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Goiânia
2009
Sumário
Ao leitor 6
Introdução 8
Bibliografia 152
4
2.7 Representação gráfica das curvas de nível no gráfico da função f ( x.y) =
x 2 + y2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
2.8 Representação gráfica das curvas de nível no gráfico da função f ( x, y) =
4 − x − y. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
2.9 Representação gráfica das direções de aproximação a um ponto. . . . . . . . . 63
4.1 Aproximação da área sob a parábola por falta ( a) ou por excesso (b). . . . . . 101
4.2 Definição da integral dupla: dividindo o domínio D. . . . . . . . . . . . . . . . 102
4.3 Regiões 1 e 2 para a integração dupla. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
4.4 Cálculo do volume. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
4.5 Representação gráfica do Prisma - Exemplo 4.6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
4.6 Representação gráfica do Triângulo D - Exemplo 4.8. . . . . . . . . . . . . . . . 108
4.7 Representação gráfica do domínio D - Exemplo 4.10. . . . . . . . . . . . . . . . 111
4.8 Representação gráfica do Triângulo D - Exemplo 4.8. . . . . . . . . . . . . . . . 112
4.9 Semi-esfera - Exemplo 4.9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
4.10 Integral Tripla - calculando o volume. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
4.11 Representação gráfica do Triângulo D - Exemplo 4.9. . . . . . . . . . . . . . . . 117
4.12 Curva - partição do domínio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
4.13 Curva - a poligonal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
4.14 Curva α(t). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
4.15 Curvas fechadas simples: (1) suave e (2) parcialmente suave. . . . . . . . . . 140
4.16 Regiões 1 e 2 para a integração dupla. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
4.17 Exemplo 4.45: Cilindro parabólico e planos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
4.18 Teorema de Stokes: Superfície S e a curva C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
4.19 Exemplo 4.46: Cilindro e o plano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Caro leitor,
Este texto foi elaborado para servir de suporte à disciplina Cálculo 3, em nível universitário, mais
especificamente para o curso de Física a distância promovido pela Universidade Federal de Goiás e
com a participação das Universidades Estadual de Goiás e Católica de Goiás.
Neste texto, minimizamos ao máximo a formalidade para esse curso de Cálculo e o escrevemos
com uma linguagem que acreditamos, seja dialógica e de fácil compreensão. Esperamos motivar
através de situações–problema, que em geral são originadas dos problemas físicos ou mesmo do nosso
dia–a–dia, os novos resultados aqui apresentados. Esperamos, ainda, que as suas respectivas de-
monstrações ou justificativas, estejam à altura da experiência e maturidade do estudante.
Apresentamos antes de cada novo resultado, que formalmente são chamados de teoremas ou pro-
posições, vários exemplos que motivam e ilustram com aplicações a utilização dos mesmos, com o
objetivo principal de ativar a intuição e provocar a compreensão de forma natural.
Apresentamos também, várias listas com exercícios variados, que complementam e ampliam o
conhecimento descrito no texto. Assim, esperamos que você, estudante, leia com bastante atenção
não somente este texto, mas, principalmente, na elaboração de resoluções dos exercícios propostos e,
se possível, propor novas situações a serem resolvidas com a utilização dos conceitos vistos.
É muito importante que o estudante se aplique tanto na pesquisa em outros materiais, como
em livros, artigos e publicações disponibilizadas via internet ou quaisquer outros meios que tiverem
acesso, nunca se esquecendo de que, embora seja um curso a distância, você tem a possibilidade e,
quem sabe, a necessidade de trocar informações a cerca de estudos com colegas e/ou orientadores. Isto
pode e deve ser feito sempre, pois o trabalho sendo realizado em equipe tem maiores possibilidades de
sucesso.
Apresentamos a seguir uma breve descrição de vida acadêmica e profissional dos autores, que
também produziram os textos intitulados "Fundamentos de Matemática"e "Cálculo 1"para esse
mesmo curso de graduação a distância.
Miguel Antônio de Camargo defende sempre o ensino significativo como forma de motivação
para o aprendizado "de fato"!
Licenciado em matemática pela UCG - Goiânia, Mestre em matemática pela UFG.
Professor do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal de Goiás
(IME/UFG), desde 1980, tendo participado de uma extensa gama de eventos rela-
cionados à matemática e ao ensino dela em diversas universidades e faculdades de
nosso Estado.
Dedica grande parte de seu trabalho ao Curso de Licenciatura em Matemática e outra
boa parte atua em cursos de formação (continuada) de professores, inclusive cursos
a distância, como, atualmente, o de Licenciatura em Física e recentemente o Multi-
curso Matemática Ensino Médio, promovido pelo governo de Goiás em parceria com
a Fundação Roberto Marinho (RJ) e anteriormente ao Pró-Ciências, realizado pela
UFG com o apoio da CAPES.
João Carlos da Rocha Medrado define-se como um apaixonado pelo ensino de matemática e um
entusiasta pelo ensino a distância!
É Professor associado do IME/UFG, onde trabalha desde 1989, Doutor em Matemá-
tica pela Unicamp (1997) e Livre Docente pela Unesp (2007). Pesquisa em Sistemas
Dinâmicos.
Atua na formação e capacitação de docentes desde 1987 através de vários projetos,
sendo os principais, o Pró–Ciências, apoiado pela CAPES e o Multicurso Matemática
apoiado pela Secretaria da Educação de Goiás e Fundação Roberto Marinho.
Os autores.
Introdução
O Cálculo, uma das mais importantes descobertas científicas conquistadas pelo homem
em todos os tempos, é a matemática dos movimentos. Onde há movimento ou variações de
grandezas, onde forças variáveis atuam produzindo aceleração, o Cálculo é a ferramenta
matemática a ser empregada para seu desenvolvimento e análise.
Aprender Cálculo é, de certa forma, diferente de aprender, por exemplo, Geometria,
Álgebra ou Aritmética. Para essas disciplinas, de início, aprende-se a lidar com as figu-
ras, sejam planas ou espaciais, a operar com variáveis e simplificar expressões, também se
aprende a calcular com números.
Em Cálculo, aprende-se tudo isso, e novos conceitos, novas habilidades, em níveis mais
avançados; tornam-se necessários os conceitos de derivada e de integral, bem como suas
importantíssimas e abrangentes aplicações, além dos métodos computacionais desses ob-
jetos. Para aprendê-lo, você terá que fazê-lo, na maioria das vezes, sozinho ou com a parti-
cipação de colegas.
Para o aprendizado é importante:
É necessário termos várias formas de encarar os problemas, pois com uma visão ampla
será mais fácil o entendimento, bem como resolvê-los. Então, vamos deixar o olhar agu-
çado, a criatividade solta e a vontade a mil, para que possamos chegar ao final deste, com
um ótimo aproveitamento, não apenas na disciplina, mas principalmente para a vida.
Capítulo 1
O objetivo principal é trabalhar com vetores, que se constituem em uma das mais im-
portantes ferramentas não somente em matemática mas, principalmente em Física.
No texto "Fundamentos de Matemática" definimos e estudamos os vetores. Aqui va-
mos apresentar alguns resultados importantes relacionados a eles.
Solução
Consideremos um sistema de coordenadas cartesianas em que o eixo− x represente a
direção leste–oeste e o eixo−y a direção norte–sul e representamos esse deslocamento na
Figura 1.1 (a).
dy d b P(a,b)
km ||v||
120
30o α
Leste Oeste
dx a x
Sul
( a) (b )
√
Assim, d x = 60 3 km e dy = 60 km.
√
Podemos então representar d x pelo ponto (60 3, 0) e dy pelo ponto (0, 60) e, finalmente
√
o deslocamento total d pelo ponto (60 3, 60).
Vemos uma relação interessante nesse caso
√ √
(60 3, 60) = (60 3, 0) + (0, 60),
ou seja, o deslocamento d pode ser escrito como a soma dos pontos dados pelos deslo-
camentos nas direções leste–oeste e norte–sul. Será que este procedimento repete-se em
outras situações? A resposta é afirmativa e nos deteremos agora neste novo elemento.
Em um sistema de coordenadas, a cada ponto do plano podemos associar uma flecha
que representa a distância da origem, o ângulo feito com o eixo− x e o sentido (no Exem-
plo 1.1, nordeste). A esta flecha, damos o nome de vetor.
Como dissemos anteriormente, muitas vezes, podemos mudar o referencial e assim
a posição do objeto. E aqui, vemos toda a importância dos vetores, pois independente
de onde esteja a sua extremidade, sempre podemos representá-los com a extremidade na
origem do sistema de coordenadas.
Há casos em que representamos graficamente um vetor por uma seta que não parte
necessariamente da origem. Por exemplo, a mudança de posição de uma partícula, ou seja
o seu deslocamento. Se essa partícula se move do ponto A( x1 , y1 ) para o ponto B( x2 , y2 ),
estes pontos determinam o vetor, chamado vetor deslocamento e é dado por
−→
AB = ( x2 , y2 ) − ( x1 , y1 ) = ( x2 − x1 , y2 − y1 ).
−→
Como mostra a Figura 1.2, a seta que representa o vetor AB, partindo da origem, e a seta
com origem em A e extremidade em B, têm o mesmo módulo, direção e sentido. Conforme
−→
a conveniência, utilizamos uma ou outra para representar o vetor AB.
y
y2 B
y1
A
y2 − y1
x1 x2 − x1 x2 x
Na Figura 1.3, ilustramos estes elementos, tantos os pontos como os vetores, tanto com as extre-
midades nos pontos, como na origem. Lembremos que tanto faz representar o vetor com a extremi-
dade em um ponto ou em outro.
y
C
−
→
BC −→
AC
B
A
−→
AB
x
v = ( a, b),
tg(α) = b/a
e o sentido que, neste caso, é representado pela flecha. Veja a Figura 1.1 (b).
√
No primeiro exemplo deste capítulo,√ usamos uma operação entre os vetores ( 60 3, 0)
e (0, 60), para representar o vetor (60 3, 60) que foi a soma de vetores, ou seja
√ √
(60 3, 60) = (60 3, 0) + (0, 60).
Vamos definir a soma entre vetores quaisquer e também o produto de um vetor por um
escalar.
Sejam os vetores u = ( a, b) e v = (c, d) e um escalar λ ∈ R. Definimos
Soma de vetores w = u + v = ( a + c, b + d);
Produto de um vetor por um escalar λv = (λa, λb).
y
y y
u+v
b+d
λu
λb
b u
u u
b b
d
v λb
x a λa x a x
a c a+c λa
λu
Solução
É uma aplicação direta da definição das operações soma e produto por um escalar. Ve-
jamos:
y y y y
2u
u+v u+v
u u u−v u
u−v
v v v v
u
−3 1 x −3 4 x x −3 2 x
(a) (b) (c) (d)
Exemplo 1.4. Um Airbus A320 realiza um vôo para leste a 800 km/h sem vento e em determi-
nado momento encontra um vento de popa de 106 km/h atuando no sentido 60o nordeste. O avião
mantém-se rumo ao leste, mas devido a esse vento, adquire nova velocidade em relação ao solo e
também direção e sentido. Determine-os.
Solução
Precisamos determinar os novos elementos, norma, direção e sentido, após a ação do vento. Ora,
um vetor representa todos estes elementos, então o que devemos fazer é a partir da determinação dos
vetores velocidade do avião sem a ação do vento de popa, v, e a velocidade de popa, v p , determinar o
vetor resultante v R . Neste caso, temos ainda que,
Observando a Figura 1.6, fica clara a situação, e assim devemos calcular os elementos resultantes
que é dado por
vR = v + v p.
vR = v + v p
vp
θ
v x
600
v= (800, 0) √
vp = (106 cos(60o ), 106 sen(60o )) = (53, 53 3).
Determinemos então v R , ou
√
v R = v + v p = (853, 53 3).
Portanto, temos que após a ação do vento de popa, o avião segue com velocidade de 855,84 km/h
e direção e sentido dados por 6, 140 nordeste.
u = ( a, b).
y y
b u
u
π−θ θ
θ
a x a x
u = (||u||cos(θ ), ||u||sen(θ ))
b
tg(θ ) = .
a
y y y y
d d
b b
u v v
u
θ θ
a x c x x x
( a) ( b) (c) (d)
Ora, digamos que dois vetores u = ( a, b) e v = (c, d) representados na Figura 1.8 sejam
paralelos. Isto quer dizer que o ângulo formado entre eles e o eixo x é o mesmo, ou ainda
se a e c forem não nulos temos que
b d bc
tg(θ ) = = ⇒d= .
a c a
v = λu e λ ∈ R.
Solução
Iniciamos calculando as normas dos vetores u e v. A norma de um vetor é igual ao seu compri-
mento e assim ficamos com
p √
||u|| = ||(1, 3)|| = 12 + 32 = 10.
s
2 2 r r
16 4 16 4 25
||v|| = ||(16/5, 4/5)|| = + = + = = 1.
5 5 25 25 25
Agora, vamos determinar um vetor w que seja paralelo ao vetor u e que tenha norma 1.
Para que os vetores w e u sejam paralelos, é necessário que eles sejam múltiplos, ou seja
w = λu, λ ∈ R.
|λ2 |.10 = 1
λ2 = 1/10
r
1
λ= ±
10
Portanto, temos dois vetores unitários w+ e w− que são paralelos ao vetor u dados por
r r r !
1 1 1
w+ = (1, 3) = ,3 e
10 10 10
r r r !
1 1 1
w− = − (1, 3) = − , −3 .
10 10 10
Finalmente, o último item. Neste caso, queremos um vetor com a origem no ponto A(1, 2), ou
seja um vetor na forma
w1 = ( x0 − 1, y0 − 2).
Vetores de norma 1 são chamados unitários. Dentre eles temos alguns especiais,
que são chamados de vetores unitários padrão ou por serem unitários, versores.
Vetor nulo é
0 = (0, 0).
Se o vetor v é não nulo, então
v
||v||
é unitário, ou seja ||v|| = 1. Verifique isto!!!!
e2
e1 a.e1 x
−→
Exemplo 1.6. Sejam os pontos P(2, 1) e Q(−1, 3). Determine o vetor PQ como combinação linear
de e1 e e2 .
Solução
−→
O vetor PQ é dado por
−→
PQ = (−1 − 2, 3 − 1) = (−3, 2) = −3(1, 0) + 2(0, 1) = −3e1 + 2e2 .
Exercício 1.7.
Uma aplicação interessante e muito útil desse fato é a obtenção das equações paramé-
tricas da reta. Mãos à obra!!!!
Da Geometria Plana, sabemos que dois pontos quaisquer e distintos A( a, b) e B(c, d),
−→
definem uma única reta r. Estes mesmos dois pontos definem também um vetor AB. Veja
a Figura 1.10(a).
Tomando qualquer outro ponto P( x, y) dessa reta r, temos que os vetores
−→
AP = ( x − a, y − b) ou
−→
BP = ( x − c, y − d)
−→
são paralelos ao vetor AB = (c − a, d − b).
r r r r
B y y
d d P d
A −→ −→ −
→
b b b AP BP
AB
a c a c a x c x
( a) ( b) (c) (d)
Figura 1.10: Representação gráfica dos vetores formados pelos pontos A, B e P e da reta r.
Podemos então escrever
−→ −→
AP = tλ AB ou
( x − a, y − b) = t(c − a, d − b).
ou ainda,
x= a + t(c − a)
y= b + t ( d − b)
Exercício 1.8.
1. Escreva as equações paramétricas da reta que contém os pontos A(1, 2) e B(3, 5). Represente-a
graficamente. Qual é a equação cartesiana dessa reta?
2. Determine as equações paramétricas da reta que contém o ponto A(1, 0) e que é paralela ao
vetor u = (1, 2). Represente graficamente tanto a reta como o vetor.
3. Observe que as equações paramétricas da reta formam um sistema de equações. Para as equa-
ções paramétricas encontradas no item, isole o valor de λ na primeira equação e substitua na
segunda equação. Reconhece esta equação?
x = x ( t ) e y = y ( t ),
ou,
P(t) = ( x (t), y(t)) = ( a + t(c − a), b + t(d − b)),
onde P(t) representa um ponto da reta.
Portanto, podemos representar os pontos da reta, por uma função P, dada por
P: R → R2
t ( x (t), y(t))
é dado por
u.v = ac + bd.
Dessa forma, o produto escalar entre dois vetores é um número real, por isto dizemos,
produto escalar. Observemos ainda que tanto a soma de vetores como o produto de um
escalar (número real) por um vetor, resulta num vetor. Veremos muitas utilidades para esta
definição.
Exemplo 1.9. Considere os vetores u = (1, 2) e v = (3, −1). Calcule: (a) u + v; (b) −3u; (c) u.v;
(d) u.u; (e) v.v; (f) ||u||; e (g) ||v||.
Solução
A soma u + v é dada por
E os produtos
u.u = (1, 2).(1, 2) = 1.1 + 2.2 = 12 + 22 = 5, e
v.v = (3, −1)(3, −1) = 32 + (−1)2 = 10.
Concluímos que,
se u = ( a, b) então
Esta é uma importante relação entre o produto escalar de um vetor por ele
mesmo e a norma do mesmo.
Observemos ainda algumas propriedades para a operação produto escalar entre veto-
res. Para mostrá-las, basta dar coordenadas aos vetores e usar a definição. Em geral, as
propriedades decorrem diretamente das propriedades respectivas para números reais.
u.v = v.u.
Associatividade O produto escalar entre vetores u, v e w é associativo, ou seja
u.(v.w) = (u.v).w.
Ora, sabemos também que podemos considerar estes vetores com as extremidades na
origem, ou seja, consideramos eles com coordenadas na forma
u = ( a, b) e v = (c, d)
e assim, temos o vetor u − v dado por
u − v = ( a − c, b − d).
Ilustramos na Figura 1.11(b).
u−v u−v
v v
u u
x
(a) (b)
( a − c )2 + ( b − d )2 = a 2 + b2 + c 2 + d 2
a2 − 2ac + c2 + b2 − 2bd + d2 = a 2 + b2 + c 2 + d 2
ac + bd = 0.
u.v = ac + bd = 0.
− 2u.v = 0
u.v = 0
Assim como podemos definir uma reta que passe por um ponto e que seja paralela a um
vetor, podemos também, equivalentemente definir uma reta que passa por um ponto dado
e que seja perpendicular a um vetor dado. Lembremos que o vetor, além da norma e o
sentido, nos dá a orientação e é este importante aspecto que utilizamos aqui.
Mais especificamente, seja um ponto P( x0 , y0 ) e um vetor u = ( a, b), e definamos por r
a reta que contém o ponto P e que seja perpendicular ao vetor u. Veja a Figura 1.12( a).
r
r y
Q
u u
y0 y0 P
P
u
θ
x0 x0 x
( a) ( b)
−→
Da Figura 1.12(b), vemos que o vetor PQ, onde Q( x, y) é um ponto qualquer da reta, é
−→
paralelo à reta r, ou seja é perpendicular ao vetor PQ, ou ainda
−→
PQ.u = ( x − x0 , y − y0 ).( a, b) = 0.
Ou ainda,
a ( x − x0 ) + b( y − y0 ) = 0
ou
ax + by = ax0 + by0 ,
que é a equação da reta r.
Observemos ainda que se b 6= 0, podemos escrever esta equação na forma
y = mx + k,
onde
b ax0 + by0
m=− e k= .
a b
Observe que esta equação y = mx + k é chamada equação reduzida da reta, onde m e k são
a inclinação da reta e o ponto de intersecção da reta r com o eixo y, respectivamente.
Representações da reta
P: R −→ R
x y = P ( x ).
P: R −→ R2
t P(t) = ( x (t), y(t)).
u u−v
v
θ
u.v = ||u||||v||cos(θ )
Assim temos
u.v
cos(θ ) = .
||u||.||v||
Uma aplicação é utilizar o ângulo entre vetores para determinar ângulos de triângulos.
Vamos a um exemplo!
Exemplo 1.10. Seja o triângulo ABC, com vértices A(0, 0), B(1, 2) e C (2, 1). Determine o ângulo
Â.
Solução
−→ −→
Para calcularmos o ângulo Â, basta calcularmos o ângulo entre os vetores AB e AC que são
dados por
−→ −→
AB = (1, 2) e AC = (2, 1).
Observe que a ordem na tomada destes vetores é muito importante, pois se tívessemos tomado,
−→ −→
por exemplo, os vetores AB e CA, calcularíamos o ângulo externo Â.
−→ −→
O ângulo entre os vetores AB e AC é dado por
−→ −→
AB. AC
cos(θ ) = −→ −→
|| AB||.|| AC ||
4
= √ √
5. 5
4
=
5
Portanto,
4
θ = arccos .
5
PuF u
t(u.u) − F.u = 0
F.u
t= .
u.u
Portanto, temos que
F.u
PuF = u.
u.u
Observe que não podemos simplificar u, pois não temos definida a operação divisão para vetores.
y
v
b
θ
a 1 x
Solução
Na Figura 1.15 esboçamos um vetor qualquer unitário e pelo triângulo retângulo, observamos as
relações:
a = ||v||cos(t) = cos(t),
b = ||v||sen(t) = sen(t).
