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A fronteira Norte/Sul do Equador. Mas,na"era da globalizagi sobre a desigualdade de fundo que atravessa 0 espago mundial. Norte: as economias desenvolvidas da Europa, América Anglo-Saxnica, Asia oriental e Oceania. Sul: as economias subdesenvolvidas da América Latina, Asia e Africa. No trecho da fronteira que divide os Estados Unidos €0 México que aparece na imagem ao lado, a separagio entre o Notte € 0 Sul adquire uma materialidade dramiatica. pornaram-se metiforas a N orte ¢ Sul sio os dois hemisférios terrestres, separados pela linha No mundo contemporineo, o Norte distingue-se do Sul, antes de tudo, ‘pelo controle sobre os capitais que geram as tecnologias de ponta da revolucio tecnocientifica. Masa distingao vai mais longe e se expressa na desigualdade entre as dindmicas demogrificas e na origem e ditegao dos fluxos migratSrios internacionais. Ela também se manifesta nas formas desiguais da urbanizacio © da crise social ¢ ambiental das megacidades. A fronteira Norte/Sul tem contedidos econdmicos, sociais e politicos. A globalizagio gera, 20 mesmo tempo, riqueza e pobreza, abundincia exagerada e caréncias extremas. A fronteira Norte/Sul é a traducio nitida da natureza da globalizagio. (tienes | 2 5 Periferias da globalizacao 1. As fronteiras da produtividade Doren eolarnritin «proceso de desenvolvimento é movido pelo crescimento da produtividade da wAudinidlade Aa evens ecSnomia, ou seje, da capacidade soclal de aumento da riqueza produzida por quan- Lapeer dads Ax “tidade de trabalho empregado. A expansao da produtividade, por sua vez, deriva do ae aes di Mig cyte ‘progresso tecnolégico eras vf eratamis eral poe ser divide em més componentesiscos. Oprime- a) ae xe ye ‘produtividade do trabalho. O segundo, que incide apenas sobre a economia ms te aericobe a peodatildate Ga era, Oterceiro deve ser denominado “produtivide- ' . de espacial”, pois esti ligado aos custos de transferéncia de matérias-primas, mercé ‘ pa te -w4oe-dorias, pessoas e informagaes no territsrio, Sereno roi 84 Cae Esa a 04104 te wc ‘Mulheres embarcande metcadorias em um trem, nas artedores de Cochin, na India, em 1999, A glabalzacto opera em tempos corfitantes, aricuando o moderna e o arcaco ; 4 ’ , 3 A expansao da produtividade da economia tem rofuadas implcacdes na arganitucto socal. No tun: do, esse 60 fator decisivo na dindmica da divisio social do trabalho. _ ~ A divisio social do trabalho abrange, antes de tudo, a divisfo entre a populagéo economicamente ~ ativa (PEA) — aquela parcela, constituida também “pelos desempregados tempordrlos, que participa do mercado-de trabalho — € & populagio ngo-ativa. No interior da PEA, a divisio social do trabalho re- flete a distribuicdo da mao-de-obra pelos setores de. atividades caracteristicos da economia moderna. « Setor Primario — agropecuéria, extrativismo animal, vegetal e mineral; * Setor Secundério — indistria de transform: <0, construgao civil, mineragdo, pesca industrial; + Setor Terciério — comércio, servicos, trans- portés, comunicagées, administragao publica. Os setores Primédrio e Secundério compdem a esfera da produco de bens. O Setor Tercidrio com- poe @ esfera da circulagao de bens, servigos e in- formagéeg. O processo de desenvolviniento econd- mico, sob 0 inoulso ds eoaR ‘expressa-se por meio de continuas transferéncias da PEA dos setores sedicado 4 produ pas seo" jedicado & circulagao (fig. fae pone » Honda eters © mercado de trabalho compreende a compra e venda de forga de trabalho em todos os setores da economia. Os compradores de forca de trabalho sao 05 empresérios, os vendedores, os trabalhadores. O prego da forca de trabalho & regulado pela oferta e | procure e, também, pelas leis wabalhistas, ‘A definigdo do mercado de trabalho esclarece 0 con- ceito de PEA. Do mercado de trabalho, participa todos 0s trabalhadores empregados e também aque- les que, estando desempregados, continuam a pro- | curer trabalho. Transferéncias setoriais da PEA Fonte: eleborade pelos avores Pisin de trabalho PTs en A forca de trabalho na agropecuaria A agropecusria foie cendriode ume-verdadel- Ta revolucao técnica. que acompanhoues-iclosde inovacéo da Era Industrial. Os adubos quimicos aumentaram a fertilidade dos solos. Os pesticidas erradicaram pragas e reduziram as perdas de co- Iheitas. Os tratores, arados mecdnicos e colheita- deiras multiplicaram a capacidade produtiva dos agricultores. Os avangos da veterinéria eliminaram doengas € criaram novas ragas de animais, As téc- nicas modernas de irrigagao transformaram do- minios semi-dridos e dridos em superficies culti- vaveis. A selegio de sementes e a manipulacdo genética geraram novas variedades de plantas, que crescem mais rapidamente, permitem colheitas extras ou resistem a pragas. Essa cadeia de transformagdes envolve um re- cuo generalizado do meio natural. O meio técnico ecientifico, estendendo-se para a economia rural, limita a influéncia dos fatores naturais e substitui largamente a forga de trabalho humana e animal pela forga mecanica. Os resultados consistem no incremento acelerado da produtividade da terra e do trabalho e na liberac¢éo de mao-de-obra para 08 setores Secundario e Tercidrio. O progressivo despovoamento do campo e a urbanizacao cres- “cente das sociedades traduzem a revolugao nas técnicas agricolas. A proporeao da populacao ativa empregada no ‘estdgio de desenvolvimento das economias nacionzis. Nos paises desenvolvidos, a parcela da PEA absorvi- da pela agropecuaria é sempre inferior a 10%. No extremo oposto, a maior parte dos paises da Africa e da Asia meridional apresenta estruturas setoriais do- minadas pelas atividades agropecuérias (fig. 2, na pagina seguinte), © Sul, ou seja, o conjunto de paises subdesen- volvidos, é extremamente heterogéneo. A absor- 80 da PEA pelo Setor Primério é um dos melho- res indicadores das diversidades nesse conjunto de paises Em contraste com a Africa ea Asia meridional, a América ina exibe, de modo geral, taxas de emprego na agropecudria inferiores a um quinto da PEA, Sao taxas elevadas, se comparadas as dos paf- ses desenvolvidos, mas refletem um grau de mo- dernizagao técnica nitidamente superior ao dos pat- ‘ses mais pobres do mundo. A madernizacao parci-_ _al da egropecuéria € um trago distintive de paises ‘camo. Brasil.e.0 México. Populacdo ativa no setor primério z aes aoesaro oertazo De21 235 Fonte: Létot dv Monde 2004: armuaie économique ftopolticue mondial. Pas: [be Décowven, 2005, O controle sobre as tecnologias de ponta A produtividade geral da economia depende, antes de tudo, da incorporagao de novas tecnolo- gias ao processo prodhtive, No Final do Secu XVIIL 0 salto tecnolégico da tecelagem manual para a industrial assegurou 4 economia inglesa uma posigao de lideranca internacional e propor- cionou as bases para a hegemonia mundial do Rel- no Unido. No inicio do século XX, a difusao do uso do petrdleo como combustivel, o motor a combus- tao interna e a aplicacdo da linha de montagem a industria do automével contribufram para a ascen- 840 dos Estados Unidos a condigao de maior eco- nomia do mundo. Arevolucdo tecnocientifica e informacional con- temporanea desenvolve-se em torno de alguns gran- des eixos fundamentals, que estruturam as incistrias de ponta: _ * 0 armazenamento e processamento de in- formacées, com a produgao em larga escala de Computadores pessoais e supercomputadores, de servicos de teleconferéncia e bancos de dados in- formatizados ¢ de softwares para usos empresa- riais e pessoais; +a transmissao de informagdes, sob as formas de dados, imagens e voz, através das redes digitali- las e dos novos equipamentos de telecomunica~ Goes por cabos de fibra dptica e satélites; tricidade fotavoltaica; * o setor aeroespacial, que abrange a producio de aeronaves civis militares, misseis e satélites, in- corporal a ‘ponta e da informatica; * as novas técnicas de produgao, dinamiza- das pel fabricagao de circuitos integrados e si micondutores, pelo uso de novos materiais pela ‘automagao proporcionada pelos robés industri [mecatrénica); ~ * as novas fontes energéticas, como reatores nucleares de néutrons, células de combustivel e elé- * as aplicacées légicas e m fee de alta tecndagia, exemplificedes pelas sinteses 02 De fusao de células (biotecnologia) e pela descoberta de “Tovos remédios e produtos farmacéuticos. A fronteira Norte-: neo &, sobretudo, uma fronteira tecnolégica. O ciclo de ‘Hovayoes da revolucdo tecnocientifica e informacio- nal transformou radicalmente a industria dos paises ‘esenvolvidos, mas afetou apenas superficialmente ‘65 paises subdesenvolvidos e do antigo bloco socia- tine Uma prova disso € que os pases desenvolvidos Fealizam cerca de 80% das exportagdes globais de produtos de alta tecnologia. No mundo subdesen- volvido e no antigo bloco socialista, o panorama in- ‘dustrial € dominado pela produgao de mercadorias Beperdentes de matéas-primas pesadas, consumo JMensive de ensigia e utltzaio de forge de Tab. Iho semiqualificada. ~ as Oconhecimento, e néo mais o controle de maté- rias-primes de origem natural ou o uso intensivo de energia, distingue a economia da revolucao tecnoci- entifica e informacional. O acesso a esse tipo de ri- queza depende de esados investimentos em pes- isa cientifica e tecnol6gica. Esses investimentos emt Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) so 0 passa- porte para o futuro. Eles dependem da disponibili- dade de somas imensas de capitais, acumuladas pé- las grandes corporagoes transnacionais e pelo po- der publico. A primazia das nacdes desenvolvidas nos investimentos em alta tecnologia € incontrasta- vel. Um dos instrumentos para quamitficé-la é a téc- nica cartogréfica da anamorfose (fig. 3) Os investimentos norte-americanos em P&D re- presentam quase 0 triplo dos investimentos japo- neses e muito mais que a soma de todos os investi- mentos da Unio Européia, Essa lideranca absolu- ta deve-se, em parte, ao orgamento militar de alta tecnologia. Mas ela expressa, também, 0 extraordi- nério florescimento de empresas ligadas a informé- tica, as telecomunicagées e a biotecnologia No Sul, destacam-se apenas China, india, Co- réia do Sul e Brasil. A China e, em menor escala, a india sao poténcias nucleares e sustentam grandes orcamentos militares de alta tecnologia. A india de- senvolveu uma importante producdo de softwares A Coréia do Sul estabeleceu uma significativa ca- pacidade de producao de semicondutores e com- ponentes de computadores. 0 Brasil é 0 tinico des- taque na América Latina mas, mesmo assim, seu dispéndio representa apenas um pouco mais de metade do da Coréia do Sul. Todavia, o brutal retrocesso econémico atraves- sado pela Russia desde a implosao da Unido Soviéti- ca reflete-se com nitidez nos modestos dispéndios da CEI com a pesquisa cientifica e tecnoldgica Os NPIs e a China representam interessantes excegées no panorama global. A industrializagdo desses paises ganhou impulso no ambiente da ex- panséo dos mercados consumidores de produtos ligados a tecnologia da informacao. Parcela signi- ficativa dos investimentos estrangeiros dirigidos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento — reno. | | | i in a ap j) onna [7908 si} [BRASIL Franca [ 4 T pest fae ee LT fod L se} ETE ing tea) tip rab PORTUGAL 12, ocean Oo testes oe eh ta PC iguela pacer de compra em todos os palses do mundo, Sasa parted de ped de compre Fonte: Sanco Mundial, World Oevelopmen ndcetors 2007, Disponivel em cman wadbenkorg>.Acesso em: 22 jan 2008. Daler (aad cde Dades de Con) valor tbido so dlr noe ameicano que rive seu poder de compra em todos os palses do mundo, Usualmerte, 0 délar nore-smercana tem oder de compra maior em palses em desenvolvimento do que em paises deserwolides. O délar Sul, em 2005, Os NPls ¢ a China engataram suas economias no comboio da tevolucto tecnodentfica & informacional, que é puxedo pelos Estados Unidos, pelo Jap8o e pelas poténcias europea. a esses paises concentrou-se na induistria de com- putadores e na eletrdnica de ponta. Durante esse processo, foram criadas empresas locais de alta tecnologia, profundamente associadas as redes produtivas globais da informética. Essas empre- sas sio parceiras periféricas das corporacdes nor- te-americanas, japonesas € européias. ‘A anamorfose da P&D revela a profundidade da fronteira tecnolégica que separa o Norte do Sul. Nes- se mapa, a Africa e a maior parte dos paises latino- americanos praticamente desaparecem do planeta. Todos esses paises esto sendo excluidos do futuro. 2. As fronteiras da pobreza No inicio da década de 1990, 0 Programa das Nagées Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) civulgou um indicador que atualmente serve de re- feréncia para os estudos comparativos das condicaes, de vida das populagées do mundo. Trata-se do indi- ce de Desenvolvimento Humano (IDH). Desde entao, © programa calcula ¢ divulga anualmente 0 IDH de 174 paises, classificando-os em uma escala que varia de 0a 1. Quanto mais préximo de 1 € 0 indice, me- Ihores so as condicées de vida OIDH é capaz de iluminar aspectos fundamentais da imensa disparidade de condipdes de vida entre os hemisférios Norte e Sul. O mapa da figura 4 (na pégi- na seguinte) revela que os paises desenvolvidos exi- bem, sem excecdo, niveis altos de IDH, enquanto a imensa maioria dos paises subdesenvolvidos apresen- tam IDH médio ou baixo. Este mapa também revela as diferencas existen- tesno préprio Sul. A grande maioria dos paises com baixo desenvolvimento humano situa-se na Africa Subsaariana. Na Asia meridional, paises como Butéo e Bangladesh também apresentam [DH inferior a 0.5 Apenas trés paises situados fora dessas duas regides —o Laos, na Peninsula da Indochina, 0 Haiti, pafs mais miserdvel das Américas, e 0 lémen, no Oriente Médio —encontram-se nesta situagdo. IDH fornece uma medida bastante senstvel das condigdes de vida nos pafses pesquisados, e ajuda a identificar as regides mais carentes do globo. Porém, para medir diretamente a incidéncia de pobreza no interior dos diversos paises ¢ regides do mundo, @ ONU utiliza o Indice de Pobreza Humana (IPH), que revela a parcela de pessoas que sofrem carénclas em quatro dimensbes basicas: a longevidade, o conheci- mento, a provisio econdmica ea inclusio social. Devido & grande disparidade entre os paises ci senvolvidos e os paises subdesenvolvidos no que diz respeito as condicdes de caréncia das populagées, 0 indice de pobreza é calculado em duas versées dis- tintas. No caso dos paises desenvolvidos, utiliza-se o chamado IPH 2, considerando pobres as pessoas que tém expectativa de vida inferior a 60 anos, 0s de aa ls pe se cin stip neti ene rn ttn it be alan a ad a la a a passers analfabetos funcionais, os que ganham menos da smetade dos rendimentos pessoais médios e os que tio desempregados ha pelo menos doze meses. ‘apesar de ser a maior economia do mundo, os Es- tados Unidos se situam no pior lugar do ranking do IPH 2: quase 16% da populacao do pais vive na po- preza. Os paises melhor classificados sao Suécia, “Noruega e Pafses Baixos. ; Nos paises subdesenvolvidos, utiliza-se o chama- do IPH 1. Esse indicador mensura a pobreza com O indice de Desenvolvimento Humano Gi cence ane TO senaacos emer Fervor fom Case |ovrsame | base na parcela de pessoas com expectativa de vida igual ou inferior a 40 anos, na taxa de analfabetismo de adultos, na porcentagem da populacdo sem aces. so & dgua potavel e aos servigos de saiide e na in déncia de criangas menores de cinco anos com peso insuficiente. resultado é a parcela da populaao que vive em condigdes de pobreza absoluta, mapa do IPH 1 evidencia que as grandes con- centragdes de pobreza situam-se na Africa Subsaa- riana e na Asia meridional (fig. 5). Fonte: ACHCAR, Gilbert (Org. 5 Aties de Le Mande Diplomotive | Edin Coro Sux Buenos Ares Espace, 2003.9 50. Fonte: ONU, Reletéio sobre © Deservohimenta Humana, 2004 Dispontel em ‘cessoem: 28 mac 2005, ‘Na Asia meridional, a pobreza atinge mais do que 40% da populacao no Paquistao, Bangladesh, Nepal, Laos e Camboja. Em diversos paises da Africa Sub- saariana, mais de 40% da populagdo vive em condi- GOes de pobreza absoluta: é o caso de Senegal (44,19), Gambia (45,8%), Mocambique (49.8%), Zam- bia (50.4%), Etidpia (65,5%) e Niger (61,4%), entre outros, Na América Latina, 0 Haiti é 0 tinico pats que apresenta niveis extremos de pobreza absoluta. 3. Asia meridional Na Asia meridional, a miséria e as precarias con- igdes de vida andam lado a lado com uma excessi va pressdo demografica sobre as terras cultivavel A Asia é 0 continente que apresenta maior densida- de demografica por hectare de terra aravel: em mé- dia, cerca de 7,5 habitantes por hectare. Na Africa e na Europa, essa média cai para 4,0 habitantes por hectare. Na América do Sul é de apenas 3,0 e na an- tiga Unido Soviética nao passa de 1,3. A partir da Segunda Guerra Mundial, 0 cresci- mento populacional acelerado agravou um velho problema do continente: as densidades demogré- ficas muito altas geraram a utilizagdo intensiva das terras férteis. No coragio do continente asiatico existe uma imensa plataforma de terras altas, formada por sis- temas montanhosos recentes ¢ elevados platds inte- riores. O Himalaia marca o sul dessa plataforma, que se estende até o planalto desértico da Mongélia, as montanhas do Tibete e do Pamir e as cordilheiras de Zagros e Elburz, jé no Oriente Médio. As terras al- tase dridas do interior so escassamente povoadas. Ao sul e a oriente dessa plataforma de terras al- tas, na orla maritima e nas ilhas dos aceanos {ndico e Pacifico, se estendem as éreas densamente povoa- das, Grandes rios que tém suas nascentes encrave das nas terras altas formam vales e planicies aluviais, encaixados entre os planaltos da india, da Indochina e da China. No verdo, o derretimento da neve acu- mulada nas corditheiras se combina com as chuvas torrenciais, originando descargas poderosas que inundam as varzeas ferteis. Asplanicies do Indo (no Paquistdo), do Ganges e do Bramaputra (na india e Bangladesh), do Mekong (na Indochina), do Sikiang, Yang-Tsé e Hoang-Ho (na China) ¢ ainda as ilhas de Java (na indonésia) e de Luzon (nas Filipinas) formam as éreas de mais eleva- das densidades demograficas em meio rural do pla- neta (fig. 6). Af estdo os “formigueiros humanos” e as principais concentragdes de pobreza da Asia me- ridional e oriental. As principais concentragoes demogréficas da Asia. ae evaoece (Boze Big ostcouze HEBD sec 200 Fonte: The Times alos ofthe Werle. Landes: Temes, 1997 A base produtiva dessas regides repousa hé sé- culos no cultivo do arroz, realizado pouco depois do infcio das grandes chuvas do verdo. Trata-se de uma agricultura de trabalho intensivo, ou seja, baseada na grande utilizacdo de forca de trabalho e na pequena aplicacao de capital para aquisicao de equipamentos ¢ insumos agricolas. O regime climatico, com a rigida separagao entre a estado das chuvas € a estacdo da seca, ¢ responsavel pela sazonalidade muito pronunciada do trabalho agricola. Entre fevereiro e maio, néo hé quase nenhum trabalho a realizar nas planta- des. A partir de junho, a forga de trabalho é toda empregada no plantio, tratos culturais ¢ colheita do arroz. As mulheres, criangas e velhos também vao para as plantagoes Nas planicies e vales dominados pelo cultivo de subsisténcia do arroz, as altas densidades de popu- lacdo rural determinaram um excessivo parcelamen- to da terra, originando uma estrutura de proprieda- des muito pequenas. A criagéo de gado nunca se desenvolveu como atividade independente, pois as pastagens sio escassas. A enorme populagSo rural tem de sobreviver exclusivamente com os rendimen- tos agricolas proporcionados pela quantidade limi- tada de terres dispontveis, A urbanizacao e a industrializagao foram limi- tadas por essa estrutura de produgao agricola ba- seada no trabalho intensivo em regime sazonal. A diviséo do trabalho e 0 comércio entre o campo & a cidade conheceram um desenvolvimento muito pequeno. O crescimento da populacao rural foi acompanhado pela expansao insuficiente da pro- dugdo agricola, reproduzindo o cireulo de pobre- za ancestral, Povoado no vale do ro Mekong, no Laos, mm 1981. A Asia do rez’ é vila da aradine que conga superpopuacto, patcelamento excessivo da terrae economia rural de subsstenci, A modernizacao desigual Desde a década de 1970, o desenvolvimento eco- némico assumiu ritmos divergentes no continente asiético. A Asia meridional permaneceu uma das re- gides mais pobres e menos urbanizadas do mundo, com cerca de 70% da populagéo vivendo na zona rural. No conjunto da regigo, mais de 490 milnGes de pessoas sobrevive com menos do que um délar por dia, e s6 na india existem 50 milhdes de criangas que nao freqiientam a escola. A Asia oriental, por sua vez, experimentou uma trajetoria de ruptura da situagao de pobreza secular. No conjunto da regio, o PIB per capita quadrupli- cou entre 1975 e 2000, e a porcentagem de pessoas vivendo com menos de um délar por dia foi reduzi- da a metade durante a década de 1990, chegando a pouco menos do que 15% CO crescimento econdmico do Japio, seguido pela dinamizacao da economia dos NPIs originais, esti- mulou a diversificagao da produgdo e das exporia- goes da Tailandia, Malésia, Indonésia e Filipinas. 0 setor industrial tomou o lugar das velhas plantations como foco da economia e das exportacdes. A agri- cultura conhece diversificagéo e mecanizacao cada yeu maiores. As taxas de natalidade retrocedem, der- rubando o crescimento vegetativo. Os niveis de vida da populagao melhoram lentamente, apesar da so- brevivencia de imensas dreas de pobreza em paises como Vietna, Laos e Camboja. Na China, que abriga mais de 70% da populacéo da regio, a queda répida do crescimento vegetativo e progressos importantes na mecanizagao agricola co- incidiram com investimentos elevados na satide pi- blica, saneamento e educacéo. As rendas monetérias da populagdo continuam muito baixas, mas os indi- ces vitais registraram incidéncia menor da pobreza, Favela 8s margens do rio Pasig, no subirbio de Manila, a capital das Filipinas, fo funda, aparecem os edicios empresanais de metrépole, O contaste entre riqueze e miséria marca a paisagem das adaces do sudeste da Asia 4. Africa Subsaariana © IDE sintetiza a verdadeira tragédia humana que assola a Africa Subsaariana. Os 26 paises do mundo piores colocados no ranking mundial estéo situados nesta regio, onde cerca de 30% da popula- go sofre de subalimentacao crénice, a esperanca de vida é, em média, inferior a 50 anos ¢ mais de 60% da populacdo adulta € analfabeta. Na Asia, as grandes concentracdes de pobreza estendem-se por um meio geogréfico mais ou me- nos homogéneo, em terras timidas e quentes, super- povoadas e dominadas pelo cultivo ancestral do ar~ roz. Na Africa Subsaariana, as grandes concentr ges de pobreza localizam-se em meios muito hete~ rogéneos, envolvendo desde o anel semi-Arido do sul do Saara até os ecossistemas tropicais e equatoriais que se estendem do Golfo da Guiné ao leste do con- tinente, abrangendo regides de povoamento escas- 0 ou mediano. As causas da pobreza também sio bastante diversificadas. A heranca colonial Em toda a Africa Subsaariana, o colonialismo deflagrou processos de modernizacao econdmica que desorganizaram as antigas estruturas sociais, Essa modernizagao, comandada pelas necessidades dos mercados externos, sabotou 0 desenvolvimento de uma agricultura de alimentos voltada para as deman- das das sociedades afticanas. Desde o final do século XIX, a ocupagio progres- siva das melhores terras para 0 cultivo de produtos ‘tropicais de exportagdo em sistema de plantation pro- vocou a desestruturacdo da economia ancestral, tri- bal e de autoconsume, que mantinha a populacdo ease nativa nos limites estritos da subsisténcia, Submeti- das as demandas do mercado internacional, vastas regides da Africa Subsaariana transformaram-se em centros exportadores de minérios ou produtos agri- colas tropicais ¢ importadores de alimentos. No plano econémico, a economia exportadora passou a competir com a economia tribal de subsis- téncia, apropriando-se das terras férteis e timidas e de parcelas crescentes da forga de trabalho adulta. No lugar da producao de alimentos para o autocon- sumo, 08 camponeses passaram a produzir cacau, amendoim, café ou algodao para o consumo dos pai- ses desenvolvidos. Tornando-se empregados das plantag6es exportadoras, passaram a depender dos saldrios em dinheiro para adquirir no mercado os géneros de subsisténcia No plano espacial, @ implantagdo da economia de mercado gerou migracées sazonais das éreas ain- da dominadas pela subsisténcia tribal para as reas de agricultura exportadora, especialmente nos peri- ‘odos de colheita, quando cresce a demanda por tra- balho. Assim, as bases da agricultura familiar foram se desintegrando e dando lugar ao surgimento de massas de trabalhadores assalariados tempordrios. No plano social, a unidade dos sistemas familia res e das linhagens de parentesco das velhas tribos vergou sob o peso das migragbes e do assalariamento de parte da populacdo. A introdugao das religiées européias (0 protestantismo, na Africa britanica e holandesa, e o catolicismo, na Africa francesa, belga € portuguesa) e dos métodos europeus de educacdo escolar desorganizou os sistemas de crengas, mitos e valores culturais tradicionais. Mira de cobve de Chembesi, na Z4mbia, em 1980. A exploragio de rminesias forma endaves econdmicos ntemacionalzadas no ‘ocean de pobrezz da Africa aust As crises de fome Crises aguclas de fome atingem paises africanos, ciclicamente, hd décadas. Essas crises coincidem, quase sempre, com conjunturas climéticas ou politi cas adversas, oucom uma combinacao das duas, Mas por trés delas existem fatores estruturais responsé- veis pela miséria permanente de imensas parcelas da populacao. Quando estagdes secas prolongadas, guerras civis ou conflitos separatistas estalam, o fré- gil equilibrio da pobreza é rompido, desencadeando uma onda de fome de vastas proporcdes. GFome ‘As ctises agudas de fome nao se confundem com a subalimentagio crdnica que aflige parcela sigificativa da populacdo mais pobre em diversos pafses do mun- do. A subalimentacao crénice deriva de alimentacdo inadequada ou insuficiente. Suas consequéncias sao a reducdo da expectativa de vida e, dependendo do grau de subalimentagao, a diminuicdo do desenvolvimento fisco e intelectual das criangas, A subalimentagao nao deriva apenas da falta de comida por caréncia de ren da, A escassa renda disponivel é ditecionade para ne- cessidades inadidveis, como a aquisigao de rernédios, roupas, materiais basicas de construgdo ou transporte para o trabalho, ‘Afome aberta é um fendmeno diferente, que deriva da indisponibilidade absoluta de alimentos. As crises agu- des de fome exigem a mobilizagio emergencial de re- | cursos para prover de alimentos os atingidos pela ONU em Kuito, Angola, em 2001. Angola mergulhou em Uma guere ovil de 27 anos logo apds sua indezendéncia, em 1975. 0 pas, com vastas extenstes de solos fére'se imensas resevas de minésos e petréleo, tormou'se um foco de miséria Oistibucdo deserts em campo ce elugacoe ania | assolado por crises de fome. reset : (: oye 4 3 7 3 3 } ; 7 3 1 ? 