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Métodos de leitura:

Globais ou fónicos?

Ramiro Marques - coordenação

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D
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Métodos de leitura: Globais ou fónicos?
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Ramiro Marques - coordenação
t

Publication date December 1st, 2009


Copyright © 2009 ramiro marques

All characters appearing in this work are fictitious. Any resemblance to real
persons, living or dead, is purely coincidental.

This work is licensed under the Creative Commons Attribution-Noncommer-


cial-No Derivative Works 3.0 United States License. To view a copy of this
license, visit http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/ or send a
letter to Creative Commons, 171 Second Street, Suite 300, San Francisco,
California, 94105, USA.
Dedico este ebooks aos comentadores e leitores do
ProfBlog
Acknowledgements

O Miguel Loureiro e a Cristina Ribas, guestbloggers do


ProfBlog, merecem um agradecimento especial pelo
apoio dado ao blogue.
Métodos de leitura: globais ou
fónicos? Um debate que importa
fazer

No que se refere ao método global de aprendizagem o


que neste momento posso dizer (um dizer precário a
pedir mais desenvolvimento posterior) é que o cérebro
direito não reconhece o “não”, é intuitivo e holístico.
Portanto, a parte só é entendida pelo cérebro
esquerdo, o da razão, da análise, da reflexão, da
dedução.

Neste sentido, a opção por um ou outro método não é


em si mesmo negativa. O problema reside no passo
seguinte a dar: como levar a criança a perceber que
uma palavra não existe sem as letras que a formam,
ou, no outro processo, como explicar à criança que as
letras só têm sentido enquanto constituindo sílabas,
palavras, frases, textos.

O que está em causa é o movimento que vai do todo à


parte e da parte ao todo e não a fixação em qualquer
deles. Se apenas valorizarmos a parte ou o todo, se
não construirmos o todo a partir das partes e anali-
sarmos o todo decompondo-o ou dividindo-o nos ele-
mentos que o constituem estaremos inevitavelmente a
inibir o desenvolvimento das crianças.

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Métodos de leitura: Globais ou fónicos? D
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Por isso, nesta perspectiva, a aprendizagem da língua
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é inicialmente global (ninguém aprende a falar uma
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língua pela decomposição silábica) mas deve tornar-se
progressivamente analítica quando se começa a
aprender a escrever. É que, como todos sabemos, a
escrita é um exercício muito mais complexo e difícil do
que a oralidade e, dado que não se escreve com car-
imbos contendo as palavras e o exercício racional ana-
lítico-sintético é essencial ao modo de ser, pensar,
dizer e fazer ocidental (no oriente a relação com a real-
idade é distinta) deve ensinar-se a aprendizagem da
escrita da parte para o todo, da letra à sílaba e desta à
palavra, à frase e ao texto.

Para isso teríamos que abandonar os “…emas” com


que a linguística nos brindou. As palavras, as frases e
os textos são mais do que elementos sígnicos que
estruturam relações analíticas entre “…emas”, signifi-
cados e significantes.

O problema é que há um factor educativo que altera


significativamente este processo de aprendizagem. A
imagem audiovisual tem um peso imenso na estrutur-
ação mental e cerebral das crianças e conflitua com os
processos analíticos da aprendizagem da língua. A
imagem é globalizante e estimula uma zona do cér-
ebro que é distinta da zona responsável pela lin-
guagem. Por isso é que, como Castro Caldas mostrou,
analfabetos têm uns dificuldade outros impossibilidade

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Métodos de leitura: globais ou fónicos… D
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de reconhecer o objecto que é representado num
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desenho.
t

Por isso também é que todo o ensinar e aprender se


deve centrar no dizer, na língua e na linguagem.
Jad
Foto: Postdamer Pltaz. Berlim, 2009
Para saber mais

• Métodos de iniciação à leitura

• Perguntas e respostas sobre a Escola da Ponte:


a opção pelo método global

• A guerra dos métodos na alfabetização

• Métodos de ensino da leitura na Wikipedia

Notícias diárias de educação

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Novas formas de aprendizagem -
Novos marcos conceptuais na Tarefa
Docente

