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N.A 2 BOLET ú DOS A IIGOS DOS AÇORES / ASSOCIAÇAO ECOLOGICA JAN / ABRIL ,1990

ORNITOLOGIA - Páe 5, 6, J e 8

POLÍTICA E ASSOCIACÕES DE DEFESA DO AMBIENTE- PáE 3 C

EDUCAÇÃO aMBTENTAL NA FAJÃ DE BArXO - Pág 9


PALACIO DE SANT'ANA RECEBE
EDITORIAL
AMTGOS DOS AçORES
O OUE ENTENDEMOS
POR ECOLOGIA
"Ecologia é uma palavra
simples. Quer dizer que o
homem, como todas as es-
pécies vivas, esÉ incluido
num meio que compreende
a Natureza, os outros ho-
mens, e que não pode per-
mitir-se destruir esse meio
sem se destruir a si pró-
prio" (René Dumont ).
O termo ecologia Íoi usado
pela primeira vez, em
1866, pelo biólogo alemão
Ernst Haeckel, na sua obra
Generelle Morpholcgie der
Organismen. Segundo ele,
a ecologia é a "investiga- Uma delegação dos Amigos to plantada no jardim.
ção das relações totais do dos Açores foi recebida em O Núcleo de Ornitologia
animal tanto com o se- audiência no oassado mês de (NOATA) Íoi convidado a ela-
meio ambiente orgânico Novembro pelo Presidente do borar um estudo da avifauna
como inorgânico". Governo Regional dos Aço- que ali ocorre.
A ecologia, que só a partir res. O eurocieputado Vasco Gar-
de 1919 deixou de ser um
Seguiu-se uma visita guiada cia convidou ainda os Ami-
ramo da Biologia, pode ser
deÍinida como a ciência ao Jardim do Palácio de gos dos Açores a integrarem
que estuda as condições Sant'Ana, durante a qual Ío- uma visita a Estrasburgo em
de existência dos seres ram abordados temas relati- data ooortuna.
vivos e as interacçóes en- vos à f lora e Íauna ali existen-
tre eles e o seu meio am- tes. Foi oÍerecida ao Dr. Mota
bi€nte. Amaral uma vidália (Azorina
A interacção existente en- vidalii ), tendo sido de imedia-
tre a sociedade e a nature-
za Íez com que, a partir de ACTIVIDADES PARA 1990
certo momento, a ecologia
se lornasse, pouco a pou- Para além dos passeios a pé e senvolverem conjunto com os
co, em actividade de inter-
vençáo político/social.
das tomadas de posiçáo "Montanheiros" e o Deparla-
oúblicas acerca dos mais di- mento de Ciências Agrárias
No conceito de ecologia
podemos distinguir duas versos problemas arnbientais, da Universidade dos Açores),
vertentes: a cientíÍica e a o Plano de Actividades dos a padicipação no Projecto Co-
social. Estas náo podem AMIGOS DOS AçORES para astwatch Eurooe 90 e a edi-
ser entendidas numa o ano em curso prevê a reali- ção de várias publicaçóes,
antítese, mas sim como zação, entre oulras, das se- como uma brochura sobre o
dois aspectos da mesma guintes acÌividades: uma Tenente Coronel José Agos-
realidade global. A previ- camoanha em defesa do tinho, uma sobre a Geologia
são cientíÍica permite pombo{orcaz, um curso de da Lagoa do Fogo e outra
orientar a intervenção so-
introdução ao estudo e obser- sobre "Coleópteros do Nor-
cial e esta corrigir a primer-
la.
vação de aves, o projeclo deste".
Bioespel-S. Miguel 90 (a de-
POLÍT|CA E ASSOCTAÇOES DE DEFESA DO AMBTENTE