3 3 3 i ’ 3 Os fatores estruturais da pobreza residem na com- pinagdo de elevadas taxas de incremento populacio- nal coma retragdo conjunta do valor das exportagdes agricolas € minerais e da producio de alimentos para co mercado interno. O incremento demografico explo- sivo nao tem sido acompanhado por um crescimento proporcional da produgao de alimentos: no conjunto de Africa Subsaariana, a producao agricola per capi- ta é hoje inferior aquela registrada em 1970. A desin- tegrado da velha economia de subsisténcia tribal deixou um vacuo que néo foi preenchido. ‘O aumento da dependéncia da importacao de ali- mentos nao foi compensado por um incremento das receitas das exportacdes. Na verdade, apesar do au- mento do volume das exportagdes agricolas ou mine- rais, registrou-se uma queda generalizada do valor das exportacdes, pois os produtos primérios sofreram uma forte desvalorizagao no mercado internacional. ‘As receitas decrescentes das exportagSes ea ne- cessidade de importagées cada vez maiores geraram desequilibrios profundos na balanga comercial das rnagoes africanas. O endividamento externo aumen- tou em todo o continente. Neste cendrio, a pobreza avanga rapidamente no conjunto da regio, O PIB per capita retrocedeu en- pe Deo re vuetna® = erérica (fhenos $62 os aloes atias por habitants em 1998/1987) [1 Escassez de alimonto Principals zonas de fome nos ZZ isto tina ances Principals confitas desdo os (+ args tase! Insegurange alimentar na Attica Subsaariana tre 1975 e 2000, Somente na década de 1990, a inci- déncia de pobreza extrema aumentou em 5%. Isso significa que a Africa Subsaariana terminou o milé- nio com 300 milhdes de miseraveis, cerca de 70 mi- Indes a mais do que havia em 1990. O caminho para crises devastadoras de fome continua aberto (fig. 7) A tragédia da Aids No final de 2003, cerca de 38 milhdes de pessoas no mundo eram portadoras do virus do HIV, inch indo-se ai 2,1 milhes de criangas menores de 15 anos. A Africa Subsaariana;com pouco mais de 10% da populacdo mundial, abrigava nada menos que 66% dos portadores, ou cerca de 25 milhdes de pes- soas, No outro grande bolsio mundial de pobreza, a Asia meridional, os infectados pelo virus eram cerca de 6,5 milhées, ou 17% do total ‘A epidemia continua a devastar a Africa Sub- saariana: apenas no ano de 2003 foram registra- dos trés milhdes de novas infeccdes e 2,2 milhées de pessoas morreram em conseqiiéncia da Aids. Isso significa que nessa regio encontram-se trés quartos da mortalidade mundial associada a doenca. ‘oceANO ‘norco Fonte: Atos du Monde dalomatiqu. Pars SA Le Monde Diplematique, 2003, p ist Na Africa Subsaariana, hd cerca de 13 mulheres portadoras do virus para cada 10 homens, pois as, mulheres sdo geralmente infectadas mais cedo que ‘os homens. A principal causa de infecgéo, como no resto do mundo, é a transmisséo do virus pela atividade sexual. AAids uma epidemia especial. Ao contrério da maioria das doen¢as infecciosas, que atingem prin- cipalmente criangas e idosos, a aids afeta mais vas- tamente 0s jovens adultos de ambos os sexos. Do ponto de vista demogréfico, seus efeitos assemelham- se a0 de guerras. Com a importante diferenga que, ao contrério da guerra, a Aids nao discrimina sexo, matando homens e mulheres em igual proporg’o. Em Botsuana, pais mais afetado, mais de um ter- <0 dos adultos esto infectados e uma crianga nasci- da hoje tem esperanca de viver apenas 36 anos — pouco mais de metade do que viveria se a doenca no existisse, O declinio da expectativa de vide é tam- bém dramético no Zimbdbue, na Africa do Sul e no ‘Quénia, entre outros patses (fig. 8). | ‘A difuséo descontrolada da doenga na Africa ‘Subsaariana funciona como uma bomba social, des- truindo os nucleos familiares, que desempenham fungdes vitais na reproduco das sociedades — em particular, entre os pobres e no meio rural. Estima- se que quase 10% das criangas afticanas sejam “6r- faos da Aids”, isto é, j4 perderam pelo menos um dos pais, vitima da doenca. Sob os efeitos da Aids, 0 futuro proximo assistiré & emergéncia de “paises de adolescentes drfaios”. Uma estrutura etéria desse tipo Queda na esperanca de vida em palses afticanos Fate speranga de vita (am anos) =e roe ao zi | Decino oh esernga de t 22002005 Fonte: Banca Munda, Relatio sobre o desenvolvimento mundial, 2002, Disporve em: Acesso em: 22 an 2005, ] | | | ts | | significaria a virtual dissolugao das instituicdes poi. ticas e abriria caminho para a disseminagao, em es- cala sem precedentes, de conflitos etnotribais, Contudo, alguns paises africanos esto conseguin. do controlar a epidemia: no Senegal, que lan¢ou vigo- oso programa antiaids em 1986, a taxa de infeccdo é inferior a 2%. Em Uganda, que s6 comecou a agir no inicio da décadia de 1990, a proporg&o de adultos com o virus jé caiu de 12% para 4%, Sao paises muito mais pobres que a Africa do Sui, onde a taxa de infeccao é de 20% da populaco adulta, e mais pobres que Zim- babue e Namibia, nos quais a taxa de infecedo esta em torno de 25%, Mas 0 Estado acordou para a Aids. No Senegal e em Uganda, os governos distribu. em preservativos. Mas isso € pouco em sociedades patriarcais, onde as mulheres ndo tém voz, Oferecen- do methor educagao para as jovens do sexo feminino, 0s dois paises as colocaram em condigdes de exigir que seus parceiros usom os preservativos, Entre 1995 e 2000, 0 uso de preservativos dobrou, em grande parte devido & pressao das mulheres jovens. ‘As mulheres sao uma chave crucial para a vité- rig da guerra contra a Aids. Das criangas pequenas infectadas, cerca de um terco contrairam o virus pela amamenta¢do. Substituir o leite materno por leite em pé custa caro, mas a ajuda internacional pode resol- vero problema. Contudo, na Africa, a mistura de leite em po com dgua é, em geral, mais letal que o HIV. A 4gua contaminada provoca diartéia, que é a major causa de mortalidade infantil. No Senegal e em Ugan- da, o investimento em saneamento bésico foi crucial para o controle da epidemia. No passado recente, 0 preconceito interpretou a Aids como epidemia de homossexuais e viciados em crogas. Hoje, um racismo subterréneo classifica-a como moléstia de negros afticanos. Entretanto, a evolugio do miimero de casos de Aids na regio mostra que se trata fundamentalmente de uma epidemia de socieda~ des miserdveis, em paises onde o Estado nao funcione. CCartaz da campanha de prevengBo contra a Aids, em centro da Cruz Vermelha em Librevle no Gabo, em 2004. A mensagem estimule o uso de preservaivos _ & Revendo o capitulo 1. Indique V para as proposighes verdadeires e F para as faises. |, A mecanizacdo das atividades agrcolas aumenta produtividade da terra, mas ngo altera a produtivide- de do trabalho. Il A automacdo industrial aumenta a produtividade do trabalho € libera maa-de-obra do Setor Secun- dato. 1A moderrizacdo das infre-estruturas de transportes, comunicacoes aumenta a “produtividade espac- al pois reduz os custos de transferéncia de bens € informarbes, avy. bE. Ob QE EME 2. 0s patses indicadas com I, Ie Ill no grafico seguinte sto, respectivamente: a) Japdo, India € Brasil b) India, Brasil e Japao. ©) Brasil, apao e India, 4) Japio, Brasil India, ) Brasil India e Jape. ( Estrutura setorial da PEA % (7 Seter pratio. sete eocuncers 704 TE serrteriie “| (1k T © tr Fonte: ar du Monde 2004: ennudre &conamique geepalique mend, Par: La Décowvert, 2003. 13. Justfique a alterativa selecionada no teste anterior. 4. Sobre o LOH, respond, 2) Com quel fralidade foi ciado? b) Em quais indicedores se beseia? €) Qual é sua vantagem em relagdo 20 uso apenas do PIB per capita? 5. Em 1981, a pobreza absoluta, rearesentada pele rer da de USS 1 a0 cia, atingia cerca de 795 milhdes de pessoas na Asia oriental e cerca de 475 milhdes na Asia meridional, €m 2001, a pobreza absoluta atingia 271 milhoes na Asie oriental e 428 milhbes na Asia meridional. Qual € 0 significado dessas informactes? 6. dentifique o fator que nao contibui pare explicar @ po breza que atinge e maior parte da populacéo de Ainca Subszatiana a) A desagregacio das estruturas sociais tradicionais deflagraca pelo proceso de colonizecdo européie, b) O monopilio des melhores terras pela agricutura de exportacdo, em detrimento da agricultura de alimien- tos para os mercados intemas. ©) Acombinacao de elevadas tanas de crescimento ver getativo com a rettacdo generalizada do valor das exportacdes agticolas € minerals. 4) 0 @xado rural acelerado, provacado pela maderniza- ‘go técnica da agriculture e pela implantacao de eco- nomias industrzis de exportacao. €) Os confltos internos ¢ guerras cvs que refistem a faléncia poltica dos Estados e desorganizem as atv dades econdmicas. = O capitulo no contexto 7. Asia meridional 6, em termos ebsolutos, o maior bol sio mundial de pobreza 2) Caracterize o sistema de agriculture de trabalho in tensvo predaminente na Asia meridional ) Explique por que esse sistema funciona como obs- tdculo para a modemizago econdmica ' 8. © gréfico seguinte revela fortes discrepancias de IDH entre paises que encontram-se numa mesma grande | faa de PIB per copita. | Pe pe cgie I Coes! ow fo] ay een | f | / Jars | | asm | i ke ome | vent | } | | 3.000 | f | i vtaracos | 080 | | 2200 { | 2000 i Pagustio ~ 9.509 Fonte: Baico Murda Roloc sobre o desewolamerso muna 2002 Disponivel em Acesso er 22 an. 2005. 2) Inerprete as informacoes do grafico. b) Apresente hipbteses pare expicar essas discrepan- «ies. 9. A estrutura de gastos médios das familias dferencia-se de at 10. As ies puss de foe que singe, proscar, paises da Atica Subseaiana estéo sempre assocades a Catéstrofes naturals, como secas ou inundagdes, ou guer (2s cis. Muitas vezes, a cise de ome se instele a pati de uma combinaséo dos dois pas de Fendrenos. 2) Diference conceituaimente a cise aguda de forme da subnuticdo ) dentiique algurras causes que explcam a instalacdo everiul de cises de forne ne Aftca Subseatiana 11. Com base na piramide etéria seguinte, analise os im- pactos de Aids na estutura demografica de Botsuana Pirdmide etaria de Botsuana (2020)* \ | oememeamince es icon seria es a *Prjecto Fonte: Mur: Ceograae Pola rteracional Ano 11,1. 5, set 2908 ycardo com o rive geral da ‘economia e das condigdes de vida dos diversos palses. Observe o grafico. 2) Sinttize as dferencas principals nas estuturas de gastos familiares de paises de- semvolvidos e subdesenvohidos. ) Apresente ume justficativa pare essas dierencas. | Distibuicao média dos gastos familiares ) inet weesio_Yesusio Tansgore Gamay Ove | same | rie une Eados Unie apie Hungria erat = com base nos mapas seguintes, discuta @ evolucto da pobreza absoluta nas diversas re- gjdes do mundo subdeservalvdo entre 1990 e 2001 Nimero oe pessoas Ten minges) Fonte: Barco Mundiak Cobol Poverty Mentoring, Dispoaivel env Acesso em: 22 jn, 2005 icdo das pessoas que vivem com menos de US$ 1 fia (2001) oe 7 AsimonientaL {* RIENTEMEDIE? =F PACIEI jONORTE__-< AMERICA LATIA — 7 CARIBE! [Nomar de pessoas Tem mines) Fonte: Banco Ikundal. Glabol Poverty Mantving, Disponivel em: .Acesso em 10 jan. 2005, Taxa de fecundidade | Taxa_de tecundidade indica o nlimem miédia defi ihos que uma mulher teria a0 final de sua idade “reprodutive, se os padides de compartamento | produtivo vigentes forem mantidos. A taxa de | fecundidade igual a 2,1 € considerada @ taxa de re- | posg, isto, em uma stuacBo na qual a muhe- ras tém, em média, 2,1 filhos 20 longo de sua vida, fo tamanha da populacdo se mantém estavel 2.0 mito da explosao demografica , pi a TM _Apés a Segunda Guerra Mundial, as taxas de mor- talidade declinaram nos paises subdesenvolvidos. A ATfusdo de novos medicamentos, a vacinagao em mas- sa, o controle crescente sobreas epidemias(diteria tfo ‘emaladria, principalmente) chegavam nesses paises com ‘écadas de atraso. Esse conjunto de inovacées no cam- “po da prevengao € da cura das doengas epidémicas fi- cou conhecido como Revolugéo Médico-Sanitaria. i i i i i Campana de vacinacio em Moradabad, A chamada 'exlosto demiogiéica’ que ocoreu ros pases pobres ha, fem meade século WX far Filo da globalaagio mécico ‘A queda damortatidade nas populagdes _ses subdesenvolvidos provocou um novo ‘crescimento demogréfico no planeta, numericamente bastante superior aquele ocorrido no século XIX na Europa, pois, além de ter partido de uma base muito maior, apresentou picos de crescimento natural iguat mente malores. As taxas médias de incremento de- “mogréfico foram superiores a 2% 20 ano no conjun- to dos paises subdesenvolvidos entre 1950 ¢ 1985, € ‘a maior parte deles registrou taxas superiores a 3% _fia fase aguda da transigao demogréfica. Na década de 1960, auge do crescimento da po- pulacao mundial, as velhas profecias malthusianas foram ressuscitadas: o neomalthusianismo ganhou ‘adeptos em todo o mundo. Malthus culpava a natu- Teza pela existéncia dos pobres; os neomalthusianos _culpam os pobres por sua prépria pobreza €, tam bém, pela pobreza de seus paise: Segundo essa teoria, o alto crescimento demogr: fico € uma das principais causas da generalizac¢ao da ‘pobreza em vastas regides subdesenvolvidas, O aumen- to descontrolado do niimero de pessoas atrapalharia co desenvolvimento dos Estados pobres, desviandoTe= ‘cursos para investimentos nao produtivas—tais como creches e escolas — e criando uma relacdo desfavoré- velentre o nlimero de pessoas em idade de trabalhar e ‘total de habitantes. O controle da natalidade seria © passaporte para o desenvolvimento. Multas insti Vluccs Medi» fmla.Goes particulares, principalmente norte-americanes, como a Fundacao Ford e a Fundacao Rockefeller, se ofereceram para subsidiar os esforgos dos paises po- bres na reduc&o de suas taxas de natalidade, "Mais recentemente, essa forma de enxergar @ dinamica demografica tem sido disseminada também por alguns grupos ambientalistas. De acordo com eles, 0 rapido crescimento demografico dos paises pobrés se traduziria em pressao sobre os recursos Roa naturais — em especial nos ecossistemas tropicais @ equatoriais — e em sério risco para o futuro. O con Trole da natalidade seria uma forma de presérvar A transigao demogréfica em regides subdesenvolvidas patriménio ambiental para as novas geracées, AFRICA SUBSAARIANA Entretanto, os paises desenvalvidos, que repre- 2 ae a ae sentam cerca de 20% da populacéo mundial, conso- | oben ean mem a malor fatia dos recursos naturais dispaniveis woe at 31 edo responsaveis por B0% da poluicéo do planeta, 0 22 ———| becrd Assim, a maioria dos estudiosos do assunto acredita] | | 10 a i——|"* que os graves problemas ambientais cantemparane- a ts iia | 0s séo principalmente resultantes do padrdo de pro- ‘dugo e consumo que vigora n ‘do incremento demografic ‘© alarmismo neomalthusiano marcou sua presen- anas Conferéncias Mundiais de Populacio, organiza~ das pela ONU. A primeira delas ocorreu na Cidade do _México, em 1974; a segunda em Bucareste (Roménia), em 1984; e a tiltima no Cairo (Egito), em 1994, ano em qué a populacdo mundial atingia cerca de 3,5 bilhdes de pessoas, Nessa ultima conferéncia, que reuniu cerca de 12 mil estudiosos do mundo inteiro, os neomalthu- sianos enfrentaram a oposigao dos representantes do ‘YYaticano e dos paises muculmanos, contrarios aos me- todos anticoncepcionais e, principalmente, ao aborto. ‘A populacdo mundial era de um bih3o em 1804, apds milérios de Fistéia. Menos de dois stculs depois, em 1989, atingiu a marca de 6 bihoes. O secretéro-geral da ONU, Kofi Annan, escolheu urn Bebé nascido er Sarajevo, na B6smia que emergia dos hocores da agueta 6tice, para anunciar 0 acontecimento. Atransicao demografica nos paises subdesenvolvidos _Adiscussio entre neomalthusianos ereligiasos ocul- ta as grandes transformacdes recentes na dinamica “demogréfica mundial. Apesar dos preceitos rel , em muitos casos, da ineficiéncid dos programas de planejamento familiar, todas as grandes regioes subde- Fenvolvidas do mundo apresentam diminuicdo de suas “taxas de natalidade ¢ emconsequéndia, do ritmo-de ORIENTE MEDIO E NORTE DA AFRICA LEGENDA Son devatiase 03 lew | fp roster nose cy incremento demogréfico nas tiltimas décadas (fig. 3). A estabilidade cemogréfica 6 uma questo de tempo. Fonte: ONU Dispeniel em: . Acasa ern 10 jan. 2008. ‘A,modernizagio da economia e a urbanizacéo operam no sentido de -diminuir as taxas de natalida- de nessas regides do globo, ao romper com a unida- ‘de familiar de trabalho. ~~ Enire as populagdes urbanas de baixa renda, cada filo a mais representa gastos extras (princi- _palmente com alimentagao) até atingir a idade pro- “Tiniva, Nas cidades, a intenglo de controlar a fecun- ~ Gidade e os meios para realizd-la difundem-se rapi- damente. Também entre as populagdesrurals obser va-se uma tendéncia de recuo das taxas de natalida- “de, pois 0 avanco do trabalho assalariado restringe ‘ participagao jo das criangas no processo produtivo. ‘A América Latina constitui o mais notdrio exem- plo dessa tendéncia. Nesse caso, o acelerado proces- sode urbanizacao, que rompeu os vinculos tradicio- Tals entre o meio rural e as pequenas cidades, vem provocando uma reducio répida e constante das ta- xas de natalidade, desde a década de 1970. Na saariana, porém, a queda da taxa de natalidade foi muito pequena entre 1965 e 1980, periodo em que a taxa de mortalidade caia rapida- mente, Recentemente, observam-se os primeiros si- nais de redugao nas taxas de crescimento natural na Tegiao, embora elas continuem sendo as mais eleva- das do planeta. Nessa regido, o processo de moder- nizagao das economias, inicetio apds o processo ce aescolonizagao, na década de 1960, foi interrompi- do pela falta de novos investimentos produtivos. Talta de Investimentos Soutien a Tansighe demografica em sua primeira etapa. A misétia ca- ‘strofes alimentares periédicas e a elevada mortal dade entre as criancas provocam uma tendéncia manutengao das elevadas taxas de natalidade, Cosignd pel sec ua gu a Poi dese Ei 712000, esta faiia carinhou duane dias emrse de simentos:A chave de eivada nataldade que gore em muitos Dates de Arica Supsaanana est na miséna que wma uma anidade colossal de recém-nascidos Na China, que é 0 pais mais nopulose do mun- do € oficialmente conta com 1,25 bilhao de habitan- ies, o controle da natalidadeé considerado uma das ‘Bolltcas priorities desde comego da década de “1970, A meta demogréfica estabelecida pelo gover- no é de um tinico filho por familia, ne maioria das provincias chinesas. Entretanto, ainda que paregam espetaculares {observe mais uma vez a figura 3) os resultados da politic émsigo muito questionados. Estima-se que pelo menos 200 milhées de ni lente nai ram “declarados desde que ela foi implementada, e que a populagao chinesa esteja muito préxima da marca do 1,5 bilhdo de habitantes. Além disso, na China a “politica do filho tnico” resultou da disparidade de nascimentos entre os sexos: sio registrados 113,8 nascimentos do sexo masculino para cada 100 do sexo Teminino. Tsso acontece por que, como sao autorizadas a ter ape- nas um filho, um numero significativo de maes opta elo aborto quando sabem que estéo esperando uma menina, ja que nas regioes agricolas tradicio nais os homens gozam de um estatuto social mais elevado do que as mulheres. Os numerosos casos de assassinato di assassinato de bebés do sexo feminina parece. contribuir para essa estatistica. -~Tambéma na India, 9 segundo “gigante demo- -Afico” do planeta, com seus cerca de 1 bilhio de habitantes, a ado¢do de politicas de controle da natalidade contribuiu para a desigualdade entre (05 Sex0S: exis! i ‘mens no pais. 3. As migracées internacionais Grande pre des Gigragbasinlemaclonas 32 atualidade tém causas economicas: sao transferén- cias de forga de trabalho de uma economia para ou- tra. Nesse caso, o ponto de origem do movimento Tmigratério corresponde a um pais cuja economia se mostra incapaz de absorver a m4o-de-obra disponi- Vel, O crescimento populacional néo ¢ acompanha- do pela criacao de novos postos de trabalho. Assim, ‘as matores ondas migratdrias da histéria ocorreram em periodos de intenso crescimento demogréfico, Migragées internacionais As migracBes interacionais séo fiuxos de popula- gdes que atravessam fronteiras pollticas, deslacan: o-se dos paises de origem para far residéncia, le- gel ou ilegalmente, em outros paises. em meados dGéeuto XDavando a Europa viveu © auge da {ransig% demografica, e ap6s a Segun- ca Guerra Mundial, quando teve Tnicio a transigao demografica dos paises subdesenvolvidos. 0 pon- to de chegada do movimento migratério corres- po ‘a.ume economia que apresenta demanda de forga de trabalho. Essa demanda é satisfeita por meio da imigracao. oO ‘As grandes mlaragdes internacionais sdo um fe- nOmeno diretamente associado a “era industrial”. A integracdo econt s do mun- do, de um lado, e 9 desenvolvimento de meios de Transporte modernos, de outro, funcionaram como condigées prévias para os fluxos de massas de tra- balhadores entre os continentes. ‘Durante o século XIX, a Europa foi a mais im- portante zona ‘de repulsd fica do globo. Como vimos, o crescimento populacional se ace- lerou, em virtude da queda das taxas de mortali- dade. A revolucao técnica na agricultura, acom- panhada pela concentracao fundidria, produziu excedentes demograficos no meio rural. A indus- trializagao_destruiu 0 artesanato e a pequena ma- nufatura doméstica, gerando excedentes no meio urbano. O grande éxodo europeu povoou a América do Norte (principalmente os Estados Unidos), a Amé- Tica do Sul (em especial o Centro-Sul do Brasil, a Argentina, o Uruguai e 0 Chile), a Oceania (Austr. O grande exodo europeu do século XIX eps Fl erto povoamartoge arian aveotla Prajepio aairatal equelstarie polar lia e Nova Zelandia), algumas areas da Africa (Afri. ca do Sul e Argélia) e a Siberia russa (fig. 4). No sey éxodo, os europeus criaram as “novas Europas”, di- fundindo 0 cristianismo e as linguas do Velho Mun- do, Os Estados Unidos, isoladamente, figuraram “como destino de quase trés quartos dos emigran- tes europeus. ~~ Primeira Guerra Mundial e, principalmente, a Grande Depressao da década de 1930 interrom- peram o éxodo europeu. Esses eventos dividem a histéria das migragées internacionais em duas fa- ses distintas, Na segunda metade do século XX, a ‘Europa deixou de gerar excedentes demograficos ‘¢ as zonas de repulsio transferiram-se pera 0s pai- ses Subdesenvolvidos. Mas os Estados Unidos con- finuaram a ostentar a posicdo de maior zona de atragdo de fluxos migratérios do mundo. A globalizacao das migracées Apés a Segunda Guerra Mundial, a reconstru- Gao econdmica européia ¢ 0 surto demografico dos paises mais pobres inverteram o sentido dos flu- xos migratérios, Atualmente, o nucleo préspero da Unio Européia configura a segunda mafor zona de atracio 's migratérios do mundo de atracao de fluxos migratérios do mundo. ‘As migragdes internacionais contemporanees balizagao. Os fluxos mundiais de informa- ea difusdo de habitos globais de con- sumo estimulam a transferéncia de forca de trabalho para economias capazes de oferecer empregos e remuneracao melho- res, Os custos decrescentes de transpor- tes faci ieslocamento dos mi- grantes, Contudo, ao contrario dos capi- ‘tals que fluem sem empecilhos através das Fronteiras nacionais, os fluxos migrat6ri- os enirentam barreiras de lingua e cultu- ra, além dos entraves colocados pelas po- liticas de imigragao. Fonte: CHESWAS, Jean Claude. Le population e monde. Pars: Borda, 1991. p44, 4 a ] ' i ' £ Mesmo assim, 0s movimentos migratérios tornam- secada vez mais intensos e correntes populacionais des- jocam-se em direcZo a todas as zonas onde hd deman- de de forga de trabalho, O Canada, a Ausirdliae, em menor escala, a Nova Zelandia continuam a figurar en- tre as principais zonas de atragao de imigrantes, mas atualmente recebem muito mals astaticos que europeus. No Oriente Médio, o Golfo Pérsico transformou- se numa zona de forte atfacgo migratéria na deca _de 1970, coma elev ~economias da regiéo —em especial a Ardbia saul o Iraque € 0s pequenos emiradas do Golfo — passa- ram a empregar forca de trabalho estrangeira nos campos de petrdleo e nas atividades complementares de construgdo civil, transportes e comercializacao. ‘Unria parte dos imigrantes origina-se em outros pai- »s drabes, marcados por forte crescimento demogra- ‘otals como o Egito, a Jordénia ea Siria, Muitos imi- grantes sdo palestinos, proveniemtes da Jordnia ou dos territérios ocupados por Israel, A lingua ea cultura “Gomuns, além de acordos especiais de imigracao. est mulam esses fluxos. Outros imigrantes aes sede Refine ine Abdulah, no Ke em 1958, A esmagadore maiota dos vabalhadores ¢ estranger stabahadores 4 esrangeie ae Ua donordeste africano, Finalmente, vastos contingentes ‘provém dos paises superpovoados da Asia meridional. Na Africa, as principais correntes migratérias de furido econdmico desiocam-se para duas zonas de_ atragao: a Africa do Sule os exportadores de petro- Teo e de produtos tropicais do Golfo da Guiné e da “costa atlantica. A Africa do Sul — tinica economia \dustrial do continente — recebe imigrantes de to- dos os paises vizinhos, A Asia, 0 mais populoso entre 0s continentes, exibe os maiores excedentes demograficos do mun- do. Os migrantes asidticos dirigem-se, ha décadas, para os Estados Unidos, a mais recentemente, para 0 Golfo Pérsico. Desde a década de 1980, 0 Japao e, em menor escala, a Coréia do Sul, Taiwan e Cingapura tornaram-se fortes zonas de atragao de migrantes asiaticos. ~~ Japio € uni pals sem Tadicio de absorgio de imigrantes que, no final do século XIX, tornou-se uma significativa zona de repulsao demografica. O pantora- ‘ma comegou a mudar com a absoredo de_imigrantes _coreanos, recrutados como trabalhadores manuals “antes e durantea Segunda Guerra Mundial. Ainda hoje, ‘0s descendentes desses trabalhadores formam ui gru- po étnico discriminado, a quem € negado o direito de cidadanig, Na Ultima década, contingentes significati- ‘vos de imigrantes chineses, filipinos e tallandeses — muitos deles ilegais — estabeleceram-se no pais. Além deles, brasileiros descendentes de japoneses perfazem ule de 100 nll residentesnocarqulptlage. 4, Dinamica da populagao no Brasil Como vimos, nas décadas de 1950 e 1960, a maior parte dos paises subdesenvolvidas registrou taxas elevadas de incremento populacional, No Bra- sil, a5 taxas de erescimento populacional batiam ecordes histéricos, proieta licacho de ulacdo a cada 25 anos. Desde a década de 1970, porém, a populagdo br: sileira vem crescendo em ritmos cada vez mais ler tos, A diminuicdo do crescimento vegetativo, regis trada nas tiltimas décadas, é resultado direto da que-_ da da taxa de fecundidade que vem ocorrendo em todas as regides do pais, ainda que em compassos “Giferentes. Nos anos 1960, cada brasileira tinha, em “média, seis filhos; atualmer hos por mulher gira em torno de 2,2, Projegdes recentes rea- ‘eadas pelo IBGE indicam que a populasio do pats, composta por 170 milhdes de pessoas em 2000, de- verd crescer até atingir 260 milhdes em 2050 € entdo, deve comecar a diminuir, A transigao demogréfica brasileira esta em vias de se completar. O declinio da mortalidade ado Entre 1872 € 1940}a populagdo brasileira apre- ‘ody Sentou taxas de crescimento sempre inferiores a 2% ‘ao ano. Neste intervalo, predominava um pad crescimento populacional resultante da convivéncia de altas taxas de natalidade com taxas também éle- Vadas de mortalidade. Entre 1891 e 1900, por exem- plo, @ taxa de natalidade girou em torno de 46%: a taxa de mortalidade chegou a mais de 27%: As doencas infecciosas ¢ parasitirias eram as principals n a ev a ‘populacdo brasileira. Nao existem dados de mortali- dade geral anteriores £1872)ano em que foi realiza- doo ptimeiro censo demagnifico, mas existem ini imeros relatos sobre as péssimas condigdes de satide piiblica vigentes durante o Império. Epidemias de peste bubonica, febre amarela, va~ riola e célera se sucediam nas principais cidades ¢ se espalhavam para as dreas agricolas, nas quais vi- via a maior parte da populacdo. As Juntas ¢ Inspeto- tias de Satide Publica, criadas pelo Imperador. pi co puderam fazer para conter essas epidemias. ~~"Mesmo no Rio de Janeiro, entao capital do Impé- rio, as condigdes epidiey: -aS eram as piores siveis, Até meados d& 1860, quando comegou a ser construida a primeira rede de esqotos da cidade, to- dos gs dejetds domésticos eram levados pelos escra- vos até a praia, onde eram despejados. A falta de qua potdvel era outro problema crénico na cidade. Ness ambiente insalubre, a mortalidade infanti'era um ris- co até para as classes mais abastadas: 0 prdprio im perador Dom Pedro Il perdeu dois filhos pequenos, vvitimados pelas “febres” que assolavam a corte, que assolavam as populagées urbanas. Grandes obras fem 1861. Os escraves encarregados de jogar danamente 0s dejetos recalhidos das residéncas nas praia co Rc de Jano eam conhecidos come “igs Proclamada a Repiiblica,.o saneamento dos prin- cipais centros urbanos tornou-se uma das priorida- des nacionais. Médicos e sanitaristas foram chamie- dos pelo governo para estabelecer estratégias ca ze de conter a propagacao das doencas epidémicas icas, tals como a drenagem dos pintanos ea retificacdo de rios e cérregos de forma a minimizar 0 perigo de enchente, foram iniciadas nesse periodo. | Branco), Ro de ansio, novembro de 1905, A remodelacio do centro. bane fansfma nus pactacosss “emamols avenigas eemurcucs_ pobces para a peri a ue cetearva Odade se Cortigos e habitacdes populares, considerados os prin- rais, Tonge da acao dos sanitaristas e das equipes de vacina¢ao. No final da década de 1910, das cerca “aedtaliees de essoas que viviam no campo, cal- cula-se que 16 milhGes eram portadoras dos mais diversos tipos de parasitas intestinais e pelo menos irés milhGes eram vitimas da doenga de Chagas, Os casos de malaria e de tuberculose também eram contados 80s milhées, apesar da precariedade das estatisticas da época. O Brasil continuava a ser um pais doente. Esse padrao di lidade s6 comegoua ser rompido na@écada de 1940/A partir de entdo, as _ novas conquistas no ia prevencao de doencas, tais como a dedetizacio, ajudavam a conter as altas 12xas de mortalidade vigentes no conjunto dos paises ‘Subdesenvolvidos, inclusive o Brasil. Ao mesmo tem- Po, com aintredueodos antbicticos, aumentava apos. sibilidade de sobrevivéncla dos pacientes a infectados Tio ou mais importante que as novas tecnologias foi a difusdo de novos habitos. No Brasil, desde o nal da década de 1930, as campanhas piiblicas de edu: “Gago em saiide, por meio de cartazes e emissoras de radio, passaram a divulgar regras bdsicas de hi giéne, ¢as. Essas campanhas esclareciam a importéncia do uso de agua fervida — jé que a maior ‘parte dos brasi- leiros nao tinha acesso a Agua potavel —, ensinavam a fabricagdo do sora caseiroe incentivavam o aleita. mento materno. Por isso, tiveram uma grande impor- ‘éncia na redugao da mortalidade infantil Nadécada de 1950, quando foi criado o Ministé- tio da Satide, comegaram as campanhas nacionals” de combate as doencas endémicas, tals como ama: Hila, @ doenca de Chagas e a esquistossomose, AO mesmo tempo, postos especializados na vacinagao €no controle das doengas infantis foram criados por todo pais, Desde 1973, ui organizado nacionalmente imuniza a maior parte das ‘riangas brasileiras contr Tio nacional. A’ vacinagao é obrigat6ria: para matri- “Glar seus fhos nas escolas os pais precisant apn Senlar a carteira de vacinacSo em dia, Desde 1989, Bor exemplo, nao ocorre nenhum caso de poliomie- rampo so cada vez mais raros, Dende & age Rio de Janeiro durante a Revol: da Vecina, em rovembro de 1904 ‘As barieadas visavar imped os agentes santérios de aplica vacina contra a varola, que acebava de se tomar cbngatéria or farce de lei. Os revotosos se recusavam a senir de cobaia per médizos e autoridades saniténas Devido a medidas como essas, @ taxa. de mor- talidade infantil no Brasil vem sendo sistematica- mente reduzida nos Wltimos decénios, 115% em 7970, 62% em 1980, 47% em 1990 e 27, 8% em 2002. Poréim, ela continua bastante elevada em relacéo aos | = padres mundiais: no conjunto dos paises desen- | Tusceiam 7S determinada populasso. Pare [@% yolvidos, a cada mil criangas que nascem, apenas 7 feito de andlise, divide-se a mortalidade infar morrem antes de completar um ano. Paralelamente & cu lizada da mortalida- Jolie de infantil, aumentou de forma significativaaexpecta- | ‘Ae tiva de vida ao nascer, que passou d€46 anos em 1958 woo WAS z par@ 71 anos em 2002)Mesmo assim, 0 pals ainda esta dee? Jonge dos padres do conjunto dos paises desenvolvic Sou ce dos, nos qual a expectativa de vidatStipera os 77 anos) 3) —O Brasil ainda nao se livrou das grandes endemias nem das doencas infectoparasitarias. Amalatia, oden- 24 gue eo célera continuam rondando algumas areas do ‘pais, Entretanto, 0 pais muciou seu perfil epidemic. gico. As doencas infectoparasitarias, responsdvels por quase metade des mortes ocotridas no Brasilem 1930,” responcieram por cerca de 6% do total dos Sbitos re- gistrados no pais em 2006. Em contrapartida as doen 0 ‘as cardiovasculares figuraram egmo prin sade morte, respondendo pd Gere pelas causas externas (atta ° AS ecaecrs Pee esi Taxa de mortalidade infantil ‘taxa de mortalidade infantil expressa @ proporgéo ‘entre o ndmero de cfangas que mortem antes de completarum ano de vida € 0! total das cnancas que recoce (quando cianca morre antes de comple- ‘rT das), neonatal (de 7 2.28 dias) e pés-neonatal_ @8 dias a um ano). ae Caraz da ‘camparfa de aletamento [mateo do ‘Ministéno da Sade. Amamentar um ato de amor e de salde poblca declinio da natalidade — a 1940 e 1970 pnquanto as taxas de mortali- idaspelocin- gate AS taxas de natalidade permane- tes e mortes Vilén-“ceram em patamares bastante clevados. Como vimos, ex “Wemgeracomcecade Dente, “smal parte du polio basi vena 2s Entre @ populagao masculina jovem, porém, as rural, em pequenas propriedades familiares. AS cr now, caugas exlermas aesumeM disparado a primeira po- —ancas participavam desde cedo dos trabalhos né la 3° sigdo: elas responderam por mais ‘de 70% das mor- yo ura, Uma familia numerosa dispunha de mals tri- “le Ferenvolvendo brasileiros do sexo masculino entre alfadores e, portanto, podia produair mais 24 75 e 24 anos. Nessa faixa etéria, morrem anualmen- © resultado da discrepancia crescente entre a dain “Te-trés vezes mais homens do que mulheres no Bra-mortalidade e a natalidade foi o aumento das taxas trés vezes mais homens Co aoe ee hom _silA maior parte desses jovens foi vitima de homi- de crescimento vegetativo da populacao brasileira. cidio por armas de fogo. Nas principals metropoles | Em 1940, a populacio total do pais. era-de41,2 mi- Srasiniras,a violencia ea criminalidade entre os jo- | thoes; em 1970, de 93.1 milhes: um crescimento de vens assumem as proporgdes de uma epidemia. cerca de 120% em apenas trinta anos LA. 2 yeti fr BASEN armas de ogo aoreendidas durante Sy = mamenio, 8 qual o gover federl pagava uma equera quantia erm cnheiro pate “quer entregasse una.ama de i030, Tindepencente da ongem eda, “\oga dace da posse Estelle fol ineinerado e 0 (SP).em agost Esses ntimeros fundamentaram o atarmismo de- mografico que tomou conta do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Para muitos especialistas, a alta taxa ~ de natalidade era responsvel pela pobreza do pais, ¢ constitula um entrave ao desenvolvimento, Para eles, controlar o crescimento vegetativo da popula- gio era uma das tarefas mais urgentes do Estado brasileiro, Outros pensavam justamente oInversora “pobreza é que constitufa a causa da alta natalidade. Eles acreditavam que a melhor forma de diminuir as .axas de natalidade era elevar o nivel de vida dap pulagao, por meio de uma melhor distribuicdo da ren- da nacional Entretanto, no final da década de 1960.a natal dade brasileira comegou a cair de forma generaliza da, Essa tendéncia prosseguiu nas décadas seguin- ‘tes, puxando para baixo as taxas médias de cresci- mento vegetativo do pais. Observe a figura 6. A répida alteracdo do comportamento reprodu- tivo da populagao se relaciona com as transforma: cs em um pais urbano-industrial; a mudanga do foco econdmico da procugao € a concentracao da popu- Jaco nas cidades alteraram profundamente os com- rtamentos reprodutivos as cidades a unidade familiar de trabalho per- de importancia. Nesse caso, ter muitos fillios signifi- ca acumular despesas com alimentacao, satide e edu- cago até que eles atinjam a idade produtiva e in- gressem no mercado de trabalho, colaborando as- sim no orgamento familiar. elevado custo de for- _macio tem funcionado coma um poderoso fréio & natalidade nas principais cidades brasileiras ~~ Apenas enire as adolescentes a situagao se apre- senta invertida. Entre 991 @2000, o numero depar- ‘geisha Tara ce oraiage - | estruturais que ocorreram na economia brasi=~ leira nas ltimas décadas. O Brasil se transformou tos realizac meninasna faixa dos 10 aos 14 anos aumentou em cerca de 30%. Na faixa entre 15 e 19 anos o aumento foi de mais de 25%. Em 2002, 20% das criangas que nasceram e fo- ram registradas no Brasil eram filhos de maes ado- lescentes. A gravidez precoce desponta como um dos principais problemas sociais do pais, jA que grande ‘parte das jovens mes abanciona a escola e acaba excluida no mercado formal de trabalho. 