La Metacognición en la educación
Os Hemisférios Cerebrais e o Trabalho na
AulaOutro meta-modelo que surge para explicar como
organizamos a informação que recebemos é o dos
hemisférios CEREBRAIS.O cérebro humano consta de
dois hemisférios, unidos pelo corpo caloso, que se
encontram relacionados com áreas muito diversas de
actividades e funcionam de modo muito diferente,
ainda que complementar.Nenhum hemisfério é mais
importante que o outro. Para poder realizar qualquer
tarefa necessitamos usar os dois hemisférios, espe-
cialmente se é uma tarefa complicada. O que se pro-
cura sempre é o equilíbrio. O equilíbrio dá-se como
resultado de conciliar polaridades, e não mediante
tratar de eliminar uma delas.Cada hemisfério cerebral
tem um estilo de processamento da informação que
recebe.

• Hemisfério Esquerdo

O hemisfério esquerdo processa a informação


sequencialmente, passo a passo, de forma linear.
Pensa em palavras e em números, quer dizer
contém a capacidade para as matemáticas e para
ler e escrever.A percepção e a geração verbal

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depende do conhecimento da ordem ou sequência em
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que se produzem os sons. Conhece o tempo e o seu
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transcurso. Guia-se pela lógica linear e binária (sim-
não, acima-abaixo, antes-depois, mais-menos,
etc.).Este hemisfério emprega um estilo de pensa-
mento convergente obtendo nova informação ao usar
dados já disponíveis, formando novas ideias ou dados
convencionalmente aceitáveis.Aprende da parte para o
todo e absorve rapidamente os detalhes, factos e
regras.Analisa a informação passo a passo.Quer
entender os componentes um por um.O hemisfério
lógico pensa em símbolos e conceitos abstractos.

• Hemisfério Direito

O hemisfério direito, por outro lado, parece espe-


cializado no processo simultâneo ou de processo
em paralelo; processa a informação de maneira
global, partindo do todo para entender as distintas
partes que compõem esse todo. O hemisfério holí-
stico é intuitivo em vez de lógico, pensa em
imagens, símbolos e sentimentos. Tem capacidade
imaginativa e fantástica.Este hemisfério interessa-se
pelas relações. Este método de processar tem plena
eficiência para a maioria das tarefas visuais e espa-
ciais e para reconhecer melodias musicais, já que
estas tarefas requerem que a mente construa uma
sensação do todo ao perceber um modelo em estí-
mulos visuais e auditivos.Este hemisfério emprega um
estilo de pensamento divergente, criando uma varie-

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Novas formas de aprendizagem - Novos marcos… D
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dade e quantidade de ideias novas, para além dos
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padrões convencionais.Aprende do todo para a parte.
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Para entender as partes necessita partir da imagem
global.Não analisa a informação, sintetiza-a.É rela-
cional, não o preocupam as partes em si, apenas
saber como encaixam e se relacionam umas partes
com as outras.O hemisfério holístico pensa em exem-
plos concretos. Devemos explicar a matéria da aula
combinando a linguagem dos dois modos de pensa-
mento de cada hemisfério sempre que seja possível.
Além disso, deve-se alternar as actividades dirigidas a
cada hemisfério, de tal forma que todos os conceitos
chave se trabalhem desde os dois modos de pensa-
mento. Com estudantes em que a preponderância de
um dos dois modos de pensamento seja muito mar-
cada, devemos realizar actividades para potenciar a
utilização equilibrada dos dois hemisférios.

• Os Hemisférios Cerebrais e os Estudantes

Normalmente em qualquer aula temos estudantes que


tendem a utilizar mais o modo de pensamento asso-
ciado com um hemisfério do que com outro. Um estu-
dante hemisfério esquerdo compreenderá sem prob-
lemas uma explicação de regras gramaticais (pensa-
mento abstracto) enquanto que um estudante hemi-
sfério direito pode compreender os exemplos (pensa-
mento concreto) mas não ser capaz de aplicar bem as
regras. Aliás, dos modos de pensamento temos que
combiná-lo com os sistemas de representação. Um

