Sei sulla pagina 1di 12

XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

Representações iniciais sobre micróbios desde o ponto de vista de


alunos de primaria da região de Cerdanyola Del Vallès

Natasha Mayerhofer & Conxita Márquez1


Universitat Autònoma de Barcelona
natasha.mayerhofer@campus.uab.cat & conxita.marquez@uab.cat

RESUMO:

Nesta investigação exploramos as idéias prévias de alunos da primeira série de primária


sobre os microorganismos. Apresentamos a evolução das suas representações gráficas e
textuais obtidas na aplicação de uma unidade didática a qual chamamos “Higiene e Saúde”
em duas escolas de Cerdanyola del Vallès – Barcelona. A coleta de dados foi feita por
meio de um questionário analisado através de métodos quantitativos e de desenhos
analisados em base a métodos qualitativos tais como as redes sistêmicas. Com relação aos
hábitos de higiene, os alunos demonstraram ter bons hábitos, lavando as mãos ao menos
três vezes ao dia, já em relação às representações gráficas e textuais, elas apresentaram
resultados diferentes em cada escola em função da menção prévia da palavra micróbio. As
contribuições mais relevantes desta investigação são: o potencial do uso dos desenhos nas
representações dos microorganismos, a influencia da palavra micróbio nessas
representações e a diferença entre desenhar e escrever.
Palavras chave: Ensino de primária, microbiologia, desenho e saúde.
Tipo: Comunicação Oral

INTRODUÇÃO

Existem numerosos trabalhos que exploram e analisam as idéias previas de alunos


de diversas idades sobre microorganismos, entretanto poucas investigações são realizadas
com alunos menores de dez anos (Byrne, 2003). Na maioria desses trabalhos, os resultados
coincidem em que as representações gráficas de microorganismos geralmente incluem
elementos antropomórficos e antropocêntricos (Nagy, 1953; Byrne, 2003; Byrne et al.,
2008), sendo que esta forma de representá-los evoluciona a formas mais abstratas de
acordo com a idade.

A aprendizagem humana, principalmente na infância, está relacionada com fatos,


objetos, fenômenos e observações próximas às crianças. Isto resulta em um conhecimento
gerado pelo entorno, pela sociedade à qual pertence este indivíduo. Partindo do princípio
que o indivíduo é um produto da sociedade, concordamos com Illarramendi e Olazabalaga
(1999) quando afirmam que o conhecimento individual é algo indissociável do contexto
1
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

interpessoal. Estudos recentes têm demonstrado que o lar e as observações diretas


desempenham um papel importante nas crianças e em sua compreensão do fenômeno
biológico (Hatano e Inagaki, 1997; Tunnicliffe e Reiss, 1999).

Do ponto de vista da educação científica, é importante que o aluno saiba relacionar


os microorganismos com o modelo de ser vivo, e que reconheça a constante interação deles
com o meio que os rodeia (Pujol, 2003). García (2005) defende que “se queremos que os
alunos aprendam ciências para poder explicar porque os fungos do pão ou as bactérias do
iogurte são vivas, não basta ter memorizado a definição de ser vivo, se não que é
importante reconstruir com eles na sala de aula o modelo de ser vivo”. Para isso, a autora
propõe um modelo simplificado que resume em poucas palavras as três funções básicas de
um ser vivo: nutrição, reprodução e inter-relação. Partindo deste modelo, ampliamos o
conhecimento dos estudantes relacionando a sujeira da mão com o a presença e existência
de microorganismos em contextos próximos aos alunos.

Por outro lado, do ponto de vista da educação para a saúde, o estudo sobre os
microorganismos é importante na manutenção de uma vida sã com hábitos de higiene
adequados. A educação para a saúde nas escolas é vista como um eixo transversal que se
ensina com o objetivo de promover o bem estar social e individual das pessoas (Hernández
y Martínez, 1998), assim como uma tentativa de ensino de métodos preventivos ou de
auxílio em casos em que um simples ato pode mudar o panorama de uma situação. Um
exemplo é lavar as pequenas feridas com água e sabão para evitar infecções maiores.