5.A estrutura etaria da populagao brasileira A estrutura etéria da populagao tem reflexos im. portantes na economia de um pals, Uma grand por- entagem de criancas e ovens na populacio 1a gera uma grande demanda por investin tais Jo e em programas de satide volta- dos para a populacao infantil. Por outro lado, a exis- téncia de um numero relativamente alto de idosos ha populagio também gera demandas financeiras ‘a0 Estado, principalmente em aposentadorias e pro- gramas especificos de satide ¢ assisténcia social. ‘Como vimos, a estrutura efaria da populacio bra- ira estd em rdpida mutagao, Em 1980, 38% da po- pulagao brasileira tinha entre 0 e 14 anos de idade, ‘em 2000 esse percentual jé havia decaido para 20% €, de acordo com as projegdes do IBGE, em 2020 as criangas ¢ jovens menores de 14 anos sero apenas 23% da populacao do pais, Por outro lado, a partici- pacio relativa dos idosos na populagao total vem au- mentando significativamente: em 1980, as pessoas com mais de 60 anos de idade representavam ape- nas 6% da populacao brasileira, em 2000 elas jd eram, 7,1% e, em 2020, sero 13% (fig. 6) Mudancas na estrutura etaria da populacdo oo = peu " Oa thane % 7 Populagso ‘ ee ee : ee Fonte: IBGE Anuério esttiico do Bras 2000. Ro de lene: BCE, 2002, Fonte: IBGE Anudtéoestattco do Bas 2000 Ri de Janeiro IECE, 2002, De acordo com as estatisticas oficiais, 97% da populagdo entre 7 ¢ 14 anos freqientava a escolaem 2002. Atualmente, é no acesso ao ensino médio que Se encontra a principal caréncia no processo de ins- Wugao da populagao brasileira. ATER Ge esColarizagao revela, ao menos em par- te, a amplitude do problema. Observe, na figura 7, a brusca redugio da parcela da populacZo que freqiien ta a escola na transicao entre as faixas etarias corres- pondentes ao ensino fundamental e ao ensino mécio. ingresso precoce dos jovens no mercado de traba- tho, que reflete as condi¢Ges de pabreza de parte signi- ficativa das familias, sabota a qualificaco da forca de trabalho e reforga os mecanismos de exclustio social ‘No outro exiremo, vimos que as projecdes indicam para as préximas décadas um acelerado crescimento da populagao de idosos, resultante do aumento dla ex- Bectativa de vielz. Enquanto apopulacdo brasileira cres- ce cerca de 1.2% ao ano, a populagdo com mais de 60 anos conhece um incremento anual de cerca de 3%. Isso significa que a demanda - sil. Na décacla de 1950, existiam oito contribuintes {irabathadores na ativa) para cada beneficiério (apo- sentado}; em 1970 essa relagao era de 4,2 para 1, ca- indo para 2,8 para 1 em 1980, ¢ para 1,7 para 1 em 2001. As alteraces recentes no padrao demografi- co brasileiro alimentam a crise estrutural do sistema de previdéncia social no Brasil ~~Em contrapartida, essas glieracdes aumentam a importancia dos ido: mercado de consu mo. Os servicos especializados para @ populagko mais velha, tais como asilos, casas de repouso, ati- vidades recreativas (canto, danca e esportes) e edu- caco continuada (sobretudo aulas de informatica e de Iinguas), constituem um mercado em répida expans&o no Brasil. A industria do TUFISTMO, por exemplo, jd descobriu esse 1&0: 05 turistas te mals ‘de 60 anos representam enire 16% ©35% dos citer: tes das principals agencias brasileiras. Na baixa estacao, os idosos chegam a se tornar maioria, j4 que nao tém filhos em idade escolar e podem apro- veitar os descontos oferecidos pela maioria das agéncias. Além disso, em cerca de 25% dos lares brasileiros vive pelo menos um [doso, que em mé- dia contribui com 2 metade do orgamento fami- liar, Assim, as aposentarias e pensoes dos mais ve- ‘Thos so fundamentais para garantir o consumo também de seus filhos € netos. Taxa de escolarizacio por faixa etéria Tene (rear) Teas ‘esta CD2savancs rateance Ears transs Fonte: I2GE. Acuchio estattca do Bros 200 Fo de Janere: I&GE, 2002 Praga Maus, Rio de Je novembra de 2003. isos nfl para entregar 0 pedido de revista de beneficos no INSS. O Brasi ands néo eorendeu a tater 0s idosos com respeito, | Atividades Revendo o capitulo 1. Apresente os fundamentos das teorias malthusiana e neomalthusiana, rlacio- rando-as cor 0 contexte histrico no qual surgirem. 2. 0 grafico destace uma grande desigualdade na evolucdo demogréfica entre palses subdesenvolvidos e pelses desenvolvidos, Apresente as raztes dessa desigualdade. Evolugao demografica 1750-2050" Bino0s do pessoas Bindes de pesscos +780 veu0 1280 1900 19502000 2050 Patses maros cesses ET] Pater mais daranvdos *Proege Fonte: ACHGAR, Giber (org) Aes ce Le Monde Diplomatque dicen Cone Sut, Buenos Are: Espacio, 2003p. S$ 3. A proximidade desempenha um papel importante no ditecionamenta das migrs- ‘ces intemacionais: no é casual que a fronteire entre os Estados Unidos ¢ © IMexico figure como 0 maior corredor migratério da atualidade. O# outros exem- los da importinca do fator proximidade nas dregbes das migracbes. 4. Relacione os principas fatores responséveis pela curva descendente da mor- talidade infantil registrada em todas as regides brasileiras no periodo assina~ lado pelo grafico iii TN ‘Taxas de mortalidade infantil (1930-2000) Fonte: I8GE Arudro erotica do Bras 2000. fio de Janero: IBGE, 2002 Com base nas pirémides, coment as transformacGes recentes na dindmica dernogréfica da populaco besa Pirdmide etaria do Brasil: 1970 Picdmide etria do Brasi: 2000 ores 1970 Ee Fonte: IBGE Anudra exotica do Bras 2000. in de Jane: BCE, 2002 2000. Ra de nev 1BCE, 2002 ® O capitulo no contexto De acordo com a teoria de Thomas R. Malthus, a miséria é um fato da natureza, € no da sociedade. Utlizando 0 texto abaixo, explique e discuta esse raciocinio. “A natureza espalhou pelos reinos animal e vegetal as sementes da vida com ‘amido mais profusa e prédiga, Foi relativamente mais econémica no espago ¢ no alimento necessérios para cri-tos. Os germes da existéncia contido nessa terra, com alimento suficiente, ¢ o espago amplo para expandir-se, povoariam milhdes de mundo no curso de alguns milhares de anos. A necessidade, lei imperiosa e penetrante da natureza, conserva-os dentro dos limites prescri- tos. As espécies de plantas e as ragas de animais retraem-se sob essa imensa lei restritiva. E a raga humana nao pode, mesmo por qualquer esforco de racio- cinio, dela escapar. Entre as plantas ¢ 0s animais seus efeitos sto perdas de sementes, doengas e morte prematura, Entre a humanidade, miséria e males.” “Thomas. Malus, clad pox HARDIN Cnet var cnt do ato Seo Pel Nara 1957.6. 7 7. De acardo com muitos especialistas, o mundo subdesenvalvido vem apresentando, nas tiltimas décadas, uma tendéncia de “fragmentacao demografica’, caracterizada por gran des diversidades no que diz resperto ao comportamento demagréfico de suas popule- bes. Considerendo © mapa, explique essa tendéncia, A transigao demografica no mundo (01g) Elias de te Eaicén Cono Sut Buenos Aires Espen 2008, p82 Fonte: [8CE Anucna exotica do Bost. Fonte: ACHCAR, Gibert ‘Mende Diplomatque 8. a) Interprete os grficos. Brasil taxa de lecundidade por anos de estudo das mutheres| Neve 50 licens 59 Lisu “0 ao a9 20 2a o | Senmorage Vetere: 4aTws Seioem0 Tas sata! Fonte: IBGE Anudr extorsto do Brash 2000. Ro de Jane IBGE, 2002 Brasi: mortaidade infantil por anos de estudo das mses nll nt Tyas anos 70: u i) [ove 7 an we ® Bleoreravne Fonte: |BCE Anudni estate do Bras: 2000, Ro de Jana: IBGE, 2002. b) Procure estabelecer relagtes entre as vandveis presentes nos graficos. 9. 0 demdgrato Celso Simdes afrma que, no Bras, “conseguimas diminuir a mortalide- deiinfanl pare nossos jovens comesarem a marrer de forma estipida’ Considerando das ‘causes externas” nos dbitos registrados no Brasil explique esse 2 importa argumento. 10. “Os idosos tém sido vistos como grandes consumidores de gastos piblicos. Mas 0 debate no leva em consideragio as transferéncias da renda do idoso para filhos © nets, que tém um efeito multiplicador importante” ‘ara Arla Camarae. © Estado de 5 Paul. 8 out 2008 Siplique o significado desse eleito mutiplicador = = : ‘Amobilidade espacial ¢ um dos tracos mais caractersicos das populacdes humanas. 0 longo de milénios, 0s grupos humanos migraram, acupando e valorizando as principas dreas da supertice terete 4 ‘As migragdes humanas acelereram-se ao longo da historia, em funcéo do desenvolui s mento dos meios de transporte. A époce da gobalizacso assinala 4 intensticacBo nao =] apenas dos fluxos de mercadorias e capitais, mas também dos furos de migrates. i Observe ¢ mapa seguinte, | As migragdes econémicas na década de 1990 ‘cEaNO GLACIAL ANTICO nae cae St en | (Gn a> aS tone | s oceANO > pickrica = | eae S | | (| Pais ester garde asanoace simran serene < . | |S Prncens rote isa _ | || AS reco mamas qatentes | || Fx Furose gars poss ouraseauieasce a iris puto ou naa Fonte: ACHCAR, Cibert (Org) As de Le Monde Dploratque. Edn Cono Sur Buenos Ares Espacio, 2003.p. 54 1, Relacione as principais zonas de expulsdo demnogratica. ; 2, Relacione as princpais zonas de atragdo de movimentos migratérios. 3. 0 mapa destaca os fluxos de imigrantes qualiicados, que ocorem em nimero me- 1 nor, mas que também sio significatvas no mundo contemporéneo, Procure explicar, emlinhes gerzis,o sentido desses fluxos ‘Nasce gente depr Na Copa do Mundo de (970, éramos 90 mith im pafs desigual; em 30 anos, Texto 1: Explosio demografica causa tragédia social dobramos a papulagdo ¢ multiplicamos os problemas sociais. Oti- mnistas imesponsdveis, procuramos consolo para essa explosio demogréfica absurda nos dados do TBGE que mostram queda pro- gressiva da natalidade nos uitimos 50 anos, De fato, a média de 6,2 filnos por mulher brasileira existente em 1950 caiu para 4,4 filhos » 1980 e para 2,3 no ano 2000, Quando a andlise se baseia no poder aquistive das familias que dio -m.a maioria das crangas,no entanto, essa impressto tranquilizadora aparece imediatamente. Por exemplo,em 1980, na faixa etiria dos 15 405 19 anos, em que se concentra grande parte das mies de baina renda, para cada 100 mulheres, nasciam 8 filhos; hoje nascem 9,1. (..] 7 A tragédia social que esses nimeros revelam esta diante de todos, Os primeiros sinais de que estamos chegando & periferia de uma cida~ de brasileira Sao as casas Sem reboco e a crian arua,Meninas em sae de bear cos anos jf fo av6se hl bisavs com menos de 50. As ‘cade sto abarromudas de ori ‘Uma combinagao eruel de jeresponsabilidade coletiva com precon- ceitos sexuais contra as mulheres ¢ covardia diante da ago militante qualquer método de contracepeao impede-n0s de adolar as medidas necessérias para reduzir 05 danos resultantes do nascimento de tantas ctiangas que 0s pais nfo desejavam nem terdo condigbes de educa. Por insensibilidade ao sofrimento alheio, agimos como se as adolescentes pobres engravidassem encantadas pelo desejo da matemidade precoce, como se a mulher que pena para alimentar tes filhos na favelafizesse questo de dar & luz o quarto ¢ o quinto bebe por mero capricho da alma feminina, Nos anos 1970, quando somévamos apenas 90 milhdes, em estranha convergéncia ideoldgica, os militares no poder, a Tgreja Catdlica e os comunistas eram contrérios & implantagao de politicas de planejamento familiar. Os religiosos, pelas razSes de sempre. Os militares alegavam motivagio estratégica: 0 aumento rapido da populago ajudaria & Povoar regiGes ermas em defesa da soberania nacional. Os comunistas esperavam que a pressdo demogréfica aventuasse as contradigdes ¢ apressasse a deposicao do capitalismo. resultado desses equivocos grosseiros esta ai! O niimero de brasileiros duplicou, a periferia das cidades incha sem parar, nao conseguimos construir escolas, hospitais € habitagGes para atender & demanda crescente, nem cadeias no ritmo necessério para acom- panhar a velocidade com que os bandidos arregimentam seguidores nas comunidades carentes. [...], O planejamento farniliar deve ser considerado prioridade absoluta em satide piblica. Os recursos necessdrios para levé-los as populagdes mais carentes do pais sio insignificantes quando comparados 0 custo social da explosio de gestagdes nao planejadas dos dias atuais nos eriar meia diizia de criangas sem depender de recursos puiblicos, ‘amos a dispesielio de nossas familias os métodos mais eficazes de contracepgdo que a cigneia foi capaz de inventar, mas negamos acesso a eles a0s que mais necessitam limitar 0 tamanho da prole, Isso nao é apenas desumanidade, & crime de omissio. Diduse Varela O silane dante ds exposto deme? Fela ce P00 22 mar 2008 ups religiosos que defendem ideologias medievais contccias : at essa Ce ced A gresider precoce & um problema de satide publica Texto 2: Explosao demogrdfica é temor infundado } | | | 0 recente ressurgimento na mfdia da preocupagao com a explosio demogrifica no | pais, por comesponder a um temor equivocado, merece alguns esclarecimentos. Apoiar tal | Preocupagdo na afirmagdo de que a populagio brasileira quase que duplicou nos ttimos | ttinta anos — quando passou de 93,139,037 em 1970 para 169.799.170 em 2000 — é | ignorar que se tivesse prevalecido a taxa anual de crescimento populacional registrada até 1970, de 2,9%, teriamos chegado a 219.570.223! O fato € que deixaram de nascer $0 mi- Ihdes de pessoas nesse periodo, fruto do acentuado e sistemético declinio da taxa de fecundidade, que desacelerou o crescimento anual da populagao. Estimada hoje em 2,3 filhos por mulher, a taxa de fecundidade sofreu grande redugo em relago ao patamar observado até meados dos anos 1960, de 6,2. Como média nacio- nal, essa taxa abriga diferengas regionais ¢ econdmicas. Do ponto de vista regional, os maiores valores correspondem ao Norte e ao Nordeste, de 3,2 e 2,6 respectivamente, enquanto Centro-Oeste e Sul registram 2,2 e 0 Sudeste 2,1. As cinco regides apresenta- | ram redugSes na década de 1990: 0 Nordeste teve queda de 42%; 0 Norte, de 31%; 0 Centro-Oeste, de 23%; Sul e Sudeste, de 14%. Entre as mulheres mais pobres a fecundidade é de 4,0 filhos, em contraste com a taxa referente aquelas em melhores condigées socioeconémicas, de 1,6. Todavia, foi justa- ‘mente nas classes menos favorecidas que a fecundidade exibiu declinio mais acentuado RaJtiltima década, da ordem de 20.59% Entre as mul ‘partir de 5 salérios minimos ela jé se encontra abaixo do nivel de reposigao e o descenso | Emais discreto, de apenas 6.0%. A redugdio média de 23% na fecundidade entre as décadas de 1980 e 90 foi determinante para reduzir de 1,9% a 1,6% a taxa média anual de crescimento da populagio, S6 nao teve impacto ainda maior porque, felizmente, houve redugo nas taxas de mortalidade. Por- tanto, explosio demos jinformados! ~ Outra histéria € a ruudanga do padrioetrio da fecundidade nos itimas ang. Cada vez mais a fecundidade se concentra rio_grupo de mulheres de 15 a 34 anas, que em 1991 respondia por 85% da fecundidade total ¢ em 2000 passou a responder por 88%. Desse valor, 19% correspondiam as mulheres mais jovens, de 15 a 19 anos. Trata-se, na verdade, do tinico grupo etério a apresentar no pafs como um todo um aumento de 4,1% na tiltima década, liderado pelo Nordeste, com 5,4%, ¢ em seguida pelo Norte, com 2,6% ‘A queda da fecundidade em tio curto espago de tempo decomreu do maior uso de méto- \dos de contracepcdo ditos modemnos: a pilula e a esterilizagio. O iltimo dado nacional idisponfvel, de 1996, indicava 70% de usuérias de algum anticonceptivo, indice superior a0 encontrado dez anos antes. [...] Etna Gerqu e Susen Caveraghi Mid &exposto deri spare desta. mal de Debates. So Pau, fv.2008.¥. 1 Dialogando com os textos 1. De acordo com 0 autor do texto 1, o planejamento familiar deveria ser conside- | | rado uma prioridade para a satide publica brasileira, Sintetize os argumentos | | apresentados em favor dessa idéia | | 2. Ainda de acordo com 0 autor do texto 1, quais eram os grupos contréros & adoca0 | do planejamento familiar em 1970? Quais interesses moviam cade um deles? 3. De acordo com as autoras do texto 2, quem fala em explosao demogrética no Brasil esté desinformado. Por qué? 4. Ambos os textos se referem 8 mudanca do padiao etério de fecundidade nos itimos anos, Qual foi essa mudanca? Por que o autor do primeiro texto a avalia como uma “tregédia social"? E ‘riers rots. Cat re 8 tao ‘ innit lb ible ic i Urbanizacao CAPITULO e meio ambiente 1. O processo de urbaniza¢ao Vista da Tore do Cairo e da Nova Oper, sabre aha de El Zamalit, na capital do Eat Hi décadas, a.exnansto das megacidades muda 0 panorama da Asia, Aménce Latina e Afica sets gas Beeps fle et ta ein Em todo o mundo, cerca de 3 bilhdes de pes- s0as, 0 que equivale praticamente a metade da popillacao global, vive em cidades, Entretanto, & izacko da popula ial é um fend- meno recente. Em 1800, apenag 3% da humani- dade habitava o meio urbano e, ainda en{ 1850,)a propria Europa era um continente predomiinan- temente rural, no qual apenas duas cidades ul- trapassavam a marca de um milhgo de habitan- ‘tes: Londres ¢ Paris. Unborn gag sake mee fended E Urbanizacao | Ocorre urbanizacdo quando-a-populaco-no.meio_ | lurbano cresce a taxas maiores que 2 popullacao to- tal. 0 proceso de urbanizagio € resultado, princi palmente, do odo rural, isto &, da transferéncia de populacdes do meio rural para o meio utbano. Esse pracesso sinaliza a transicao de um padréo de | vida economica apoiado na producdo agricola,na | indt 10 comer € Nos servicos. Coens lms parks, pp a, ee TE wpe A Revolugao Industrial mudou esse quadro. Na Na Europa, alguns paises desenvolvidos exibem Europa e nos Estados Uni Unidos, a sequnda metade _niveis de urbanizacdo inferiores a 70%. Eo queacon- do século XIX foi um periodo de répida urbaniza- tece com Italia, Austria, Suica ¢ Finlandia. Nesses paf- cao. A agricultura se tornava mais produtiva émi- ses, parcela significativa da populacéo mora em vi- Indes de camponese: jo rural, en- _las de menos de 5 mil habitantes, cujas origens re- grossavam as fileiras do operariado urbano. As ci- montam aos tempos medievais, Contudo, essas vilas desempenhavam a fungao de merca- esto plenamente integradas 4 economia moderna, dos consumidores de géneros agricolas, tornavam- _urbana e industrial. Os camponeses consultam as co- Se focos da produgao de bens industriais destina- “tagdes das bolsas de cereais nos jornais e na televi- dos tanto ao meio rural quanto 20 meio urbano. No ‘so e seus filhos freqtientam as escolas e universida- inicio do século XX. 14% da populacdo mundial jé —des das cidades. Vivia nas cidades, ‘A América Latina é a regio mais urbanizada do Nos paises subdesenvolvidos, a urbaniza¢a0 mundo subdesenvolvido. Desde 1960 apresenta ni- acelerou-se muito mais tarde. Contudo, desde 1950, vel de urbanizacao superior a 65% e abriga paises esse processo generalizou-se em toda a América que est4o entre os mals Urbanizados do planeta: 6 0 Latina, acompanhando a modernizagao econémica caso do Uruguai, da Argentina e da Venezuela. em curso. Atualmente, mesmo os paises subdesen- Contudo, na maior parte dos paises latino-ame- volvidos que apresentam industrializacéo pouco ex- _ricanos a explosdo urbana é uma realidade recente. pressiva vivem um intenso movimento de urbani- _Ainda na época da Segunda Guerra Mundial, a mai- 2a¢80 € 0 predominio da populagao rural restringe- oria da populacdo de paises como o Brasil o Méxi- se a Asia meridional ¢ & Africa Subsaariana (fig. 1). ~co, o Perue a Colémbia vivia no camy 0. Hoje. o pre- ‘No campo, a miséria gerada pelos baixos salari- ‘Seiuinin Wa popUGie whanie woe €.0 &xario os agricolas, pela pressao demogréfica sobre 05 €5- “rural continua em ritmo alucinante. Veja alguns toques de terras férteis ou, ainda, pela concentracéo exemplos na tabela 1. da propriedade nas maos de uma ellte,atua como Na Africa e na Asia, os niveis de urbanizacio fator de repulsdo populacional. Nas cidades, @ex- sao muito mais baixos. Os paises com populagao pansio do setor de servicos funciona como fator de. “predominantemente urbana representam excecdes. atracao populacional, Muitas vezes 0 éxodo rural _Essas excecdes correspondem a antigas sociedades transfere os pobres do campo para as cidades. urbanas voltadas para o comércio do Mediterraneo Na América do Norte € na Europa do notoeste, {como € 0 caso de paises da Africa do Norte) ou aurbanizacio foi levada até perto do seu limite. Nos economias dit re industri- Estados Unidos, a maioria da populapdo vive nas ‘4s (por exemplo, Africa do Sul, Coréia do Sul e Cidades desde a década de 1920 e h pelo menos Taiwan) ou, ainda, ect trés décadas a populagdo urbana corresponde a YacEo (como ocorre com a maioria dos paises da mais de trés quartos do total, © Reino Unido, pio- zona do Golfo Pérsico). neiro da Revolugao Industrial, representa um caso Nivefg de urbanizaggo baixos néo sigaificam pe- especial: ele se tornou predominantemente urbano quena populagdo urbane. A China, que tem nivel. jd no final do século XIX de “Balor popuasio-urbana do-panetcarca.de-480 are nizacdo desigual milhées de pessoas! A {ndia, ada EIGER A ubaniacto dev “sua populacio vivendo em cidades, t 290 milhdes de habitantes no meio urbano. nilh6es de habitantes no meio urbano._ Populacdo urbana em paises da América Latina (94) er ‘OCEAN Pals 1965 2001 5440 ssanrep nee Baal a a [PARGELA DA POPULAGAO | Mexico 55, 75 lowe Colombia ‘53 Ney osimsson Peru 52 ei Equador Ed 65 Torte OW Dopo er Suang> Rosse er 18 mat 2005, Fonte: ONU sponte er: awn erg esis er 1S vfs) MURS g ae eee i ; a ‘| W e (Ceangadyna China, 1991 A poderose economia ubana chinesa ands empcege uma pata relavererte ecu Gavia epulacdo nacional Aurbanizagdo avanca em todo o mundo, Nos p: ses desenvolvidos, avanga lentamente, pois a imen- sa maioria da populacao jé vive nas cidades. Nos paises subdesenvolvidos, avanga rapidamente, sob © impacto do éxodo rural. As cidades em expansio exercem as fungdes de centros de comércio e servi- ‘¢0s, oferecendo oportunidades de sobrevivéncia ne economia informal, Também funcionam como pon- “tes entre os mercados estrangeiros ea produg&o para exportapao. O meio urbano se expande, enquanto @ velha sociedade rural se desintegra. 2. Metrépoles e megaldpoles Na Antiguidade, existiram grandes cidades, _ceritros de importantes civilizagées, na India ena China, no Egito e no Império Inca. Roma antiga tinha bem mais que meio milhdo de habitantes, po- pulagéo espantosa para a época e que sO viria a ser igualada na Europa do século XVIII. A célebre Atenas provavelmente jamais atingiu os 200 mil ha- bitantes. Foi a Revolugao Industrial que.ori fend- meno das grandes aglomeracées urbanas conheci- “das como metrépoles. Tondires e Paris jd eram grandes cidades antes da industrializagdo, Tinham pouco mais de meio mi- Thao de habitantes em 1750. Londres era o centro econémico e politico da maior poténcia mercantil da época. Paris foi a maior cidade européia do século XVII, no apogeu do absolutismo francés. Povoado tural em Friesach, Aust, em 2001. Na Europa, 35, pequenas cidades ¢ ppovoados formam uma intincade rede urbana, de reizes medievais, mas fortemente integrada 208 fuzos B contemporéneos da economia global. Entretanto, a industrializagao impulsionou 0 cresci- mento urbano e transformou Londres e Paris em me- trépoles: a faptaT briténice aproximoucse-de @-mi britnica aproximou-se de 3 mi- Ines dehe quando a quando a capital france francesa chegava aos 3 milhdes. _ Nova York era apenas uma importante cidade de médio porte, antes da explosao industrial, Es- trategicamente localizada junto ao estudrio do rio Hudson, que a conecta ao interior do pais. era.o porto de entrada das levas de imigrantes europeus atrafdos pelas terras livres da jovem republica ame- ricana. Em 1850, Nova York nao tinha um milhao Ge habitantes, Por volta de 1880, ultrapassou Paris, ‘eg segunda metrépole do mundo na época, Em 1920, y. 99m mais de 8 mithOes, ultrapassou Londres e, na A década de 1930, fola primeira cidade a ultrapassar marca de 10 milhdes de habitantes. de AS cidades populosas representam também gran- we des mercados consumidores e grandes reservas dem: w'de-obra. A implantacio de fébricas e a ampliagdo do comer etna deervoWingnio dos taco es, comunicagies e servicos. Fundam-se bancos ¢ se configura um setor financeiro cada vez mais complexo. “Infra-estruturas fernovidrias e rodovidrias, energeticas a ‘etelefnicas sdo criadas para servir as novas ativida- “A. des econdmicas. Tudo isso atrai empresas industrials € | 4 -comerciais. AS metrépoles prometem lucros elevados 4 § para os empresdrios e empregos para os assalariados, 3 Atualmente, a tendéncia A concentra¢io geogré- © fica da produgao e do comércio origina um novo tipo “Ge aglomeracao urbana: a ‘A primeira megaldpole-a se constituir—e ainda hoje a mais importante — é Bos-Wash, 0 imenso eixo urbano no qual se destacam as metrdpales de Boston, Nova York-Nova Jersey, Filadélfia, Baltimore e Wa- shington. Ocupando terras pertencentes a dez esta- dos e centenas de governos municipais, a megalépole ‘a costa leste dos Estados Unidos prenuncia a supe- rurbanizagao do futuro (ig. 2. ve Mercado de 1ua em Legos, capita econémice da Nigéia, em 1987 Estima-se que, em futuro aéximi, esta Serd a maior cidade do mundo. Megaldpole Megalépoles sto grandes areas le se estendem na regio de influancia de das ou mais “Tretopces Erte mepoes- cesta cides médias © pequenas, suburbios resid industaig_ eas co agiculua tensa de hota gas_€ legumes ou bacias leiteiras. O conjunto da ‘megalépole apresenta uma forte integrago econd- mica e intensos fluxos de pessoas e mercadofes— Mios de transporte rapidos — trens expressos, autopistas ¢ pontes-aéreas — sustentam esses fluxas. Estados Unidos: a megelépole da Costa Leste Br on miiincdlt ple. Fonte: ORMELING, FJ. (Org). De Grote Bosal, Granigen: Wates- Nootchat, 1996. p. 135 Nos Estados Unidos existem mais dois espacos com a vocacao de se transformarem em megalépoles. Um a zona altamente urbanizada do sul dos Gran- _des Lagos, de Chicago a Pittsburg, que abrange gram des cidades como Milwaukee, Detroit e Cleveland. Outro é o_cinturao industrial da Califérnia, consti- tuido no pés-querra, que se estende de San Francis- co a San Diego passando por Los Angeles. No Japio, onde a maior parte da populacdo e da produgao industrial esté espremida nas terras escas- sas do litoral sudeste, nasceu a megalépole de Tokaido, cujos pontos extremos sao as metndpoles ‘de Toquio, Yokohama e Osaka, abrangendo ainda os grandes centros ul Kobee Kioto.O célebre trem bala é, talvez, a imager que melhor’ ‘sin- tetiza a unidade da megal6pole japonesa do Pacifico. Na Alemanhé, 0 fendmeno daonurbaao}be ex- fpressa pela urbanizacao extensiva ‘do eixo do rio Reno, sbrangenda diversas eidaces médias, ssen, Dusseldorf, Coldnia e Bonn sao os principals centros desse corredor urbano, que pode ser visto como uma megaldpole de tipo especial, por