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V Seminario Internacional RIEI

“Educación de Ingenieros:
Ciencia, Tecnología, Medio Ambiente y Sociedad”
9-12 noviembre, Río de Janeiro & Niteroi, Brasil

A Formação do Engenheiro e as alterações climáticas


Gislaine dos Santos gislaineds@yahoo.com.br
Jordan Henrique de Souza jordanhenrique@yandex.com
Carlos Alberto Pereira Soares, D. Sc carlos.uff@globo.com
Universidade Federal Fluminense

Temários:
Formação do engenheiro: científico básico e humanidade
Ecologia e meio ambiente

Resumo

Devido às alterações climáticas decorrentes de por três Grupos de Trabalho (GT) e uma
emissões passadas cientificamente avaliadas pelo equipe especial sobre inventários nacionais de
IPCC - Intergovernmental Panel on Climate gases do efeito estufa (GEE).
Change, abordaremos a necessidade de
adaptação ao novo meio ambiente e da GT Foco da Avaliação
capacitação de profissionais altamente I
Aspectos científicos do sistema climático
qualificados com embasamento científico, aptos Mudança do clima
a compreender a possibilidade de ocorrência de Vulnerabilidade dos sistemas
desastres e discernir a melhor estratégia para sua socioeconômicos e naturais diante das
II mudanças climáticas
mitigação. Estes profissionais de Engenharia irão
Possibilidades de adaptação a estas
atuar nas ações de prevenção, preparação para mudanças
as emergências e respostas aos desastres e Opções que permitiriam limitar as emissões
Reconstrução dos cenários de sinistros. III de GEE, entendidos como os causadores
destas mudanças
Introdução
De acordo com o relatório do IPCC de
2007, apresentado pelo GT II, é muito
Esse trabalho foi proposto após um provável que haja mudança nos impactos
estudo dos relatórios divulgados pelo IPCC - decorrentes de alteração das frequências e
Intergovernmental Panel on Climate Change ou intensidades dos eventos extremos de tempo,
Painel Inter-governamental sobre Mudanças clima e nível do mar. Desde o Terceiro
Climáticas. Estabelecido em 1988 pela Relatório de Avaliação do IPCC, aumentou a
organização Meteorológica Mundial e o confiança de que alguns eventos extremos de
Programa das Nações Unidas para o Meio tempo se tornarão mais freqüentes, mais
Ambiente (PNUMA), O IPCC fornece informações generalizados e/ou mais intensos durante o
científicas, técnicas e sócio-econômicas relevantes século XXI; e há mais conhecimento sobre os
para o entendimento das mudanças climáticas, efeitos potenciais dessas mudanças. Uma
seus impactos potenciais e divulgar opções de seleção deles é apresentada na Tabela abaixo.
adaptação e mitigação dos impactos ambientais
inerentes aos modelos adotados pela sociedade
contemporânea. O referido Relatório é composto
Probabilidade
das
Tendências
Fenômenos futuras com base
e direção da nas projeções Exemplos dos principais impactos projetados por setor
tendência para o século XXI
com o uso dos
cenários do
RECE1

Indústria,
Agricultura,
Recursos Saúde assentamento
silvicultura e
hídricos humana humano e
Ecossistemas
sociedade

Efeitos
adversos na Ruptura de
Danos às
qualidade da assentamentos
culturas; erosão Aumento do
Eventos de água humanos, comércio,
do solo, risco de
precipitação superficial e transporte e
incapacidade mortes,
extrema. A subterrânea; sociedades por
de cultivar a ferimentos,
freqüência Muito provável contaminação causa de
terra por causa doenças
aumenta na do inundações;
do infecciosas,
maior parte das abastecimento pressões nas infra-
encharcamento respiratórias e
áreas de água; a estruturas urbanas e
dos solos pela de pele
escassez de rurais; perda de
água
água pode ser propriedade
atenuada