Os cidadãos e os grupos de própria vida, apontando vida, sem a qualo progres-


cidadãos comprometidos cada vez mais insistente- so económico não tem
com a deÍesa do ambiente mente para um beco sem qualquer sentido", aÍirma-
foram e são Íundamentais saída, surgiram então al- se mesmo num recente do-
ao processo de tomada de guns importantes estudos e cumento da Comissão das
consciência ecológica que, iniciativas que vieram corro- Comunidades Europeias,
hoje, por todo o mundo, borar essas preocupações, para quem o Ambiente,
com maior ou menor pro- destacando-se o primeiro desde a "cimeira" dos Che-
Íundidade, é uma reali- relatório encomendado pelo Íes de Estado e de Gover-
dade. Clube de Roma ao M.l.T. - no da Comunidade, reali-
Desde os Íinais da década "Os limites do crescimento" zada em Outubro de 1972,
de sessenta que a necessi- (1971) - bem como a ConÍe- tem sido objecto de vários
dade de substituir a política rência das Nações Unidas "programas de acção", o
convencional de cresci- sobre o Ambiente (Junho de primeiro dos quais adopta-
mento económico a todo o 1972). Aquilo que até então do logo em 1973.
custo pelo desenvolvimen- apenas algumas minorias Mas, se é um Íacto que,
to equilibrado dos vectores a
se atreviam deÍender, nos nossos dias, a questão
sociais, culturais e econó- passou a ser reconhecido ambiental eslá presente,
micos que consubstanciam pela generalidade das mais pelo menos a nível de in-
aquilo que se passou a importantes organizações tenções, em quase todos
designar por "qualidade de políticas e parlidárias, num os programas dos gover-
vida", começou a ganhar processo hoje irreversível - nos da maioria dos países,
cada vez maís Íorça. Esti- "os recursos ambientais. principalmente nos dos
mulados por um conjunto constituemabaseeim- economicamente mais
de indícios preocupantes póem o limite tanto do de- desenvolvidos, o certo é
de progressiva deg radação senvolvimento económico e que, por razões que se
do meio ambiente e da social como da qualidade de prendem, sobretudo, à
"necessidade" de apresen- nistro", opinião esta que junto dos orgãos da admi-
tar a curto prazo realiza- vem também reconhecer a nistração central, regional e
ções palpáveis das suas tendência que há em colo- local" e da legitimklade
políticas às populações, os car nos departamentos go- para " propor acções ne-
governos acabam, na vernamentais do Ambiente cessárias à prevenção ou
prática, por dar ao Am- pessoas sem qualquer ou cessação de actos ou omis-
biente um lugar subalterno, muito pouca Íormação ou sões de entidades públicas
pervertendo o seu carácter convicção ecológica, bem ou privadas que constituam
essencial de supervisor e como alertar para uma das Íactor de degradação am-
balizador da generalidade grandes responsabilidades biental" e para "recorrer
das acções políticas. E é que as associações ecolo- contenciosamente dos ac-
neste contexto que se con- gistas não podem deixar de tos administrativos que vio-
Íirma como imprescindível enÍrentar: a de Íornecer lem as deÍinições legais
e insubstituível o papeldas pessoal à vida político-go- que, nos lermos do artigo
associações de deÍesa do vernativa, quer através de 66e da Constituição da
ambiente e da qualidade de partidos "verdes", quer República, protegem o
vida. mesmo através dos parti- ambiente e a qualidade de
"Penso que a causa am- dos tradicionais, já que a vida".
biental avançou de maneira ecologia não é um mo- Não se colocando em cau-
drástica porque todos os nopólio daqueles e já que a sa e reconhecendo-se
grupos de pressão, em sobrevivência destes pas- mesmo. inclusive a nível
particular os grupos am- sa por encararem a sério a legislativo nacional, as vir-
bientalistas, lomaram a política de ambiente. tualidades e o direito de
dianteira nesta. Só temos Em Portugal, desde Abril de participação e intervenção
de os Íelicitar. Devemos 1987 é reconhecido por leio das associaçóes de deÍesa
saudar a sua convicção, a importante papel das asso- do ambiente na vida
sua tenacidade. o Íacto de ciações de deÍesa do am- política, a sua mncretiza-
terem sido eles que coloca- biente (Lei na 10/87 ,de 4 de ção encontra-se agora bas-
ram o ambiente na ordem Abril), deíinindo-se "os di- tante dependente do inte-
do dia. É evidente que eles reitos de participação e in- resse e das iniciativas das
sempre estiveram mais tervenção das associações próprias associaçóes. Mes-
avançados que os políticos de deÍesa do ambiente jun- mo e sobretudo quando as
nesta questão." - quem to da ad ministração central, entidades públicas, incluin-
o ex-ministro
assim Íala é regional e localcom vista à do os governos ou alguns
do ambiente do Canadá, promoção do direito a um dos seus orgãos, pretende-
ClifÍord Lincoln. numa re- ambiente de vida humano, rem íazer tábua rasa de
cente entrevista a uma re- sadio e ecologicamente toda a legislação destinada
vísta do seu país, reconhe- equilibrado". Assim, nos à protecção do meio am-
cendo, sem sombra para termos dessa lei, é garanti- biente e da qualidade de
dúvidas, a importância das do às associaçóes de deÍe- vida, inclusive da pópria
associações de deÍesa do sa do ambiente "o direito de Lei das Associações de
ambiente. E acrescenta parlicipar e intervir na deÍi- DeÍesa do Ambiente.
ainda que "creio que o mi- nição da política de am-
nistério do ambiente deve- biente e nas grandes linhas Frarnisco M.S. Botelho
ria ser composto, desde a de orientação legislativa",
base. de ambientalistas para o que gozam do "direi-
convictos. incluindo o mi- to de consulta e inÍormação
ORNITOLOGIA
NOATA
Programa de Conservação da Natureza
e Ornitologia

