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FACULDADE SANTO AGOSTINHO – FSA

DIREÇÃO DE ENSINO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O CONTROLE INTERNO: UMA ANÁLISE DO NÚCLEO DE CONTROLE DE


GESTÃO DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ

Antonio Marcos Alves Pessoa


TERESINA-PI
2009
ANTONIO MARCOS ALVES PESSOA

O CONTROLE INTERNO: UMA ANÁLISE DO NÚCLEO DE CONTROLE DE


GESTÃO DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ

Relatório apresentado como requisito


parcial para a conclusão do curso de
Bacharelado em Ciências Contábeis
oferecido pela Faculdade Santo Agostinho
– FSA.

TERESINA – PIAUÍ
2009
FOLHA DE AVALIAÇÃO

Este trabalho de conclusão de curso depois de apreciado pela banca julgadora,


presidida pela professora Msc. Ângela Estrela de Sampaio, como parte dos
requisitos necessários a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis
outorgado pela Faculdade Santo Agostinho, devendo este trabalho ficar a disposição
dos interessados na biblioteca da instituição em meio escrito e digital.

__________________________________________ _________

ANTONIO MARCOS ALVES PESSOA MÉDIA


ALUNO/MATRICULA - 10600317

____________________________________________ _________

PROFª. Msc. ÂNGELA ESTRELA DE SAMPAIO NOTA


Profª Orientadora do TCC

____________________________________________ __________

PROFº.Msc. MANOEL EULÁLIO NETO NOTA


PROF. Orientador do Estágio e Membro

____________________________________________ __________

PROFº.Msc. JOSIMAR ALCANTARA DE OLIVEIRA NOTA


Coordenador do Curso e Membro da Banca
Este trabalho é dedicado a toda a minha
família, em especial a Maria Messias da
Conceição e Silva, minha mãe e
Francisco Pessoa da Silva, meu pai (in
memorian)
AGRADECIMENTOS

A Deus, Senhor de todas as coisas, por mais uma vitória;


A toda minha família, que me incentivou a prosseguir nessa empreitada;
A todos os colegas de curso;
A todos os professores do curso de Ciências Contábeis;
As meninas do Núcleo de Controle de Gestão da SSP/PI;
A todos aqueles que contribuíram para esta conquista; e
Em especial: Ana Paula, companheira de todas as horas; Marcos Jr, Anna Vitória e
Anna Luiza, filhos que me revestiram de amor, carinho e dedicação; aos meus
irmãos e amigos, sempre presentes mesmo nas horas mais difíceis.
Dividam comigo a importância dessa conquista, porque ela é tão minha quanto de
vocês.
“Governo responsável é aquele que
se ocupa da saúde de suas contas.”

Milton Friedman
RESUMO

Este relatório tem como objetivo procurar as formas de apoio do controle interno
para o processo de gestão publica, analisando aqui o Núcleo de Controle de Gestão
da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí, como instrumentos
aplicados na administração. Aborda-se, de maneira específica a questão da
aplicabilidade deste sistema de controle como estratégia necessária para que se
tenha uma melhor aplicação dos recursos financeiros. Esta pesquisa se deu através
da investigação de fontes bibliográficas e de uma pesquisa de campo, primando pela
utilização do método analítico, no sentido de se conseguir identificar a importância
do Núcleo de Controle de Gestão da Secretaria de Segurança Pública do Estado do
Piauí, observando suas determinações e aplicações no segundo semestre do ano de
2009.

PALAVRAS-CHAVE: Controle Interno. Gestão Pública. Contabilidade Pública.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................08

2.1 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................. 12

2.1 Aspectos sobre a gestão pública.................................................................12

2.2 O controle interno na gestão pública.......................................................... 13

3. ESTUDO DE CASO...........................................................................................18

3.1 Atribuições do Núcleo de Controle de Gestão – NCG............................... 18

3.2 Rotinas e procedimentos do NCG e o Plano Plurianual – PPA.................19

3.3 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e


a Lei Orçamentária Anual – LOA........................................................................ 19

3.4 Exercício Financeiro......................................................................................20

3.5 Receitas públicas.......................................................................................... 20

3.6 Despesas públicas........................................................................................ 21

3.7 Licitação......................................................................................................... 22

3.8 Contratos........................................................................................................ 26

3.9 Convênios...................................................................................................... 28

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 31

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 32

APÊNDICE .......................................................................................................... 34

ANEXO ................................................................................................................. 36
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho analisa de forma descritiva a importância do controle interno


para administração pública, esse tipo de pesquisa tem como objetivo primordial a
descrição das características de determinadas população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. Trata-se de uma abordagem qualitativa
que descreve “a complexidade de determinado problema, analisar interação de
certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos
sociais” e com isso entender os comportamentos dos indivíduos.

De acordo com Minayo (2006, p. 25), a pesquisa qualitativa “responde a


questões muito particulares”. Ele se preocupa, nas ciências sociais, com nível de
realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de
significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a
um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

A atual conjuntura em que se configura a administração pública é


profundamente estigmatizada pela ausência de recursos e por uma exigência cada
vez mais ampla da sociedade, refletindo, nos administradores públicos, uma elevada
preocupação relacionada aos aspectos que tangem à existência de um controle
mais eficiente nas entidades cuja administração é de sua responsabilidade
(CALIXTO; VELÁZQUES, 2005, p. 01-02).

Conforme prediz a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de


1789, “a sociedade tem direito de pedir conta a todo agente público de sua
administração”. O dever de prestar contas é inerente a toda atividade pública e,
sendo assim, é de extrema importância os meios à disposição ou a serviço da
sociedade, para o exercício do controle do poder (BENDA, 2001, p. 35).
Os estudiosos do setor público vem há muito tempo reclamando, avanços
na eficiência da fiscalização.