Objetivos:

Pensando na necessidade de conhecer as idéias previas sobre os


microorganismos de alunos de primeira série de primária (seis anos) do ciclo escolar
regular e em uma adaptação e/ou melhoria do currículo escolar, desenhamos uma
unidade didática com os seguintes objetivos:

 Explorar os hábitos de higiene de alunos e alunas, centrando-nos no hábito


de lavar as mãos;

 Analisar as representações feitas por estes estudantes sobre os


microorganismos.

Acreditamos que se conhecemos os hábitos de higiene dos alunos de primária sobre


quando e como lavam as mãos podemos intervir se necessário, e mudar alguns hábitos
2
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

inapropriados que podem ter como conseqüência doenças provocadas pela falta de higiene,
além de dar-lhes respostas científicas á necessidade de se lavar as mãos antes de comer e
depois de ir ao banheiro, por exemplo.

Conhecer as representações gráficas e textuais de alunos e alunas de apenas seis


anos atribuem aos microorganismos é uma maneira de explorar o vasto mundo da
imaginação infantil, permitindo adaptar os conteúdos científicos á sua idade. Isto diminui a
dificuldade dos conceitos sem torná-los errôneos, dando a oportunidade de inserir o mundo
científico desde cedo na vida escolar das crianças.

Um ponto importante a ressaltar e ter em consideração é o referente de


conhecimento científico que as crianças têm. Geralmente os professores e os pais são os
que mais incidem nas opiniões e modelos mentais dos alunos de primária, sem esquecer-se
da publicidade como principal referente gráfico de imagens vinculadas a todo tipo de tema.

DESENVOLVIMENTO

Esta investigação foi realizada em duas escolas públicas, Escola A (EA) e Escola B
(EB) de Cerdanyola del Vallès – Barcelona, Espanha. Os dois centros são
caracteristicamente similares no que diz respeito ao nível conceitual do alunado referente
ao tema trabalhado. Porém na Escola A, a professora apresentou previamente de maneira
explícita o tema central aos alunos – os microorganismos. Já na Escola B não foi dada
nenhuma informação prévia aos alunos.

A quantidade de alunos por sala em cada escola foi de 22 (EA) e de 19 (EB), dando
um total de 41 alunos de seis anos participantes desta investigação.

Para a coleta de dados, elaboramos uma unidade didática (UD) que foi dirigida e
aplicada pela primeira investigadora/ autora deste trabalho. Esta UD estava composta por
três sessões e tinha como finalidade promover a evolução do conceito microorganismo de
modo que pudéssemos visualizar e analisar essa evolução através das representações
gráficas e textuais dos alunos/as, como se pode ver resumidamente na Tabela 1.

3
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3

Conhecer as relações que Conhecer as representações Conhecer as representações


estabelecem com a palavra das idéias previas sobre um sobre os micróbios depois
sujeira através do desenho micróbio de ter feito uma experiência

Uma visão a nível MICRO


Uma visão a nível MICRO
Uma visão a nível MESO sem explicações científicas
depois das explicações
sobre os microorganismos apresentadas pela
científicas apresentadas
investigadora

Tabela 1: Estrutura e objetivos da UD

Na sessão 1 propusemos uma situação próxima a vida dos alunos. Apresentavam-se


dois irmãos que na hora do almoço a mãe os chama para comer e a irmã mais velha vai ao
banheiro para lavar as mãos enquanto o menor senta para comer com as mãos sujas, neste
momento perguntamos aos alunos por que eles acham que é importante lavar as mãos antes
de comer. A partir desta proposta os alunos tinham que refletir, desenhar e escrever a
resposta à seguinte pergunta: “O que tiramos das mãos quando as lavamos?”. Nesta sessão
trabalhamos uma visão a nível MESO do microorganismo, generalizando e ampliando o
conceito à sujeira das mãos. Posteriormente, aplicamos um questionário fechado de
múltipla escolha delimitando e especificando as possibilidades de respostas dos alunos,
reduzindo assim o tempo necessário para preencher as perguntas sobre a higiene das mãos.

