0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
62 visualizzazioni13 pagine
1) O documento discute vários tipos de disfunção dentária não cariosa, incluindo abrasão, atrição, corrosão e abfração. Estes processos podem ser causados por forças mecânicas, contato dentes-a-dentes, ácidos endógenos ou exógenos, e sobrecarga oclusal.
2) Parafunções como bruxismo podem levar a desgaste dentário. Ácidos na dieta, vômitos e refluxo também causam desgaste, especialmente na região cervical e pal
1) O documento discute vários tipos de disfunção dentária não cariosa, incluindo abrasão, atrição, corrosão e abfração. Estes processos podem ser causados por forças mecânicas, contato dentes-a-dentes, ácidos endógenos ou exógenos, e sobrecarga oclusal.
2) Parafunções como bruxismo podem levar a desgaste dentário. Ácidos na dieta, vômitos e refluxo também causam desgaste, especialmente na região cervical e pal
1) O documento discute vários tipos de disfunção dentária não cariosa, incluindo abrasão, atrição, corrosão e abfração. Estes processos podem ser causados por forças mecânicas, contato dentes-a-dentes, ácidos endógenos ou exógenos, e sobrecarga oclusal.
2) Parafunções como bruxismo podem levar a desgaste dentário. Ácidos na dieta, vômitos e refluxo também causam desgaste, especialmente na região cervical e pal
No grupo de pacientes suscetveis desordem dentria, a presena de distr- bios oclusais e de outros fatores de origem psicolgica e sistmica induz o desenvol- vimento de parafunes, que podem provocar perda no cariosa das estruturas dentria, (fig. 01).
Fig. 01 - Caso clnico de paciente com disfuno dentria - parafuno (bruxismo).
So consideradas parafunes: aper- tar e/ou ranger dentes, morder lbios e bochecha, chupar dedo, roer unha, hbitos posturais (mastigao unilateral, protruso da mandbula) e outros. A perda no cariosa de estrutura dentria na dentio humana variada e multifatorial (BRAEM, 1982), podendo ser classificada em categorias como abraso, atrio, corroso e abfrao (LEE, 1984, SHUGARS, 1985, GRIPPO et al, 2004, OWENS & GALLIEN, 1995).
ABRASO
o desgaste da estrutura do dente por foras mecnicas secundrias ao de um agente externo, como a abraso por escova de dente (LEE, 1984 KAIDONIS 1992, GRIPPO, 1991). Nesse processo o tamanho e a dureza das partculas abra- sivas da pasta de dente, a presso exercida e a freqncia da escovao so o interesse primrio (HOTZ, 1987, VOLK, 1987), (fig. 02). Outros itens freqentemente asso- ciados com a abraso dental incluem o lpis, palito, ponta do cachimbo e grampo. Mascar fumo, morder linha e usar fio dental inadequadamente tambm podem causar uma abraso clinicamente signifi- cativa (NEVILLE, 1998).
Fig. 02 - Caso clnico de leso no cariosa.
ATRIO o desgaste resultante do contato dente-a-dente por meio de movimentos funcionais ou parafuncionais, incluindo mastigao e bruxismo (LEE, 1984). Apresenta-se como facetas de desgaste oclusal e incisal (KAIDONIS, 1992, GRIPPO, 1991), geralmente pequenas, lisas de bordas definidas e brilhantes, planas em etapas primrias e cncavas em etapas secundrias. Normalmente ocorre de modo sincrnico em ambas arcadas, nas superfcies antagnicas de parafuno. Quando associado ao processo de envelhe- cimento, esse fenmeno pode ser mais fisiolgico do que patolgico (fig. 03).
A destruio pode ser acelerada por esmalte de qualidade inferior ou ausente (fluorose, hipoplasia ou dentinognese imperfeita), contatos prematuros, ocluso topo a topo, abrasivos intra-orais, eroso e hbitos de ranger os dentes, (NEVILLE, 1998).
CORROSO
Perda de superfcie dental causada por ao qumica ou eletroqumica de origem endgenas e/ou exgenas (GRIPPO, et al 2004). A teoria da corroso qumica explica como vrios tipos de cido descalcificam o esmalte. Causas endgenas de corroso costumam produzir um padro nico de perda de esmalte. O fludo gengival, cido e pode ser corrosivo quando em contato com os dentes na regio cervical (BODECKER, 1945). Em dentes suportam excesso de carga oclusal, tal processo causado pela toxidade dos produtos residuais do metabolismo periodontal, que no so eliminados pela corrente sangnea em razo do estresse a que est submetido, mas sim no colo dentrio, em forma de exudato cido (REHBERGER, et al. 1982). (fig. 04).
Fig. 04 - Caso clnico de leso no cariosa - eroso.
