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O documento resume o artigo "A arte como Procedimento" de Viktor Chklovski, onde ele introduz o conceito de estranhamento na arte. Chklovski discorda da teoria de que a arte é pensar por imagens e argumenta que seu objetivo é causar uma percepção particular do objeto e não reconhecimento. Ele explica que o estranhamento opera através de procedimentos que obscurecem a forma e prolongam a percepção, retirando o indivíduo do automatismo. A linguagem poética é destacada como uma grande criadora de estranh
O documento resume o artigo "A arte como Procedimento" de Viktor Chklovski, onde ele introduz o conceito de estranhamento na arte. Chklovski discorda da teoria de que a arte é pensar por imagens e argumenta que seu objetivo é causar uma percepção particular do objeto e não reconhecimento. Ele explica que o estranhamento opera através de procedimentos que obscurecem a forma e prolongam a percepção, retirando o indivíduo do automatismo. A linguagem poética é destacada como uma grande criadora de estranh
O documento resume o artigo "A arte como Procedimento" de Viktor Chklovski, onde ele introduz o conceito de estranhamento na arte. Chklovski discorda da teoria de que a arte é pensar por imagens e argumenta que seu objetivo é causar uma percepção particular do objeto e não reconhecimento. Ele explica que o estranhamento opera através de procedimentos que obscurecem a forma e prolongam a percepção, retirando o indivíduo do automatismo. A linguagem poética é destacada como uma grande criadora de estranh
A arte como Procedimento: da imagem como forma de pensamento para a
ideia de estranhamento na arte.
Pricila Raimundo. 1
A arte como Procedimento de V.Chklovski o artigo onde pela primeira vez aparece o termo Estranamento, ue viria a ser muito usada para e!plicar a sensa"#o ue se tem ao entrar em contato com uma o$ra arte e a vis#o ue essa apresenta do mundo. %sse artigo foi escrito em 1&1', um artigo russo, de um autor ue fez parte do movimento dos (ormalistas Russos, ue tinham como o$)etivo principal ver os fen*menos lingu+sticos e liter,rios a partir deles mesmos, sem an,lise dos elemestos e!teriores, levando em considera"#o principalmete a sua forma. Choklovski come"a seu artigo apresentando a teoria de Pote$nia ue dizia em suma -A arte pensar por imagens- .C/0120V314, 1&56, p. 7&8 9ue inclui nessa arte de pensar por imagens todas as formas de arte inclusive a poesia l+rica. :unto com este preceito ele apresenta outro deste mesmo autor, o princ+pio de econ*mia de enerigias mentais, dentro dessa vis#o Pote$nia acreditava ue a poesia era uma maneira diferente de pensar, um pensar atravs de imagens, um -e!plicar o desconhecido pelo conhecido- .C/0120V314, 1&56, p. ;<8. 0 autor descorda dessa teoria e apresenta o autor Ovsianiko-Kulikovski para refut,= lo, esse autor chegou a conclus#o, dentro da teoria de Pote$nia, ue a poesia l+rica, a aruitetura e a m>sica deveriam ser isoladas, pois eram formas diferenciadas de arte, arte sem imagem e dizia ue eram artes l+ricas ue se dirigiam direto as emo"?es. 2ogo em seguida Choklovski apresenta a evolu"#o desta teoria de Pote$nia ue devido a diversas mudan"as de vis#o da ideia de imagem chegou a essa formula"#o - A arte antes de tudo criadora de s+m$olos.- .C/0120V314, 1&56, p. ;<8 @as em seguida ele dei!a claro ue esse pensamento sA conseguiu mantr a ideia de ue as arte e principalemete a poesia composta de imagens. 0 autor e!plica ue a imagem potica foi uase imovl durante sculos sendo apenas reorganizada segundo o autor ou tomada emprestada de outros autores. % termina por dizer ue -B... C o pensamento por imagens n#o v+nculo ue une t*das as diciplinas da arte B... C a mudan"a de imagem n#o constitui a essDncia do desenvolvimento potico.- .C/0120V314, 1&56, p. ;18 Continuando seu artigo ele e!plica o conceito de o$)eto esttico, ue seria o o$)eto da poesia e usa pela primeira vez o termo procedimento, dizendo ue o o$)eto esttico conce$ido por procedimentos particulares ue tem como fim dar a eles uma percep"#o esttica. E importante citar esse conceito pois o temo o$)eto usado com muita freuDncia no restante do artigo. Para Choklovski o principal motivo pelo ual Pote$nia criou uma teoria err*nia para 1 Resumo realizado por Pricila Raimundo, para a disciplina de Feoria 2iter,ria 4V, ministrada por %leonora (rekel Garretto. 