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O documento analisa o filme "13 Dias que Abalaram o Mundo" sobre a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962. A crise ocorreu durante a Guerra Fria quando os EUA descobriram mísseis nucleares soviéticos em Cuba, levando a tensões entre os países. Após negociações complexas entre Kennedy e Kruschev, um acordo foi alcançado para remover os mísseis em troca de uma promessa dos EUA de não invadir Cuba.
O documento analisa o filme "13 Dias que Abalaram o Mundo" sobre a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962. A crise ocorreu durante a Guerra Fria quando os EUA descobriram mísseis nucleares soviéticos em Cuba, levando a tensões entre os países. Após negociações complexas entre Kennedy e Kruschev, um acordo foi alcançado para remover os mísseis em troca de uma promessa dos EUA de não invadir Cuba.
O documento analisa o filme "13 Dias que Abalaram o Mundo" sobre a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962. A crise ocorreu durante a Guerra Fria quando os EUA descobriram mísseis nucleares soviéticos em Cuba, levando a tensões entre os países. Após negociações complexas entre Kennedy e Kruschev, um acordo foi alcançado para remover os mísseis em troca de uma promessa dos EUA de não invadir Cuba.
Keren Victoria Oviedo Wright, Luis Alberto Villalba Aguirre, Thiago Brs
O filme 13 das que abalaram o mundo trata-se sobre uma das maiores crisisque teve espao durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a Unio Sovitica tendo como alvo a Cuba.Alm da questo poltica, a carrera armamentista entre elesformaba parte desse periodo, momentoem que a luta pela supremacamundialestava tendo sua mxima expresso.De longe, a crise dos msseis em Cuba, nos 1962 foi o conflito cujo encaminhamento mais atemorizou o mundo de ento. Num contexto em que uma potncia capitalista e uma socialista disputavam palmo a palmo zonas de influncia, ideias e armas de destruio em massa, a maneira como o conflito foi conduzido acabou, guardadas as propores, chegando a uma soluo que significou a continuidade da prpria humanidade. Foi o caso mais ilustrativo de que, canalizado de forma positiva, um conflito pode satisfatoriamente, embora com graus variados de intensidade ao longo da negociao, desenrolar para uma soluo desejada por ambos lados, ainda que os dois, como era o caso, buscassem objetivos incompatveis em diversas esferas, especialmente na rea blica e tecnolgica.O filme no entanto baseia-se nas fases dessa negociao desde o momento da percepo dos EUA pela existencia de armas nucleares na Cuba, a preparao logstica, a negociao, as fases do acordo e a implementao do mesmo. A fase da preparao toma espao desde que o avio espia dos EUAfaz evidente a existencia de armas nucleares na Cuba, mediante as fotografas tomadas. A partir dessa informao o presidente John F. Kennedy, seu irmo,o secretario geral Kenny ODonell alm dos principais funcionarios da casa Branca reuniram-se para discutir o que estava acontecendo e em que medida isso atingia na segurana do pas como nas suas ambies. Como os objetivos deles eram bem claros visando manter seu estado de potencia mundial, no podiam permitir ameaas desse tipo, sendopreciso ento pensar numa boa estrategia de reao e as taticas para executa-las.Como as armas ainda estavam se armando era necessrio detlos, decidiram logo que o bloqueio dos barcosrusosdeberiamser feito de imediato. Nessa fase acordaram ento que o presidente falaria na TV informando osciudados da situao, ordenariam aos soviticos a deter seus navios com promesa de no atacar se cumprissem com o requerido dentro do tempo establecido. Alm disso decidiram que colocariam a situao ante a ONU envolvendo os Americanos como estratgia para presionar os cubanos a retirarem os msseis do seu territorio, sempre com a promesa do presidente de no atacar enquanto os Estados Unidos no sejam atacados, caso contrario ofreceriam apoio total aos seus homens. Foi assim que a pesar de um grupo da casa Branca optase pela guerra, os irmos Kennedy e o secretario lutaram nessa fase da preparao por direcionar as estratgias e tticas numa direomais pacfica possivel, tentando assim evitar a necesidade de um enfrentamento blico entre as naes. A estrutura material onde se deu a negociao da crise se por uma lado manteve por um tempo cada lado na comodidade de suas prprias instalaes nacionais, por outro, com a distncia e dado o nvel de tenso da situao, s fizeram agravar as percepes preconceituosas mtuas que as partem tinham em relao aos comportamentos e s atitudes do outro, o que acabou levando a negociao a outras instncias internacionais multilaterais. Nesse particular, tanto os esteretipos de estadunidenses ao olharem para soviticos quanto esses ao analisarem aqueles exacerbavam mais ainda a viso megalomanaca de ambos, limitando inicialmente a negociao e elevando as emoes a um patamar tal que alternavam constantemente entre medo e respeito, dio e camaradagem, amargura