Portanto, cada ponto da circunferência C está em função do ângulo t. Para darmos a volta
completa, basta variarmos t de 0 a 2π, ou seja, definimos a aplicação
C: [0, 2π ] ⊂ R → R2
t C (t) = (cos(t), sen(t))
Exemplo 1.13. Consideremos agora a parábola dada pela equação y = x2 e busquemos também
uma parametrização para esta curva. Neste caso, temos que o gráfico desta parábola é dada pelos
pontos
Gráfico = {( x, y) ∈ R2 | y = x2 }.
x ( t ) = t e y ( t ) = t2 ,
ou ainda,
C: R → R2
t C (t) = (t, t2 )
α: I⊂R −→ R2
t α(t) = ( x (t), y(t)).
Variando t em seu domínio temos a trajetória descrita pelo objeto no plano e podemos
assim considerar para cada t o vetor posição, que no caso é α(t). Dizemos que α é uma
função vetorial.
Observe ainda que podemos expressar esta função vetorial tanto na forma
como também decomposto nas direções dos vetores e1 = (1, 0) e e2 = (0, 1), ou seja
α ( t ) = x ( t ) e1 + y ( t ) e2 .
Assim, como foi feito para funções reais, temos também que estudar as aplicações da reta
no plano, as parametrizações, sob os conceitos de continuidade e derivabilidade. Para isto
iniciaremos com o estudo dos limites.
Observemos inicialmente que as aplicações, α(t), da reta no plano podem ser escritas
como a soma
α ( t ) = x ( t ) e1 + y ( t ) e2 .
Ora, então calcular o limite de α(t) para t se aproximando de t0 , ou seja
lim α(t),
t → t0
lim α(t) = L x e1 + Ly e2 .
t → t0
Observemos que caso algum dos limites de x (t) e y(t) não exista, não existirá também
o limite de α(t). A continuidade da aplicação α segue da mesma forma como para funções
reais, ou seja α é contínua se as funções x (t) e y(t) também o forem.
Consideremos a trajetória de um objeto dada por uma aplicação vetorial
Para t = t0 , seja o ponto P( x (t0 ), y(t0 )) e o ponto Q( x (t0 + ∆), y(t0 + ∆)).
−→
Temos então o vetor PQ, que representamos por ∆α, dado por
= ∆xe1 + ∆ye2 .
∆α ∆xe1 + ∆ye2
lim = lim
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
∆x ∆y
= lim e1 + lim e2
∆t →0 ∆t ∆t →0 ∆t
= x ′ ( t ) e1 + y ′ ( t ) e2 .
= ( x ′ (t), y′ (t))
Seja a aplicação
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 = ( x (t), y(t)),
dα dx dy dx dy
= e1 + e2 = ,
dt dt dt dt dt
ou ainda,
α′ (t) = x ′ (t)e1 + y′ (t)e2 = ( x ′ (t), y′ (t)).
Neste caso, o vetor α′ (t) é um vetor tangente ao movimento no ponto α(t).
Mais ainda, α′ (t) é o vetor velocidade do objeto no ponto ponto α(t).
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 = ( x (t), y(t)),
Função constante Se as funções x (t) e y(t) são constantes, então α(t) também é constante
e
α′ (t) = 0.
Produto por um escalar Seja a função real f (t) e consideremos a aplicação β(t) = f (t)α(t),
então
β′ (t) = ( f (t)α(t))′ = f ′ (t)α(t) + f (t)α′ (t).
Observe que se f (t) = k = constante, então f ′ (t) = 0 e
( α + β ) ′ ( t ) = α ′ ( t ) + β ( t ) ′ ( t ).
Regra da cadeia Seja a função real f (t) e consideremos a aplicação β(t) = α( f (t)), então
β(t) = α( f (t)).
Desta igualdade temos que
β′ (t) = (α ◦ f )′ (t)
( x ◦ f ) ′ ( t ), ( y ◦ f ) ′ ( t )
=
= f ′ (t)α′ ( f (t)).
O vetor posição α(t) de uma partícula no plano, que se move ao longo de uma
curva, em qualquer instante t é dado pela aplicação
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 = ( x (t), y(t)),
dv d2 α
v(t) = ( t ) = 2 ( t ).
dt dt
v(t)
.
||v(t)||
2v(t)v′ (t) = 0
v(t).a(t) = 0.
Ou seja, o vetor velocidade que é tangente ao caminho é perpendicular ao
vetor aceleração, ou ainda o vetor aceleração é ortogonal ao caminho.
Determine:
1. Os vetores velocidade, v e aceleração a.
2. a velocidade, a aceleração, a velocidade escalar e o versor do movimento para t = π/4.
3. o produto v.a. Interprete esse resultado geometricamente.
4. Esboce estes elementos em um gráfico.
Solução
Observemos inicialmente que esta trajetória é uma circunferência de centro no ponto (0, 0) ou
origem, e raio igual a 3, ou seja a partícula descreve um movimento circular.
1. O vetor velocidade é dado pela primeira derivada de α e a aceleração, pela segunda. Assim,
dα
v(t) = (t) = (−3sen(t), 3cos(t)),
dt
e
dv d2 α
a(t) = (t) = 2 (t) = (−3cos(t), −3sen(t)).
dt dt
2. Para t = π/4, temos que
√ √ √ √
v(t) = (−3 2/2, 3 2/2), a(t) = (−3 2/2, −3 2/2), ||v(π/4)|| = 3,
e o versor do movimento , que é um vetor unitário paralelo ao vetor velocidade, é dado por
v(π/4) √ √
= (− 2/2, 2/2).
||v(π/4)||
v(t).a(t) = 0.
a y
b
v
θ
a 3 x
1.4.2 Integrais
Uma função vetorial β(t) é uma primitiva de α(t), que estão definidas em um intervalo
I ⊂ R se
dβ
(t) = α(t), ∀t ∈ I ⊂ R.
dt
Ou seja, noção equivalente ao dado para funções reais. Assim, equivalentemente dize-
mos que
O vetor posição α(t) de uma partícula no plano, que se move ao longo de uma
curva, em qualquer instante t é dado pela aplicação
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 = ( x (t), y(t)),
Z Z Z Z Z
α(t)dt = x (t)dt, y(t)dt = x (t)dte1 + y(t)dte2 = β(t) + c,
Observemos ainda que geometricamente, a integral do vetor a(t) nos dá o vetor veloci-
dade, e a integral deste, o vetor posição.
Assim como para funções reais, temos também para funções vetoriais ou aplicações da
reta no plano, as integrais definidas, que de forma semelhante são definidas.
O vetor posição α(t) de uma partícula no plano, que se move ao longo de uma
curva, em qualquer instante t é dado pela aplicação
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 = ( x (t), y(t)),
Exemplo 1.15. Uma partícula se move em um plano com velocidade dada pela aplicação
v(t) = (−sen(t), cos(t)) , t ≥ 0.
1. Determine o vetor posição, α(t) desta partícula, sabendo que para t = π/2 ela está no ponto
(0, 1).
2. Determine a distância percorrida pela partícula, l, no período de tempo de t = 0 a t = π.
Solução
Determinemos o que está sendo pedido.
1. Sabemos que a velocidade é obtida através da derivação do vetor posição, α(t). Assim, para
obter α(t) basta calcularmos a integral de v(t), ou seja
α(t) = v(t)dt
R
= ( (−sen(t))dt, cos(t)dt)
R R
= (cos(t) + c1 , sen(t) + c2 ))
Como para t = π/2 ela está no ponto (0, 1), ou seja α(π/2) = (0, 1), podemos calcular as
constantes c1 e c2 , pois
π π
α(1π/2) = cos + c1 , sen + c2 ) = (0, 1),
2 2
ou ainda, c1 = 0 e c2 = 0.
Portanto, a posição da partícula é dada pela aplicação
α(t) = (cos(t), sen(t))) .
Observemos ainda que o traço desta curva é a circunferência de centro na origem e raio igual
a um.
2. O comprimento de uma curva, l, α(t) de t = a a t = b é dada por
Z b
l= ||v(t)||dt.
a
Antes de iniciarmos o estudo sobre vetores, primeiro observamos que este estudo é
totalmente análogo ao dos vetores no plano. Claro que existem diferenças e é justamente
sobre elas que iremos focar e distinguir. Assim, como no plano, temos que
Na verdade, esta associação entre ponto e vetor vale em qualquer dimensão, ou seja, no
plano R2 , R3 ou R n , n qualquer natural.
Bom, para iniciarmos então temos que marcar pontos no espaço. O espaço, ou R3 , tem
três dimensões, e assim podemos sempre imaginar o canto de uma parede de uma sala,
que tem as três retas, duas no solo e uma que segue a parede para o alto. Estando a sala
bem esquadrejada, estas três retas são perpendiculares entre si, duas a duas. Isto é análogo
ao plano, R2 , cujo sistema cartesiano é formado por duas retas perpendiculares.
Muito bem, mas e como marcar os pontos?
Sigamos o mesmo procedimento feito para marcar pontos no plano, ou seja, primeiro
um sistema de coordenadas com duas retas graduadas, orientadas (positivo e negativo) e
perpendiculares, os eixos x e y, e depois pelo ponto traçamos duas retas paralelas r e s aos
eixos do sistema x e y, respectivamente. Da intersecção das retas obtemos as coordenadas
dos pontos.
E o procedimento inverso, ou seja, tendo as coordenadas do ponto, traçamos perpen-
diculares aos eixos que contenham estas coordenadas e a intersecção destas duas retas, é a
marcação do ponto no plano. Veja a Figura 1.17.
b P
P r
a x a x
x
Figura 1.18: Sistemas de coordenadas no espaço.
c c c
P P
y y y
a b a b a b
Q Q Q
x x x
q
Norma de um vetor ||u|| = u21 + u22 + u23 . Temos ainda que
A prova destas propriedades é similar ao caso para vetores definidos no plano. Faça-as!!!!
Bem, mas temos algumas novidades e uma delas é a existência agora de um vetor que
perpendicular simultaneamente a outros dois vetores que não são paralelos. Para obtê-lo,
precisamos definir mais uma operação, que é chamada de Produto Vetorial entre vetores.
Dados os vetores não nulos u = (u1 , u2 , u3 ), v = (v1 , v2 , v3 ), queremos um terceiro,
w = (w1, w2 , w3 ) que seja perpendicular a estes, ou seja
u.w = 0 e v.w = 0.
v 1 w1 + v 2 w2 + v 3 w3 = 0.
Este sistema admite uma infinidade de soluções e uma delas é dado por
w1 = u2 v 3 − v 2 u3
w2 = v 1 u3 − u1 v 3
w3 = u1 v 2 − v 1 u2
Assim, o vetor
w = ( u2 v 3 − v 2 u3 , v 1 u3 − u1 v 3 , u1 v 2 − v 1 u2 )
é simultaneamente perpendicular aos vetores u e v.
Definição 1.17. Sejam os vetores não nulos u = (u1 , u2 , u3 ), v = (v1 , v2 , v3 ), então definimos
o produto vetorial entre u e v, como sendo um vetor que simultaneamente perpendicular aos dois e
denotamos por
u × v = ( u2 v 3 − v 2 u3 , v 1 u3 − u1 v 3 , u1 v 2 − v 1 u2 ) .
Sempre podemos usar este procedimento para calcular o vetor w, mas vamos apresentar
uma forma mais simples de se lembrar.
Considerando os vetores i = (1, 0, 0), j = (0, 1, 0) e k = (0, 0, 1), como de costume,
observamos que podemos escrever o vetor w na forma
u v1
v 1 u3 − u1 v 3 = − 1 ;
u3 v3
u1 u2
u1 v 2 − v 1 u2 = v1 ;
v2
ou ainda que
u2 v2 u1 v1 u1 u2
u×w = u3 i − j +
v3 u3 v3 v1 v2
i j k
u1 u2 u3
=
v1 v2 v3
Obviamente, aqui não temos uma matriz com entradas reais, pois i, j e k são vetores. Mas,
é um bom formato para se lembrar do produto vetorial.
É importante ressaltar que o produto escalar entre vetores é um número e o produto
vetorial entre vetores, resulta em um vetor.
Temos as seguintes propriedades para o produto vetorial entre vetores, que seguem
diretamente das propriedades dos determinantes.
• (u + v) × w = u × w + v × w;
• w × (u + v) = w × u + w × v;
• u × v = −v × u.
• u × v = 0 ⇔ u e v são paralelos.
Exercício 1.18.
v
h
Solução
Isto é verdade, pois a área do paralelogramo é dado por
A = base × altura,
e neste caso, a base é ||u|| e a altura é dado por
h = ||v||senθ.
Exemplo 1.20. Utilizando uma chave inglesa, ao apertarmos uma porca, exercemos um torque ao
longo do eixo do parafuso. A norma do torque depende da distância entre o eixo do parafuso e o ponto
sobre a chave inglesa no qual a força é aplicada e de quanto da força é perpendicular à chave no ponto
de aplicação. Veja a Figura 1.21.
Solução
Para calcular a norma do Torque, basta calcularmos a norma do vetor || F × r ||. Observe que o
vetor F × r é perpendicular simultaneamente aos vetores F e r e portanto paralelo ao vetor que dá o
torque.
Assim,
θ
F⊥ F
Figura 1.21: Cálculo do torque gerado pelo aperto de um parafuso com uma chave inglesa.
Exercício 1.21 (Produto misto). Vefique que o volume do paralepípedo dado pelos vetores u, v e w
é igual a
|(u × v).w| = ||u × v||||w||cosθ.
Lembre-se que o volume é dado pela área da base vezes a altura. Neste caso a base é o paralelogramo
definido por dois destes vetores.
z
r
P
A
u
y
−→
Seja P um ponto qualquer da reta, então, o vetor AP( x − x0 , y − y0 , z − z0 ) é paralelo ao
vetor u = ( a, b, c), ou seja
−→
AP = t.u,
que nos dá
( x − x0 , y − y0 , z − z0 ) = t( a, b, c) = ( at, bt, ct),
ou ainda, temos o seguinte sistema de equações
x = x0 + at
r: y = y0 + bt
z = z0 + ct.
−→
λ2 AC
P
−→ B
A λ1 AB
Escrevemos então −→ −→ −→
AP = λ1 AB + λ2 AC.
1. Obtenha a equação cartesiana do plano α resolvendo o sistema de equações dado pelas equações
paramétricas do plano, ou seja, resolva-o considerando as variáveis λ1 e λ2 .
2. Determine um ponto do plano x = 1.
3. Determine um vetor paralelo ao plano x − y = 1.
4. Determine um vetor perpendicular ao plano x − y = 1.
5. Determine equações paramétricas para o plano α : x + y − z = 0.
6. Obtenha uma equação do plano
(a) paralelo ao eixo z e que contenha os pontos (2, 0, 0) e (0, 3, 2).
(b) paralelo ao eixo y e que contenha os pontos (2, 1, 0) e (0, 2, 1).
(c) paralelo ao plano yz e que contenha o ponto (3, 4, −1).
(d) perpendicular ao eixo z e que contenha o ponto (1, 1, 1).
(e) que contenha o eixo z e o ponto (4, 4, 1).
(f) que contenha o ponto (2, 1, 0) e que seja perpendicular ao plano 2x − y + z = 0.
7. Determine a intersecção dos planos
α : 2x + 3y + z = 1 e β : x − 2y + 3z = 0.
α : x − 4y + z = −2
e a reta
x= 3 − 2t
r: y= 1+t
z= 2 + 3t
x = 3+t x= 2+s
r: y = 2−t e s: y= −3 + 2s
z = 1 + 4t z= 1 + 2s
x = 1 + 2t x= 4s
r: y = −1 + t e s: y= 2 + 2s
z = 5 − 3t z= 8 − 6s
x = 3+t x= 2+s
r: y = 2−t e s: y= −3 + 2s
z = 1 + 4t z= 2 + 2s
12. Seja o plano α : x − y + z = 1 e o ponto A(1, 1, 3). Calculemos a distância entre o ponto A e
o plano α.
(a) Escreva a equação da reta r que contenha o ponto A e que seja perpendicular ao plano α;
(b) Determine o ponto I que é a intersecção dessa reta r com o plano α;
(c) Calcule a distância entre os pontos A e I. Este número é a distância entre o ponto A e o
plano α.
(d) Generalize este resultado, ou seja, considere o plano α : ax + by + cz + d = 0 e o ponto
( x0 , y0, z0 ). Verifique que a distância entre o ponto P e o plano α é dado por
x= 1 + 2t
r: y= 5−t
z= −2 + 3t.
Vimos no exercício anterior que a intersecção entre elas é vazio e as mesmas não são paralelas,
ou seja, estas retas são reversas. Vamos calcular a distância entre elas. Para isto façamos o
seguinte:
(a) Determine um ponto A da reta s;
(b) Determine uma reta s1 que contenha o ponto A e que seja paralelo a reta r;
(c) Determine um plano α que contenha as retas s e s1 . Observe que o plano α é paralelo à
reta r;
(d) Como o plano α é paralelo a reta r, então qualquer ponto de r está a mesma distância de
α. Calcule então a distância de qualquer ponto de r ao plano α. Este número é a distância
entre as retas reversas r e s.
1.6 Superfícies
Uma das superfícies mais simples e conhecida no espaço é justamente a esfera, que se
caracteriza como sendo o lugar geométrico do espaço dos pontos que equidistam de um
ponto dado, ou ainda, consideremos um ponto dado P( x0 , y0 , z0 ), então a esfera tendo o
centro em P e raio r é dado por
S2 = {( x, y, z) ∈ R3 : x2 + y2 + z2 = r2 }.
Algumas superfícies não são tão conhecidas, mas são belas, como por exemplo, a esbo-
çada na Figura 1.24.
Vamos nesta secção dar vários exemplos de superfícies que são úteis em várias situa-
ções.
Figura 1.24: Superfície z = (1.3) x .sen(y).
Cilindro Desde o ensino médio, conhecemos muito bem o cilindro circular reto, que é repre-
sentado pelo conjunto
Ccr = {( x, y, z) ∈ R3 : x2 + y2 = 1}.
Este é um cilindro circular reto particular, pois interceptando ele pelo plano z = 0,
temos a circunferência de raio 1 e centro (0, 0, 0). Mas, os cilindros na verdade são
mais gerais, como por exemplo este:
C1 = {( x, y, z) ∈ R3 : y = x2 },
C2 = {( x, y, z) ∈ R3 : z = seny}.
Assim, dado uma curva qualquer e em um ponto dela, uma reta. Agora, para obter-
mos um cilindro, basta fazer esta reta percorrer a curva deslocando-a paralelamente a
reta dada. Portanto, o cilindro parabólico é obtido considerando-se a parábola y = x2
no plano z = 0 e uma reta perpendicular a este plano e que intercepta a parábola.
Figura 1.26: Representação gráfica da superfície z = seny.
F (y, z) = y − z2 = 0, y ≥ 0 e x = 0.
z
C
R Q
P
y
B
Assim, pelo ponto P passemos um plano que seja perpendicular ao eixo z (eixo de
rotação). Com isto, determinamos uma circunferência S1 que tem centro no ponto
R(0, 0, z) e raio igual a distância do centro R ao ponto P, ou ainda
q
raio = d( P, R) = x2 + y2 .
y21 = x2 + y2 .
Como o ponto Q pertence curva, então sabemos que
F (y1 , z) = 0.
R Q
P
y
Observação 1.23. Não haveria problema algum considerar a elipse inteira, pois ela é simé-
trica em relação ao eixo z, mas para nos mantermos fiel ao procedimento acima, consideraremos
apenas a metade dela.
Muito bem, consideremos então um ponto P( x, y, z) qualquer e mais, para esta curva
(a semi–elipse) temos que
y2 z2
F (y, z) = 2
+ 2 − 1 = 0.
b c
Pelo procedimento, consideremos então os pontos R(0, 0, z) e Q(0, y1, z) e obtemos
x2 y2 z2
+ + = 1,
b2 b2 c2
que é a equação do elipsóide de revolução obtido através da rotação da semi–elipse em
torno do eixo z.
Observe ainda que se a = b = c teríamos uma circunferência de centro na origem e
raio a e por outro lado temos ainda outros elipsóides, que não são de revolução dados
em sua forma mais simples por
x2 y2 z2
+ + = 1,
a2 b2 c2
onde a, b e c são reais quaisquer.
Hiperbolóides Consideremos agora a hipérbole (como é simétrica, a consideraremos com-
pleta),
y2 z2
− = 1, e x = 0.
b2 c2
R Q
P
y
Muito bem, consideremos então um ponto P( x, y, z) qualquer e mais, para esta hipér-
bole temos que
y2 z2
F (y, z) = 2 − 2 − 1 = 0.
b c
Pelo procedimento, consideremos então os pontos R(0, 0, z) e Q(0, y1, z) e obtemos
x2 y2 z2
2
+ 2 − 2 = 1,
b b c
que é a equação do hiperbolóide de revolução de uma folha ou simplesmente hiperbolóide
de uma folha obtido através da rotação da hipérbole em torno do eixo z.
