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Integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola

1. Contextualizar para atingir o sucesso


O Modelo de Auto-Avaliação da BE necessita de ser contextualizado, tendo em
conta a realidade escolar concreta em que vai ser aplicado. De facto, cada
Escola/Agrupamento é um universo específico, com dinâmicas próprias, virtualidades
e constrangimentos muito sui generis, de tal modo que uma das grandes tarefas do
professor bibliotecário é liderar convenientemente o processo, afinando a aplicação do
modelo com o ritmo da sua Escola e potenciando sinergias, sem nunca perder o
sentido pragmático da realidade que o convoca para a existência de condicionamentos
internos e externos à própria BE.
O próprio documento “aponta para uma utilização flexível, com adaptação à
realidade de cada escola e de cada BE. Isto significa que podem ser feitos ajustes, por
exemplo, em função da tipologia de escola e de outras circunstâncias que exerçam
uma forte influência nos modos de organização e/ou funcionamento da BE”1.
No caso da minha escola, há vários aspectos que constituem uma vantagem, no
que diz respeito à implementação do processo de auto-avaliação da BE, bem como à
sua integração na dinâmica de avaliação interna e externa do estabelecimento de
ensino, actualmente em fase incipiente:
 A BE é considerada, desde a primeira hora, uma estrutura educativa
prioritária, como o comprova o facto de estar integrada na RBE desde
1999;
 A BE sempre recebeu o carinho e apoio do Órgão de Gestão, cujo
responsável máximo se mantém, ao longo desta década;
 Neste período, a BE foi-se afirmando, de uma forma paulatina e
sustentada, investindo em espaços, recursos, equipamentos e num
plano de acção orientado para a melhoria das aprendizagens dos
alunos;
 A BE dispõe de uma boa estrutura tecnológica de suporte às
actividades de ensino-aprendizagem;
 O Plano Anual de Actividades da BE está focado nos objectivos
programáticos e curriculares e vai de encontro às prioridades da Escola,
elencadas no respectivo Projecto Educativo e demais documentos
estratégicos;

1
Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar (Novembro de 2009), RBE, p. 4.

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Integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola

 A BE dispõe de uma colecção de Literatura mais ou menos rica e


variada e desenvolve programas de promoção do gosto pela leitura,
tendo em vista o desenvolvimento pessoal dos alunos e o seu sucesso
educativo;
 Já existem algumas rotinas ao nível de formação de utilizadores e de
promoção das literacias e da leitura;
 A BE tem desenvolvido, com reconhecido apreço da comunidade
escolar, um trabalho assinalável em vários domínios e, de há algum
tempo a esta parte, está empenhada em consolidar novas práticas, em
articulação com diversos actores educativos, tendo em vista o sucesso
dos alunos;
 A BE é, globalmente falando, uma estrutura com boa imagem na
comunidade escolar e o seu trabalho é visto como uma mais-valia com
impacto positivo na qualidade da aprendizagem dos alunos;
 A BE já aplicou o Modelo de Auto-Avaliação no último ano lectivo;
 O professor bibliotecário está motivado para os novos desafios e para a
consolidação do novo paradigma da BE do séc. XXI, centrado na acção
e no trabalho conjunto com a escola;
 A Direcção e o Conselho Pedagógico estão empenhados em promover
uma atitude de abertura à inovação e à mudança, em apostar no
trabalho articulado e cooperativo e em criar rotinas avaliativas.

Como é natural, registam-se, igualmente, alguns factores inibidores do processo


de auto-avaliação, nomeadamente:
 Inexistência de uma cultura de Escola centrada na avaliação de
práticas, de uma forma rigorosa, sistemática e com referenciais
objectivos;
 Só este ano lectivo (2.º período) é que a Escola vai ser objecto de
avaliação externa pela IGE;
 Mentalidade ainda bastante individualista;
 Alguma resistência à mudança no sentido de um trabalho cooperativo,
devidamente articulado;
 Dimensão da Escola, instalada em dois Pólos e com duas salas de BE
em espaços geograficamente distantes, servindo uma população