Na sessão 2 realizamos um experimento a partir das mãos sujas e limpas dos alunos
que tocavam uma placa de cultivo feita com Agar-agar. Os cultivos eram feitos por dupla
ou grupo de quatro alunos. Após a contaminação dos cultivos o alunado tinha que desenhar
respondendo à seguinte questão: “Como eu imagino que seja um micróbio?”. Nesta sessão
o objetivo era trabalhar o ponto de vista MICRO das idéias sobre a relação sujeira –
microorganismo, porém sem explicações científicas.

Concluindo o tema, na sessão 3 analisamos os resultados dos cultivos, introduzimos


alguns conceitos sobre os micróbios e uma vez mais apresentamos outra situação próxima
às crianças aplicando os conceitos estudados em outro contexto como as frutas e verduras.
A estória contada girava em torno a uma avó que foi ao mercado e ao voltar lavou as frutas
e verduras antes de começar a fazer o almoço, as crianças tinham que refletir, desenhar e
escrever sobre a seguinte pergunta: “Por que você acha que temos que lavar as frutas e
verduras antes de comer?”. O objetivo desta sessão era ver a capacidade do aluno de

4
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

aplicar os conhecimentos adquiridos sobre os micróbios das mãos em outros contextos


como os vegetais, por exemplo.

A Figura 1 mostra resumidamente o que esperávamos dos alunos em cada sessão:

SESSÃO 1 SESSÃO 2 SESSÃO 3

MESO MICRO Experimento MICRO

Sujeira, pó, Representações Representações


terra, barro… prévias científicas

Figura 1: Modelo esperado para as representações gráficas

As respostas dos alunos em forma de desenho e/ou texto, são as produções que
analisamos. Neste trabalho vamos dar uma visão geral dos resultados obtidos e analisados.

Analise dos dados: As redes sistêmicas se baseiam nas respostas dos alunos na
(Bliss, 1983). As categorias básicas fazem referencia aos elementos (Ogborn et al., 2002) e
aos processos de interação que aparecem nos desenhos e nos textos elaborados pelos
alunos. O questionário aplicado na sessão 1 foi analisado segundo métodos quantitativos.

RESULTADOS:

Sessão 1: O que tiramos das mãos quando as lavamos?.

a) Sobre o questionário:

De acordo com os resultados obtidos e de uma maneira geral os alunos das duas
escolas apresentaram hábitos de higiene semelhantes. A maioria deles respondeu que tem o
costume de lavarem as mãos até três vezes ao dia. Se cruzarmos as respostas das demais
perguntas observamos que este costume está diretamente relacionado com o horário das
refeições. Por outro lado, apenas 16% dos alunos da EA e 18% da EB contestaram que
lavam as mãos depois de ir ao banheiro.

5
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

b) Sobre os desenhos e textos:

Na tabela 2 apresentamos um resumo comparativo das redes sistêmicas entre as


duas escolas. Construímos este resumo a partir dos desenhos, o que chamamos de
elementos e processos de interação representados.

Elementos e Processos Representados Sessão 1


Escola A Escola B
Amorfas Pia
Formas Antropomórficas Torneira
Geométricas Água
Sujeira Animaladas Sabão
Elementos Elementos Mão
Bons Menino/a
Caráter Maus
Indefinidos Sujeira Bolinhas escuras
Manos Formas Filamentos enrolados
Traços escuros
Sem interação
Processos Sem especificar Processos Água e mãos
Água, mão e sujeira
Água, sabão e mãos

Tabela 2: Comparação dos elementos e processos de interação representados na sessão 1.