A corroso secundria s secrees gstricas denominada perimlise. Pode resultar de uma hrnia do hiato, esofagite, obstipao, lcera pptica e duodenal, gravidez, regurgitao da m digesto e vmito crnico, como o visto em associao com a bulimia (KLEIER 1984, NEVILLE et al., 1998), (figs. 05, 06 e 07).
Fig. 05 - Caso clnico de perimlise em dentes Posteriores.
Nos pacientes com vmito, o cido estomacal projetado sobre a superfcie da lngua e entra em contato com a face palatina dos incisivos, caninos e pr- molares superiores. Porm a eroso comumente no aparecer antes que a regurgitao tenha ocorrido por dois anos (STAFNER & LOVESTEDT, 1947). a superfcie oclusal dos dentes posteriores e a lingual dos inferiores podem ser envolvidas em casos extremos. (UPDEGRAME, 1976, HOUSE, 1981).
Fig. 06 - Aspectos radiogrficos de paciente com perimlise, as restauraes metlicas aparecem como se fossem ilhas sobre os dentes comprometidos.
Perimlise uma manifestao clni- ca comum em pacientes com anorexia nervosa, fruto da associao de regurgita- o gstrica com movimentos habituais da lngua sobre a superfcie palatina dos incisivos superiores. A anorexia mais freqente na puberdade (12 a 20 anos) numa relao de 20 mulheres para 01 homem. (HELLSTROM, 1977).
Fig. 07 - Caso clnico de perimlise em dentes anteriores.
Causas exgenas de corroso, tem sido relatado que qualquer substncia alimentar que possui um valor de pH crtico menor do que 5,5 pode vir a corroer e desmineralizar os dentes (ZERO,1999.
Isto pode ocorrer como resultado do consumo de alimentos altamente cidos aquecidos e/ou bebidas tais como manga e outras frutas ctricas, refrigerantes carbonatados e chupar balas cidas ou azedas. Enxaguatrios bucais cidos tambm podem ser corrosivos. Refrigerantes carbonatados acidulados podem ser o maior componente de muitas dietas, principalmente entre adolescentes e crianas(CORTELLINI & PARVIZI, 2003).
gua mineral carbonatada foi aumen- tada em seu pH por pelo menos metade de uma unidade quando tomada; seu efeito corrosivo no esmalte mnimo. O potencial corrosivo de qualquer bebida cida no depende exclusivamente do valor de seu pH, mas tambm fortemente influenciado pela sua capacidade de tamponamento, das propriedades de quelao do cido e pela freqncia e durao da ingesto. Tabletes mastigveis de vitamina C,
tabletes de aspirina,
aspirina em p
e o uso da droga anfetamina Ecstasy tem sido associados com corroso da superfcie oclusal dos dentes posteriores. Aplicao tpica de cocana na mucosa oral tem sido associada a corroso na face vestibular dos dentes ntero-superiores e primeiro pr-molar.
Abuso do lcool tambm tem sido associado alta incidncia de corroso, devido regurgitao crnica e vmito que se originam da gastrite associada com o abuso do lcool (GRIPPO et al, 2004).
Corroso dos dentes por causa ocupacional pode ocorrer durante exposio a gases industriais que contm cido hidroclordrico ou sulfrico, assim como o cido usado na galvanizao e na manufatura de baterias, munies e refrigerantes (GRIPPO et al, 2004).
cidos exognicos esto presentes em comida, drogas e bebidas no aloolicas. Algumas dietas so ricas em cidos orgnicos (LINKOSALO & MARKKANEN, 1985, SULIVAN & KRAMER, 1983), ao passo que bebidas mais suaves contm cidos inorgnicos (RYTMAA et al., 1988). Regurgitao pode introduzir cidos endognicos dentro da boca (HELLSTROM, 1977, J ONES 1989, KAIDONIS et al. 1992, GRIPPO, 1991) e isto tambm tem sugerido que a ao salivar diminuda pode exacerbar a severidade da leso (LINKOSALO & MARKKANEN, 1985, BEVENIUS et al., 1988, WOLTGENS et al., 1986). Bruxismo quando combinado com regurgitao nervosa de contedos esto- macais cidos ou de vmitos habituais, pode dar origem eroso adamantina e ao desgaste incisivo e palatino extrermamente rpido (RAMFJ ORD & MAJ OR, 1984). Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 111 Aps diagnosticarem um caso de Perimlise em uma adolescente Boksman et. al. em 1986, encontraram como causa mais provvel a ingesto diria de 700 ml de refrigerante tipo cola. Quanto ao tratamento, este deve ser realizado associando clnica mdica e odontolgica.