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Integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola

escolar que vai do 1.º ciclo ao 12.º ano, com o PIEF, diversos CEFs,
vários Cursos Profissionais, Educação e Formação de Adultos e ainda
duas Unidades de Multideficiência;
 Existência de um único professor bibliotecário em todo o concelho, com
a responsabilidade por uma comunidade discente de mais de mil e
duzentos utilizadores;
 Equipa BE muito instável e sem formação na área;
 Constrangimentos ao nível da manutenção do parque informático;
 Ambiente por vezes pouco favorável a determinadas dinâmicas e
atitudes, na sequência de um agitado processo que, há dois anos,
fundiu a então Escola Básica com a Escola Secundária com 3.º ciclo;
 Contexto de aplicação do Modelo nem sempre é propício a uma
experiência gratificante, uma vez que muitos professores associam esta
tarefa à problemática da avaliação do desempenho docente;
 Inexistência de uma Biblioteca Municipal/Pública devidamente
organizada e de um SABE.
É neste contexto específico, marcado por oportunidades e por constrangimentos,
que importa integrar o processo de auto-avaliação da BE, recolhendo informação
significativa, interpretando os dados disponíveis e delineando um plano de intervenção
ajustado à realidade existente que preveja um conjunto de medidas que se traduzam
em alterações qualitativas.

2. Plano de acção: avaliar a BE para garantir a melhoria


O pressuposto básico de uma intervenção desta natureza tem a ver com a
necessidade de envolver as diferentes estruturas e actores educativos com os quais é
necessário interagir.
A adesão do Director, como já foi referido, está garantida desde a
primeira hora, situação que se afigura como muito positiva, uma vez que
lhe cabe um papel fundamental de coadjuvante no processo e de
aglutinador de vontades e de acções.
O envolvimento do Conselho Pedagógico é também um dado adquirido,
em resultado do conhecimento que, desde o ano passado, foram
adquirindo do Modelo e da progressiva tomada de consciência das
vantagens de todo este processo. Trata-se de uma vantagem, na medida
em que estes conselheiros vão fazendo passar, em sede de

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Integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola

Departamento, uma mensagem positiva e de mobilização junto dos


outros docentes.
Em relação aos professores, há um trabalho permanente de conquista
para o trabalho desenvolvido na e com a BE, seja através do contacto
informal, seja através da promoção de actividades conjuntas,
devidamente articuladas, seja através da participação do professor
bibliotecário em reuniões dos diferentes Departamentos.
Na medida das suas possibilidades, os membros da equipa
desempenham um papel importante neste trabalho de difusão e de
valorização da BE, fazendo passar a mensagem no âmbito dos
respectivos Grupos Disciplinares.
Os alunos são diariamente confrontados com a dinâmica da BE, através
do apoio que lhes é prestado na qualidade de utentes. Para além disso,
importa registar as actividades dirigidas, nesta fase, a um público
considerado prioritário, tais como acções de formação de utilizadores e
de promoção das literacias e da leitura.
Os pais e encarregados de educação, sobretudo os dos alunos mais
novos, também são convidados a frequentar a BE e a participar nas suas
iniciativas, nomeadamente de promoção do livro e da leitura, pelo que
também vão ficando envolvidos pela dinâmica da BE, mostrando-se,
normalmente, receptivos em colaborar.

Na sequência deste trabalho persistente de envolvimento de todos os actores do


processo educativo, a auto-avaliação vai fazendo caminho, com alguma naturalidade.
Seguindo a metodologia da recolha sistemática de evidências consideradas
relevantes – nunca ninguém se recusou a colaborar! –, uma etapa muito importante do
trabalho acontece quando se passa à interpretação da informação recolhida,
estabelecendo ligações e retirando conclusões, isto é, produzindo o conhecimento
que permita ajuizar e retirar linhas de orientação para o futuro.
Neste contexto, a BE elaborou um plano e já está a implementar o processo
avaliativo, de acordo com as seguintes etapas2:
1. Identificação do problema – através da percepção global existente e na
sequência do processo de auto-avaliação aplicado no último ano lectivo,
2
Veja-se a metodologia apresentada em Rudd, P. & Davies, D., (2000), Evaluating school self-evaluation. Paper
presented at the British Educational Research Association Conference, Cardiff University, 7-10 Setpember 2000.

