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O documento discute a psicoterapia, definindo-a como um termo genérico para várias técnicas terapêuticas usadas para melhorar as funções psicológicas e o ajustamento de vida do indivíduo. A psicoterapia envolve uma relação colaborativa entre paciente e terapeuta e tem como objetivos estabelecer um diagnóstico, identificar causas, fazer prognósticos e prescrever tratamentos. Fatores como a relação com o terapeuta, explicações conceituais dos problemas e intervenções sociais contribue
O documento discute a psicoterapia, definindo-a como um termo genérico para várias técnicas terapêuticas usadas para melhorar as funções psicológicas e o ajustamento de vida do indivíduo. A psicoterapia envolve uma relação colaborativa entre paciente e terapeuta e tem como objetivos estabelecer um diagnóstico, identificar causas, fazer prognósticos e prescrever tratamentos. Fatores como a relação com o terapeuta, explicações conceituais dos problemas e intervenções sociais contribue
O documento discute a psicoterapia, definindo-a como um termo genérico para várias técnicas terapêuticas usadas para melhorar as funções psicológicas e o ajustamento de vida do indivíduo. A psicoterapia envolve uma relação colaborativa entre paciente e terapeuta e tem como objetivos estabelecer um diagnóstico, identificar causas, fazer prognósticos e prescrever tratamentos. Fatores como a relação com o terapeuta, explicações conceituais dos problemas e intervenções sociais contribue
Andr Luiz Moraes Ramos Centro Universitrio Salesiano de So Paulo - Lorena Ao propor uma viso introdutria, este artigo aborda os seguintes temas relacionados psicoterapia: a conceituao, os obetivos do processo terap!utico, as caracter"sticas da psicoterapia, de #uem procura terapia, a caracter"sticas do terapeuta e $inaliza com a e$ic%cia da abordagem terap!utica&
O conceito de psicoterapia 'e acordo com (ordioli )*++,-, .% controvrsias sobre at #ue ponto a psicoterapia se distingue de outras rela/es .umanas, nas #uais uma pessoa auda outra a resolver problemas pessoais& Psicoterapia um termo genrico usado para as v%rias tcnicas terap!uticas empregadas para mel.orar as $un/es psicolgicas e o austamento da vida do indiv"duo )0u$$man, 1erno2 e 1erno2, *++3-& 0% um consenso, segundo 4trupp )mencionado por (ordioli, *++,, p&*5-, de #ue a psicoterapia um mtodo de tratamento mediante o qual um profissional treinado, valendo-se de meios psicolgicos, especialmente a comunicao veral e a relao terap!utica, reali"a, delieradamente, uma variedade de interven#es, com o intuito de influenciar um cliente ou paciente, au$iliando-o a modificar prolemas de nature"a emocional, cognitiva e comportamental, % que ele o procurou com essa finalidade& (omo o tratamento envolve um pro$issional treinado e um paciente ou cliente portador de um problema, #uei6a ou transtorno mental, pode7se a$irmar, con$orme $ez (ordioli )*++,-, #ue a psicoterapia uma atividade eminentemente colaborativa entre paciente e terapeuta, #ue envolve uma interao $ace a $ace& Por conta disto, outras $ormas de auda, como a biblioterapia )di$undida principalmente atravs de livros de auto7auda: como resolver tal prolema&&&-, tratamentos atravs do computador )como a e6posio virtual-, a conversa de amigos ou o aconsel.amento por tele$one )como o realizado pelo (entro de 1alorizao da 1ida 8 (11- ou virtual, #uando