ABFRAO
uma classificao apresentada na literatura para explicar perda de estrutura dental no cariosa (BRAEM, 1992, GRIPPO, 1991, LEE, & EAKLE, 1984). A palavra Abfrao significa ab (distncia) e factio (quebra), o que define a perda patolgica de tecido duro em decorrncia de foras biomecnicas, que causam uma flexo dentria e conseqente fadiga do esmalte e dentina, em um local distante do ponto da carga oclusal (GRIPPO, 1991). Essas leses apresen- tam-se na forma de cunha nas regies cervicais dos dentes e aventam a hiptese de que o fator etiolgico primrio para tais leses seja a sobrecarga oclusal. Pode compro-meter dentes subseqentes de um hemiarco ou um nico elemento dentrio, com bom suporte periodontal. Sabe-se que o fator mais significante no tratamento dessas leses a remoo da sobrecarga oclusal, antes do procedimento restaura- dor. A teoria proposta por Lee & Eakle em 1984, sugere como possvel etiologia foras laterais (carga biomecnica), que podem criar tenso elstica de flexo e deformao da estrutura dental, desarran- jando os cristais de hidroxiapatita do esmalte e permitindo que pequenas molculas, como as de gua, penetrem e tornem esses cristais mais susceptveis ao ataque qumico, e posterior deteriorao mecnica (Fig 08).
FIG. 08 - Desenho esquemtico da teoria de Lee & Eakle.
Papel da tenso oclusal Observaes de leses cervicais cuneiformes podem indicar que tenses oclusais sobre o dente o fator que iniciou essas leses. Estudos tm mostrado que carga excntrica aplicada sobre a super- fcie oclusal do dente gera tenses que so concentradas nas regies cervicais, (THRESHER & SAITO, 1973, YETTRAM et al, 1976, SOARES et al. 2002) (figs. 09 e 10).
Fig. 09 - Caso clnico de abfrao nos dentes 25 e 26, vista frontal.
Fig. 10 - Caso clnico de abfrao nos dentes 25 e Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 112 26, vista sagital.
Propriedades fsicas da estrutura dentria As propriedades fsicas do dente tm sido extensivamente medidas e aparecem variando consideravelmente entre os indi- vduos, de dente para dente no mesmo indivduo e ainda dentro de locais diferen- tes no mesmo dente (PHILLIPS, 1973). Porm, certas caractersticas fsicas podem ser generalizadas. Entre estas a dentina aparenta ser mais forte que o esmalte na tenso (PHILLIPS 1973, BOWEN & RODRIGUEZ 1962), devido sua alta resilincia (tenacidade) que a habilita a suportar grandes deformaes sem fratura. O esmalte movimenta como unidade rgida, enquanto a dentina deforma elasti- camente sob o mesmo. O esmalte cons- titudo de trs componentes: um mineral que compreende o prisma de esmalte, uma matriz orgnica e gua, tanto dentro quan- to ao redor. Com o uso de microscopia eletrnica, podem ser vistos os prismas de esmalte compostos por minsculos crist- litos que possuem aproximadamente 40 nm (nanmetros) de dimetro (ARENDS et al., 1979). O esmalte embora duro, tambm quebradio frgil e pode tolerar somente uma pequena quantidade de deformao antes de fraturar. A habilidade para suportar tenso depende significativa- mente, da direo da fora relacionada orientao dos prismas de esmalte (PHILLIPS, 1973). Por exemplo, a habili- dade do esmalte em suportar fora que tracionam os prismas de esmalte um do outro parece ser bastante frgil. Em um estudo do comportamento friccional e falha na superfcie do esmalte, Powers et al., 1973, observaram que a quebra elsti- ca ocorre em torno dos prismas do esmalte dentro da substncia inter-prismtica. um fato bem conhecido que micro-fraturas na superfcie enfraquecem seriamente materiais quebradios.
