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rlindo Machado, doutor em Comunicação e professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP e do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicação e Arte (ECA/USP), tem dedicado suas pesquisas ao universo das “imagens técnicas”, ou seja, imagens produzidas por meio de mediações tecnológicas diversas, tais como a fotografia, o cinema, o vídeo e as atuais mídias digitais e telemáticas. No livro O sujeito na tela: modos de enunciação no cinema e no ciberespaço (2007), como o próprio nome sugere, Arlindo Machado traça reflexões sobre o sujeito a partir das teorias da enunciação cinematográfica e das implicações na subjetividade desencadeada pelas novas mídias digitais.
Titolo originale
O sujeito na tela:: modos de enunciação no cinema e no ciberespaço
rlindo Machado, doutor em Comunicação e professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP e do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicação e Arte (ECA/USP), tem dedicado suas pesquisas ao universo das “imagens técnicas”, ou seja, imagens produzidas por meio de mediações tecnológicas diversas, tais como a fotografia, o cinema, o vídeo e as atuais mídias digitais e telemáticas. No livro O sujeito na tela: modos de enunciação no cinema e no ciberespaço (2007), como o próprio nome sugere, Arlindo Machado traça reflexões sobre o sujeito a partir das teorias da enunciação cinematográfica e das implicações na subjetividade desencadeada pelas novas mídias digitais.
rlindo Machado, doutor em Comunicação e professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP e do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicação e Arte (ECA/USP), tem dedicado suas pesquisas ao universo das “imagens técnicas”, ou seja, imagens produzidas por meio de mediações tecnológicas diversas, tais como a fotografia, o cinema, o vídeo e as atuais mídias digitais e telemáticas. No livro O sujeito na tela: modos de enunciação no cinema e no ciberespaço (2007), como o próprio nome sugere, Arlindo Machado traça reflexões sobre o sujeito a partir das teorias da enunciação cinematográfica e das implicações na subjetividade desencadeada pelas novas mídias digitais.
FEITOSA, Sara Alves Doutoranda no Programa de Ps-graduao em Comunicao e Informao da UFRGS. sarafe99@hotmail.com
2 O sujeito na tela Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 1, n. 18, p. 1-4, janeiro/maio 2008.
MACHADO, Arlindo. O sujeito na tela: modos de enunciao no cinema e no ciberespao. So Paulo: Paulus, 2007, 250p.
Arlindo Machado, doutor em Comunicao e professor do Programa de Ps-graduao em Comunicao e Semitica da PUC/SP e do Departamento de Cinema, Rdio e Televiso da Escola de Comunicao e Arte (ECA/USP), tem dedicado suas pesquisas ao universo das imagens tcnicas, ou seja, imagens produzidas por meio de mediaes tecnolgicas diversas, tais como a fotografia, o cinema, o vdeo e as atuais mdias digitais e telemticas. No livro O sujeito na tela: modos de enunciao no cinema e no ciberespao (2007), como o prprio nome sugere, Arlindo Machado traa reflexes sobre o sujeito a partir das teorias da enunciao cinematogrfica e das implicaes na subjetividade desencadeada pelas novas mdias digitais. O livro divido em duas partes, cada uma subdividida em captulos. Na primeira parte, O Sujeito no cinema, a partir da an lise de filmes clssicos como Cidado Kane (Orson Wlles, 1941), A dama do Lago (Robert Montgomery, 1946), Janela Indiscreta (Alfred Hitchocock, 1954), No tempo das diligncias (John Ford, 1939), dentre outros, o autor apresenta, em 10 captulos, diferentes espcies de sujeitos cinematogrficos com base em reflexes datadas das dcadas de 1970 e 1980, conhecidas mais genericamente como a teoria da enunciao cinematogrfica. Naqueles perodos, o processo de recepo do filme e o modo como a posio, a subjetividade e os afetos do espectador eram trabalhados ou programados no cinema, mereceram uma ateno maior por parte da crtica, a ponto de, segundo Machado, esses temas terem se constitudo no foco de ateno privilegiado tanto da teoria dita estruturalista ou semioticista quanto das an lises mais engajadas nas vrias perspectivas (p.125). Nessas abordagens, explica o autor, o aparato tecnolgico do cinema, bem como a modelao do imaginrio, forjada por seus produtos, foram submetidos a uma intensa investigao, com o objetivo de verificar como o cinema clssico trabalha para interpelar o seu espectador enquanto sujeito (p. 125), ou como esse cinema condiciona o seu pblico a identificar-se com e atravs das posies de subjetividade construdas pelo filme (p. 125). No