Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Se tivéssemos vivido, desde há décadas, noutra galáxia e estivéssemos agora prestes a aterrar neste “cantinho à beira
mar plantado”, tendo previamente tido conhecimento daquelas promessas, seríamos, naturalmente, levados a ter como
certo que aqui viríamos encontrar um país:
a) com escolas em que os professores tivessem autoridade sobre os alunos – imprescindível para impor a indispensável
disciplina nas aulas, para que estas corram com normalidade e eles possam aprender o que é de ensinar-lhes e a viver
em sociedade;
b) com escolas em que os alunos sentissem que há regras para cumprir e que a única pessoa, ali, que os obriga a esse cumprimento é o
professor;
d) em que os alunos reprovassem por faltas de comparência às aulas ou por falta de conhecimentos mínimos para transitarem de ano,
como há 40 anos (não tenhamos medo de invocar o passado, quando dele colhemos ensinamentos) – um dos meios eficazes de transmitir
aos jovens a tão necessária noção da responsabilidade;
e) em que os alunos entrassem nas universidades preparados, isto é, com a capacidade necessária para compreenderem e assimilarem as
matérias que aí lhes fossem ministradas e com conhecimentos de português, para saberem escrever e entenderem o que lêem e o que
ouvem;
f) em que não fosse possível a vergonha da existência de estabelecimentos, ditos universidades privadas – que negócio chorudo! –, a
venderem licenciaturas, cujos titulares, enganados, saem de lá praticamente como entraram, em termos de conhecimentos;
Porém, aqui aterrados, o que constataríamos era uma país em que os jovens estão mal educados, são indisciplinados e déspotas, no seio
das famílias, como nas escolas – porque aquelas, com raras excepções, já foram educadas nos parâmetros impostos por políticas
educacionais profundamente erradas, que nas escolas foram e continuam a ser implementadas.
Também por isso, a escola já não pode suprir a falta de educação que o aluno traz de casa e o mais grave é que também muitos dos
professores já foram educados na bagunçada criada pelas referidas políticas. O problema é, pois, muito mais grave do que à primeira vista
pode parecer.
Mesmo que se invertesse agora o curso que nas últimas décadas a educação tem vindo a seguir, provavelmente só daqui a 40 ou 50 anos
é que das escolas – em todos os seus níveis – deixaria de sair a mediocridade que, com raríssimas excepções, têm vindo a debitar ano
após ano.
* Advogado
http://www.regiao-sul.pt/print.php?refnoticia=82598