ruúcleo oe onrurrolocn - Nonra


r ANo oe exsrÊHcn

O NOATA, desde o seu espécies Ílorísticas e avi- NOATA na comunicação


aparecimento em Janeiro Íaun ísticas que ali ocorrem. social regional.
de 1989 até esta data, tem Dos objectivos destas acti-
vindo a incrementar nos vidades salienta-se a sensi-
Açores uma maior sensibi- bilização dos jovens para a
lidade no que concerne à importância da salvaguarda
protecção e preservação do património natural, a
da nossa Íauna ornitológi- realização de censos de
ca. aves e o estabelecimento
Tal empreendimento tem dum grau de aproximação
sido conseguido através cada vez maior relativa-
de várias actividades reali- mente às espécies aviÍau-
zadas pelos seus mem- nísticas. relacionando-as
bros, designadamente em sempre com a vegetação
saídas de campo, em circundante.
acampamentos e vísitas Também numa saída de
de estudo. bemcomo atra- campoo NOATAexplorou a
vés de acções individuais Reserva Naturalda Chã da
ou junto dos meios de co- Macela, na qual Íoi possível
municação social. colher bastantes informa-
Desta Íorma o NOATA ções no que diz respeito à
levou a cabo no Verão de comunidade ornitológica
'89 duas visitas de estudo e local. O NOATA condena o
acampamento: O Projecto Íacto de existir há já bas-
MaiaeoProjectoVila tante tempo um MilhaÍre
Franca do Campo, que in- (Buteo buteo rothschildi)
cluía uma ida ao ilhéu. mantido em cativeiro no
Em Vila Franca do Campo Posto Cinegético da Reser-
Íoi distribuído às popula- va e em condições ahamen-
ções e turistas um desdo- te precárias. Sobre esta
brável acerca do ilhéu, no matéria Íoi dado parecer
qual era Íeita alusão às por um dos elementos do
VISITAS DE A
PROJECTO MAIA PROJECTO VILA
FRANCA DO CAMPO
Metrosíderos, e que é usa-
Regista-se um avanço Bom número de estreli-. da pelas aves para nidifica-
cada vez maior da popula- nhas (Regulus regulus ção, seja vedada aos turis-
ção de pardais (Passerdo azoricus), ocorrência nor- tas e veraneantes, pelo
mesticus) considerado pra- mal de milhaÍres (Buteo menos durante o período
ga. Há um retrocesso as- buteo rothschildi). Afun- de postura e nascimento
sustador das colónias de dância de melros-pretos dos juvenis.
aves endémicas, principal- (Turdus merula azoren- Durante o resto do ano, que
mente do canário-da-terra SjS). Número considerável não no período acima reÍe-
(Serinus canarius cana- de Santantoninhos, Tentil- rido, esta área poderia ser
Iiu$. O número de in- hões, Toutos, Canários e visitada por quem o dese-
divíduos da subespécie do Alvéolas, respectivamen- jasse, acompanhado por
milhaÍre (Buteo buteo te Erithacus rubecula, um guia que zelaria pela
rothschildi) é razoâvel. Fringilla coelebs moreleti, preservação das condições
Ocorre uma vasta colónia Sylvia atricapilla atlantis, ecológicas da área.
de garajaus (Sterna hirun- Serinus canarius canarius No período vedado às po-
çlq). Assinala-se a presen- e Motacilla cinerea patri- pulações a zona de ndiÍica-
ça de Larus ridibundus, as- ciae. ção poderia única e exclusi-
sim como uma boa aÍluên- No ilhéu de Vila Franca do vamente ser visitada por
cia de Gaivotas argênteas Campo há a registar a ob- investigadores previa-
(Larus argentatus). Poucos servação dum cagarro ju- mente autorizados.
exemplares do melro-preto venil anilhado. tendo na
(Turdus merula azorensis), devida altura o NOATA
Alvéola (Motacilla cinerea entrado em contacto com
patriciae) e pombos-da ro- a entidade responsável
cha (Colu mba livia atlantis). pela anilhagem.
Uma das conclusões reti-