Como afirma Victor Amaral Freire apud Silva Neto (1999, p. 8):

Dentro dos novos conceitos de controle, ele deve cada vez mais
reduzir sua preocupação em obter a perfeição documental dos
papéis administrativos e estar mais voltado para a qualidade da
atuação governamental.
Deve perder o caráter estático, afogado em um oceano de
papelório, para atuar de maneira dinâmica, atento ao melhor e
mais adequado funcionamento dos órgãos fiscalizados (SILVA
NETO, 1999, p.8).

O controle como função administrativa precisa de um sistema de


informação e avaliação, com a finalidade de assegurar o cumprimento do planejado,
sob pena de a condução dos negócios públicos se transformarem em uma mera
improvisação.

O instrumento de controle capaz de potencializar as informações


necessárias com o propósito de fazer análises de natureza econômica, financeira,
física e de produtividade concernentes ao gerenciamento dos recursos públicos é a
Contabilidade Governamental. A Contabilidade Governamental é aplicada aos
órgãos da administração direta, bem como àqueles da administração indireta
(autarquias e fundações públicas), é regida pela Lei 4.320/64, sendo tal lei
atualizada e consolidada pelo Decreto 93.872/86, e ainda, pelas portarias da
Secretaria do Tesouro Nacional (STN), como por exemplo, a Portaria 163, de 04 de
maio de 2001(GRAMELICH, 2006, p. 15).

O Controle Interno na administração pública deve estar presente, atuando


de forma preventiva, em todas as suas funções, administrativa, jurídica,
orçamentária, contábil, financeira, patrimonial, de recursos humanos, dentre outras,
na busca da realização dos objetivos a que se propõe. Nesse sentido, a
problemática principal deste estudo gira em torno do seguinte questionamento: Qual
a importância do Núcleo de Controle de Gestão para a Administração da
Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí?

Partindo desse questionamento, elegeu-se como objeto de estudo: a


análise da importância do Núcleo de Controle de Gestão na Administração da
Secretaria de Segurança Pública, a fim de favorecer parâmetros em que se perceba
que o Controle Interno na administração pública assume caráter indispensável na
proteção do patrimônio, desempenhando maior segurança, além de gerar eficiência
na consecução do objetivo social.

Visando à aplicação das normas legais, em especial as de controle interno


e contabilidade, o Governador do Estado do Piauí através do Decreto nº 11.434, de
14 de julho de 2.004, instituiu os núcleos setoriais de controle de gestão no âmbito
da administração direta e indireta do poder executivo estadual.

O art. 1º. Os órgãos da Administração Direta, as autarquias e fundações


instituídas e mantidas pelo Poder Público Estadual, bem como as empresas
públicas e sociedades de economia mista que compões a Administração
Indireta do Poder Executivo do Estado do Piauí instituirão núcleos setoriais
de controle interno, denominados de Núcleo de Controle de Gestão.
$ 1º. Os Núcleos de Controle de Gestão farão parte do Sistema de Controle
Interno do Poder Executivo do Estado do Piauí, cujo órgão central é a
Controladoria Geral do Estado – CGE.

Neste tocante, observou-se que é o Núcleo de Controle de Gestão, parte


integrante do Controle Interno como um todo é de suma importância para que se
possa atenuar e/ou impedir que desajustes financeiros venham acontecer.

A escolha do tema se deu devido à experiência adquirida no ambiente


interno da instituição em estudo, tendo em vista que se trata de assunto dos mais
instigantes no universo de ação da contabilidade.
Este estudo descritivo de natureza qualitativa aborda a importância do
Controle Interno voltado para a atuação na Administração Pública, sem a presunção
de esgotar o assunto. E tem como objetivo principal evidenciar a importância do
Núcleo de Controle de Gestão como instrumento que proporciona à Administração
Pública, especialmente a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí,
subsídios para assegurar o bom gerenciamento com os gastos públicos,
possibilitando a prestação de serviços com eficiência e eficácia, evitando a
ocorrência de erros potenciais, através do controle de suas causas, bem como
elencar os objetivos do Controle Interno, citando suas características e limitações e,
assim, despertando nos usuários da Contabilidade Pública maior interesse nos
resultados da entidade estatal. Através das concepções analisadas e dos resultados
da pesquisa, na conquista de atingir os objetivos a que se propôs, conclui-se que o
Núcleo de Controle de Gestão desempenha papel relevante na administração
pública, notadamente no que tange à atividade de apoio administrativo que é o
Controle Interno.
2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Aspectos sobre a gestão pública

Administração pública (ou gestão pública) é, em sentido orgânico ou


subjectivo, o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das
demais pessoas coletivas públicas (tais como as autarquias locais) que asseguram a
satisfação das necessidades coletivas variadas, tais como a segurança, a cultura, a
saúde e o bem estar das populações. (LIMA, 2003)

Ao analisar a gestão pública, na perspectiva da organização da


tecnoestrutura estatal, tomamos como referência o modelo topológico proposto por
Adão (2000). Neste sentido, observa-se que a análise das condições em que são
operadas as tomadas de decisão voltadas para o âmbito interno da administração
pública, onde o Estado é visto como um conjunto de círculos concêntricos,
ordenados pela hierarquia e lógica de uma específica divisão social do trabalho.

Trata-se de um ordenamento estruturado de forma hierarquizada


incorporado dentro destes círculos concêntricos, onde cada um dos ciclos está
disposto conforme a exata medida necessária acerca da decrescência de parcela de
poder, ou mesmo mediante a capacidade de influir no processo final de tomada de
decisão.