Tipos de tenso O aparelho estomatogntico durante a funo direciona trs tipos de tenso sobre o dente: compressiva, elstica e cisalhamento. A tenso compressiva a resistncia contra compresso, a tenso elstica a resistncia contra estiramento ou alongamento e cisalhamento representa a resistncia contra toro ou deslizamento (LEE & EAKLE 1984). De acordo com Lee & Eakle, 1984, a severidade da leso ser de acordo com o nmero de foras envolvidas. Quando o dente carregado excentricamente, flexo e dobra so incorporadas ao dente. Se a tenso aumenta, leses de abfrao no esmalte e dentina mostra uma concavidade cuneiforme (forma de V e linhas com ngulos ntidos), no fulcro do dente, ou seja, na juno dentina esmalte (J DE) (LEE & EAKLE 1984). A resultante das foras aplicadas sobre o dente causa destruio no esmalte e dentina (GRIPPO 1992). As foras envolvidas so cclicas e estticas e orien- tadas pela direo, magnitude, freqncia, durao e localizao da fora de origem. Durante a funo de mastigao fisiol- gica, foras so direcionadas no longo eixo do dente com maior quantidade de tenso localizada na juno cemento esmalte, (LEE & EAKLE, 1984). Quando existem problemas de malocluso, foras laterais so produzidas (tenses compres- sivas e elsticas), causando deformao ao redor do dente (LEE & EAKLE 1984). A tenso elstica ento, desorganiza a adesi- vidade qumica da poro cristalina do esmalte e dentina, que resulta em fadiga, deformao e fratura (LEE & EAKLE 1984). O dente , ento, mais susceptvel reduo dentria por abraso, atrio e/ou eroso,
(GRIPPO 1992,
LEE & EAKLE 1984). A direo da fora e a orientao dos prismas de esmalte representam impor- tante papel na habilidade do esmalte em sustentar tenses (LEE & EAKLE 1984, , GOEL, KHERA & RALSTON 1991). A ao de mastigar representa, aproximada- Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 113 mente, 9 minutos durante as 24 horas do dia (GRIPPO 1992). As seqelas no envolvimento do esmalte incluem linhas finas de fratura, estrias e leses cuneiformes (GRIPPO 1992). J as seqelas do envolvimento da dentina incluem uma leso profunda na cervical em forma de V, completamente circundada pelo dente ou vrias chanfra- duras na juno dentina esmalte (GRIPPO 1992). Uma invaginao da ponta da cspide (abfrao oclusal) pode ocorrer nas depresses em molares e pr-molares como resultado da invaginao dos pris- mas de esmalte na superfcie oclusal (GRIPPO 1992). A localizao da leso determinada pela direo da fora lateral que produz a tenso. O tamanho da leso determinado pela magnitude e freqncia da tenso produzida (LEE & EAKLE 1984). A relao entre as leses de abfrao e a morfologia e anatomia do dente na juno dentina esmalte (espessura do esmalte e dentina) tambm foram exa- minadas (LEE & EAKLE 1984,
GOEL, KHERA & RALSTON 1991). Estudos concluram que existem variaes na distribuio de tenses na juno dentina esmalte e os dados sugerem alto grau de continuidade entre a tenso padro, a juno DE e a formao das leses cervicais, (GOEL, KHERA & RALSTON, 1991). O dente canino representa importan- te papel sobre os movimentos laterais na dentio, suprindo funo protetora para o relacionamento dos dentes posteriores, se os caninos so ausentes, foras laterais so transmitidas para o dente posterior com o desenvolvimento de possveis abfraes cervicais,
(LEE & EAKLE 1984).
PARAFUNES
Bruxismo todo contato de dentes antagnicos com presso e/ou desliza- mento fora dos movimentos fisiolgicos de mastigao e deglutio. O termo bruxismo tem sido atribudo ao longo da histria a vrios distrbios, tais como apertamento dentrio (bruxismo cntrico) e ranger dos dentes (bruxismo excntrico), resultando em desgaste no funcional das superfcies dentrias. Karolyi, em 1901, foi o primeiro a realizar um estudo cientfico sobre o problema e o denominou neuralgia trau- matica, o que posteriormente foi denomi- nado de efeito Karolyi, por Weski em 1928; neurose do hbito oclusal por Tishler em 1928; de bruxismo, por Miller em 1936; parafuno, por Drum em 1967 e ultimamente considerado um hbito parafuncional, (REHBERGER, et al. 1982), (fig.11)
Fig. 11 - Caso clnico de parafuno (bruxismo).
fundamental que o Cirurgio Dentista conhea a etiologia desse hbito de origem multifatorial, que causa contro- vrsia entre os autores e grande dificul- dade no estabelecimento de seu diagns- tico e tratamento. Segundo HUFFMAN & REGENOS, 1977, uma noite de bruxismo igual uma vida inteira de mastigao.