radas desta "expedição"
prende-se com a observa-
ção de centenas de aves
mortas no ilhéu, sem ra-
zão aparente para tal. As
espécies mais aÍectadas
são a Larus argentatus
atlantis e o Turdus merula
azorensis.
Gomo resultado deste tra-
balho de investigação pro-
pômos que a parte Suldo
ilhdu de Vila Franca do
Campo, para além dos
P EXI
O Dom ÍaÍe, de nome que este. Um Íacto explica-
cientíÍico Pyrrhu la pynhu la, tivo da grande semelhança
evoluíu entre nós de tal ma- entreomachoeÍêmeaéa
neira que veio darorigem a igualdade rìo que corìcerne
uma nova espécie endémi- ao número de indivíduos de
ca, o priôlo, conhecido nos cada sexo ser aproximada-
meios cientíÍicos por Pyr- mente igual. Daí que não
rhula murina. haja a necessidade do
Com a vinda de vários cien- macho tentar ser mais Íorte
tistas à Região Autóno- que os demais e obter a su-
ma, nomeadamente or- premacia, nem tendo de se
nitólogos, o priôlo Íoi inicial- embelezar para agradar a
mente considerado uma um número mais reduzido
subespécie, Pvrrhula pyr- de indivíduos do sexo opos-
rhula murina, pois não ío- to. Colocaram pesticidas nos
ram registados dados que No século passado o priôlo Írutos, designadamente o
justiÍicassem o seu afasta- era uma espécie bastante Íatal DDT, conseguindo
mento relativamente ao Írequente na parte Oriental destronar destas paragens
Dom faÍe. da ilha de São Miguel. o priôlo.
No entanto, e com o evoluir Desde sempre a sua exis- A Pyrrhula murina Íoide tal
da Ornitologia, aquando da tência esleve conÍinada à modo perseguida que se
vinda posterior de outros parte Oriental da ilha, nuÍrca viu Íorçada a recuar sem-
ornitólogos conceituados, pre e cada vez mais até
tendo sido avistado a Oeste
Íoi possível enconlrar pro- das Furnas. Em mais ne- zonas mais Íechadas e de
vas bastantes que levaram nhuma ilha do arquipélago mala.
ao aparecimento duma há lembrança da ocorrência O
priôlo é uma ave tímida,
nova espécie para a ciên- desta ave, e isto talvez se não rnuito bonita, não ha-
cia, concretamente a Pyr- deva ao Íacto dé ser na vendo por isso justiÍicação
rhula murina. parte Leste de São Miguel para a sua captura. Não se
As diÍerenças nas pluma- que se mantêm ainda hoje adapta à vida em cativeiro,
gens destas duas espécies grandes extensóes de Ílora mesmo sendo nela mantido
são notórias. indígena, óptimos refúgios desde a nascença.
O Dom ÍaÍe macho diÍere da para pássaros de porte Posto tudo isto, o priôlo é
Íêmea, pois tem o peito ver- semelhante ao do priôlo.
hoje em dia uma espécie
melho, ao passo que o da O priôlo chegou a ser consi- em vias de extìnção caso
Íêmea é cinzento. Ora, no derado uma praga temível, não seja acarinhado pelas
priôlo tal não sucede, tendo e isto porque atacava cessário gentes.
nossas É ne-
esta ave o peito cinzento- árvores de Íruto, em espe-
protegê-lo das
amarelado em ambos os cial pessegueíros, causan- agressões do meio, pois
sexos, a cabeça preta, bem do deste modo estragos nos existindo em baixíssimos
como as penas das asas e pomares. números é difícil assegurar
da cauda. Quem não via tal invasão a sua perpetuação.
Também no tamanho o com bons olhos eram os TARCO DE EETTEIrcOURT GOIIES
priôlo diÍere do Dom ÍaÍe, agricultores que lhe decla-
sendo maior e mais robusto raram guerra.
GARCAS. REAIS ALVO DE CAQA
A notícia chega-nos do Faial, mais exactamente do Núcleo Regional dos Açores
da Quercus.
É que nem todos gostam de apreciar de longe o seu bailado gracioso.
o BATLADO FATAL DA I | outras p€rmanecêm durante
GARCA I I

