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[1] Madalena é encontrada sozinha lendo Os Lusíadas e refletindo sobre os versos que descrevem o destino trágico de Inês de Castro. [2] Quando Telmo chega, ele elogia Os Lusíadas como o livro mais importante, exceto a Bíblia. [3] A cena estabelece o tema do destino trágico que irá dominar a peça e sugere conflitos entre as personagens devido às suas lealdades políticas conflitantes.
Descrizione originale:
Titolo originale
Frei Luís de Sousa - Importância d'Os Lusíadas Na Cena Inicial
[1] Madalena é encontrada sozinha lendo Os Lusíadas e refletindo sobre os versos que descrevem o destino trágico de Inês de Castro. [2] Quando Telmo chega, ele elogia Os Lusíadas como o livro mais importante, exceto a Bíblia. [3] A cena estabelece o tema do destino trágico que irá dominar a peça e sugere conflitos entre as personagens devido às suas lealdades políticas conflitantes.
[1] Madalena é encontrada sozinha lendo Os Lusíadas e refletindo sobre os versos que descrevem o destino trágico de Inês de Castro. [2] Quando Telmo chega, ele elogia Os Lusíadas como o livro mais importante, exceto a Bíblia. [3] A cena estabelece o tema do destino trágico que irá dominar a peça e sugere conflitos entre as personagens devido às suas lealdades políticas conflitantes.
PORTUGUS, 11 ANO PROF. ANTNIO ALVES Frei Lus de Sousa - a importncia d' Os Lusadas no incio da pea Ato I - cena I Madalena s, sentada junto banca, os ps sobre uma grande almofada, um livro aberto no regao, e as mos cruzadas sobre ele, como quem descaiu na leitura e na meditao.
Madalena (repetindo maquinalmente e devagar o que acaba de ler)
Naquele ingano d'alma ledo e cego Que a fortuna no deixa durar muito...
Com paz e alegria d'alma... um ingano, um ingano de poucos instantes que seja... deve de ser a felicidade suprema neste mundo. E que importa que o no deixe durar muito a fortuna? Viveu-se, pode-se morrer. Mas eu!... (pausa) Oh! que o no saiba ele ao menos, que no suspeite o estado em que vivo... este medo, estes contnuos terrores, que ainda me no deixaram gozar um s momento de toda a imensa felicidade que me dava o seu amor. Oh! que amor, que felicidade... que desgraa a minha!
Almeida Garrett no poderia ter concebido melhor cena para iniciar o Frei Lus de Sousa. Sendo esta obra, pela sua forma, um drama, "ttulo modesto" com que o autor se contentou, como o deixou expresso na Memria ao Conservatrio Real, , efetivamente, pela sua essncia, uma tragdia. Assim, teve o autor o cuidado de abrir a cortina com uma cena em que Madalena, sozinha, como quem descaiu da leitura na meditao, repete, maquinalmente e devagar, dois versos do episdio de Ins de Castro, de Os Lusadas. 1
Naquele ingano d'alma ledo e cego / Que a fortuna no deixa durar muito... O solilquio de Madalena evoca aspetos particularmente pertinentes: o carter trgico do episdio determinado pelo destino (fortuna), boa maneira clssica, e a diferena que ela prpria sente em relao a Ins. Viveu-se, pode-se morrer., diz Madalena, s que o medo e os terrores que a perseguem (note-se a gradao crescente) no lhe permitiram ainda que vivesse, levando-a, no final da cena, a desabafar: ...que desgraa a minha! Temos, pois, o primeiro indcio de que ao se encaminhar inevitavelmente para a catstrofe. Por outro lado, o facto de Garrett ter colocado Madalena a ler Os Lusadas propicia a segunda fala de Telmo (cena II), que considera este livro como no h outro, tirante o respeito devido ao da palavra de Deus, que no conhece por no saber latim como o seu senhor 2 . Tal dito, aparentemente um lapso do domnio do subconsciente, foi o suficiente para que Telmo, como que censurado pelo seu consciente, corrigisse: ... quero dizer, como o Sr. Manuel de Sousa Coutinho. Esta correo evidencia o conflito existente entre ambas as personagens, j que o que Telmo pretende justamente lembrar a Madalena que o seu senhor continua a ser D. Joo de Portugal, em cuja morte no acredita, como podemos verificar no decurso da mesma cena 3 . A utilizao de Os Lusadas em Frei Lus de Sousa pode ser tudo menos surpreendente. No nos esqueamos de que o Romantismo, em Portugal, por conveno, teve o seu incio em 22 de Fevereiro de 1825, data da publicao, em Paris, de Cames, poema em dez cantos, de Almeida Garrett. Era, sem dvida, Garrett um camonianista, por isso no estranha que soubesse que uma das formas que os que se opunham governao filipina encontraram para alimentar o sebastianismo foi precisamente o fomento da leitura da epopeia nacional. Nunca, at ento, Os Lusadas haviam tido to elevado nmero de tiragens. Assim, aparentemente, Madalena surge em cena duplamente marcada pelo destino: todo o simbolismo do episdio de Ins de Castro e o prenncio de um sebastianismo que s lhe poder ser adverso. Retirado de http://faroldasletras.no.sapo.pt/frls_primeira_cena.htm
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