Segundo essa visão, o Estado é um sistema aberto, em que suas partes


ou subsistemas apresenta-se topograficamente delineado. O Estado exerce um
sistema de decisão central, mas que ainda, compreendida como co-articulada numa
cadeia vertical de relações sociopolíticas que exprimem desigualdade de poder e
autoridade, de controle e de influência.
Essa perspectiva teórica reúne uma visão sistêmica institucional complexa
com uma disposição regulada por mecanismos seletivos e protegidos pela estrutura
de poder que a penetração em seu núcleo somente é facultado àqueles que
realmente preenchem determinados requisitos.

A distribuição e atribuição do poder exige condições sociais e morais. Para


os autores que expressam essa teoria, como Ramos (2002) e Lincom (2001),
requisitos, atributos ou qualidades, dizem respeito às suas virtudes, que não devem
confundir-se com aquela domesticação individual, redentora, do ponto de vista
visionário e agnóstico. Os requisitos necessários para essa penetração são de outra
natureza; o sistema de relações de proximidade ou exclusão, onde cabe limitar no
âmbito da política, a relação entre amigo e inimigo. Dessa demarcação smithiana, é
que se concebe a necessidade de uma identificação daquele que é hostil ou não;
fato implicante para sua proximidade do núcleo e, portanto, do poder.

Nessa perspectiva, a cadeia de aliados deve participar do circuito do


poder, quer pela lealdade e confiança, quer pelo fortalecimento do grupo dominante
e o enfraquecimento do grupo dissidente. Esses aliados, no entanto, devem ser
qualificados.

2.2 O controle interno na gestão pública

Como previsto no artigo 74 da Constituição Federal, os objetivos do


Controle Interno estão dispostos da seguinte maneira:

Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma


integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Ainda se deve destacar o disposto no art. 76 da Lei nº 4.320/64, onde se


estabelece que o Poder Executivo exercerá os três tipos de controle da execução
orçamentária:

1) legalidade dos atos que resultem arrecadação da receita ou a realização


da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
2) a fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por
bens e valores públicos;
3) o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários
e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

Assim, como definido por Reis (1998), o Sistema de Controle Interno


opera de forma integrada, ainda que cada Poder tenha seu próprio Controle Interno.
Esse sistema será coordenado pelo Executivo, posto que lhe competirá, ao final do
exercício, preparar a prestação de contas conjunta, em que pese os demais Poderes
elaborarem as suas respectivas contas.

Tem como objetivo maior, a segurança do patrimônio, além de gerar


eficiência na consecução do objetivo social, formando um conjunto de ferramentas
que tem como função apoiar a contabilidade no processo administrativo.

Daí então, procura-se evitar desvios, perdas e desperdícios; assegurando,


razoavelmente, o cumprimento de normas administrativas e legais e propiciando a
identificação de erros, fraudes e seus respectivos responsáveis.

Conforme Pires (2002), esse conjunto de normas, rotinas e


procedimentos, adotado pelas próprias Unidades Administrativas denominado de
Controle Interno, dá ao administrador respaldo e confiança no gerenciamento do
patrimônio Público.
De acordo com Crepaldi (2002, p. 215) “o chefe da repartição pública é o
responsável pelo estabelecimento do Sistema de Controle Interno, pela verificação
de seu cumprimento pelos funcionários e por sua modificação, visando adaptá-lo às
novas circunstâncias”.

Machado Jr e Reis (1998, p. 141) afirmam ainda que:

Um Sistema de Controle Interno deve, prioritariamente: definir a área a


controlar (em termos de orçamento-programa: a atividade ou projeto);
definir o período em que as informações devem ser prestadas: um mês,
uma semana; definir quem informa a quem, ou seja, o nível hierárquico que
deve prestar informações e o que deve recebê-las, analisá-las e
providenciar medidas; definir o que deve ser informado, ou seja, o objetivo
da informação; por exemplo: o asfaltamento de tantos metros quadrados de
estrada a custo de tantas unidades monetárias.

Tem como principais características, conforme Attie (1998, p. 115):

“Plano de organização” – plano simples que se deve prestar ao


estabelecimento de linhas claras de autoridade e responsabilidade. Um
elemento importante em qualquer plano de organização é a independência
estrutural das funções de operações, custódia, contabilidade e auditoria
(segregação de funções).
“Sistema de autorização e procedimentos de escrituração” – constituído de
sistema adequado de contabilidade para assegurar que as transações
sejam classificadas e registradas com respaldo em documentos hábeis
(originais), em conformidade com o plano de contas e em tempo hábil
(oportunidade);
“Manual de procedimentos” que estabelece os procedimentos operacionais
e contábeis normatiza as políticas e instruções e uniformiza tais
procedimentos;
“Manual de formulários e documentos” que possibilita padronizar os
formulários, estabelecendo seus objetivos, finalidades, nível de informação
que deve conter, emitentes usuários, pontos de controle, critérios e locais
de arquivos, devendo conter ainda, campos específicos para vistos,
assinaturas e autorizações;
“Estímulo à eficiência operacional” – abrange a competência do pessoal,
baseada na capacidade técnica prevista para o cargo, e a responsabilidade,
para definir claramente os níveis de atribuições, de modo que possibilite
apurar a responsabilidade por prejuízos ocorridos por negligência,
incapacidade técnica ou fraude; e

“Aderência às políticas existentes” – constituída de Supervisão – indica que


os funcionários devem ser supervisionados por pessoas de reconhecido
valor e probidade, e Auditoria interna para atuar na organização como um
fator de persuasão, pelo fato de os servidores saberem que estão sendo
monitorados

No entanto o Controle Interno ainda apresenta uma gama de falhas, tendo


em vista a sua vulnerabilidade diante da má fé e da desídia humanas. Neste caso,
os controles internos podem apenas fornecer segurança razoável, pelas seguintes
limitações inerentes: erros de julgamento; falhas; conluio; ausência de supervisão e
impunidade (GARCIA 1998).