Em função dos resultados obtidos, observamos que existe uma grande diferença na
maneira de representar a sujeira entre as escolas A e B. Enquanto na EA as representações
da sujeira apareceram como formas amorfas e animaladas (algumas inclusive com caráter
definidos como “maus” e “bons”); na EB surgiram formas mais abstratas como bolinhas e
traços escuros, sem mostrar qualquer semelhança com um ser vivo. Comparando os
resultados das duas escolas, observamos que os alunos da EB fizeram uso de mais
elementos nas suas representações que os alunos da EA (já que estes tiveram a informação
prévia sobre o tema estudado), sugerindo-nos que ao não saber o que buscamos, os alunos
tendem a ampliar sua visão do tema.

Em relação aos processos de interação também existem diferenças entre as duas


escolas. Na EA os processos de interação entre os elementos representados não são
identificados nos desenhos, já na EB observamos diversos tipos de interação, como por
exemplo, mãos sujas lavando-se em água.

Na tabela 3 apresentamos os elementos e processos de interação enunciados nas


escolas A e B.

6
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

Elementos e Processos Enunciados Sessão 1


Escola A Escola B
Torneira
Água
Micróbios Micróbio Pia
estão nas mãos Mão sem especificar
Sujeira sujas
Elementos O outro Elementos
Tipos de Micróbios Glóbulo Branco Areia
Marrom Barro
Varicela Mais coisas
Sujeira Pedra
Incompreensível Pó
Sujeira
Terra
Processos Sem especificar
Tipo Lavar-se
Limpar-se
Processos
Momento Antes de comer
Depois de fazer "xixi"
Ao tocar (algo)

Tabela 3: Comparação dos elementos e processos de interação enunciados na sessão 1.

Uma vez mais observamos uma grande diferença nos resultados apresentados nas
duas escolas. Deve ser notado o fato da professora da EA explicitar o tema central do
estudo previamente à realização da UD. Por este motivo observamos que nesta escola os
alunos enunciaram diversas vezes a palavra micróbio, inclusive tentando especificar-los
dando-lhes nomes como “glóbulo branco” e “varicela”. Por outro lado, na EB isso não
acontece em nenhum momento e os alunos especificam a sujeira usando elementos como
“areia” ou “pó”. Os processos enunciados seguem o mesmo padrão que os representados,
na EA são inexistentes, mas na EB até podemos etiquetá-los em duas categorias que se
diferenciam em Tipo de processo como “lavar-se” e em Momentos em que se acontece a
interação como “depois de fazer xixi”.

Sessão 2: Como eu imagino que seja um micróbio?

Na tabela 4 apresentamos a uma comparação das redes sistêmicas construídas a


partir dos desenhos dos alunos das duas escolas. Nesta sessão os resultados obtidos fazem
referencia apenas aos elementos representados, já que não se pedia aos alunos que
escrevessem nada.

7
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

Elementos Representados Sessão 2


Escola A Escola B
Asteriscos
Animal Insetos Antropomórficas
Formas Antropomórficas Formas Esferas com 2 ou 4 linhas
Sujeira Geométricas Sujeira Pirulitos
Elementos Pontos dispersos Mão Elementos Pontos dispersos
Por toda a folha Bolinhas
Animal Formigas
Bons Insetos
Caráter M aus Larvas
Indefinidos Mãos

Tabela 4: Comparação dos elementos representados na sessão 2.

Observamos a presença de uma nova categoria na EA mais próxima à forma


científica de representar os microorganismos a que nomeamos de “pontos dispersos”. Esta
presença ocorre em dois modos, uma contextualizada sendo representada em uma “mão” e
a outra “por toda a área de desenho” sem nenhuma delimitação. Outro fato importante e
recorrente da sessão anterior é o desenho de rostos nos micróbios definindo-os como
“maus” ou nocivos à saúde. Nesta sessão e nesta escola continuam aparecendo
representações de micróbios antropomórficas. Já na EB observamos uma rede sistêmica
com resultados melhor distribuídos, gerando uma série de categorias novas como
“asteriscos” ou “bolinhas”, além das formas animaladas como representações parecidas à
“formigas” e outros “insetos”. Outro dado relevante da EB é a contextualização dos
micróbios sendo representados em sua maioria nas mãos como principal lugar de
localização.

