negligncia e impercia. Co- autoria, segundo o Artigo 29 do Cdigo Penal ressalta que, de qualquer modo, concorrer para o crime, incide nas penas a este combinadas, na medida de sua culpabilidade. A IMPRUDNCIA, NEGLIGNCIA e IMPERCIA, geralmente, configuram-se em atos, ou na omisso de providncia que deveriam ser tomadas pelo indivduo no exerccio de qualquer profisso.
10- Imprudncia:
uma inconvenincia, fazer o que no deve, faz de qualquer maneira, no prestou ateno, no est preocupado. uma atitude onde o agente atua com precipitao; So esquecidos cuidados necessrios para o sucesso final de um empreendimento; Por exemplo: esquecer de administrar um medicamento no horrio determinado, antecipar o horrio de uma medicao (entretanto se essa conduta ocorrer com freqncia poder configurar em negligncia), fazer um aprazamento errado.
11- Negligncia:
um descuido ou desleixo, descuido no cumprimento do encargo ou de obrigao. Deixa de fazer o que devia; inrcia psquica, a indiferena do agente, que podemos tomar as cautelas exigveis, mas no faz por displicncia; Configura-se pela inobservncia de deveres impostos execuo de qualquer ato; uma falha em realizar determinado procedimento; Ocorre quando o profissional no age apropriadamente para proteger a segurana do paciente; Por exemplo, administrar um medicamento errado, queimadura provocada por bolsa de gua quente, quedas no leito, deixar de administrar um medicamento no horrio, desde que esse fato se torne um hbito e venha trazer algum risco a integridade (administrar um antibitico em horrios diversos do determinado).
12- Impercia:
a incapacidade, a falta de conhecimento tcnico no exerccio de arte ou profisso; a incompetncia. Caracteriza-se pela execuo de algum ato em que o agente no demonstra aptido terica ou prtica exigvel; Presume-se a competncia somente aquele que est habilitado para exercer uma funo, ou seja, habilitao legal. Por exemplo: fazer sutura de inciso cirrgica, administrao de soluo anestsica em cateter peridural. **** Em Resumo: Imprudncia: faz o que no devia; Negligncia: deixa de fazer o que devia; Impercia: somente aquele que est habilitado para exercer uma funo.
OBS: Em qualquer um dos casos, para que se integre a figura do crime, necessrio que a conduta contrria ao dever conduza a um resultado de DANO ou PERIGO. No haver dano, seja pessoal, material ou moral. Portanto o profissional deve ser prudente, cuidadoso e conhecedor de sua profisso.
13- Segredo Profissional:
O segredo profissional tudo aquilo que por sua natureza, ou por um contato especial deve ser conservado oculto; O segredo profissional fundamenta-se na confiana, na confidncia e na justia; O paciente tem o direito privacidade, ao bem estar e segurana em razo de sua individualidade e dignidade humana; A privacidade e a intimidade so direitos inalienveis e a(o) enfermeira(o) tem obrigao de considerar como confidencial todas as informaes que possui sobre seu cliente; A revelao INADEQUADA de um segredo ou inadvertidos comentrios em corredores ou enfermarias pode prejudicar a recuperao do paciente, pode trazer intranqilidade ou desespera-lo, podendo leva-lo a prtica de um suicdio; Os grandes questionamentos a esse respeito so: O que revelar? A quem revelar? Quando revelar? O enfermeiro defronta-se com situaes que pode revelar o segredo, outras que obrigado a quebrar o segredo, e outras que impedido de revelar; O Princpio da Legalidade, que um preceito constitucional, a observncia da legislao civil e penal e, o interesse de ordem moral e social, so os sustentculos norteadores da conduta profissional.
14- Princpio da Legalidade:
O Artigo 5, inciso II, da Constituio Federal aponta que Ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude da lei; O Artigo 154 do Cdigo Penal afirma que ...revelar a algum, sem justa causa, segredo, de quem tem cincia em razo de funo, ministrio, ofcio de profisso, e cuja revelao possa produzir dano a outrem. Pena: deteno de trs meses a um ano, ou multa. Pargrafo nico: Somente se procede mediante representao (autorizao expressa). I- Pode revelar o segredo: 1. Quando o dano o permite, entretanto prudente avaliar as condies emocionais do paciente e chamar um colega para testemunhar; 2. Quando o bem comum exige: comrcio de txico, paciente portador de doena contagiosa; 3. Quando o bem da terceira pessoa o exige: nos casos de servcias (maus tratos) ou castigo a menores (caso ocorrido na emergncia); 4. Quando o bem do depositrio o exige (o bem do prprio profissional de enfermagem): casos que o enfermeiro ameaado de chantagem por parte do cliente. OBS: Mesmo nestas situaes exige-se uma srie de condies que precisam ser observadas, tais como: - Revelar o que for estritamente necessrio para a soluo do problema; - Divulgar ao menor nmero de pessoas ou entidades possveis apenas aquelas que podero de fato, colaborar para a soluo do problema; - A revelao s ser admissvel, depois de esgotadas todos os recursos para que o prprio cliente se disponha a revelar o seu segredo; - Que dano que esteja afetando uma terceira pessoa, a comunidade ou o prprio profissional, seja um dano grave, injusto ou eminente. Nenhum profissional tem o direito de revelar um segredo por um dano que s ocorrer remotamente .