Essa situação leva ao crescente surgimento de erros e fraudes


operacionais, aliando-se a esses fatos a efetivação de desvios de conduta da
direção da Entidade, que propicia o recrudescimento dos ilícitos supracitados pela
síndrome do exemplo que vem de cima.

Outro avanço a ser destacado no contexto de análise do Controle Interno


é a Lei nº 4.320/64 que veio a inovar quando consagrou os princípios de
planejamento, do orçamento e do controle, estabelecendo novas técnicas
orçamentárias a eficácia dos gastos públicos. Por sua vez, a LRF deve incorporar
aos costumes político-administrativos a preocupação com os limites de gastos pelos
administradores públicos municipais, estaduais e federais. Assim, a mesma poderá
produzir um forte impacto no que se refere ao controle global da arrecadação e
execução dos orçamentos públicos.

No entanto, ainda que essas políticas sejam apresentadas de forma clara,


com sistemas adequadamente planejados e outras formas pretendidas para as
ações, a eficiência operacional estará comprometida se a organização não dispuser
de um quadro de pessoal corretamente dimensionado, capaz, eficiente e motivado.
Na área pública estatal, à qual este trabalho está direcionado, a Instrução
Normativa no 16, de 20-12-91, do Departamento de Tesouro Nacional, que, embora
revogada, cumpre excelente papel didático, conceitua controle interno como:

“O conjunto de atividades, planos, métodos e procedimentos interligados


utilizado com vistas a assegurar que o objetivo dos órgãos e entidades da
administração pública sejam alcançados, de forma confiável e concreta,
evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução dos
objetivos fixados pelo Poder Público.”

Notadamente, como proposto nesta pesquisa, diante do que se


apresentou neste referencial, passaremos a analisar a importância do Núcleo de
Controle de Gestão da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí.
3. ESTUDO DE CASO

A instituição aqui analisada é a Secretaria de Segurança Pública do


Estado do Piauí, órgão da administração Direta Estadual, situada na Rua Tersandro
Paz, nº 3150, Bairro Ilhotas, em Teresina-Piauí, sob o CNPJ nº 06.553.549/0001-90,
tem como seu representante legal, Dr, Robert Rios Magalhães, Delegado de Policia
Federal. Em linhas gerais, a história mostra que a Secretaria de Polícia foi instalada
em 09/05/1842, embora sua denominação somente tenha sido regulamentada pelo
Decreto nº 1.898, de 21/02/1857. O Departamento de Polícia Civil do Piauí teve suas
diretrizes traçadas pelo Decreto-Lei nº 772, de 09/03/1944, tendo sido reorganizado
pelo Decreto-Lei nº 1.263, de 02/08/1946. (LIMA, 2003).

A disposição dos setores e suas relações estão apresentadas no


organograma em anexo neste trabalho.

3.1 Atribuições do Núcleo de Controle de Gestão – NCG

Analisou-se a importância do Núcleo de Controle de Gestão da Secretaria


de Segurança Pública do Estado do Piauí. Este órgão integrante do controle interno
como um todo tem como principais atribuições:

a. Análise de processos de despesas;


b. Acompanhar a arrecadação, a contabilização e o controle das receitas;
c. Análise de prestação de contas de suprimentos de fundos;
d. Acompanhamento de convênios e análise das prestações de contas;
e. Analise de contratos de repasse;
f. Analise dos procedimentos licitatórios;
g. Acompanhamento e análise de contratos administrativos;
h. Acompanhamento mensal das despesas com energia elétrica, água,
luz, telefone móvel, fixo, combustível;
i. Acompanhamento da execução orçamentária;
j. Avaliar e acompanhar o cumprimento de prazos das prestações de
contas ao TCE;
k. Acompanhar a implementação da CGE e do TCE;
l. Fornecer informações à CGE sobre a execução de programas de
governo;
m. Conformidade Diária.
3.2 Rotinas e procedimentos do NCG e o Plano Plurianual – PPA

Em relação às rotinas e procedimentos do núcleo de controle de gestão,


tem destaque o orçamento, com ênfase no Plano Plurianual – PPA, onde se verifica:

a) Se os planos e programas estaduais estão em consonância com o


PPA;
b) Se os investimentos que ultrapassam um exercício financeiro estão
contemplados no plano.

3.3 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA

Em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias, que, segundo Ramos


(2005, p. 45): “tem a finalidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos
fiscal e da seguridade social e de investimento das empresas estatais”, busca
sintonizar a Lei Orçamentária Anual -LOA com as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública, estabelecidas no PPA. De acordo com o parágrafo 2º do art.
165 da CF, a LDO: compreenderá as metas e prioridades da administração pública,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente; orientará a
elaboração da LOA; disporá sobre as alterações na legislação tributária; e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

No referido Núcleo se verifica se a concessão de qualquer vantagem ou


aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos ou alteração de estrutura
de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer títulos,
pelo órgão, estão previstos na LDO.

Em relação à Lei Orçamentária Anual – LOA, o Núcleo verifica se:


a) o início de programas ou projetos está incluído na LOA;
b) a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas não excedeu
os créditos orçamentários ou adicionais;
c) abertura de créditos adicionais foi autorizada por lei e com indicação dos
recursos disponíveis, no caso de suplementares e especiais;
d) houve prévia autorização legislativa para transposição, remanejamento ou
transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de
um órgão para outro;
e) todas as despesas relativas à divida pública, mobiliária ou contratual, e as
receitas que as atenderão, constam na LOA;
f) os créditos suplementares obedeceram ao limite máximo estabelecido
legalmente, incluindo os créditos cuja cobertura seja decorrente de anulação
parcial ou total de dotações orçamentárias ou créditos adicionais.