utilizadas $ora de um conte6to interpessoal e de uma relao pro$issional, no so consideradas psicoterapia no sentido estrito& Mtodos baseados em crenas religiosas )rituais de cura e libertao, rituais m%gicos, como b!nos, trabal.os de macumba, curandeirismo, etc&- tambm so e6clu"dos, mesmo #ue provo#uem al"vio de sintomas& 9este sentido mais estrito, psicoterapia re$ere7se apenas s terapias usadas por pro$issionais de sa:de mental& 9os ;stado <nidos, psiclogos, psi#uiatras, en$ermeiras psi#ui%tricas, assistentes sociais, pro$issionais de aconsel.amento e membros do clero& 9o =rasil, no entanto, esta atuao restrita a mdicos e psiclogos )0u$$man, 1erno2 e 1erno2, *++3-& &%etivos do processo psicoterap!utico > processo terap!utico pode envolver, segundo ?errig e @imbardo )*++A-, #uatro tare$as ou obetivos principais: 5& (.egar a um diagnstico sobre o #ue est% acontecendo de errado com o cliente, determinando, se poss"vel, uma denominao psi#ui%trica ade#uada )atravs da classi$icao de doenas mentais, tais como '4M ou (B'- ao problema presente& *& Propor uma prov%vel etiologia )causa do problema- e identi$icar as prov%veis origens e $un/es atingidas pelos sintomas& 3& Cazer um prognstico, ou estimativa, do rumo #ue o problema ir% tomar, com e sem tratamento& D& Prescrever e aplicar alguma $orma de tratamento, uma terapia voltada a minimizar ou eliminar os sintomas problem%ticos e, talvez, suas $ontes& Psicoterapia Caractersticas da psicoterapia ;studos sobre psicoterapia indicam a e6ist!ncia de $atores #ue estariam presentes em todas as psicoterapias, con.ecidos como $atores no7espec"$icos )Bsolan, P.eula e (ordioli, *++,-& Mesmo considerando #ue e6ista uma variedade de modelos e concep/es, CranE )mencionado por (ordioli, *++,- apresenta tr!s elementos #ue seriam comuns a todas as psicoterapias: 5& A psicoterapia ocorre num conte6to de uma relao de con$iana emocionalmente carregada em relao ao terapeutaF *& A psicoterapia ocorre em um conte6to terap!utico, no #ual o paciente acredita #ue o terapeuta ir% aud%7lo e acredita #ue este obetivo ser% alcanadoF 3& ;6iste um racional, um es#uema conceitual )teoria- ou um mito #ue prov! uma e6plicao plaus"vel para o descon$orto )sintoma ou problema- e um procedimento ou ritual para audar o paciente a resolv!7lo& =rislin )apud 0u$$man, 1erno2 e 1erno2, *++3-, ao estudar as psicoterapias em diversas culturas, identi$icou seis caracter"sticas universais: 5& 'omear o prolema: um passo importante para a mel.ora do $uncionamento psicolgico a classi$icao do problema& As pessoas sentem7se mel.ores s em saber #ue outras pessoas e6perimentam os mesmos problemas #ue os seus e #ue o terapeuta possui e6peri!ncia com esse tipo de problema em particularF *& (ualidades do terapeuta: os clientes devem sentir #ue o terapeuta cuidadoso, competente, acess"vel e preocupado em encontrar solu/es para seu problemaF 3& )staelecer crediilidade: testemun.os verbais e s"mbolos de status )como diplomas na parede- determinam a credibilidade do terapeuta& ;ntre os curandeiros nativos, no lugar de diplomas, a credibilidade pode ser determinada pelo $ato de ter servido como aprendiz de um curandeiro veneradoF D& Colocar o prolema dentro de um quadro familiar: se o cliente acredita #ue esp"ritos do mal esto causando os transtornos psicolgicos, o terapeuta ir% direcionar o tratamento para esses esp"ritos& 'e $orma e#uivalente, se o cliente acredita na