Noremamusicardasériere_ | | | | illnflïï""',"""ffi;"ff Jï
levisivaXailesNegrosevoca- il -À nlG llpassaOorec€nls.
-sgaDelezaoo oallaoooa I I ll Eutttcrav."gttrdrrrr.rtrorvèl't-
a?,..' ,l I Ltaoao€iaso€ssoas.chegan-
úaitnadoFaial,enoespaço i t U ll Ooareproduzir-senointerior
de algumas semanas, Íoram ! | !n | | de grandes cidades como
abariãas atgumas garças- ll l\\l. llEstocolmoeAnìssterdão.
reais.
ífrdrs. llll - V4
Y - llMas...voltandoaosAçores:
| 'rYv'vv'
DoisÍactos,duasÍormasdis- ll A llnara quando um programa
tintas de olhar o mesmo I I 4À' | | coerente e continuado de
Íenómeno: o elêrno regresso | | educaçáo abiental?
das garças aos Açores para I migradoras. Ainda antes do I Para quando um corpo de
uma estadia invernal. Íim dos degelos regressam às I vigilantes da Natureza?
E, como é indispensável I suasprincipaisáreasdenidiÍi- | Não se sabe. Entretanlo o
conhecer para proteger, pro- | cação, na Europa Central. Aí | bailado da garça continuará a
pomosaoleitorestepequeno I criam em colónias, algumas I ser recebido.de Íorma tradi-
texto sobre a vida destas I das quais são muito antigas, I cional:atiro.Équeaindaexis-
AVêS, com várias centenas de anos. I tem atavismos plistocónicos
A garça-real é uma das I Durante o acasalamento as I p€rturbados pela beleza das
últimas grandes aves I aves rsconom a um ritual rico I aves na paisagem açoriana
aquáticas europeias. Mede I em gsstos que permite domi-
90cm. decomprimentoe 170 | nar a agressividade instinliva,
cm. de envergadura e pesa I transÍormando-a numa sórie I Aconteeu no Falal.
cerca de 1.5 a2 kg. Numa I de comportamentos que po- | Cá6nl$€ottllgueltambém
plumagem discreta, mas de I demos apelidar de cortesia I as Garças-rcals oconem,
grandebeleza,diversostons I galante. Quando as aves jo- | se bm que espondlca'
cinzentos contrastam com o I vens se €ncontram em condi' I mente.
branco e o negro. Alimenta- | çÕes de voar, partem em lon- | EsperemoE que tal não
se de peixes, insectos e ra- | gas migrações para os locais I volte a suce&r.
tos,quecapturacomrapidez I de invernada na Europa do I Potque I exlstÔnctre &Sta
e eÍicácia, para obter as cer- | Sul e Ocidental, atingindo, a I ave não po& *r Posta em
ca de 500 gramas de alimen- | sul, o Norte de ÁÍrica e, a I causa pula e slmplesmente
to que necessila diaria- | oeste, os Açores. plo prazer de alguns em
m€nte. Quando existem pre- | toOos os anos chegam às I detrlmento do equllíbrlo
sas em abundância, por I diversas ilhas do Arquipólago I *tiatural.
exemplo perante uma praga I em grupos pouco numêrosos, | Xalles Negros " cre uma
de ratos ou uma pragade ga- | em busca de condiçÕes Ía- | onovela. Não quelnmos que
Íanhotos,agarça-real conse- lvoráveisparapassarolnver- | ballado de garça *Ja
gue viver mesmo sem água. I no. Algumas partem na Pri- | apnas o tema muslcal
As garças-reais sáo aves I mavera seguinte, snquanto I dessa produção.

SUPLEMENTO EDITADO COM O APOIO DA DIRECçÃO REGIONAL DO AMBIENTE


EDUCAçÃO AMBIENTAL
NA FREGUESIA DE FAJÃ
DE BAIXO
r/rlgI,2-lB7gr
rr|
A actividade ambiental da
Junta de Freguesia de Fajã de
Baixo tem sido orientada em
'(9'
n
duas direcções distintas,
oÍ ';,.,t'',.t1';;;iffiii1
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'..t ..
. :.....:.:i...:+:':.>:
...'..'.'.v.'.
m
z
embora, necessariamente,
''
Por
complementares.