nao abri- garnenhuma verdadeira metrépole. ~ Terbaide : Tolgunis , Yoterbama, Onde, Neyoga, bebe 3. O fenédmeno das megacidades ‘Na maior parte dos casos, as metrdpoles dos pai- ses desenvolvidos viveram 0 apogeu de seu cresci- mento populacional entre 1850 e 1950 A partir da deu 16% de sua populacdo entre 1960 e 1985 e, de- pois, estagnou em torno dos 7,6 milhdes de habitan- tes. A populacdo de Nova York'yontinua a crescer, mas muito Jentamente: a cidade, que em 1965 era a “maior do mundo, atualmente figura na quinta posi- gfioe, de acordo com projegdes da ONU, deverd ocu- ‘par o sétimo lugar em 2010. Téquio figura como a principal excego: em 1942, a metrépole contava com 7,4 milhdes de habitantes, mas os bombardeios da Segunda Guerra Mundial foram responséveis por uma significativa retragao populacional. Mesmo assim, a aglomeracao de Té- quio jé possuia mais de 16 milhdes de habitantes em 1870 hoje aproxima-se dos 27 milhdes. A explosao jopulaci 9 cresci- mento econémico do Japao nas décadas do pés-quer- ra vasea star cidade de Téquio no niicieo da mais ilosa Are¢ ro algumas metrépoles da costa oesteedo sul dos Estados Unidos — como San Francisco, Houston e Dallas — fugiram ao padrao do mundo” desenvolvido e conheceram uma verdadeira explo- so demogréfica entre ‘os Angeles Toi (0.380 mais espelacular: no inicio do século XX con- tava com apenas 100 mil habitantes, atingiu 6 mi- Ihdes em 1940 e atualmente figura como a nona me- trépole do mundo, com 13,8 milhdes de habitantes. Entretanto, apesar dessas excegdes, nas iltimas décadas}o ritmo frenético da urbanizacio e o apare- cimento dé novas megacidades séo fendmenos ca- racteristicos do mundo subdesenvolvido. década de 1970, elas apresentaram crescimento fra- ‘co ou até mesmo stags .gressdo populacio- nal. A aglomeracao d& Londres) por exemplo, per- Megacidades ‘Megacidades so imensas aglome- racGes utbanas, com pelomenos 10 milhdes de habitantes. Em 2005, existiam_19 megacidades no mun- do, que abrigavam em conjunto cer- } | cade 275 mithes de habitentes. En- tre elas, 15 estavam localzadas em ises subdesenvolvidos. Dessas 15, nove eram asiaticas € quatro latino- | americans i | Hopednd Kamen Qefomenaa Ubiane ~ (Om de ah come Fonte: ONU. Dispocivel en: : ‘esse em: 15 mat 2005, As megacidades em 2005 “A.urbanizacao dos patses subdiesenvolvidos nado Tepete o divi - os e Japéo, Em primeiro lugar, o crescimento das novas me- gacidades é mais rapidedo que aquele vido por mdres, Paris ou mesmo Nova York. O crescimen- to vegetativo acelerado nos paises subdesenvolvi- dos foi, em parte, responsavel pelo ritmo alucinante do crescimento das cidades. Outra parte da respon- sabilidade cabe ao éxodo rural, cuja intensidade supera largamente a das migrag6es rural-urbanas da Revolugao Industrial, Em segundo lugar, as novas megacidades cres- cem principalmente sobre a base da expansao dos Cau, na Inca, en 2003, Nos paises pobres, as megacidedes vivern carénces igualmente gigantescas no que dizrespeto&s infa-estutues de ciculaglo e de abestecmenta, uia urbana ‘Estrutura de importincia das cidades de um pals ou Ge uma regido. O grau de importincia de cada cida- de na hierarquia urbana depende da extensto do | meted etngido peas merendotas #Senieos Que ela distibui. As (etrépoles ocupam © topo da hie | Targuia urbana, pois distrbuem bens e servicos pala (© conjunto da regio ou do pats. empregos no Setor Tercidrio, ao contrario dasime—— © mundo subdesenvolvida nda conheceu essa tra- irépoles nascidas com a Revolucéo Industrial. Uma _digo urbana, O processo de urbanizagao se realiza em. pparcela muito grande dos postos de trabalho ofere- cidos por Londres, Nova York ou Chicago, no final do século XIX, estava diretamente ligada ao setor industrial. A predomindncla do comércio e dos ser- vigos sé apareceria em etapa posterior do desenvol- jento dessas aglomeragdes urbanas. Nas megacidades do mundo subdesenvolvido a situagao € completamente diferente, As Tabricas ofe- recem uma quantidade relativamenté reduzida de empregos, em funcgo do nivel de concentrago de capitais e da sofisticagdo tecnolégica atingidos pela atividade industrial na atualidade. Grande parte a Populacao trabalha no Setor Tercidrio_em especial naqueles atividades que exigem menor qualifica¢ao 2 oferecem baixa remuneracao,_ Na Europa, uma longa tradi¢éo urbana, muito anterior & Revolucao Industrial, deu origem a uma densa rede de cidades médias, vilas e povoados an deriores industrializagdo. Essa base de cidades, atin- ida pel r serouuma hlerarquia ur bana complexa, na qual as metrépoles convivem com centenas de niicleos de porte intermediario, que con- gregam a maioria da populagdo urbana, paises marcados pelo contraste entre algumas poucas grandes cidades e um oceano de niicleos rurais. Em “muitos desses paises, quase todo o éxodo rural esté direcionado para um punhado de grandes cidades. 'S metdpoles resumem os contrastes sociais do mundo subdesenvolvido Abrigam hotéis internacia- nals, shopping c temas de telecomunicacSes com o exterior, mas esto ‘Todeadas por imensas favelas. Exibem bairros luxuo- “Bos, mas a miséria paira sobre grande parte da popu- lao. Funcionam como sedes de filiais de corpore- (Ges transnacionais, mas a paisagem urbana est do- minada pelo comércio de vendedores ambulantes. A moradia nas grandes cidades Emprincipio, o pressuposto para morar em qual- quer cidade é adquirir ou alugar um terreno e uma habitagdo. Na economia de mercado, antes de ser cidadao é preciso ser consumidor dessa mercadoria especial que € 0 imével urbano. Por isso, 9 déficit habitacional figura como um dos mais graves pro- blemas caracteristicos das metrépoles. Os corticos representam a solucio mais antiga e difundida do problema de moradia das classes de ‘baixa renda, Eles existem tanto em Nova York e Chi- ‘cago (Estados Unidos) como em Seul (Coréia do Si Delhi (India), Karachi (Paquistao) ou Sao Paulo) areas de cortigos freqientemente sao alvos de projetos de reforma urbana das prefeituras e de grandes investidores imobilidrios, pols se situanrem— ontos de facil valorizagao, proximos a area central, -"moradores ¢ demalican das iméveis, destinando-se~ 08 terrenos para a construcao de complexos comer- ciais e edificios de escritérios, Os cortgos sao imveis antigos, geralmente em péssi- imo estado de conseraco, que foram subdiididos e locados para muitas familias. A dvisBo do imével func ‘ona simultaneamente como estratégia imobiiaria ca- paz de gerar lucos para os proprietéios esoludo para © problema de habitacdo dos locatérios, que no po- cdem pager o preco do aluguel de uma residéndia ind vidual. Na maior parte dos casos os contcos tuart-se as adjacénci | Gas decadent fea x | “Banséo da cidade i randes imévei de alto padréo ou galpbes e edifcias fabri Outra solugao para o problema da moradia po- pular, adotada principalmente nas megacidades dos paises subdesenvolvidos, consiste na autoconstrucao de habitacé Os loteamentos periféricos expandem horizon- talnente a mancha urbana. Do ponto de vista do ‘poder publico, eles representam demandas custosas de instalagdo de infra-estruturas de aqua e esgotos, eletricidade e vias pibllces. Do poate de Vise Tos “Moradores, que precisam atravessar longas distén- “Gias para chegar aos locais de emprego, residir na periferia implica gastos exc vos com transportes xcessivos com transportes urbanos como trens de subirbio, Onibus e lotagdes Qs custos dos aluguéis em cortigos ou para aquisigao de ferrenos na periferia e de materiais de construcao ultrapassam a capacidade de con- ‘sumo de significativa parcela da populagao pobre. Essa parcela constitui a populagao das favelas LLoteamentos periféricos Loteamentos situados em pontos distantes da re- gBocentral, geralmente destituidos de infraestruty- ‘a uibena bdsica e em desacordo com as normas de parcelamento do solo urbano. Na maior parte dos 805, a propria famila que adquire o terreno cons- tn bee aL Tentes. Esse trabalho, que se prolonga por meses ou anos daHE oF GaSe GS RENS Sota SE “prégados cumiprem uma duplajomade de trabalho, exguendo 0 imével 3 noite, nos feiados e ros des- -cansos semanais, € conhecide come autoconstrucao. [evel Na aparéncia, a favela € formada por barracos e mocambos construidos com matenais de refugo, como cai e apeléo. Entretanto, no ¢ 2 pobreza ou o aspecto | * C@OTED que caracterizam a favela, mas @ ocupacao le- gal_e preciria de terenos piiblicas au pariiculares. SF tuadas em encostas de colinas e morras ou em zonas pantanosas, sob grandes viadutos ou ao lado de ies ‘expressas, constituem uma “cdade legal” que cresce espontaneamente no interior da “cidade legal’. Na ‘maior parte dos casas, os servicos publicos est8o eu- Juma bica, a luz elétrica conseguida com o prolonga- im Ublico e de um barraco a out, 05 esgotos s80 depositados a céu aberto, Fayele em Bangcoc, na Taléndie, em 1995 & Voy pute nw forelan Célculos recentes indicam que um tergo da popu- Jacéio urbana mundial habita as imensas aglomera- coes de favelas, principalmente nas cidades dos paf- ses subdesenvolvidos, Algumas delas chegam a abri- gar 150 mil pessoas ou até mais, como Dharavi e _ Cheetah Camp em Bombaim, Primeira Victoria na “Cidade do México, Santa Mesa em Manila, Kiong "Toey em Bangcoce a Rocinha no Rio de Janeiro. Mas, mesmo ém Paris, cerca de 100 mil africanos ¢ portu- "7; queses habitam as “cidades de lata” na periferia. ee "As condicies sanilarias revelam talvez 0 aspecto mais dramatico das favelas. A inexisténcia de trata~ mento de esqotos transforma essas dreas em focos de infecgOes e epidemias, vitimando, principalmente, as “criangas. Em Mantta- ras Filipinas, 150 mil pessoas vi- cola vem em favelas situadas ao longo dos esteros, os ca- ‘ais de drenagem construl 8 my “yp ‘pelos espanhéis para despejar os esqjotos no mar, Nas grandes tempestades, o lixo acumulado pelas favelas Joep" entopeas eclusas e os catiais assoreados transoordam, tee Inundando os barracos e espalhando dejetos. r= 4, O meio ambiente urbano wi ‘As metrépoles sao 0 ambiente que mals expres- ‘a ‘saa iniervencao humana no meio natural. Nelas, © firada da vegetacdo, a movimentacio-de-massas “de terra, as edificacdes, a canalizagao de rios, a pro- dugao de calor e o lancamento de paluentes-na-at- _mosfera € nos cursos d’agua geram miltiplos efei- sobre todos os aspectos do ambiente. As alteracées ambientais causadas pelas ativida- des urbanas se espalham para muito além dos limites da cidade. A polulcdo de umrio que passa através da Montage de images de sttte, mostando faa sup 30 fealmente identifcaves, mais densamente urbanizadas valrama muendsit manche urbana afeta, em grau maior ou menor, todo curso d’égua ajusante. O vento conduz.os poluentes atmosféricos por centenas de quilémetros. Q ‘“Bombeamento da dgua subterranea pode causar ex- tensas ¢ alteracoes no nivel do lencol freauico. ~ As imagens noturnas de satélite registram as metré- poles como manchas luminosas ou poderosos focos de emisso de calor na superficie terrestre.O elevado con. ‘sumo de energia € um traco caracteristico das cidades contemporaneas. Esse € um dog principais motivos de alteragdes no ima associadas a urbanizacao, A massa atmosférica que envolve as cidades pos- sui caracteristicas prdprias, no que diz respeito a tem pperatura, umidade e velocidade dos ventos. Nas ci- dades com mais de um milhao de habitantes, calcu- la-se que a “abdboda climatica’ alterada atinja entre 50 e 300 metros acima da superficie, e se vestenda a dezenas de quilometros na direga 10 dos ventos. Ata- “bela 2 (na pagina seguinte) dimensiona as principais alteragdes climaticas médias registradas nas gran- des areas urbanas. -O ar puro, composto apenas de oxigénio e deni- trogénio, nao existe na natureza. Na atmosfera, es- “Wo sempre presentes diversos outros compostos gasnsos-e particulas, muitos deles indispensaveis 4 vida, A poluicdo atmosférica, uma das principals Ca- a” que paira Tacteristicas dessa “aboboda atmosfé sobre as cidades, ocorre quando a concentragéo des- Ses gases e particulas atinge patamares capazes de ‘produzir efeitos negativos para os seres vivos. Nos Estados Unidos, por exemplo, apesar dos grandes esforcos realizados no gontrole da qualidade do ar urbano, cerca de 3% das mortes sfio causadas por doengas relacionadas a poluicao atmosférica, fice da Tera durante a note. As regides i i ! | ‘A.poluicio deriva de varias fontes: os meios de ‘jransiorte, as indistrias (principalmente as que ut ‘am combustvels fdssle ea Incineracde 2s es" Juos SOlidos so os recordistas de emisséo de poluentes. A concentracdo elevada de gases e ma terial particulado na atmosfera urbana aumenta em dez vezes a quantidade de microorganismos jatogenico: ra. A incidéncia de asma, enflsema pulmonar, bronquite e irritagao nos olhos gumenta com a poluigao. J material particulado em suspensdo causa ne- voeiros constantes — o smog — que reduzem a vi- ‘sibilidade nas areas densamente urbanizadas. A ve- Tocidade de ‘dos poluentes atmosféricos depende principalmente da velocidade dos ventos “eda eventual ocorréncia de inversGes térmicas. Nas “grandes cidades, edificios altos e enfileirados pro- to AE "ENGANaMEAtO” duzem o efeito dé “encanamento” do ar, fazendo TABELA 2 Alteracdes climaticas geradas pela urbanizacao CEs com que o vento mude de direcdo e perca velocida- de, A velocidade m&dia dos ventos em Paris, por ‘exemplo, é 30% maior no topo da Torre Eiffel, a 330 metros do solo, do que na superficie. ‘A inversio térmica é um fendmeno climético que provoca 0 agravamento da poluicao. Normal- mente, nas camadas inferiores da troposfera, a tem- peratura atmosférica diminui de baixo para cima cerca de 0,6°C a cada 100 m. Isso significa que aS camadas de ar frio recobrem as camadas de ar quen- ‘Te, Nessas condicdes, hd um movimento ascendente “do ar, pois o ar quente, mais leve, tende a subir. inversio térmica ocorre geralmente durante o inverno, quando uma camada de ar quente se forma ‘sobre uma de ar frio. Nesse caso, a concentragao de Poluentes aumenta nas proximidades do solo, pois a camada de inversio interrompe a corrente ascenden- te e bloqueia a dispersdo dos poluentes (fig. 4). Aspectos do clima Descricao Grau de mudanca Nicleos de condensa¢3o +1.000% Composigéo atmostérica | Emissao de gases 4+1.500%, Radiagao solar 10% ‘Temperatura ‘Temperatura mfnima anual +7C ‘Temperatura minima de inverno 415°C Precipitaco anual +5% Precipitag3o. Dias de chuva +10% Maries \velocidade média dos ventos: = 20% Faedet OREM i, Dias cakmos, 108% Proceso arte Oates iNeblna (inverne) F100% Peer Ar quente {ascendente) teal zn A inversao térmica fr te err cues Fonte: elaborado pelos autores. As grandes cidades apresentam temperaturas. médias maiores do que as zonas rurais dominadas pelo mesmo clima. Na mancha urbana, as tempe- raturas aumentam da periferia em diregao ao cen- “Wo. Em casos exiremos, a diferenca de temperatu- ‘Ta entre as zonas periféricas e o centro pode atin- Gir até 10°C. Esse fenémeno, conhecido como Tha de calor, também resulta de alteragdes humanas ‘Sobre 0 meio ambiente. O consumo intensivo de Cor in aquecedores, automéveis € indiistrias transforma a cidade em uma fonte inesgotdvel de calor. ~~~ Os materials usados na construc&o, como 0 as- falto € 0 concreto, elevam o indice de albedo, pois Server deretletores para o calor produzido na cida- de e para o calor solar. De dla, 0s edificios funcio- nam como um labirinto de reflexdo nas camadas mais altas de ar aquecido. A noite, a poluigao do ar impe- dea dispersio de calor. As areas centrais de uma cidade concentram maior densidade de construgdes, bem como de ati- “vidades emissora® de poluentes, A massa de ar quer Te carregada de material particulado que se forma do se restria, retorna & superficie dando origem a Intensos nevoeiros na periferia da mancha urbana Dai volta a I.E um verdadeiro circulto de fuligem e poeira (fig. 6). Ofenédmeno dajlha de calor esta diretamente as- sociado & estrutura urbana. Otecido urbano das me- trépoles costuma apresentar vérios “picos” de tem- peratura. As as feito de aque- cimento distribuem-se pelos eixas de trafego, pelas zonas industriais e pelos bairros pouco arborizados. Cidade do México, fem janeito de 2002. As pariculas em suspenszo ciam um colondo, ao mesmo tempo, belo © téxico ra paisagem urbane Peseta Fonte: CONT Jost Ever, Cima e me ambiente, S20 Paulo: ‘ua, 1998. p43, ess Braet Porta Bia (PE), abril de 2006, As lenchentes raturais, que cobriam as varzees, ensformarem-se em Encherte 90 Bai inuncactes pedis nas 8re0s urbanizads As cidades € 0 ciclo hidrolégico Nas 4reas urbanas, em média, a precipitacao anu- al €5% superior e a precipitacdo em dias de chuva é 410% superior as das dreas rurais adjacentes (reveja a tabela 2). Isso significa que o nimero de dias chu- nuns nas cidades. O aumento na quantidade de chu- va é determinado pela presenca da ilha de calor, que inter ui a jaterial particulado “em suspenséo, que favorece a formagdo de nicleos de condensagao da égua na atmosfera, freqiientes Inundagées nas grandes cidades fevelam esse aspecto caracteristico das mudangas ‘climaticas associadas 4 urbanizagao. Contudo, as inundagdes nai ento do ‘volume das precipitac6es, mas principalmente do aumento da velocidade do escoamento superfi- cial gerado pela impermeabilizagéio do solo. Em ci- dades submetidas a climas tropicais com estagao chu- vosa bem definida, a quantidade de aguas pluviais que chega ao leito dos rios aumentou brutalmente com a metropolizacao. “As Inlundagoes urbanas representam ameaca & satide publica, especialmente em favelas e bairros pe- riféricos carentes de sistemas de coleta e tratamento de esgotos. Elas expdem a populagdo ao contato di- teto com a 4gua contaminada, contribuindo par 2 ropagacao de doencas. ‘O problema das inundagdes pode ser evitado por ‘adas 4s grandes concentragdes industriais. Mas elas tém se tornado cada vez mais comuns em dreas in- 487 e da desocupacdo das margens dos rios. Entretanto, essa Obras exigem investimentos caros demais para a maioria das cidades do mundo. ‘Um dos mais sérios problemas ambientais gera- dos pelas atividades urbanas é 0 fendmeno das chu- _vas acidas. A emisséo de poluentes industriais na SO. atmosfera, principalmente dixido de enxofree Oxi- do de nitrogénio, é a principal fonte desse fendme- “ no, Usinas termelétricas, refinarias de petrdleo e in- dUistrias metalirgici des fe dioxido de enxofre, O 6xido de nitrogénio é libe- rado, em quantidades significativas, dos motores a Combustéo interna. Fm contato com aqua, esses ga- 5es Se dissolve ipitam, ‘© aumento da acide das chuvas causa danos a saide humana, acelera a corroso dos edificios € Tmonumentos e afeta varias espécies ver ani- mais, Nos ecossistemas aquaticos, tais como os rios e “Tagos, niveis elevados de acidez nas precipitagdes po- dem ocasTonar alteracdes em toda a cadeia alimentar, culminando coma morte dos peixes. O fendmeno das, ‘huvas écidas revela, com toda a nitidez, a dimensa do impacto das atividades urbanas: a Agua tornada “Aida em uma regido industrial pode se precipitar em uma érea agricola distante centenas de quilémetros, trazenclo danos irreversiveis as colheitas As chuvas dcidas ocorrem com maior intensida- dena América do Norte e Europa, pois estao associ- meio da construgéo de canals inde ‘vaztio, da limpeza permanente dos c6rregos e bueiros Achuva acida dustrializadas do mundo subdesenvolvido, no leste asiatico e na América Latina (fig, 6). BD cr reno co rts [a atanao nas wae 46 050 rose) ‘sooner ecg apaerO pH rae pals aT See Rehr aro mio wasn or 8 « Fonte: FERREIRA Cre Mana Lemos Aas geogrdco: epago mundial Seo Paul: adem, 2003. p. 84 BE O fenémeno pode ser combatido por meio da ins- talagao de filtros especiais nas usinas elétricas e nas ‘fabricas, mas 0 custo desses equipamentos funciona ‘como fator limitante para sua generalizacéo. Os residuos das cidades No mundo inteiro, so produzidas cerca de 30 milhdes de toneladas de lixo par ano. As induistrias, Tesidéncias e hospitais situados nas cidades contri- ‘buem com a maior parte desse total. As solugdes ado- tadas para a destinacio dessa enorme quantidade de residuos so as mais diferentes possiveis e po- dem afetar de maneiras também diversas 0 ambien- te das cidades e a salide de seus habitantes. Nas gral ‘omum a existéncia de lixées — imensos depésitos a céu aberto sem nenhum tipo de tratamento, exalando gdores fétidos, atraindo moscas, baratas € roedores Serespeitada a vida iti e capacidade dos aterros, eles representam uma alternativa de baixo impacto ambiental de destinagao do lixo. Contudo, os aterros “Ocupam espagos urbanos cada vez mais escassos. « Incineragao: trata-se do processo de combus- Go controlada que reduz drasticamente o volume de Getritos, € uma solugao relativamente cara Incineradores mais baratos nfo dispdem de sistemas eficientes de filtragem dos gases produzidos no pro- cesso, provocando Intensa poluigio atmosférica + Compostagem: trata-se da decomposicao bio- logica do material arganico dos lixos, de forma a ori- ~ginar produtos que servem antes dos solos agricolas, Para que isso aconteca, é necessdrio ‘que 0 Iixo tenha sido separado previamente, na fon- te, através da coleta seletiva, ou na propria using. De qualquer maneira, tudo indica que a solucao para o problema do lixo passa pelas técnicas de reu- tilizagdo e reciclagem do material descartado, capaz, © funcionando como faca de transmissia de doen “de diminuir tanto 0 consumo de recursos naturais 62s, em especial para a populacdo que mora nos ar- Fedores. Entretanto, existem varias técnicas de tra- tamento do lixo, ainda que nem todas as cidadés Bossam arcar com os custos destas técnicas. Entre elas, destacam-se * Aterros sanitérios: neles, 0 lixo ¢ compactado na forma de camadas, que sio periodicamente reco- bbertas com terra ou Outro material inerte também com- pactado, para dificultar a infiltracao da agua de chuva ea conseqiente contaminago do lengol subterraneo. ‘quanto de minimizer o volume de dejetos. O papel, por exemplo, que corresponde a uma parcela impor- tante do peso total do lixo coletado na maioria das cidades, assim como 0 vidro e os materials plisticos, dem ser reciclados e transformados em novos pro: dutos. A reciclagem de lixo jé comega a revelar seu “Potencial econdmico, alrainda investimentos e sus- tentando empreendimentos privados. Mas ainda se restringe a uma parte quase insignificante do lixo gerado, todos os dias, pelas grandes cidades. Lingo aclu abeno em Manta nas Filipinas, 1996 Mikaes de pessoas no mundo into ver da vende da reciclager de objetos gatimpados nos lndes ' 4 4 4 1 ) | j 7 } 7 } i j } 1 / | i 1 } } j } Wiiasa cnr cist ainaaisons anche Revendo o capitulo 1. Identifique a altemetiva que explica corretamente algumas das informacdes do grafico. mora Argo Series conan eee bes | eee Fonte: ONL. Dispontvel ‘Acesso em 15 rat 2005 (—Populagto urbana em 200108) rrr Cone o wane Save un o> a) Os niveis de urbanizacao mantém relacao direta e precisa com 0 grau de de- senvolvimento das economias nacionais. b) Os paises asidtces, sem excecso, apresentar predominio de papulacdo rural, como revela o grafico. ©) Na Africa, predomi ina lergamente 2 populacSo rural, em virtude das baixas texas anuais de urbenizacdo dos paises do continente. feesso em 15 mar 2005 4, 0 mapa mostra as datas médias das prmeiras terpereturas negativas no outono, em Washington, @ capital dos Estados Unidos. Fonte: ODUM, Eugene clogs Ra de Janete: GuanabaraKoogen 1988 p 49 2) Interprete as informacdes do mapa, ) Explique 0 que ¢ 0 fendmeno da ilha de calor nas cidades. 5. Eiplique o significado das expressbes “cidade legal” e “cidade ilega’ utlzadas neste capita, = O capitulo no contexto 6. A tabela a seguit fornece dois indicadores comparativas sobre o processo mundial de unbanizagéo. Populacao. Taxa anual de urbanizacao urbana (2001) (2000-2005) 477% 2.09% Baises GeservoldGe 755% 041% Pabes subdesenvoindes_| 40,030 2Bik Paises mais pobres 26.2% 4.60% _ Fonte: ONU, Dspank | eatin # ca ut Fonte: CHALIAND, Gerad © RAGEAL, leer-lee. Alas sratégique, Pars: Complere 1994. p 36. 1. 0 inglés 6 a lingua com maior Sea de difusdo geagréfica.Justfique esse fat. 2. Explique a difusio geogrdfica da lingua portuguesa, 3. Explique a difusdo geogrética do russo. 41, Relacione 0 ensino de espanhol em escolas brasiieiras com 0 projeto de integracto paltca e comercial de América do Sul Charpo de wrkignesis Por um didlogo entre 0 Ocidente € 0 Isl wom o' mit 9 pe Siren oo palin +0 Oeidente dominow o mundo no pela supetitidade das sus ins, valores ou _religio, mas pela sua superioridade na aplicagio_da violéncia organizada’ u ‘Samuel Huntington. O autor do Choque de civilizacdes completou: “Ocidentais freqlentemente esquecem esse fato; nio-ocidentais nunca: esquecem’, Os neoconservadores americanos, que controlam a politica externa de Washing- ton, eficaram a invasao do Iraque como um processo civilizatério. Os Estados Unidos ‘stariam Tevando a democracia para o mundo drabe e, por meio do exemplo iraquitino, forgando a reforma do Isla. A ‘aplicagio da violencia organizada’ funcionaria como vefeulo para adifusdo das idéias e dos valores do Ocidente, Esse diseurso,reminiscente Go ‘fardo do homem branco” dos colonialistas do século XIX, configura uma politica ineo-imperial. Sua faldcia cons nga de que a democracia pode ser injetada do exterior, Oude quea ‘violéncia organizada’ das forcas i é capaz.de substituir ‘a hist6ria e fundar um mundo novo. Nao é dificil prever que o resultado do empreen- “imento neo-imperial ng Iraque Seré, pelo contrério, o de semear 0 terreno no qual o fundamentalismo islamico rectuta seguidores, oT Mas 0 apelo do discurso neoconservador decorre do fato de que ele toca num nervo real e profundo, no trago que distingue o Ocidente do Isla: a democracia. O Ocidente produziu sociedades democriticas, fundadas na separagio entre a politica e ‘areligido, O Isia, em contraste, conserva a submissiio dos homens a0 Livro [Corto] O fundamentalismo est na origem das trés religiées monotefstas. Contudo a Re- forma e o Huminismo tornaram essa postira uma excepcionalidade nas sociedades ocidentais. A Reforma libertou o individuo da comunidade de fis ao estabelecer 0 + principio da livre interpretacao dos textos sagrados. O Tuminismo libertou 0 ¢ ppolfico da primazia da Tgreja Catélica 20 estabelecer o principio da soberania popu- Tar Olsifinio conheceu-nada s Tiuminismo, DR who oR. nade fernbbande Ocdecte Jipliinnknas oe per tdi, rr pales papier. nt Soldedas norte-american patrulhando Baad, em 13 de junto de 2005. expressa (Cord, na maioria dos casos, (Suna comtinuaram a modelar ali pollteae civil, No auge dacultu sna, homens como Avicena (980-1037) essa na ‘sharia’. ‘¢ Ibn Khaldun (1332-1406), desenrolando o fio de uma tradig’o enraizada na cultura helenistica, ameagaram deflagrar as Luzes muito antes dos europeus. Mas esse desen- ‘volvimento foi abortado pela crise do califado abécida ¢ pela invaséo dos mongéis. A grande perturbagdo dos espiritos que fundou Ocidente contemporiineo chegou ao Islano final do século 19, quando uma geragao de modemistas entregou-se 4 aven- tura aera ‘ormar as sociedades muculmanas.[.... A evaTugao do modemismo. no inte rior do-TsIG, porém, foi cortada pelo advento do nacionalismo, que aparecia como instrumento para a luta contra as poténicias colonials. A modemizagio passou a operar fora das estruturas de pensamento do Isla e contra elas. (ou seja, a faléncia do egipeio Nasser no com esperangas depositadas no partido Baath, ati Jamico contemporaneo na Siria ¢ no Iraque. No pSs-guerra, o pan-arabismo representou uma tentativa retardatéria de moderni- ibes e separar a politica da religido. O fracasso dessas tentativas, contra Israel e a dissolucao das m os motores do fundamentalismo Ju da destruigdo a filo- Nos tempos medievais, durante sua expansio, o Islé salv sofia e a cincia helenisticas. Conservou e aprimorou os livros saberes dos povos ue subjugou, Foimeste da Europ crit quando elacomegou aromper 0 imobilismo feudal, ensinando-the parte de sua prOpri © mundo mugulmano so assaltados pelas tentagé “Fikad, 0 Oci ii vides que destruiram as torres gémeas do World Trade Center, em 11 de setembro de ‘histéria, Hoje, quando a politica érabe e ’s anaeronicas da teocracia e do es do preconceito, Como se Fosse a sua idente enxerga o Isl pelas | ‘antitese, e os ‘senhores da guerra” de Washington imaginam-se portadores de uma nova verdade revoluciondtia. estranhamento que separa 0 Ocidente do Isl3 fruto de séculos de hist6ria. Os 2001, ¢ a marcha das tropas americanas sobre Bagds refletem tragicamente esse ~estranhamentoe introduzem, na politica mundial, o espectro do ‘choque de civilizagies". _O antidoto existe, mas depende de um didlogo entre 0 Ocidente ¢ o Isla, centrado 5s valores da Reforma ¢ dg Iuminismmo. Entre arabes e mugulmanos, hd incontaveis, jinteressados nesse didlogo ¢ hd uma tradigdo modernista que resiste a0 fundamentalismo. © obsticulo ¢ 0 rufdo ensurdecedor das bombas ¢ a humilhagéo da ocupacao. MAGNOU, Demétia# BARBOSA, lane Sense. “Por um dllogo ete 0 Qoente #0 8 ‘oa de Poo, 22 abr. 2008, p AC “Os neoconservadores americanos, que controlam a politica externa de | Washington, encaram a invasdo do Iraque como umn processo civilizatério’. | Explique essa idéla 2. 0 temo sugere que existe uma importante cisdo histérica e cultural entre o Ocidente € 0 Is8. Que csto ¢ essa? 3. No Ocidente, crcula a idéia de que a civlizagio islamica é retardatéra, primi- tiva Ou inferior. O texto contém elementos que evidenciam que essa € uma idéia preconceituosa, Identfique esses elementos, 4. Qual € a critica do texto a politica dos Estados Unidos no Oriente Médio? la ce epee Teen ee cembaki. umtin J Lipenteuden Nasi matoccrson Teche, le funda 2 e i rises rrucnanes eto de Ceabaosnbol do monottme idmia na Grande Me O mundo muculmano - @ o Oriente Médio 1. Mundo arabe, mundo muculmano Ola , ao lado do cristianismo e do judaismo, uma das trés grandes religides _monoteistas. O principio da existéncia de uma divindade tinica funcionou como ins- ‘trumento de unificaco politica dos povos drabes e da formaco de um vasto império, *S6 hd um Deus, que é Ald, e Maomé € 0 seu profeta”. A voz do anjo Gabriel transmitiu essa mensagem a Maomé, no ano 610. A partir da Noite do Destino, como ficaria conhecida, o profeta recebeu varias outras revelagdes € passou a pregar anova 46 monoteista na cidade de Mece. cde Mca, na Arabia Saudita, em janeira de 2005. Meca &a primeira entre as “adades santas" do sib .