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SEGUNDO DOMINGO
– Nós somos testemunhas e precursores. Apostolado com as pessoas das nossas relações.
A vocação abarca a vida inteira e leva a fazer girar tudo em torno da missão
divina. Cada homem, no seu lugar e dentro das suas próprias circunstâncias,
tem uma vocação dada por Deus; de que ela se cumpra dependem muitas
outras coisas queridas pela vontade divina: “De que tu e eu nos portemos como
Deus quer – não o esqueças – dependem muitas coisas grandes”5.
II. PLENAMENTE CONSCIENTE da missão que lhe foi confiada, João sabe
que, diante de Cristo, não é digno sequer de desatar-lhe as sandálias6, coisa
de que costumava encarregar-se o último dos criados; não se envergonha de
afirmar que, perante Jesus, ele não tem a menor importância. Nem sequer se
define a si próprio de acordo com a sua ascendência sacerdotal. Não diz: “Eu
sou João, filho de Zacarias, da tribo sacerdotal de...” Antes pelo contrário,
quando lhe perguntam: Quem és tu?, diz: Eu sou a voz que clama no deserto:
Preparai os caminhos do Senhor, endireitai as suas veredas. Ele não é mais do
que a voz, a voz que anuncia Jesus. Essa é a sua missão, a sua vida, a sua
personalidade. Todo o seu ser está definido em função de Jesus, como teria
que acontecer na nossa vida, na vida de qualquer cristão. O importante da
nossa vida é Jesus.
Tudo o que possuímos é tão superior aos meios de que João dispunha, que
o próprio Jesus pôde dizer que o menor no Reino de Deus é maior do que
João. No entanto, que diferença! Jesus está a ponto de chegar e João vive
fundamentalmente para ser o Precursor. Nós somos testemunhas, mas que
tipo de testemunhas? Como é o nosso testemunho cristão entre os nossos
colegas, na família? Tem força suficiente para persuadir os que ainda não
crêem em Jesus, os que não o amam, os que têm uma ideia falsa a seu
respeito? A nossa vida é uma prova, ou ao menos uma presunção, a favor da
verdade do cristianismo? São perguntas que poderiam ajudar-nos a viver este
Advento, um tempo a que não pode faltar a dimensão apostólica.
Talvez o mundo de hoje, em muitos casos, também não espere nada, como
outrora não esperava o Messias. Ou talvez olhe em outra direcção, donde não
virá ninguém. Muitos se acham debruçados sobre os bens materiais como se
fossem o seu último fim; mas com eles jamais satisfarão o seu coração. Temos
que apontar-lhes o caminho. A todos. “Sabeis – diz-nos Santo Agostinho – o
que cada um de vós tem que fazer em casa, com o amigo, com o vizinho, com
os dependentes, com o superior, com o inferior. Sabeis também de que modo
Deus oferece as ocasiões, de que maneira abre a porta com a sua palavra.
Não queirais, pois, viver tranquilos até conquistá-los para Cristo, porque vós
fostes conquistados por Cristo”10.
(1) Cfr. Is 30, 19-30; Antífona de entrada da Missa do segundo domingo do Advento; (2) Mt 3,
3; (3) cfr. Lc 1, 76-77; (4) Santo Agostinho, Sermão 293, 2; (5) S. Josemaría Escrivá, Caminho,
n. 755; (6) cfr. Mt 3, 11; (7) São Gregório Magno, Tratado sobre o Evangelho de São Lucas, 20,
5; (8) Mt 11, 11; (9) S. Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 122; (10) Santo Agostinho,
Tratado sobre o Evangelho de São João, 10, 9.