R Q
P
y
Observe ainda que poderíamos tê-la girado em torno do eixo y e obteríamos agora
x2 y2 z2
− 2
+ 2 − 2 = 1,
b b c
que é a equação do hiperbolóide de revolução de duas folhas ou simplesmente hiperbolóide
de duas folhas obtido através da rotação da hipérbole em torno do eixo y.
Parabolóides Consideremos agora a parábola no plano yz (como é simétrica, a considera-
remos completa),
y = z2 , e x = 0.
Muito bem, consideremos então um ponto P( x, y, z) qualquer e mais, para esta pará-
bola temos que
F (y, z) = y − z2 = 0.
z
R Q
P
x2 + y2 − z2 = 0,
ou melhor
x 2 + y 2 = z2 ,
que é a equação do parabolóide obtido através da rotação da parábola em torno do eixo
z.
Observe ainda que poderíamos tê-la girado em torno do eixo y e obteríamos agora
x2 y2 z2
− 2
+ 2 − 2 = 1,
b b c
que é a equação do hiperbolóide de revolução de duas folhas ou simplesmente hiperbolóide
de duas folhas obtido através da rotação da hipérbole em torno do eixo y.
Cone de revolução Ao girarmos uma reta que passa pela origem e que não é paralela ao
eixo z, em torno do eixo z obtemos um cone de revolução. Vamos obter sua equação!!!
Consideremos a reta contida no plano yz que passa pela origem
y = mz, e x = 0.
z
R Q
P
Muito bem, consideremos então um ponto P( x, y, z) qualquer, e mais, para esta pará-
bola temos que
F (y, z) = y − mz = 0.
x2 + y2 − mz = 0,
ou melhor
x2 + y2 = m.z,
que é a equação do cone de revolução obtido através da rotação da reta em torno do
eixo z.
Cilindro de revolução Ao girarmos uma reta paralela r ao eixo z e distinta deste, em torno
do eixo z, obtemos um cilindro de revolução. Vamos obter sua equação!!! Observe que
no nosso procedimento sempre consideramos uma curva dada por um gráfico ou seja
do tipo
F (y, z) = 0, e x = 0.
Mas, neste caso, não temos esta situação pois para esta reta teríamos as seguintes
condições
y = y0 , e x = 0.
Lembremos que ao contrário para retas no plano, que podemos expressá-las por meio
de uma equação cartesiana, no espaço isto não é possível!
Muito bem, consideremos então um ponto P( x, y, z) qualquer, e da mesma forma os
pontos R(0, 0, z) e Q(0, y0, z). Então, P pertence a essa superfície se
d2 ( P, Q) = d2 ( R, Q),
ou ainda
x2 + y2 = y20 .
z
R Q
P
d(r, z) = y0 = R.
Exemplo 1.24. Podemos ter algumas superfícies que ainda não foram batizadas, mas que são extre-
mamemente bonitas e ricas. Por exemplo, veja a superfície dada por z = sen( xy) representada na
Figura 1.34.
Figura 1.34: Representação gráfica da superfície z = sen( xy).
Exercício 1.25.
1. Mostre que o gráfico de cada uma das seguintes equações reduz-se a um único ponto:
(a) x2 + y2 + z2 − 2x − 4y + 2z + 6 = 0;
(b) x2 + 2y2 + 2z2 − 2xy − 2yz = 0;
Sugestão: Basta completar os quadrados.
2. Mostre que o gráfico de
2x2 + 2y2 + 5z2 + 2xy + 2xz + 2yz + 8 = 0.
6. Determine m para que o cone gerado pela rotação da reta y = mz, x = 0, em torno da reta
y = z, x = 0, intercepte o plano x = 1 segundo a cônica 2yz = 1.
Na verdade, para todos os conceitos apresentados para curvas planares, temos o análogo
aqui. Vamos a eles:
Seja a aplicação
α: I⊂R → R3
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 + z(t)e3 = ( x (t), y(t), z(t)),
dα dx dy dz dx dy dyz
= e1 + e2 + e3 = , ,
dt dt dt dt dt dt dt
Para analisarmos o seu movimento, ou seja, a sua representação gráfica, observamos inicialmente
que esta hélice mora no cilindro
x2 + y2 = 1.
Para ver isto, basta substituir α(t) nessa equação. Faça isto!
Figura 1.36: Representação gráfica da Hélice α(t) = (cost, sent, t), t ∈ R.
Solução
Na verdade, a hélice se enrola ao redor deste cilindro, e ela sobe a medida que z(t) = t aumenta.
Observe ainda que a cada vez que t aumenta em 2π, a hélice dá uma volta completa ao redor do
cilindro. Veja a Figura 1.36.
Obviamente, α(t) é contínua e derivável, pois as suas coordenadas o são e o seu vetor velocidade,
é
v(t) = α′ (t) = (−sent, cost, 1).
Assim, como para curvas planares, temos as seguintes propriedades para curvas espa-
ciais, ou ainda aplicações de R em R3 :
Considere a aplicação
α: I⊂R → R3
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 + z(t)e3 = ( x (t), y(t), z(t)),
Função constante Se as funções x (t), y(t) e z(t) são constantes, então α(t) também é cons-
tante e
α′ (t) = 0.
Produto por um escalar Seja a função real f (t) e consideremos a aplicação β(t) = f (t)α(t),
então
β′ (t) = ( f (t)α(t))′ = f ′ (t)α(t) + f (t)α′ (t).
Observe que se f (t) = k = constante, então f ′ (t) = 0 e
( α + β ) ′ ( t ) = α ′ ( t ) + β ( t ) ′ ( t ).
Regra da cadeia Seja a função real f (t) e consideremos a aplicação β(t) = α( f (t)), então
Vetor aceleração Considerando o movimento de uma partícula no espaço temos que a ve-
locidade e aceleração, a(t) = α′′ (t) são ortogonais, se o vetor velocidade é unitário,
ou seja
||v(t)|| = ||α′ (t)|| = 1.
A prova deste fato é feita da mesma forma que fizemos para curvas planares
Exemplo 1.28. Uma pessoa em uma asa delta está espiralando para cima devido a uma corrente de
ar ascendente em uma trajetória descrita pela aplicação
Esta trajetória se assemelha ao movimento de uma hélice, embora não seja o mesmo, devido a
terceira coordenada z(t) ser t2 . Para este movimento determine:
Solução
2. A velocidade escalar da asa delta é dada pela norma do vetor velocidade, ou seja
√
= 9sen2 t + 9cos2 t + 4t2
√
= 9 + 4t2 .
Observe que a velocidade aumenta a medida em que a asa delta sobe em relação a terra. O
movimento descrito desta forma, obviamente não pode ser executado para todo valor de t real.
Por quê?
3. Para que os vetores velocidade e aceleração da asa delta sejam ortogonais, basta que o produto
escalar entre eles seja nulo, ou seja
As regras de derivação são as mesmas válidas para curvas planares ou ainda para apli-
cações da reta no plano, considerando apenas mais uma coordenada. Citaremos aqui ape-
nas as que envolvem o produto vetorial, visto que esta operação não está definida para as
aplicações planares.
Exercício 1.29.
1. Escreva as equações paramétricas da curva dada pela intersecção das superfícies
(a) z = x2 + y2 e x2 + y2 + z2 = 1.
(b) x2 + (y − 1)2 = 1 e y = x2 + 2.
2. Mostre que a curva dada pela intersecção das superfícies
x2 + (y − 1)2 = 1 e x2 + y2 + z2 = 4,
não é plana.
3. Verifique que a curva cuja equações paramétricas são
x = cost
y = sent
z = t,
x=t
y = et
z = cost,
1.7.1 Integrais
Uma função vetorial β(t) é uma primitiva de α(t), que estão definidas em um intervalo
I ⊂ R se
dβ
(t) = α(t), ∀t ∈ I ⊂ R.
dt
Ou seja, noção equivalente à dada para funções reais. Assim, equivalentemente dize-
mos que
O vetor posição α(t) de uma partícula no plano, que se move ao longo de uma
curva, em qualquer instante t é dado pela aplicação
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 + z(t)e3 = ( x (t), y(t), z(t)),
= β(t) + c,
onde β é uma função vetorial no espaço e c = c(c1 , c2 , c3 ) é um vetor constante.
Observemos ainda que geometricamente, a integral do vetor a(t) nos dá o vetor veloci-
dade, e a integral deste, o vetor posição.
Assim como para funções reais, temos também para funções vetoriais ou aplicações da
reta no plano, as integrais definidas, que de forma semelhante são definidas.
O vetor posição α(t) de uma partícula no plano, que se move ao longo de uma
curva, em qualquer instante t é dado pela aplicação
α: I⊂R → R2
t α(t) = x (t)e1 + y(t)e2 + z(t)e3 = ( x (t), y(t), z(t)),
b b b
R R R
= a x (t)dt e1 + a y(t)dt e2 + a z(t)dt e3 .
Exemplo 1.30. Suponha que no Exemplo 1.28 soubessémos apenas que o vetor aceleração da asa
delta era dado por
a(t) = (−3cost, −3sent, 2),
e quiséssemos saber o vetor posição da asa delta. Para isto, bastaria integrarmos seguidamente por
duas vezes o vetor aceleração ou seja, integramos uma primeira vez e obtemos o vetor velocidade que
é dado por
v(t) = a(t)dt
R
Solução
Observe que para determinarmos o vetor constante (c1 , c2 , c3 ) basta termos informação em re-
lação ao vetor velocidade em algum momento, ou seja, sabermos o vetor velocidade para um tempo
t0 . A isto chamamos condição inicial e você vai retornar a isto quando estiver no curso de métodos
matemáticos e estiver estudando equações diferenciais, a verdadeira base dos modelos físicos. Por
enquanto, assumamos que v(0) = (0, 3, 0) e neste caso temos que
ou ainda que
(c1 , c2 , c3 ) = (0, 3, 0) − (0, 3, 0) = (0, 0, 0).
α(t) = v(t)dt
R
Ou ainda que,
α(t) = 3cost, 3sent, t2 + (−3, 0, 0) = 3cost − 3, 3sent, t2 .
Observe que sob as condições acima assumidas, determinamos outra curva que é diferente da
curva dada no Exemplo 1.28. Qual deveria ser a condição inicial sob α(0) para que obtivéssemos a
mesma curva do exemplo aqui citado?
basta calcularmos
s
Z b
dx dy dz
S= + + .
a dt dt dt
Ou ainda,
Z b
S= ||v(t)||dt.
a
√
Assim, o pássaro percorreu a distância de 2π 2 metros. Em relação a altura, quanto ele subiu?
v ( t ) = α ′ ( t ),
e que este vetor é tangente ao movimento e, ainda, sabemos que o vetor aceleração é a
derivada do vetor velocidade.
Agora, dado o vetor velocidade podemos obter um vetor unitário, ou um versor, bas-
tando para isto dividirmos o vetor velocidade pela sua norma. A este vetor, chamaremos
de vetor tangencial à curva e o denotamos por
1
T (t) = v ( t ),
||v(t)||
ou ainda que
v(t) = ||v(t)||.T (t).
Ora, mas o vetor T (t) é unitário e assim T ((t) e T ′ (t) são ortogonais. Mostre isto!!!
Portanto, podemos escrever o vetor aceleração como a soma dos vetores
d
||v(t)||.T (t) e ||v(t)||.T ′ (t),
dt
sendo que o primeiro é tangente à curva e o segundo perpendicular à trajetória e estes dois
vetores têm os nomes de componente tangencial da aceleração e componente normal da aceleração.
Veja a Figura 1.37.
T′
a T
Figura 1.37: Representação gráfica dos vetores T (t), T ′ (t) e a(t) em uma curva α(t).
O plano que contém o ponto α(t) e é paralelo aos vetores T (t) e T ′ (t) é chamado plano
osculador. Observe ainda que se a velocidade tem norma constante, ou seja, se
||v(t)|| = k constante,
então sua derivada é nula e o vetor aceleração é ortogonal ao vetor velocidade, ou ainda,
tangente a T.
Exemplo 1.32. Determine o plano osculador à hélice
v(t) 1
T (t) = = √ (−cost, sent, 1).
||v(t)|| 2
Assim,
1
T ′ (t) = √ (−cost, −sent, 0).
2
1 1
T (0) = √ (0, 1, 1) e T ′ (0) = √ (−1, 0, 0).
2 2
Como o plano osculador, Π, é paralelo aos vetores T (0) e T ′ (0), obtemos as equações paramétri-
cas
Π : ( x, y, z) = (1, 0, 0) + T (0)s1 + T ′ (0)s2 , s1 , s2 ∈ R
ou ainda que
x= 1 − s2
y= s1
z= s1
Em muitas situações práticas ou mesmo teóricas, o valor de uma grandeza pode depen-
der do valor de duas ou mais outras grandezas. Em particular, tanto nos modelos geomé-
tricos quanto nos sistemas físicos reais isto geralmente ocorre. A área ou o perímetro de
uma região retangular, por exemplo, depende das medidas de seus lados. O volume de
um reservatório depende de suas dimensões. A produção de uma lavoura, dentre outras
variáveis, depende da área utilizada, da fertilidade do solo, de sua manutenção.
Por motivos didáticos, para o estudo dessas funções, iremos trabalhar preferencial-
mente com aquelas que dependem de duas variáveis e cujos valores poderão ser indicados
por valores numéricos .
Trabalhamos com funções de uma variável, ou seja, funções do tipo
y = f ( x ),
onde f é uma função que depende de uma variável, que no caso é x. Para analiSarmos
estas funções estudamos sobre limites, continuidade, diferenciabilidade e também integra-
bilidade. Estes conceitos também são importantes para o estudo de funções de várias va-
riáveis, ou seja funções que dependem de mais de uma variável, ou ainda, como exemplo
de uma função que depende de duas variáveis apresentamos
z = f ( x, y) = x2 + y2 .
Gráfico( f ) = {( x, y) ∈ R2 : y = x }
e representamos graficamente esta reta na Figura 2.1.
y
y=x
56
Neste gráfico podemos observar a continuidade e a diferenciabilidade, pois o traço não
tem saltos e em todos os pontos do gráfico podemos apoiar uma reta tangente. É claro que
apenas desta observação não podemos assegurar estes fatos!!!
Bem, agora teremos algumas surpresas agradáveis, pois quando trabalhamos com fun-
ções de várias variáveis, embora queiramos estudar os mesmos aspectos sobre uma função,
teremos diferenças interessantes, pois para o estudo e análise sempre precisamos investi-
gar o que acontecia numa vizinhança do ponto em questão, o que para funções de uma
variável, bastava observar e analiSar o que acontecia em um intervalo aberto (em geral!!!)
que continha o ponto.
Para funções de mais de uma variável, não é tão simples assim, pois agora quando
consideramos um conjunto que contém pontos próximos de um ponto dado, temos na
verdade que estudar o que ocorre em uma região que contenha este ponto.
Vejamos um exemplo.
Exemplo 2.1. Seja a função de f : R2 → R definida por f ( x, y) = x. Ora, o gráfico desta função
é o subconjunto do espaço R3 dado por
Gráfico( f ) = {( x, y, z) ∈ R3 : z = x },
z=x
x
Figura 2.2: Representação do gráfico da função z = f ( x, y) = x.
Muitas vezes temos funções dadas implicitamente, ou seja, definimos os pontos de de-
terminada região satisfazendo uma equação, como por exemplo:
x2 + y2 = 1.
Neste caso, é importante sabermos onde estamos trabalhando, pois neste exemplo, se
estivermos considerando os pontos do plano R2 que satisfazem esta equação, temos que o
objeto é uma circunferência C de centro (0, 0) e raio 1, mas se consideraRmos os pontos do
espaço R3 , teremos então um cilindro circular reto que contém a circunferência C . Veja a
Figura 2.3.
Exemplo 2.2. Podemos representar os exemplos mencionados na introdução deste capítulo, por
meio de equações de funções como
(a) O perímetro e a área de um retângulo, cujas medidas dos lados são x e y, são dadOs respectiva-
mente, pelas funções
p( x, y) = 2x + 2y e a( x, y) = xy.
V ( x, y, z) = xyz.
y z
1 x 1 y
x
Figura 2.3: Representação dos gráficos das funções dadas implicitamente por x2 + y2 = 1,
no plano e no espaço, respectivamente.
z = f ( x, y) .
Da mesma forma que para funções de uma variável, o conjunto D é chamado de domí-
nio de f e z = f ( x, y) o valor de f no ponto ( x, y) e o conjunto de todos os valores
z = f ( x, y)
f : D ⊂ R2 → R
.
( x, y) f ( x, y)
Nos exemplos acima tomamos todos reais não negativos, pois representam medidas e
as operações envolvidas foram apenas somas e produtos.
Exemplo 2.4. Para uma situação em que não foi especificado o significado das variáveis e que a
função representante seja, por exemplo,
q
f ( x, y) = y − x2
convenciona-se que o domínio é o conjunto de todos os pares ( x, y) para os quais a operação raiz
quadrada esteja definida no conjunto dos números reais.
Neste exemplo, o conjunto D é
{( x, y) ∈ R2 |y − x2 ≥ 0.}
Exercício 2.5.
Para cada uma das seguintes funções, determine o domínio e a imagem. Represente graficamente
esses conjuntos:
1
1. f (x, y) = ;
x2 + y2
1
2. f (x, y) = ;
x2 − y2
3. f (x, y) = y − x;
p
9 − y2 − x 2 ;
p
4. f (x, y) =
5. f (x, y) = ln x2 − y − 1 ;
2x − y + 4
p
6. f (x, y) = .
x−2
Existem diversas maneiras de representar funções com mais de uma variável indepen-
dente sob a forma de gráficos. Para o nosso entendimento inicial veremos os gráficos carte-
sianos, que trazem uma representação bastante apropriada para a maioria dos estudos que
precisamos fazer.
Lembremos que para as funções reais de uma variável real que estudamos no curso de
Cálculo 1, o gráfico era sempre representado no plano R2 . Vejamos um exemplo.
Exemplo 2.6. Seja a função
f : D⊂R → √
R
,
x x
onde
D = { x ∈ R | x ≥ 0 }.
Ora, podemos representar esta função por
√
y= x
Graficamente temos
√
y= x
{( x, y, z) ∈ R2 × R = R3 |z = f ( x, y)}
f ( x, y) = x2 + y2 ,
{( x, y) ∈ R2 | x2 + y2 ≤ 1, x ≥ 0 e y ≥ 0}
{( x, y, z) ∈ R3 |z = x2 + y2 }
Exercício 2.8. Determine o domínio, a imagem e esboce o gráfico das funções abaixo:
1. f (x, y) = 4 − 2x − 3y;
2. f (x, y) = 9 − x2 − y2 ;
p
3. f (x, y) = x2 + y2 − 2.
z
Figura 2.6: Representação gráfica do domínio D (em vermelho), da imagem (em azul) e do
gráfico da função z = x2 + y2 .
Há outra forma interessante de visualizar uma função de duas variáveis e que será
uma ferramenta interessante que nos ajudará a esboçar o gráfico da função. Esse método
consiste em determinar o conjunto de pontos do domínio da função que tenham a mesma
imagem, ou seja, para um valor escolhido na imagem de f , digamos k, determinar os pontos
( x, y) do domínio da função tal que
f ( x, y) = k, k ∈ Im( f ).
f (x, y) = x2 + y2
C1 : x2 + y2 = 1,
C4 : x2 + y2 = 4, e
C9 : x2 + y2 = 9.
Essas curvas de nível indicam que a imagem de todos os pontos da circunferência de raio 1, de
raio 2 e de raio 3, são iguais, respectivamente, a 1, 4 e 9. Veja a Figura 2.7.
f (C9 )
f (C4 )
f (C1 )
3 y
Figura 2.7: Representação gráfica das curvas de nível no gráfico da função f ( x.y) = x2 + y2 .
Exemplo 2.10. As curvas de nível k da função
f (x, y) = 4 − x − y
C4
x
C3
C2
C1
Figura 2.8: Representação gráfica das curvas de nível no gráfico da função f ( x, y) = 4 −
x − y.
Observe ainda que ao calcularmos a curva de nível 0, na verdade estamos encontrando a inter-
secção do gráfico da função f com o plano z = 0.
Exercício 2.11. 1. Esboce algumas curvas de nível e das seguintes funções, bem como os seus
respectivos gráficos:
(a) f ( x, y) = 9x2 + 4y2;
(b) g (x, y) = y − x2 + 5;
1
(c) h ( x, y) = 2 ;
x + y2
(d) i ( x, y) = y2 − x2 .
2. Explique porque duas curvas de nível não se interceptam.
3. Dada a função
f ( x, y) = ln ( x + y − 3) .
(a) Calcule f (1, 3) e f (3, e);
(b) Determine e esboce o domínio de f;
(c) Determine a imagem de f;
(d) Determine e esboce algumas curvas de nível de f;
(e) A partir das informações acima, você tem alguma ideia de como é o gráfico de f ?
Da mesma forma que definimos curvas de nível para funções de duas variáveis, defini-
mos superfícies de nível para funções de três ou mais variáveis. Cada conjunto solução da
equação
f ( x, y, z) = k, k ∈ Im( f )
é uma superfície de nível de f .