3.4 Exercício Financeiro

No que diz respeito ao exercício financeiro, este verifica se:

a) estão inscritos em Restos a Pagar somente os processos de despesas


empenhadas, liquidadas e não pagas, bem como as despesas empenhadas e
não liquidadas, com prazo vigente para cumprimento das obrigações
assumidas pelo credor; as que contemplem a execução de obras públicas e
despesas garantidas com recursos de convênios; e as que se destinem a
atender transferências a instituições públicas.
b) para cada lançamento contábil de Restos a Pagar existe o respectivo
processo de despesa.

3.5 Receitas públicas

Em relação às receitas públicas, o parágrafo 1º do art. 8º da Lei nº


4.320/64 define que os itens da discriminação da receita, mencionados no seu art.
11, serão identificados por números de código decimal. Notadamente, as naturezas
de receitas orçamentárias procuram refletir o fato gerador que ocasionou o ingresso
dos recursos aos cofres públicos. Esta pode ser encontrada em 06 níveis:

1º Nível – Categoria Econômica – utilizado para mensurar o impacto das


decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio,
investimentos etc.). A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita
orçamentária em duas categorias econômicas:
1. Receitas Correntes;
2. Receitas de Capital;
Detalhadas em Receitas Correntes Intraorçamentárias e Receitas de
Capital Intra-orçamentárias.
2º Nível – Origem – Identifica a procedência dos recursos públicos, em
relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária,
transferências e outras).
3º Nível – Espécie – É o nível de classificação vinculado à Origem,
composto por títulos que permitem qualificar com maior detalhe o fato
gerador dos ingressos de tais receitas.
4º Nível – Rubrica – É o detalhamento das espécies de receita.
5º Nível – Alínea – Funciona como uma qualificação da rubrica.
6º Nível - Subalínea – Constitui o nível mais analítico da receita. (PIAUÍ,
2009, p. 04-14)

As receitas pública procura verificar se:

a) as normas internas que o órgão dispõe estabelecendo procedimentos para


arrecadação, recolhimento, prazos e forma de prestação de contas pelos
agentes arrecadadores;
b) o produto arrecadado ingressa na Conta Única do Governo do Estado, salvo
as receitas excluídas por lei;
c) a receita arrecadada está sendo corretamente contabilizada.

3.6 Despesas públicas

Já no que se refere às despesas públicas, os principais aspectos


observados pelo NCG, na análise do processo é verificar se:

a) o processo está adequadamente formalizado;


b) os empenhos estão autorizados por autoridade competente;
c) a emissão das Notas de Empenho está sendo precedida de licitação,
ressalvados os casos previstos na Lei 8.666/93;
d) a Nota de Empenho está preenchida corretamente e com histórico claro e
objetivo;
e) as despesas estão classificadas corretamente, de acordo com o Manual
Técnico de Orçamento;
f) as assinaturas em documentos estão acompanhadas de identificação do
nome e do cargo/função;
g) a Nota de Empenho foi emitida em nome do legítimo credor - Lei 4.320/64,
art.61;
h) os dados contidos no documento fiscal coincidem com os da Nota de
Empenho, como: nome do credor, valor e especificação dos
materiais/serviços/obra;
i) os cálculos aritméticos das NE’s e dos documentos fiscais estão corretos;
j) a despesa está sendo comprovada com a 1ª via do documento original;
k) a entrega do material ou execução do serviço foi feita dentro do prazo
estabelecido;
l) há justificativa, no caso de atraso na entrega do material/serviço/obra;
m) houve a devida aplicação de multa regulamentar, no caso de atraso na
entrega do material/serviço/obra, descumprimento de cláusulas contratuais e
outros;
n) o cálculo das retenções das obrigações tributárias e previdenciárias está
sendo feito em conformidade com a legislação vigente;
o) o atestado do recebimento do material ou da realização do serviço, deverá
ser dado preferencialmente no documento fiscal, contendo, além da
assinatura, carimbo com identificação do nome do servidor, cargo/função e
matrícula;
p) no caso de despesas com diárias, o documento de autorização contém:
assinatura do ordenador de despesas, o nome, a matrícula e o cargo/função
do servidor, o objetivo, o trajeto e o período da viagem, a quantidade e valor
das diárias (unitário e total), e se os valores concedidos estão de acordo com
a tabela de diárias e vigor;
q) as despesas de natureza contínua estão formalizadas através de contrato;
r) não estão sendo efetuados pagamentos antes do recebimento do
material/obra/serviço, ressalvados os casos legalmente previstos;
s) no caso de despesas com recursos de convênio, se estão de acordo com o
Plano de Aplicação;
t) os valores dos pagamentos efetuados através de crédito em conta, estão
sendo depositados na conta corrente do legítimo credor.