importGncia das e6peri!ncias precoces da in$Gncia e na importGncia do inconsciente, a psican%lise ser% o prov%vel tratamento escol.idoF A& Utili"ar tcnicas que promovam al*vio: em todas as culturas, a terapia envolve ao& > cliente ou o terapeuta precisa $azer alguma coisa& Alm disso, o #ue eles $izerem deve7se encai6ar nas e6pectativas do cliente& Por e6emplo, as pessoas #ue acreditam #ue esp"ritos do mal as esto possuindo esperam #ue o curandeiro e6ecute a cerimHnia para e6orcizar os demHnios& 9os modelos ocidentais, os clientes esperam revelar seus sentimentos e pensamentos e $ornecer in$orma/es sobre seu passado& ;ssas terapias verais tambm podem ter componentes biolgicos ou comportamentaisF no entanto, as pessoas #ue procuram terapia geralmente esperam $alar sobre seus problemasF I& Um momento e um espao especiais: o $ato de a terapia ocorrer parte das e6peri!ncias do dia7a7dia da pessoa parece ser um aspecto importante em #ual#uer terapia& As pessoas aparentemente precisam reservar um momento especial e ir a um lugar especial para concentrar7se em seus problemas& Por sua vez, Bsolan, P.eula e (ordioli )*++,-, apresentam os seguintes $atores como respons%veis pela mudana em psicoterapia: * Psicoterapia 5& uma relao intensa de con$iana e emocionalmente carregada com a pessoa #ue audaF *& uma teoria e6plicativa das causas dos problemas do pacienteF 3& o acesso a novas in$orma/es sobre a natureza dos problemas e alternativas de como lidar com elesF D& o aumento da esperana de au6"lio em virtude das #ualidades e capacidades do terapeutaF A& a possibilidade de realizar com sucesso novas e6peri!ncias de vida, acarretando um aumento na autocon$ianaF I& a oportunidade para e6pressar emo/es pessoais& Jentando e6plicar como as psicoterapias agem, (ordioli e ?iglio )*++,- dividiram os $atores respons%veis pela mudana em tr!s grandes grupos: 5& +s tcnicas utili"adas: espec"$icas de cada modelo e #ue englobariam as di$erentes interven/es do terapeuta, bem como a $orma como so estruturadas e conduzidas as sess/esF *& + relao paciente7terapeuta: englobando os $enHmenos trans$erenciais, a aliana terap!utica, o v"nculo a$etivo com o terapeuta, alm da identi$icao com a pessoa do terapeuta, o apoio do terapeuta como $orma de aceitao incondicional do paciente e a catarse capaz de produzir o al"vio da tenso do paciente, os #uais seriam os $atores no7espec"$icos, comuns a praticamente todas as terapias& 3& ,atores sociais -interpessoais., grupais ou sist!micos: em maior ou menor grau, as di$erentes modalidades de psicoterapia procuram obter mudanas por meio de interven/es #ue visam modi$icar o ambiente social ou $amiliar no #ual o paciente vive )o sistema-, em suas $ormas de interagir com os outros indiv"duos, ou, ainda, utilizam os c.amados $atores grupais como ingredientes terap!uticos )(ordioli e ?iglio, *++,-& Quem procura psicoterapia > so$rimento ps"#uico o principal $ator #ue determina a procura por um tratamento psicolgico, sendo #ue este so$rimento pode ser determinado por um problema, #uei6a ou transtorno mental& Bsolan, P.eula e (ordioli )*++,- destacam #ue necess%rio #ue o paciente apresente algum grau de so$rimento ps"#uico #ue cause preu"zo em seu $uncionamento mental& Jodavia, um elevado grau de so$rimento diretamente associado com a intensidade da psicopatologia, o #ue pode comprometer a aliana terap!utica, como no caso de pacientes com diagnstico de psicose e de transtorno orderline #ue apresentam limitada capacidade de lidar com estresses agudos e t!m di$iculdade de estabelecer v"nculo com o terapeuta& As pessoas levam terapia uma completa variedade de problemas .umanos: ansiedade, depresso, rela/es interpessoais insatis$atrias, .