Danos provocados
Aumento do
pór inundações e
risco de
ventos fortes;
Danos às mortes,
A falta de retirada da
A atividade culturas; ferimentos e
energia causa cobertura de riscos
intensa dos árvores doenças
interrupção no em áreas
ciclones Provável carregadas causadas pela
abastecimento vulneráveis pelas
tropicais pelo vento; água e pelos
público de seguradoras
aumenta danos aos alimentos;
água privadas; potencial
recifes de corais disfunções
de migração da
póstraumáticas
população, perda
por estresse
de propriedade
Aumento do
risco de mortes Custos da proteção
e ferimentos costeira versus
Aumento da Salinização da Redução da por custos da
incidência de água para disponibilidade afogamento realocação do uso
nível irrigação, de água doce nas da terra; potencial
Provável
extremamente estuários e por causa da inundações; de movimentação
alto do mar sistemas de intrusão de efeitos na das populações e da
(excluitsunamis) água doce água salgada saúde infraestrutura; ver
relacionados também os ciclones
com a tropicais acima
migração
Rece: Relatório Especial sobre Cenários de Emissões
O relatório também indica a necessidade E no tocante as suas atribuições “Art. 7º
da adaptação para tratar dos impactos As atividades e atribuições profissionais do
provocados pelo aquecimento já que não pode engenheiro, do arquiteto e do engenheiro-
ser evitado, por ser decorrente das emissões agrônomo consistem em:
passadas. Estima-se que as emissões passadas
envolvam um pouco de aquecimento inevitável a) desempenho de cargos, funções e
(em torno de 0,6°C a mais até o final do século comissões em entidades estatais,
em relação a 1980-1999), mesmo que as
paraestatais, autárquicas, de economia
concentrações atmosféricas de gases de efeito mista e privada;
estufa permaneçam nos níveis do ano 2000. Há
impactos para os quais a adaptação é a única b) planejamento ou projeto, em geral, de
resposta possível e adequada. regiões, zonas, cidades, obras, estruturas,
Segundo o Relatório, nem mesmo os transportes, explorações de recursos
esforços mais rigorosos de mitigação naturais e desenvolvimento da produção
conseguiriam evitar impactos adicionais da industrial e agropecuária;
mudança do clima nas próximas décadas, o que c) estudos, projetos, análises, avaliações,
torna a adaptação essencial, em especial para vistorias, perícias, pareceres e divulgação
tratar dos impactos de curto prazo. O referido técnica;
relatório aponta também para o valor de um
conjunto de estratégias que envolvam mitigação, d) ensino, pesquisas, experimentação e
adaptação, desenvolvimento tecnológico (para ensaios;
melhorar tanto a adaptação quanto a mitigação) e) fiscalização de obras e serviços técnicos;
e pesquisa (em ciência do clima, impactos,
adaptação e mitigação). f) direção de obras e serviços técnicos;
Sendo assim, percebemos a importância da g) execução de obras e serviços técnicos;
formação de profissionais preparados para
h) produção técnica especializada, industrial
atuarem nos cenários de sinistros que causam
ou agropecuária.
danos humanos, materiais, ambientais e
consequentemente geram prejuízos econômicos
e sociais. Parágrafo único. Os engenheiros,
De acordo com a Lei Federal Brasileira arquitetos e engenheiros-agrônomos poderão
número 5194/1966, temos a seguinte definição: exercer qualquer outra atividade que, por sua
“Art. 1º As profissões de engenheiro, arquiteto e natureza, se inclua no âmbito de suas
engenheiro-agrônomo são caracterizadas pelas profissões...”.
realizações de interesse social e humano que
importem na realização dos seguintes O Ministério da Integração Nacional
empreendimentos: promove, através da Política Nacional de
Defesa Civil, as metas e diretrizes de ações
a) aproveitamento e utilização de recursos para os municípios em função da
naturais; vulnerabilidade dos ecossistemas humanos
que contribuem para aumentar os níveis de
b) meios de locomoção e comunicações;
insegurança aos desastres tecnológicos.
c) edificações, serviços e equipamentos
urbanos, rurais e regionais, nos seus Através da implementação de Planos
aspectos técnicos e artísticos; Diretores de Defesa Civil, com o objetivo de
d) instalações e meios de acesso a costas, reduzir os desastres, as ações de Defesa Civil
cursos e massas de água e extensões devem abranger os seguintes aspectos
terrestres...”. globais:
Prevenção de desastres;
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Preparação para as emergências e • Intensidade das perdas humanas, materiais
desastres; ou ambientais, induzidas às pessoas,
Respostas aos desastres; comunidades, instituições, instalações e/ou
ecossistemas, como conseqüência de um
Reconstrução
desastre.
A Política Nacional de Defesa Civil apresenta as Vulnerabilidade
seguintes definições:
• Condição intrínseca ao corpo ou sistema
Desastre receptor que, em interação com a
magnitude do evento ou acidente,
• Resultado de eventos adversos, caracteriza os efeitos adversos, medidos em
naturais ou provocados pelo homem, termos de intensidade dos danos
sobre um ecossistema vulnerável, prováveis.
causando danos humanos, materiais e
ambientais e conseqüentes prejuízos • Relação existente entre a magnitude da
econômicos e sociais. ameaça, caso ela se concretize, e a
intensidade do dano conseqüente.
• A intensidade de um desastre
depende da interação entre a Ameaça
magnitude do evento adverso e a
vulnerabilidade do sistema e é • Estimativa de ocorrência e magnitude de
quantificada em função de danos e um evento adverso, expressa em termos de
prejuízos. probabilidade estatística de concretização
do evento e da provável magnitude de sua
Risco manifestação.
• Medida de danos ou prejuízos Segurança
potenciais, expressa em termos de
probabilidade estatística de ocorrência • Estado de confiança, individual ou coletivo,
e de intensidade ou grandeza das baseado no conhecimento e no emprego
conseqüências previsíveis. de normas de proteção e na convicção de
que os riscos de desastres foram reduzidos,
• Relação existente entre a probabilidade em virtude de terem sido adotadas
de que uma ameaça de evento medidas minimizadoras.
adverso ou acidente determinados se
concretize, com o grau de Defesa Civil
vulnerabilidade do sistema receptor a
seus efeitos. • Conjunto de ações preventivas, de socorro,
assistenciais e reconstrutivas, destinadas a
Dano evitar ou minimizar os desastres, preservar
o moral da população e restabelecer a
• Medida que define a intensidade ou normalidade social.
severidade da lesão resultante de um
acidente ou evento adverso. Desenvolvimento Sustentável
• Perda humana, material ou ambiental, • É aquele que atende às necessidades do
física ou funcional, que pode resultar, presente, sem comprometer a possibilidade
caso seja perdido o controle sobre o de as gerações futuras atenderem as suas
risco. próprias necessidades.