3.7 Licitação

Com relação ao processo licitatório, os principais aspectos a serem


observados são:

Verificar se:
a) nos atos de convocação existem cláusulas ou condições que comprometam,
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação, estabeleçam
preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio
dos licitantes (inc. I, § 1º do art. 3º);
b) o regime de execução escolhido foi adequado (art. 6º);
c) nas licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços
existe, além do projeto básico (art. 7º), o que se segue:
a. orçamento detalhado, em planilhas que expressem a composição de
todos os seus custos unitários;
b. previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das
obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no
exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma
de desembolso;
c. previsão de execução nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de
que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
i. as compras foram caracterizadas adequadamente (art. 14);
ii. para a realização das compras foi utilizado o Sistema de
Registro de Preços;
d) os prazos de divulgação da licitação foram rigorosamente cumpridos,
conforme disposto a seguir (art. 21):
i. Concorrência:
b. 45 dias, quando a solicitação for do tipo melhor técnica ou técnica e
preço, ou o regime de execução do objeto for empreitado integral;
c. 30 dias, para dos demais casos.
i. Tomada de Preços:
d. 30 dias, no caso de licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço;
e. 15 dias, para os demais casos.
i. Convite:
f. 05 dias úteis em qualquer caso.
i. Pregão:
g. 08 dias em qualquer caso.
h. as empresas participantes das Tomadas de Preços estão devidamente
cadastradas (art. 22 - ver também art. 34 a 37);
i. se a licitação foi enquadrada na modalidade correta (art. 22);
j. nas licitações estão sendo observados os limites e hipóteses previstos
no art. 23 da Lei 8.666/93;
k. nos casos de dispensa e inexigibilidade de licitação estão sendo
observadas as determinações contidas nos artigos 17, §§ 2º e 4º, 24,
incisos III a XXIV, 25 e 26 caput e parágrafo único;
l. para habilitação às licitações, o órgão exige dos licitantes a
documentação relativa à habilitação jurídica, à capacidade técnica,
qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e cumprimento
do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal (art. 27
a 31);
m. os documentos pertinentes e exigidos no ato convocatório para
habilitação foram apresentados, alternativamente (art. 32):
n. em original;
o. por cópia autenticada por cartório competente;
p. por cópia conferida com o original pelo responsável do processo
licitatório;
q. por publicação comprovada em órgão da imprensa oficial (original ou
cópia autenticada/conferida).
r. o procedimento licitatório foi iniciado com a abertura de processo
administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado,
contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e
do recurso próprio para a despesa e se foram juntados ao processo
(art.38):
s. edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
t. comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21
da Lei 8.666/93, ou da entrega do convite;
u. ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo
ou oficial, ou do responsável pelo convite;
v. original das propostas e dos documentos que as instruíram;
w. atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
x. pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou
inexigibilidade;
y. atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;
z. recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas
manifestações e decisões;
aa. despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o
caso, fundamentado circunstanciadamente;
bb. termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
cc. outros comprovantes de publicações;
dd. demais documentos relativos à licitação.
ee. A minuta do edital, da Carta-Convite e do respectivo contrato foram
submetidos à Assessoria Jurídica d a Administração (parágrafo único
do art. 38);
ff. O edital contém (art. 40, caput):
gg. o número de ordem em série anual;
hh. o nome da repartição interessada e de seu setor;
ii. a modalidade,
jj. o regime de execução e o tipo da licitação;
kk. a menção de que será regida pela Lei 8.666/93 e legislação pertinente,
conforme o caso;
ll. o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta;
mm. objeto da licitação, em descrição sucinta e clara, com
especificações e detalhes importantes, inclusive com anexos, conforme
o caso;
nn. prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos
instrumentos, como previsto no art. 64 da Lei 8.666/93, para execução
do contrato e para entrega do objeto da licitação;
oo. sanções para o caso de inadimplemento;
pp. local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
qq. se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
rr. condições para participação na licitação, em conformidade com os
arts. 27 a 31 da Lei 8.666/93, e forma de apresentação das propostas;
ss. critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros
objetivos;
tt. locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e
esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento
das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;
uu. condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
vv. o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, vedada a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou
faixas de variação em relação a preços de referência;
ww. critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do
custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do
orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento
de cada parcela;
xx. limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de
obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado
das demais parcelas, etapas ou tarefas;
yy. condições de pagamento prevendo: prazo de pagamento; cronograma
de desembolso máximo por período; critério de atualização financeira
dos valores a serem pagos; compensação financeira e penalizações,
por eventuais atrasos e descontos por eventuais antecipações de
pagamento; exigência de seguros, quando for o caso;
zz. condições de recebimento do objeto da licitação.
aaa. o original do edital está datado, rubricado em todas as folhas e
assinado pela autoridade que o expediu (§ 1º. do art. 40);
bbb. constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante (§
2º):
ccc. o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes,
desenhos, especificações e outros complementos;
ddd. orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços
unitários;
eee. a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o
licitante vencedor;
fff. as especificações complementares e as normas de execução
pertinentes à licitação.
ggg. Foi adequado, o tipo de licitação escolhido (art. 45);
hhh. houve licitações anuladas e se o motivo foi devidamente
justificado pela autoridade que promoveu a anulação (art. 49);
iii. os licitantes vencedores são realmente os que apresentam propostas
mais vantajosas (art. 50);
e) está sendo observada a ordem de classificação das propostas (art. 50);
f) o órgão tem comissão de licitação constituída e se a renovação de seus
membros obedece ao disposto no § 4º do art. art. 51;
a. há conformidade entre a minuta do contrato e o edital de licitação (§ 1º
do art. 54).