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estudante visual e holístico, terá reacções diferentes
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das de um estudante visual que tenda a usar mais o
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hemisfério lógico.Ao falar dos sistemas de represen-
tação dizíamos que como docentes nos interessará uti-
lizar todos os estilos. Isto é todavia mais importante no
caso dos dois modos de pensamento. Para poder
fazer bem algo, necessitamos sempre usar os dois
modos de pensamento, necessitamos activar os dois
hemisférios e utilizar ambos os modos de pensamento.
Ao começar uma disciplina, devemos explicar sempre
o que vamos fazer e como se relaciona com outras
unidades ou disciplinas. Hemisfério Lógico• Visualiza
símbolos abstractos (letras, números) e não tem prob-
lemas para compreender conceitos abstractos. • Ver-
baliza as suas ideias. • Aprende da parte ao todo e
absorve rapidamente os detalhes, factos e regras. •
Analisa a informação passo a passo. • Quer entender
os componentes um por um. • Gostam das coisas bem
organizadas e não se perdem pelas ramas. • Sente-se
incómodo com as actividades abertas e pouco estru-
turadas. • Preocupa-o o resultado final. Gosta de com-
provar os exercícios e parece-lhe importante não se
enganar.• Lê o livro antes de ir a ver o filme.Hemi-
sfério Holístico• Visualiza imagens de objectos con-
cretos mas não símbolos abstractos como letras ou
números. • Pensa em imagens, sons, sensações, mas
não verbaliza esses pensamentos.• Aprende do todo
para a parte. Para entender as partes necessita partir
da imagem global.• Não analisa a informação, sinte-
tiza-a.• É relacional, não o preocupam as partes em si,

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sem saber como encaixam e se relacionam umas
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partes com as outras.• Aprende melhor com activi-
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dades abertas e pouco estruturadas.• Preocupa-os
mais o processo que o resultado final. Não gosta de
comprovar os exercícios, alcançam o resultado final
por intuição.• Necessita de imagens, vê a película
antes de ler o livro.

• Actividades para os dois Hemisférios

Hemisfério Lógico ———————————————-


Hemisfério Holístico• Fazer esquemas.
————————————————- Fazer mapas
conceptuais • Apresentar regras.
———————————————- Dar exemplos. •
Explicar passo a passo. —————————————
Começar por explicar a ideia global. • Ler os textos
desde o princípio. ————————— Começar por
ler o final do texto para saber onde vai parar. •
Escrever um texto a partir de fotos ou desenhos. -
Converter um texto num cómico. • Organizar em apar-
tados. ————————————- Organizar por
cores. • Dar opiniões razoáveis.
————————————— Expressar emoções e
impressões.

• Actividades para activar os dois Hemisférios

• Trabalhar com música• Cantar • Escrever • Recitar


poesia • Exercícios de Ginástica cerebral • Expressar
ideias com movimentos • Bailar.

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• Habilidades Associadas Com Os Hemisférios
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Hemisfério Lógico ———————————— Hemi-t


sfério Holístico• Escritura
————————————————— Relações espa-
ciais • Símbolos ————————————————-
Formas e modelos • Linguagem
———————————————— Cálculos matemá-
ticos • Leitura ——————————————————
Canto e música • Ortografia
———————————————— Sensibilidade à
cor • Oratória —————————————————
Expressão artística • Escuta
—————————————————— Criatividade •
Localização de factos e detalhes ————— Visuali-
zação• Associações auditivas ——————————-
Emoções

• Modos De Pensamento Dos Hemisférios Cerebrais

Hemisfério Lógico ———————————— Hemi-


sfério Holístico• Relações espaciais
———————————— Holístico • Formas e mod-
elos ———————————— Intuitivo • Cálculos
matemáticos ——————————- Concreto• Canto
e música —————————————- Global• Sensi-
bilidade à cor ———————————— Aleatório•
Expressão artística ———————————— Fantás-
tico• Criatividade ———————————————-
Não verbal • Visualização
———————————————- Intemporal • Emo-

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ções ————————————————— Literal
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——————————————————————-
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Qualitativo