¢ 2 monarquia Sauda desempenha atualmente o papel de guardid da sede religiosa muculmana Meca era 0 centro religioso da peninsula arabica. gjuarto califa, Ali ibn Abu Talib, genro de Ma- Nela ficava o templo de Caaba, local deperegrinagéo _ omé, foi assassinado em 661 e, com o apoio da mai- religiosa das diversas tribos érabes. A Caaba guarda-_oria dos lideres religiosos, o cargo passou para Mo- va a Pedra Negra, um pedago de rocha considerado _awiya, governante da Siria. A minoria revoltou-se, ‘sagrado, e também os idolos dos cultos politefstas das “pois desejava que 0 califado ficasse com os filhos de ‘ribos do deserto e dos habitantes da cidade. “All, que acabaram assassinados por soldados de Mo- A nova f monotefsta difundiu-se entre os po- _awiya. Os seguidores da maioria formaram a seita bres de Meca e diversas tribos do deserto, alarman- ~ sunita, que atualmente congrega a imensa maioria ‘do os sacerdotes dos cultos dominantes da cidade. _dos muculmanos. Os sunitas consideram que a fon- Perseguido e hostilizado, o profeta abandonou aci-__ te essencial para a lei istémica é a 5 dade e refugiou-se em Iatreb, niicleo situado em um A minoria formou a seita xiita. Os xiitas acredi- ‘ofsis ao norte de Meca. Aretirada do profetae seus tam que 36 os membros do cli de Maomé poderiam Seguidores, em 16 de julho de 622, ficou conhecida _liderar os mugulmanos. Ao contrério dos sunitas, que como Hégira, Essa data assinala Oinicio do calendé- no atribuem qualidades divinas ao lider religioso, lo mugulmano. — 0s xiitas atribuem ao ima uma protecdo sobrenat © Isla logo tornou-se predominante en{Iatreb,) “ral contra o erro € 0 pecado. rv tile &, que passou a chamar-se Medina (a“ cidade do profe- Len ta"). Ent idores e pro- —. a era clamou uma jihad contra os senhores de Mece. Em Kumma mugulmana penny ca. Os 530,_as forgas do profeta conquistaram Meca. 08 No sey discurso derradeiro, em Meca, Maomé antigos inimigos foram poupados e anistiados. cei! i = rincipio de que todos os mugulma- Dois anos depois, & frente de dezenas de milha- BECP Ce Tue totes 05 mucus : nos so inméos e tém 0 dever religioso de evitar res de seguidores, Maomé realizou uma peregrine” Gyerras entre si, O Islé representou uma poderosa fo coletiva a Meca e retirou da Caaba os idolos po- F-unifcadora, A nogdo da unidade divina pro- Hteistas, deixando apenas_a Pedra Nedra. Esse ato Diciou a centralizagdo politica das iibOs arabes, institulu a nova religiao monotefsta e.concluiuauni- antes divididas em diferentes cultos e engalfinha- ficagdo politica das tribos da peninsula. Maomé mor- sae “ das em incessantes conflitos. (eee loge dete de rearensan emseceaas Qs figis tem a missio de difundir o Isla, de modo, O monoteismo islimico € mais absoluto- qué 4 ampliar a umma. Esse foi, desde 0 inicio, o com- ‘ris. Ald ndo tem flhos, pois isso nd0 seria coe paste para a expansdo do império de Maomé. De- ‘rente coma sua unicidade, Maomééoprincipalpro- pois qa morte do profeta, os quatro primeiros cali- feta mas, a0. contrario de Jesus dos cristdos, nao é fas conquistaram a Mesopotimla eo império Persa, filho de Deus. Q Corao, livro sagraco dos mugulma- 0 Oriente Médio, e iniciaram a expansao para a ‘os, considerado a fonte nica da palavra diretade “Africa do Norte, dominando o Egito. A dinastia Paws contémn as revelacies racebidas-par Maomé, Omiada prossequiu 6 avango para o oriente, rumo Mas néo fol escrito por Maomé.< sim pelo cal fa Zo Afeganistao e A India. O Isl estabeleceu-seem Orman, o terceiro sucessor do profeta, em 652. “Sin a Atrica do Norte e, frica do Norte e penetrou na Europa, atra- Apesar da sua profunda unidade doutrindria, © 5 da peninsula iberica (fig. 1, na pagina sequinte) Isla divide-se em diversas seitas. As mais importan- Here on ee ee ~~ O Isla nasceu entre as tribos da peninsula ardbi- _fes, sob os pontos de vista demogréfico e politico, S80 ¢. O Corao, escrito em érabe, difundiu uma lingua e “Tsunite € xia, A cisto que as originou tem ralzes —S7, cultura em ferras e povos que originalmente nao ‘Ea dsputa pela sicessio noimpério maometano. Grams Grabes. Esse processo de assimllacao desen: ‘volveu-se em todo o norte african, gerando um vas~ Jihad to espaco de circulagao de textos escritos em arabe ‘A midia ocidental utiiza 0 termo jihad como sin6ni- | mode “guerra santa’. Essa é uma simplificagio que, Umma | muitas vezes, expressa preconceito. Jihad é um es- | | ; ] forgo interior e individual do fil paratomarse uma | | Aummaé,em principio, a comunidade mundial dos pessoa melhor e, também, um empreendiments’ | | mugulmanos, ou seja, @ comunidade dos que se “religioso ce difusdo da fé vetdedeire, Em ccunstda- submeiem a Deus (Als) e voluntaramente obede- Cas extremas, quando pesa uma ameaca sobre 0 ‘cem aos preceitos do Corao. Durante muito tempo, |sla, a jihad pode adquirit o caréter de uma “guerra ‘@ umma correspondeu @ Um império, isto 6, aos Senta contra.os infiéis. dominios do califado. Assim, surgiu umdaundo drabéique abrange 0 Ori- ente , até os limites da Pérsia (Ira), e a Africa ‘do Norte, “OSI difundiu-se entre inimeros outros povos, na Africa, Oriente ‘Médio, Asia Ceniral e Asia meridional. ‘A captura de Constantinopla, em 1453, assina- lou a emergéncia do império Turco-Otomano. Entre 08 séculos XVIe XVII, 0 novo império expandiu seu dominio para grande parte do mundo mugulmano, no Oriente Médio e Africa do Norte. Os dominios. otomanos alcancaram também a peninsula balcéni- ca, convertendo ao Islé populagdes sérvias, croatas, macedénias, albanesas ¢ bulgaras. Durante o longo ‘periodo de hegemonia do império Turco-Otomano, © centro politico do Isla deslocou-se para Istambul (a antiga Constantinopla), fora do mundo arabe. ec ee pa bie Ihdo de figis. 0 mundo mugulmano abrange uma FATED) A expansdo do Isl (630-750) Nw DOS FRANCOS wy ON [Co geemnar | Sean aarta @ sess crear > Became de lt extensa faixa do globo Estende-se, de oeste a leste, desde o Senegal, no oci- dente africano, até as Filipinas, nos limites do Ocea- no Pacifico, e de norte a sul, desde 0 Ca: Asia central, até a Tanznia e a Indoni lados do Oceano fndico, Em toda essa faixa, o Isl é a principal religiéo e a cultura mugulmand exerce papel predominante. Casualmente, a: Meca “situa-se aproximadamente no centro do mundo my- culmano (fig. 2, na pagina seguinte). Fora dos limites do mundo mugulmano, hd sig- nificativas minorias islamicas na {ndia ena Europa. Na Europa, além das populagSes balcanicas conver- tidas hd séculos, o Isla cresce pela imigracdo prove- niente da Africa € da Asia meridional. Na Africa Sub- saariana, em paises como 0 Sudo, 0 Chade, a Etié pia e a Nigéria, verificam-se conflitos e tensdes en- “tre mugulmanos e seguidores de outras religides. Fonte: Baborado com dades de FRANCO Ir, Hidra e ANDRADE Fo, Ruy de Olvera, Als hte geral. S580 Paso: Scpione, 1993. p. 18. Jardins e Bastica de Santa Soi fem stambul, na Turquia, em 1996. baslica crt, erguida em. 536, foi corwerida em mesaut pelos turcos otomarios em 1453, Até 0 fim da Primeira Guera Munda, Istambul funcionau como sede do calfado e, poranto, centro police reigiosc da comunidade mundial mucalmana z O conjunto do mundo arabe faz parte do mundo mugulmano, pois o Isla é a reli- giao predominante nos paises drabes, A cultura mugulmana é o alicerce histérico das sociedades arabes, mas 0 mundo éra- be se define pela Ingua, nfo pela religiao. im paises arabes como o Libano ¢ a Siria, _existem significativas minorias cristas. ; " Ak in wae pele Thetnada arabe defied ae pile Mrngen oe r 2.0 nacionalismo arabe eo Estado de Israel Nee) o per Tureo-Otoma- no entrou em decadéncia e comegou a per- der seus territérios africans para as po- téncias européias. A Franca estabeleceu 0 seu dominio no Magreb e eee Unido, no. Egito. Mais tarde, en 1912, Italia oc) poua Libia. ‘A crise final foi provocada pela derrot na Primeira Guerra Mundial. O império de- Sapareceu, dando lugar a républica laica da foi extinto e a umma mu 1a pel politico e religioso. No Oriente Médio, a Siria e o Li- ~pano foram transferidos para controle francés, en- Fonte: LACOSTE Wes (Di), Denna de Gécpogue. Pas: larnraron, 1993. 1077 Omundo mugulmano eo mundo érabe so con- Juntos geopoliticos e culturais parcialmente super- Bostos, porém distintos. O. mundo muculmano é iis wore RET CS mais vasto que o mundo drabe. Os paises com mai- ‘OF populacdo muculmana nfo so arabes: Indoné- sia, Paquistao, India e Bangladesh. Sé depois deles ‘aparece o Egito, o mais populoso entre os paises arabes. Drdomini, Pag ‘quanto o Iraque, a Transjordania (atual Jordania) e a Palestina passaram para o controle britanico. As po- ‘éncias européias criaram fronteiras politicas, dividin- o os territérios sob o seu dominio. Assim, surgiram ‘og embrides dos Estados drabes contemporaneos. Ut tee Vista aérea de Port Seid, 1no Ego, onde o Cana! de Suer liga 0 mar Yerrelno 20 mar Meditertneo, em 1941 0 Eglto conscidou sua independéncis em 1952, ‘com a prodémacto de Repiblica. O regime de Gamal Abdel Nasser nacionalizau 0 Canal de Sve # procurou unir as nagbes drabes sob sua lideranca, O nacionalismo drabe nasceu como uma reac contra o dominio das poténcias européias. Os movi- mmentos nacionalistas sofreram, evidentemente, influén- ‘ias islimices, mas eles ndo se identificavam pela reli- {GIGO. Os novos lideres e pensadores érabes desejavam a soberania politica e a modernizaco socioecon6mic ‘A conquista da soberania foi um processo longo € doloroso. O Egito alcangou a independéncia em _® 1922, mas 0 poder verdadeiro continuou nas maos dos britanicos ainda por algum tempo. No Oriente ‘Mido, ss potincas-europtias retcaram-se pcs 2 ‘egunda Guerra Mundial. No Magreb, 0 dominio francés perdurou até o inicio da década de 1960 ‘Mas a paisagem politica do mundo arabe e, em particular, do Oriente Médio, sofreu uma profunds mudanga com, ‘aformagao de Israel. Nada contribuiu mais para aumentar o ressentimento das sociedades rabes contra as poténcias ocidentais que a consoli- dagao de um Estado judaico, povoado por imigran- tes, na Palestina, Esse evento acirrou o nacionalis- mo arabe e produziu a doutrina do pan-arabismo. As guerras arabe-israelenses © movimento sionista surgiu na Europa nas ulti- mas décadas do século XIX. Expresso do nacionalis- mo judaico, o sionismo projetava a cri le um Es ‘ado hebreu povoado pela imigragao. E som ou a migrago judaica para a Pale: nigra tes recebiam terras compradas por fundos recolhi- dos pelo movimento sionista europeu. A Palestina, entdo parte do império Turco-Otomano, era povoada por arabes, quase todos muculmanos sunitas m 1918)com a ruina do império Turco-Otoma- no, a regio passou a constituir mandate britanico. A imigracao judaica se ampliou, tendo como ponto de partida principal os paises da Europa central ¢ ori- ental, onde o anti-semitismo era intenso. Na década d€1930, explodiram violentos conflitos entre os imi- grantes judeus e a populagio arabe da Palestina pose a arevelacio do genocidio dos judeus nos 0s de exterminio né ‘vistas transformou. ECS ca mundial diante do movimento sionista. Enquanto isso, a imigraco crescia velozmente. m 1947) a ONU aprovou um plano de partilha da Palestina, que previa a criagdo de um Estado ju- ‘deu e um Estado arabe (fig. 3). No ano seguinte, quan- do se completou a retirada das tropas britanicas,e talou a guerra entre o novo Estado de Israel e 05 palestinos, que receberam o apoio da Liga Arabe. “Qs israelenses rechagaram as forcas drabes € os tratados de armisticio fixaram novas fronteiras para _a Palestina, Israel ampliou seu territério e as éreas reservadas ao Estado érabe dos palestinos foram co- Tocadas sob controle da Jordania e do Egito (fig. 4, na pagina seguinte) ‘A guerra de 1948-1949 provocou a fuga de cen- tenas de milhares de palestinos que habitavam cida- “des e povoados situados no interior das fronteiras do novo Estado de Israel. Essa populacéo de refugi- ados, nasua maioria, ~“Libano, na Siria, no Egito ou em reas da Palestina ‘ocupadas por ‘Amonarguia egipcia foi derrubada et el Gamal Abdel Nasser, adotou uma politica hacionalista, destinada a. suprimir a ainfluén yrita- ‘nica ¢ modernizar a economia egipcia. coe cionalizow o Canal de Suez, deflagrando uma grave crise internacional. Depois, firmou acordos de coo- _peracio econémica e militar com a antiga Unio So- wiética. No quadro desses acordos, conseguiu finan- ‘iamento para a construsio da usina hidreletrica de Assua, no rio Nil fHaie ee Plano de partilha da Palestina (1947) MAR f MEDITERRANEO JORDANIA ARABIA SAUDITA \ Saar VERUELHO Fonte: NATKIEL, Richard Als of 20th century warfre, Noa Yok: Galery Books, 1982. p. 201 isateew Estado de Israel (1949) Man PA MEDITERRANEO siria JORDANIA, ARABIA SAUDITA \, Sar VERMELHO oe Fore: NATKE, Richard Als of 200 ent ware. Nowe Yor: Galery Bock, 1962 p. 201 Nasser tornou-sea figura central de uma novadou- trina nacionalista — 0 pan-arabismo. A nova doutti- ‘na Tez da oposi¢ao a Israe} a sua maior bandeira geo- itica. Israel sintetizava, aos olhos dos drabes, a opres- ‘sao colonial européia e, de modo geral, a arrogancia ocidental. Nasser articulou ume coalizao militar con- "ra Israel, reunindo sob a liderariga egipcia a Tordania, O ataque de surpresa israelense a essa coall- ‘Yo deflagrou uma nova guerra no Oriente Médio. ‘Guerra dos Seis Dias, em 1967, assinalou oapo- yeu Ho expansionismo israelense. Derrotando a co- alizio arabe, Tsrael ocupou os territdrios palestinos da Cisjordénia e Faixa de Gaza, administrados res- peclivamente pela Jordana € pelo Egito, e a parte leste de Jerusalém, de populagao pal )admi- ‘nistrada pela Jordania. Além disso, Israel tomou as {nas de Gola, da Siria, e a penirisula egipcia do Sinal (fig. 5, na pagina seguinte). ‘A guerra de 1967 gerou uma segunda didspora palestina, que se somou & de 1949. Atualmente, mais de 3 milhoes de palestinos vivemt na Jordénia, no Li- bbano e em outros paises do Oriente Médio. as Ei Pan-arabismo A douttina pan-arabista é urn nacionalsmo singular. Seu ponto de pariida ¢ 2 negacso da existéncia de diferentes nagbes arabes Todos os povos érabes formariam uma U1 ir lum unico Estado. A unidade politica seria o instrumento para 2 mo- demizacao social e 0 crescimento econémico do _mundo arabe. O fundamento do desenvolimento consisttia na reunido dos recursos dos diferentes | | palses. O petibleo abundante da regio do Golfo Pers fa mao-de-obra disponivel em ‘Cameo opréprio Egito, servtiam come plataforma pare (in easement do bho o pvr das sabes | © presidente eglpio Gamal Abdel Nasser cainauguracho | deluma reinera nas proimidedes do Caio, em 1956. | A derrota humilhante na Guerra dos Seis Dias langou as sementes de um novo conflito militar. Em Egito e a Siria tentaram, sem sucesso, retomar 0s territérios ocupados. Alguns anos depois, sob mediacdo dos Estados Unidos, Israel e Egito assinaram os Acordos de Camp David. Segundo os termos do tratado de paz, Israel devolveu ao Egito a peninsula do Sinai. Cor “Tanteve a ocupagao das Colinas de Gola e dos t tie “Aorios palestinos da Cisjordénia, Faixa de Gaza e Je- ruselém Leste, 520 £ MAR MEDITERRANEO Fonte: Mundo ~ Geografa ¢Paltica Internacional. 3, maio 1994 p. 7 Desde 1967 e, com maior intensidade, depois da Guerra de Outubro, Israel colocou em prética uma politica de povoamento judaico dos territérios pa- ‘Testinos. A politica oficial de colonizagao instalou | EGITO (ama) GRIER Colonizacao israelensé nos territdrios ocupados ‘COLONIAS ISRAELENSES EM GAZA man COLONIAS ISRAELENSES NA CISJORDANA swromenninso) mais de 200 mil israelenses na Cisjordania, habite- da por 2,2 milhes de palestinos, e poucos milhares a Faixa de Gaza, habitada por cerca de 1,3 milha de palestinos (fig. 6). Na parte leste de Jerusalém instalaram-se quase 200 mil judeus israelenses. Essa gperacao de implantacao de colénias representou a continuidade do impulso sionista original, anteri- or A criagao de Israel. A questao palestina Depois da.criagdio do Estado de Israel, a emi- gracdo forcada e a dispersio dos palestinos pelos paises do Oriente Médio, ao lado da continuidade da imigragao judaica, geraram uma maioria de ju- ‘deus no conjunto da Palestina, Contudo, a imigra- ‘40 de judeus foio ditimo forte “almente, o elevado crescimento vegetativo palesti- no contrasta com_ baixo incremento natural da populacio judaica. No conjunto da Palestina, cerca de 4,9 milhdes de judeus convivern com mais de 4,7 milhées de pa lestinos. A populacao israelense atinge pouco mais “de 6,1 milhées de habitantes, dos quais mais de 1.2 milhdo si0 arabes, originarios do contingente que permaneceu em Israel apés 1949. Essa populacao 4rabe recebeu cidadania israelense e usufrui de reitos politicos e sociais limitados, configurando uma camada de “cidadios de segunda classe”. SORDANIA 2 Cesc penne bs wean de re lEaIT0\ tim 2 Portas robe 9 Flo orcho 1 Gre0 1977 81903 [over 49 Uhud | {Govern Trapensta) | Fonte; NATWEL, Richard tos of 20+ century werfore. Nova York: Gallery Books, 1982. p. 207; Wot Facbaok, Dispenivel em: € o principio fundamentalista: @ politica deve Se amoldar a religiéo, que é a fonte da verdade. Nas, sociedades ocidentais, o pensamento iluministarom- peu edificio do fundamentalismo, separando.apo- litica da religido. A politica realiza-se na estera pu- lica; a religigo, na democracia politica ea liverdade religiosa sao frutos gemeos da heranc: A civilizagéo mugulmana nao experimentou uma transformagdo interna desse tipo. 0 Cordo-0-na majoria dos casos, a Suna contis sible is Saudita, a dinastia aparece como pro- tetora dos lugares santos do Islé e o regime € fruto alto clero xiita é resultado da Revolugdo-Islémica de 1979, que derrubou um regime autoritério e pré- saudita, a monarquia_governa no iraniano, a concorréncia po- Iftica e eleitoral existe mas é limitada pelo poder da elite religiosa. A politica da jihad ndamentalismo islémico contem- “arabe. _As grant grande: esperangas de desenvolvimento “Suscitadas pelo pan-arabismo foram engolidas pela pobreza, A consolidacio de Israel e a ocupagae-dos -territGrios palestinos geraram sentimentos de decep- “so e frustrs “Desde a década de 1970, os movimentos poli cos fundamentalistas cresceram no vacuo aberto pela “desmoralizagao do nacionalismo. A plataforma de: ses movimentos é a restauragao do califado que de sapareceut junto com o império Turco-Otom seu instrumento é a jihac! contra os “regimes infiéis” no mundo muculmano. ~ A Arabia Saudita, tradicional aliada dos Esta- ios, funcionou como centro original de dl fusdo do fundamentalismo islamico. A monarquia Saudita enxergava no fundamentalismo uma forga conservadora, que deveria servir de contrapo ‘pan-arabismo de Nasser. Enquanto 0 Egito nasse- rista pregava a unidade da nacdo arabe, o regime saudita levantava a bandeira da uni mugulmana. — Essa politica da Ardbia Saudita contou, por um bom tempo, coma simpatia dos Estados Unido: o Egito de Nasser mantinha cooperacao militar com ‘a Unido Soviética. Depois, durante a ocupacao sovi- @tica do Afeganistéo, entre 1979 e 1989, milhares de Arios sauditas combateram ao lado dos guer~ rilheiros afegios, financiados por Washington ¢ es- “timulados pela fé islamica. Nas cordilheiras do Afe- novo impulso ao: terror fundamentalista, ‘airectonan- “do-0 contra 05 Estados Uni stados Unidos. Unidos, A implantagio de fana¢ao dos lugares trou em rota de colisdo com @ monarquia saudita EE} itico de diversos paises mugulmanos. Correntes ‘influentes atuam na Argélia, Egito, Libano, terri- térios palestinos e Paquistio. AA Al-Qaeda perdeu antudrios no Afeganistdo, apés a operacao “militar norte-americana langada em 2001, mas ‘mantém conex6es em Iniimeros paises e continua ianciada por setores da elite saudita liga- na ¢ sm 2003, € 0 a prolangado Tmpatie entre Israel e 0s palestinos tornaram-se bandei- ras de recrutamento de sequidores dos grupos fun- sofundame a historia, tanto do Ocidente quanto do Isla, e mascara as aliangas estabelecidas entre os Este ‘americanos em diferentes paises anunciaram uma Jihad global e prenunciaram os ataques devastad res de 11 de setembro de 20 © fundamentalismo islamico, sob formas di- _versas, ocupa lugar de destaque no panorama po" bia Saudita e outras mor As lentes do preconceit de das sociedades mugulmanas e ocultam as poli- ticas de forca ocidentais que alimentam a reacio fundamentalista. ite Wa bain to es) SCART) Em imagem de video exbide pela rede de TV érabe ALJareere em 17 de outubro de 200), o lider teroista (Osama Bin Laden essumia @ responsablidéde pelos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, 0 teror global domina a linguagem da micia mundal.e organiza suas redes com uso dos meios portneos de comunicactes. & Revendo o capitulo se a 1, Sobre o isi, € correto afirmar que: LL €.a religio poltelsta dos povos érabes, em perma: niente contito com o aistanismo e 0 judaismo, 2s dduas grandes religi6es monotelstas. Ul, Ernbore tenhe seu bergo no mundo arabe, dfundiu- se na Asia, Afice e Europa, entre os mais diferentes povos, configurando um vasto e heterogéneo mun- do mugulmano. IIL Divide-se em diversas seitas, entre as quais destacam- se 05 surita © 0s xtas, que se separeram em fungdo de uma dsputa em torno da sucessao do calfado. IV, Nos paises muculmanos, a regra inflextvel, derivada dos textos sagrados, é 2 completa separacdo entre @ politica e a religigo. i acral aca a)lel b) lett. Oiiiett. 4) lew. eile lm Este pais, de populagao majoritaiamente muculmana, é candidato a ingresso na Unio Européia e faz parte da CAN. No passado, fol ondcleo de um império, no qual se encontrava a sede do calfado isitmico, Tate-se: a) da Ardbia Saucita b) do Ir. { ©) de Bosnia i 4d) do iraque. @) da Turquia. ET v A Cisordenia e a Faixa de Gaza: : a) Sto terttorios palestinos tansferidos para Israel pela i CONU rs partha da Palestina de 1947. ») Sao tertriosjudaicos conquistados pelas forcas are- bes na guerra de 1948-49. ©) Permaneceram sob controle do Egito até 1973, quan- do foram conquistadas por Israel 4) S40 teritéros palestinos ocupados porsrael na Guer- | ra dos Seis Dias, em 1967, €@) S8o teritéris érabes devolvides por israel pelos Acor dos de Oslo de 1993. » A, Diferencie es nogdes de mundo arabe e mundo mu- ! culmano A questo palestine 6, essencialmente, um confito na- ional. Contudo, esse conflta adquire uma dimens20 religiosa e cultural 2) Identtique essa dimensdo religiose e cultural na re- sisténcia palestina & ocupacdo isaelense. ) Com base nessa ideia, expique a importincia sim- bélica, para isaelenses e palestinos, do controle so- bre Jerusalém @ O capitulo no contexto 6. Leis 0 texto seguinte “A midia ocidental muitas vezes dé a impressio de ‘que a forma de religiosidade armada e ocasionalmen- te violenta, conhecida como ‘fundamentalismo’, € uum fenémeno puramente islamic, O que nfo ¢ ver- dade, O fundamentalismo é um fato global ¢ em toda, religigo importante tem surgido como resposta aos problemas da nossa modernidade. Ha 0 judafsmo fundamentalista, o cristianismo fundamentalista, 0 hhinduismo fundamentalista, 0 budismo fundamen- talista,o ‘sikkismo” fundamentalista, ¢ até mesmo o confucionismo fundamentalista.” ARMSTRONG, Kare. 58. Rio de sane: (bjt, 2001. p, 218-220. 2) Sinttize a tese da autora b) Esclarega em que sentido o fundamentalismo ist mico contemporénen surgiv “como resposta aos pro- biemas da modernidade” TL. Apés 2 sua criagdo, Israel definiu como estratégiafor- gar a remacao dos palestinos. As terras passaram &s mos dos colonos judeus e vias palestinas foram er- rasadas para dar lugar 2 vllas judaicas. Como contou © general israelense Moshe Dayen 20 jomnal Haaretz, emi abril de 1969: “Povoados judaicos foram construfdos no lugar de povoados frabes, Vocé nem mesmo sabe 03 n0- mes desses povoados érabes, ¢ eu no o culpo, porque esses livros de geografia ja nao existem mais; néo apenas 0s livros ndo existem, os povoa- dos drabes nao esto mais ld também. Nahalal (0 povoado do proprio Dayan) brotou no lugar de Mahalul, Gevat no lugar de Jibta, o Kibbutz Sarid no lugar de Haneif’s ¢ Kefar Yehoshua no lugar do Tell Shaman. Nao hd um dnico lugar construido nesse pais que ndo tenha tido uma populagdo éra- be anterior.” (tao pr SAID, Edward Te question of oes. Tove Yor andor rouse, 1980. 14 Comente 0s signficados politico e simbélico do p10- cesso descrte no texto, 8. 4 foto seguinte mostra um trecho do "muro de seguranca" erguido por Israel na Cisjordnia, Muro israelense nos arradares de Jenusalém, em novembra de 2004, a) xpliq ica isreelense para a Cisiordénia apés 1967. b) 0 ‘muro de seguranca” pode ser interpretado como uma fronteia relgiosa Ultral. Bpique esse id 9. 0 texto seguinte & um extrato de Sinalzagdes na estrada, obra do egipcio Sayyd Q originaimente em 1964 “A lideranga do homem ocidental no mundo humano esté chegando ao fim, no porque a civilizagao ocidental esteja em bancarrota material ou tenha perdido sua forga econdmica ou militar, mas porque a ordem ocidental jé cumpriut sua parte € no possui mais aquele acervo de valores’ que the deu sua predomindncia [...]. A revolugao cient concluiu seu papel, como conclufcam o *nacionalismo” e as comunida- des territorialmente limitadas que surg ver do Isla.” am em sua época,.. Chegou a AN Alber Uma hod paves crabes all: Companhia dis Leas, 1994p. 442 to, procure caracterizar 0 pensamento poltico do funda- -0 contemporaneo. mo islami Trabalhando com mapas construgao. de. um bare Em 2003, 0 governo israele “muro de seguranca’ na Cisjordania ¢ aprovou um projeto preliminar de un fa no-vale do to Jordso, Observe o mapa seguinte._ ae \, JORDANIA ISRAEL ‘BARREIRAS DE SEGURANGA CCompetada (out. 2003) area do Vale do Jrdio ‘reas sob contol is Palatina Fonte: Baborade com dados de The Econamet, 11 out 2003, | 4 Israel insiste que as bareras tém, exclusivamente, finalidades de seguranca ¢ se [7 destin aimpedia infiragaod fas represertam 0 esboco de uma frontera entre israel eo fut Estado Paestino. Qual & a orgem hisisrica da ocupactoisreelense da Csjodtnia? - Ceracterize @ Cisjordénia, sob 0 ponto de vista demagréfico. 5. Ceracterize a Cisjord&nia, sab 0 ponto de vista geopaliico. |. Discuta 2 importancia estratégica do vale do rio Jord8o. 11s Qual & a origem Duas doutrinas conflitantes [...] As noges de mundo érabe e mundo muculmano funcionam como focss de dout pan-arabismo e 0 fundamentalismo islamico. pan-arabismo foi proclamado pelo lider egfpcio Gamal Abdel Nasser, que derrubou a monarquiae insta- Jou um regime nacionalista no Cairo em 1952. A Carta Nacional, divulgada pelo regime nasserista em 1962, di- zia que “a revolucdo é 0 meio pelo qual a nagao arabe pode libertarse de seus grilhSes” € convocava 0s povos ‘Srabes “para a restauragdo da ordem natural de uma Uni- ‘ca nagao”. A unificagdo politica da “nago érabe” num. tinico Estado era ameta do pan-arabismo. Essa meta nada Tinka a ve AA forga do pan-arabismo provinha da consciéncia de drabes entraram no século XX pelas mos ‘ncias européias, e sob os grilhes dos imperial Eas, ¢ sob os grilhes dos im mos britinico e francs, que no fim da Primeira Guerra “Mundial (191-18) divi ied Gea wr eotaias a § provincias ara. bes do derrotado império Turco-Otomano., fi Ga “nacio Arabe”-corrig movendo o renascimento de uma mitica i dos povos drabes, Renascimenti batizou o parti em conflito com. pan-arabismo atingia o seu zénite e crepitavam os projetos dle unificago, mas 0 movimento jd comegava a cindir-se, Gorrofdo pelas rivalidades it .inasco e Bagdé. Foi nessa conjuntura que Nasser jogou a ‘carta da guerra contra Israel, agitando uma bandeira de jrofundo apelo popular nas ruas érabes. A luta contra 0 inimigo comum deveria servir para recompor a unidade perdida e restaurar a abalada lideranga politica do Egito. | Maso feitigo queimou o feiticeiro, Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel imps uma der oalizao &rabe [..].A morte de Nasser (1970), fo entre seu sucessor, Anuar Si (1974), € a paz oa do Egito com Israel (1979) Suprimirama Tideranga 1. Qual era 2 meta do pan-arabismno? Por que essa meta ‘nada tinha a ver com 0 Isl8 ou a religito"? 2. A Guerra dos Seis Dias (1967) desempenhou pa- pel importante na historia do pan-arabismo. Qual foi esse papel? Texto complementar Jada. Raat ted quk de regime sfrio de Hafez Assad e o regime iraguiano de ‘Saddam Hussein dilufram o apelo do pan-arabismo. fundamentalismo islamico contemportneo emergiu no Egito, sob a forma da Irmandade Mugulmana, uma cor- = te eprimidapeo regime de Nase. ‘Seu principal pensador, Sayyd Qutb, escreveu que “a lide- ranga do homem ocidental no mundo humano esta che- gando ao fim”, pois “a revolugto cientifica concluiu seu papel, como conclufram os nacionalismos ¢ as comunida- des teritorialmente limitadas”,¢ prociamou: "chegou a vez Go Isla”. Qutb foi executado no Cairo em 1966, Seus se- guidores Seonnanaaies na Arabia Saudita,— __Na doutrina dos fundamentalistas, a unidade dos 4ra- bes nada significa. A comunidade a ser restaurada no é ima nagio, mas uma irmandade mundial de fé, A monar- assentada sobre a alianga da dinastia reinante islimica fandtica puritana, recebeu os Tados de sae aber listo isldmico ser- OB gito de Nasser alinhava-se soma Uri Sovigtica. A ArébiaSaudita,nicleé do (05 Estados Unidos. O pretado por Washington como nt arabismo e, mais tarde, entre 1979 ¢ 1989, como um aliado itico na resistncia a invasdo sovistica do Afeganistio. O scito dos figis" de Osama Bin Laden, recratado nos “paises drabes e financiado pelos principes sauditas, trans- formou 0 Afeganistao no palco da primeira jihad (“guerra santa”) contemporinea. Os jihadistas romper ‘Washington em 1990, quai os Estados Unido in “bases € tropas na Ardbia Sandita para deflagrar a primeira “Guerra do Golfo, Naquele momento, comecava 6 percurso “que conduziria ads atentados de 11 de setembro de 2001. As organizagées da jihad global de Osama Bin Laden nid se confundem com as correntes polticas fundamenta- listas que atuam em pafses érabes, como o Hamas palestino (ou o Hezbollah libanés. Essas correntes esto engajadas em, Tutas nacionais, que girami em tomo do.conflito érabe-israe~ e. Mas o principio que as guia nao ¢ o do nacionalismo. Eo da subordinagao da politica a religiZo, ‘Mando ~ Geogr Pts hema) ana V3, m3. io 2005,» 9. OL atte mr 1 teen mafia mo rhe an pe 3. Segundo Sayyed Qutb, “a revolucdo centiica conciuiu seu papel, como concluram os nacionalismos e as comunidades teritoialmenteliritedas’ Qual 62 meta do fundamentalsmo islémico contemporsneo? 