Consideramos que as categorias “pontos dispersos” e “bolinhas” estão muito


próximas à forma científica de representar os microorganismos já que em trabalhos
científicos se costuma representar assim as bactérias, principalmente com formas circulares
ou de bastões, tal e como são olhando por meio de um microscópio comum.

Sessão 3: Por que você acha que temos que lavar as frutas e verduras antes de
comer?

Na tabela 4 observamos algumas categorias semelhantes entre as duas escolas com


relação à forma atribuída à sujeira como os “pontos dispersos” e as “bolinhas escuras”,
por exemplo.

8
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

Elementos e Processos Representados Sessão 3


Escola A Escola B
Cocinha completa
Pia Pia
Torneira Torneira
Mesa Elementos Frutas/ verduras
Sabão Mãos
Elementos Mão Menino/a
Menino/a Traços escuros
Formas Bolinhas escuras
Sujeira Pontos dispersos Sujeira Pontos dispersos
Bolinhas escuras
Incompreensível Animal Larvas

Lavando as mãos Água corrente


Processos Micróbios em um cano Processos Lavando as frutas/ verduras
Sem interação Sem Interação

Tabela 4: Comparação dos elementos e processos de interação representados na sessão 3.

Notamos que alguns dos alunos representam alguma interação entre a sujeira
(micróbio) e os elementos da historia contada, como é o caso dos “micróbios (descendo)
por um cano (da pia)”. Um dado interessante é a presença da interação entre as frutas e
verduras com a água na maioria dos desenhos da EB. A história contada aos alunos mudou
o enfoque do que foi trabalhado até então, ampliando o espectro de lugares onde
encontramos micróbios, como é o caso das frutas e verduras, o que gerou comentários
como:

“Os micróbios estão por todas as partes. Por aqui, por aqui, por aqui...”
(mostrando com a mão várias partes da sala de aula).

Antônio – Escola B

CONCLUSÕES

A partir dos questionários podemos concluir que os alunos participantes possuem


em sua maioria bons hábitos de higiene lavando as mãos sempre com sabão antes e depois
das refeições do dia. Porém um dado preocupante é o fato de poucos deles responderem
que lavam as mãos depois de ir ao banheiro, já que no banheiro e nos excrementos existe
uma grande quantidade de microorganismos patogênicos. Assim como Cohen & Martins
(2008), acreditamos que a escola como um lugar de transição de temas diários aos
conceitos científicos, deveria ser o principal ambiente onde o alunado possa começar

9
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

entender a importância de lavar as mãos antes de comer e depois de ir ao banheiro. A


educação para a saúde, como tema transversal pode ajudar e influenciar os hábitos de
higiene pessoal uma vez que o aluno seja capaz de compreender a necessidade dos
“porquês” de cada atitude ou decisão tomada.

Fazendo um resumo dos resultados obtidos a partir dos desenhos, podemos


observar a seguinte evolução (Figura 2):

SESSÃO 1 SESSÃO 2 SESSÃO 3

MESO MICRO Experimento MICRO

Escola A 0% Escola A 70%* Escola A 90%


Escola B 100% Escola B 70% Escola B 100%**

(*) Na EA alguns alunos desenharam a nível micro, mas utilizando formas fantasiosas

(**) Na EB não se considera as larvas representadas como forma fantasiosa por estar
contextualizada nas frutas.

Figura 2: Resumo comparativo dos resultados das duas escolas

Acreditamos que a menção à palavra-chave da UD antes do início da primeira


sessão na EA, gerou um resultado que não responde ao esperado, já que desde o início os
alunos já desenhavam a nível MICRO. A informação prévia da professora se mostra como
um elemento a considerar nas diferenças observadas nas representações iniciais do
alunado, orientando a maneira de pensar, o vocabulário e os elementos representados. A
influência da palavra micróbio se evidencia nas representações em nível micro dos alunos
que associam a este termo á formas animaladas e antropomórficas, atribuindo até atitudes
como maldade ou agressividade. Estes resultados coincidem com os de Nagy (1953),
Byrne (2003), Byrne et al (2008). Comparando com os alunos da EB que não receberam
esta influência, a palavra micróbio se encontra nas representações iniciais em um nível
meso ou fenomenológico.