Etiologia
Os fatores etiolgicos podem ser divididos em intra e extrabucais (REHBERGER et al., 1982). Como fatores intrabucais, qualquer prematuridade ou interferncia oclusal poder ser responsvel pelo incio do bruxismo. Tais fatores se classificam em iatrognicos primrios e secundrios. Iatrognicos - qualquer interferncia ou prematuridade ocasionada por trata- Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 114 mento incorreto, conservador, prottico ou ortodntico. Iatrognicos primrios -prematuri- dades que alteraram a harmonia entre a relao cntrica (RC) e a mxima intercus- pidao (MI) ocasionando a posio de mxima intercuspidao habitual (MIH). Essas prematuridades e interfern- cias geram no indivduo uma reao inconsciente, que tenta elimin-las para encontrar o equilbrio fisiolgico. Iatrognicos secundrios - qualquer distrbio oclusal no dentrio prpria- mente dito como: gengivites, estomatites, clculos, periodontites, galvanismo e outros. Existem outros fatores intra-bucais alm dos etiolgicos que contribuem para o desenvolvimento desse hbito, como por exemplo defeitos anatmicos dos dentes, superfcies speras, inclinao de dentes e ocluso unilateral. Os fatores extra-bucais se classifi- cam em psicolgicos, sistmicos e uso de drogas. Psicolgicos - geralmente ligados ao estresse emocional, inibio, raiva, frustra- o, hostilidade, ansiedade, apreenso, medo, privao de necessidades bsicas, obstculos na realizao pessoal, separa- o, viuvez, perda de emprego, aposenta- doria e outros Sistmicos - alteraes obstrutivas do trato digestivo, parasitas intestinais, desequilbrio enzimtico na digesto cau- sando estresse abdominal crnico, desor- dens endcrinas (hipertiroidismo), altera- es nutricionais (hipocalcemia, hipovita- minose), alteraes sangneas e epilepsia. Uso de drogas - anfetaminas, L - dopa, fenfluramina (derivado da anfeta- mina), fenotiazina (em pacientes com discinesia tardia), lcool. No bruxismo cntrico, bem como no excntrico, o que realmente ocorre a combinao de fatores intra e extra-bucais. Pequena interferncia em pessoa com grande tenso ou grande interferncia em pessoa com pequena tenso inicia e/ou mantm o bruxismo. Ao contrrio, no se desenvolve bruxismo em pessoa com pequena tenso e ausncia de interfe- rncias oclusais. O bruxismo pode se manifestar de vrias formas: em dentes, periodonto, msculos e articulaes.
Manifestaes dentrias Atrio, eroso e abfrao, j descritas. Hipersensibilidade pulpar - o exces- sivo esforo produz uma hiperemia pulpar com reao dolorosa, especialmente ao frio. Pulpites - devido aos resduos cata- blicos pulpares e a reao dentinria de proteo. Fraturas - de coroas, razes ou restauraes, (fig. 12).
Fig. 12 - Caso clnico de bruxismo com fratura dentria
Perda de substncia dentria - aumento da interface esmalte-cemento. Sons oclusais - sons de ranger patognomnicos do bruxismo, audveis em 18% dos bruxomanos. Ocorrem em movi- mentos excntricos produzidos por fric- o, noturnos e inconscientes. Devido a uma inflamao periodontal que acolchoa o dente, ocorre na percusso desses dentes que apresentam-se facetados e com mobi- lidade anormal, um Som oco auscultado. Manifestaes periodontais Mobilidade - ocorre em dentes com o periodonto sadio, resultante da sobre- carga oclusal, pois aumenta a largura do espao periodontal sem que haja inflama- Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 115 o do ligamento periodontal. Apesar des- sa mobilidade, histologicamente no ocorre a formao de bolsa periodontal e perda de insero conjuntiva, mas tem efeito significativo sobre o osso alveolar. Isso demonstra que pacientes com estado periodontal normal e bruxismo noturno tm mobilidade dentria matinal que diminui ao longo do dia. Pacientes com bruxismo e cspides altas tm maiores problemas periodontais. Destruio ssea - no bruxismo ocorre uma destruio traumtica sem bolsa, pois, para que aparea leso perio- dontal, deve-se produzir duas leses isola- das, uma sobre a gengiva marginal e outra sobre a insero epitelial, e o bruxismo no compromete a gengiva marginal, sen- do apenas um fator contribuinte enfer- midade periodontal. O ligamento perio- dontal absorve grande parte da fora oclusal e pode convert-la em tenso ou presso na lmina dura, resultando em alteraes sobre o osso alveolar. Quando o limite de sustentao fisiolgico exce- dido, pode ocorrer hemorragia, trombose e degenerao do cemento e ligamento periodontal, que se manifesta como espes- samento do espao periodontal. A presso estimula os osteoclastos enquanto a tenso os osteoblastos. O resultado pode ser visto como afinamento ou perda da lmina dura ou como espessamento da mesma, coin- cidente com o ponto de condensao ssea. Em outras ocasies, podem-se observar exostoses em diversas zonas dos ossos maxilares e mandbula, (fig. 13) . Periodontia Transitria - apresenta- se como dor matinal percusso e mastigao e vai desaparecendo com o decorrer do dia.
Fig. 13 - Caso clnico de bruxismo com exostose na face vestibular superior.