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Integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola

foi decidido privilegiar, este ano, o domínio A, tanto mais que se trata de
uma área em que – segundo o parecer unânime do professor
bibliotecário, da Direcção e dos órgãos de decisão pedagógica – importa
investir, para se desenvolver uma cultura de trabalho cooperativo e
articulado e se promover a autonomia e o sucesso educativo dos alunos.
2. Identificação das prioridades – entre os vários problemas sinalizados,
entendeu-se que a prioridade deveria ser a promoção da literacia da
informação, enquanto habilidade básica da era da informação e, por isso
mesmo, ferramenta fundamental ao sucesso escolar e à construção do
conhecimento.
3. Definição de aspectos importantes – de acordo com a análise dos
dados recolhidos, considerou-se que a metodologia de estudo, formação
de utilizadores e organização de actividades de promoção de
competências de literacia da informação e tecnologia seriam os aspectos
sobre os quais conviria intervir. Foram ainda seleccionados os
anos/turmas a ser objecto de intervenção sistemática, bem como as
áreas disciplinares com quem trabalhar (Área de Projecto e Estudo
Acompanhado).
4. Recolha e análise de dados – o processo é dinâmico, pelo que é
objecto de uma monitorização, com recolha e análise da informação e,
eventual, reformulação das estratégias, tendo em vista a consecução dos
objectivos pretendidos.
5. Avaliação permanente do trabalho da BE – Esta avaliação do impacto
do trabalho da BE na qualidade das aprendizagens dos alunos resulta
numa nova cultura de inquirição crítica e sistemática e na produção de
relatórios. Bom seria que todo este processo contasse com o
envolvimento empenhado e conhecedor de toda a equipa BE, mas a
situação anteriormente descrita nem sempre favorece esta dinâmica de
grupo.
6. Relatório final de auto-avaliação – relatórios sectoriais considerados
relevantes e o documento final são discutidos e aprovados em Conselho
Pedagógico que emite um parecer e aprova o projecto de melhoria.
Assim se vai institucionalizando um processo contínuo de inovação e de
mudança, assente numa recolha sistemática e gestão de evidências.
7. Ligação com a avaliação da Escola – tal como prevê o Modelo, a
avaliação da BE deve estar interligada com a avaliação da Escola. Aliás,

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Integração do processo de auto-avaliação no contexto da escola

um resumo dos resultados deve integrar o relatório de avaliação da


Escola e ser objecto de referência na entrevista com a IGE, por ocasião
da avaliação externa, a fim de que a Inspecção possa avaliar o impacto
da BE na escola.

Estamos perante um novo paradigma de Escola e de BE. Trata-se de marcar


uma ruptura com práticas e rotinas de décadas e de implementar uma nova postura,
de afirmar uma nova atitude.
Neste desígnio, o professor bibliotecário desempenha um papel decisivo. É ele
o catalisador junto da equipa e dos restantes actores educativos. Dele se espera uma
liderança eficaz, visão e gestão estratégica proactiva, capacidade de articular
prioridades e de estabelecer pontes, e empenho no desenvolvimento de uma cultura
de avaliação que afirme o valor da BE, corrigindo constrangimentos e potenciando
aspectos positivos. Em cooperação com os demais professores, o seu papel tem de
ser o de um interventor no percurso formativo e curricular dos alunos, trabalhando na
promoção das diferentes literacias e no desenvolvimento curricular.
Embora não sendo responsável por uma biblioteca-tipo com a dimensão da
referida por Doug Johnson3, tenho consciência dos desafios que, actualmente, se
colocam a uma BE e estou empenhado em abordá-los, com responsabilidade e
profissionalismo.
Como afirma o filósofo Sören Kierkegaard, “o difícil é que é o caminho”…

3
“A library program should have an impact given its cost in resources, staffing and real estate. A typical library of
4,500 square feet can have a capital value of over a million dollars in facility, furnishings, materials and technology
and an annual operating budget of over $100,000 including salaries, materials and supplies, and operating costs.
Given such an outlay of school dollars, the building principal should take an active interest in the effectiveness of
the library program” (“Getting the Most from Your School Library Media Program”, disponível em
http://www.doug-johnson.com/dougwri/getting-the-most-from-your-school-library-media-program-1.html,
acedido em 13.11.2009).

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