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Este documento discute as diretrizes para estudos de recuperação de alunos com baixo rendimento escolar de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ele esclarece que (1) a recuperação deve ocorrer paralelamente ao ano letivo e não dentro da carga horária das disciplinas, (2) a escola deve estabelecer normas para a recuperação em seu regimento interno e (3) a recuperação deve incluir reavaliação dos alunos para verificar seu progresso.
Este documento discute as diretrizes para estudos de recuperação de alunos com baixo rendimento escolar de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ele esclarece que (1) a recuperação deve ocorrer paralelamente ao ano letivo e não dentro da carga horária das disciplinas, (2) a escola deve estabelecer normas para a recuperação em seu regimento interno e (3) a recuperação deve incluir reavaliação dos alunos para verificar seu progresso.
Este documento discute as diretrizes para estudos de recuperação de alunos com baixo rendimento escolar de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ele esclarece que (1) a recuperação deve ocorrer paralelamente ao ano letivo e não dentro da carga horária das disciplinas, (2) a escola deve estabelecer normas para a recuperação em seu regimento interno e (3) a recuperação deve incluir reavaliação dos alunos para verificar seu progresso.
O Conselho Nacional de Educao tem recebido consultas acerca dos estudos de recuperao e das prticas de instituies que entendem ser possvel a recuperao dentro da carga horria das disciplinas. Primeiramente, esclarecemos que a recuperao paralela, segundo o Parecer CNE/CEB n 12/97, no pode ser confundida ou entendida como ao mesmo tempo, no podendo ser desenvolvida dentro da carga horria da disciplina. A Lei n 9.394/96, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), no art. 24, inciso V, alnea e, trata das regras comuns da organizao da Educao Bsica, mostra os critrios de verificao do rendimento escolar e assevera: obrigatoriedade de estudos de recuperao, de preferncia paralelos ao perodo letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituies de ensino em seus regimentos. A meno de regimentos j oferece um dos atributos da Lei, isto , o regime de colaborao entre Unio, Estados e Municpios (art. 8), refletido nas orientaes preliminares desta Cmara sobre a LDB, aprovadas no Parecer CNE/CEB n 1/97. Ocorre que, naquele momento, as orientaes preliminares, ao tratarem dos estudos de recuperao, destacam somente o deslocamento em relao legislao ento vigente, isto , a preferncia deslocada do seu oferecimento entre os perodos letivos regulares para a programao paralela ao perodo letivo. No entanto, o Parecer CNE/CEB n 5/97 amplia a preciso discursiva a respeito do tema em estudo: Os estudos de recuperao continuam obrigatrios e a escola dever deslocar a preferncia dos mesmos para o decurso do ano letivo. Antes, eram obrigatrios entre os anos ou perodos letivos regulares. Esta mudana aperfeioa o processo pedaggico, uma vez que estimula as correes de curso, enquanto o ano letivo se desenvolve, do que pode resultar aprecivel melhoria na progresso dos alunos com dificuldades que se projetam nos passos seguintes. H contedos nos quais certos conhecimentos se revelam muito importantes para a aquisio de outros com eles relacionados. A busca da recuperao paralela se constitui em instrumento muito til nesse processo (art. 24, inciso V, alnea "e"). Aos alunos que, a despeito dos estudos paralelos de recuperao, ainda permanecem com dificuldades, a escola poder voltar a oferec-los depois de concludo o ano ou o perodo letivo regular, por atores e instrumentos previstos na proposta pedaggica e no regimento escolar. 2
Imediatamente em seguida, o Parecer CNE/CEB n 12/97 completa o pensamento exarado no Parecer CNE/CEB n 5/97, pois se expande em consideraes ao texto da LDB para abarcar o papel da escola e seu projeto poltico-pedaggico, atribuio de notas, conceitos e crditos, processo de avaliao, os reais sujeitos da recuperao de estudos e o tempo a ser dedicado a ela. O art. 24, inciso V, alnea e da LDB mantm, como na Lei anterior, a obrigatoriedade de estudos de recuperao. Difere da Lei revogada quando determina sejam os mesmos proporcionados de preferncia paralelos ao perodo letivo e assinalando, como antes, sua destinao aos alunos de baixo rendimento escolar. Na Lei n 5.692/71, os estudos de recuperao, embora obrigatrios, eram oferecidos entre os perodos letivos regulares. Alguns aspectos precisam ser ressalvados no exame do dispositivo focalizado, em face de dvidas levantadas a respeito. Primeiro, a compreenso de que tais estudos devero ser disciplinados pelas instituies de ensino em seus regimentos, a