II- obrigado a revelar o segredo: No captulo II do Sigilo Profissional nas Responsabilidades e Deveres no Artigo 82 do Cdigo de tica: So deveres Art. 82. Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razo de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. 1 Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento pblico e em caso de falecimento da pessoa envolvida. 2 Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poder ser revelado quando necessrio prestao da assistncia. 3 O profissional de Enfermagem intimado como testemunha dever comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o segredo. 4 O segredo profissional referente ao menor de idade dever ser mantido, mesmo quando a revelao seja solicitada por pais ou responsveis, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou riscos ao mesmo.
Art. 83. Orientar, na condio de Enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade sobre o dever do sigilo profissional.
1 Exemplo: Infrao de medida sanitria preventiva: Artigo 268 do Cdigo Penal Infringir, determinao do poder pblico destinada a impedir introduo ou propagao de doena contagiosa. Pena: deteno, de um ms a um ano. Pargrafo nico: a pena aumentada de um tero, se o agente funcionrio da sade pblica ou exerce a profisso de mdico, farmacutico, dentista ou ENFERMEIRA(O). Portanto, a(o) enfermeira(o) pode revelar o segredo quando se tratar de agravos a sade, relacionado a notificao compulsria.
2 Exemplo: Leis das Contravenes Penais: Artigo 66 do Cdigo Penal Deixar de comunicar autoridade competente. Inciso II Crime de ao pblica, de que teve conhecimento no exerccio da medicina ou de outro profissional sanitrio, desde que a ao penal no dependa de representao e a comunidade no exponha o cliente a procedimento criminal. Pena: multa.
III- No obrigado a revelar o segredo: Artigo 144 do Cdigo Civil Ningum pode ser obrigado a depor de fatos, cujo respeito, por estado ou profissional, deve guardar segredo. Artigo 406 do Cdigo Processual Civil A testemunha no obrigada a depor de fatos; Inciso II Cujo respeito, por estado ou profissional, deva guardar sigilo. Artigo 207 do Cdigo Processual Penal So proibidas de depor as pessoas, em razo de funo, ministrio, ofcio ou profissional, devam guardar segredo, salvos de se, desobrigado pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Em resumo, estes princpios fornecem cobertura a quem for convocado a depor em juzo sobre fato conhecido no exerccio profissional. O profissional comparece juzo, mas ser obrigado a revelar o que sabe, exceto nos casos em que a revelao obrigatria, apenas declara o impedimento. O Cdigo do Conselho Internacional de Profissionais de Enfermagem, posiciona-se em relao a responsabilidade da(o) enfermeira(o). As responsabilidades fundamentais da(o) profissional de enfermagem so as seguintes: - Promover a sade; - Prevenir a doena; - Restaurar a sade; e - Aliviar o sofrimento.
A necessidade dos profissionais de enfermagem universal: respeito vida, respeito a dignidade e aos direitos do homem.
SER RESPONSVEL X TER RESPONSABILIDADE
Ser responsvel: se refere esfera das funes e deveres associados ao papel dos enfermeiros. medida que assumem mais funes, estas tornam-se parte da sua responsabilidade, sendo responsvel, a(o) enfermeira(o) se torna segura(o) e digna(o) de confiana pelos colgas e pacientes. O profissional responsvel competente em conhecimento e habilidade. A responsabilidade de uma enfermeira(o) requer uma disposio de atuao apropriada dentro de diretrizes de conduta da tica profissional.
Ter responsabilidade: significa estar apto a responder por suas aes. Ter responsabilidade pede uma avaliao da efetividade do profissional em assumir responsabilidades. O profissional responsvel denuncia erros e inicia os cuidados para prevenir qualquer prejuzo futuro ao paciente. O profissional de enfermagem tem responsabilidade com ele, com o paciente, com a profisso, com a instituio empregatcia e com a sociedade. Ele relata qualquer conduta de outro profissional da mesma rea e que no coloque em risco a integridade do paciente. A prioridade mais alta do profissional de enfermagem a segurana e o bem estar do paciente. Quem falha em apresentar esta conduta considerado co-responsvel. Ter responsabilidade para com o paciente significa que o profissional fornece informaes precisas a ele sobre o tratamento. Ele tem a responsabilidade de informar o paciente sobre o procedimento e fornecer informaes que o ajudem a tomar decises. A preocupao tica primria dos profissionais de enfermagem ajudar cada paciente receber assistncia de sade de alta qualidade. Assim como deve-se tambm preocupar-se com o seu agir em relao ao colega.