%bitos problem%ticos, autocontrole ruim, bai6a auto7estima, con$litos conugais d:vidas e6istenciais, sensao de vazio e sentimentos de estagnao pessoal& A terapia procurada por a#ueles #ue se sentem perturbados, mas a natureza e a gravidade desse problema variam de um para o outro& >s dois problemas mais comuns #ue se apresentam so ansiedade e depresso )9arroK e colaboradores, citado por Leiten, *++*-& ;speci$icamente em relao s %reas de atuao, 0u$$man, 1erno2 e 1erno2 )*++3- a$irmam #ue a maioria dos terapeutas trabal.a com seus clientes cinco %reas em psicoterapia: 5& /ranstornos do pensamento: indiv"duos perturbados tipicamente desenvolvem algum grau de con$uso mental, padr/es de pensamento destrutivos, ou blo#ueio na compreenso de seus problemasF *& /ranstornos das emo#es: as pessoas #ue procuram terapia geralmente so$rem intenso descon$orto emocional& Ao encoraar a livre e6presso dos sentimentos e ao proporcionar um 3 Psicoterapia ambiente de acol.imento e suporte, os terapeutas audam seus clientes a substituir os sentimentos de desespero ou incompet!ncia por esperana e autocon$ianaF 3& /ranstornos do comportamento: indiv"duos perturbados $re#Mentemente e6ibem comportamentos problem%ticos& >s terapeutas audam seus clientes a eliminarem comportamentos inade#uados e os orientam para um tipo de vida mais satis$atrioF D& 0ificuldades interpessoais e nas situa#es de vida: os terapeutas audam seus clientes a mel.orar seu relacionamento com a $am"lia, com amigos e com colegas de trabal.o& Jambm os audam a eliminar ou minimizar as $ontes de estresse em suas vidas, tais como e6ig!ncias de trabal.o ou con$litos $amiliaresF A& 0ist1rios iomdicos: pessoas problem%ticas algumas vezes apresentam dist:rbios biolgicos #ue causam diretamente ou contribuem para as di$iculdades psicolgicas )por e6emplo, dese#uil"brios #u"micos #ue levam depresso-& 'ependendo do treinamento individual do terapeuta e de sua abordagem terica, assim como das necessidades do cliente uma ou mais, dentre essas cinco %reas, podero ser mais en$atizadas& A capacidade de estabelecer um v"nculo e uma aliana de trabal.o com o terapeuta , segundo Bsolan, P.eula e (ordioli )*++,-, um outro $ator relacionado ao paciente #ue $undamental para o bom andamento de uma psicoterapia& (omo caracter"stica pessoal, e6ige7se do paciente #ue ele ten.a interesse em $alar com a outra pessoa, em ser ouvido, valorizado e compreendido, #ue ten.a uma e6pectativa positiva em relao ao curso do tratamento& 0% um mal prognstico para a interveno terap!utica com pacientes #ue combinam pouca motivao, bai6a tolerGncia ansiedade e dficits nas rela/es interpessoais, alm a#ueles com traos de psicopatia e narcisismo& 0% certo consenso de #ue o paciente #ue ir% aproveitar ou #ue ir% $azer mudanas em psicoterapia caracterizado por um so$rimento ps"#uico su$iciente para motiv%7lo ao tratamento e pela capacidade de estabelecer um v"nculo e uma aliana de trabal.o com o terapeuta& > Bnstituto 9acional de 4a:de Mental dos ;stados <nidos )citado por 0u$$man, 1erno2 e 1erno2, *++3- identi$icou cinco principais %reas de preocupao para o atendimento