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23/02/2009 Sabbatini, RME: O Cérebro do Psicop…

O Cérebro do Psicopata
Renato M.E. Sabbatini, PhD

Introdução

Almas Atormentadas, Cérebros Doentes

Emocionalmente Insensíveis

Para Saber Mais

O Autor

Introdução
A maioria das pessoas é incapaz de entender como uma personalidade antisocial e
criminosa, tal como a de um "serial killer" (assassino serial), é possível, em um ser
humano como nós.

Não são apenas os assassinos seriais, mas uma grande proporção de criminosos
violentos em nossa sociedade (em torno de 25% dos prisioneiros) mostram muitas
características do que a psiquiatria chama de "sociopatia", um termo melhor e mais
preciso do que psicopatia. A DSM-IV, o importante manual de diagnóstico usado por
psicólogos e psiquiatras, define um distúrbio mais geral, denominado mais
apropriadamente, "distúrbio da personalidade antisocial" (DPA) e lista suas principais
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apropriadamente, "distúrbio da personalidade antisocial" (DPA) e lista suas principais
características, que podem ser facilmente reconhecidas em indivíduos afetados. A
Organização Mundial de Saúde também definiu sociopatia em sua classificação de
doenças CID-10, usando o termo "distúrbio da personalidade dissocial".

Os sociopatas são caracterizados pelo desprezo pelas obrigações sociais e por uma falta
de consideração com os sentimentos dos outros. Eles exibem egocentrismo patológico,
emoções superficiais, falta de auto-percepção, pobre controle da impulsividade
(incluindo baixa tolerância para frustração e limiar baixo para descarga de agressão),
irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e ausência de remorso,
ansiedade e sentimento de culpa em relação ao seu comportamento anti-social. Eles são
geralmente cínicos, manipuladores, incapazes de manter uma relação e de amar. Eles
mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam, negligenciam suas
famílias e parentes, e colocam em risco suas vidas e a de outras pessoas. O pesquisador
canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia
criminosa, os caracteriza como "predadores intra-espécies que usam charme,
manipulação, intimidação e violência para controlar os outros e para satisfazer suas
próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros, eles
tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso
de culpa ou arrependimento."

Os sociopatas são incapazes de aprender com a punição, e de modificar seus


comportamentos. Quando eles descobrem que seu comportamento não é tolerado pela
sociedade, eles reagem escondendo-o, mas nunca o suprimindo, e disfarçando de forma
inteligente as suas características de personalidade. Por isso, os psiquiatras usaram no
passado o termo "insanidade moral" ou "insanité sans délire" para caracterizar esta
psicopatologia. Um sociopata clássico foi Donatien-Alphonse-François de Sade (1740-
1814), um nobre francês cuja preferências sexuais perversas e novelas (tais como
Justine) originaram o termo sadismo.

O indivíduo sociopata geralmente exibe um charme superficial para as outras pessoas e


tem uma inteligência normal ou acima da média. Não mostra sintomas de outras doenças
mentais, tais como neuroses, alucinações, delírios, irritações ou psicoses. Eles podem ter
um comportamento tranqüilo no relacionamento social normal e têm uma considerável
presença social e boa fluência verbal. Em alguns casos, eles são os líderes sociais de
seus grupos. Muito poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com os
sociopatas, são capazes de imaginar o seu "lado negro", o qual a maioria dos sociopatas
é capaz de esconder com sucesso durante sua vida inteira, levando a uma dupla
existência. Vítimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas
alguns momentos antes de sua morte.

O mais assustador é o fato que entre 1 e 4% da população é sociopata em maior ou


menor escala. Claro, a maioria das pessoas com DPA não é criminosa e é capaz de se
controlar dentro dos limites da tolerabilidade social. Eles são considerados somente
como "socialmente perniciosos", ou têm personalidade odiosas, e cada um de nós
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conhece alguém que se ajusta a esta descrição. Políticos corruptos e cínicos, que sobem
rapidamente na carreira, líderes autoritários, pessoas agressivas e abusadoras, etc., estão
entre eles. Uma característica comum é que eles se engajam sistematicamente em
enganação e manipulação de outros para ganhos pessoais. De fato, muitos sociopatas
não-violentos e adaptados podem ser encontrados em nossa sociedade. Um estudo
epidemiológico do NIMH registrou que somente 47% daqueles que eram caracterizados
como tendo DPA tinham uma história de processo criminal significativo. Os eventos
mais relevantes para estas pessoas ocorrem na área de problemas de trabalho, violência
doméstica, tráfico e dificuldades conjugais severas. Muitas pessoas evitam indivíduos
com este distúrbio de personalidade porque eles são irritáveis, argumentadores e
intimidadores. Seu comportamento frequentemente é rude, impredizível e arrogante.

A sociopatia é reconhecida precocemente em um indivíduo: ela começa na infância ou


adolescência e continua na vida adulta (o diagnóstico é possível em torno de 15 a 16
anos). Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente
indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos
pais, e não são afetados pela dor. Nada funciona para alterar seu comportamento
indesejável, e consequentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação
piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais
quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressão
aos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.