Manifestaes musculares Hipertonicidade muscular - ocorre devido s contraes isomtricas e abo- lio do reflexo flexor. Cria-se um espas- mo e, como conseqncia, os msculos se contraem e impedem o controle dos movi- mentos das ATMs, produzindo resistncia inteno do operador em guiar a mandbula para a posio de RC, bem como para as posies de lateralidade. Miosites - causadas pela manuteno da contrao isomtrica das fibras muscu- lares. Os produtos txicos resultantes de seu metabolismo no podem ser elimina- dos com a rapidez necessria pela corrente sangnea, e assim se acumulam produ- zindo zonas inflamatrias, dolorosas palpao. Mialgias - quando o acmulo de produtos txicos se torna crnico, produz uma verdadeira agresso qumica s estruturas tissulares causando dor esponta- nea sem presso ou movimento. Hipertrofias - apresentam-se geral- mente nos msculos massteres bilaterais, e produz uma alterao da harmonia facial. Limitao funcional - ocorre como conseqncia da dor muscular, ao abrir a boca o paciente percebe uma sensao dolorosa evitando a abertura, o que produz estiramento das fibras e compresso da zona dolorosa. Deve-se verificar se esta limitao funcional de origem muscular ou articular por impedimento mecnico. Para o diagnstico realiza-se uma abertura forada. Coloca-se o dedo polegar sobre o Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 116 bordo incisal superior e o indicador sobre o bordo incisal inferior, mede-se a abertura com um calibrador e forando, tenta-se aumentar a abertura. Apresen- tando dor, a causa muscular, (figs. 14 e 15).
Fig. 14 - Exerccio de abertura forada da mandbula.
Fig. 15 - Exerccio de abertura forada da mandbula.
Manifestaes articulares: O bruxismo crnico contribui em 50% para a patologia articular. Dor - freqentemente unilateral e relacionada com a dor muscular, s se apresenta palpao ou funo. No espontnea, a palpao deve ser bilateral, primeiramente externa sem movimento e se houver dor com movimento. Isto no significa que seja as ATMs. Geralmente, periarticular (muscular), faz-se ento a palpao interna do conduto auditivo externo, com e sem funo. Se aparecer dor, mais provvel que sejam as ATMs do que a zona periarticular. Para discernir se dor nas ATMs ou no, realiza-se as manobras de Kerg Pulser: coloca-se uma cunha de madeira entre os dentes do arco correspondente articulao dolorida, se a dor melhorar, esta se deve s ATMs. Isto ocorre, pois o deslocamento do menisco permite toque das superfcies sseas, o que leva a dor; e a cunha o evita. Ao contrrio, na articulao oposta se houver aumento considervel da dor, deve-se ao trava- mento das superfcies sseas. - Restrio de movimentos dificul- dade na mastigao e descoordenao na abertura e fechamento dos maxilares. Se a causa for articular, a trajetria de abertura e fechamento ser sempre a mesma, caso contrrio, ser muscular. - Rudos articulares - estalidos por hiperatividade muscular, descoordenao muscular, deslocamento do disco articular e alteraes morfolgicas das ATMs.
Bruxismo em criana Embora o bruxismo tenha sido mais estudado em pacientes adultos, freqen- temente observado em dentes decduos, apresentando desgastes severos em suas faces oclusais e incisais, demonstrando que tambm em crianas esse hbito pode ocorrer, (figs. 16 e 17). Os sintomas so semelhantes em todas as idades. As diferenas devem-se maior capacidade das crianas em tolerar alteraes nas estruturas do aparelho estomatogntico e maior potencial de regenerao. Essas alteraes iniciadas na infncia, se no diagnosticadas e tratadas devidamente, podem gerar profundas alteraes no aparelho estomatogntico do paciente quando adulto. Portanto, tais alteraes merecem ateno especial dos Cirurgies- Dentistas para diagnstico precoce, pos- sibilitando tratamento adequado e criando condies propcias para o desenvolvi- mento fisiolgico do aparelho estmato- gntico. Tal como nos adultos, a etiologia do bruxismo multifatorial, podendo ser oclusal, psicolgica e sistmica, acrescen- tando-se ainda s oclusais as prematuri- dades ocasionadas pela transio da denti- o decdua para a mista. Tambm seme- lhante s dos adultos as manifestaes e Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 117 conseqncias do bruxismo. Porm, as atries so mais severas nos dentes dec- duos devido a menor resistncia destes.
Fig. 16 - Bruxismo em criana
Fig. 17 - Bruxismo em criana
Ocorre com maior freqncia em crianas com leso cerebral, que apresen- tam entre outros, sinais de imaturidade e retardo no desenvolvimento da prprio- cepo normal dos dentes e periodonto. No diagnstico de crianas que apresentam bruxismo, de extrema impor- tncia a presena dos pais durante a anam- nese, pois os mesmos podem relatar a prtica do rudo caracterstico do ranger dos dentes durante o sono. Existe a possi- bilidade do fenmeno ser passageiro e eventualmente desaparecer, o que torna seu diagnstico e teraputica questiona- veis. Existem poucas evidncias de danos permanentes, sendo menos freqente aps os 12 anos.