Exercício 2.12. Determine e esboce algumas das superfícies de nível das funções abaixo:
1. f (x, y, z) = x2 + y2 + z2 e
2. g ( x, y, z) = z − x2 − y2 .
2.1 Limites e Continuidade
Os conceitos de limite e de continuidade para funções de duas ou mais variáveis, bem
como suas interpretações, são similares aos dados para funções de uma variável, entre-
tanto, há uma diferença relevante, a qual explicaremos na sequência. De modo intuitivo,
se os valores de uma função
z = f (x, y)
estão próximos de um número real L para todos os pontos (x, y) suficientemente próximos de
um ponto fixado (a, b), dizemos então que f tem limite L quando ( x, y) tende ao ponto
( a, b).
Neste caso, escrevemos
lim [ f ( x, y)] = L.
( x,y)→(a,b)
b
a x a x
Vamos estudar o Limite de funções reais de várias variáveis a partir de alguns exemplos:
Exemplo 2.13. Consideremos as funções:
1. f (x, y) = x + 2y;
sen x2 + y2
2. g ( x, y) = e
x 2 + y2
x 2 − y2
3. f (x, y) = .
x 2 + y2
e estudemos os seus comportamentos quando (x, y) aproxima-se do ponto (0, 0) por quaisquer dire-
ções.
Solução
Analisando f : No caso da função f , é fácil ver que seu valor se aproximará de zero se ( x, y) apro-
xima de (0, 0), pois esta função é polinomial. Neste caso, o domínio é todo o plano R2 .
Analisando g: No caso da função g, já não tão simples, mas podemos observar que seu valor apro-
ximará de 1 se (x, y) aproxima de (0, 0).
Para isto podemos fazer
x 2 + y2 = r2
e a função fica dependente apenas da variável r, ou seja podemos considerar a função
sen(r2 )
g (r ) =
r2
e como já estudamos no Cálculo 1, este limite é o fundamental trigonométrico e vale 1 sempre
que r se aproxima de zero (r → 0).
Observe ainda que quando r tende a zero, temos que x e y também tendem a zero!
Analisando h: Vamos analisar agora o limite da função h, quando x e y tendem a zero. Para isto
escolhamos direções e calculemos os limites resultantes.
Veja quando ( x, y) aproxima-se de (0, 0) na direção, por exemplo, do eixo x , isto é, na direção
(x, 0).
Neste caso, podemos escrever
x 2 − 02 x2
lim f (x, y) = lim = lim = 1.
( x,y)→(0,0) ( x,y)→( x,0) x 2 + 02 x →0 x 2
E para ( x, y) aproximando-se de (0, 0) na direção do eixo y, isto é, na direção (0, y), temos
que
02 − y 2
2
−y
lim f ( x, y) = lim 2 2
= lim = −1.
( x,y)→(0,0) ( x,y)→(0,y) 0 + y y →0 y2
y = mx
isto é, na direção (x, mx). Observe que variando o valor de m obtemos todas as retas que
passam pela origem, com exceção da reta x = 0. Escrevemos
x2 − (mx)2 1 − m2 1 − m2
lim f ( x, y) = lim = lim = .
( x,y)→(0,0) ( x,mx)→(0,0) x2 + (mx)2 x →0 1 + m2 1 + m2
Ora, da última igualdade, variando m obtemos valores diferentes, ou seja, não existe o limite
da função g, quando o ponto se aproxima da origem.
É importante ainda perceber que se para todas as retas obtivéssemos o mesmo valor,
isto ainda não implicaria que o limite da função seria este valor. Veja o próximo exemplo!
Exemplo 2.14. Verifique a existência de
x 3 + y3
lim .
( x,y )→(0,0) y − x 2
Solução
Ora, para funções de uma variável real, calculando o limite do quociente de dois polinômios sem
termos constantes, sendo o do numerador com grau maior do que o denominador, o limite sempre é
zero. Neste caso temos uma situação análoga. Façamos a análise deste limite.
Verifiquemos o valor deste limite ao longo de retas que passam pela origem, ou seja, retas de
equação y = mx, m ∈ R.
x 3 + y3 x3 + (mx )3
lim = lim
( x,y )→(0,0) y − x 2 ( x,y )→(0,0) ( mx ) − x 2
x 3 (1 + m3 )
= lim
( x,y )→(0,0) x ( m − x )
x 2 (1 + m3 )
= lim
( x,y )→(0,0) m−x
= 0.
x 3 + y3 x 3 + ( x n )3
lim = lim
( x,y )→(0,0) y − x 2 ( x,y )→(0,0) ( x n ) − x 2
x3 (1 + x3n−3 )
= lim
( x,y )→(0,0) x 2 ( x n−2 − 1)
x (1 + x3n−3 )
= lim
( x,y )→(0,0) x n−2 − 1
= 0.
Esse procedimento nos parece indicar que o limite é nulo. Mas, observe ao calcularmos o limite
ao longo da curva y = x2 + x3 , ficamos com
x 3 + y3 x 3 + ( x 2 + x 3 )3
lim = lim
( x,y )→(0,0) y − x 2 ( x,y )→(0,0) ( x 3 + x 2 ) − x 2
x 3 (1 + x 3 ( x + a )3 )
= lim
( x,y )→(0,0) x3
= lim 1 + x 3 ( x + a )3
( x,y )→(0,0)
= 1.
x 3 +y3
Portanto, como obtivemos valores para o limite diferentes, o lim( x,y)→(0,0) y−x2
não existe.
Dos exemplos, concluímos que a existência do limite para funções de várias variáveis,
embora análoga ao já estudado para o caso de funções de uma variável, tem que ser mais
cuidadosa pois envolve toda uma região e não mais um intervalo como antes.
Definição 2.15. Seja f : D ⊂ R2 → R uma função de duas variáveis cujo domínio D contém
pontos arbitrariamente próximos de ( a, b).
Dizemos que o limite de
z = f (x, y)
quando (x, y) tende ao ponto (a, b ) é L e escrevemos
lim [ f ( x, y)] = L,
( x,y)→(a,b)
se para todo número ε > 0, existe, em correspondência, um número δ > 0 tal que, para todo ( x, y)
no domínio de f ,
| f (x, y) − L| < ε sempre que |( x, y) − (a, b)| < δ.
Observe que a definição de limite diz que a distância entre f (x, y) e L se torna arbitrari-
amente pequena se tomarmos a distância entre ( x, y) e ( a, b) suficientemente pequena, mas
não nula.
Portanto, a definição se refere apenas a distância entre (x, y) e ( a, b), mas nada sobre a
direção em que o ponto ( x, y) se aproxima de (a, b ).
Este fato nos permite concluir que se encontrarmos dois caminhos distintos, pelos quais
há a aproximação, e se por esses caminhos f (x, y) obtivermos limites diferentes, então
não existe.
Ou ainda, se para ( x, y) → ( a, b), obtivemos que f ( x, y) → L1 ao longo de um caminho
C1 e f ( x, y) → L2 ao longo de um caminho C2 , com
L1 6 = L2 ,
então
lim [ f (x, y)]
( x,y)→( a,b)
não existe.
Vejamos alguns exemplos.
Exemplo 2.16. 1. lim ( x + 2y) = 5. Neste caso, a função está definida em todos os
( x,y)→(1,2)
pontos.
2. Do exemplo anterior, temos que
x 2 − y2
lim
( x,y)→(0,0) x 2 + y2
não existe, pois ao longo de dois caminhos distintos, obtemos valores distintos, ou ainda
x 2 − y2 x 2 − 02 x2
lim 2 2
= lim 2 2
= lim 2 = 1, e
( x,y)→(0,0) x + y ( x,y)→(x,0) x + 0 x →0 x
x 2 − y2 02 − y 2
2
−y
lim = lim = lim = −1.
( x,y)→(0,0) x 2 + y2 ( x,y)→(0,y) 02 + y2 y →0 y2
lim f ( x, y) = 5.
( x,y)→(1,2)
lim f ( x, y) = L e lim g ( x, y) = M,
( x,y)→(a,b) ( x,y)→(a,b)
então:
1. lim [k f ( x, y)] = kL.
( x,y)→( a,b)
f ( x, y) L
4. lim = , M 6= 0.
( x,y)→( a,b) g ( x, y) M
2.2 Continuidade
Assim também como para funções de uma variável, a continuidade para funções de várias
variáveis é dada por,
Uma função
z = f (x, y)
é contínua em um ponto ( a, b) se são satisfeitas as condições:
1. f está definida em ( a, b);
2. Existe lim f ( x, y);
( x,y)→(a,b)
Dizemos também que uma função é contínua quando ela é contínua em todos
os pontos de seu domínio.
Exercício 2.17. Decida sobre a continuidade das funções dadas nos exemplos da secção anterior.
Capítulo 3
Diferenciabilidade de Funções de
Várias Variáveis
Existem muitos problemas que envolvem funções de várias variáveis, cujas resoluções pas-
sam pela determinação da taxa de variação da função em relação a uma das variáveis,
enquanto que as outras permanecem constantes. Casos como este requer a determinação
de derivadas da função dada em relação à variável em questão.
O Cálculo de funções de várias variáveis, em muitos casos, é o Cálculo de funções de
uma variável aplicado a várias variáveis, uma a cada vez. Vejam no caso de fixarmos todas
variáveis de uma função, exceto uma delas, a função se transforma em função apenas da
variável livre. Vamos dar um exemplo:
1 2
V (r, h) = πr h
3
que representa o volume do cone de raio r e altura h.
Fixando r = 3 e variando h, temos a função
1
V1 (h) = V (3, h) = π (3)2 h = 3πh,
3
que é função apenas da variável h.
Agora se fixamos o valor de h, por exemplo, h = 2 e variamos r, temos a função
2 2
V2 (r ) = V (r, 2) = πr ,
3
que é função apenas da variável r.
Notemos que a função V1 (h) é linear e representa, para cada valor de h, a altura do cilindro
circular reto de raio 3, enquanto que a função V2 (r ) é quadrática e representa 2/3 da área do círculo
de raio r.
Ambas as funções V1 e V2 , são funções de uma só variável. Este mesmo raciocínio estende de
modo natural a funções de mais variáveis.
S : z = f ( x, y)
na curva z = f ( x, y0 ), a qual é o gráfico da função de uma variável
z = f (x, y0 ) = F ( x ) .
z = f ( x, y0 )
z
y0 y
x0
z = f ( x0 , y) ,
z = f ( x0 , y )
z
S
y0
y
x0
A derivada da função
z = f ( x, y0 ) = F ( x )
é chamada de derivada parcial da função z = f ( x, y) em relação à variável x, no ponto
( x0 , y0 ). Esta derivada é denotada por
∂z ∂f
F ′ ( x0 ) = ( x0 , y0 ) = ( x0 , y0 )
∂x ∂x
ou ainda
F ′ ( x0 ) = f x ( x0 , y0 )
e seu significado geométrico é, como em funções de uma variável, ou seja, é a medida da
inclinação da reta tangente ao gráfico da função
z = f ( x, y0 ) = F ( x )
∂z ∂f
G ′ ( x0 ) = ( x0 , y0 ) = ( x0 , y0 )
∂y ∂y
ou
G ′ ( x0 ) = f y ( x0 , y0 )
e o significado geométrico é a medida da inclinação da reta tangente ao gráfico da função
z = f ( x0 , y) = G ( y )
f x ( x, y) = −4x e f y ( x, y) = −2y.
Observemos ainda que tanto f x ( x, y) e f y ( x, y) são também funções de duas variáveis e mais,
representam a inclinação da reta tangente considerando uma das duas variáveis constante.
Mais especificamente, se queremos determinar a inclinação dessas retas no ponto (1, 3), basta
f x (x, y) = y2 cos xy2 e f y ( x, y) = 2xycos xy2 .
Verifique!
f (0 + h, 0) − f (0, 0) 0−0
F ′ (0) = f x (0, 0) = lim = lim = 0;
h →0 h h →0 h
(x, y) 6= (0, 0)
podem ser calculadas pelas regras de derivação conhecidas para funções de uma variável.
Assim,
x2 + y2 y − xy.(2x ) y3 − x 2 y
′
F ( x ) = f x ( x, y) = 2
= 2
.
( x 2 + y2 ) ( x 2 + y2 )
Exercício 3.4.
x
1. Dada a função f (x, y) = sen . Mostre que:
1+y
∂f 1 x
(a) (x, y) = cos
∂x 1+y 1+y
∂f x x
(b) (x, y) = − cos
∂y (1 + y )2 1+y
∂z x2 + 2yz
(a) =− 2 .
∂x z + 2xy
∂z y2 + 2xz
(b) =− 2
∂y z + 2xy
5. Enuncie e resolva o exercício semelhante ao anterior, apenas trocando o plano x = 1 pelo plano
y = 2.
xy x2 − y2
, ( x, y) 6= (0, 0)
x 2 + y2
6. Dada a função f (x, y) =
0, ( x, y) 6= (0, 0)
f (x, y0 ) e f (x0 , y)
( f x ) x = f xx , ( f x )y = f xy e f y y = f yy , f y x = f yx .
Essas são as derivadas parciais de segunda ordem da função f , as quais são também
funções de ( x, y).
Notação
∂2 f ∂f
∂
f xx = 2 = , e
∂x ∂x ∂x
∂2 f ∂f
∂
f xy = = .
∂y∂x ∂y ∂x
Assim,
f xx ( x, y) = −y2 cos (xy) + 6xy3 ;
f yy ( x, y) = − x2 cos ( xy) + 6x3 y e
f xy ( x, y) = −sen ( xy) − xycos (xy) + 9x2 y2 = f yx (x, y) .
Observe que em ambos os exemplos, tivemos a f xy ( x, y) = f yx ( x, y), mas isso não é coinci-
dência, ocorrem na maioria das funções, principalmente naquelas que encontramos na prática.
Vamos analisar um exemplo em que esse fato, o de f xy (x, y) = f yx (x, y), não ocorre.
Para isto, consideramos a função
xy x2 − y2
, ( x, y) 6= (0, 0)
f ( x, y) = x 2 + y2
0, ( x, y) 6= (0, 0)
Observe ainda que apenas no ponto (0, 0), é que temos que
f xy (0, 0) = −1 e f yx (0, 0) = 1.
Verifique!
Mas, e como saber se isto ocorre ou não? Para isto temos um resultado devido a
Schwartz que assegura o seguinte:
Se uma função
z = f (x, y)
e suas derivadas parciais f x , f y e f xy estão definidas em um conjunto aberto
contendo o ponto ( x0 , y0 ) e tal que todas são contínuas, então
f xy (x0 , y0 ) = f yx ( x0 , y0 ) .
∂f ∂f
(1, 2) e (1, 2) .
∂x ∂y
Interprete esses números como inclinações de retas tangentes. Faça o esboço de uma figura
mostrando o gráfico dessa função e as retas tangentes.
2. As derivadas parciais ocorrem em equações diferenciais parciais que descrevem determinados
fenômenos físicos. Um exemplo é a Equação de Laplace,
z xx + zyy = 0.
As soluções dessa equação são chamadas funções harmônicas e são importantes no estudo de
condução de calor, escoamento de fluídos e potencial elétrico. Verifique se as funções abaixo
satisfazem a Equação de Laplace.
(a) z = x3 − 3xy2.
q
(b) z = ln 2 2
x +y .
y
(c) z = arctg .
x
3. Outro exemplo é a equação diferencial que descreve o movimento de uma onda, que pode ser
de um som do mar ou de uma corda vibrante. A Equação da Onda é
utt = c2 u xx .
t
satisfaz a equação de difusão ou do calor zt = kz xx , onde k é uma constante.
5. A temperatura em um ponto (x, y) de uma placa plana de metal é dada pela função
60
T (x, y) = ,
1 + x 2 + y2
1 1 1 1
= + + .
R R1 R2 R3
∂R
Calcule ∂R e interprete o resultado.
∂E ∂2 E
= E.
∂m ∂v2
3.2 Diferenciabilidade
Ao estudarmos funções de uma variável, vimos que se elas forem deriváveis em um ponto,
então ela é contínua nesse ponto. No caso de funções de mais variáveis isto não é mais
verdade. Veja o próximo exemplo.
Exemplo 3.8. A função
xy
(
x 2 +y2
, (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) =
0, ( x, y) 6= (0, 0)
não é contínua em (0, 0), pois não existe
lim f ( x, y) .
( x,y)→(0,0)
Verifique!
Entretanto, ela possui derivadas parciais neste ponto:
f (0 + h, 0) − f (0, 0)
f x (0, 0) = lim
h →0 h
0−0
= lim = 0;
h →0 h
f (0, 0 + k) − f (0, 0)
f y (0, 0) = lim
k →0 k
0−0
= lim = 0.
k →0 k
z = f ( x, y0 ) e z = f (x0 , y) ,
f (x0 + ∆x ) − f (x0 )
lim = f ′ ( x0 ) ,
∆x →0 ∆x
y = f ( x0 ) + m ( x − x0 )
tal que para x tendendo a x0 , a diferença f ( x ) − y tenda a zero mais rápido que r = x − x0 , ou seja
f (x) − y f ( x ) − f ( x0 ) − mr
lim = lim = 0.
x → x0 x − x0 r →0 r
É fácil notar que, no caso de funções de uma variável, ser derivável ou diferenciável
significam coisas equivalentes, é o que mostraremos a seguir:
Teorema 3.10. Uma função f de uma variável é derivável em um ponto x0 , se e somente se, for
diferenciável neste ponto.
f (x ) − f ( x0 ) − mr f ( x ) − f ( x0 )
lim = lim = m.
r →0 r x → x0 x − x0
m = f ′ ( x0 ) .
Assim, a reta tangente no ponto está bem definida e é dada pela equação
Y = f ( x0 ) + f ′ ( x0 ) ( x − x0 )
Observação 3.11. Essa reta é exatamente a tangente ao gráfico de f no ponto (x0 , f (x0 )), como
estudado no primeiro curso de Cálculo.
Assim, funções diferenciáveis ou deriváveis em um determinado ponto são aquelas que possibili-
tam apoiar reta tangente a seu gráfico no ponto especificado.
Uma conseqüência importante desse fato sobre funções de uma variável é que diferenciabilidade
ou derivabilidade implicam em continuidade.
Outro fato muito importante da equivalência descrita acima é a possibilidade de generalização
para funções de mais variáveis.
Z = f ( x0 , y0 ) + A ( x − x0 ) + B (y − y0 ) ,
tal que a diferença f ( x, y) − Z tende a zero mais rápido que
q
r = k( x, y) − (x0 , y0 )k = ( x − x0 )2 + (y − y0 )2
f ( x, y) − Z f ( x, y) − f ( x0 , y0 ) − A ( x − x0 ) − B (y − y0 )
lim = lim = 0.
r →0 r r →0 r
Podemos notar que a diferenciabilidade dessa função z = f ( x, y) no ponto (x0 , y0 ) tem
implicações importantes. Para isto denotando o quociente
f ( x, y) − f ( x0 , y0 ) − A (x − x0 ) − B (y − y0 )
a= , (3.1)
r
temos:
f ( x, y) = f ( x0 , y0 ) + A (x − x0 ) + B (y − y0 ) + ar.
E agora, considerando esta última igualdade e a equação 3.1, temos que se a → 0 para
r → 0, temos que
f ( x, y) → f ( x0 , y0 ) .
f (x, y0 ) − f ( x0 , y0 ) − A (x − x0 )
f (x,y0 )− f (x0 ,y0 )
h i
lim = lim x − x0 −A
( x,y0 )→( x0 ,y0 ) r x → x0
= 0.
Ou ainda,
∂f
f x ( x, y) = ( x0 , y0 ) = A.
∂x
De modo análogo, calculando o limite de a na direção do eixo y, ou seja para x = x0 ,
obtemos
∂f
f y ( x, y) = ( x0 , y0 ) = B.
∂y
Z = f ( x0 , y0 ) + f x ( x0 , y0 ) ( x − x0 ) + f y ( x0 , y0 ) ( y − y0 ) ,
y = f ( x0 ) + f ′ ( x0 )( x − x0 )
não tem limite, portanto, não tende a zero. Para verificar isto, por exemplo, calcule
este limite para y = x.
5. Uma condição suficiente para a diferenciabilidade de uma função em um ponto é que
suas derivadas parciais de primeira ordem sejam contínuas em um conjunto aberto
D, ou seja, não basta a existência delas em um ponto.
d f = f x ( x0 , y0 ) dx + f y ( x0 , y0 ) dy,
1 1 1 1
= + + .
R R1 R2 R3
Se as resistências medem R1 = 25Ω, R2 = 40Ω e R3 = 50Ω, com precisão de 0, 5% em cada
uma, o "erro"que se comete na determinação de R pode ser estimado por meio de diferenciais.
Calcule então este erro.
1
RESPOSTA 17 ≃ 0, 059Ω.
dy dy dx
= · .
dt dx dt
Para as funções de mais variáveis, a Regra da Cadeia tem várias versões, cada uma
delas nos dá um método de como calcular a derivada de uma função composta.