4, Por que a Arébia Saudita tornou:se 0 faco princi- pal de organizacio do fundamentalisma islamico contemporéneo? Estado e nacao na Africa 1. Africa do Norte e Africa Subsaariana O continente africano estende-se entre os paralelos de 37°N € 35°S, o que signifi ca que é atravessado praticamente no centro pela linha do Equador. Essa posigae Jatitudinal tem profundas consegiléncias ecolégicas. i ql i i j Compasigio de imagens orbitais obtidas aelos setlites metearolbgicos NOAA, de 1995. limite sul do deserto do Szara marca a faa de frorteira entre a Africa do Norte ¢ @ Afica Subsaarans, De modo geral, a sucesséo de dominios naturais observada na poreao si i ile Se Tepete na sua por¢4o meridional (fig. 1). A parti Equador até a costa do mar Mediterraneo, sucedem- Se as florestas tropicais, as savanas e estepes, o de- serto e o chaparral. A partir do Equador até o Cabo da Boa Esperanga, repete-se, grosso modo, essa mesma sequéncia de dominios naturais. Mas nem tudo é simetria. No leste africano, des- deo sul do Mar Vermelho até a Africa do Sul, apare- ce uma extensa faixa de cordilheiras montanhosas 3 que correspondem a dobramentos resultantes do entrechoque de placas tectOnicas. “Os bios mas eavados do contnente, com al tudes superiores a 5 mil metros, encontram-se nes- “sas cordilheiras. Os vales em forma de fenda, encai ~Rados entre as ‘andes lagos formados pela acumulagao de aguas pluviais. Nessa ‘aixa do continente, as altitudes modificam 0s climas, exercendo influéncia sobre a distribuigao dos domi- “ios naturais. Nas baixas latitudes, em vez das flo- restaspluviais, ocorre o dominio da savana. Nasco. ‘Yas elevadas, surgem campos de altitude e, mais além, ‘45 neves eternas. — Os desert i sam-se ao redor dos trdpicos. Mas, também ai, néo ha simetria perfeita: lahari ocupa apenas uma parte do sudoeste afri » enquanto o imenso Sara domina toda a ex- tensao longitudinal de contaattera Oceeeers lan- dhe ‘Fico até 6 Mar Vermelho. Dominios naturais na Africa Feit meseanticy | Hi oorinos do moreannas (sera cange rope! Breese rpea! Forests rapica! Ee ras eats Fonte: World Vllife Fund. Dsporivel em: Acesso em: 12 jun. 2004; Naonal Geograph. 2, feu 1998, Omaior deserto do mundo separa o norte afri- cano do resto do continente. Historicamente, fun cionou como uma barreira que, embora transposta ‘or fluxos comerciais intensos, influenciou profun- damente a configuracdo das culturas e civilizacoes na Africa, A invencao da “Africa Negra” © Mediterraneo funcionou como ponte entre a Africa € a Europa. A fachada setentrional africana travou, ao longo dos séculos, intensos contatos com a Europa. Na Antiguidade, 0 império Romano esta- beleceu seu dominio sobre essa fachada costeira. A antiga cidade de Cartago, derrotada e submetida-20 império Romano, situava-se onde atualmente encon- tra-se Tunis, a capital da Tunisia. Sob 0 dominio romano, Cartago tornou-se ca- pital da Provincia Africa, uma das divisoes ad: “nistrativas do império, O nome dessa provincia im- perial batizou, mais tarde, todo o continente, O Me- diterraneo, transformado em “lago romano”, adqui- iu a condic&o de corredor dos intercémbios entre os dois continentes. E por isso que quase todas as “grandes cidades do norte africano sao portos me. “diterrénicos. Nos séculos VII e VIII os érabes conquistaram todo o norte africano. Esse dominio provocou, com a difusao da lingua drabe entre os povos da regio. Desde essa épaca, Africa do Norte designao con- ; Fepresentou uma barreira in- transponivel. O principal corredor de intercambios através do deserto sempre foi o rio Nilo.A civiliza- 0 egipcia desenvolveu-se em torno do vale do Nilo & por essa | stabeleceu contato com os povos ‘Sudaneses, 30 do grande lo, 20 sul do Sara. - Durante séculos, 0 Saara foi percorride-de norte .2.Sil-por-caravanas. Os comerciantes drabes adqu iam ou i ~dos.a0.sul do deserto, O Islé difundiu-se, assim, para -5 povos néo-drabes que habitavam a orla meridio- nnaldo Saara-Atualmente, os paises dessa regido apre- sentam maiorias populacionais mugulmanas ~Os arabes referiam-se as regides ao sul do de- Serto.como_o “pais dos negros”. O pensador arabe Tbn Khaldun foi um dos primeiros a divulgar a no- Gao de que o clima tropical condicionou a formagao de uma “raga negra’, fraca e indolente. Mais tarde, europeus como oBarao de Montesquieu retomaram essa nogéo, que ajustava-se a viséo de mundo tipica da época do tréfico de escravos. ita de Agader, no Niger central. Is cfunduse através das rota comercais do deserts, coniguando uma extensa esters de infuenoa ene os poves da Sahel. na fena ce marsicaa ene @ desea as estapes do sul da Sea, ‘Sob a dupla influéncia de drabes eeuropeus, 0 vasto e heterogéneo conjuntods Attica ndo-drabe passou @ ser designado como “Africa Negra’. A expresso quase nada elucida sobre as sociedades africanas ao sul do Sara, pois gera a falsa impressfio de uma uniformida- de cultural inexistente. Na verdade, esse conjunto com- preende os mais diversos povos, linguas e religides. *—7Africa Negra” & uma expressdo em desuso: uma reliquia dos tempos do tréfico negreiro e das teorias racistas. No seu lugar, para fazer referéncia a0 con- junto heterogéneo de sociedades e culturas que de- ‘senvolveram-se ao sul do Saara, utiliza-se a expres- Até meados do século XIX, quando finalmente extinguiu-se o tréfico, cerca de 15 milhdes de africa- ‘nos foram capturados e transferidos por negocian- tes drabes ou europeus. As vitimas, na sua maioria, eram jovens do sexo masculino. Do ponto de vista social, 9. comércio de escravos desestruturou fami- lias, clas e tribos. Do ponio de vista. demogrifico, provocou uma verdadeira sangria,-cujo-efeito.esta Tegistrado na figura 2: entre 1650 e 1850, a popula ‘go do continente permaneceu estagnada. ‘0s portos da zona do Golfo da Guiné funciona~ ram como.a principal fonte de escravos para o comér- Go atlantico, contribuindo com quase 80%. ‘as transferéncias. Na Africa oriental, os porto: zibar e Mocambique forneceram escravos para 0 té- Tico érabe e europeu. Os traficantes arabes continua~ Tam @ atuar na orla meridional do Saara, onde tinham estabelecido entrepostos de escravos séculos antes. Q trafico de escravos para-a_América-superou em muito as transferéncias.de-cativos para.omundo drabe (fig. 3, na pégina seguinte). Os traficantes luso- prasileiros, instalados principalmente no Rio de Ja- “heiro, prosseguiram o lucrative negdcio bem depok prosseguiram olucrativo nieyocio bem depois da independéncia enfrentando os entra- ‘ves cada vez maiores colocados pelo Reino ‘Unido. Os traficantes europeus ou drabes raramente sé ade negros no interior da “Africa, Como regra, os africanos eram capturados ‘por outros africanos, para serem vendidos nos por tos aos grandes traficantes exportadores, O negécio do trafico desenvolveu tentéculos e ramificaghes nas sociedades africanas, tornando-se uma fonte deren- das extraordindrias para as chefias de reinos ¢ 0s clas que se dedicavam a captura. Formaram-se reic. e se envolviam em cé os pelo controle sobre zonas de captura.e rotas de tréfico Evolucdo da populagao na Africa (1650-2000) Mins abraees s Africa Subsaarian: O trafico negreiro e a demografia africana CO tréfico de escravos africanos foi conduzido ini- _cialmente pelos arabes, mas experimentou vigoroso_ ‘crescimento a partir do século XVI, quando passou abastecer. ‘de mao-de-obra as colonias européias na ‘América, Os escravos africanos eram ma mercado ria valiosa nas plantagées brasileiras, antilhanas € norte-americanas, | | oT | I SEs athe vas eso a8 TD 100 "00 Fonte: ONU Dispenvel em . Acesso em: 20 jan, 2004, emaz| Camertzcoe om Sota (seem ropes 238 oes Fonte: CHESNAIS, Jean Claude Lo populavon du monde Pas Bowdas, 1991. p94 il Reinos negreiros s reinos negreiros especializavarn-se na captura de gente, em particular ipimigos de tribos derrotadas. Eles orgenizavam as expediqdes de captura € ota porte dos cativos aos portos. Entre os diversos reinos negreiros, destacaram-se, no Golfo da Guin, o de,Qyo (no atual Benin), cujo | apogeu ocorreu no inicio do século XVII o Ashanti (fa aivel Gana), meio século mais tarde, e 0 do. | ‘Daomeé (fia atual Nigéria), id no século XX Os che- | Yes do Daomé mantinham estretas ligegSes com os ricos traficantes do Rio de Janeiro bo Nos primeiros anos do século XIX, a Coroa brita- nica deflagrou uma campanha de repressio ao trafi- co de escravos. Em 1807, 0 tréfico foi interditado a siiditos britanicos. No Congresso de Viena, em 1815, Londres exigiu uma proibi¢ao geral e enfrentou a re- cusa das monarquias ibéricas ee resisténcla francesa. A opiniao publica inglesa, sob a influéncia da pro- paganda anti-escravista de seitas religiosas, forneceu. ‘0 combustivel politico para a campanha. O combate 9s traficantes interessava, estrategicamente, 4 Coroa, era um poderoso insirumento para consolidar 0 ico nos mares. A presso da maior po- téncia mundial da €poca surtiu efeito, provocando 0 répido declinio do tréfico no Atlantico. Esse processo gerou atritos diplométicos e diversos incidentes navais entre 0 Reino Unido eo Império do Brasil, que susten- tou tréfico até a Lei Eusébio de Queiroz, de 1850. O tréfico interno resistiu na Africa durante todo 0 de Mogambique € Angola, até (os primeiros anos do século XX. Na verdade, @ escra- vvidao s6 foi suprimida no continente africano com | iimperialismo e a conquista colonial meércio escravista marcou duradouramente a Africa, As rivalidades entre ‘ribos-e-clas-e-os ressentimentos gerados pela caca, captura ¢ escravizagao de milhSes de seres humanos ainda hoje nao foram apagados Os atuais Estados africanos, cujos contornos emergi- ram da vontade das poténcias imperialistas européias, englobam etnias diversas, muitas vezes separadas pelo passado sombrio da comercializagio de escravos. Negociantes de escravos naa de Zanzibar, na atual Tanzdnia, na décade de 1880. 532 r 2. As fronteiras e os Estados Q Estado contemporaneo foi uma criagao da vilizacdo européia. Essa criagao foi “exportada” pe- las potencias européias para a América Latina, Nos Le XVIl. a colonizacao do Novo Mundo pelas poténcias mercantis européias criou os fundamientos para a posterior definigao das frontelras mactonais na América. Nos séculos XIX e XX, 0 nee ‘Jonialismo europeu tragou fronteiras politicas na Asia “ena Africa. As poténcias industriais funcionaram como ~cartdgrafos do mundo contemporaneo. criando fron: teiras politicas lineares em continentes onde existiam apenas limites culturais, étnicos ou lingiiisticos, ‘A partir do século XV, navios negreiros europeus passaram a competir com os comerciantes arabes, € as poténcias européias estabeleceram feitorias cos- teiras no litoral da Africa, Contudo, o vasto interior do continente continuou entregue As soberanias das reinos nativos, que chegaram em alguns casos a constituir vastos impérios de limites imprecisos. ‘Tudo mudou na segunda metade do século XIX. ‘As poténcias européias, em plena Revolugao Indus- ‘rial, pa: ca et ial mercadc érias-1 mi- nerais e vegetais. Nos paises europeus, a exploracao de novas terras acendia a imaginagao do puiblico. As Fonte: WESSELING, H.L Dvdr por dominer a partta da Afica (1280-1914). Roce Jato: UFRU/Revar 1998. 453 sociedades geogréficas organizavam-se para finan- ‘cfar viagens de exploracao na Asia ena Africa, As expedigdes mals célebres exploraram os grandes la- gos do leste africano, em busca das nascentes do rio eri sia~ Nilo e tiveram 0 patrocinio do governo britanico “e Africa por meio da exp: colonial e imperial. “Nos séculos XVI do Nove da Real Sociedade Geografica de Londres. ‘No plano politico, a expansio imperial aparecia como sinal de influéncia, poder e prestigio. 0 pensa- ‘mento imperialiste, nutrido pelas teorias racistas, _assegurava que o “homem branco” nao podia fugir ‘missio de civilizar as “racas inferiores”. A Africa foi retalhada em territérios coloniais a partir do Congreso de Berlim (1804-1885). Essa reu- nido, convocada pelo chanceler alaméa Otto Von Bis- marck, enyolveu quinze nag6es européias, além dos Estados Unidos. Ofoco das di 5s discussdes foram os s direi- tos de naveqacao e comércio nos rios Congo e Niger ¢ 0s problemas da partilha do continente africano. ‘O Congresso de Berlim nao dividiu 0 continente em colénias, mas fixou principios para evitar conflitos entre as poténcias.européias que se langavam & parti- ha da Africa, Na década seguinte, as poténcias apres- saram-se em estabelecer bases coloniais e tragar fron- teiras, a fim de garantir a soberania sobre os territéri- 0s que comegavam a ocupar. No inicio do século XX, quase todo o continente havia sido colacado sob a do- inagio politica das poténcias européias (ig. 4). Teorias racistas ‘O pensamente iluminista, baseado na rno;ao da igualdade natural entre os seres humanos, prvou aescravidio de | justiicativas morais e representou 0 | preludio das campanhas de opini8o | publica pelo fim do trfico negreiro. A rnogdo da igualdade natural entre os seres humanos também erguia um obstéculo ideolégico para o dominio imperial europeu sobre 08 povos asi Aticos e africans, | As teorias racistas, elaboradas no sé- culo XIX em bases supostamente c+ entifces, funcionaram como solucao | doproblema ideolégico. Se, no fim das | contas, @ humanidade dividia-se em racas superiores einferiores, o imper- alsmo podia ser justificado. © “horem branco’ seria portador de uma "mis: sto cilizatéria", que consistia em ele~ var os "negros" e ‘amarelos” acima da | barbarie Assim, as fraudes “cientficas’ racistas serviam a fins politicos clara- mente definidos. ORelno Unido e a Franca tornaram-se as potén- clas c s coloniais d dominantes. Os britdnicos estabelece- ram sua soberania pc r uma falxa praticam: lente con- | 2 Africa oriental. O sonho imperialista que esti- | Mulou essa configuragdo linear de colénias consis- | tia no projeto de uma ferrovia entre o Cairo, no Egi- | . to, €a Cidade do Cabo, no extn -extremo sulafricano-— | Os franceses concentraram suas colonias no | Magreb € na Africa ocidental e equatorial. A idéia | grandiosa de uma faixa colonial continua, mas na direcao leste-oeste, também animou o imperialismo |. ffancés. Os projetos britanico e francés entraram em | _Coliséo no Sudo e a questo do dominio sobre esse “erritério provocou uma amarga confrontagao colo- nial entre as duas poténcias, ortugal, Esp: ‘ocuparam territérios marginais. No centro do continente, desta~ | Gava-se o Congo, que no inicio do século XX deixou de | ser colénia privada, passando 4 soberania da Bélaice, | As poténcias européias produziram, na prética, | 2.aivisio politica da Africa, tragando fronteiras so- ‘bre espacos étnicos ¢ culturais dos quais pouco cp- | “Dheciam, Em alguns casos, as in re | polaram em acidentes naturals, como 9 curso dos | | los e lagos ou os divisores de aguas. Em outros, uti lizaram-se Baba roje- goes. cadura litordnea dos rios ou com base eta: pat Nas décadas de dominio colonial, as metrépoles européias tracaram divisdes administrativas no in- terior dos seus territérios na Africa. Tais divisoes ti- nham, quase sempre, funcdes préticas ligadas A dis- | trlbuicdo das forcas militares colonials ou ao con- Patice Lumumbs, der da lute de independéncia do Congo €| primeiro chefe de Estado do pais, no Conselho de Seguranca da ‘ONU em julho de 1960. Lumumba lego seria deposta 20r um selpe que, com 0 apoio de CIA, implantou e ditacura de Mobutu Sese Seke, Nas nagies da Afnce, a indapendéncia nem sempre representou a conquista da soberania, tole das cidades ¢ enclaves de mineracdo. Desse modo, 9s europeus inventaram territérios que nao tinham raizes nas experiéncias histéricas africanas, __ Os Estados africanos independentes, que surgi- ram no pés-guerra, herdaram as linhas de limites tragadas peles potéricias européias, Ainda hoje, as fronteiras africanas cornespondem, quase em todos os lugares, aos limites coloniais e administrativos europeus. Elas nfo correspondem & distribuicdo das _etnias ou dialetos das divers: 3.0 fracasso do Estado-Na¢ao No infcio da Segunda Guerra Mundial, o conti- nente africano exibia apenas quatro Estados inde- pendentes - Egito, Africa do Sul, Etiépia e Liberia, 5 dois primeiros tinham rompido a subordiniacao colonial 20 Reino Unido, A Etidpia era uma antiga monarquia cristé africana, que sofreu apenas uma fracassada tentativa de ocupacao pelos italianos, entre 1935 ¢ 1941, A Libéria foi criada, em 1822, por uma sociedade anti-escravista norte-americana, que estimulowa transferéncia de escravos libertos para Gas coldnias afticanas Em alguns casos, a inde- ocorreu na década de 1960. pendéncia for conquistada a partir de guerras emo- vimentos armados de libertacdo, que acabaram pro- vocando a retir: ordenada das poténcias-euro- ‘péias. A Franga concedeu a independéncia para qua- se todas as suas colonias na Afriea Subsaariana em 1960, conservando laos de coop. ragdo econ econémica, militar e cult ¢ cultural. Varias antigas colénias britanicas também alcangaram a independéncia por meio de negociagées. Entre os tiltimos pafses a alcangarem a indepen- déncia contam:se as col6nlas portuguesas de Ango- Ja, Mogambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde. Nesses paises, principalmente em Angola e Mogambique, tra- varam-se longas guerras dé libertaraoe-0 colonialis- ‘mo s6 termingu em 1975, Mas, nesses dois paises, a retirada portuguesa néo extingulu as guerras, que se desdobraram como conilitos etnotribais — O alicerce dos novos Estados africanos foi cons- tituida, quase sempre, pelo aparelho administrativo criado pela colonizacao européia. No momento das independéncias, 0 poder politico e militar transfé= riuse das entigas metrépoles para as elites nativas urbanas, que instalaram regimes autoritarios. Mui- tas vezes.essas elites representavam apenas um dos grupos étnicos do pais, marginalizando por comple- to as etnias rivals Entre os dirigentes dos novos Estados africa- nos, destacaram-se figuras politicas respeitadas © cultas, como Jomo Kenyatta, do Quénia, Julius Nye- Muftilados eguardam atendimento ‘no hospital da Cruz Vermela emacional, na cidade de Huambo, em Angola, em marco de 2000 Depcis ca independéncia, em 1975, Angole viveu mais de um quarto de século de guera dvi, O "pals dos ‘mutiedos’ apesar de seus vastos recursos natura tornou-se UM dos mais pobres do mundo. tava que os modelos geopoliticos de sucesso eram Estados de grandes dimensbes territoriais, COmooS Estados Unidos e a antiga Unido Soviética, e bus- _rere, da Tanzinia, Kenneth Kaunda, da Zambia e ‘Léopold Senghor, do Senegal. Contudo, mesmo nesses casos, as estruturas de poder nao surgiram de processos democraticos ¢ revelaram-se incapa- zes de superar as rivalidades étnicas e clanicas. Como resultado, de modo geral, a vida politica sempre é sobressaltada por sucessivos golpes de Estado e envenenada pela violéncia € corrup¢ao. No fim, Nyerere, Kenyatta, Kaunda-e-Senghor-tor- i ram os sonhos de di -acalentados nas_lu- tas de independéncia. AQUA € 0 pan-africanismo ‘A Organizagio de Unidade Africana (QUA) foi funds Seencigitiem Adi Abeba na Etiépia, como instituigéo de Cooperacao e segurana continen- fal, A nova organizacdo trazia no seu nome a sin- tese de um projeto geopolitico: a unidade dos po- vvos africands, por cima das fronteiras tracadas pelo ‘colonizador. Kwame Nkrumah, lider anticolonial e presiden- te de Gana entre 1957 ¢ 1965, notabilizou-se. como principal defensor desse projeto pan-afticano, cu- jas raizes remontam ao inicio do século XX. Nkru- mah denunciava 0 neocolonialisme e enfatizava que a verdadeira independéncia so seria alcancada pelo desenvolvimento econdmico. Essa meta, por sua vez, exigia a uniao dos africanos numa tinica grande nacao. O lider da pequens Gana argumen- Kuvame Kru wade Uwawt ia ‘cava inspira¢io na integra¢ao européia © pan-africanismo influenciou profundamen- te as liderangas das lutas anticoloniais mas, depois, nao conseguiu moldar a politica externa dos Esta- dos africanos. Na conferéncia doCairo,jeny 1964, > a OUA adotou o principio da intangib dade-das fronteiras politicas do continente e a idéla da u dade africana regrediu 4 condicao de mero exerci- cio de retérica._ “Os lideres dos Estados africanos representam, ‘em sua imensa maioria, elites étnicas tribals cujo poder estd ancorado nos aparelhos burocraticos “jnlitares dos Estados impostos pelo colonizador. As- Sim, a conservagao desses Estados ¢ do interes _das elites que controlam 9 naderpalitico. Além dis- 0, oreconhecimento das fronteiras.criadas pelo co- lonizador era uma atitude realista, pols sua contes- tagdo poderia acender o pavio de incontaveis guer- i Neocolonialismo Kwame Nirumah defini 0 neocoloniasmo como © | ging eee nee gendes poténcas so | “Fre 0s Estados aicanos teoicamente soberanos. De {ato, apos as independéndias, as antigas metopoles | | consewaram forte infutnca sobre os noves Estados. | Geea influgncia se exercey. © em muitos casos ainda | | _Seezece, por méo de aude fnancea, da cooper | worrare devas: epenas decomece esl O principio adotado pela QUA surtiu efetto. Qua~ tro décattas apés wonds das independéncias, as fron- teiras africanas experimentaram poucas mudancas. Mas 0 preco cobrado pela relativa estabilidade exter- na é a instabilidade interna: por ‘Subsaariana pipocam conflitos étnicos ¢ tribals, A vi- otencta politica re guerra” apoiados em grupos tribals mantém milicias armadas e controlam parcelas do-territério nacional, ignorando tendo o poder central. Os conflitos etnotribais A. Guerra Fria teve impacto significativo na evolu-_ sao politica dos Estados africanos. No quadro da riva- lidade bipolar entre as superpoténcias mundiais, os novos Estados independentes foram levados a alinhar- | se com os Estados Unidos ou com a Unido Sovietica. A Africa do Sul, o Zaire fatual Repiiblica Demo- cratica do Conga} e a Nigéria perfilavam-se com Washington, Angola e Mogambique segulam Mos: cou, combatendo guerrihas financiadas p Shington. No Chitre da Atrica,a-Btiopia recebeu_ cubanas no conflito com a inimiga Somalia, que era Sustentada pelos Estados Unidos. Depois, Etidpi Somélia inverteram seus alinhamentos, ~~ As poténcias européias perderam parte de sua influénGia, mas ndo desapareceram de cena, A Fran- 2, em especial, engajou-se ativamente numa pol ca de sustentacdo de regimes africanos aliados. Na maior parte das suas antigas coldnias, Paris conti nuou a funcionar como referéncia geopolitica, sus- ientando o sistema monetério do franco africano e “enviando tropas para proteger ditadores em peri 0. | ‘Arecompensa das poténcias as elites dirigentes africanas consistiu no financiamento externo dos aparelhos administrativos e militares, que assegurou © poder dos regimes politicos eo fim da contesta¢o interna. Por essa via, sistema internacional da Guer- ra Fria gerou modalidades especificas de neocolo- Bialismo, inserindo os Estados africanos mvesteras de influéncia que pouca relaco mantinham com os dllemas reals da Africa. err Guerra Fria mudou todo 0 A Africa Subsaariana tprnou-se, de modo al, irrelevante para as grandes poténcias. As prin- pais Fontes e; to secaram. ‘05 governos africanos perderam a cap: lar a contestacao étnica pela violencia, Na ¢ -se as guerras civis african A encruzilhada africana Accrise africana tem raizes politicas e devastado- ras conseqiléncias econdémicas. A esséncia do pro- blema é a faléncia dos Estados. Em diversos paises, o Estado na utar O conjunto da soci- vastas regides do territério. Conifitos entre clas ge- ram inseguran¢a permanente, impedindo a unifica- ao do mercado interno, As secas secas € as inunda¢des tém conseqiléncias tra- gicas, Mas a fome quase nunca é resultado, exclusi- vamente, de uma. uma catdstrofe natural. As crisé »s de fome ocorrem, naimensa_ maioria 1 das vezes, quando aca- ‘tdstrofe natural coil ja das estrutu- ras de poder poder politico, O colapso do Estado, geralmente provocad confliosarmadas. dasestatura os sisters dot portes, desorganiza as redes 2 populagbes que per 1. Nesses casos, ‘as populagdes fa famintas procu ram = se deslocar para as Cidades ou para outras regides, ia Refugiados internos © conceita derefugiad®S apicase, vadionalmen- te, @ populacdes que, expulsas de seus locais de residéncia 90° guerras ou perseguicbes, aravessam fronteiras polficas e se instalam €m_palses- estan (Beitos. Os refugiados reso ‘sd0 populagdes que fe vansferem em massa de sues das Ge ofgem _tha5 no cruzam fronteiras internacfonals.Essas po- Pulagbes sobrevivem, basicamente, da ajuda | emergencial fomecide por agéncias publicas inter- | facionai ss humanitrias Campo de refugiados dos confitos étnicos de Derfur, no Sudo, em ure Casson, no Chad, em agosto de 2004 O fracesso dos Estados evidencia-e pelo pader dos “Senhora da quer’, que phar as econorias regions = conduzem gueras cvs permanentas | As guerras étnicas apresentam-se como fend- ‘menos crénicos em varios paises da Africa Subsaa~ riana. A vida politica da Eti6pia foi envenenada, du- rante décadas, pelos comlitos com diferentes movi- mentos separatistas. O maior deles, desencadeado pelos muculmanos da Eritréia, travou uma guerra ide duas décadas conira 0 Estado etiope, até a se essfio. No auge desse conflito ocorreram prolon- gadas crises de fome. No Sudao, desde a independéncia, em 1956, até 2004, desenrolou-se uma guerra cro inica entre os “‘muguimanos do norte, que controlam 6 poder de Estado, cristéos do sul. Ent 1993) morreram de Tome cerca de 600 mil refuglados Internos, Fugit vos dos combates, Em Uganda, entre1971 e 1985, a violéncis um sald 5. Em 1979 e 1980, o pafs conheceu uma devastadora crise de fome. ‘Uma das maiores tragédias africanas ocorreu em Ruanda. Nesse pequeno pais, que conheceu até 1962 ‘Opoder colonial belga, um conflito entre os cipais grupos etnoculturais desenvolve-se, odos de maior ou menor violéncia, desde @ indepen- déncia do pais. Em 1994, um: massacre da minoria| ‘promovido pelos hutus, deixou cerca de um ‘de mortos ¢ mais de dois milhdes de refugiadas. 7 ‘A Africa libertou-se do jugo colonial mas nao conseguiu erguer Estados nacionais verdadeiros. Ung Afccame A fee Sistema do apartheid A Africa do Sul tornou-se independente do Raino Unido ern 1948.0 regime de minoria branca do novo pals corsolidou e arn | elels de segregacac racial existentes, criar Go datema do qpartd, Esse sistema pt | vava a maior negra de direitos palticos ¢ pete space teoralmente cen , continando-os em $s etnotribais ‘(Ganustoes). Arrevolta politica contra o apartheid iniciou- se na décade de 1960. lsolado intemacio- “ralente efustgado miememenis-o | ede minoria br lapse | no inicio da década de 1990, As primeiras, eleigdes multiraciais do pais, em 19! _cerraram 0 aparthed € nauguraram 2 < _mocracia n Neon Mandela em campanha para a presidénc ais. 1994, Sua wtb iniciou uma nove Pistia na Anca do Sul e reitlzow Esse 60 desafio politico que as sociedades africanas enfrentam atualmente. Sua superacao é a condigao indispensével para a estabilidade politica e 0 desen- volvimento econdmico. Durante muito tempo, faltou a Africa um capaz de assumir o papel de lideranga politica. A ‘Africa do Sul, de longe o pais mais rico da Africa Subsaariana, nao podia exercer essa fungao, pois vi Oestabelecimento dademocraciana Africa do Sul abriunovas possibilidades politicas para toda @ Afri- ca Subsaariana. Depois dos primeiros anos de reor- ganizacao interna, a Africa do Sul passou a atuar mals intensamente na mediagao de conllitos entre palsts africanos e despontou como lideranga do continente. Em(2003,s0b patrocinio su-africano, realizou- se a ultima Assembléia Geral da QUA. Nessa confe- réncia, a velha organizacao transformou-se na Unido Africana (UA), A principal iniciativa da nova orga~ “nizagdo foi a criaga ze Segu- ranga, com poderes para intervir em conflitos étni- cos e prevenir enisddios de genocidio. ‘A UA nao representa, por si mesma, uma solu- go para a encruzilhada africana. Mas sua criagao Teflete a consciéneia de que a solugdo para @ tragé- dia social e econémica na Africa Subsaariana depen- de, antes de tudo, da paz € da construgdo de institul- gdes democraticas no continente. he tune Comer & Ley abhwces dates pre covfplten jada Afnea do Sul, em esperancas por todo o continente. | rR TEER PTET TON er emseenconeeanesia ® Revendo o capitulo 1. Conceitue Africa do Norte e Africa Subsaariana 2. Estabeleca uma relacdo entre 0 tréfico de escravos e 2 evolugdo demogréfce da Africa Subsaariana "As fronteras na Africa nBo séo fronteiras aficanas" ) Explique essa afirmacao. b) Relacione esse fato com a instabilidade poltica crd- nica na Africa Subsaanana, 4. Relacione as grandes crises de fome na Aftice ao fa- casso palltico dos Estados africanos. ® O capitulo no contexto 5. Discutindo a erradicacdo da escravidao na Arica, 0 ge6- grafo Yves Lacoste escreveu’ “De fato, € a conquista colonial européia do século XIX e do inicio do século XX que coloca um termo as grandes cagadas ao homem e foram os princi- pais aparelhos negreiros que opuseram a resistén- cia mais tenaz a essa conquista. Enquanto a domi- nago colonial européia desde o século XVI até 0 inicio do século XIX recorreu largamente ao tréfico de escravos negros — em especial na América e nas Antilhas — a colonizagao européia oficial na Africa, desde meados do século XIX, foi antiescravista,” LACOSTE, Wes. Glepcsgues interes en Aequ o Hévodt. ers: a Décbuvee, 1987p 1E19, © autor demarca duas etapas historias distintas das relactes entre Europa e Afnica Subsaariana, Identifique essas etapas. 6. Leia o texto seguinte “Embora o periodo colonial na Africa] fosse breve, ele ps em movimento ou acelerou virios desdobra- ‘mentos cujos efeitos podem sentir-se até hoje. (..] 0 serdadeiro fendmeno novo foi politico: a partilha da Africa expropriau os afticanos de sua soberania. [..] O desenho do mapa politico da Africa foi esbogado na seqiiéncia da partitha da Africa. O nimero de enti- dades politicas na Africa pré-colonial foi calculado conservadoramente em pelo menos dez mil, Essas reduziram-se com a partilha &s poueas dezenas que conhecemos hoje. Nesse sentido, a divisio da Africa revelou-se de grande significado histérico.” SEUNG HL Ooi ore domino: a para de Mica 1880-1914 Re de rev UFR/Reven 1938 p46 Discuta algumas repercussdes atuais desse processa de reorganizacdo radical do mapa da Africa. 