Os desenhos evidenciam uma grande variedade de representações que as


crianças podem atribuir a um mesmo organismo que não conhecem ou que nunca

10
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

visualizaram, demonstrando o potencial do desenho como método de obtenção de dados


nas investigações destinadas à primária.

Nas respostas podemos constatar uma clara diferença entre as representações


gráficas e textuais. Observamos que em sua maioria, as representações gráficas são
superiores às representações textuais. Este fato pode estar relacionado com a idade e com o
nível escolar dos estudantes, reduzindo o número de palavras que formam uma frase,
gerando em sua maioria palavras soltas que não formam um sentido literal. Para
Márquez et al. (2006) o desenho como uma linguagem visual permite mostrar relações
espaciais entre as entidades como um todo, assim como as interações mais complexas
como podem ser as mãos de baixo da água lavando-se.

REFERÊNCIAS:

Bliss, J. M., M.; Ogborn, J. (1983). Qualitative data analysis for educational research. London:
Croom Helm.
Byrne, J. (2003) Progression of children’s ideas and understanding about microbial activity. In,
Proceedings of the 4th Conference of the European Science Education Research
Association - ESERA.

Byrne, J., Grace, M. y Hanley, P. (2008): Children’s anthropomorphic and anthropocentric ideas
about micro-organisms: do they affect learning? In, 7th Conference of European
Researchers in Didactics of Biology - ERIDOB, Zeist, The Netherlands, 16-20 Sep 2008.
(Submitted)
Cohen, M. C. R. y Martins, I. (2008) Discursos de profesores de los ciclos iniciales de enseñanza
primaria acerca de las relaciones entre escuela, salud y medio ambiente. Enseñanza de las
Ciencias: revista de investigación y experiencias didácticas, vol. 26, nº 1, p 53 – 66.
Barcelona, España.

García, M. P. (2005): Los modelos como organizadores del currículo en biología. Enseñanza de las
ciencias, Número extra, Septiembre 2005. Granada: Enseñanza de las ciencias.

Hatano G and Inagaki K (1997) Qualitative Changes in Intuitive Biology. European Journal of
Psychology of Education, 21, 11-130.

Hernández, A. y Martínez, A. (1998): ¿Es socialmente útil la Educación para la Salud?, en J.A.
Morón (Dir), Educación para la Salud: Fundamentos y Metodología. Dos Hermanas
(Sevilla): Excmo. Ayuntamiento de Dos Hermanas. Pp. 27-43.

11
XIII Encontro Nacional de Educação em Ciências – Castelo Branco, Portugal setembro 2009

Illarramendi, E. A. y Olazabalaga, I.M. (1999). Interacción social y contextos educativos. Revista


Psicodidáctica, nº 9. Universidad del País Vasco. Vitoria-Gaztis, España.
Márquez, C., Izquierdo, M. y Espinet, M. (2006). Multimodal science teachers’ discourse in
modeling the water cycle. Science Education, vol. 90, nº 2, p 202 – 226.

Nagy,M.H. (1953) The representation of “germs” by children. Journal of General Psychology,


83:227-240.
Ogborn, J., Kress, G., Martins, I; McGillicudy, K. (2002). Formas de explicar: La enseñanza de las
ciencias en Secundaria. Madrid, España: Ed. Santillana.

Pujol, R. M. (2003). Didáctica de las ciencias en la educación primaria. Madrid, España: Ed.
Síntesis.

Tunnicliffe S D and Reiss M J (1999b) Building a model of the new environment: how do children
see animals? Journal of Biological Education, 33, 142-148.

1
As autoras agradecem ao Ministerio de Educación y Ciencia (SEJE006-15589-CO2-02) e à
Generalitat de Catalunya (2008ARIE00063) pelo financiamento econômico recibido.

12

Potrebbero piacerti anche