• Estimulação do Hemisfério Direito

“…Uma das lições que os docentes devem aprender,


dos descobertas relatadas sobre a investigação na
área da neurociência, é que a efectividade da
instrução aumenta na medida em que o conteúdo se
apresenta não só na modalidade verbal tradicional
(estímulo ao hemisfério esquerdo) mas também na
modalidade não verbal ou figurativa (gráfica, imagé-
tica, pictórica ou outra), a qual contribuirá para estim-
ular o hemisfério direito.O dito acima leva a planear a
necessidade de utilizar na aula das várias disciplinas
uma estratégia que combine as técnicas sequenciais,
lineares, com outros enfoques que permitam aos estu-
dantes ver modelos, fazer uso do pensamento visual e
espacial, e tratar com o todo, além das partes. A pro-
pósito, poder-se-iam utilizar as seguintes estratégias
de ensino: o pensamento visual, a fantasia, a lin-
guagem evocadora, a metáfora, a experiência directa,
a aprendizagem multi-sensorial e a música…”.Exer-
cício de comprovação: tenta dizer a cor de cada pal-
avra, não a palavra, mas a cor com que ela está
escrita.O hemisfério direito quer dizer a cor, mas o
esquerdo insiste em ler a palavra.Finalmente, apresen-
tamos um TESTE adaptado sinteticamente do original,
para que se possa dar conta de qual o hemisfério cere-

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bral que utiliza permanentemente.Trabalho realizado
f
por: Nelson Marcelo Aldaz Herrera - Doutor em Peda-
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gogia e Supervisor Educativo, Riobamba-
EquadorTaduzido por: Miguel LoureiroExcerto daquiI-
magem daqui:Notícias diárias de educação

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Para o debate em torno dos métodos
globais de leitura versus os métodos
fónicos. Um post do Wegie

O método global exposto em 1ª mão por Nicolas Adam


defende os princípios do método adoptado por Paulo
Freire que adaptou a coisa para alfabetização de
adultos. Resultado, um desastre pedagógico:

“Os métodos construtivistas de alfabetização em lei-


tura, também chamados analíticos ou globais, partem
das frases que se examinam e se comparam para, no
processo de dedução, o alfabetizando encontrar pal-
avras idênticas, sílabas parecidas e discriminar os
signos gráficos do sistema alfabético.A aplicação do
método global freiriano ou construtivista, na prática,
quando aplicado, tende a ser mais praxiologia do que
mesmo método” (Vicente Martins).

“No caso das chamadas línguas neolatinas, particular-


mente o Português e o Espanhol, o método fonético
torna-se um imperativo educacional por conta do pró-
prio sistema linguístico, isto é, o chamado princípio
alfabético, manifesto na correspondência entre gra-
femas e fonemas e na ortografia de sons, mais regular
e, digamos assim, mais biunívoca: uma letra repre-
senta um fonema, na maioria dos casos” (Vicente Mar-
tins).

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“O método global, além de não ter funcionado, peca
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porque sobrecarrega a memória dos alfabetizandos
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quando ainda não estão em processo de construção
do seu léxico, que depende, como nos ensina o socio-
interacionismo, das relações intersubjectivas ou inter-
pessoais e de envolvimento pragmático das crianças
no uso social da língua.

Os investigadores de leitura mostram que o método


fonético ou sintético também é mais eficiente para as
comunidades linguísticas pobres, ou seja, as camadas
populares com acesso precário aos bens culturais da
civilização letrada. Por que isso ocorre? Graças ao
fonema podemos distinguir morfemas ou palavras com
significados diferentes, todavia o próprio fonema não
possui significado. Em português, as palavras faca e
vaca distinguem-se apenas pelos primeiros fonemas /f/
e /v/.” (Vicente Martins). Deve-se rebater o desastre
do método global de aprendizagem de leitura que tanto
tem contribuído para a degradação da linguagem e da
compreensão conceptual dos saberes. O responsável
pelos seus princípios defendia que a letra é algo que
não tem significado para a criança. A frase e a palavra,
sim.

Gerações de professores têm sido formados sobretudo


das ESE’s e Instituto Piaget nos príncipios deste
método. Assim se reproduzem gerações de analfa-
betos regressivos.

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Para o debate em torno dos métodos globais… D
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Estas experiências educativas foram praticadas de
f
forma irresponsável nos últimos 30 anos: Como é
t
sabido nos Exames Nacionais de Português do 12º
ano, de um total de 20 valores, são dados 8 pela inter-
pretação de um texto escrito.Ora as notas médias
rondam 7 valores.