7. Apresente os principals fatores responsdveis pela ins- tabilidade politica que caracterza 0 continente afice- no, expressa no mapa seguinte, [res a Suenac Sve cuseparss us cause ara oe FisSee seas pap. ako lemigecnisaac snes Boho 3 cn comuagse 1 Goes de Erase 2 insure Fonte: LENMARCHANO, Prilppe (Org), UAiue et PEurgpe: files du Xt sede Pans: Edttones Complene, 1996 p, 57 B. Otero seguinte, eszito em 1910, ¢ de Jules Harmand, Lum dos principais defersores do colonialisma francés na Affca “E necessirio, pois, aceitar como principio e pon- to de partida o fato de que existe uma hierarquia de ragas ¢ civilizagdes, ¢ que n6s pertencemos & raga e civilizacdo superior, reconhecendo ainda que a superioridade confere direitos mas, em con- trapartida, impde obrigagdes estritas. A legitima- gio bisica da conquista de povos natives € a con- vicgdo de nossa superioridade, no simplesmente nossa superioridade mecanica, econémica e mili- tar, mas nossa superioridade moral. Nossa digni- dade se baseia nessa qualidade, e ela funda nosso dircito de dirigir o resto da humanidade.” (Caco ern ShD, Edaerd ¥é Curae impenaisme $40 Fado: ‘Cempantia das Letan, 1935p 48 Com base nesse texto, mostre as relecoes entte o “recismo cientlico” elaborado no século XIK e a colo: riza¢do da Africa pelas poténcias européias. Bi Lee GUINE EQUATORIAL (> Lo ve Fonte: Munda = Geogrotia © Polticaitemacioral, 3, main de 2000, p12 1. ANNigétia€ 0 pais mais populoso da Africae abriga mais de 200 etnias, Tes delas — ts hauses, 0 bos eos iorubas — perfazem cerca de dois tercos de populagto total. Por que @ Nigétia forma um Gnico pats? 2. 0s hausa s2o predominantemente muculmanos, enquanto os ibos professam, na sua maiotia,o erstianismo. Elabore, 2 partir do rape, uma hipétese pare explicer essa diferencacdo cultural ereligiosa 3. Lagos foi a coptal original de Nigéria, Décades apes a independénca, a captal fol transferida para Abuja. A partir do mapa, elabore uma hipdtese para explicar por que a primeira capital da Nigéria independente foi Lagos. 4. A Nigéria € um pals muito pobre, mas algummas areas itoraneas recebem impor tantes investimentos de empresas vansnacionais de pet‘éleo. Procure relacionat fesse fato com os projetos de secessdo alimentados, periodicamente, pele elite poltca dos bos. isos ~~ | EE earn nausea ans Jowres auses sencoe __ | Ep areas es Os arquipélagos do trafico de escravos “Se alguém olhar atentamente para o mapa da Attica, notara que a costa é pontilhada de ilhas, Algumas sio tio pequenas que somente estfio marcadas em cartas de na- ‘vegaco muito detalhadas, mas hé outras suficientemen- te grandes para figurar em um atlas comum. [..] A quantidade de ilhas e arquipélagos € tao grande que nos faz imaginar que, no caso da Africa, 0 ato da criagao se deu de forma negligente, inacabada, e que tudo ‘oque vemos agora e que constitui o continente tangivel é tao-somente uma Africa geolégica emersa do oceano. O resto estaria submerso, sendo as ilhas 03 cumes das mon- tanhas emergindo das éguas, se fendmeno geol6gico teve conseqiiéncias histéri- cas, pois por muito tempo a Africa foi, simultaneamente, tentagdo e terror. Incutia medo nos estrangeiros, era des- conhecida e indomédvel. Foi defendida durante séculos pelo pesado clima tropical, pelas entio incurdveis doen- as (maléria, varfola, doenga-do-sono, lepra etc.), pela falta de estradas e de meios de transporte ¢ também, freqilentemente, pela resisténcia de seus habitantes. [...] Entretanto, a Africa também seduzia; atrafa com a ‘miragem das grandes conquistas ¢pilhagens abundantes. [..J Ainda na primeira metade do século XIX, a maior parte dos europeus que se aventuraram pela Africa mor- reu de maldria; contudo, muitos sobreviventes retornaram depois de fazer répidas e grandes fortunas com tréfico de ouro, de marfim e, acima de tudo, de escravos negros. Para isso, as dezenas de ithas espalhadas ao longo da cofta foram de muita ajuda a navegadores, negociantes © [gatos de todas as nacionalidades. Elas tomaram-se pon- {Jos de atracagao, baluartes, embarcadouros, feitorias. Antes ‘de tudo, sfo seguras; localizam-se longe o bastante dos afri- 10s para que eles passam alcancé-las com stds tovcas “embarcag6as feitas de troncos de arvores excavados a fogo, e o continent para Dialogando com o texto 1. Com a ajuda de um atlas, identifique pelo menos cinco arquipélagos préximos & costa africana Por que, como observa o autor, as ilhas peque- fricana no aparecem em atlas co- muns, mas apenas em cartas de navegagao de- hadas? 3. “tudo 0 que vemos agora e que constitul 0 con- tinente tangivel é tao-somente uma Africa gealogi- ca emersa do oceano, O resto estaria submerso, A uilidade dessas ilhas eresceu principalmente na época do comércio de escravos, jf que muitas delas fo- ram transformadas em campos de concentrago, onde os escravos eram aprisionados ao aguardo dos navios que ‘0s levariam para a América, Europa ¢ Asia, [ue] © tréfico de escravos causou [..] efeitos psicolé- gicos danosos. Envenenou as relagdes entre os povos da Africa, desperiou dios e multiplicou guerras. Os mais fortes tentavam conquistar os mais fracos para oferece- Tos no mercado. Os reis vendiam seus siditos; 05 vitorio- 505, seus prisioneiros; os tribunais, os condenados, A escravatura deixou na psique dos africanos-« mais profunda e a mais indelével das marcas: 0 complexo de inferioridade. Eu, negro, sou aquele que v traficante bran- co pode seqiiestrar do lar ou do campo, acorrentar, em- barcar num navio, vender e, depois, obrigar a um traba- Iho infernal, sob a ameaga de chicotadas.” kapusanis Rystard Ebaro: mira ida ne Mic, Sto Palo CComparhia dat Lebes, 2002. 38 Porto na tha de Gores, na costa do Senegal em 2003. Esse porto ‘ conhecido pela grande volume de comerco de eseraos erie os steulos ie YM, do das éguas’ Explique essa passagem, usando os | conceitos de transgressdo © regresséo marinha. | 4, Bxplique as funcdes geopoliticas desempenhadas | pelos arquipélagos proximos & costa na conquista e pilhagem da Africa, | 5. Por muito tempo, os europeus permanecerem nos arquipélagos ou na oflalitoranes africana. Quando f ddefiagreda a conquista imperial do intetior do cont- niente? Quais foram as consequéncias geopoliicas dese processo? Narrativas historicas e geograficas O texto seguinte € de autoria do gedgrafo ¢ jomaliste isaelense Meron Bervenist, O autor ocupou 0 catgo de vice-prefeito de Jerusalém entre 1971 e 1978 @€ coluniste do jormalisraelense Haoret. O texto fol extraido da sua obra Sacred landscape ("Peisagem sagrada'), que revela e discute a estatégia de produczo cde uma “paisagem judaica’, no luger da ‘paiseger arabe’, conduzida pelo Estade de Israel na Palestina, David Senvenisti, pai do autor, gedgrafo e cartdgrato de prestigio, participou da comissdo que, ¢ partir de 1949, cou os mapas oficias istaelenses. O jovem Meron, sionista e pioneiro de Israel, acompanhou-o em vatias viagens cartograficas. “Este lio ¢ sobre minha problemética peisagem intema, tanto quanto sobre a torturada paisagem da minha tera natal, escreveu na Iniroducéo. “No dia 18 de jutho dé 1949, um grupo composto por nove académicos, bastante conhecidos nos seus campos de conhevimento de cartografia, arqueologia, geografia ¢ hist6ria, reuniui-se no escritério do primeiro-ministro em Tel Aviv. Todos eram antigos colegas que haviam colaborado na produgo de mapas ¢ projetos coletivos de pesquisa, ¢ todos eram associados a Sociedade de Exploracdo de Israel (SED), 5 L..1 Embora similar a érgiios de pesquisa geogritica ativos em diversos pafses, a SEI era singularmente repeitada pela opinio pablicajudaica, para a qual seu prestgio ¢ influéncia assemelhavam-sc aos da Sociedade Real de Geografia durante a era v do imperialism titnico [..] Assim como a Sociedade Real de Geografa, pot meio de suas pesquisas ¢ expedigées no interior da Africa e no coragao do Canad, expressou o desejo britini- co de conhecer 0 mundo com a finalidade de anexi-lo ao império, a SEI articulava a ambigdo “desenvol gar 0 estudo da Patria, sua hist6ria ¢ pré-histéria, enfatizando a questo. da implantagao humana e da cone) rica entre.0 Povo de Israel e [el Imbuidos por esse senso de missd0, 0s nove académicos responderam com entusiasmo ts convo- ceacées do secretirio do gabinete de Israel que, em nome do primeiro-rministro David Ben-Gurion, 03 constituiu como o Comité para a Designacao de Nomes de Lugares na Regito do Neguev (da por diante, 0 Comité de Nomes do Neguev, ou CNN). Apenas quatro meses antes, o exército de Israel tinha consolidado seu controle sobre as vastas extensdes do Neguev e Arava—mais de metade da rea do recém-fundado Estado [..] A tarefa do novo comité era de “determninar nomes hebreus para todos 0s lugares ~ montanhas, vales, nascentes, camintios e assim por diante ~ da regido do Neguev’ (Os nove niio indagaram sobre 0 que movia © primeiro-ministto ~ ocupado como estava pelos ‘momentosos problemas de um Estado que acabava de emergir do ciclo de guerra ¢ morte ¢ tinha absorvido ondas inéditas de imigracio— a se preocupar, pessoalmente, com os nomes de obscuros acidentes geograficos. Eles entendiam a importincia da tarefa que Ihes fora conferida por Ben-Gurion [o]. Também nao solicitaram qualquer explicagio do significado da eriagio de um mapa hebreu RI Acsentariento judico de ‘in Hashoiat na Palestina en 1943, Os imigrantes ‘argarizados sob a bandeira do Movimenta Soonista estabelecam os dicerces do Estado de brael oficial do Neguev e Arava, A cartografia e 0 estabelecimento de nomes de lugares eram seus campos profissionais ¢ eles sabiam que esse empreendimento em particular nZo era nem um simples exerci cio técnico nem um mero trabalho de pesquisa ~era umm ato de apropriacdo: ales tinha sido conferida a missdo de esbogar 0 designio de soberania sobre mais de metade do territ6rio israelense. [...]A produgdo de mapas f..] € uma atividade de significado politico supremo — um meio para fundamentar as reivindicagdes de quem ctia os mapas e embasar seus valores sociais € simbélicos, envolvendo-os num manio de ‘objetividade cientifica'. Mapas so geralmente julga- dos em funcéo da sua “precisao", ou seja, 0 grau de sucesso com que conseguem representar a paisagem morfoldgica ¢ a sua cobertura ‘humana’. Mas os mapas apresentam uma realidade ficeional que difere de outros tipos de material impresso apenas pela forma. Fronteiras tragadas ‘no mapa, a representagdo.detalhada de-certos-acidentes-e-a-omissao de. outros, a selecao de {cones convencionais [..., a exibigio do tamanho relativo de lugares habitados e especialmente a escolha de nomes para aspectos da paisagem ¢ para as implantagdes humanas ~ cis, de fato, 0 vocabuldrio com o qual a ‘literatura’ dos mapas (ou a sua ficgo) é escrita.” BEWVEMSTY Meron Saced ondsope the buried hit fhe hl lr since 1368, eleyLes Angeles: Lnmersty of Calfoia ess, 2000p. 1-13, i Painel comparativo A finalidade do projeto de trabalho ¢ comparar duas narativas sobre 2 Palestina contempordnea, ou seja, sobre a regido que atualmente abrange o Estado de Israel e os teritérios palestinos. Uma delas € 2 natrativa israelense, ou seja, a interpretacto histérica e geogréfica ofc sobre a formacao do Estado de israel. A outta ¢ a narrativa palestina, ou seja,ainterpretacao da lideranca poltice do povo palestine sobre 2 formagao do Estado de israel Esse comparagdo pode ser conduida pela mantagem de um painel, constituldo por terto, figuras, mapas e fotos. O roteiro seguinte ¢ apenas uma sugestdo de desenvolvimento do trabalho dos grupos de alunos. Compete 20s professores envolividos no projeto organizar 0 roteiro que seré realmente seguido. 1 Andlise do texto apresentado, de modo a esclarecer o sentido ideoldgico que podem ter os docu: ments histéricos e geograficos 2 Orgerizaco de uma linha do tempo, sintetizendo 08 fatos principais no proceso de formacko eopoltica da Palestina contemporaine. O pono de partida da lirha do tempo pode ser a Decara- Balfour, de 1917, eo ponto de chegade, @ morte do cingente palestine Yasser Arafat, em 2004 3. Andlise certografica da evolugdo geopoltica da Palestina, desde o Plano de partiha da ONU (1947) até a situacdo atual 4 Identiicagdo e endlise de narratva israelense. A narrative oficial israclense aparece em documen: tos (textos histéricos, mapas etc) do Estado de Israel, que podem ser conseguidos em instuicdes polftcas e culturas israelenses ou em sites ofcais na Internet. Uma sugestao € consulta o ste da Embaixada de Israel no Bras [np://brasiia ma gov} 5. Identiicagéo e andlise da narrativa palestina, A narrativa oficial palestine aparece em documentos (textos histdricos, mapas etc.) da Autoridade Palestina (AP) e da OLP, que podern ser conseguidos. em instituigdes polticas e culturais palestinas ou em sites da AP e da OLP ne internet. Uma sugestio € consultaro site da OLP no Brasil [htto:/Awapalestinat.combr/] 6 Montagem do painel. As informagées ¢ andlses dos grupos dever ser discutidas ern conjunta, de modo que se possa estabelecer a comparagtes significativas entre as duas narrativas. No painel, trechos de textos historicos confitantes padem ser colocados lado a lado, com destaques @ and- lises. 0 mesmo procedimento deve ser adotado em relagdo a mapas, figuras ¢ fotos. owtpane 1 ‘ALINGUAGEM DA GEOGRAFIA caviruio 1 | A produg8o do espaco geogréfico 1. (Unicamp-$P) Estdo reproduzidas abaixo duas gravures (retadas de Leonardo Senevolo, Misti da cidade) que representam uma cidade cisté em 1440 e em 1840. a ae joes a) Identiique as principais alteragdes ocorridas ne pai- sagem b) Explique por que essas alteractes acorreram. 2. (Enem-MEC) DOCUMENTOI O cOmputo da Idade da Terra iagfo até 0 Dikivio: 1656 anos Do Diivio até Abrado: 292 anos Do Nascimento de Abraio até Exodo do Egito: 503 anos Do Exodo até a construgao do Templo: 481 anos Do Templo até o Cativeiro: 414 anos Do Cativeiro até o Nascimento de Jesus Cristo: 614 anos Do Nascimento de Jesus Cristo até hoje: 1560 anos dade da Terra: 5520 anos DOCUMENTO I Avalia-se em cerca de quatro e meio bilhdes de anos a idade da Terra, pela comparagio entre a abundin- cia relativa de diferentes is6topos de urinio com suas diferentes meias-vidas radiativas Considerando os dois documentos, podemos afitmar que a natureza do pensamento permite que a datacéo da Terre € de natureza 2) cientifica no primeiro e magica no segundo. ) socal no primeira e paitica no segundo. ©) religiosa no primero e cientfica no segundo. 4) religiosa no primeito e econdmica no segundo. ) matemistica no primeiro e élgebra no segundo. 3. (UFERI) A revolucdo tecnolégica dos meios de transpor te ocasionou 0 chamada "encalhimento do mundo’ -Amaitae rts vleaoe das saruagere FES F ‘Govan avoavosevapy sev “eye CCHARVEY,D. A Conde pessmederna A esse respeita, pode-se afirmar que: a) a aboligdo de berreiras espaciais permitiu o livre flu xo de populagbes, sobretudo em funcdo do acesso ao mercedo de trabalho, em diferentes regiées do planeta b) 2 amplacio do intercambia de informagaes entre ¢i- ferentes poves e regides do planeta promoveu uma Unica e hamogénea aldeia global de trocasigualitaias; ©) a reducio do tempo de desiocamento entre os luga- res fol fundamental para 2 expansto plenetéria da producdo e circulagdo das mercadarias sob a égide do cepitalismo; 4) as possibiidades de comunicacdo entre as nagOes fe ciltaram os acordos comercials e financeiros que re- duziram as diferencas econémicas entre os palses; €) 0 avanco técnica na infrarestrture de circulacéo lo- calzada no Hemisfério Norte instaurou o livre-comér- cio entre os palses desenvolvides. ee ee 4, (UFRN) O texto ebaiso expressa 2 relacdo entre ¢ sobe- tania do Estado-nacdo e 2 globalzecso. “A soberania nacional 6 o fundamento politico e ju- ridico da autoridade do Estado. £ ela que respalda 0 dominio sobre determinado territorio ¢ permite aos representantes de um pafs dar a iltima palavra sobre qualquer assunto [..]- A globalizagao, porém, nio iré extinguir a soberania nacional e apagar o Estado do mapa-miindi, pois ele continuaré existindo com funedes importantes, in- cluindo 0 exerefcio da soberania territorial. E 0 pro- cesso de globalizagao pode mesmo fortalecer a s0- berania estatal, incentivando outras formas de atua- 20 do Estado: o Estado-regulamentador, 0 Estado- mediador ete.” BRIGAGK, C e RODRIGUES, C. Glbalopta a aha nu ‘9 mund conectado, Sto Paul: Nodera, 1538 p. 22 Considerando as idéias apresentadas no texto, pode- mos afirmar que 2) 0 estabelecimento de taifas aduaneiras se constitu ‘em mecanismo eficez ne intensificac3o dos fluxos de mercadotias entre os Estados-nacéo. ) a atuacto das empresas privadas nacionais enfraque ceo poder estatal, sobretudo nos palses do Sul ©) 2 formagdo de blocos econdmicos preserva a unida- de nacional, reduzindo as pressbes exercidas pelas grandes corporacdes dos paises do Sul. d) 2 formacio de blocos econémicos supranacionais se dé por meio de negodiactes entre Estados nacio- nais soberanos. cxviuco 2 | Interpretando os mapas 1. (Unicamp-SP) O historiador Jacques Le Goff assim des- creve um atias de 1574 “Em posigdo proeminente encontramos # Europa (..) Estd retratada com vestes de soberana, com coroa € cetro, e segura um globo imperial (...) A esquerda uma princesa oriental omada de jéias (...) personifi- ca.a Asia das especiarias; em frente, do outro lado, 2 Africa tem o aspecto de uma negra pobremente ves- tida (...) A América reeonhece-se na mulher impu- dicamente nua (...) coma cabega de um homem sen- tado na mo (...) a indicar que se alimenta de carne humana (...) na ignordncia de qualquer forma de corganizagao civil e politica. Ao lado esté uma cabe- ga feminina que se ergue sobre um pedestal, a Oceania, justamente privada de corpo porque 0 continente austral era entéo quase completamente “terra incdgnita’” 2) Interprete, do ponto de vista da cultura européia, as imagens dos continentes que compdem o ats. ») Explique, 2 partir dos seus conhecimentos, 0 petfo- do histovico a que pertence 0 atlas de 1574. 2. (Unesp) A figura representa o palco de guerra entre 2 coalizdo Angio-Americana e 0 lraque. Fonte: Veo, 2 abs 2003 Usando as referencias contdas na figura e consideran- do que a distancia entre o centro de Bagdé e 0 limite do titimo drculo fosse de 5 cm, identiique que escela co mapa tera a) 1:160 000 009. b) 1:53 000 000. ©) 1:20 000 000. ) 1:15 000 000. e) 1:3 200 000. 3. (PUCSP) “Em margo 0s ciganos voltaram. Desta vez traziam um éculo de alcance e uma lupa do temanho de vm tambor... Sentaram uma cigana num extremo da al deia ¢ instalaram 0 éculo de alcance na entrada da ten- da, Mediante pagamento... 0 povo se aproximava do culo e via a cigana a0 alcance da mao. ‘A ciéncia eli- rminou as distincias’... ‘Dentro em pouco o homem po- Gera ver 0 que acontece em qualquer lugar da terra, sem sair de sta casa" (Cabrel GARCIA WARQUEZ Cem Anos de Soda. 2.8} Considerando a previsdo da personagem pode-se af- mar que 2) as imagens de satdltes artificais possiiltam visdes regulates do planeta, logo dos terttérios dos pafses, porém, a maior parte dos pafses (camo o Brasil, por exemplo) nao tem acesso a elas. b)os satdlites produzem imagens da Tera € elas s80 acessiveis & maiotia dos paises, entretanto, elas n80 petmitem visualizar com quelidace as reas mutto edificadas como as cidades, que S20 05 lugares mais plenos de acontecimentos. ) com os satdltes, 0 planeta esté quase em sua inte- : gralidade sob o oiher humano. As imagens sao regur leres e oferecem, entre outras possiblidades, a de acompanihar a evolucao de lavouras e de prospectar | miners. 4) os satéltes baratearam 2 ponto de permite que qua- : se todos os palses os tenher (como as da América do Sul, pr exemplo), fazende do uso das imagens 0 principal instrumento de viglancia cotidiana dos ter- ‘it6rias e, em especial, das fronteiras. ) embora as imagens de satélte representem um aver 0 na monitoracao da Terra, devido as enormes dis- tncias de onde elas so obtidas, hé a impossiblida- de de captar véios aspectos importantes da dindmi- ca da superiice terresire em geral 4, (EnemMEC) Um grupo de pescadores pretende pas- i ser um final de semana do més de setembro, embarca- do, pescando em um rio. Uma das exig&ncias do grupo que, no final de semana 2 ser escalhido, 25 noites estejam iluminadas pela lua o maior tempo posstvel. © t ‘A figura representa as fases da lua no perlodo proposto. Considerando-se as caracteristicas de cada uma das fa ses da lua e 0 comportamento desta no periods cel- mitado, pode-se afirmar que, dentre os fins de semana, j © que melhor atendera as exigéncias dos pescadores cortesponde 20s dias | a) 08 € 09 de setembro. b) 15 € 16 de setembro. 6) 226 23 de setembro. 4) 29 € 30 de setembro. €) 06 € 07 de outubro. TBC RISO RAG FERREIRA, Grea M Lemos Atos gecgrtfin: espero munca Sho Paulo: Modera,1998. 4 cape. (Adaptace) © véo de uma companhia aérea saindo de Sao Paulo com destino a Rio Branco realiza varias escalas: @ pr- ‘meira em Belo Horizonte, @ segunda em Brasfl, @ter- ceira em Salvador e a quaria em Belém. A direcdo € 0 fuso hordtio dos percursos realizados indicam que no a) primeiro percurso a direcdo € noroeste, € todo 0 tra- jeto € realizado dentro do mesmo fuso b) segundo percurso a dteséo € nordeste © possu dife- renga de uma hara em relacdo ao primeito percurso, €)terceio percurso a directo € nordeste e possui die: renca de quato horas em relagdo ao meridieno de ctigem. ) quarta percurso @ direcdo & noroeste e possui dife- renca de trés horas em relaco a0 Meridiano de Greenwich. e) quinto percurso a direcdo é sudeste, e 0 trajeto ¢ realizado em trés fusos diferentes. ‘untpade IL A GEOGRAFIA DA NATUREZA cariuto 3 | Geomorfologia e recursos minerais 1. (Fuvest SP) “Uma seqléncia de rochas similares en- contra-se na Africa, América do Sul, India e em ou tras terras emersas, no Hemisférto Sul. As rochas sto principalmente de origem continental e indicam que, ‘quando se formaram, as terras do hemisfério sul eram parte de um mesmo supercontinente” (adaptado de Eicher, 1969) O maps represents a posigdo eprovimada dessas mas- 25 continentais no final do Perlodo Jurdssico. Fonte: Adapiado de Pritchard, 1973, O texto 0 mapa fazem referéncia ao supercontinente chamado: a) Avalénia b) Laurdsia ) Eurdsia 4) Gondwana e) Atantide xv (Unicamp-SP) A sequéncia de mapas representade a 4) Por que as placas tectinicas se movimentam? b)O temrtério brasileiro & ceracterizado pela auséncia de processos vulednicos atuais, emibora haja evidén- Gas de artigos vulcbes ¢ extensos campos de lavas eruptivas. Por que houve a ocorréncia de vuledes © de campos de lavas eruptvas? ©) Como a dindmica das placas tectOnicas pode interfe- rina distbuigo biogeogifice de anirnas terrestres? 3. (UFPI) Sobre a crigem e formacdo das rochas igneas, ¢ verdadero afitmar que a) se formam em camades dispostas horizontalmente, com permeabilidade e porosidade bastante elevadas, b) se formam em decorréncia de deposigtes de of gem hidrica, 8 exemplo do calcério e do arenit. 6) se otiginam da transformacao do magma devido as altas temperatures destacando-se, entre eles, 0 car vio mineral eo argo <) tém sua origem vinculada ao intemperisro quimica 2.20 aclimule de sedimentos nos furdos dos vales. €) resultam da solidficagio do magma, podendo ser intrusiva (grarito) ou extrusiva (basalto) 4, (UFSI-RS) Analise 2 figura que correlaciona latitude, temperatura, pluvisidade e profundidade de alt da roche, seguir indica 4 posicdo das placas tectBnicas em dife- ined rentes pettodos geoldgicos, evidencianda uma din | ag age ‘ su mice constante, ora de formacdo de supercontinentes, me ora de continentes fragmentados separados por ace- 2 anos. A pati da andlise dos mapas, responda i \€ z Orecane es Pemiane Suparioe | B a0. 3 ee era sia z 2 — 5 22] —aeaperra & 2 10- 600 5 | Eo o 3 : 104 ™ Rocha 20 F. aterada § jt30 32 40, ge aggre a 30 3 oe, 60 A (LES BY me | = 2 | Lu rt toa de pes Line so gooares (daptado de wmnscotesecom) MWAGNOLID. € ARRUIO, RPojeta de ensina de gecgrate: raturere, eralogias sonededes ~ Ceagrafa gaa! Sto Paulo Nodems, 001. p. 302 De acardo cam a figura, & correto afirmar que, 4) quanto menores as latitudes maiores os valores da pluviosidade e da temperatura, mais profunda & a alteraglo da rocha. ) quanto maiores as latitudes e maiores 0s valores da pluviosidade e da temperatura, menos profunda é a aiteracdo ea rocha, ©) quanto menores as latitudes e menores os valores da pluviosidade e da temperatura, maior ¢ a profun- didade de aiteracao da rocha 4) quanto menores a latitude e a pluvisidade e maior a temperature, mais profundamente 2 racha se aera ©) quanto meiores a latitude ea temperatura e menor a pluviosidade, menos profunda é a alteracdo da recha. 5. (UFG) Leia o trecho a seguir: © petidlee € conhecido desde tempos remotes. A BE blia jé traz refertncias sobre a existéncia de lagos de asfalto. Nabucodonosor pavimnentava estradas com esse produto na Babildnia, enquanto os egipcios o utliza- vam como impereabiizante, Por vérias séculos 0 pe- tréleo foi utlizado para iluminasae. TOLL Recursos mines ns TEOERA W (Org). Deostondo Tera Sto Pal: Ofleea de Tos 2001. 475, Auualmente, entre es diversas fontes de energia, o pe- tudleo a mais utiizade no planeta, além de sent como matétia-prima para muitos produtos industrializados. ‘Com relagao ao petrdieo, 2) explique a crigem e 0 processo natural de sua for- macao: b) apresente e analise dois impactos ambientais nega- tivos decorrentes do seu uso na sociedade conter- pordnea. caviru & | As bases fisicas do Brasil 1, (FavestS®) Analise as informagies geolégico-estrutu- is do quact. b) da Depresséo Perférica. ©) dos Dobramentos Terciarios d) da Bacia do Parané. €) de Planicie Amazbnica 2. (UFSCarSP) A cordiheira dos Andes € 0 planalto Meri ional brasileiro represertarn duas das mais importen- tes estruturas de relevo de América do Sul. A crigem geolégico-geomorfoldgica de cada uma dessas estutu- tas, pela ordem, & 8) Cadeia orogénica do Tercsrio, com formacgo ligada 2 tecténica de placas/Area de sedimentacio Paleo- 26ica, com depdsitos wuleano-Mesoz6icos. b) Cadeia orogénica do Arqueozéien, com formagao lt gada 3 a¢80 vulctnica/Area de fraturas falhas,liga- da 2 formacao do oceano Alantico. ©) Cadeia secimentar Quatemaria, com formacto lige- daa tecténica de placas/Area sedimentar Cencrtica, com predominio de depdsitos fluvia-edlcos, 4) Cadeia do Tercidri, com formagéo ligada aos movi mentos epirogentticos/Area crstalina Arqueczéic, com presenca de depésitos aluvionais recentes. €) Cada orogénica do Arqueano, com formacdo ligada 2 alvidade vulcdnica/Area catdnica Peleoztica, com predominia de depdsitos metamérticos e magmaticos ‘3. (Puc-Campinas-SP) A marcha do povaamento Eventos ™, Periodos Sa ‘Mundo Brasil = ates Cenoatica 2 via | ‘Mesortica | Abertura do Aintico | 1 Derares baséiicos | || ae pueeess* | ‘asta formacao de | Il Fornario de bacas| ae Paleozbice | rochas secimentares | sedimentares Pe Metamortsmo ® | ‘ : Lo Combriano | graniizaggo —i— Fonte: Adapeado de SCHOBBENHAUS, 1984, item Ill corresponde @ génese: 2) do Escudo Brasileiro. {hdoptado de Jose Viliam Vesentri. Geer série Basi, Sto Fao: ica, 2008. p 181) ‘A regio X assinalada no mapa do Bresl associe-se 8 drea produtora de a) sal rnarinho, cuja ocorréncia liga-se &s condicdes di- imaticas do ltorl: altas temperatures, estaedo seca prolongada e ventes constants. b) carvao mineral, cuja ocorréncia liga-se & presenga de terrenos de origem permocarbonifer. ©) petidleo, cuja ocorrencia lga-se & presenga de ro- ches sedimentares e detritos organicos. d) baurita, volteda pare atender as necessidedes das unidedes produtores de alumni, €) dleos vegetais extraidas dos cocos de babaqu camadba 4. (UEL-PR) A localizacdo das diferentes forractes geold- gices permite inferir a existéncia de determinados re- cursos minerais, cuja explaracao depende da viebilida- de econémica das jenidas, Examine a figura Sobre esse tema, € correto afirmar: a) As jazidas de granito ocorem na area D, distante dos grandes centros urbanos; por isso 0 consumo desse materia € incipiente ») As jeides de ferro ocorem na drea B e esto quase esgotadas por estarem muito préximas dos grandes centros industiais 0) As reservas de petrdleo da area C ainda estio por ser exploradas em fungdo da longa distancia dos centros consumidores. 4) As javidas de carv2o ocorrem na area H e so insuf- centes em quantidade e qualidade para atender & demande do pais. €) As jazidas de caledrio ocarrem na area Fe s4o pauco ‘exploredas por estarem distantes das principats ére- as agricolas do pas. Fonte: AS'SABER, IF, 1981 a) Identfique as unidades geoorfologicas iI Ile IV do Estado de Sao Paulo. ) Escolha ume dessas unidades e explique os proces- 0s de sua formacio ‘caviruto 8 | Dindmica climatica ecossistemas 1. Favs?) Fonte: CONT. 1B. In: ROSS, 1995, p. 98 ‘A observacdo dos fenémenos cartografados @ os co- ihecimentos sobre a dindmice cimatica permiter afi- mar que, de modo geral a) a formacio de desertos costes em todos 0s cont- nentes é explicada pela presenca das correntes ma- ritimas quentes que estimulam 2 evaporacto, ) 0s indices pluviométicos regisvados no Sudaeste da Africa so maiores que no Sudeste do Bras, cevido 8 aco das massas de ar quentes vindas do Equador. ) as comrentes martimas fas, que estabilzar o 2, explicam a acentuada dissimetra na distbuigao da pluviosidade entre as costas acidentas e oriertais dos continentes. —— 4) disposicao longitudinal des cadeias montanhoses mais elevadas do Globo explica 0 surgimento de desertos costeiros nos continentes. 6) desigual dstrbuigdo de chuvas verficada nas are- as litoraneas € uma conseqtiéncia do El Nifia, fend- ‘meno ocegnico tipico da Zana Tempereda do Pacific co Setentrionai 2. (UFPI) Na figura abaixo, incicados pelos algarsmos ro- manos |, Il e Ill, est80 representados os trés tipas de preciptagbes pluvais. * Ml arquente cto Concensagso evapora au sotaverto eam cha) Barlavei [eam chava) Fonte: COELHO, Amorim (1985). \dentifique @ altemativa que expressa coretamente 2 denominaclo das chuves. a) | - orogratica, Il frontal e ill - convectiva ) |- orogratica, I~ convectiva e tll frontal ©) | convectva,II- frontal eli - orografica ) | frontal! - convectiva e Il - orogrsfica €) |= convectiva, Il - orogréfica Ill - frontal 3. (UFU-MG) Apés a observacao do mapa a segui,faca 0 que se pede. ROSS. 1 LS (oie) Geogr do Bri 4. Sto Paulo: Edus, 2003, 133, se 4 2) identfique os biomas assinalados com os ntimeros 41m We Vv, ) Cte uma caractertstice da vegetacto de cada um dos biomas identiticados, (UFSM-RS) Observe a figura a seguir Tipos de Fonte; VAGNOU D.