de clientes do se6o $eminino: 5& As mul.eres so diagnosticadas e tratadas em decorr!ncia de problemas mentais em maiores propor/es do #ue os .omens& 4er% #ue elas adoecem mais, esto mais dispostas a admitir seus problemas ou ser% #ue as categorias diagnsticas de doena mental apresentam um vis em $avor dos .omensN *& 4abe7se #ue a pobreza um $ator causador de estresse e, devido maior sensibilidade $eminina, a pobreza acaba se tornando um $enHmeno de so$rimento para a mul.erF 3& >s m:ltiplos papis assumidos pelas mul.eres, tais como me, esposa, dona7de7casa, pro$issional, estudante, etc&, geram demandas con$litantes, #ue $re#Mentemente so respons%veis pelo desenvolvimento do estresse& D& > processo de envel.ecimento traz preocupa/es especiais para as mul.eres& ;las vivem mais do #ue os .omens, mas tendem a ser mais pobres, ter um n"vel menor de instruo e so$rer problemas de sa:de mais srios& A& 1iol!ncia contra a mul.er, incluindo estupro, incesto, perseguio se6ual, produzem um e$eito e6tremamente negativo na sa:de mental da mul.er, o #ue pode acarretar depresso, insHnia, transtornos de estresse ps7traum%tico, transtornos alimentares e outros problemas& <m cliente em tratamento no tem necessariamente um transtorno identi$ic%vel& Alguns procuram auda pro$issional para problemas do dia7a7dia )decis/es de carreira, por e6emplo- ou sentimentos vagos de descontentamento )4trupp, citado por Leiten, *++*-& 'essa $orma, terapia inclui tanto es$oros para $ornecer o crescimento pessoal dos clientes como interven/es pro$issionais para transtornos mentais& As pessoas variam D Psicoterapia consideravelmente em sua disposio para procurar psicoterapia& Bn$elizmente, muitos dos #ue necessitam de terapia no a recebem )PeEariE, citado em Leiten, *++*-& >s #ue poderiam bene$iciar7se dela no a procuram por in:meros motivos& Alguns no t!m consci!ncia de #ue ela est% dispon"vel, e outros acreditam #ue ela sempre cara& > maior blo#ueio #ue para muitos estar numa terapia admitir uma $ra#ueza pessoal& As caractersticas do terapeuta Rogers, mencionado por Bsolan, P.eula e (ordioli )*++,-, sugeriu #ue a empatia, o calor 2umano e a autenticidade seriam as condi/es necess%rias e su$icientes para a mudana terap!utica& ;ssas tr!s condi/es podem ser traduzidas em comportamentos concretos do terapeuta, #ue depois podem ser avaliados e relacionados com o resultado da terapia& ;stes autores de$inem empatia como o entendimento do ponto de vista do paciente e a sua viso de mundo, podendo ser e6pressa de muitas maneiras, como, por e6emplo, repetindo o #ue o paciente disse em palavras di$erentes ou $ormulando perguntas sobre o #ue ele $alou& > calor 2umano, por sua vez, envolve a atitude de aceitao, respeito, a$irmao, apoio, compai6o, carin.o e elogios por parte do terapeuta& ;n#uanto #ue a autenticidade inclui a coer!ncia, a transpar!ncia e a sinceridade, e envolveria tanto uma autoconsci!ncia por parte do terapeuta #uanto uma disposio para compartil.ar esta consci!ncia& 9em todo cliente se sente vontade para perguntar aos seus prov%veis terapeutas sobre treinamentos realizados, tempo de e6peri!ncia, o tipo de abordagem adotada, etc& Porm so perguntas pertinentes e a imensa maioria dos terapeutas $ornecer% estas in$orma/es de modo natural& A $ormao terica e metodolgica tambm importante para a pr%tica terap!utica& <m es#uema conceitual #ue $uncione como um #uadro terico de re$er!ncia permitir% ao terapeuta interpretar os conte:dos apresentados pelo cliente na terapia& <ma boa teoria capaz de apresentar a estrutura dos $enHmenos, $ornece uma conceituao, diz como se $azem o diagnstico e prognstico, e6plica as suas causas e suas conse#M!ncias e o$erece uma modalidade de tratamento, 9o =rasil, .