e confiana, raiva e interesse, dimensionando os sentimentos num patamar soberbo de uma deciso em torno do futuro da existncia humana. Os comportamentos, por sua vez, revelam que as intenes de alterar o rumo fatdico dos eventos, embora compusessem o escopo de alternativas dos dois lados, materializavam-se em modos de agir que mais buscavam bloquear a capacidade de ataque do outro e diminuir as prprias vulnerabilidades do que necessariamente resolver o impasse. Evidentemente, vez que a dimenso concreta/objetiva do conflito inclua msseis intercontinentais apontados alguns operacionalizados diretamente para os negociadores (msseis estadunidenses na Itlia e Turquia, apontados para a URSS e msseis soviticos em Cuba apontados para os EUA) as estratgias de negociao variavam conforme variaram as emoes, de modo que desde a coero, especialmente quando se imps o embargo a embarcaes que rumavam a Cuba, passando pelos gestos hostis de ameaas de invaso da ilha caribenha, at gestos de recuos como o de dar credibilidade s intenes de Kruschev ou ainda gestos de conciliao, como a aceitao do definitivo acordo baseado em tratado secreto entre os chefes de Estado. Embora uma anlise aprofundada e refinada pressuponha criticidade em relao ao que se analisa, inegvel que, apesar do emaranhado de interesses cruzados entre o mundo capitalista e socialista, a gravidade do conflito era dada pelo recurso material blico que estava mobilizado (msseis prontos para serem disparados). A compreenso de como o impasse foi resolvido, entretanto, passa por observar os aspectos psicolgicos e emocionais tanto de militares estadunidenses sedentos por guerra quanto de dois lderes mundiais (Kennedy e Kruschev) pressionados simultaneamente pelo clamor nacional e internacional, o que evidenciou sobremaneira o dilema do negociador, na medida em que Kennedy temia sua total vulnerabilidade ao oferecer informao a Kruschev, temor tambm compartilhado de seu lado pelo secretrio-geral do partido comunista da URSS. A crise dos msseis envolveu mltiplos atores civis (por exemplo, o ministro da Defesa, Robert McNamara, e o irmo do presidente dos EUA, o Fiscal General Robert Kennedy) e militares, opondo muitas vezes os interesses no interior de uma das prprias partes envolvidas, como bem deixa claro o filme, quando aborda o comportamento decidido dos militares em atacar Cuba (o chefe do Estado Maior Conjunto, o general Maxwell Taylor, e o chefe do Comando Areo Estratgico, o general Curtis LeMay, insistiam por um ataque areo preventivo contra os msseis transportados ilha e pela interveno no territrio cubano). Por outro lado, diplomatas em diversas instncias (bilateral, OEA e ONU) so mobilizados em busca de um dilogo produtivo. Como foi visto, as negociaes dos msseis soviticos em Cuba aconteceram simultaneamente no plano internacional e nacional e evidenciaram o papel paciente (e por vezes afoitos) de inmeros negociadores (com destaque para os lderes de cada nao). Seria difcil analisar detalhadamente as caractersticas dos diversos negociadores nas diversas instncias, mas, se formos observarmos as etapas da negociao a partir do filme apreciado, podemos elencar de maneira mais global da seguinte maneira: a) na fase de proposio, a abertura da tentativa de negociao se d, pode-se dizer, quando, em 22 de outubro de 1962, o presidente Kennedy anuncia a presena das armas nucleares em Cuba e lana a ideia do bloqueio naval; o passo seguinte, a reduo de tenso ou adequao do ambiente, pode ser compreendida como o momento em que, depois de o bloqueio ter entrado em vigor, as embarcaes soviticas (a esquadra vermelha) d meia-volta, no dia 24.10, embora os soviticos continuassem com a construo das bases dos misseis em Cuba; depois de o embaixador americano na ONU, Adlai Stevenson, ter apresentado ao Conselho de Segurana, em 25.10, as provas da existncia dos msseis em Cuba e de ter deixado o embaixador sovitico, ValerianZorin, sem palavras, tem incio a fase em que as partes fazem suas proposies, decodificam a proposio do outro, hesitam, mas reconhecem o ponto de vista alheio e expressam seus pontos de vista; b) na fase da interao, a construo do relacionamento entre as partes tem incio com uma inesperada carta de Kruschev, no dia 26.10, em que se oferece um acordo simples: se Kennedy prometesse no atacar Cuba, as armas seriam removidas; a situao parece, ento, encaminhar-se para um equilbrio entre dilogos e discusso, de maneira que Kennedy se comprometeria a no atacar Cuba; entretanto, a proposta alterada por meio de outra mensagem de Kruschev, mais severa e com uma exigncia adicional: a remoo dos msseis dos EUA na Turquia (pode-se, neste caso, entender, a primeira proposta mais exploratria que decisiva); c) na fase da troca, Kennedy decide dar uma cartada inesperada fingir que a segunda mensagem de Kruschev jamais chegara e aceitar a oferta do dia anterior, deixando clara suas prioridades (evitar a guerra), mostrando, em tese, sua vontade de abrir mo do secundrio