Conseqncias Facetas de desgaste lisas e bri- lhantes, perda da guia canina e/ou da guia anterior, dor de cabea por contrao muscular (recorrente), dor articular, estali- do (alteraes morfolgicas da articula- o), dor miofacial, fraturas de dentes e restauraes, m ocluso, perda de osso alveolar, abraso dentria, dor, pulpite, destruio de trabalhos odontolgicos existentes, fadiga muscular ao despertar, descoordenao dos movimentos mandi- bulares, desgaste e at perfurao do disco articular, remodelao condilar, achata- mento das superfcies articulares, hipertro- fia muscular, Sindrome parotdeamasse- terina e envolvimento esttico.
Diagnstico Aproximadamente 10% da populao adulta e 5% das crianas so conscientes de seu bruxismo noturno. Apenas 20% do bruxismo pode ser identificado pelo exame do padro de desgaste dental. Geralmente, o bruxismo noturno inicia primariamente com o apertamento, ocorre desgaste mnimo, porm, h relato de dor articular ou muscular e fadiga e/ou rigidez muscular ao despertar. Se a causa do bruxismo no est completamente clara, uma coisa parece certa, h mais de um fator responsvel pelo bruxismo. tam- bm evidente que no h um nico trata- mento capaz de eliminar ou mesmo redu- zir completamente o bruxismo, porm, os sinais e sintomas parecem desaparecer completamente com a cuida-dosa elimina- o de interferncias oclusais.
Tratamento O tratamento deve ser de forma multiprofissional e abranger vrios aspec- tos, como a terapia odontolgica direta (ajuste oclusal, odontologia restauradora), e a indireta (placas oclusais, calor local, fisioterapia, terapias mdica, farmacol- gica e psicolgica e o auto recondicio- namento). O ajuste oclusal pode ser realizado sempre que estiverem presentes os sinais e sintomas de ocluso traumtica, discrepn- cia em RC e interferncias oclusais nos movimentos mandibulares excntricos. Porm, sabe-se que muitas vezes o ajuste oclusal, por si s, no suficiente para eliminar o hbito, pois alm dos fatores oclusais, na grande maioria dos casos o fator psicolgico est presente. Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 118 A terapia restauradora deve ser realizada, sempre que estiver presente superfcie coronria dentria parcial ou totalmente destruda, e que sua reconsti- tuio se fizer necessria para o restabe- lecimento da dimenso vertical de ocluso, relao cntrica de ocluso, estabilidade oclusal e guia anterior, (figs. 18,19 e 20).
Fig.18 - Caso clnico de bruxismo - vista frontal
Fig.19 - Caso clnico de bruxismo, reabilitado a DVO e a ORC - vista frontal
Fig.20 - Caso clnico de bruxismo, reabilitado a Guia Anterior - vista frontal
A terapia com placas oclusais diminui a sintomatologia mesmo no interrompendo o bruxismo, pois pode atuar nas ATMs, induzindo o cndilo a se posicionar corretamente na fossa mandi- bular. O que resulta na simples distri- buio das foras mastigatrias que talvez seja responsvel por esse alvio sintoma- tolgico. A terapia com calor local produzido por toalha mida aquecida sobre a regio sintomtica, mantida por 10 a 15 minutos, nunca ultrapassando 30 minutos aumenta a circulao sangnea na rea aplicada, aliviando a sintomatologia. A terapia com fisioterapia e uso de (T.E.N.S.)Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation, so recomendveis nos casos de dores faciais provocadas pelo bruxis- mo, mostrando-se como meios efetivos de controlar a dor e induzir ao relaxamento muscular. A terapia farmacolgica, como a utilizao de relaxantes musculares, tem efeito somente durante o uso da droga, reiniciando o hbito quando da sua interrupo. A terapia psicolgica deve ser exercida por profissional da rea. Eventualmente o bruxismo pode ser erroneamente confundido com leses de perimlise.