Citando um especialista: “Os nossos alunos da pri-


mária não conseguem aprender a ler em tempo útil,
porque são maioritariamente ensinados a ler pelo
método visual, que já vimos que não funciona, sendo
os resultados bem visíveis no sistema educativo
nacional. Saliente-se que na escola primária não há
alunos maus nem professores incompetentes, existem
sim métodos de ensino inadequados.”

A substituição do método global ou visual pelo método


fonético ou sintético seria um primeiro degrau a subir
na longa escadaria que conduz à morte do eduquês.
Wegie
Foto: Muro de Berlim, em Novembro de 2009
Para saber mais

• O método de alfabetização de Paulo Freire

• Métodos globais ou fónicos?

• A guerra dos métodos na alfabetização. Um texto


de Vicente Martins

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Notícias diárias de educação
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Ainda o debate sobre os métodos de
leitura. Por uma metodologia que seja
apropriada à idade daquele que
aprende a ler

Quando me refiro à linguagem é sempre na sua com-


plexidade comunicacional. Contudo, sou, neste
aspecto heidgeriano: o que nos faz como homens dis-
tintos de os outros seres é a fala. É aqui que me centro
na reflexão sobre o ensinar e aprender. Acontece,
porém, que, como Palo Alto mostrou e os pragmáticos,
herdeiros do segundo Wittgenstein, tematizaram, não
falamos apenas com a palavra, falamos também com
o corpo, com o não dito. E isto complica-se.

A comunicação e as linguagens que o homem e a


mulher usam só cumprem verdadeiramente o seu
papel se forem portadoras de sentido e se o sentido for
entendido. Mas, como todos sabemos, o sentido do
que dizemos na linguagem que usamos depende da
interpretação que o auditor, ouvinte, auditório, interloc-
utor fizer (a escolha de um conceito ou outro depende
das circunstâncias e da perspectiva em que nos colo-
carmos, como sabemos).

Estamos, então, confrontados com dois domínios da


construção do sentido que me parecem imprescindí-
veis: a hermenêutica quanto à interpretação do texto
(fundamentalmente Ricoeur e a sua “Teoria da Inter-

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pretação”) e a pragmática quanto à dimensão de uso
f
da linguagem na construção do sentido (por ex. Nietz-
t
sche, o 2º Wittgenstein, Rorty e Davidson).

No meio, isto é, valorizando a necessidade da interpre-


tação e todo o processo comunicacional com vista à
construção do sentido do que se diz no acto comunica-
cional está o incontornável Habermas e, noutra per-
spectiva, a retórica e a argumentação (p. ex. Perelman
e Meyer).

Perante isto e o que sabemos sobre o cérebro e as


neurociências o processo de ensinar e de aprender
tem que centrar-se na língua e na linguagem. Por isso,
defendi que aprender a ler, escrever e contar, acre-
scento agora, deve fazer-se tendo em conta a idade do
aprendente e sempre com a finalidade de contribuir
para o seu efectivo desenvolvimento pessoal global.

Neste sentido, não me parece desadequado um proc-


esso global na primeira abordagem que poderá fazer-
se até aos cinco-seis anos e um processo fonético,
antigo, quando se começa, de facto, a aprender a
escrever (por volta dos sete-oito anos).

Em caso algum me parece interessante a fixação em


qualquer dos processos. A realidade é complexa e a
nossa relação com ela deve ser de ordem a torná-la
compreensível na sua complexidade. Isso exige a
aquisição de ferramentas intelectuais que nos per-
mitam compreender que a casa (o texto) é mais do

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Ainda o debate sobre os métodos de leitura… D
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que a soma do cimento, a areia, o ferro, o tijolo (letras
f
e sílabas) e do que cada uma das divisões (frases) e
t
que a casa não existiria sem cada um dos elementos
que lhe são indispensáveis.

É esse o trabalho educativo e pedagógico. É esse o


dever de quem ensina a ler e a escrever.
Jad
Foto: São Jorge contra o Dragão. Estátua no Bairro
Nikolaiviertel, em Berlim
Para saber mais

• Métodos globais versus fónicos

• Novas formas de aprendizagem

• Métodos de leitura: globais ou fónicos?

• Colectânea de Textos do ProfBlog: métodos de


leitura, globais ou fónicos?

Notícias diárias de educação

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