Admitiremos, a seguir, que as funções envolvidas sejam todas diferenciáveis.
z = f ( x, y) , x = x (t) e y = y (t) ,
ou ainda,
∂z ∂z dx
= 2xy, = x2 , = 2t
∂x ∂y dt
e
dy
= 3t2 .
dt
Fazendo
∂z dx ∂z dy
· + · = 2xy · 2t + x2 · 3t2
∂x dt ∂y dt
∂z dx ∂z dy 2
· + · = 2xy · 2t + x2 · 3t2 = 2t2 t3 · 2t + t2 · 3t2 = 7t6 ,
∂x dt ∂y dt
dz
que é exatamente o valor de calculado anteriormente.
dt
z = f (x (t) , y (t)) ,
dz ∆z
= lim .
dt ∆t →0 ∆t
Além disso, uma variação ∆t, em t, implicará variações ∆x, ∆y e ∆z, em x (t), y (t) e
z = f ( x, y), respectivamente.
Mas,
∆z = f ( x + ∆x, y + ∆y) − f ( x, y)
= f x ( x0 , y0 ) ∆x + f y ( x0 , y0 ) ∆y + ar,
com a → 0, quando q
r = k(∆x, ∆y)k = (∆x )2 + (∆y)2 → 0,
pois z = f (x, y) é diferenciável.
Portanto,
∆z ∂ f ∆x ∂ f ∆y ar
= · + · +
∆t ∂x ∆t ∂y ∆t ∆t
s
2 2
∂ f ∆x ∂ f ∆y ∆x ∆y
= · + · ±a + ,
∂x ∆t ∂y ∆t ∆t ∆t
onde o sinal desta última parcela é positivo ou negativo dependendo do sinal de ∆t.
Queremos calcular
dz ∆z
= lim ,
dt ∆t →0 ∆t
mas
∆t → 0 ⇒ a → 0.
Daí,
dz ∆z
= lim
dt ∆t →0 ∆t
∂ f dx ∂ f dy
= · + · .
∂x dt ∂y dt
Esta é a Regra da Cadeia para este caso e que pode ser escrita como o produto escalar
entre os vetores
∂f ∂f
, e x ′ , y′ ,
∂x ∂y
ou seja,
dz ∂f ∂f
, · x ′ , y′ .
=
dt ∂x ∂y
O vetor
∂f ∂f
,
∂x ∂y
é chamado de Gradiente da função z = f ( x, y) calculado no ponto ( x, y) e é denotado por
∂f ∂f
∇f = ,
∂x ∂y
no ponto t.
Exercício 3.16.
1. Dada a função
z= xy + y, x = cosθ, y = senθ :
p
dz
(a) Calcule , usando a regra da cadeia;
dθ
dz
(b) Calcule , substituindo x e y na função z;
dθ
(c) Mostre que
dz 1
(π /2) = − .
dθ 2
2. Considere o caso em z = f ( x, y) e y = y (x ). Mostre que
dz ∂f ∂ f dy
= + · .
dx ∂x ∂y dt
dy 3x2 + y2
=− ,
dx 2xy
em que F ( x, y) = x3 + xy2 − 3 = 0.
4. Considere que a função
PV = 8, 31T,
Uma aplicação muito importante desta versão da Regra da Cadeia é para mostrar que
o vetor gradiente,
∇ f = ( f x , f y ),
de uma função z = f (x, y), quando não nulo, é perpendicular à curva de nível da função
f.
Seja
Ck = {( x, y) : f ( x, y) = k }
uma curva de nível da função z = f ( x, y).
Considere que a curva Ck seja dada na forma paramétrica por
f ( x (t) , y (t)) = k.
d d
[ f (x (t) , y (t))] = (k)
dt dt
∂f ∂f
∂x (x, y) · x ′ (t) + ∂y ( x, y) y′ (t) = 0
O que mostra que se os vetores forem não nulos, então são perpendiculares, ou seja que
o vetor gradiente é perpendicular à curva de nível. Veja a Figura 3.3.
∇ f ( x, y) α′
C3 : α(t)
C2
C1
z = f ( x, y) , x = x (t, s) e y = y (t, s) .
Isto nos diz que z é função das variáveis t e s, a qual pode ser representada por
∂z ∂ f ∂x ∂ f ∂y
= · + ·
∂t ∂x ∂t ∂y ∂t
e
∂z ∂ f ∂x ∂ f ∂y
= · + · .
∂s ∂x ∂s ∂y ∂s
Uma observação importante é que os resultados que temos para funções de duas variá-
veis se estende de modo natural para funções de três ou mais variáveis.
Exemplo 3.17. Se
t
w = f ( x, y, z) = x + 2y + z2 , x = , y = t2 + ln s, z = 2t,
s
então
∂w ∂ f ∂x ∂ f ∂y ∂ f ∂z
= · + · + ·
∂t ∂x ∂t ∂y ∂t ∂z ∂t
1
= 1· + 2 · 2t + 2z · 2
s
1
= + 12t, e
s
∂w 2 t
= − 2.
∂s s s
Verifique!!!!
Exercício 3.18.
1. A voltagem V em um circuito que satisfaz a lei vai caindo lentamente à medida que a bateria
descarrega. Ao mesmo tempo, a resistência R vai aumentando conforme o resistor esquenta.
(a) Sabendo que V = IR e que todos os elementos do circuito dependem do tempo t, mostre
que a taxa de variação da voltagem V em função do tempo pode ser dada pela equação
dV ∂V dI ∂V dR
= + ;
dt ∂I dt ∂R dt
dR dV
R = 600 ohm, I = 0, 04 amp, = 0, 5 ohm e = −1volt s.
dt dt
z = f (x, y)
nas direções dos eixos coordenados, x e y, no sentido positivo, calculadas em cada ponto
( x0 , y0 ) do plano.
A partir de agora estamos interessados em determinar a taxa de variação da função
z = f (x, y), no ponto (x0 , y0 ) e em direção e sentido quaisquer. Para isto, tomemos um
vetor unitário u = (a, b) em sentido e direção arbitrários. A derivada direcional da função f
no ponto ( x0 , y0 ), na direção u = ( a, b) é dada pelo limite
f ( x0 + at, y0 + bt) − f ( x0 , y0 )
t
é a taxa de variação média de f , no ponto ( x0 , y0 ) e direção u. Assim, a derivada direcional
é a taxa de variação instantânea.
Uma interpretação geométrica importante está representada na Figura 3.4.
T
P
C
S P′ y
u
ha
Q′
hb
x
Figura 3.4: Representação gráfica da derivada direcional.
∆f .
= lim
t →0 t
= f x ( x0 , y0 ) a + f y ( x0 , y0 ) b
Temos então que a derivada direcional é o produto escalar do gradiente de f pelo vetor
direcional, daí
∂f
∂~u ( x0 , y0 ) = f x ( x0 , y0 ) a + f y ( x0 , y0 ) b
f x ( x0 , y0 ) , f y ( x0 , y0 ) · (a, b )
=
= ∇ f · ~u.
Exemplo 3.19. 1. Para calcular a derivada direcional da função
√
f ( x, y) = 3x2 y
∆ f ( x, y) = f x ( x, y) , f y (x, y)
√ 3x2
= 6x y, √
2 y
(b) Determinamos o vetor unitário na direção e sentido do vetor v = (3, 4), o qual é dado
por
v 3 4
u= = , .
kv k 5 5
(c) Por fim, calculamos
a derivada pedida, que é dada pelo produto escalar entre os vetores
3 4
∆ f (2, 4) e u = 5, 5 .
Assim,
∂f 3 4 3 4 84
(2, 4) = (24, 3) · , = 24 · +3· = .
∂~v 5 5 5 5 25
2. Para calcular a derivada de z = e xy no ponto (−2, 0) na direção do vetor que faz um ângulo
de π3 com o eixo x no sentido positivo, procede-se da seguinte forma:
(a) Determine o vetor unitário ~u. Este vetor é dado por
√ !
π π 1 3
~u = cos , sen = , ;
3 3 2 2
(b) Determine o gradiente de f no ponto (−2, 0). O qual é
∂f
( P0 ) = f x ( P0 ) , f y ( P0 ) · (1, 0) = f x ( P0 ) .
∂~u
Agora, se
∂f
( P0 ) = f x ( P0 ) , f y ( P0 ) · (0, 1) = f y ( P0 ) .
∂~u
Temos que em ambos os casos as derivadas direcionais coincidem com as derivadas
parciais.
2. Se na igualdade
∂f
( P0 ) = ∆ f ( P0 ) · ~u
∂~u
substituirmos o vetor direcional ~u = (a, b ) pelo seu oposto, −~u = (− a, −b ) o sinal da
derivada fica também invertido, isto é,
∂f ∂f
( P0 ) = − ( P0 )
∂~u ∂ (−~u)
Verifique!
3. De forma semelhante, se θ for o ângulo entre os vetores ∆ f ( P0 ) e ~u então
∆ f ( P0 ) · ~u
cosθ = .
k ∆ f ( P0 )k k~u k
∂f
( P0 ) = k ∆ f ( P0 )k k~u k cosθ = k∆ f ( P0 )k cosθ
∂~u
(x − x0 ) a = (y − y0 ) b.
Além disso, se θ for o ângulo dessa reta com o plano xy, então
∂f
( P0 ) = tgθ.
∂~u
Deste fato, podemos observar que a derivada é positiva se a função f cresce à medida
que o ponto Q = (x, y) se desloca a partir de P0 na direção u = ( a, b) e negativa caso
f decresce.
5. Seja
Ck = {( x, y) : f ( x, y) = k}
uma curva de nível da função z = f ( x, y) em que a curva Ck seja parametrizada por
d d
[ f (x (t) , y (t))] = (k)
dt dt
∂f ∂f .
( x, y) · x ′ (t) + ( x, y) y′ (t) = 0
∂x ∂y
∇ f ( x, y) · α′ (t) = 0
Se
α′ (t) 6= (0, 0) ,
isto mostra que os vetores ∇ f (x, y) e α′ (t) são perpendiculares.
Mas,
α ′ (t )
é tangente à curva de nível Ck da função f , assim, o gradiente é perpendicular à curva
de nível em cada ponto dela.
Além disso, tomando
α′ (t)
~u = ,
k α′ (t)k
podemos observar que
∂f α ′ (t )
( P0 ) = ∇ f ( x, y) · ′ = 0.
∂~u kα (t)k
Isto, na verdade, não é uma surpresa, pois a função f é constante ao longo da curva
de nível Ck .
Esta observação vale também para funções de mais variáveis, por exemplo, no caso
de três variáveis
w = f ( x, y, z)
a curva de nível Ck é, na verdade, uma superfície de nível contida no domínio de f .
O gradiente é então um vetor perpendicular a ela em cada ponto.
∇f
z
S : z = f ( x, y)
y
( P − P0 ) · ∇ f ( P0 ) = 0 ⇔ ( x − x0 , y − y0 , z − z0 ) · f x ( P0 ) , f y ( P0 ) , f z ( P0 ) = 0.
Ou seja,
f x ( P0 ) (x − x0 ) + f y ( P0 ) (y − y0 ) + f z ( P0 ) (z − z0 ) = 0.
3.4.2 Aplicações
1. Considerando a função diferenciável z = f (x, y), seu gráfico é a superfície dada pelos
pontos na equação ( x, y, f (x, y)).
O gráfico da equação
f (x, y) − z = 0
coincide com o gráfico de z = f ( x, y).
Mas, a equação
f (x, y) − z = 0
é uma superfície de nível da função
F ( x, y, z) = f ( x, y) − z.
∇ F = Fx , Fy , −1
( P − P0 ) · Fx ( P) , Fy ( P) , −1 = 0.
2. A reta normal à superfície gráfico de z = f ( x, y) ponto P0 = (x0 , y0 , z0 ) é dada pelas
equações paramétricas
∇w = f x , f y , f z
f ( x, y, z) = k, k ∈ Im ( f ) ,
P − P0 = t · ∇ f ( P0 ) , t ∈ R.
3. Dada a função
x2 y2
+ ,
f ( x, y) =
2 2
responderemos três questões interessantes sobre a variação desta função.
(a) Em que direção ela possui maior crescimento a partir do ponto (1, 1).
(b) Em que direção ela decresce mais rapidamente a partir do ponto (1, 1).
(c) Em quais direções ela possui variação zero a partir do ponto (1, 1).
Vamos às respostas!!!
1 1
~u = √ ,√ .
2 2
1 1
−~u = −√ , −√ .
2 2
1 1 1 1
~v · ~u = ( a, b) · √ , √ = 0 ⇒ ( a, b) = − √ , √ ,
2 2 2 2
ou
1 1
(a, b) = √ , −√ .
2 2
4. Determinaremos uma reta tangente à elipse
x2
+ y2 = 1
4
no ponto (−2, 1) .
Para isto, observemos inicialmente que a elipse
x2
+ y2 = 1
4
é uma curva de nível da função
x2
f ( x, y) = + y2 .
4
Portanto, o gradiente de f no ponto (−2, 1) é perpendicular à elipse neste ponto
∇ f (−2, 1) = (−1, 2) .
( x + 2, y − 1) = r (2, 1)
ou na forma
−1 (x + 2) + 2 (y − 1) = 0.
Exercício 3.20.
x 2 + y 2 + z2 = 1
x x
27 − 2x
Figura 3.6: Representação gráfica da Calha.
As definições de máximo e de mínimo para funções de várias variáveis são as mesmas que
no caso de funções de uma variável. Uma função f de duas variáveis tem um máximo local
em ( a, b) se existir um círculo aberto C contendo ( a, b) de modo que
f ( x, y) ≤ f (a, b )
Máximo local
Máximo absoluto
Mínimo local
Mínimo absoluto
Figura 3.7: Representação gráfica de uma superfície com vários tipos de extremos.
Exemplo 3.21.
1. A função
4 − x 2 − y2
p
f ( x, y) =
x 2 + y2
tem domínio n o
D = (x, y) : x2 + y2 ≤ 4 ,
não tem máximo, pois quando (x, y) → (0, 0), f ( x, y) → +∞.
Solução
Ela tem mínimo absoluto igual a zero, que ocorre em qualquer ponto da circunferência
x2 + y2 = 4.
2. A função
y
f (x, y) =
x2
tem domínio
D = {( x, y) : x 6= 0} .
Ela não tem máximo nem mínimo absolutos. Justifique!
1. O extremo absoluto de uma função f ocorrerá sempre em pontos extremos locais ou na fron-
teira da região em que ela é definida.
2. Para determinar o máximo ou mínimo absolutos de uma função contínua f em um conjunto
fechado e limitado, D, procede-se da seguinte maneira:
(a) Determine os valores de f em seus pontos críticos, os quais encontram-se no interior de
D;
(b) Determine os valores extremos de f na fronteira de D;
(c) O maior dos valores determinados nos itens anteriores é o valor máximo absoluto de f
em D e o menor é o mínimo absoluto.
f ( x, y) = x2 − 2xy + 2y
em
D = {(‘x, y) : 0 ≤ x ≤ 3, 0 ≤ y ≤ 2} .
Para isto temos que como f é contínua no conjunto D que é fechado e limitado, podemos aplicar
o resultado exposto acima.
Solução
Inicialmente calculemos o único ponto crítico de f , que é a solução do sistema linear
f x = 2x − 2y = 0
⇒ x = y = 1 ⇒ (1, 1) .
f y = −2x + 2 = 0
Segmento 1: f ( x, 0) = x2 , 0 ≤ x ≤ 3;
Segmento 2: f (3, y) = 9 − 4y, 0 ≤ y ≤ 2;
Segmento 3: f ( x, 2) = x2 − 4x + 4, 0 ≤ x ≤ 3;
Segmento 4: f (0, y) = 2y, 0 ≤ y ≤ 2.
Podemos observar que para o Segmento 1, temos uma função crescente no intervalo 0 ≤ x ≤ 3,
portanto, possui valor mínimo absoluto f (0, 0) = 0 e máximo absoluto f (3, 0) = 9;
Para o Segmento 2, temos uma função decrescente no intervalo 0 ≤ y ≤ 2, portanto, seu
mínimo f (3, 2) = 1 e seu máximo f (3, 0) = 9;
No Segmento 3, a função
f (x, 2) = x2 − 4x + 4, 0 ≤ x ≤ 3,
f (0, y) = 2y, 0 ≤ y ≤ 2,
z = f (x, y)
z = z0 + f x ( x 0 , y 0 ) ( x − x 0 ) + f y ( x 0 , y 0 ) ( y − y 0 ) ,
f (x, y) = x2 + y2
f x ( x, y) = 2x = 0, f y ( x, y) = 2y = 0 ⇒ ( x, y) = (0, 0) .
E neste ponto o valor da função é zero, f (0, 0) = 0, e em qualquer outro ponto o valor de
f (x, y) = x2 + y2
é positivo. Portanto o candidato foi eleito, ou seja, (0, 0) é ponto de mínimo local de f e f (0, 0) = 0
é o valor mínimo local.
Exemplo 3.25. O único ponto crítico da função
f (x, y) = y2 − x2
E neste ponto o valor da função é zero, f (0, 0) = 0, entretanto, em qualquer círculo aberto
centrado em (0, 0), por menor que seja o raio, existem pontos ( x, y) para os quais f (x, y) > 0 e
pontos em que f ( x, y) < 0. Verifique!!!
Assim, (0, 0) não é extremante de f . Nestes casos, dizemos que (0, 0) é um ponto de sela.
Exemplo 3.26. A função
f (x, y) = 3 − ( x − 1)2 + (y − 2)2
possui um único ponto crítico e ele é ponto de máximo. O valor máximo é 3?
Verifique isto!!!
Exercício 3.27.
f (x, y) = 3xy − 6x − 3y + 7
2x + 3y + z = 4.
no conjunto D, onde D é a região triangular com vértices (0, 0) , (6, 0) e (0, 6).
6. Determine os valores máximos e mínimos absolutos de
2 2
f ( x, y) = e− x −y x2 + 2y2
fx = fy = 0
em um ponto (x0 , y0 ) interior ao domínio de f não é suficiente para que esse ponto seja
extremante da função.
Lembremos que para funções de uma variável
y = f (x ) ,
usamos o teste da derivada segunda para caracterizar um ponto crítico, se é ou não extre-
mante. Para as funções de duas variáveis também tem o teste da derivada segunda que, na
maioria dos casos, permite caracterizar um ponto crítico, se é ou não extremante.
3.5.2 Teste da Derivada Segunda
Seja f uma função de duas variáveis com derivadas parciais até segunda ordem contí-
nuas em um círculo aberto centrado em ( x0 , y0 ) com
f x ( x0 , y0 ) = f y ( x0 , y0 ) = 0
Então,
f ( x, y) = 4xy − x4 − y4
definida em todo o plano Inicialmente, calculemos os pontos críticos de f , isto é, aqueles que anulam
a primeira derivada:
f x ( x, y) = 4y − 4x3 = 0
.
f y ( x, y) = 4x − 4y3 = 0
x9 − x = 0,
y = 0, y = 1, y = −1.
Mas,
f xx ( x, y) = −12x2 , f yy ( x, y) = −12y2 , f xy (x, y) = 4.
Daí, obtemos:
(a) f ( x, y) = xy − x2 − y2 − 2x − 2y + 10;
(b) f ( x, y) = xy;
(c) f ( x, y) = ysenx;
(d) f ( x, y) = senx + seny + sen ( x + y).
2. Determine o máximo e o mínimo absolutos da função em D:
(a) f ( x, y) = x2 + y2 − xy − y, D = {(x, y) : | x | ≤ 1, |y| ≤ 1};
(b) f ( x, y) = 8x3 + y3 − 3xy, D = {(x, y) : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1};
3. Uma transportadora trabalha apenas com caixas retangulares (forma de paralelepípedos re-
tângulos), cuja soma das medidas do comprimento e do perímetro da seção transversal é igual
a 1,08 metros. Mostre que, nessas condições, a caixa de maior volume possível é aquela que
tem comprimento 36 cm, altura e largura 18 cm. Quais as dimensões da caixa de retangular
de maior volume cuja área superficial total é 64 cm2 ?
Zb
f ( a, b) = 6 − x − x2 dx
a
f ( x, y) = xy
xy = c
tenha solução única.
Mas, substituindo a segunda equação na primeira, obtemos
c2
4x2 + = 4 ⇔ 4x4 + c2 = 4x2 ⇔ 4x4 − 4x2 + c2 = 0,
x2
a qual tem solução "única"se
∆ = 16 − 16c2 = 0 ⇒ c = ±1.
1 1 √
4x4 − 4x2 + 1 = 0 ⇒ x2 = ± ⇒ x = ± √ ⇒ y = ± 2.
2 2
f ( x, y) = 2x − y
restrita ao círculo x2 + y2 = 1.
2. Faça como no exemplo acima para
restrita ao círculo x2 + y2 = 1.
f ( x, y) = xy
restrita à condição
g (x, y) = 4x2 + y2 − 4 = 0.
Observemos na Figura 3.8 que os vetores
∆ f ( x, y) = (y, x)
e
∆g ( x, y) = (8x, 2y)
são perpendiculares às curvas f e g no ponto em que elas se tangenciam.