Bibliografia consultada
ARNOLD, M. Bruxism and the occlu- sion. Dent. Clin. North Am., v. 25, p. 395- 407, 1981. ATTANASIO, R. Nocturnal bruxism and its clinical managment. Dent. Clin. North Am., v. 35, p. 245-52, 1991. BELLOTE, G.M., COMPAGNONI, M. A. Avaliao de pacientes portadores de briquismo aps tratamento com T.E.N.S.. Odontol. Clin., v. 6, p. 15-9, 1996. BOKSMAN, L. et. al. The tretment of perimolysis using resin bonded etched metal onlays. Quint. International, v.17, p. 69-74, 1986. BRAEM, M., et. al. Stress induced cervical lesions. J . Prosthet Dent., v 67, n. 5, p. 718-722, May 1992. DAWSON, P. E. Avaliao, diagnstico e tratamento dos problemas oclusais. 2. edio, traduzido por Silas Cunha Ribeiro, So Paulo. Artes Mdicas, 686 p. 1993. FERNANDES NETO, A. J . et. al. Tratamento de perimlise por restauraes Disfuno Dentria Fernandes Neto, A.J ., et al. Univ. Fed. Uberlndia - 2006 119 metlicas fundidas fixadas por condiciona- mento cido e resina. Relato de caso clnico. Rev. Cent. Ci. Biomd. Univ. Fed. Uberlndia, v 10, n 1, p. 83-87, Dez. 1994. GRIPPO, J . O. Noncarious cervical lesions: the decision to ignore or restore. J . Esthet Dent., v. 4 suppl., p. 55-64, 1992. GRIPPO, J . O., SIMRING, M., SCHREINER, S. - Attrition, abrasion, corrosion and abfraction revisited. J ADA, v. 135, p. 1109-1118, august 2004. HASLER, J . F. Parotid enlargement: a presenting sing in anorexia nervosa. Oral Surg., v 53, p.573-576, 1982. HELLSTROM, I. Oral complications in anorexia nervosa. Scand. J .Dent. Res., v. 85, p. 71-86, 1977. HOUSE, R. C. et. al. Perimolysis: unveiling the surreptitions vomiter. Oral Surg., v. 51, n.2, p.152-155, 1981. HUFFMAN & REGENOS, R. W. REGENOS, J . W. Principles of occlusion - laboratory and clinical teaching manual. The Ohio State University, 6 ed. 1977. KLEIER, D. J . et. al. Dental manegement of the chronic vomiting patient. J . Am. Dent. Assoc., V. 108, n. 4, p. 618-620, 1984. LEE, W., EAKLE, W. S. Possible role of tensile stress in the etiology of cervical erosive lesions of teeth. J Prosthet Dent. v. 52, n. 3, p. 374-80, Sep, 1984. MACIEL, R. N. Perimlise. Robrac, v. 3, n. 7, p. 28-34, 1993. MARKS, M. B. Bruxism in allergic children. Am. J . Ortohod., v. 11, p. 48-59, 1980. MOHL, M. D. et. al. Fundamentos de ocluso. Traduzido por Milton Edson Miranda. p. 281-294, So Paulo: Quintessence, 449 p. 1989 NEVES, A D., DISCACCIATI, J . A. C. Abfrao: etiologia, diagnstico e trata- mento. Rev. CROMG, v. 5, n. 2, p. 100-5, 1999. NEVILLEB. W., et al., Patologia Oral & maxilofacial. Traduo coordenada por Luiz Carlos Moreira, Rio de J aneiro. Guanabara Koogan, p 47, 705 p, 1998 OKESON, J . P. Fundamentos de ocluso e desordens temporomandibulares. 2.ed. Traduzido por Milton Edson Miranda, So Paulo: Artes Mdicas, p. 281-294, 449 p. 1992. OKESON, J . P. Temporomandibular discorders in children. Pediatr. Dent. V. 11, p. 335, 1989. POLSON, A. M., et. al. Trauma and progression of marginal perio-dontitis in squirrel monkeys. VI Reversibility of bone loss due to trauma alone and trauma superimpose upon periodontitis. J . Periodontal. Rev., v. 11, p. 290-8,1976. RAMFJ ORD, S. P. Bruxism: a clinical and EMG study. J . Am. Dent. Assoc., v. 62, p. 21-44, 1961. RAMFJ ORD, S. P., ASH, M. M. Ocluso. 3. edio, Traduzido por Dioracy Fonterrada Vieira. Rio de J aneiro: Interamericana, p 248, 1984. REDHER FILHO, P. Mobilidade dentria. Rev. Bras. Odontol., v.52, p. 10-4, 1995. REDING, G. R. et. al. Nocturnal teeth grinding: all night psychophysiologic studies. J . Dent. Rev., v. 47, p. 786-97, 1968 REDING, G. R. Incidence of bruxism. J . Dent. Rev., v. 45, p. 1198-203, 1966. REHBERGER, O. G., et. al. Bruxismo. Rev. Actual. Estomatol. Esp. Madri, n. 379, p. 29-36, diciembre, 1982. SHAFER, W. G., et. al. Tratado de patologia bucal. 4 ed. Rio de J aneiro: Interamericana, p. 295-299, 1985. STAFNER, G. C., LOVESTEDT, S.A. Disolution of tooth substances by lemon juice, acid beverages and acids from other sources. J ADA, v. 34, n. 5, p. 586-593, 1947. UPDEGRANE, W. J . Radiography of the TNJ techniques and interpretation. Alpha Omegan, v. 69, n. 3, p. 50-58, 1976. ZUANON, A. C. C. et. al. Bruxismo infantil. Odontologia Clnica, v. 9, p. 41- 44. 1999.