% um posicionamento muitas vezes dogm%tico em relao abordagem terica adotada pelo terapeuta, de modo #ue seguir uma teoria rigidamente sinal de compet!ncia e compromisso pro$issional, pois indica #ue ele est% embasado em um corpo terico& ;m relao ao mtodo, a $ormao do terapeuta deve incluir o dom"nio dos recursos #ue l.e permitiro promover o desenvolvimento do processo terap!utico& A tcnica terap!utica, determinada pela abordagem terica adotada, $ornece as estratgias de interveno, in$ormando como deve ser a relao terapeuta7cliente, como conduzir a sesso terap!utica, o #ue $azer e como $azer, apontando o #ue e o #ue no ade#uado para cada situao& Leiten )*++*- d% algumas orienta/es para #ue uma pessoa interessada em $azer terapia possa escol.er ade#uadamente seu psicoterapeuta& 5& procure cordialidade pessoal e preocupao sincera& Jente ulgar se ser% capaz de conversar com ele de maneira $ranca e no de$ensiva& *& procure empatia e entendimento& A pessoa capaz de apreciar seu ponto de vistaN 3& procure autocon$iana& Jerapeutas seguros transmitiro compet!ncia, e no entraro intimid%7lo com o argo pro$issional ou gabar7se a respeito da#uilo #ue podero $azer por voc!& D& Ouando tudo $or dito e $eito, voc! dever% gostar de seu terapeuta& (aso contr%rio, ser% di$"cil estabelecer o necess%rio entendimento& =eutler e colaboradores )apud Bsolan, P.eula e (ordioli, *++,- a$irmam #ue o poder dos bons terapeutas maior do #ue #ual#uer contribuio terap!utica de suas teorias& Para eles, os mel.ores terapeutas, alm de $ormarem uma boa relao terap!utica, seriam a#ueles #ue proporcionariam um tratamento #ue seria A Psicoterapia condizente com as e6pectativas e pre$er!ncias dos pacientes, seriam criativos e perceberiam novas $ormas de lidarem com os problemas dos pacientes, alm de serem pessoalmente bem integrados& Eficcia da aorda!em terap"utica >utra #uesto importante re$ere7se abordagem terica do terapeuta& A psicoterapia considerada e$etiva se a mel.ora do cliente, aps a terapia, maior do #ue #ual#uer mel.ora #ue ocorra sem a terapia, durante o mesmo per"odo )AtEinson, AtEinson, 4mit. e =em, 5PPA-& ;m 5PA*, o terapeuta britGnico 0ans ;2sencE causou $uror ao declarar #ue a psicoterapia simplesmente no $unciona )?errig e @imbardo, *++A-& ;le analisou publica/es dispon"veis #ue in$ormavam os e$eitos de v%rias terapias e concluiu #ue os pacientes #ue no receberam #ual#uer tratamento tin.am uma ta6a de recuperao to alta #uanto a#ueles #ue passaram por psican%lise ou outros tipos de terapia baseada em insig2t )#ue visam a compreenso das rela/es entre os sintomas atuais e as origens passadas-& 4egundo ;2sencE, cerca de dois teros dos pacientes com problemas neurticos se recuperariam espontaneamente dentro de dois anos a partir do in"cio do problema& Para piorar a situao, um problema importante, na avaliao da psicoterapia, a medio do resultado& (omo saberemos se uma pessoa $oi audada pela terapiaN 9em sempre podemos con$iar na avaliao do prprio sueito& Jem sido observado na pr%tica cl"nica um $enHmeno denominado ol-adeus )AtEinson, AtEinson, 4mit. e =em, 5PPA-& 9o in"cio