@ ARALIO, R Gengrta geal @ Basi Fassager e Tete, 580 Feu: Modema, 1857p. 188 e As diferencas cimaticas entre as dreas Ae B do mapa so explicadas, pxincipalmente, pela(s): 2) correntes marinhas. b) altitude. ©) matitimidade ) continertalidade. ©) latitude. (Ves) Mais 17 dias e, pronto: adeus verdo. "J4 vai tarde, Ufa! Foi o verdo mais quente dos iltimos tempos — ¢ também o mais chuvoso, pegajoso e calamitoso. Foi, nio, esté sendo. E € bem possivel que ndo se despeca no equinécio de margo, pois 0 verio no Brasil "nao costuma acabar quando termina”. O que vale dizer que ainda teremos muito calor pela frente. Mais 17 dias e, pronto: adeus inverno. No hemisfé- rio norte, ara os que La vive, ele também ja vai tarde. Bar! Foi o inverno mais rigoroso e cruel dos dlti- ‘mos tempos. (..) ‘O tempo piorou, em toda parte, E os meteorologistas advertem: 0 calor e 0 frio vao aumentar nas préxi- mas décadas. Nos dois hemisférios.” (epoca de Foha de SPo, 3 mar. 1956) ‘ \ i | i | A mudanga dimatica global de que trata @ reportagem pode ser explicada, dentre outros, pelo seguinte com- portamento: 2) emissdo de gases paluentes responséveis pela maior retencao do calor iradiado pela superficie da Terra, ampliando a destruicao da camada de ozénio, b) intensticagdo do efeto estufa com a emissio de gases poluentes, destruindo a camada atmosténca respon- ssavel pela fitragem dos raios nocivos a vida na Terra © estabiizacdo da crculacdo atmastérica pela retenczo dear fio em banas altitudes e do ar quente em cama- des mais elevadss, promovendo a inversio térmica 4) expanséo do fenémeno El Niio, nos meses de final de ano, provecando um deslocamento da massa de ‘gua quente na costa americana do Pacifica para leste. capiruto 6 | Os dominios de natureza no Brasil Com base no mapa, pode-se afirmar que o clima da regiéo assinalada por | caracterize-se por: 2) apresentarireguler dstibuigdo das chuvas e por ser uma area de atuacdo da mTa b) ter grande amplitude térmica e ztuacdo da mTa ©) apresentar elevado indice pluviométrico no verso e por ser érea de atuaggo da mTc. ) ser area de convergénca dos venios alsios © pela atuacao da mEc e da mEa. €) aoresentar estactes definidas, temperatura eleve- das no verdo e ser area de atuagdo da mPa. Outene vem Primavare Fonte: Sudeve O grafico mostra a descarga fluvial de um rio brasil que se encontra numa érea de cima: 2) Equatorial b) Tropical umido. ©) Topical atemadamente seco e imido. d) Semi-érdo. €) Subtropical. ‘3. (UFV-MG) Os mapas adiante representa 0 comporta- mento das massas de ar no vetdo e inverno brasilaros Brasil: massas de ar Masa Tropa! arace (GENE, E ce; MOREIRA, 1. Geegrafa Geral» do Sos exparo grogrdico e gibalecéo. S80 Paulo, Scipone, 1998) Com base na leitura dos mapes e em seus conhed- ‘mentos, responds a) Qual & a massa de ar responsavel pele quede de temperaturas observada durante o inveing nas re gives Sul e Sudeste do Bresi? ) Qual & a massa de ar que mais atua no teritério brasileiro no verdo? ©) Compare a atuacao da masse de Ar Equatorial cont- rental (mEc) no ver8o € no invemo brasleros. (UFG) A divisto dos hemistérios terrestres pelo critério da latitude possibilita 0 estabelecimento de baivas, médias e altas latudes. Tendo como base essa refe- réncia, apresente e explique a) uma caracterstica das paisagens natureis localizedas em altas latitudes; b) duas caracteristicas do dominio morfodimatico da ‘Amazonia brasileira, locelizado em baixas latitudes. (UFSCar-SP) Considerande 0 dominios morfoclimaticas e fitageogréticos do Brasil dentfique a alternative que indica a seqUéncia coreta dos dominios interceptados pela linha, no sentido S-N a) Dominio das araucatias; dominio tropical atlént- co; dominio dos cerradas; dominio equatorial ama~ zénico. b) Dominio dos campos; dominio das araucdtias; do- minio dos cerrados; dominio equatorial amazbnico. © Dominio dos campos; dominio tropical atntico; dominio pantaneiro; dominio amazérico. 4) Dominio das araucirias; dominio do Araguala~ Tocantins; dorninio do cerrado; dominio equatorial amazbrico. €) Dominio dos campos; dominio dos pinhais, dome rio do cerrado; dominio das florestas latifoliadas. (UFRJ) Andlises realizadas por orgenismios internacio- nais confirmam que os biomas brasileros estao exe- mamente ameacados. Em primeira lugar nesse triste cenério destaca-se a Mata Adantica, da qual restarn ape- nas 8% da cobertura vegetal orginal. A seguir, vern 0 Cerrado, cuja superficie esta reduzida a cerca de 15% e, sucessivamente, a Caatinga, 0s Manguezais, 0s Cam os e, por fim, a Floresta Amaz6nica. Nao é ser razdo que a Mata Atlantica eo Cerrado figu- rain como das mais ameacadas entre as vinte @ cinco eco-tegides de maior biodversidade do planeta Deve-se considerr, ainda, que o processo de devasta- go da Mata Atlantica iniciou-se hd quatro séculos en- quanta o do Cerrado vem ocorrenda ha apenas quatto décadas, a) Apresente uma diferenca climato-botérica existente re a Mata Atlantica € 0 Cerrado. ) Apresente duas razBes geoecondmicas para o ritmo acelerado de devastagao do Cerrado. casinuto 7 | esfera das Sguas e 0s recursos hidricos 1. (Gnem-MEC) 0 Sol pattcipa do ciclo de égua, pois, além de aquecer a superficie da Tera dando origem 20s ven- tos, provaca a evaparacao da agua dos ros, lagos € mares. O vapor da égua, 20 se resiriar, condensa-se em rminisculas gotinhas, que se agrupam formando as nu- vens, neblinas ou névoas Uimidas. As nuvens podem ser levadas pelos ventos de uma regi8o para outre. Com 2 condensacdo e, em seguida, @ chuva, agua volte & superficie da Terra, caindo sabre © solo, rios, Jagos € mares. Parte dessa gua evapora retormando a atmos: fera, outra parte escoa superticialmente ou infitrase ro solo, indo alimentar ios e lagos. Esse processo é jamada de ciclo da agua Considere, entio, as seguintes afirmatives |. Aevaporacdo é mator nos continentes, uma vez que a aquecimento ali é maior do que nos oceans. Il, Avegetacio participa do ciclo hidralagico por meio da transpirasao. IWL.O ciclo hidrolégica condiciona processos que Ocor- rem na itosera, ne atmosfera € na biosfera, IV. Aenergia grevitacional moviments a égua dentro do seu cide. V. O ciclo hidrolegico ¢ pesstvel de sofer interferéncia humane, pedendo epresentar desequilrios, a) Somente a afirmativa Ill esta correta. b) Somente as afrrmatives Ile IV estéo corretas. ¢) Somente as afirmativas |, |! € V estao corretas. d) Somente as afirmativas Il, Il, IV eV estdo corretas. €) Todas as afimativas estdo coretas. bocce A partic da andlise da iustragdo e dos conhecimentos sobre 0 cido hidrol6gico, pode-se afirmar: 4) Se 0 homem nao elterar o meio ambiente, haveré um aumento da dgua na Tera, que abastecerd inde- finidamerte toda a populagdo mundi. b) A umidade atmosiérica ndo interfere na ocoréncia das chuvas porque estas s80 provenientes da eva- poracto dos oceanos. 6) O cdo hidrologico esta intimamente igado ao cido energetic. 4) A movimentagdo € 0 volume das agues acetnicas estdo relacionadas as éguas subterraneas, que alimen- tam os oceans e propiciam a ocortencia de chuvas, €) A lei da gravidade & a causa principal da ocorréncia do ciclo da agua. 3. (Cesgranvio) Cerca de 80% das reserves de dua exis- tentes no mundo sdo subtertineas, Destas, grande par te no estd disponivel ou nao pode ser utilizada. Apesar disso, desde a década de 50, os reservatorios hidricos subterréneos ganharam um papel de destaque ra ten~ tative de se solucionaro problema da escassez de égua. No mundo atua,a preservacdo dos lenis subterréne- ‘95 tem sido dificultada pelo(a): 2) uso indisriinado dos cursos d'4gua em funcBo da alvidade pesquelra, essencial para a sobrevivéncia dos paises pobres. ) aumento de demande de Agua por pessoa, motiva- do pelos resutados negativos do efeito estufa nas regides industriais. ©) rimo acelerado dos desmatamentos e pela crescen- te necessidade hidrica inerente a0 crescimento ur- bano—industrial. 4d) permanéncia da situacko colonial nos palses pobres da Atica e da América Latina, que consideram imelevante a preocupacao com as questbes hidticas. ) sucessdo de guerras entre judeus e palestinos, provocadas pela cisputa de regides ricas em recur 50s hidricos no Oriente Média. 4, (\Mackenzie-SP) Associe es caracteristicas abaixo, refe- rentes as bacias hidrogréficas do Brasi, com as areas deimitadas no mapa. |. Apresenta 0 maior potencalhidrdulco do pas. Il, Apreserta, no pals, o maior Indice de aproveitemen- to do potencial hidreletrica. Ul, Ocowre @ presenca de ros intermitentes. Iv. E a maior bacia localizada totalmente em territorio nacional \V. Historicamente, seu principal rio foi denominado como 0 da unidade nacional Esta coneta a assaclacao al-B BIA dN-D e)Vv-C 5. (UFSCar-SP) O Aqaffero Guarani é o maior manancial de dgua doce trensfronteirigo da mundo. ouli-e a) Em quais paises 0 Aqiifero Guaren se localiza e em qual deles possui maior rea? b) Indique o nome da unidade geoldgica onde se encon tra esse aquiferoe duas caractersticas de sua formecso 6 (Unicarp-SP) 0 gréfico abaixo mostra os fuxas fuviais ‘corridos apds preciptacdes intensas, em bacas hidro- grafices com diferentes tipos de usos e ccupagbes das “errs, na regio dos Apalaches, na Aménca do Norte. A partir disso, pergunta-se: | | | soos Teresa rogenarada | }\ tented j uN o 2 o Tego dope que a chine coreg rn) adaztato de David Drew, Procesias nerves homem—me ambiente, Ro ce Jane: DFEL. 1986, p. 93 a) Por que o fluxo & mais intenso na area agricola? b) Dentre as trés bacias hidrogréficas representadas no stéfico, qual seria aquela onde os processos etosivas ‘seriam menos intensos? Justifique. ©) Como a topografia de ura bacia hidrogrfica inter- fere na vazéo de um ric? capruro 8 | Os ciclo industrais (UERI) Uslize © quadro absixo pare responder as questtes de nimeros 1 € 2 Modelos produtivos (da Segunda RevolugdoIn- dustrial & Revolucdo Técnico-cientifica) TTaylorisme - separacio do trabalho por tarefas e niveis hierdrquicos + racionalizagso da producao controle da tempo ~estabelecimento de niveis minimos de produtvidade Fordismo « produgdo € consumo em massa - extrema especializacao do trabalho = tigde padronizagao da produczo Pés-fordismo ~ estratégias de producto @ consumo em escala plenetéria -valorizacto da pesquisa centiica - desenvolvimento de rovas teenclogias = flexibilaaco dos contratos de trabalho 1. Pelascaracteristicas dos modelos produtivos do momen- to da Segunda Revolucdo Industial, € possivel afirmar {que ofordismo absorveu certos aspectos do taylor, incorporando novas caractersticas. Essa afimacso se justiica, dentre outras razdes, porque os abjetivos do fordisro, principalmente, pressupunharn: a) elevada queliicacto intelectual do trabalhador igeda 20 contiole de tareles sofisticadas by altos genhos de produtvidade vinculados a estatégias flexiveis de divisao do trabalho na linha de montagem. ©) redugdo do custo da produséo assocada as potencial- dedes de consume dos préprios opertios das abricas ) méxima utllize30 do tempo de trabalho do operério relacionada a despreocupacio com os contratos tra balhistas. p (VER) A posigto central ocupada pela técrica é funda: meatal para explcaraatual fase do cepitalsmo em que se insere 0 pés-fordismo. Esta nova forma de organiza- cdo da producdo promove o seguinte canjunto de con- sequéncias: 2) retagio do setor de comércio e prestagio de se 0s; ampliagdo de um mercado consumidior selet- v9, dversticado e sofisticado. b) intensificacdo des estratégias de producto e consu- ‘mo em nivel internacional; educdo do fiuxo de in: formacdo e dos veiculas de propaganda ©) reducdo da distancia entre os estabelecimentosin- dustriais e comerciais; acelerada ritmo de inovacdes do produto com mercedes pouco especializados. ¢) crescente terceiizagdo das atividades de apoio & pro- ducdo e a dstibuigio;elevados niveis de concent 80 de capita com formacao de conglomerados 3. (PUC-RI) O desenho representa a imagem do globo “encalhendo’: 1500 Andlise duas conseqUéncias, para a organizacao do es: ‘pago mundial, das inovacdes tecnoldgicas surgidas com 3* Revolucio Indust 4, (Fuvest-SP) Apresente e explique uma caracteristica a) dos primérdios da industralizagto na Europa. b) dos novos espacas industriais europeus. en ii i “3 inter dn tomeces a anenar 088 cvoas Susans ‘Cine 2S este! =o a) (MOREE, gor Espace Cacgice: Gevgrato Geral e do Brash 38. €6 S20 Pauls Aca, 1998 5. 228) 2) Eisebes anus de Didsido de Carboro (CO,) b) Evalue de emissBo de CO, na atmostera A queime de florestas tropicais e a utlizacao de com- bustiveis fOsseis em inddstrias e usinas termeléricas langam na atmosfera grandes quantidades de gis catbénica (CO,), que s80 armazenadas ne Terra em di- ferentes reservatérios. Analisando 0 gréfico acima, é correto afirmar que: a) 2 presenca isolada da China no grafico se explica historicamente @ partir da RevolugS0 Comunista, quando 0 governo passou aincentivar uso de com- bustivel féssil ne industria. ) 2 queima de combustiveis fésseis no mundo refiete © nivel de industializagao e o modelo energético adotado pelas economias nacionais. ©) a6 atuais emissbes de carbono origindrias do des- matamento mundial, concentradas nos trpicos, 80 derivadas da queima de firestas do mundo tempe~ rado no século XIX. d) os desmatementos @ 2 queima de florestes tempe- tades € tropicas do planeta, realizados peles socie- dades pré-industigis, esimularem 0 aparecmento de navas fontes energéticas. @) no hé relacdo entre a queima de combustiveis fés- seis eo nivel de industilizacéo, jé que palses como a Rilssia, que se industrializou ainda no século XIX, “do S80 contemplados no grafico. 6. (UFSCarSP) A industialzago norte-americana come- cou mo nordeste do pals e se espalhou pela regio dos Grandes Lagos, com setores como o siderirgico, 0 na- ‘val € 0 automobilistico. Esse foi, durente muito tempo, 0 padrdo espacial pre dominante nos Estados Unidos. Contudo, com a revo: luego técnico-cientffica e informacional, novos padrées de disibuigao industial foram produzidos, gerando um processo de descentializagao e de reorgenizacso teritoral da atividade produtva, Considerando 0 pro- cesso descrte, responda: a) Quais tipos de industias caracterizzm 0 novo pa- dro industrial americana? b) Onde se localzam essas indistias € quais fatores jusificar tal localzaca0? carlruto $ | Agropecusria e comércio global de alimentos 1. (FovsP) Zoneamentos agticolas nos EUA (1998) No mapa acima, es reas especializadas nos cultivos de trigo de inverno e de primavera, que atingem alias taxes de produtividade, e as éreas de cultura inigada de fruticultura e hortalicas, que utlizarn o métcco do dnyforming, corespandem 20s algrismos: a)2e7 b)3el d)5e6, e)6e7, 2. (PUC-SP) Na Radada Doha da Organizagdo Mundial do Comércio (OMC), realizada em Canctin (México) no ano 2003, 0 Brasil € mais 19 paises em desenvoli- mento protagonizaram um mavimento contra a politica de subsidios agrcolas, deservolida pelos pa'ses euro- peus e pelos EUA, que beneficia os agricultores desses paises desenvohidos. A respeito desse desacorda no omércio mundial & correto afirmar que: a) A reivindicacto do fim dos subsidios pretende fazer valer no mercado intemacional a maior produtivida- de nos negdcios agropecusrios dos paises em de- o4el senvolvimento, 0 que se deve & tecnologia mais avan- ‘cada empregada na processo produtivo. b) Os paises em desenvolimento optarem por ser expor- tadores de commodities (produtos agropecusros, mi nérios, madeira etc) em fungdo desse comérao ser mais vaorizado no mercado interaconal por causa da escassez de teas agrcclas nos palses deserwolvidos, 9 O combate aos subsidis agrcolas vern de setores cada ‘vez mais minaritérias no interior dos paises em deser- vohimento, visto que a maiora dees, o Bras indusive, std abrindo mao dos seus commodities e especiaizan- ddo-se em bens industials, cam alto valor agregedo. 4) Os enormes subsidios agicolas aos agricultores dos paises desenvolvidos sto uma forma de protecioni mo ("fechamento”) de seus rmercados intemos, 0 que contraria a aberture muitas vezes exigida dos mercados das paises em desenvolumento. 6) Aparicipacdo modesta (e cada vez menor) dos palses em desenvohimentone mercado intemadonal nao esté relacionade &s polticas protecioisias dos palses de- senvolvidos, mas sim a grande ineficiéncia produtiva, 0 ue 05 tome isolados no conterto da orgarizacéo, (Enem-MEC) Um agricutor adquiru alguns elguelies de terra para culver e residirno local. 0 desenho aba- xo representa parte de suas teres. Pensando em constuir sua moradia no lado | do rio e plantar no lado Il, 0 agricultor consultou seus vizinhos e escutou as frases abeixo.Identifique a frase do vizinho que deu a sugestao mais correta a) “O terreno sé se presta 20 plantio, revolvendo 0 solo com arado? ) "Nao plante neste local, porque 6 impossivel evitara erosdo.” ©) ‘Pade sé de ni d) "Vocé perdera sua plantagdo, quando as chuvas pro- vocarem inundacso” €) “Plante forragem para pasto’” uillaado, desde que se plante em cunvas }. (UERJ) Em recentes reunides intemacionais, eu estive reiterando que 0 Tesouro brasileiro nao pode competir ‘com os Tesouros das economias desenvolvidas em ter- mos de der subsidios agrcoles 8 exportacéo. Estimat- vas da OCDE indicam que sdo dados mais de US$ 360 bilhdes de délares anuais como subsidios 4 agricultura nos paises desenvaividos. Iaras Virtus Pat de Maras (ep y/svenadobas eb) (Os subsiios dedos a agriculture nos patses desenvolvidos constiuem ume poliea exremamente cara e, aparent=- mente, contediéna com o fato de que o setor primatio cdessas nagées esponde por ume fla pequena do PIB. Aponte: a) duas justificativas para a manutengio dessa poltica por parte de alguns pafses desenvolvidos; b) aprincpal consequéncia para Brasil da poltica cada 5. (Unesp) © mapa e os blocos-diagramas ilustram um dos grandes problemas da mundo maderno. 75 bintes de tonsladas Ls et. Be... (Norman Myers © autos (orgs). Gaia el aos de fo geste el planeta (Acaptaco) a) Identifique o problema representado. Observe 0 mapa. incique as éreas do globo mais afetadas, em cordem decrescente b) Por que ha diferengas nas quantidades de kg/hecta- re/ano nos blocos-diagramas? Que recurso técnica poderia set utilizado pare minirrizar o probleme des reas Ingremes onde a meta foi substtulda? caviruto 10 | Estratégias energéticas 1. (UAmazones, adaptada) Sobre 2s fontes de energie, leia com atencEo 0s quadros e em seguida responda 8 questdo abaixo: Quadro A — petrdleo, canvéo mineral, urénio. Provenientes do Sol 200 bilhdes de MW Quadro 8 — edlica, mares, solar eo GOS = ‘Rquecimento] [ Evaporecte | [Rcueamente] [~ Absorc20 Quadro C = urénio, tio ‘co solo a bgua doar | | pelasplantes Quadro D — biomassa, hidréulica, solar U 2 Energa Poencal Par A sequéncia que expressa coretamente a dassificagto on eee das fontes energéticas contidas nos quadros A/B/C/D é: u v a) Renovével / nuclear / atemativa /biol6gica woe es b) Nao renovavel / alternativa / nuclear / renovavel 100.000 MW. ‘400.000 MW | ©) Nuclear / biolégica /altemativa / renovvel 4) Renovavel / atemativa / renavével / nuclear €) Nuclear / renovavel / ternativa / ndo renovével 22. (Gnem-MEC) Os sistemas de cogeracio representam uma prética de utlzacdo racional de combustveis e de produ- Zo de energa. Isso j6 se pratica em algumas industias de actcar e de élcool, nas quais se aprovetta 0 bageco da cane, um de seus subprodutos, pera produsao de ener- ga. Esse processo estéiustrado no esquema a seguir. mba Aglare +[Conbusive + — F ————— [conadeagicar}>} Aeoot_ o> +{ Heredade fe naval L A F Bagago ee Entre os argumentos favoréveis a esse sistema de cogeracdo pode-se destacar que ele 2) oliriza 0 aproveitamento energético, a0 usar que ma do bagago nos processos térmicas da usina e na geracdo de eletrcidade. b) aumenta a producao de alcool e de acter, 20 usar 0 bagaco como insumo suplemientar ©) econarmiza na compra da cana-de-actica, jd que 0 bagaco também pode ser transformado em élcool ¢) aumenta a produtividede, 20 fazer uso do élcool para a gerecdo de calor na propria usina €) reduz 0 uso de maquinas e equipamentes na pro- dusao de acicare dlcool, por no manipularo baga- go da cana 3. (Enem-MEC) De acordo com este diagrama, uma das modalidades de produgéo de energia elétrica envolve combustiveis foseis, A modalidade de produczo, 0 com- tustivel e 2 escala de tempo tipica associada & forma: clo desse combustivel so, respectivamente, g g Beriadade 300.000 Mi a) hidroelétricas ~ chuvas — um dia b) hidroeletricas — aquecimentos da solo — um més ) termoeléticas — petréleo — 200 anos d) termoelétrcas — aquecimento do salo — 1 milhigo de anos ¢) termoelétrcas — petréleo — 500 milhdes de anos 4, (UFRI) 0 petréleo constitulatualmente uma des princ- pais fontes de energia e matéria-rima do mundo. Seu ‘itme de consumo se acelera 2 cada dia, o que leva os palses a intensificr a producto nacional, fazer acordos intemacionais e valorzar outras fontes de energia. RESERVAS MUNDIAIS DE PETROLEO 1 Andra ots 1B Ane ures 1 Aner tna scores Anes Bi snus 1D ovmtese ‘CONSUMO MUNDIAL > DE PETROLEO \, ania cere Be tmenrs D evcee 1 enareaana Aka i bene cen i Orme t f A partir da leitura dos gréficas, explique 2 relacdo entie as reservas € 0 consumo de petréleo no mundo, (UFRI) Nosso futuro comum i wa Fonte: Dessin @Quiro/Ediiones dela Fa, Buenos Aires No inicio do novo milénio, oganizagdes nao governa- ‘mentats, ambientalistas e movimentos sociais que inte- gram os mais variados f6runs interacionais tém adver- tido para o risco, cada vez maior, de que a capacidade de suporte do planeta seja utrapassada O esgotamento dos recursos naturais, a redugdo da biodiversidade e o aquecimento global so algummas das ‘questdes intensamente debatidas nas negociacées reunioes intemacionais sobre os problemas globais, como a Conferéncia das Nagbes Unidas sobre 0 Meio Ambiente, 0 Forum Social Mundial eo Congresso Inter- nacional da IUCN — Unio Internacional de Consera- Gao da Natureza. Relacione 0 agravamento dos problemas ambientais gobais com as tendéncias de expansio dos padres de consumo dos paises ricos para o resto do mundo. unipape IV O BRASIL E A GLOBALIZACAO csruto 12 | Industrializacao e integracao regional 1. (PUC-SP) Quando da fundagdo do Instituto Brasileiro cde Geografiae Estatstca (IBGE) nos anos 40 do sécu lo passado, entre suas missdes encontrava-se a de pro- duzir mapeementos oficais do pals que delimitassem, com rigor, as fronteras entre os estados. Depcimentos dos profissonais em exercicio, na época, d8o conta que expedigdes saldas do Rio de Janeiro — cujo destino se- tia 0 coraco do Centro-Ceste (fronteira entre 0 Mara- nao e 0 atual Tocantins) — sé atingiem seu objetivo apds mais de um més de viagem érdua Identfique e atemativa coreta a) ARE 08 anos 40, 0 tenitério brasileiro era desintegra- do, com bairo numero de ligacdes por terra © por telefone. Mas, de modo geral, esse era um deco comum @ todos os outros paises. b) Apés 08 anos 40, 0 terntério brasileiro € integredo, com a construgio de grandes estradas de rodagem e ferrovidrias, a partir de investimentos de capitais privados e estrangeiros. ©) Apeser da desintegracdo teritoral do Bresi, antes dos anos 40, 0 govemo federal conseguia fazer che- gar suas influncias, acdes e ordens em quase tados 05 pontos do territério. 4) 0 processo de integragSo teritoral, no Bras, se dard apés os anos 40, a partir de ages do Estado nacio- nal, que investiu macigamente em estradas de roda- gem e telecomunicacbes. ©) As conseqiiéncias da integracdo territorial do pais, 065 05 an0s 40, restingem-se pratcerente & rea ‘econtmica, em especial, no que tange & canstrugéo de um mercado nacional. 2. (UFMG) Considerando-se a arganizacdo espacial da indic- tama Regibo Sudeste braslee, éINCORRETO afimar que a) 2 concentracio geogréfica da industia no espaco intt-tegional foi responsével, em décadas recentes, pelos processos de deseconomia de aglomerecso na Regigo. b) o transporte fercoviério consttuiu a principal via de integrac2o de espaco oriental brasiler, vieblizando a expansto do mercado interna da produglo indus- tral do Sudeste ©) @ modema industralizacdo do campo foi introduzida nessa Regio, de forma pioneica no pals, com o de servolvimento da agroindistia de soja e larania em Sao Paulo. 4) 0 processo de industializagdo, ainda em sua etapa inicial,recebeu suporte do governo pela implanta- Bo de empresas estatais na Rio de Janeiro e em Minas Gerais. 3. (PUC-Campinas-SP) Os fuxos migratoros inter-regior reais $80 uma constante na histéta brasileira. Eles reve- lam a apropriagaa histérica do teritina e os sucessivos deslocamientos espaciais do pélo econdmico do pals. Na década de 1950 © 1960, as correntes migratéias deslocaram-se preponderantemenite a) do Nordeste em direcao a S30 Paulo e Rio de Janeiro ) do Nordeste em ciregdo ao Amazonas € Pard a 4 ©) do Sul em diregdo a Rondénia e Mato Grosso. d) do Parana em diregao ao Acre. e) de grandes municipios para as pequenas e médias cidades. 4, (UFSM) Observe 0 mapa: [itanamanass] |, aaa cave 12 | Amatriz energética 1. (UFCE) Na Regio Nordeste do Brasil, 0 predominio de bacas hidrogrdficas intermitentes impossbilita um gran- de aproveitamento de seus recursos hidrelétricos. Dentre as principais bacas vais e suas usinas hidre- letices correspondentes, esté correta a relacéo. a) Bacia do Sao Francisco © Paratba/Usinas de Paulo ‘Afonso e Boa Esperanca ) Bacie do Sao Francisco e Tocantins/Usinas de Tucurut @ Boa Esperanca ©) Bacias do Tocantins e Parnaiba/Usinas de tha Soltei- ee Tes Maras d)Bacies do Tocantins Pardo/Usinas de Balbina © Paulo Afonso. €) Bacies do Pamatbe e Jequitinhonha/Usinas de Trés Marias e Baloina, 2. (FuvestSP) As barras A, B e C representam a relagdo entre © potencial hidrelético aproveitado (em opera- G20) € 0 potencial a ser aprovettada (inventariado e estimado) de tés bacias hidrograficas brasileiras. S2- bendo-se que A representa @ Bacia do Parand, identifi- ue, espectvamente, as bacias B e C. [MAGNOU, D; QUVEIRA,G; MENEGOTTO, R Cenao gaucho: representagdes histércos © geagrfces. S80 Paulo: Madera, 2001p. 93. ‘Com base nas informacées contidas no mapa e nos ‘seus conhecimentos, € INCORRETO afirmar: a) 0 éxodo rural constitui um dos sintomas do impacto da modernizacéo. A urbarizagso aceletada refietu a cisBo entre a force de trabalho e os meios de produ- 20 na economia rural modemizada. ) A Regido Sul experimentou, na década de 70, for- te movimento de safda de migrantes que se trens- feriram para o Brasil central e para 0 Nordeste bra- sileiro. ©) Os migrantes do RS que buscavarn novas fronteiras agricolas transferiram-se, especiicamente, para MT, MS e, em menor niero, para RO, GO, TO, oeste da BA e centro e sudeste do PA. ) Na década de 70, sob 0 impulso da construcao da usina de ltaipu, o fluxo migratério transbordou as fron- teiras brasileitas, atingindo as terras do Paraguai, Ar- sgentina e Urugua junto as fexas de fonteiras da Re~ giao Sul. ©) A presenga dos migrantes nas fronteras agrcolas, como proprietérias, no representa uma ruptura com- pleta com os locais de onigem, pois eles levam con- sigo um conjunto de atitudes e tacos cultura, con- figurendo comunidades mais ou menos segregades. POTENCIAL HIDRELETRICO A . ¢ TE en oerasto iS Fo] ventana | aime NY a) Tocantins e Amazonas. ) Sto Francisco e Uruguat ) Amazonas € Sao Francisco. ) Unugual e Amazonas, e) Sé0 Francisco e Tocantins. ‘3. (UFRGS) Indique a altemative INCORRETA a respeito dos recursos energétis no Basi a) 0 caro mineral € produzido no Brasil a partir de depésitos ne Bacia Sedimentar do Parand, principal- mente 10s Estados de Santa Cetarina © Ro Grande do Sul, e sua producdo é praticamente toda consumi- de em texmelétricas brasleras, b) Embore 2 geragdo de energia nuclear no Brasil tenha pouca patcinagéa entre as fontes geradbores de ener. ia no pals, s80 graves os problemas ambientais decor rentes de sua utlizacko, prindpalmente os relaciona- dos & acidicagdo dos ros e & geracdo de chuve acide 6) Atualmente, 2 producto de pet-eo no Brasil supre 900 do consumo nacional. A maior parte do petrd- leo € retireda de bacas petroliferas da pletaforma continental, sendo @ Bacia de Campos (Rl) respon- sével por cerca de 85te da producdo brasileira 4) A maior parte da energia elética produzide no Bresi provém de usinas hidreléticas. Os investimentes no ‘setor foram significativos, principalmente nas regices. Sul e Sudeste, sendo © complexo binaconal taipu 0 grande responsdvel pela geracdo de energia nessas regides. €) AimplantagEo de mais usinas hidrelércas na regiao Norte do Brasi! sofre diversas restriches, apesar da enorme malha hidrogréfica da regido. Entre elas, pode-se destacar a topografia plana, que exige um t alagamento de 6reas muito maior do que o conside- | rado ideal para a produgao enexgética, 4. (UFSCar) A ampliagdo e a diversficagao da matiz energetica brasileira € uma necessidade frente as passi- bildades de retomiada do crescimento econmico e in- dustial do pas, O mapa lustre o gasoduto BalvieBrasi (ezercam/10.08-2004) Sobre 0 g4s natural € seu uso como fonte energética ro Brasil, € correo afirmar que: ' a) o gés natural € um recurso mineral renovavel, en- contrado em bacias sedimentares e formado pela decomposigdo de matéria organics em ambientes 1 periglacias. ) a substiuicéo do petidlea e do carvlo mineral e vege- | tal por gés natural, apesar de reduzir custos, nao é reco- 1 rmendével, pois 0 gés # mais poluente que 05 demais, : €) 0 gasoduto, que no Brasil passa somente por esta- dos do Centro-Sul, ¢ responsdvel pelo fomecimento de gis natural a importantes atividades industiais, d) a construcgo do gasoduto pode representar o esgo- tamento r4pido do gés natural boliviano, pois, além | [i | ee do Brasil, a Bolivia abastece ainda a Argentina, que ‘no possui reservas desse recutso. ©) apés a construgio do gasoduto, 0 gés natural pas- sou a ser a fonte de energia mais consumida no pals, pelo baixo custo de sua obtencao e facilidade de dstibuiggo 5. (UFPE) As porgdes escuras no mapa a Segui, incicedas pelas setas, conrespondem: a) 4s maiores concentragoes de urénio. b) 8s éreas com acumulagées comerciais de petidleo. ©) 208 terrenos cristalinos do escudo, ricas em laterita. d) &s maiores concentracbes de sal matinho e de sal gerna €) a0s terrencs sedimentares paleozticos.

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