ça dos comportamentos indi-


um
lado, a insistência na mudan-

viduais em relação à conser-


o :l...*n"x
{
vação da natureza e ao cultivo @
de plantas e Ílores, como Íor-
ma de alegrar e valorizar os
lrl
espaços públicos e, em geral, ',2
todo o ambiente em que se
desenvolve e se oossibilita a
vida colectiva. Por oulro. a
manutenção do estado de
asseio das ruas, largos e ou-
tros locais, como condição
delerminante para a melhoria
da qualidade de vida dos cida-
dãos, residentes ou simoles-
mente d€ passagem.
Não tem sido tareÍa Íácil, co-
nhecida que é a propensão
dos povos dos subúrbios para
a imitação dos asp€ctos nega-
tivos da vida das cidades, sem
cuidarem de absorver os valo-
res mais positivos e dignifi- ção do imóvel como espaço ges da Câmara Medeiros
cantes. ou centro cultural da Íregue- (1812 - 1879), uma das mars
Mesmo assim, com as acçÕes sia, sendo certo oue a Íaceta notáveis Íiguras açorianas do
empreendidas no dia a dia - da educaçáo ambiental será século XlX, cuja actividade
sem excluir o próprio contacto Íonte de inspiração para todas preÍerencial Íoi a de praticar,
directo e personalizado - mur- as actividades, quer se trate com êxito, a aclimatação de
to já Íoi conseguido no campo de exposiçÕes lemáticas, pa- espécies vegetais estranhas
da persuasão, Íicando a cerie- lestras, colóquios e mini-cur- à Ílora indÍgena dos Açores,
za de que ainda muito mais sos, quer esteja em causa o comootestemunhaori-
está porÍazer, porque s€ trata simples apetrechamento da quÍssimo património botânico
de um trabalho que nunca Biblioteca da Freguesia em do parque da cidade, conheci-
poderá lerminar. tão impodante capÍtulo. do, justamente, porJardim de
Neste sentido, a conclusão, A freguesia de Fajã de Baixo António Borges.
prevista para breve, da obra procurará, deste modo, hon-
de r€cuperação da sede admi- rar a sua qualidade de local de sET-19s9. / JoÃo cARLos t|AcEDo
nistrativa vai permitir a utiliza- nascimento de António Bor- PË.ldentG dt Juntr dc FrolF.ir dc Fria
dc Beiro
O PAPEL DA FLORESTA NA REGIAO AÇORES (CONCIUSãO)
A SILVICULTURA Ersp€ctos alarmantes, como é o destas valiosissimas relÍquias pela
A silvicultura é a arte de conjugar caso da Roca-de-velha (Hedy- monocultura da oiptoméria, quan-
os factores descritos, conciliando a chium C,ardneranuml; as percas do numeroeos baldios e solos flore-
produção de fibra com os de solo sâo grandes, já que todo o tais sâo dêixados por ocupat com
equilÍbrios ambientais e outros ser- povoamento atinge a idade de uma plantação eficaz.
viços. corte simultaneamentê, e o abab e Em todos os pontos d€ inteÍesse ê
O dilema da Silvicultura consistê arrastamento dos tonces coloca a importância da lïoresta, sst€ cobêr-
em determinar onde colocar o Íiel nú um solo despido de qualquer to recsb€ ponüJeção máxima, €x-
da balança. De um lado, a filosofia outra ssÉcie qu€ conribua para a coptuaído a produção d€ fibra, na
que enc€lra a Íforesta como um sua retgnção, perdendo-se irreme- Íorma como é çrido aclualínonte.
culüvo de fibra, semelhante a qual- diávelmente com as orimeiras chu- No entanto, no seu interior desen-
quer cultura agrÍcola, induindo a vaoas. vofuem-se espécies com madeiras
monocultura extensiva. No outro, a Por acaso, safuam-se na íegião de boaqualÍdadequê urge proteger
dê que a floresta tem outros usos duas situaçõss: Os eucaliptais e a e incentivar a sua píodução, cêrto
imporÌants6 ê não pode ser encara- floresta esoontânea. que lsnta, mas nuncadisponÍvel se
da apenas nesta persPectiva, ten- O eucalipto, espécie de crescimen- não a preparaÍmos agora. Os be-
do, por isso, de ser criada como to rápido tem, por isso, elevados nefÍcios subsidiários soÍão, d€
uma estrutura de uso múltiplo, gastos em água e, onde esta es- longe, altaÍnente comp€nsatóÍios,