3.8 Contratos

Já nos casos dos contratos, procura-se verificar se:

a) o contrato estabelece com clareza e precisão as condições para a sua


execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e
responsabilidades das partes em conformidade com os termos da licitação e
da proposta que a vincula (§ 1º do art. 54);
b) o contrato contempla as cláusulas necessárias que estabeleçam (art. 55):
a. o objeto e seus elementos característicos;
b. o regime de execução ou a forma de fornecimento;
c. o preço e os critérios de reajustamento;
d. os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,
de observação e recebimento definitivo, conforme o caso;
e. o crédito pelo qual ocorrerá a despesa;
f. as garantias oferecidas, quando exigidas;
g. os direitos, responsabilidades, penalidades cabíveis e valores das
multas;
h. os casos de rescisão;
i. a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
exigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
j. a legislação aplicável à execução do contrato e, especialmente, aos
casos omissos.
k. o foro da Administração, competente para dirimir as questões
contratuais.

c) a duração dos contratos está adstrita à vigência dos respectivos créditos


orçamentários, salvo nos casos de: projetos previstos no PPA, prestação de
serviços de natureza contínua e de aluguel de equipamentos e a utilização de
programas de informática (art. 57);
d) em caso de prorrogação da vigência do contrato, consta justificativa, por
escrito, e autorização da autoridade competente (§ 2º do art. 57);
e) o contrato foi elaborado pelo órgão ou entidade contratante (art. 60);
f) o contrato menciona (art. 61):

a. o nome das partes e de seus representantes;


b. a finalidade;
c. o ato que autorizou a sua lavratura;
d. o número do processo de licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;
e. a sujeição dos contratantes às normas da Lei 8.666/93 e às cláusulas
contratuais.

g) houve publicação do extrato do contrato ou de seus aditamentos na imprensa


oficial, até o 5º dia útil do mês seguinte ao da sua assinatura(§ 1º do art. 61);
h) nos casos de acréscimos e supressões foram observados os limites
estabelecidos de 25% para obras, serviços e compras e de 50% para reforma
de edifício ou de equipamentos (§ 1º do art. 65);
i) o contrato está sendo executado fielmente pelas partes, de acordo com suas
cláusulas e com a Lei 8.666/93 (art. 66);
j) a execução do contrato está sendo acompanhada e fiscalizada por
representante da Administração, especialmente designado para este fim
(art.67);
k) o contratado está assumindo os encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais
e comerciais resultantes da execução do contrato (art. 71);
l) o recebimento de obras ou serviços, compras ou locação de equipamentos foi
feito em conformidade com o art. 73;
m) os casos de rescisão de contrato estão formalmente motivados nos autos do
processo (Parágrafo único do art. 78);
n) nos casos de rescisão administrativa ou amigável, há autorização escrita e
fundamentada da autoridade competente (§ 1º do art. 79);
o) há no contrato cláusula contendo previsão de multa de mora para o caso de
atraso injustificado na sua execução (art. 86);
p) no caso de inexecução total ou parcial do contrato, foram aplicadas ao
contratado, as sanções previstas no art. 87, conforme o caso;
q) consta menção expressa da dotação orçamentária, por elemento de despesa,
à conta da qual a mesma deverá ser empenhada e executada;
r) os pagamentos estão sendo rigorosamente efetuados de acordo com as
cláusulas contratuais.

Está sendo exigida da empresa contratada prova de quitação de todos os


tributos devidos ao Estado do Piauí, conforme estabelece o Código Tributário
Nacional, art.193: Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum
departamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta em
concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da quitação
de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em
cujo exercício contrata ou concorre.

3.9 Convênios

Por fim, no caso dos convênios procura-se verificar se:

a) para a celebração do convênio houve prévia aprovação do Plano de Trabalho


proposto pela entidade interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as
seguintes informações (art. 2º da IN/STN/MF Nº 01/97):
a. descrição completa do objeto a ser executado;
b. descrição das metas a serem atingidas;
c. etapas ou fases de execução;
d. plano de aplicação dos recursos financeiros;
e. cronograma de desembolso.
b) no caso de obras, instalações ou serviços, o projeto básico caracteriza, de
modo preciso, a obra, instalação ou serviço objeto do convênio, sua
viabilidade técnica, custo, fases, ou etapas, e prazos de execução (§ 1º do
art. 2º):
c) há comprovação de que os recursos referentes à contrapartida para
complementar a execução do objeto, quando previsto, estão devidamente
assegurados nas leis orçamentárias (§ 3º do art. 2º da IN 01/97 e art. 25, §
1º, inc. IV, alínea d, da LRF);
d) o Estado, na condição de repassador de recursos, celebrou convênio com
órgãos ou entidades inadimplentes em relação a convênios anteriormente
firmados (art. 5º);
e) o termo de convênio contém as cláusulas obrigatórias descritas no art. 7º da
IN/STN/MF Nº 01/97;
f) constam no termo do convênio, cláusulas vedadas pelo art. 8º da IN 01/97,
que estabeleçam:

a. o pagamento por serviços de consultoria ou assistência técnica, a


servidores ou empregados públicos, com recursos de convênios;
b. a realização de gastos não previstos no Plano de Trabalho;
c. a realização de despesas em data anterior ou posterior à vigência do
convênio;
d. a utilização dos recursos em finalidade diversa à estabelecida no
convênio, ainda, que em caráter de emergência;
e. a realização de despesas com publicidade, salvo as de caráter
educativo ou de orientação social, das quais não constem nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos;
f. o pagamento de despesas a título de taxa de administração, gerência
ou similar.

i. os termos de convênio apresentam as assinaturas dos


partícipes, de duas testemunhas e do interveniente, se houver
(art. 10);
ii. o órgão repassador de recursos, deu ciência do convênio à
Assembléia Legislativa (art. 11);
iii. o órgão ou entidade da Administração Estadual enviou ao
Tribunal de Contas do Estado, até o último dia útil do mês
subseqüente ao vencido, demonstrativo dos convênios
celebrados, acompanhado de uma via dos extratos e
conciliações das contas correntes e de aplicações financeiras, e
fichas de movimentação bancária individualizadas por convênio
(inc. VII do art. 5º da Res.TCE Nº 037/03);
iv. houve publicação do extrato do convênio e de seus aditivos,
conforme dispõe o art. 17 da IN 01/97, observando-se que a
responsabilidade da publicação é do órgão repassador de
recursos, e que quando este for integrante da Administração
Estadual, a publicação será feita no Diário Oficial do Estado;
v. os recursos do convênio foram depositados e geridos em conta
bancária específica e em conformidade com as disposições dos
art. 18 e 20 da IN 01/97, observando, em especial:

g. se os saldos dos convênios foram aplicados em caderneta de


poupança de instituição financeira oficial, quando a previsão de gasto
for superior ou igual a um mês ou em fundo de aplicação financeira de
curto prazo ou outra semelhante, se os recursos forem utilizados em
prazo inferior a um mês;
h. se as receitas financeiras auferidas com a aplicação dos recursos do
convênio foram computadas a crédito do mesmo, aplicadas
exclusivamente no objeto de sua finalidade, e demonstradas na
prestação de contas.