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• É o uso e gestão responsáveis dos recursos Saúde ambiental;
naturais, de modo a propiciar maior benefício
às gerações atuais, mantendo, porém, suas Abastecimento de água nas emergências;
potencialidades para atender às necessidades Estratégia reconstrutiva de moradias,
e aspirações das gerações futuras, pelo maior estradas, pistas de pouso;
espaço de tempo possível.
Gestão de abrigos e infra-estruturas
Objetivo: comunitárias;
Assentamentos temporários;
Esse trabalho tem como objetivo
apresentar a necessidade da formação do
engenheiro para atuar à frente das situações de O profissional de Engenharia poderá
defesa civil, atuando na prevenção de desastres promover dentro das ações preventivas de
naturais como inundações, escorregamentos de Defesa Civil, estudos da avaliação e redução
solo e rocha, erosões, desabamento de de riscos e desastres, bem como no estudo do
edificações, tsunamis, tornados entre outros, bem grau de vulnerabilidade das áreas e a
como na gestão do socorro, assistência e hierarquização dos riscos e desastres. O
reconstrução destes cenários de sinistros Engenheiro poderá elaborar mapas temáticos
mediante exames circunstanciados e descrições dessas áreas considerando sua
minuciosas. vulnerabilidade, riscos e desastres.
Outros serviços na área de prevenção
Metodologia: poderão estar relacionados o
desenvolvimento de medidas não estruturais
De acordo com os relatórios de avaliação que englobam o planejamento da ocupação
do IPCC, a alteração climática é algo inegável, e/ou utilização do espaço geográfico em
devendo portanto nos prepararmos para função das áreas de riscos, além de promover
atuação nas situações de desastres naturais. medidas estruturais que englobam obras de
As ações de Defesa Civil promovem Engenharia de qualquer especialidade e que
atuações sob os aspectos de Prevenção, minimizem as ameaças e/ou vulnerabilidades.
Preparação e Resposta aos desastres e Nas ações de preparação para as
reconstrução. Em cada um desses aspectos a emergências e desastres, o profissional de
atuação de um profissional de engenharia se faz Engenharia pode colaborar no
pertinente devido à complexidade técnica de desenvolvimento científico e tecnológico, no
avaliação e recuperação do meio ambiente. planejamento operacional e de proteção da
Para tanto propõe-se uma melhor população contra riscos e desastres focais.
capacitação do engenheiro nas seguintes Nas ações de respostas aos desastres, o
temáticas que destacamos importantes nas ações profissional de Engenharia pode contribuir na
de Defesa Civil: reabilitação do cenário do desastre realizando
vistorias, avaliações de danos, orientar o
processo de desmontagem de estruturas
Preparação para as Emergências;
danificadas e na desobstrução e remoção de
O sistema de ajuda humanitária; escombros; promover a reabilitação dos
serviços essenciais e a recuperação das
A segurança pessoal no exercício da unidades habitacionais de baixa renda.
atividade profissional; Nas ações de Reconstrução, o
Avaliação e planejamento de dos desastres; Engenheiro também poderá desenvolver
estudos e práticas com a finalidade de
Gestão dos Cenários; restabelecer em plenitude os serviços públicos,
Logística de atendimento; a recuperação dos ecossistemas, a redução da
vulnerabilidade do meio, promover a
5
utilização do solo e do espaço geográfico de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
forma racional; identificar e realocar a população TÉCNICAS. NBR 13752 – Perícias de
em áreas de menor risco; e modernizar as Engenharia na Construção Civil. Rio de
instalações e reforços das estruturas. Janeiro, 1996, 8 p.