captulo 8 desta primeira Parte, intitulado Identificao, projeo, espelho, Machado define cinema como sendo uma arte da multiplicao do olhar e da audio, que pulveriza olhos e ouvidos no espao para construir com eles, entre eles, 3 FEITOSA, Sara Alves Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 1, n. 18, p. 1-4, janeiro/maio 2008. uma sintaxe, [...] uma intrincada rede de relaes (p.95). Sobre as teorias convencionais da identificao, ele aponta falhas medida que essas acreditam ingenuamente que o espectador de cinema faa projetar seu ego em uma ou duas personagens relevantes do filme [...] e mantenha essa identificao do comeo ao fim da pelcula (p. 100). No captulo 10, A crise da enunciao, Arlindo Machado resgata as principais causas do envelhecimento da teoria da enunciao cinematogrfica, entre elas o fato de serem teorias a-histricas, pois nelas as an lises flmicas eram feitas independentemente do seu contexto social e poltico (p.126) . Tambm explica que essa teoria perde sua fora, pois a relao entre o cinema e seu espectador reduzida, nas teorias da enunciao, condio de um evento determinado anteriormente pelo texto flmico, revelia inclusive do contexto histrico da recepo e do espectador real, considerado passivo e programado (p.127). Na segunda parte do livro, O sujeito no ciberespao, Arlindo Machado relaciona, em nove captulos, a crise das teorias da enunciao cinematogrfica ao surgimento das novas mdias digitais. Segundo o autor, o advento dos meios ps- cinematogrficos redirecionam a indagao sobre o sujeito e nos colocam diante de novos problemas a ser enfrentados (p.133). Mas, bom que se diga, o autor trabalha na perspectiva do cinema como uma espcie de referncia fundadora de todo o audiovisual, inclusive no ciberespao. no incio dos anos 1980 que h uma mudana no cenrio no que diz respeito ao mercado audiovisual; os meios ps-cinematogrficos (vdeo e televiso) assumem a hegemonia e posteriormente, como nos explica Machado, o prprio cinema passa a ser produzido j no mais prioritariamente para a sala escura, mas para a televiso e para os mercados de videocassete, laserdisc e DVD. H a o que o autor denomina de mudana de estatuto do dispositivo, do texto e do espectador. Isso porque a programao de televiso, mesmo a de carter narrativo seriada, fragmentada, interrompida a todo o momento, e no conta com efeitos de continuidade to rigidamente estabelecidos como no cinema (p.134). Alm disso, aponta o autor, o espectador de posse do controle-remoto introduz uma nova descontinuidade atravs do zapping. Embora vivamos numa sociedade cada vez mais interligada por redes e pelo ciberespao, em muitos aspectos Machado chama a ateno para a existncia de poucas reflexes relacionadas ao modo como a subjetividade construda a partir dos meios ps-cinema. Apesar do ttulo do livro criar a expectativa da apresentao de uma teoria da enunciao no ciberespao, essa promessa no se cumpre. No entanto, isso no chega a comprometer a validade de sua leitura. exatamente preocupado com 4 O sujeito na tela Intexto, Porto Alegre: UFRGS, v. 1, n. 18, p. 1-4, janeiro/maio 2008. esse quase vazio terico que o autor traa um panorama dos textos j produzidos at aqui que tm como foco o ciberespao, o texto nas novas mdias e seu espectador. A partir de autores como Edmond Couchot; Janet Murray; Mark Hansen; Siegfried Zielinski, dentre outros, Machado discute a automatizao do sujeito; a imerso em espaos virtuais; o corpo como interface entre o sujeito, a cultura e a natureza; a metfora platnica da caverna e as novas subjetividades originadas nas mdias digitais. Sobre o novo sujeito implicado nos dispositivos de realidade virtual, Machado enftico ao afirmar que esse agora um sujeito agenciador, um sujeito que dialoga, que interage com as imagens (com sons e com estmulos tteis) (p.195). Nesse sentido que aponta uma diferena fundamental entre a cave digital e a caverna de Plato: os prisioneiros da realidade virtual no esto acorrentados nos seus lugares nem no sentido literal, nem no sentido metafrico (p.195). O sujeito na tela: modos de enunciao no cinema e no ciberespao (2007), assim, uma referncia obrigatria por pelo menos duas razes: a primeira, pelo resgate que faz da teoria da enunciao cinematogrfica e das motivaes que causaram seu envelhecimento, intimamente relacionadas s mudanas provocadas pela percepo do lugar do receptor instituda pelos estudos culturais; a segunda porque o livro de Arlindo Machado se constitui num importante roteiro de estudo para aqueles que dedicam suas investigaes s novas mdias e s novas subjetividades que implicam o surgimento do ciberespao.