6<11.6. a poesia, ue este n#o distinguia a diferen"a ue e!iste entre a l+ngua da poesia e a da prosa, tam$m n#o perce$ia ue e!iste dois tipos de imagens, imagem como uma forma de pensarH pelo advento de unir o$)etos. e a imagem potica, ue refor"a a impress#o ue se tem de um o$)eto. %ssa impress#o ue a l+ngua potica cria seria uma impress#o m,!ima. %nt#o retomada a discus#o so$re a lei de econ*mia de energia mental, ou lei de econ*mia de energia criativa, a ual tinha como postula"#o ue a poesia tem uma preceito de econ*mia de aten"#o, conduzindo o leitor pelo caminho mais f,cil para chegar a uma no"#o dese)ada. Porm o autor discorda com essa postula"#o, pois seguindo as leis gerais de percep"#o visivl ue uando -as a"?es tornam=se ha$ituais, as a"?es tornam=se tam$m autom,ticas- .C/0120V314, 1&56, p. ;78 3eguindo essa lei geral de percep"#o o autor demostra como os o$)etos n#o s#o perce$idos de forma correta, pois se est, t#o acostumado a eles ue apenas se vD as ideias sim$Alicas ue se tem por meio de automatismos de percep"#o. 3eguindo ainda este preceito Choklovski diz ue - 3e toda a vida comple!a de muita gente se desenrola inconcientimente, ent#o como se esta vida n#o tivesse sido.- .C/0120V314, 1&56, p. ;I8 Para tanto e!iste a arte, para retirar as pessoas do automatismo. 0 autor coloca a arte como mecanismo ue modifica a vis#o ue as pessoas tem pr=conce$idas dos o$)etos ue as faz ver apenas conceitos . - B... Cpara desenvolver a sensa"#o de de vida, para sentir os o$)etos, para provar ue pedra pedra, e!iste o ue se chama de arte.- .C/0120V314, 1&56, p. ;I8 E a partir daui ue o autor vai e!plicar o conceito de estranhamento, ue nesse te!to aparece como singularizao devido a uma escolha feita pelo tradutor. Para tanto ele coloca ue: -0 o$)etivo da arte dar a sensa"#o do o$)eto como vis#o e n#o como recomhecimentoH o procedimento da arte o procedimento da singulariza"#o .estranhamento8 dos o$)etos e o procedimento ue consite em o$scurecer a forma, aumentar a dificuldade e a dura"#o da percep"#o.-.C/0120V314, 1&56, p. ;I8 Choklovski, coloca o estranhamento como um srie de procedimentos da arte ue tem como o$)etivo causar uma mudan"a na percep"#o ue o indiv+duo tem de um o$)eto, por meio de usos diferenciados dos ha$ituais. Para e!plicar os o$)etos a arte teria a capacidade de causar uma percep"#o mas duradoura, ue retiraria o indiv+duo do automatismo. 0 autor demostra isso em sua a$ra com e!certos de 2.Folstoi, para mostrar na o$ra desse autor como se d, a singulariza"#o .estranhamento8, usando um dos procedimentos da arte para criar essa sensa"#o, esse efeito. B... C ele .Folstoi8 n#o chama o o$)eto por seu nome, mas descreve como se o visse pela primeira vez e trata cada incidente como se acontecesse pela primeira vezH alm disto, emprega na descri"#o do o$)eto, n#o os nomes geralmete dados Js partes, mas outras tomadas emprestadas da descri"#o das partes correspondentes em outros o$)etos.- .C/0120V314, 1&56, p. ;K8 Por essa descri"#o do procedimento ue Folstoi emprega para causar estranhamento em suas o$ras poss+vel perce$er ue o autor faz uma an,lise da forma ue as o$ras se estruturam, seguindo a linha de pensamento em ue ele se inseria, o formalismo russo. Para fechar a diferencia"#o de sua vis#o so$re imagem e a de Pote$nia, o autor coloca em ue pontos a teoria dele descorda da do autor a uem se refere: - 0 o$)etivo da imagem n#o tornar mais prA!ima de nossa compreens#o a significa"#o ue ela traz, mas criar uma percep"#o particular do o$)eto, criar uma vis#o e n#o um reconhecimeto.- .C/0120V314, 1&56, p. I<8 Choklovski tam$m fala ue seu artigo trata da constru"#o de enredos ue usam do estranhamento no paralelismo psicolAgio, pois no paralelismo h, transferDncia da percep"#o comum para um ,m$ito novo de percep"#o ue consiste numa mudan"a semLntica espcifica. (inalizando para Choklovski o estranhamento muito percptivl na l+ngua potica: %!aminando a l+ngua potica tanto nas suas constituintes fonticas e l!icais como na disposi"#o das palavras e nas constru"?es semLnticas constitu+das por essas palavras, perce$emos ue o car,ter esttico se revela sempre pelos mesmos signos: criada constantimente para li$ertar a percep"#o do automatismoH sua vis#o representa o o$)eto do criador e ela constru+da artificialmete de maneira ue a percp"#o de detenha nela e chegue ao m,!imo de sua for"a e dura"#o. .C/0120V314, 1&56, p. I;8 % a l+nguagem potica uma grande criadora de estranhamento e ela ue causa os efeitos perceptivos mais duradouros. ReferDncia: G. %41/%MGAN@H V.C/0120V314. A arte como procedimento. 4n: %41/%MGAN@, G.. Teoria da literatura formalismo russo. Porto Alegre: Olo$o, 1&56. p. 7&=IK. (0%R3F%, Oerda @argit 3chPtz. Estranhamento como categoria esttica em arte. 1&Q %ncontro da Associa"#o Macional de Pesuisadores em Artes Pl,sticas. Rispon+vel em: Shttp:TTUUU.anpap.org.$rTanaisT6<1<TpdfTceavTfernandaVmonteiroV$arretoVcamargo.pdfW. Acesso em: <I set. 6<11 ON%R4X024=1%@P4M31A, 0lga. O estranhamento: um e!lio re"entino da "erce"o. Gragoat, MiterAi, n. 6&, p.<1=6'5, <1 )un. 6<1<. 3emestral. Rispon+vel em: Shttp:TTUUU.uff.$rTrevistagragoataTrevistasTgragoata6&Ue$.pdfW. Acesso em: <I set. 6<11. .
RANCIÈRE, Jacques. Será Que A Arte Resiste A Alguma Coisa in LINS, Daniel (Org) - Nietzsche e Deleuze. Arte e Resistência. Simpósio Internacional de Filosofia, 2005. Rio de Janeiro Forense