Conclusão: DAVIS, Jan; LAMBERT, Robert. Engineering in


Emergencies. A practical guide for relief
A melhoria da formação acadêmica do workers. 2ª ed. ITDG Publishing, 2002, 736 p.
profissional de Engenharia, além de abrir um
novo campo de trabalho irá corroborar para um IPCC <www.ipcc.ch>: IPCC Fourth
atendimento eficaz, rápido e objetivo para as Assessment Report: Climate Change, 2007
populações existentes nesses ecossistemas
vulneráveis. Esta melhor formação poderá dar-se BRASIL. Lei 5.194 de 1966.
através de inclusão de disciplinas específicas da
temática em questão ou até mesmo na formação
desses e outros conjuntos de disciplinas
correlatas no nível de pós-graduação.

Recomendações que derivam do trabalho.

a) Promover a discussão desta temática com a


categoria de engenheiros.
b) Proposição de trabalhos de pesquisa e
levantamento de dados atuais sobre a
atuação dos engenheiros no âmbito de
Defesa Civil.
c) Divulgar um campo de atuação dos
profissionais de engenharia em função dos
indicativos científicos do IPCC na freqüência
de ocorrência dos desastres naturais e
antrópicos.
d) Inclusão de disciplinas no currículo básico
que visem a melhor preparação do
profissional para atuar a frente dos
desastres;

Referências Bibliográficas;

CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Segurança


Global da População. Brasília. Secretaria Nacional
de Defesa Civil. 2007, 65 p.

SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL.


Política Nacional de Defesa Civil. Brasília, 2007, 82
p.

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