da terapia )ol-, os clientes tendem a e6agerar sua in$elicidade e os seus problemasF e ao $inal do tratamento )adeus-, eles costumam a e6agerar seu bem estar, sea para agradar o terapeuta, sea para se convencerem de #ue o din.eiro $oi bem gasto& A avaliao do terapeuta sobre a e$etividade do tratamento tambm no pode ser sempre considerada como um critrio e$etivo& > terapeuta possui um interesse intr"nseco em declarar #ue o seu cliente est% mel.or& 0% casos em #ue as mudanas observadas no consultrio no so generalizadas para situa/es da vida real )AtEinson, AtEinson, 4mit. e =em, 5PPA-& >s pes#uisadores, ento, puseram7se a $ormular metodologias mais precisas para avaliar a e$ic%cia da terapia& > desenvolvimento de uma nova tcnica estat"stica c.amada meta-anlise )0u$$man, 1erno2 e 1erno2, *++3-, e um maior rigor #uanto a grupos de controle e avaliao do e$eito da remisso espontGnea do sintoma, permitiu #ue todos esses estudos e outros semel.antes pudessem ser agrupados em mdias gerais, produzindo um resultado abrangente )?errig e @imbardo, *++A-& >s estudos de meta-anlise, em vez de comparar os resultados isolados da terapia para cada sueito a ela submetido, investigaram resultados de pes#uisas sobre a e$ic%cia da psicoterapia& 1%rias revis/es de meta-anlises sobre estudos publicados, veri$icaram #ue pessoas tratadas com psicoterapia esto, em mdia, ,+Q mel.or se comparadas com pessoas no7tratados )Bsolan, P.eula e (ordioli, *++,-, sendo #ue para os casos de transtorno de personalidade a mel.ora obtida com a psicoterapia era sete vezes maior do #ue a obtida com a evoluo natural da doena )(ordioli, *++,-& (om base nestes dados, pode7se re$utar a .iptese da remisso espontGnea dos sintomas, proposta por ;2sencE, #ue de$endia #ue os e$eitos da psicoterapia no seriam maiores do #ue os obtidos com a simples passagem do tempo& 4uperada esta discusso sobre a e$ic%cia da psicoterapia )Bsolan, P.eula e (ordioli, *++,-, voc! poderia esperar #ue as diversas abordagens terapia variassem em termos de e$ic%cia& ;ntretanto, isso no o #ue os pes#uisadores encontraram na maioria das vezes& 'epois de revisar muitos estudos sobre a e$ic%cia terap!utica, Leiten )*++*- apresenta dados muito pr6imos& I Psicoterapia Cigura 5: ;stimativa da e$ic%cia de v%rias abordagens psicoter%picas& Mas estas descobertas so um pouco enganosas, uma vez #ue estas estimativas sobre a e$ic%cia global $oram e6tra"das de uma mdia de muitos tipos de pacientes e de problemas& ?rande parte dos especialistas parece ac.ar #ue, para certos tipos de problemas, algumas abordagens terap!uticas so mais e$icazes do #ue outras& 4egundo 4eligman )citado por Leiten, *++*-, os transtornos de pGnico respondem mel.or terapia cognitiva, as $obias espec"$icas e os transtornos obsessivos compulsivos so mais suscet"veis ao tratamento comportamental& Para =eutler e colaboradores )citados por Bsolan, P.eula e (ordioli, *++,-, pacientes mais re$le6ivos, introspectivos eRou introvertidos teriam maior probabilidade de responder psicoterapia de base psicanal"tica& ;ntretanto, no tem sido $%cil $azer compara/es entre estudos #ue se re$erem a terapias di$erentes& (omo alertam ?errig e @imbardo )*++A-, di$"cil controlar as di$erenas nas e6peri!ncias de cada terapeuta, a durao das terapias, a preciso do diagnstico inicial, o tipo de transtorno, as di$erenas na gravidade e nos tipos de di$iculdades dos pacientes, os tipos de