Isto é suficiente para percebermos que este raciocínio pode ser generalizado no sen-
tido de que os pontos que minimizam ou que maximizam funções definidas em conjuntos
fechados são aqueles cujos gradientes têm a mesma direção.
Sendo assim, podemos voltar ao exemplo acima e formulá-lo da seguinte forma:
Exemplo 3.32. Ache os extremos de
f ( x, y) = xy
restrita à condição
g (x, y) = 4x2 + y2 − 4 = 0.
∆ f ( x, y) = (y, x)
e
∆g ( x, y) = (8x, 2y)
são paralelos, isto é,
(y, x ) = λ(8x, 2y), λ ∈ R.
1
x=2 ± y ⇔ y = ±2x.
4
1
4x2 + (±2x)2 − 4 = 0 ⇒ 8x2 = 4 ⇒ x = ± √ .
2
√
Logo, y = ± 2.
Desprezando os valores de λ, temos
1 √ 1 √
√ , ∓ 2 e −√ , ± 2 .
2 2
f x ( x, y) = λgx ( x, y)
f y ( x, y) = λgy (x, y) .
g ( x, y) = 0
Exemplo 3.33.
1. Vamos usar esse método para mostrar que o retângulo de maior área com perímetro dado é o
quadrado.
Sejam x e y as medidas dos lados do retângulo e p o perímetro. A função a ser maximizada é
f ( x, y) = xy,
com a restrição
g ( x, y) = 2x + 2y − p = 0.
Solução
Para isto devemos resolver o sistema
f x (x, y) = λgx ( x, y)
f y (x, y) = λgy ( x, y) .
g (x, y) = 0
Ou ainda,
y= 2λ
p
x= 2λ ⇒ x = y = .
4
2x + 2y = p
2. Este resultado pode ser estendido de modo natural ao caso de funções de mais variáveis. U
Vamos usá-lo para determinar o volume da maior caixa retangular de lados paralelos aos eixos
coordenados, que possa ser inscrita no elipsóide
Resolução:
O que pretendemos é encontrar o máximo da função V = 8xyz restrita à condição
Fazendo
∆ f ( x, y, z) = λ∆g ( x, y, z)
e ,
16x2 + 4y2 + 9z2 − 144 = 0
Figura 3.9: Representação gráfica de 16x2 + 4y2 + 9z2 = 144.
obtemos o sistema
√
Segue que o volume da maior caixa possível é V = 64 3.
Verifique isto!!!
Exercício 3.34. 1. Determine o ponto da reta 2x − 4y = 3 que está mais próximo da origem.
2. Determine o ponto do plano x + 2y + z = 2 que está mais próximo da origem.
3. Determine o ponto do círculo x2 + y2 = 45 que está mais próximo e um outro que esteja mais
distante do ponto (1, 2).
4. Seja a temperatura em um ponto (x, y) de uma placa de metal dada por
Uma formiga, andando sobre a placa, percorre uma circunferência de raio 5 centrada na ori-
gem. Qual é a maior e a menor temperatura encontrada pela formiga ao longo deste caminho?
x x
θ
27 − 2x
Figura 3.10: Representação gráfica da Calha.
5. Uma folha retangular de zinco com 1 m de largura deve ser dobrada ao longo dos dois lados
para formar uma calha de seção transversal trapezoidal, como na Figura 3.10. Determinar x e
θ de modo que a calha tenha maior capacidade de escoamento.
Capítulo 4
Neste capítulo, estudaremos a integral de funções de duas variáveis, f ( x, y), em uma re-
gião do plano, a integral dupla e a integral tripla, que é a integral de funções de três variá-
veis, f (x, y, z), em uma região do espaço.
Essas integrais são também chamadas de integrais múltiplas e são vistas como uma
extensão natural das integrais definidas de uma variável em um intervalo da reta, elas são
definidas como limite de somas. Essas integrais são utilizadas para calcular volumes de
sólidos, áreas de superfícies, trabalho de uma força, massa contida em uma região, centro
de gravidade, probabilidade de ocorrer um evento, dentre outros.
Lembramos que as integrais chamada simples, ou seja, as integrais de funções de uma
variável y = f (x ) são dadas por
n Z b
lim ∑ f ( xi )∆xi = f ( x )dx
n→∞ a
i
y y
y= x2 y = x2
x x
( a) ( b)
Figura 4.1: Aproximação da área sob a parábola por falta ( a) ou por excesso (b).
Para as integrais duplas e triplas, o procedimento que usamos é análogo, ou mais espe-
cificamente:
101
Seja f ( x, y) definida num domínio D do plano, o qual suporemos limitado, isto é, estar
contido em um retângulo
R = {(x, y) : a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d} .
f ( xi , yi )
z
c
d y
b
a ( xi , yi )
x
Para definir a integral dupla de modo semelhante ao que foi feito para integrais simples,
procedemos da seguinte forma:
• Traçando retas paralelas aos eixos coordenados, dividimos o retângulo R, que contém
D, em n pequenos sub-retângulos e excluiremos aqueles que contiverem pelo menos
um ponto fora da região D, permanecendo apenas sub-retângulos que são subcon-
juntos de D. Denotaremos a área de cada um desses n sub-retângulos por ∆Ai .
• Escolheremos um ponto qualquer contido em cada sub-retângulo e denotemo-lo por
(xi , yi ), como representado na figura abaixo. O produto f (xi , yi ) ∆Ai pode ser inter-
pretado como o volume do paralelepípedo de altura f (xi , yi ) e área da base ∆Ai , com
sinal positivo se f ( xi , yi ) > 0 e com sinal negativo se f ( xi , yi ) < 0.
• O somatório
n
∑ f (xi , yi ) ∆Ai
i =1
é uma aproximação do volume com sinal da região do espaço compreendida entre o
domínio D e a superfície gráfico da função z = f (x, y). Esta aproximação deverá
ser melhor à medida que o número n de sub-retângulos for maior, devendo ter valor
exato quando esse número tender a infinito.
• Assim, o volume com sinal do sólido compreendido entre o domínio D e o gráfico da
função z = f (x, y) será
n
V = lim ∑ f (xi , yi ) ∆Ai .
n→∞
i =1
R = {( x, y) : a ≤ x ≤ b, c ≤ x ≤ d}
R = {( x, y) : a ≤ x ≤ b, c ≤ y ≤ d}
a integral de f em R é
ZZ Z dZ b Z d Z b
V= f ( x, y)dA = f ( x, y)dxdy = f ( x, y)dx ) dy.
R c a c a
A integral
Z b
A (y ) = f (x, y) dx
a
que aparece entre colchetes é calculada considerando a variável y constante.
A seguir, devemos calcular
Z d
V= A (y)dy.
c
é a área da seção plana do sólido obtida pela interseção do plano paralelo xz contendo
o ponto (0, y, 0) com o sólido acima do plano xy e abaixo do gráfico de z = f ( x, y).
Veja a Figura 4.3.
y y
c
y = g1 ( x )
x = f1 (y) x = f2 (y)
y = g2 ( x ) d
a b x x
Região 1 Região 2
f (x, y) = x2 + y2 , −1 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ x ≤ 2.
Ou seja,
Z 2Z 2
V= ( x2 + y2 )dxdy
0 −1
Z 2 Z 2
2 2
= ( x + y )dx dy
0 −1
Z 2 3 2
x 2
= + xy dy
0 3 0
Z 2
8 1
2
= + 2y − − − y2 dy
0 3 3
Z 2h i
= 3 + y2 dy
0
2
y3
= 3y + = 8.
3 0
Exercício 4.4. Esboce o sólido cujo volume é igual a 8 e que corresponde a integral calculada
acima, calcule a integral e compare o resultado e os procedimentos realizados no exemplo.
D = {( x, y) : a ≤ x ≤ b, α (x ) ≤ y ≤ β ( x )} ,
Observação 4.5.
é a área da seção plana do sólido obtida pela interseção do plano paralelo yz contendo o
ponto ( x, 0, 0) com o sólido, como está ilustrado na Figura 4.4.
D = {(x, y) : a ≤ x ≤ b, α ( x ) ≤ y ≤ β (x )}
S
S
A( x ) A( x )
y
x = x0 y
y = β( x )
x = x1
x = β(y)
y = α( x )
x = α(y)
x
x y = y0
y = y1
Exemplo 4.6. Vamos usar integral dupla para calcular o volume do prisma cuja base é o
triângulo delimitado pelas retas y = 0, y = 2x e x = 1 e a face superior está no plano
z = f (x, y) = x + 2y + 3.
Solução
Vamos resolver por passos que estão a seguir.
• Em primeiro lugar é importante esboçar o domínio de integração, que neste caso será a
base do prisma, que está ilustrado na Figura 4.5.
0 ≤ y ≤ 2x e 0 ≤ x ≤ 1.
Portanto, ZZ
V= ( x + 2y + 3)dA
D
Z 1 Z 2x
= ( x + 2y + 3)dydx
0 0
Z 1 Z 2x
= ( x + 2y + 3)dy dx
0 0
Z 1h iy=2x
= xy + y2 + 3y dx
0 y =0
Z 1h i
= 6x2 + 6x dx
0
h i x =1
= 2x3 + 3x2 = 5.
x =0
Z 2 Z 1
= ( x + 2y + 3)dx dy
0 y/2
Z 2 2 x =1
x
= + 2xy + 3x dy
0 2 x= 2
y
y2
Z 2
1 3y
= + 2y + 3 − + y2 + dy
0 2 8 2
9y2
Z 2
y 7
= − + + dy
0 8 2 2
y =2
9y3 y2 7
= − + + y = 5.
24 4 2 y =0
Exercício 4.7.
sen(32)
reescreva-a na ordem de integração invertida e mostre que ela é igual a .
10
Situação 3: Esta situação é quando o domínio, D, de integração puder ser decomposto em
partes disjutas, D = D1 ∪ D2 , de modo que cada uma delas seja adaptada a uma das
situações anteriores. Neste caso a integral
ZZ ZZ ZZ
I= f ( x, y)dA = f ( x, y)dA + f ( x, y)dA.
D D1 D2
y2 = 2x
2 x
x+y = 4
• Em seguida, vamos escrever a integral nas duas ordens possíveis. Assim, elas são:
ZZ Z 2 Z 4− x
I= 2xydA = 2xydxdy,
D 0 y2 /2
ou
ZZ Z 2 Z √2x Z 4 Z 4− x
I= 2xydA = 2xydydx + 2xydydx.
D 0 0 2 0
• Por último resolva uma das integrais. Esta parte fica como exercício.
4.1.1 Propriedades
Da mesma forma que a definição de integral dupla é análoga à definição de integral sim-
ples, as propriedades também são. Temos então que
ZZ ZZ
1. k f ( x, y)dA = k f ( x, y)dA para k ∈ R.
D D
ZZ ZZ ZZ
2. ( f ( x, y) ± g( x, y)) dA = f ( x, y)dA ± g( x, y)dA.
D D D
3. Se D = D1 ∪ D2 e se D1 ∩ D2 = ∅, então,
ZZ ZZ ZZ
f ( x, y)dA = f ( x, y)dA + f ( x, y)dA.
D D1 D2
1. Calcule a área da região delimitada pela reta y = − x e pela parábola y = 4x − x2 por dois
caminhos diferentes, um caminho usando uma integração simples e outro por meio de uma
integração dupla.
2. Calcule a área da região delimitada pelas retas y = x − 3 e x = −1 e pela função
4
y=
1 + x2
por dois caminhos diferentes: usando uma integração simples e outro por meio de uma inte-
gração dupla. Calcule a área da região delimitada pelas parábolas y = x2 e x = y2 .
3. Mostre que o volume do sólido abaixo do gráfico da função
z = 4x2 + y2
e acima da região do plano xy, delimitada pelo polígono de vértices (0, 0) , (0, 1) , (2, 0) e
(2, 1) é igual a 34
3 .
4. Calcule ZZ
( x + y)dA,
D
onde D é o círculo x2 + y2 ≤ 1 e interprete o resultado geometricamente.
5. Calcule ZZ
dA,
D
onde D é o círculo x2 + y2 ≤ 1 e interprete o resultado geometricamente.
6. Apresente um argumento geométrico que justifique a igualdade
Z Z √ 1 1−y2 π
q
1 − x2 − y2 dydx = .
0 0 6
7. Esboce os gráficos das funções
y = 4x3 − x4 e y = 3 − 4x + 4x2
em um mesmo sistema de coordenadas, encontre os pontos de interseções entre eles e calcule a
área delimitada por esses gráficos.
8. O valor médio de uma função contínua z = f ( x, y) em uma região R é definido por
1
ZZ
f ( x, y)dA,
A( R) D
onde A ( R) é a área da região R. Dê uma interpretação geométrica para essa igualdade consi-
derando que z = f ( x, y) > 0 em toda a região R.
9. Calcule o valor médio de
1
f ( x, y) =
x2 + 1
na região interna ao triângulo de vértices (0, 0) , (0, 1) e (1, 1). Faça o mesmo para a função
f ( x, y) = x2 − xy
na região delimitada pela reta y = x e pela parábola f ( x, y) = 3x − x2 .
4.2 Mudança de Variáveis
O principal objetivo da mudança de variáveis na integral, seja ela simples ou múltipla,
é a busca pela simplificação. Para funções de uma variável, vimos que a mudança de
variáveis é exatamente a integração por substituição, cujo método é basicamente dado pela
igualdade:
Z b Z d = g (b)
f ( x )dx = f ( g (u)) g′ (u) du,
a c = g (a )
x = x (u, v) e y = y (u, v) .
Suponhamos também que essas funções sejam contínuas, com derivadas contínuas e
que o determinante jacobiano da aplicação, que é dado por
∂ ( x, y) xu xv
J= =
yu yv
∂ (u, v)
u = v2
1 2 u
Assim,
Z 1 Z 2√u 1
I= √ 1 − u2 + senu dvdu
0 u v
Z 1 √ √
= 1 − u2 + senu ln 2 u − ln u du
0
Z 1
= ln 2 1 − u2 + senu du
0
1
u3
= ln 2 u − + cosu
3 0
1
= ln 2 − + cos1 .
3
Mudança Linear
Consideremos a transformação linear g definida pelas equações
( x, y) = g (u, v) ,
onde
x = au + bv
y = cu + dv
e a, b, c e d são reais.
O determinante jacobiano desta transformação é dado por
∂ (x, y) a b
J= = .
c d
∂ (u, v)
Se J 6= 0, então g é injetora em R2 e
ZZ ZZ
f ( x, y)dxdy = f ( au + bv, cu + dv)| ad − bc|dudv.
D Q
Exemplo 4.11. Vamos usar uma transformação linear conveniente para simplificar e calcular
a integral ZZ
e(y− x )/( x+y)dxdy,
D
onde R é o triângulo delimitado pelos eixos coordenados e a reta x + y = 2.
Solução
Utilizemos a seguinte mudança de coordenadas dada por
u+v
x= 2
u = y−x
⇔ ,
v = x+y
y = u−v
2
∂ ( x, y) 1 /2 1/2 1 1
J= = = − ⇒ |J| = .
∂ (u, v) 1 /2 −1 / 2 2 2
v u = −v
2 u
u=v
Assim, temos,
1
ZZ ZZ
e(y− x )/( x +y)dxdy = eu/v . .dudv
D Q 2
Z 2Z v
1
= eu/v dudv
2 0 −v
Z 2
1
= v(e − e−1 )dv
2 0
= ( e − e −1 ) .
Mudança Polar
Um ponto P (x, y) tem coordenadas polares (r, θ ), onde r é a distância do ponto P à
origem e θ é o ângulo formado pelo eixo x, sentido positivo, e o segmento de reta que
une P à origem.
As coordenadas retangulares e polares do ponto P estão relacionadas pelas equações:
x = rcosθ e y = rsenθ,
∂ ( x, y) x xθ cosθ −rsenθ
J= = r = = r.
∂ (r, θ ) yr yθ senθ rcosθ
E, escolhendo variações convenientes para r e θ de modo que ela seja biunívoca, po-
demos aplicar a regra de mudança de variáveis.
Assim,
ZZ ZZ
f ( x, y)dxdy = f (rcosθ, rsenθ )rdrdθ
D Q
Z β Z r2 ( θ )
= f (rcosθ, rsenθ )rdrdθ
α r1 ( θ )
Exemplo 4.12. Vamos usar uma transformação polar para resolver a integral que dá o volume
da esfera de raio R. O gráfico da função
q
z = R2 − x 2 − y 2
Figura 4.9.
Z R Z x = √ R2 − y 2 q
= √ R2 − x2 − y2 dxdy
− R x =− R2 − y 2
Z 2π Z R p
= R2 − r2 (2r )drdθ
0 0
Z 2π
2 2 3/2 r = R
= − R − r2 dθ
0 3 r =0
Z 2π
2 3
= R dθ
0 3
θ =2π
2 3 4
= R θ = πR3 .
3 θ =0 3
Exercício 4.13.
1. Mostre que
cos( x − y)
ZZ
dxdy = 1,
D sen( x + y)
onde D é o trapézio 1 ≤ x + y ≤ 2, x ≥ 0, y ≥ 0.
2. Mostre que se n o
D = ( x, y) : x2 + y2 ≤ 1
e usando coordenadas polares, então
Z πZ 1
π
ZZ
sen( x2 + y2 )dxdy = rsen(r2 )drdθ = (1 − cos(1)).
D 0 0 2
3. Calcule a área da região interna ao círculo r = 4senθ e externa ao círculo r = 2.
4. Use coordenadas polares para calcular o volume abaixo do parabolóide z = x2 + y2 e acima
do círculo x2 + y2 ≤ 9.
5. Calcule o volume interna da esfera x2 + y2 + z2 = 16 e externo ao cilindro x2 + y2 = 4.
6. Calcule o volume do sólido acima do plano xy abaixo do gráfico de
f ( x, y) = ln x2 + y2 ,
( xi , yi , zi )
z
Denota-se por
n ZZZ
lim ∑ f (xi , yi , zi ) ∆Vi = f ( x, y, z)dV.
n→∞ D
i =1
Assim, como tivemos para integrais duplas no caso da definição de área de uma super-
fície, e usando a Definição 4.14, observamos que se a função f (x, y, z) for constante e igual
a 1 em todo o domínio D, então ZZZ
f ( x, y, z)dV
D
é o volume da superfície D e, se for negativa em todo o domínio D, será o volume, porém
com sinal negativo.
4.3.1 Cálculo de Integrais Triplas
f ( x, y) = x2 + y2 + z2 ,
no cubo D : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1, 0 ≤ z ≤ 1,
Solução
Para isto, usaremos o mesmo procedimento adotado para a determinação de integrais duplas,
ou seja,
ZZZ
I= f ( x, y, z)dV
D
Z 1Z 1Z 1
= x2 + y2 + z2 dxdydz
0 0 0
Z 1Z 1Z 1 3 x =1
x 2 2
= + xy + xz dydz
0 0 0 3 x =0
R 1 R 1 1
= 0 0 3 + y2 + z2 dydz
y =1
y3
Z 1
y
= + + yz2 dz
0 3 3 y =0
Z 1
1 1
= + + z2 dz = 1.
0 3 3
2. Vamos usar integral tripla para calcular o volume do sólido D, delimitado pelos parabolóides
z = x2 + 3y2 e z = 8 − x2 − y2 .
x2 + 3y2 ≤ z ≤ 8 − x2 − y2 ,
√
. √ .
D: − 4 − x2 2 ≤ y ≤ 4 − x2 2, e
−2 ≤ z ≤ 2.
z = x2 + 3y2
z = 8 − x 2 − y2
x2 + 2y2 = 4
Z 2 Z √4 − x 2 2
.
= √ . 8 − 2x2 − 4y2 dydx
−2 − 4 − x 2 2
√ .
Z 2 3 y = 4− x 2 2
4y
= 8 − 2x2 y − √ dx ⇒
−2 3
.
y =− 4− x 2 2
√ Z
4 2 2 3/2 √
= 4 − x2 dx =8π 2.
3 −2
Verifique isto!!!
Exercício 4.16.
1. As integrais
Z 1 Z 1−y Z 2 Z 1 Z 1−z Z 2
V1 = dxdzdy e V2 = dxdydz,
0 0 0 0 0 0
2cos x2
Z 4Z 1Z 2
√ dxdydz
0 0 2y z
Suponhamos que em Q, essas funções são contínuas, tem derivadas contínuas e jacobi-
ano diferente de zero, onde
xu yu zu
J = xv yv zv .
xw yw zw
Coordenadas Cilíndricas: Um ponto P (x, y, z) tem coordenadas polares (r, θ, z), onde r e
θ são as coordenadas polares da projeção de P no plano xy.
As coordenadas retangulares e cilíndricas do ponto P estão relacionadas pelas equa-
ções:
x = rcosθ, y = rsenθ e z = z,
onde r ≥ 0, θ0 ≤ θ < θ0 + 2π e −∞ < z < +∞.
As equações definem uma transformação que restrita ao conjunto é biunívoca e con-
tínua juntamente com suas derivadas e seu jacobiano é J = r 6= 0. Verifique!