cêdêndo as altas produçóes mono- casseia, cria condiçõ€s (por alelo- tornando este cobsrto dos mais
culturais ao fornecimento de outros patia) de eliminaçáo de quaisquer rentáveis. Bastaíá p€nsarmos,
bens que, no somatório, sê reve- outras espécies, originando povoa- para além da madeira (ondê o cs-
lam mais rentáveis do que a produ- mentos d€ baixa diversidad€ que, dro.dGmato terá primazia), na re-
çâo de fibra por si. rapidamênte, esgotam o sob. gularizaÉo e purificação clas
No entanto, e infelizmenb, o sector No entanto, nos Açores, particular- águas nas bacias hidrográficas im-
silvÍcula tem-se, nos Açores, regi- menb na ilha Terceira, ondê os eu- portantes, no turismo de qualkjade,
do muito mais pelo primeiro caliptos ocupam cerca de 2SOOha, na protecção de soloa e initiçáo
princÍpiodo que pelo segundo, e as a grande quantidade de água dis- dos eÍeitos da erosáo.
excapçõ€s existentes são no - oonÍvel torna desnecessário a Não só mas também. faz-se senür,
muito mais obra do acaso e imposi- competição e peÍmitê crescimen- nesta áÍea, a necessidade de um
çâo das circunstâncias do que um a
tos taxas excepcionais que, plan€amonto global da tegiâo, as-
cuidadoso planeamento. co€xistindo com um sutrbosque s€nte na capacidad€ dos solo€ quê
Tal como nos é historicamente ca- denso e diverso, constituem os po- dispomos em prÍncipios ecok5gicos
racterÍstico, optámos pela mono- voamentos floreslais mais ricos da @rectos. À/bs, paÍalelaÍrìent€ a
cultura como Íorma de, a curto pra- regiáo. este esÍoíço, outÍo bÍá d€ s€ cl€-
zo, tirar o máximo rendimento da Desse Íacto deve-se a protecção senvolver. no senüdo de recons-
área implantada. Como resultado, de algumas espécies autócton€s, ruir um patÍimónio silvÍcola de qua-
de um património floresüal rico res- como o ouro-da- tería (Laurus azo-
f lidade, nas zonas ond€ nâo soja
ta-nos apenas o eucalipto pala rlca), quas€ extinto €m S. Miguel e conveniente o cob€rto natural, coÍn
passar a papel e a cÍiptómeria para Íelativamente Írequ€nte na Tofcsi- a implantaçâo d€ floíestas mistas,
gêlstos internos e deleite dos técni- ra. Actualmente. estas floÍestas reorperando espécies de valor e
cos de marketing, em oxtensas sâo as que, noe Açotes, melhor se melhorando as cordiçÕes <tos
manchas homogéneas por todo o pode aplicar os prÍncipios de uso ecossistemas fl 0r€6tais.
lado onde a pastagem não conse- múltiplo, quando se atende a duas Perde-se no tempo já o üadkional
guiu chegar. Parêce que também condições: uma implantaÉo dêì/i- valor das madeiras dos Açores,
na silvicultura de nada serviram as damenb planeada (evitando ba- onde, para além das autóctones,
experiências da monocultura dos cias de recepção, otc.) ê um coÍte sê encontÍavam ftondosas frotes-
cereais, da laranja ê, num futuío coÍrecto e cautelar. mantendo o tas de Íolhosas, como o vinMtico
pfóximo, da pastagem, nem tlio sub-bosoue evitando a eíosão. (Persea india), arllia (Tilìa sp.), a
pouco os bem fundamentados es- A Íloíesta espontânea é, sem rabénia (R. pseudecacia) , ç
tudos ecológicos. dúvida, o maioÍ património natural carvalhos (Quercus spp./, ot de
E já alguns dos problemas espera- dos Açores, táo mal apíoveitado e resinosas como os cr,tpÍessos, o
dos se Íazem sentir: adep€ndência explorado nas su€ìs potencialida- teixo (Taxus baccata) e os pinhei-
do êxterior para todo o tipo de des. ros (Pinus spp.), confibuindo para
madeiÍa de qualidade é total; o De uma riqueza florÍsüca exlaor- um paüimónio lïorestal rico e diver-
desequilÍbrio no cido hidrológico dinária, consütui uma das úlümas so que maximize a produção em
toína-se evidente; a explosâo de ÍloÍestas virgens da Europa e das equilÍbrio com a pÍeseÍvaçâo do
inÍestantes que acompanham gs- mais antigas. E, por isso, degra- património Eduardo Dlar
tias monocultures toma, porvezes, dante assistir-se à sub6tituiçâo (Asslstentc da U. Açorcs)
BREVES