avalia/es de resultados utilizadas, a ade#uao entre as e6pectativas de um paciente e o tipo de terapia o$erecido, e a durao dos tempos de acompan.amento posteriores, apenas para citar alguns $atores& (ordioli e ?iglio )*++,- c.egaram s seguintes conclus/es gerais sobre os resultados dos estudos sobre a e$ic%cia da psicoterapia: 5& A psicoterapia mais e$etiva e r%pida do #ue as mudanas naturais dos pacientes sem tratamentoF *& >s pacientes tratados com psicoterapia alcanam mel.ores resultados se comparados com os #ue permanecem em lista de espera para serem tratadosF 3& 9a maioria dos transtornos, a psicoterapia costuma manter seus resultados por mais tempoF D& ;m termos gerais, no $oi poss"vel determinar a superioridade de um en$o#ue terap!utico em relao ao outro& (omo atividade .umana, a psicoterapia , de acordo com (ordioli )*++,-, tambm uma arte, na medida em #ue depende das caracter"sticas pessoais do terapeuta, das .abilidades ad#uiridas em prolongados treinamentos e supervis/es e do tipo de par paciente7terapeuta #ue se estabelece em cada psicoterapia& Para Lazarus )citado por Leiten, *++*-, o ponto7c.ave #ue uma terapia e$icaz re#uer .abilidade e criatividade e os terapeutas esto sobre o muro entre a ci!ncia e a arte& A terapia cient"$ica em termos de #ue as interven/es se baseiam em e6tensa teoria e pes#uisas emp"ricas& Mas cada cliente um ser .umano :nico e o terapeuta tem de moldar criativamente um programa de tratamento #ue aude esse indiv"duo& Alm do con.ecimento do instrumento prprio de cada modelo de terapia, o bom senso e o timming so essenciais para o uso otimizado de tais recursos& (onclui (ordioli )*++,- #ue utilizar tais recursos uma arte& S Psicoterapia Considera#$es finais >s temas relacionados psicoterapia a#ui abordados re$letem uma viso geral #ue se aplica, em sua #uase totalidade, a #ual#uer abordagem psicoterap!utica& 'e certo #ue o dom"nio terico e o maneo das tcnicas so $atores determinantes dos resultados da pr%tica cl"nica, porm este te6to ressalta, entre outros aspectos, a relevGncia da relao terap!utica como $erramenta privilegiada da psicoterapia& 9este sentido, para ade#uada $ormao de pro$issionais da %rea cl"nica, no se pode desprezar os con.ecimentos tericos e as estratgias de interveno terap!utica, assim como deve7se, igualmente, investir na $ormao pro$issional e .umana do terapeuta, para #ue se possa col.er de $orma e$etiva os resultados deseados da psicoterapia& Refer"ncias: AtEinson, R& L&, AtEinson, R& (&, 4mit., ;& ;& e =en, '& T& 3ntroduo 4 Psicologia& Porto Alegre: Artes Mdicas, *++A& (ordioli, A& 1& As principais psicoterapias: $undamentos tericos, tcnicas, indica/es e contra7indica/es& Bn (ordioli, A& 1 )>rg&-, Psicoterapias5 aordagens atuais& Porto Alegre: ArtmedF *++,, 5P7D5& (ordioli, A& 1& e ?iglio, L& (omo atuam as psicoterapias: os agentes de mudana e as principais tcnicas de interven/es psicoter%picas& Bn (ordioli, A& 1 )>rg&-, Psicoterapias5 aordagens atuais& Porto Alegre: ArtmedF *++,, D*7AS& ?errig, R& T& e @imbardo, P& ?& A Psicologia e a vida& Porto Alegre: Artmed, *++A& 0u$$man, U&, 1erno2, M& e 1erno2, T& Psicologia& 4o Paulo: Atlas, *++3& Bsolan, L&, P.eula, ?& e (ordioli, A& 1& Catores comuns e mudana em psicoterapia& Bn (ordioli, A& 1 )>rg&-, Psicoterapias5 aordagens atuais& Porto Alegre: ArtmedF *++,, A,7S3& Leiten, L& Psicologia5 temas e varia#es& 4o Paulo: Pioneira J.omson, *++*& ,