Assim,
ZZZ ZZZ
f ( x, y, z)dxdydz = f (rcosθ, rsenθ, z)rdrdθdz.
D Q
Exemplo 4.17. Vamos usar as coordenadas cilíndricas para simplificar e calcular a integral
ZZZ
zdxdydz,
D
e pelo parabolóide
2z = x2 + y2 .
Para isto, observemos que se ( x, y, z) for um ponto em D, então,
x 2 + y2
q
2z = ≤z≤ 8 − x 2 − y2 ,
2
e, se (x, y) ∈ R, onde R é a projeção de D no plano xy, então,
R = {( x, y) ∈ R2 : x2 + y2 ≤ 4}.
x = rcosθ, y = rsenθ e z = z,
temos que
r2
D = {(r, θ, z) ∈ R3 : 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2π,
p
≤ z ≤ 8 − r 2 }.
2
Assim,
Z 2 Z 2π Z √8−r 2
= rzdzdθdr
0 0 r 2 /2
r4
Z 2 Z 2π
r
= 8 − r2 − dθdr
0 0 2 4
r = 2
r4 r6
2
= π 4r − −
4 24 r =0
28π
= .
3
Coordenadas Esféricas: Um ponto P (x, y, z) tem coordenadas esféricas é dado por (r, θ, φ) ,
onde r é a distância do ponto P à origem, θ é o ângulo formado pelo eixo x, sentido
positivo, e o segmento de reta que une a origem (0, 0, 0) ao ponto P ( x, y, z) e φ é o
ângulo formado pelo eixo z, sentido positivo, e o segmento de reta que liga a origem
(0, 0, 0) ao ponto P ( x, y, z).
As coordenadas retangulares e esféricas do ponto P estão relacionadas pelas equa-
ções:
x = rsenφcosθ, y = rsenφsenθ e z = rcosφ,
onde r ≥ 0, θ0 ≤ θ < θ0 + 2π e 0 ≤ φ ≤ π.
Observação 4.18.
• As superfícies no espaço xyz para r constante e igual a R são esferas de centro na origem
e raio R.
• As superfícies para θ = θ0 constante são semi-planos que contém o eixo z.
• As superfícies para φ = φ0 constante são cones circulares com eixos coincidentes com o
eixo z.
e pelo parabolóide
2z = x2 + y2 .
x 2 + y2
q
≤z≤ 8 − x 2 − y2 ,
2
e, se (x, y) ∈ R, onde R é a projeção de D no plano xy, então,
n o
R = ( x, y) ∈ R2 : x2 + y2 ≤ 4 .
x = rcosθ, y = rsenθ e z = z,
temos que
n . o
D = (r, θ, z) ∈ R3 : 0 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ 2π, r2 2 ≤ z ≤ 8 − r2 .
p
Assim, ZZZ
I= zdxdydz
D
ZZZ
= rzdrdθdz
Q
Z 2 Z 2π Z √8−r 2
= rzdzdθdr
0 0 r 2 /2
r4
Z 2 Z 2π
r
= 8 − r2 − dθdr
0 0 2 4
r =2
r4 r6 28π
2
= π 4r − − = .
4 24 r =0 3
Exercício 4.20.
1. Calcule, através de integral tripla, o volume do sólido limitado pelos gráficos de:
(a) z = 4 − x2 , y + z = 4, z=0 e y=0
128
Resp.: v = 5
(b) z = 4 − x2 , z = 0, x = 0, y=0 e y=6
Resp.: v = 40
(c) z = 1 + x2 + y2 , z = 0, x = −1, x = 1, y=1 e y = −1
20
Resp.: v = 3
(d) x = 3, y = 5, z = 4, x = 0, y=0 e z=0
Resp.: v = 60
x + 2z = 6, y = 0, y = 5, z=0 e x=0
Resp.: v = 90
(e) x + 2y + 3z = 12, z = 0, x = 0, y=0 e y=4
356
Resp.: v = 9
(f) x + y = 6, z = 0, z = 4, x = 0 e y = 0.
Resp.: v = 72
(g) z = 9 − x2 , z = 0, x = −1, x = 1, y = 0 e y = 5.
Resp.: v = 260
3
y + z = 8, z = 0, x = 0, x = 6 e y = 0,
F ( x, y, z) = x.
Resp.: m = 576.
(b) S é o sólido limitado pelos planos
x + 2y = 6, z = 0, x = 0, e y = 0,
F ( x, y, z) = x · y
Resp.: m = 108.
(c) S é o sólido limitado pela calha y = 4 − x2 e pelos planos
z = 0, , x = 0, z = 6 e y = 0,
sabendo que a densidade num ponto P( x, y, z) é dada pela função
F ( x, y, z) = x2
y = 4, z = 6, x = 2, x = 0, z = 0 e y = 0,
F ( x, y, z) = x + y.
Resp.: m = 144
(e) S é o sólido limitado pelo cilindro y2 + x2 = 4 e pelos planos
z = 0, x = 0, z = 6 e y = 0,
F ( x, y, z) = y.
Resp.: m = 16.
3. Calcule o volume do sólido, através de integral tripla, limitado pelos gráficos de:
(a) x2 + y2 = 9, z = 0 e z = 5.
Resp.: v = 45π
(b) z = 9 − x2 − y2 e z = 0.
p
Resp.: v = 18π.
(c) z = 1 + x2 + y2 e z = 10.
Resp.: v = 81
2 π
(d) z = x2 + y2 e z = 8 − x2 − y2
Resp.: v = 16π
(e) z = x2 + y2 x2 + y2 + 9 e z = 0
p
Resp.: v = 18π
(f) z = x2 + y2 x2 + y2 + 9 e z = 10
p
Resp.: v = 72π
(g) z = x2 + y2 x2 + y2 + 9 e z = 10
Resp.: v = 99
2 π
(h) z = x2 + y2 x2 + y2 + 9 e z = 0
Resp.: v = 81
2 π
q
2 2 x 2 +y2
(i) z = 16 − x − y e z =
p
3
Resp.: v = 64π
3
(j) z = 4 − x2 − y2 e z = x2 + y2
p p
√
Resp.: v = −8 2π
3
+12π
(k) z = 9 − x2 − y2 e z = 0
p
Resp.: v = 36π
4. Calcule as seguintes integrais onde:
(a) S é o sólido limitado pelos gráficos de x2 + y2 + z2 = 9, z = 0, x = 0, e y = 0 , sendo
F = cosϕ . Resp.: 9π 4
(b) S é o sólido limitado pelos gráficos de z = x2 + y2 e z = 4 , sendo F = x2 + y2 .
p
Resp.: 512
5 π
(c) S é o sólido limitado pelos gráficos de z = x2 + y2 , z = 0, x2 + y2 = 4 , sendo F = y .
Resp.: zero
(d) S é o sólido limitado pelos gráficos de z = x2 + y2 , z = 10, x2 + y2 = 1 , sendo F = z .
Resp.: 299
6 π
(e) S é o sólido limitado pelos gráficos de z = x2 + y2 ,z = 10 e x2 + y2 = 25 , sendo
p
F = x . Resp.: zero
(f) S é o sólido limitado pelo gráfico de x2 + y2 + z2 = 9 , sendo F = x . Resp.: zero
(g) S é o sólido limitado pelos gráficos de z = x2 + y2 , z = 0, y = 0 e x2 + y2 = 1 , sendo
F = xz . Resp.: zero
(h) S é o sólido limitado pelos gráficos de z = x2 + y2 , z = 0, y = 0x = 0 e x2 + y2 = 25 ,
sendo F = xy . Resp.: 15625
12
5. Calcule a quantidade de massa m, sendo:
(a) S o sólido limitado pelos gráficos do parabolóide z = x2 + y2 , cilindro x2 + y2 = 9 e
p plano z = 10 e sabendo que a densidade num P ( x, y, z) é dada por F (x, y, z) =
pelo
4x2 + 4y2 .
Resp.: m = 828 5 π ou m = 165,6 π unidades de massa
(b) S o sólido limitado pelos gráficos do semi-cone z = x2 + y2 , cilindro x2 + y2 = 1
p
Observe que se ρ for constante e igual a k, então, a massa de A será igual ao produto
do volume de A pela constante k1. Neste caso, dizemos que o sólido é homogêneo.
No caso de uma massa estar distribuída sobre uma lâmina que ocupa uma região A
do plano xy e que possui densidade pontual ρ (x, y) então a massa total é dada por
ZZ
m= ρ ( x, y) dA.
A
Exercício 4.21.
x + z = 1, z − x = 1, y = 0
√
e pela superfície y = z tem densidade ρ (x, y, z) = 2y + 5. Mostre que ele tem massa
igual a 3.
2. Calcule a massa contida no sólido delimitado pelos parabolóides
3. Verifique que a massa de uma lâmina triangular com vértices (0, 0) , (1, 0) e (0, 1) com
densidade ρ (x, y) = xy é igual a 1/24.
My Mx
x̄ = e ȳ = ,
m m
onde m = ρ (x, y) dA é a massa total.
RR
A
Exemplo 4.22. Verifique que o centro de massa de uma lâmina triangular com vértices
3 11
(0, 0) , (1, 0) e (0, 2), com densidade ρ (x, y) = 1 + 3x + y é o ponto 8 , 16 .
No caso de uma superfície D no espaço, o momento de massa em relação ao plano yz é
dado por ZZZ
Myz = xρ (x, y, z)dV,
D
e de modo análogo, define-se os momentos em relação aos planos xz e xy. O centro
de massa é definido de modo análogo ao que foi feito no plano, isto é, se a função
densidade é ρ (x, y, z), as coordenadas do centro de massa de D são
1
ZZZ
x̄ = xρ (x, y, z)dV,
m
D
1
ZZZ
ȳ = yρ (x, y, z)dV e
m
D
1
ZZZ
z̄ = zρ (x, y, z)dV,
m
D
onde ZZZ
m= ρ (x, y, z)dV
D
é a massa total contida em D.
Momento de Inércia: O Momento de Inércia de uma partícula de massa m que gira em
torno de um eixo é definido por mr2 , onde r é a distância da partícula ao eixo de
rotação.
Esse conceito é estendido a uma lâmina com densidade ρ (x, y) e que ocupa uma
região D ⊂ R2 de modo análogo ao desenvolvido para momentos simples. Para isto,
imaginemos que a região D seja dividida em pequenos retângulos.
Aproximemos os momentos de inércia de cada um desses sub-retângulos em torno do
eixo x, somamos esses valores e tomamos o limite com o número de sub-retângulos
tendendo a infinito. Assim, temos que o momento de inércia da lâmina em torno do
eixo x é dado pela integral
n ZZ
Ix = lim
n→∞
∑ y2i ρ (xi , yi ) ∆A = D
y2 ρ (x, y) dA,
i =1
Verifique que I0 = Ix + Iy .
Em geral, o momento de inércia da lâmina em relação a um eixo E qualquer é dado
por ZZ
IE = r2 ρ (x, y) dA,
D
onde r é a distância do ponto ( x, y) ao eixo E.
De modo inteiramente análogo, se um corpo D ⊂ R3 tem densidade ρ (x, y, z), o
momento de inércia em relação a um eixo fixo E, é dado por
ZZZ
IE = r2 ρ (x, y, z) dV,
D
πρR4
I x = Iy = .
4
Solução:
Para ver isto, basta fazer o seguinte: Como é homogêneo, a densidade é constante. Por-
tanto, consideremos ρ (x, y) = k, então,
ZZ
Ix = y2 ρ (x, y) dA
D
ZZ
= ky2 dA =
x 2 + y 2 6 R2
R 2π R R
= k 0 0 r3 sen2 θdrdθ
R4
Z 2π
= k sen2 θdθ
4 0
kπR4
= .
4
kπR4
Para mostrar que Iy = faz-se de modo similar. Faça isso!
4
2. O momento de inércia de uma esfera
S : x 2 + y 2 + z 2 6 R2
com densidade constante ρ (x, y, z) = k, em relação a um diâmetro é dado por
ZZZ
I= r2 ρ (x, y, z) dV
S
ZZZ
= x2 + y2 kdV.
x 2 + y 2 + z2 6 R2
Z 2π Z R Z π
= k ρ2 sen2 φ ρ2 senφdθdρdφ
0 0 0
8
= kπR5 .
15
Verifique!
Exercício 4.24.
512
e cujo valor é k.
15
2. O cubo
D : 0 6 x 6 1, 0 6 y 6 1, 0 6 z 6 1
tem, em cada ponto (x, y, z), densidade ρ (x, y, z) = x.
(a) Mostre que o momento de inércia em relação ao eixo z é
5
ZZZ
I= x x2 + y2 dV = .
12
D
2 1 1
(b) Mostre também que o centro de massa do sólido é o ponto 3, 2, 2 .
(c) Mostre que o centro de massa de um cone circular reto de raio R e altura
h, cuja
densidade é proporcional a distância da base do cone é o ponto 0, 0, 3h 5 .
Área de uma Superfície: Iremos utilizar a integral dupla para calcular a área de uma su-
perfície em R3 . Para o objetivo de nosso estudo, vamos nos restringir ao cálculo de
áreas das superfícies que são gráficos de uma função
z = f ( x, y)
z = f ( x, y)
em que seja contínua e possua derivadas parciais primeiras também contínuas. Sem
perda da generalidade, apenas para as explicações iniciais, consideremos f ( x, y) > 0
em todo o domínio D, o qual vamos supor ser um retângulo.
Dividindo D em n pequenos retângulos Di com áreas ∆A = ∆x∆y. Se (xi , yi ) for um
ponto de Di , então
Pi = ( xi , yi , f ( xi , yi ))
é um ponto da superfície S, gráfico de f , e que se localiza acima de Di .
Seja Ti o plano tangente a S no ponto Pi .
Assim, a área ∆Ti do paralelogramo, parte desse plano tangente que está exatamente
acima de Di , é uma aproximação da área ∆Si , da parte de S que também está exata-
mente acima de Di . Então, uma aproximação da área total de S é
n
∑ ∆Ti
i =1
Mas, ∆Ti pode ser escrito de uma forma bastante conveniente para que a área seja
calculada. Para isto, tomamos o ponto ( xi , yi ) como sendo um o vértice de Di mais
próximo da origem do plano xy e tomamos também os vetores u e v como sendo os
lados do paralelogramo de área ∆Ti .
Então,
∆Ti = |u × v| .
Finalmente,
n q 2
A (S ) = lim ∑ 1 + [ f x ( xi , yi )]2 + f y ( xi , yi ) ∆A
n → ∞ i =1
RR q 2
1 + [ f x (x, y)]2 + f y ( x, y) dA.
= D
z = x 2 + y2
Z 2π Z 2 p
= 1 + 4r2 drdθ
0 0
π √
= 17 17 − 1 .
6
Exercício 4.26. Mostre que a área da esfera de raio R é igual a A = 4πR2 .
f ( x, y, z (x, y))
1
ZZ
y0 = yρ (x, y, z) dS,
m S
1
ZZ
z0 = zρ (x, y, z) dS.
m S
Exemplo 4.27.
1. Se f (x, y, z) = 1, a integral
ZZ ZZ
f ( x, y, z) dS = dA,
S D
que é exatamente a área de D.
2. O momento de inércia Ix de uma distribuição homogênea de massa sobre a semi-esfera
q
S : z = R2 − x 2 − y 2 , x 2 + y 2 6 R2 ,
em relação ao eixo x, é dado pela integral de superfície
ZZ ZZ
Ix = ρr2 dS = k x2 + y2 dS,
S S
q 2
onde, dS = 1 + ( z x )2 + z y .
Portanto,
ZZ
Ix = ρ x2 + y2 dS
S
k R2 − x 2 R
ZZ
= dxdy
R2 − x 2 − y 2
p
x 2 + y 2 6 R2
Z 2π Z R 2
R − r2 cos2 θ
= kR √ rdrdθ ⇒
0 0 R2 − r 2
4πkR4
= .
3
Verifique os cálculos!
Exercício 4.28. 1. Mostre que
20π
ZZ
x2 + y2 dS = ,
S 3
onde S é a superfície x2 + y2 + z2 = 4, z > 1.
2. Verifique que o momento de inércia da superfície esférica de raio R, homogênea, de massa m,
2mR2
em torno de um diâmetro é .
3
A integral
Z b
f (x )dx
a
pode ser generalizada de diversas maneiras. Dentre elas é a própria integral múltipla,
outra, a que trataremos aqui, são as integrais de linha, as quais têm diversas aplicações
importantes, principalmente na Física.
4.5.1 Integral de Linha de Funções Escalares
α: [ a, b] → R3
t ( x (t), y(t), z(t)).
Para definirmos a integral de linha da função f ao longo da curva C, temos como uma
das principais motivações, por exemplo, o cálculo de massas, sabendo-se a densidade em
cada ponto.
Consideremos, assim, que a curva α seja um arame e f ( x, y, z) a densidade de massa
em cada ponto (x, y, z) ∈ C, isto é, a massa por unidade de comprimento em cada ponto
de C. Queremos determinar a massa total, m, do arame.
Para isto, vamos dividir o intervalo em n subintervalos da forma
[ti−1, ti ] , i = 1, 2, 3, ... , n,
onde t0 = a e tn = b.
Com isto, obtemos uma decomposição de C em curvas Ci definidas em [ti−1, ti ]. Veja a
Figura 4.12
z
tn = b α(tn )
t n −1 α
t i +1 α(ti )
α ( t i +1 )
ti
y
α ( t0 )
t1
t0 = a
x
Supondo que α (t) seja contínua e possua derivada α′ (t) também contínua e denotando
por ∆si o comprimento de Ci , então temos que
Z t
i +1
α′ (t)
dt.
∆si =
ti
Mas, pelo teorema da média para integrais, existe um ri ∈ [ti−1, ti ] de modo que
Quando n for grande ∆si é "pequeno", assim, f (x, y, z) pode ser considerada constante
em Ci e igual a f (α (ri )).
Portanto, a massa total m é aproximadamente
n
sn = ∑ f (α (ri ))
α′ (ri )
∆ti .
i =1
f (α (t))
α′ (t)
no intervalo [ a, b ].
Por fim, se f ( x, y, z) for contínua em C, então
Z b
m= f (α (t))
α′ (t)
dt.
a
onde α (t) e α′ (t) são contínuas em [ a, b], e seja f ( x, y, z) uma função contínua em C.
A integral de linha ao longo de C é definida por
Z Z Z b
f ds = f ( x, y, z) ds = f (α (t))
α′ (t)
dt.
C C a
ou mesmo considerar
α (t) = (x (t) , y (t)) , t ∈ [ a, b] .
A partir disso, tudo funciona normalmente.
Exemplo 4.30.
Portanto, Rπ √
xy2 ds = costsen2 t sen2 t + cos2 t dt
R
C 0
Rπ
= 0 sen2 tcost dt
h it=π
1 3t
= 3 sen =0
t =0
2. Como no exemplo anterior, apenas trocando f (x, y) = xy2 por f (x, y) = 1. Neste caso,
Z Z πp Z π
ds = sen2 t + cos2 t dt = dt = π,
C 0 0
Calculemos inicialmente o vetor velocidade da curva C e também a sua velocidade escalar, que
são dados por
√
α′ (t) = (−sent, cost, 1) ⇒
α′ (t)
= 2.
Portanto,
Z Z 2π √
x2 + y2 + z2 ds = cos2 t + sen2 t + t2 2 dt
C 0
√ Z 2π
= 2 1 + t2 dt
0
t=2π √
√ t3 2 2
= 2 1+ = 3 + 4π 2 .
3 t =0 3
Exercício 4.31.
1. Verifique que I
xyds = 0,
C
onde C : | x | + |y| = 1.
2. Verifique que Z √ .
xds = 5 5 − 1 12,
C
2
onde C é dada por α (t) = t, t , 0 6 t 6 1.
3. A integral de linha de uma função escalar pode ser aplicada para o cálculo da massa de um fio
delgado com densidade linear (massa por unidade de comprimento) ρ (x, y, z) dada.
O fio no espaço pode ser interpretado como a imagem de uma curva C, parametrizada por
α : [ a, b] → R3 e, a partir daí, a massa é dada por
Z
ρ (x, y, z) ds.
C
IE = mR2 ,
8. Calcule a integral Z
xy2 ds,
C
α: [ a, b] → R3
t ( x (t) , y (t) , z (t)) .
W = F · ( B − A ).
Quando C não for um segmento de reta, podemos aproximá-la por uma poligonal com
vértices em C, da seguinte forma:
dividimos o intervalo [ a, b] em n subintervalos da forma
[ti−1, ti ] , i = 1, 2, 3, ... , n,
onde t0 = a e tn = b.
Com isto, obtemos uma poligonal de vértices
z
tn = b α(tn )
t n −1 α
t i +1 α ( t i +1 )
ti α(ti )
y
α ( t0 )
t1
t0 = a
x
e, neste segmento, F pode ser considerada constante e igual a F (α (ti )) no intervalo [ ti−1, ti ].