em benefcio do essencial (no impelir o mundo a uma terceira guerra mundial); neste caso, a flexibilidade de Kennedy e sua estratgia de ignorar a segunda mensagem de Kruschev acabou o inserindo na histria como forte o suficiente para insistir em uma atitude no precipitada, o que ressaltou sua mentalidade de negociador, incluindo sua no concesso rpido demais, fato que fez, inclusive, supostamente, Kruschev voltar em sua concesso inicial; d) na fase do acordo, o dia 28 de outubro de 1962 marca o fim do conflito, com Kruschev aceitando a proposta de Kennedy e anunciando a deciso na Rdio Moscou; os lderes trocam cartas confirmando os termos do acordo, cuja parte essencial (a remoo dos msseis dos EUA na Turquia) no tornada pblica (acordo secreto); so, ainda, determinados em conjunto uma srie de formas de constatao tanto da remoo dos misseis estadunidenses quanto soviticos. A fase de acordo entre USA e URSS chega num momento onde se prioriza o beneficio essencial, impedir uma guerra com repercusses desastrosas. Ambas potencias parecem entender que a flexibilidade sinal de forca e no de fraqueza ao decidiremrealizar acordos para evitar uma catstrofe mundial. A soluo pacifica se aprecia coma segunda carta da Unin Sovitica Casa Branca, de possibilidade de acordo a cambio de condicionantes. Kruschev manda uma carta a Kennedy informando que retiraria seus misseis, si os Estados Unidos se comprometerem a no invadir Cuba, eretirarem suas bases daTurqua. O embachador da URSS se rene com o representante de USA para resolver a questo. USA prope que no haver guerra si os misseis no quedarem operacionais, que fossem retirados de Cuba imediatamente e que a ONU inspecione o lugar. A resposta Sovitica que no haver negociao si o comportamento estadounidense fosse aumentar seu poder militar e exige o retiro dos misseis de Turquia, como resposta Estados Unidos aceita a retirada dos misseis em seis messes, mas sendo uma garantia privada que no deve- se tornar pblico. A Unin Sovitica aceita o acordo e manda uma carta que expressa a retirada dos misseis, o comunicado termina ordenando o paro das atividades de instalao de misseis, o desmonte e retorno de armas nucleares a Rusia. O desvo da possibilidade de guerra nuclear dirimi a tenso do perodo da guerra fria. A alternativa msviablede negociacao e a travs de meios diplomticos entre a Unin Sovitica e USA, porqueas consecuencias desastrosas da II Guerra Mundial saoexperiencias que sirven para entender que a guerra sinnimo de destruco. Por isso o governo Kennedy naopoda ver fcilmenteaposibilidade de ataques areos o invaso a Cuba tendo essas aes como a ultima alternativa a serem utilizadas. A permanncia das instalaes em Cuba responde entende-se pela permanncia de misseis instalados na Turqua, como uma ameaa URSS de ter que aumentar sua segurana numa rea perto do inimigo tendo como aliado a Cuba. O Presidente Kennedy tem um papel apaciguador e atua com muita inteligncia, escutando as orientaes de seus assistentes, mas capacitados e rejeitando a insistncia permanente dos militares a ataques areos seguidos de invaso. O Pte. Entende que essa via no a melhor. Durante a negociao, houve a especulao em torno de trs possibilidades: 1 ) Bombardear os msseis, correndo o risco de serem repostos posteriormente; 2) Alm de bombardear os msseis, invadir Cuba, gerando resposta da URSS em Berlim, abrindo caminho para um embate entre as superpotncias e causar uma guerra total. Por fim 3) um bloqueio naval para impedir que os navios soviticos transportassem novas ogivas at a ilha cubana. A opo adotada, apesar dos anseios belicosos das cpulas de militares dos dois lados do tabuleiro, foi a terceira - a de interceptar o mar e impedir novos fornecimentos de armas, sinalizando para a necessidade de conduzir os fatos de uma forma pacfica, reduzindo os efeitos da crise diplomtica entre as naes. O acordo negociado teve um avanodentro da ordem prevista. O governo sovitico ordenou que as armas fossem desmontadas e enviadas de volta URSS, essa ao foi anunciada ao pblico, distintamente da retirada dos msseis norte-americanos da Turquia, que se manteve longe do conhecimento da populao. O fim das negociaes conscientizou os pases e seus aliados do perigo de uma guerra nuclear, capaz de destruir grande parcela da vida na terra. Preocupao expressa na mensagem enviada pelo primeiro ministro Krucshev Kennedy, reforando a necessidade de prevenir um "desvio fatal dos fatos" em nome da preservao da paz mundial (2:13). Estabeleceu-se, com esse fim, uma linha de comunicao direta entre o Kremlin e a Casa Branca. Aps a herana de uma configurao da possibilidade de uma guerra nuclear iminente, Estados Unidos, Unio Sovitica e Reino Unido assinaram o Limited Test Ban Treaty (Tratado de Proibio Parcial de Testes Nucleares), proibindo testes na atmosfera, na gua e no espao. Continuavam autorizados at ento os testes subterrneos. Este tratado deu incio a um regime internacional de no-proliferao de armas nucleares.