No entanto, apenas uma pequena fração dos sociopatas se


desenvolve em criminosos violentos, estrupradores e
assassinos seriais. Em casos mais severos, a doença pode
evoluir para canibalismo e rituais sádicos de tortura e morte,
frequentemente de natureza bizarra. Há um amplo consenso
que estas formas extremas de sociopatia violenta são
intratáveis e que seus portadores devem ser confinados em
celas especiais para criminosos insanos por toda a vida.Um
sociopata típico deste tipo foi retratado por Dr. Hannibal "O Canibal" Lecter no filme e
livro "O Silêncio dos Inocentes".

Os próprios sociopatas se descrevem como "predadores" e geralmente são orgulhosos


disto. Eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo, que é o da
violência acompanhada de descarga emocional (geralmente raiva ou medo) e nem
ativação do sistema nervoso simpático (dilatação das pupilas, aumento dos batimentos
cardíacos e respiração, descarga de adrenalina, etc). Seu tipo de violência é similar à
agressão predatória, que é acompanhada por excitação simpática mínima ou por falta
dela, e é planejado, proposital, e sem emoção ("a sangue-frio"). Isto está correlacionado
com um senso de superioridade, de que eles podem exercer poder e domínio irrestrito
sobre outros, ignorar suas necessidades e justificar o uso do que quer que eles sintam
para alcancar seus ideais e evitar consequências adversas para seus atos. Por exemplo,
em Justine, o personagem que incorpora o Marquês de Sade diz que tudo é justificado
quando o objetivo é a gratificação de seus sentidos, e que a ele é permitido usar outros
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quando o objetivo é a gratificação de seus sentidos, e que a ele é permitido usar outros
seres humanos da forma como ele desejar para aquele propósito.

O fato dos sociopatas possuirem pouca empatia para o sofrimento dos outros tem sido
demonstrado experimentalmente em muitos estudos, os quais têm mostrado que eles
exibem um processamento anormal de aspectos emocionais da linguagem, e que
geralmente eles possuem resposta fisiológica fraca (no sistema nervoso autônomo) a
imagens, palavras e situações de alto conteúdo emocional. Como acontece com os
predadores, os sociopatas são capazes de uma atenção extremamente alta em certas
situações.

O distúrbio sociopático também está altamente associado com a incidência de abuso de


drogas e alcoolismo. De fato, esta associação piora os aspectos do comportamento
sociopático, assim considera-se que eles são mutuamente reforçadores.

O DPA é relativamente fácil de diagnosticar. O


mesmo Dr. Hare desenvolveu uma escala de
avaliação, chamada Psychopathy Checklist-Revised
(PCL-R), que é útil para este propósito,
particularmente na avaliação de criminosos (a
população forense). Você pode testar a si próprio
usando uma escala on-line disponível no Internet
Mental Health.

Sociopatas violentos ocasionam um alto preço para a


sociedade humana. Nos EUA, mais da metade dos
policiais mortos por criminosos eram vítimas de
sociopatas. O DPA é comum entre dependentes de
drogas, mulheres e crianças, gangsters, terroristas, sádicos, torturadores, etc. Além
disso, "os psicopatas são aproximadamente três vezes mais propensos a recidivar - ou
quatro vezes mais propensos a recidivar violentamente do que os não sociopatas", de
acordo com um estudo recente. Citando novamente o Dr Robert Hare: "É enorme o
sofrimento social, econômico e pessoal causado por algumas pessoas cujas atitudes e
comportamento resultam menos das forças sociais do que de um senso inerente de
autoridade e uma incapacidade para conexão emocional do que o resto da
humanidade. Para estes indivíduos - os psicopatas - as regras sociais não são uma
força limitante, e a idéia de um bem comum é meramente uma abstração confusa e
inconveniente".

Além disso, sob situações de stress, tais como em guerras, pobreza geral e quebra da
economia, surtos epidêmicos ou brigas políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o
status de líderes regionais ou nacionais e sábios, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam
Hussein, Idi Amin, etc. Quando eles alcançam posições de poder, eles podem causar
mais danos do que como indivíduos.

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Qual é a causa da sociopatia? Como o cérebro está envolvido? Como isto pode ser
prevenido e tratado?

Estas são questões importantes para a humanidade, para a lei e medicina. A curva
ascendente da violência sem sentido, frequentemente por pessoas jovens (a medida que
o tempo passa, mais e mais jovens...), impõe um senso de urgência em obter respostas
para elas.

Neste artigo exploraremos o que a neurociência sabe sobre este distúrbio misterioso.

Almas Atormentadas, Cérebros Doentes

O Autor
Renato M.E. Sabbatini, PhD. neurocientista e especialista em Informática
Biomédica, doutor pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado no
Instituto de Psiquiatria Max Planck em Munique, na Alemanha. Atualmente,
é diretor do Núcleo de Informática Bimédica da Unicamp e professor de
Informática Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de
Campinas, (Campinas, Brasil). Email: sabbatin@nib.unicamp.br

Copyright 1998 Universidade Estadual de Campinas


Revista "Cérebro & Mente"
Uma Realização:
Núcleo de Informática Biomédica

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