i. os valores das liberações do convênio conferem com os


constantes no Plano de Trabalho e no termo de convênio (art.
21);
ii. os saldos financeiros remanescentes do convênio extinto foram
devolvidos ao órgão repassador dos recursos, no prazo
improrrogável de 30 dias do evento (§ 6º do art. 21);
iii. as prestações de contas estão sendo apresentadas em
conformidade com os artigos 28 e 32 da IN 01/97;

Os comprovantes de despesas inseridos nas prestações de contas estão


sendo apresentados em via original e em nome do órgão convenente (recebedor do
recurso) ou do executor, se for o caso, tudo em conformidade com as disposições do
art. 30 da IN STN 01/97.

No que se refere aos dados da pesquisa realizada com o entrevistado


afirmou que houve uma melhoria no desempenho das atividades administrativas
com a implantação do Núcleo de Controle de Gestão, onde este órgão passou a
controlar de forma mais contundente os fluxos de entrada e saída (documentos),
onde seus integrantes exercem suas atividades concomitantemente com a CGE de
forma satisfatória, afirmando ainda que o órgão respeita a disponibilidade de normas
internas, assim como as despesas e as receitas públicas são processadas de modo
adequado às exigência da instituição, isso graças à ação do NCG.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado na pesquisa aqui analisada, a Secretaria de Segurança


Pública do Estado do Piauí tem o seu Núcleo de Controle de Gestão como um setor
de apoio administrativo de grande importância para a instituição, notadamente no
que se refere ao auxílio contábil para que as ações da mesma possam vir a
funcionar em perfeita consonância com os dispostos por lei.

Os benefícios advindos de um sistema de controle interno integrado e


atuando com excelência são inumeráveis. Por isso, o controle não deve ser visto
apenas pelo prisma do custo, mas sim como meio de assegurar o melhor emprego
dos recursos, prevenir ou reduzir fraudes, desperdícios ou abusos, contribuindo
assim para o cumprimento da missão do órgão público.

Portanto, ao decretar a criação dos Núcleos de Controle de Gestão o


governo do estado veio a fomentar a eficiência dos trabalhos da CGE, ampliando
seu poder de fiscalização dos ativos da Secretaria de Segurança Pública do Estado
do Piauí. Trata-se, assim, de um ganho significativo no que diz respeito não apenas
à questão contábil da instituição, mas um avanço no processo de auxílio na tomada
de decisões.
REFERÊNCIAS

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988.

BENDA, L E. Controle interno e governabilidade. São Paulo: Saraiva, 2001.

CALIXTO, Giniglei Eudes; VELÁSQUEZ, Maria Dolores Pohmann. Sistema de


Controle Interno na Administração Pública Federal. Revista Eletrônica de
Contabilidade. Jul/2005. Disp. em: http://w3.ufsm.br/revistacontabeis/
anterior/artigos/vIInEspecial/a05vIInesp.pdf . Acesso em: 02 de maio de 2008.

CREPALDI, Sílvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e pratica. São Paulo: Atlas,
2002.

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GARCIA, C A. Controle interno e gestão estadual. Porto Alegre: LTG, 1998.


Instrução normativa nº 16, de 20 de dezembro de 1991.

GRAMELICH, L R P. Controle interno. São Paulo: Saraiva, 2006.

LIMA, João Paulo de. Normas de segurança pública do Estado do Piauí.


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LINCOM, D E. Conhecimentos sobre gestão. São Paulo: Saraiva, 2001.

MACHADO JR, Jose Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A lei 4.320/64 comentada.
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MINAYO, L R. Pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas, 2006.


PIAUÍ. Manual técnico do orçamento. Governo do Estado do Piauí: Secretaria do
Planejamento, 2009.

PIRES, J B F S. Contabilidade pública: orçamento, lei de responsabilidade fiscal.


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_________. Controladoria: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2002.

SILVA NETO, C E. Administração de contas públicas. São Paulo: Luzes, 1999.


APÊNDICES
CHEK-LIST
Questionamentos Sim Não Comente
1ª) Houve uma
melhoria no
desempenho das
atividades
administrativas com a
implantação do Núcleo
de Controle de
Gestão?
2ª) Os integrantes do
NCG exercem suas
atividades
subordinadas ao CGE
de forma satisfatória?
3ª) O órgão respeita a
disponibilidade de
normas internas?
4ª) Com relação às
despesas e às receitas
públicas, o processo
ocorre de modo
esperado?
ANEXOS
Anexo I - Organograma Geral da Secretaria de Segurança Pública
Anexo II - Controle de Contratos
Anexo III - Controle de Diárias
Anexo IV - Controle de Gastos com Telefonia
Anexo V - Controle de Gastos com Celular
Anexo VI - Controle de Gastos com Energia Elétrica
Anexo VIII - Modelos de carimbos
Anexo IX - Controle de Gastos com Água
Anexo X - Análise de Suprimentos de Fundos
Anexo X - Análise do Processo de Diárias
Anexo XI - Informações Orçamentárias
Anexo XII - Análise do Processo de Compras

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