Mas, se existir α′ (t) para todo [ a, b], então,
Portanto, o trabalho W realizado para deslocar uma partícula de α (ti−1 ) a α (ti ) é apro-
ximadamente
F (α (ti )) ∆si ≈ F (α (ti )) α′ (t) ∆ti .
Assim, o trabalho W realizado pela força F para deslocar uma partícula ao longo de C é
dado por,
n
W = lim
n→∞
∑ F (α (ti )) α′ (t) ∆ti .
i =1
Rb
= a [ L (α (t)) x ′ (t) + M (α (t)) y′ (t) + N (α (t)) z′ (t) ] dt.
Exemplo 4.32.
1. Vamos calcular a integral do campo F (x, y, z) = (y, − x, z), ao longo da curva C, onde C é a
parte da hélice
α(t) = (cost, sent, t), 0 ≤ t ≤ π/2.
Solução
Inicialmente, calculamos o vetor velocidade da curva C, ou seja temos que
Portanto,
Z Z b
Fds = F (α (ti )) α′ (t) dt
C a
Z π/2
= (sent, −cost, t) · (−sent, cost, 1) dt
0
Z π/2
= (−sen2 t, −cost, t) · (−sent, cost, 1) dt
0
Z π/2
= −sen2 t − cos2 t + t dt
0
Z π/2
= (t − 1) dt
0 2 t=π/2
t
= −t
2 t =0
π2 π
= −
8 2
2. Vamos calcular o trabalho realizado pela força variável
F ( x, y, z) = y − x2 , z − y2 , x − z2
Portanto,
Z b
W= F (α (ti )) α′ (t)dt
a
Z 1
= t2 − t2 , t3 − t4 , t − t6 · 1, 2t, 3t2 dt
0
Z 1 29
= 2t4 − 2t5 + 3t3 − 3t8 dt = .
0 60
x=t
C1 : , 0 ≤ t ≤ 1,
y=0
x=1
C2 : , 0≤t≤1 e
y=t
x = 1−t
C3 : , 0 ≤ t ≤ 1.
y = 1−t
2. Mostre que
5
Z
Fds = ,
C 2
onde F (x, y) = ( x, y) e C é a poligonal de vértices (0, 0) , (2, 0) e (2, 1), orientada no sentido
anti-horário.
3. Faça o que se pede:
C1 : y = x2 , 0 ≤ x ≤ 1 e C2 : x = y2 , 0 ≤ y ≤ 1.
e C é uma curva qualquer que liga o ponto (0, 0) ao ponto (2, 2), orientado de (0, 0) para
(2, 2).
Definição 4.34. Se F é um campo definido em um conjunto aberto U ⊂ R3 para o qual existe uma
função f : U → R tal que F = ∆ f em U, então f é chamada função potencial para F. Neste caso,
dizemos que o campo F é campo gradiente ou conservativo.
Assim, o campo F = ( L, M, N ) é conservativo, se existir f ( x, y, z), tal que
∂f ∂f ∂f
= L, =M e = N.
∂x ∂y ∂z
pois F = ∆ f .
Pela tamanha importância deste resultado, mostraremos uma prova dele agora:
Se a, b ∈ R de modo que α (a) = A e α (b) = B, então
Z Z b
Fds = ∆ f (α (t)) α′ (t) dt.
C a
Daí,
Z Z b
Fds = ∆ f (α (t)) α′ (t) dt
C a
Z b
= g′ (t) dt
a
= g ( b) − g ( a )
= g (α (b)) − g (α ( a)) = f ( B) − f ( A) .
onde C é uma curva que liga os pontos A (0, 0, 0) ao ponto B (2, 1, 9).
∂f ∂f
=L e = M.
∂x ∂y
(1) Se as funções L e M forem contínuas juntamente com suas derivadas primeiras, então,
uma condição necessária para que o campo seja conservativo é que
∂L ∂M
= .
∂y ∂x
pois,
∂f ∂2 f
∂L
=L⇒ =
∂x ∂y∂x ∂y
∂L ∂M
⇒ = .
∂y ∂x
∂2 f
∂f ∂M
=M⇒ =
∂y ∂x∂y ∂x
∂ 2 ∂ 2
3x + 2xy = x + 3y2 = 2x.
∂y ∂x
∂f ∂f
=L e = M.
∂x ∂y
∂f
Z
= L ⇒ f (x, y) = L ( x, y) dx + g (y) .
∂x
Agora derivando f em relação a y para podermos utilizar a segunda igualdade acima,
temos que
∂f ∂
Z
= L ( x, y) dx + g′ (y) .
∂y ∂y
Utilizando este resultado e a segunda igualdade acima, obtemos uma expressão para
g′ . Assim,
∂f ∂
Z
=M⇒M= L ( x, y) dx + g′ (y) ,
∂y ∂y
ou ainda
∂
Z
g ′ (y ) = M − L ( x, y) dx.
∂y
Portanto, para obtermos uma expressão para a função f , basta determinarmos a fun-
ção g.
Vejamos um exemplo.
Exemplo 4.38. Se F = ( L, M ) = 3x2 + 2xy, x2 + 3y2 , então,
∂f
= L = 3x2 + 2xy ⇒ f ( x, y) = x3 + x2 y + g (y) ,
∂x
mas,
∂f
= M = x2 + g′ (y) .
∂y
Portanto,
∂f
= M = x2 + 3y2 = x2 + g′ (y) ⇒ g′ (y) = 3y2 ⇒ g (y) = y3 + k.
∂y
Logo,
f ( x, y) = x3 + x2 y + y3 + k, k ∈ R.
e C sendo a elipse
x2 y2
+ C:= 1,
9 4
cuja parametrização pode ser considerada
Integral de linha:
I Z 2π
Ldx + Mdy = (−36sen2 tcost + 18cos3 t + 8sen2 tcost)dt;
C 0
Integral dupla:
ZZ
∂M ∂L
ZZ ZZ
− dA = (2x − 2x )dA = 0.dA = 0.
D ∂x ∂y D D
A integral dupla foi muito fácil, preferimos resolvê-la diretamente aqui. Mas, não fi-
que triste, daremos a resposta da integral de linha, ela também vale zero. Verifique isto
diretamente!!!
B = α ( b)
A = α( a)
em que as funções x (t) e y (t), juntamente com suas derivadas primeiras são con-
tínuas e não simultaneamente nulas e, se A = α( a) = α(b) = B, C é uma curva
fechada.
• Se C não se auto intercepta entre os pontos A = α ( a) e B = α (b), então C é uma
curva simples. Circunferências e elipses são exemplos de curvas suaves, simples e
fechadas.
• Uma curva fechada simples parcialmente suave é aquela que pode ser decomposta
em um número C finito de curvas suaves Ck de modo que, quando t varia de a até b,
o ponto α (t) obtido com as parametrizações de Ck percorrem C uma única vez e com
apenas a exceção α (a) = α (b). Veja a Figura 4.14.
• Uma curva como a descrita no item anterior é a fronteira C = ∂D de uma região do
plano xy, a qual, dizemos, está orientada C positivamente se, a região D permanece
à esquerda, ao percorrer a fronteira ∂D C. É como andar nas linhas laterais de um
campo de futebol no sentido anti-horário, conforme Figura 4.15.
2
1
Figura 4.15: Curvas fechadas simples: (1) suave e (2) parcialmente suave.
Teorema 4.39 (Teorema de Green). Seja C uma curva fechada simples parcialmente suave e seja
D a região constituída de C e seu interior. Se C está orientada positivamente e se as funções L ( x, y)
e M (x, y) são contínuos, com derivadas parciais primeiras contínuas, então
ZZ
∂M ∂L
I
Ldx + Mdy = − dA.
C D ∂x ∂y
Esboço da prova:
Sem perder a generalização, vamos considerar que a região D pode ser descrita das
seguintes formas:
D = {( x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b, y1 ( x ) ≤ y ≤ y2 ( x )} ou
D = {( x, y) ∈ R2 : c ≤ y ≤ d, x1 (y) ≤ x ≤ x2 (y)},
onde as funções y1 (x ) , y2 (x ) , x1 (y) e x2 (y) são contínuas. Veja a Figura 4.16.
y y
c
y = g1 ( x )
x = f1 (y) x = f2 (y)
y = g2 ( x ) d
a b x x
Região 1 Região 2
ZZ
∂M ∂L ∂M ∂L
ZZ ZZ
I= − dA = dA − dA.
D ∂x ∂y D ∂x D ∂y
Z b Z y2 ( x )
∂L ∂L
ZZ
I1 = dA = dydx
D ∂y a y1 ( x ) ∂y
Z b
= [ L( x, y2 ( x )) − L( x, y1 ( x ))] dx
a
Z b Z b
= L( x, y2 ( x ))dx − L( x, y1 ( x ))dx
a a
Z a Z b
= − L( x, y2 ( x ))dx − L( x, y1 ( x ))dx
b a
Z Z
= − Ldx − Ldx
C2 C1
I
= − Ldx.
C
Portanto,
∂L
I ZZ
Ldx = − dA.
C D ∂y
∂M
I ZZ
Mdy = dA
C D ∂x
é obtida de modo similar, bastando para isto integrar ∂M/∂x primeiro em relação a x e a
seguir, em relação a y e considerando a região D na segunda forma acima, ou seja
D = {( x, y) ∈ R2 : c ≤ y ≤ d, x1 (y) ≤ x ≤ x2 (y)}.
Portanto, se C for uma curva fechada, para a qual o Teorema de Green é aplicável, então
I ZZ ZZ
2xydx + x2 + y2 dy = (2x − 2x)dA = 0 dA = 0.
C D D
(b) L = −y e M = 0, temos
ZZ I I
A (D) = dA = −y dx + 0 dy = −y dx.
D C C
Aplicando a igualdade
1
ZZ I
dA = xdy − y dx,
D 2 C
segue que
Z 2π
1
ZZ
dA = [(acost) (bcost) dt − (bsent) (− asent) dt]
D 2 0
Z 2π
1
= abdt
2 0
= πab.
Exercício 4.41.
1. Seja C a elipse
x2 y2
+ =1
9 4
orientada no sentido anti-horário.
(a) Verifique que
α (t) = (3cost, 2sent) , 0 6 t 6 2π
é uma parametrização para a curva C.
(b) Calcule a integral I
2xydx + x2 + y2 dy.
C
2. Mostre que
7
I
x2 − y2 dx + x2 + 2y4 dy = ,
C 3
onde C é a fronteira do conjunto
n o
(x, y) ∈ R2 : 1 6 x2 + y2 6 4, x > 0, y > 0 ,
é válida.
Se r e θ são as coordenadas polares, então
dx = cosθ dr − rsenθ dθ e dy = senθ dr + rcosθ dθ,
e assim temos,
1
I
A (D) = r2 dθ.
2 C
f = −∂w ∂y e g = ∂w ∂x,
temos que
∂M ∂L ∂2 w ∂2 w
− = 2 + 2 = ∇2 w,
∂x ∂y ∂x ∂y
dx dy ∂w dx ∂w dy
I I I
( Ldx + Mdy) = L +M ds = − + ds,
C C ds ds C ∂y ds ∂x ds
dy dx
n= − ,
ds ds
tem direção exterior à curva C. Com essas notações e utilizando o Teorema de Green, justifique
a igualdade
∂w
I ZZ
ds = ∇2 w dxdy.
C ∂n D
7. Tomando o campo G = ( M, L ) , você pode mostrar que o Teorema de Green pode ser escrito
na forma ZZ I
(div G ) dA = G. n ds,
D C
onde n é vetor normal à curva C e
∂M ∂L
div G = + .
∂x ∂y
onde
∂M ∂L
rot G = 0, 0, − ,
∂x ∂y
k é um vetor unitário perpendicular ao plano xy, u é um vetor unitário tangente a C e s é o
comprimento de C.
Verifique a identidade para G = −yi + xj e C é dado pelos lados do triângulo de vértices
(0, 0) , (1, 0) e (1, 1).
4.7 Teoremas de Gauss e de Stokes
As Leis do Eletromagnetismo podem ser expressas em quatro equações, denominadas
Equações de Maxwell, em homenagem a James C. Maxwell. Físico escocês nascido em 1831,
Maxwell conseguiu unificar as leis do eletromagnetismo, pela introdução da corrente de des-
locamento, que corrige a Lei de Ampère. São elas, as quatro leis do eletromagnetismo na
forma integral:
1
I
E.dA = Q Lei de Gauss
S ε0 S
∂
I Z
E.ds = − B.dA Lei de Faraday
C ∂t S(C)
∂
I Z
B.ds = µ 0 IC + µ 0 ε 0 E.dA Lei de Ampère–Maxwell
C ∂t S(C)
A forma integral destas equações implica sempre considerar um volume delimitado por
uma superfície, ou ainda, uma superfície delimitada por uma curva fechada ou circuito. Na
Lei de Gauss, o fluxo do campo elétrico, através de uma superfície fechada, é proporcional
à carga elétrica contida dentro do volume delimitado pela superfície fechada. Na lei de
Ampère, a circuitação do vetor indução magnética B ao longo de um circuito fechado é
proporcional à corrente total que flui através de uma superfície, na área delimitada pelo
circuito.
Esta forma de apresentar as leis do eletromagnetismo, embora de maior transparência
em seu conteúdo, mostra-se restritiva, quando tentamos desenvolvê-las na solução de um
problema prático. Melhor é dispor destas equações na forma diferencial quando podem ser
aplicadas a um ponto do espaço. A transformação é até bastante simples quando dispomos
de duas ferramentas matemáticas poderosas, que são os Teoremas de Gauss e de Stokes.
Nesta seção iremos apresentá-los e dar algumas aplicações.
Antes de apresentarmos os Teoremas de Gauss e Stokes, precisamos de algumas defi-
nições em relação a operadores para campos vetoriais que são básicos nas aplicações do
cálculo vetorial. São operadores diferenciais, que resultam, um em campo escalar e o outro
em um campo vetorial.
Consideremos o operador diferencial vetorial ∇ definido do espaço de funções diferen-
ciais f : R n → R em R n dado por
n
∂
∇= ∑ ei ∂xi ,
i =1
onde e1 , e2 , . . . , en são os vetores canônicos usuais e x = ( x1 , x2 , . . . , xn ).
Em R3 temos
∂ ∂ ∂
∇ = ~i + ~j + ~k ,
∂x ∂y ∂z
onde e1 = ~i = (1, 0, 0), e2 = ~j = (0, 1, 0) e e3 = ~k = (0, 0, 1).
Observe que quando aplicamos ∇ a uma função escalar f : R3 → R, obtemos o gradi-
ente de f , ou
∂f ∂f ∂f
∇ f = ~i + ~j + ~k
∂x ∂y ∂z
.
∂f ~ ∂f ~ ∂f ~
= i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
Consideremos, agora, um campo vetorial
F = M ~i + N ~j + P ~k
em R3 . Podemos escrever, simbolicamente, o produto escalar de ∇ por F, e chamamos a
esta função de divergente ou ainda
∂M ∂N ∂P
divF = ∇ F = + + .
∂x ∂y ∂z
determine div F.
Solução:
Basta calcularmos diretamente e obtemos
∂M ∂N ∂P
div F = ∇ F = + + = z + xz − 0 = z(1 + x ).
∂x ∂y ∂z
rot F = ∇ × F.
rot F = ∇×F
~i ~j ~k
= ∂/∂x
∂/∂y ∂/∂z
M N P
∂P ∂N ~i + ∂M ∂P ~j + ∂N ∂M ~k.
= − − −
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
Solução:
Temos que calcular rot F = ∇ × F.
Assim,
~i ~j ~k
rot F =
∂/∂x ∂/∂y ∂/∂z
xyz −y2
xz
= (−2y − xy, x − 0, yz − 0)
= (−y(2 + x ), x, yz)
Exemplo 4.44. Determine o fluxo do campo vetorial F ( x, y, z) = (z, y, x )) sobre a esfera unitária
S1 : x2 + y2 + z2 = 1.
Solução:
Como a esfera S1 é uma superfície que limita a bola Q : x2 + y2 + z2 ≤ 1, podemos usar o
Teorema de Gauss, obtendo assim
→ 4π
ZZ ZZZ ZZZ
F . n dS = div F dV = 1dV = .
3
S Q Q
onde
2
F ( x, y, z) = ( xy, y2 + e xz , sen( xy))
e a fronteira é a superfície do sólido Q limitado pelo cilindro parabólico z = 1 − x2 e pelos planos
z = 0, y = 0 e y + z = 2. Veja a Figura 4.17.
Para calcularmos a integral de superfícies diretamente, teríamos que fazê-lo considerando partes
da superfície e calculando a integral sobre elas. Este processo é trabalhoso!!!
Entretanto, vamos usar o Teorema de Gauss para transformar a integral de superfície em uma
integral tripla, e para isto precisamos calcular o divergente de F que é dado por
∂ ∂ 2 xz2 ∂
divF = ( xy) + (y + e ) + (sen( xy)) = y + 2y = 3y.
∂x ∂y ∂x
Z 1 Z 1− x 2 Z 2−z
= 3 ydydzdx
−1 0 0
Z 1 Z 1− x 2
(2 − z )2
= 3 dzdx
−1 0 2
1− x 2
(2 − z )3
Z 1
3
= − dx
2 −1 3 0
Z 1 h
1 i
= − ( x2 + 1)3 − 8 dx
2 −1
Z 1
1
= − ( x6 + 3x4 + 3x2 − 7)dx
2 −1
184
=
35
Teorema de Stokes
Seja S uma superfície orientada suave por partes, cuja fronteira é formada por uma
curva C simples, fechada, suave por partes, com orientação positiva.
N
S
C
Figura 4.18: Teorema de Stokes: Superfície S e a curva C.
Seja F um campo vetorial cujas componentes têm derivadas parciais contínuas em uma
região aberta do R3 que contém S. Então,
→
Z ZZ
F .d r = rot F . ndS
S
C
plano y + z = 2 com o cilindro x2 + y2 = 1. Lembremos que temos que orientar C para ter o
sentido anti-horário quando olhado de cima.
Solução:
A curva C que é uma elipse está representada na Figura 4.19. Apesar da integral poder ser
calculada diretamente, é mais simples usar o Teorema de Stokes, e vamos fazê-lo!!!
O rotacional de F é rotF = (0, 0, 1 + 2y) e dentre as muitas superfícies com fronteira C, vamos
escolher uma mais conveniente, que é a região elíptica S no plano y + z = 2 cuja fronteira é C.
Se orientarmos S para cima, então a orientação induzida em C será positiva. A projeção D de S
sobre o plano xy é o disco T : x2 + y2 ≤ 1 e, assim, fazendo z = 2 − y, temos
x= u
S: y= v , (u, v) ∈ T : u2 + v2 6 1 .
z = 2−v
Portanto,
rotF.n = 1 + 2y.
Finalmente, Z ZZ
F.dr = rot F.ndS
C S
ZZ
= (1 + 2y)dA
D
Z 2π Z 1
= (1 + 2rsenθ )rdrdθ
0 0
Z 2π 2 1
r r3
= + 2 senθ dθ
0 2 3 0
Z 2π
1 2 1
= + senθ dθ = 2π + 0 = π.
0 2 3 2
Exemplo 4.47. Usando o o Teorema de Stokes calcule a integral
ZZ
rot F . ndS,
S
onde F ( x, y, z) = (yz, xz, xy) e S é a parte da esfera x2 + y2 + z2 = 4 que está dentro do cilindro
x2 + y2 = 1 e acima do plano xy.
Solução:
Para determinar a curva fronteira C, resolvemos as equações
x2 + y2 + z2 = 4 e x2 + y2 = 1.
√
Delas obtemos z2 = 3 ou z = 3, uma vez que z > 0.
√
Assim, C é o círculo dado pelas equações x2 + y2 = 1 e z = 3 e consideremos a parametrização
para C dada por √
C (t) = (cost, sent, 3), 0 ≤ t ≤ 2π.
O vetor tangente a C é C ′ (t) = (−sent, cost, 0).
Temos ainda que √ √
F (C (t)) = ( 3sent, 3cost, cost sen t).
2π
√ Z
= 3 cos2tdtdt = 0
0
Exercício 4.48.
1. Calcule ZZ
rot F . ndS,
S
onde F ( x, y, z) = (2z, 3x, 5y) e S é a porção do parabolóide
z = 4 − x 2 − y2 , z ≥ 0
4. Utilizando o Teorema da Divergência, mostre que o volume de uma região D limitada por uma
superfície S, é
1
ZZ ZZ ZZ ZZ
xdydz = ydzdx = zdxdy = xdydz + ydzdx + zdxdy.
S S S 3 S
Referências Bibliográficas
152
Índice Remissivo
Vetor no plano, 12
ângulo entre, 23
Aceleração, 29
Definição, 12
deslocamento, 11
Operações, 12
Paralelos, 15
perpendicular, 21
Produto escalar, 19
Projeção ortogonal, 25
Propriedades, 20
unitário, 17
Velocidade, 29
Vetores no espaço, 32
Ângulo entre, 34
Aceleração, 50
Nulo, 34
Operações, 33
Perpendiculares, 34
Produto Vetorial, 35
Área do paralelogramo, 36
Propriedades, 35
Torque, 36
Unitário, 34