partir de suas propostas pedaggicas. Vale dizer, a fixao das normas relativas matria da competncia expressa de cada escola. Em segundo lugar, o simples oferecimento de tais estudos, paralelamente ao perodo letivo regular, no significar o correto cumprimento da norma legal referida. indispensvel que os envolvidos sejam alvo de reavaliao, tambm paralela, a ser prevista nessas normas regimentais. Em se tratando de alunos com baixo rendimento, s a reavaliao permitir saber se ter acontecido a recuperao pretendida. E, constatada essa recuperao, dela decorrer a reviso dos resultados anteriormente anotados nos registros escolares, como estmulo ao compromisso com o processo. Estudo e avaliao devem caminhar juntos, como sabido, onde esta a avaliao o instrumento indispensvel para constatar em que medida os objetivos colimados foram alcanados. importante assinalar a marcante flexibilizao introduzida na Educao Bsica pela Lei n 9.394/96, como se v nas disposies contidas nos arts. 23 e 24, um claro rompimento com a ultrapassada cultura de reprovao. O norte do novo diploma legal a educao como um estimulante processo de permanente crescimento do educando (pleno desenvolvimento) onde notas, conceitos, crditos ou outras formas de registro acadmico no devero ter importncia acima do seu real significado. Sero apenas registros passveis de serem revistos segundo critrios adequados, sempre que forem superados por novas medidas de avaliao que revelem progresso em comparao a estgio anterior, por meio de avaliao, a ser sempre feita durante e depois de estudos visando recuperao de alunos com baixo rendimento. bom acrescentar que os estudos de recuperao tambm podem, como ato de reforo, ser realizados ao final do ano ou perodo letivo, se a escola assim dispuser em seu regimento, visto que o art. 24 da LDB j determinou a preferncia a tais estudos paralelamente ao perodo letivo regular. 3
Cabe ainda citar que o tempo destinado a estudos de recuperao no poder ser computado no mnimo das 800 horas anuais que a Lei determina, por no se tratar de atividade a que todos os alunos esto obrigados. Ainda cabe destacar o disposto no Parecer CNE/CEB n 24/2008, que trata do questionamento do modo de implantar projeto de reforo com vistas a recuperar alunos de baixo rendimento entre a 1 e a 4 sries do Ensino Fundamental. No retorno ao art. 24 da LDB, a relatora reitera o direito do estudante recuperao da aprendizagem, bem como a obrigao do sistema de ensino em proporcion-la. Visto que a consulta considerava o direito dos professores a atividades complementares (formao, intercmbio de experincias, preparao de atividades e desenvolvimento de processos avaliativos) e o possvel aproveitamento deles para recuperar alunos de baixo rendimento nesses horrios da jornada, a relatora cita a Lei n 11.738/2008, que garante aos professores 1/3 de sua jornada para o desenvolvimento de tais importantes atividades, o que inviabiliza o seu uso para os estudos de recuperao. Destaca o valor das normatizaes nacionais e o esforo em construir a unidade do sistema, desde os pareceres do CNE aos projetos pedaggicos das unidades escolares. Lembramos que o tema j foi tratado nesta Cmara e resultou na aprovao do Parecer CNE/CEB n 18/2012, que trata da implantao da Lei n 11.738/2008, que institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistrio pblico da Educao Bsica. Torna-se claro, pois, que os Pareceres da Cmara de Educao Bsica respondem a todas as dvidas, especialmente se a viso do regime de colaborao encontrar na unidade escolar sua concretude. Evidencia-se que o tempo destinado a estudos de recuperao no poder ser computado no mnimo das 800 horas anuais que a Lei determina, por no se tratar de atividade a que todos os alunos esto obrigados; que notas e conceitos decorrem do processo de avaliao e reavaliao, direito dos estudantes e dever da escola e do docente e que devem estar firmemente estabelecidos nos projetos poltico-pedaggicos das escolas, conforme estabelecem o art. 12, inciso V, e o art. 13, inciso IV da LDB; que uma recuperao paralela competente e que vise ao efetivo desenvolvimento dos estudantes considerar as reais necessidades de cada um para alargar-se no tempo, do que decorre que uma escola pode realizar recuperao contnua, segundo a diversidade dos que dela necessitem. Quando se trata de contedo, sabido que os atos de aprender e ensinar implicam contedos formalizados em processos pedaggico-didticos e que o processo de avaliao e reavaliao dos estudos de recuperao serve a uma totalidade, isto , ao pleno desenvolvimento dos estudantes tidos como, temporalmente, de baixo rendimento. Efetivamente, a atitude de recuperao visa superao dessa condio verificada pelos professores e gestores da unidade escolar.