ENCONTRO NACIONAL Clube Blo-ecológlco NÚcLEo DE oRNIToLoGIA


DAS ADA Amlgos da Vlda Selvagem SALVA CAGARRO
Realizou-se, em Viseu, nos dias é Amlgo dos Açoree
í0, 1 1 e 12 de Novembro, o Encon-
tro Nacional das Associações de Por proposta do NOATA, o No passado mês de Dezem-
DeÍesa de Ambiente que teve como
Clube Bio-ecológico Amigos bro coube ao NOATA a tarefa
objectivo principal discutir e encon-
cla Vida Selvagem associou- de salvar um cagarro juvenil
tÍar Íormas organizativas mais
consentilneas Dara Eìs ADA no ac- s€ aos Amigos dos Açores no qu€ havia caÍdo num quintal
tual contexto e debater orientações mês de Novembro de 1989. de Ponta Delgada.
estíatégÍcas sobre grandes temas Este Clubê, com sedê sm Al- A.lguns elementos do NOATA
do Ambiente. canena, é constituido essen- enlraram êm contacto com a
A Associaçáo Ecológica Regional cialmente por jovens e tem
'Amigos dos Açores" esteve pre- proprietária do qulntal, tendo a
pautado a sua acção tendo jovem ave sido identiÍicada
sente no EncontÍo através de dois
membros da sua direcção. No de- em vista a deÍesa e protecção como p€rtencente à Íamília
correr dos trabalhos, para além da da Natureza e da aviÍauna. das pardelas íQalonectris dio-
apresentaçâo de quatro moções, em particular. medea borealis), apresentan-
Íoí exposta uma comunÍcação so- Os Amigos da Vida Selvagem do um asoecto bastante ro-
bre "A Floresta Primitiva dos Aço- têm realizado sessÕes de
res'. A Associação participou ainda
busto e saudável.
anilhagem de aves, cursos de Após ter sido registado e íoto-
numa ExposiÉo, através da apre-
sentaÉo de dois painéÍs. ornilologia e diversas saÍdas graÍado Íoi posto em liber-
de camgo. dade, voando horizonte Íora,
À semelhança da nossa As- indo juntar-se aos seus.
JARDIM DO PICO DA sociação, também eles parti- Pelo facto do quintal ser Íe-
PEDRA ciparam no encontro de Asso- chado com a copa das árvores
RECEBE PLANTAS ciaçóes de DeÍesa do Am- a ave não conseguiu levantar
DE LONDRES biente. voo. O cagarro é uma avè de
É provável quê se venham a arribação que passa o Verão
Já se encontram plantadas,
eÍectivizar actividades con- nestas nossas ilhas, estando
em viveiro e no Jardim da
Casa do Povo do Plco da iuntas através de intercâm- os juvenb aptos a voar€m em
bios, o que Íortalecerá ainda meados de Novembro.
Pedra, trinta plantas prove-
mais a nossa acção em prol
nientes de Londres, oÍerta dos
de toda a Íauna ornitológia,
Kew Gardens aos AMIGOS
assim como de todo o am-
DOS AçORES.
bienie em geral.

ENDEREçOS ÚTE|S:

AMrcos Dos AçoREs / TEÓHLO BRAGA GUALTER CORDEIRO


/ASSOC|AçÃO ECOLóCICA R. Capltão Cordelro Telet:27245
Apartado 29 Plco da Pedra
9500 Ponta Delgada 9600 R. Grande NÚCLEo DE oRNIToLG
Teleí:91774 TeleÍ:91774 GIA
a / c Marco Paulo Gomes
FRANCISCO BOTELHO GEORGE HAYES TeleÍ:26526
Rua das Almas,3 TeleÍ:31820
Pico da Pedra
9600 R. Grande
HUMOR

lN ípí€.GRAL
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CASA DA CULTUM DE PONTA DELGADA


DrRECçÃO REGTONAL DOS ÂSSUNTOS CULTURAIS

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