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ARNE ENGE

A nossa lingua

Arne Enge
tt A sinhora pode me xamar", eig o recado que a empregada deixou para mínha mu-
tl
ther. MosÈrou-me os rabiscos, dizendo:"íôu dar umas aulas para a Tereza. Veja como escre-
ttch ama rtt.
veu

O reca{ '!rservúu Para lembÍâÍrulê que sempre andei errando, sem me importar muÍto

com os erros, quando os encontror porque muíto escríËor respeítado não deixa de cometer
seus desl-ises.

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mai.ria
fíiólogos. Acrescente-se a isso a preocupação de que língua brasileira se identÍfique
ã qu" se usa em Portugal-.
A primeira ref orrna dre que me recoro 1-icluidou .ry o ph com som de f . Pharnáeia
passou a ser farrnácía e phoupíro ficou f6foro, criando natural eonfusão' enquanto as ta*
-úuletas das farrnácias e as ca{sas de fósforo não ado/tassem a nova orËografia. A última,

feíta em 1971, vem sendo rnodificada por decreto, de sãrte que estamos empre arríscados
a erïar. Basta que não se tome eonhecimento dos de'creto;
nxisten grafias que quase ninguem observa e que a Academia Brasileira de Le-

tras teima em manter. Uma delas é o trema, uma inovação dificl de engolir porque dá a

impressão de que estamos escrevendo em alemão.


T",'r,oprocuradoconveÍrceraminhave1harnáquina
ttRoyal" a usar o trema. Tem sido iny'util-, mesmo depoi.s de ter descoberto em eima de um

nú*ero os taÍs dois pontiúlos, Cada yâz que quetro usã=lospa "Royal" baÈe errado e fá-l-os

cair sobre otrtra let-ra. O jeíto tern sido pingar os pontinhos a *ão ou desistir de usá-

los, no que tenho sido irnitado por rr*r rffltidão. Os bancos pâgam ou recebem qualquer
cheque de cinquenta, de cinq"lrenta ou ató de cincoente cruzeiros sem qualquer díficul-da-

de. E, afinal, porque não o nosso antígo "cincoentQ}, se o Vocabulário da Academia regis-
ttcÍncocentistatt ?
tra tt cíncoentesimott e
Muitos escriLoreÁ@ ttão se Pejarn

de contratar revisores para corrigir " enganos" de grafia l>e de gra*ãtica, revisores
que fgncioÍÌam como verdadeiros eorïÌacas de escrivínhadores. Em tempo : para que ninguóm
precise buscar o Aurélio, " corrlacat'6 o indivíduo enearregado de conduzir os elefantes.

O cornaca de escr/itor não deve ser confundido eom "ghost;iíriter, cuja função 6 redigir
A RNE E NGE
rL

relatórios, discursos, entre,tistas e atã--eírnprovisos que vão aparecer como ohras

cle diretores, políticos ou govemadores , O eornaca rnuj-tas yâzes ã-in"apa" de redigi r

mas decorou a gramãtica e a grafia das pal-avras e sÍrnlesmente corrige,

O rrocabuLãrio da Acad,emia, contudo, não se lírnita -a -gxaÍ.ía das palavras. Quer


ensinar tambem a pronúncia. A regra 27, por exemplo, ensina que o x pode ter som de

SE, do csr a e's . E mancla que se pronuncie com som de F. , por exemplo, uaa porção

de palavrâs que sempre pronuncieí com som de cs e o meu sub-conscienÈe não me deixa

mudar. Nunea, dianËe de ttexosnosertvou pronunciar ttesosmosett,já que


o velho Vogel ,

nas aulas de grego do Ginásí oí,8"lntitnoríffo "ex" de origem grega se dis "ecs".

A Acadernia esclarece que o Vocabulário será sempre revisto e melhorado, não

se devendo perder a esperaÍÌça que o Lrema seja abolido definítivaqÌeate, cmo 3â toi,
ú)/
po ï deõreËo do Goverïro, dJny'hiatos átonosrliberando={Ìos de escrever I'saüdade" e

ttva ïda der r .

Já, Lí meLa dízía de vãzes a reforna e chego a errar íntencionalmente. Reeuso-

me, por exemplo, a tomar cafá em "xicara". Desde que me entendo por genËe que tomo

cafá em t'chÍearaF e vom eontinuar at6. o fim, com evidente aplauso de Candido de Fi-

gueiredo, cujo dicionário não abandono. E acho parfeitarnente aceitável que a Teresa

mettxamett todas as manhãs e que conÈinue a fazer o seu delicioso bolo de ttxocolatett.

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