Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
PROC. Nº TST-ED-AIRR-2.403/2001-462-02-40.5
fls.1
PROC. Nº TST-ED-AIRR-2.403/2001-462-02-40.5
A C Ó R D Ã O
6ª Turma
MGD/rmc/md
A Sexta Turma, por intermédio do acórdão de fls. 92-95, negou
provimento ao agravo de instrumento interposto pelo Reclamante.
O Reclamante interpõe embargos de declaração às fls. 99-100, em que
aponta omissão no acórdão embargado.
Em mesa para julgamento.
É o relatório.
V O T O
I) CONHECIMENTO
Atendidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos de
declaração.
II) MÉRITO
-Dizendo que não foi reconhecido o vínculo de emprego por suposta inexistência de
subordinação, mas que sempre esteve vinculado à recorrida e sujeito aos requisitos do artigo
3º da Consolidação das Leis do Trabalho, que o contrato de representação foi uma forma de
ludibriar a legislação em vigência e que sua inscrição no CORCESP se deu em 01/08/2000,
pretende o reclamante a reforma da sentença.
Inicialmente, constata-se pelos documentos de fls.90 que o reclamante vinculou-se à
recorrida através da empresa Santiago & Santiago S/C Ltda, através de Contrato de
Representação Comercial e que foi rescindido conforme documentos de fls. 91-92.
O Contrato de Representação Comercial foi firmado entre agentes capazes, na forma
prescrita em lei e com objeto lícito, o que não implica em fraude à legislação consolidada
como alega o autor.
Certo é que a linha divisória entre o contrato de representação comercial e o de emprego é
bastante tênue e, assim, para a caracterização da relação empregatícia necessária prova
segura e inequívoca da existência de subordinação e demais requisitos previstos no artigo 3º
da Consolidação das Leis do Trabalho e em sua concomitância.
No caso, porém, a prova documental trazida aos autos evidencia o desenvolvimento da
relação civil entre a recorrida e a empresa do recorrente como pactuado e, assim, ao
reclamante incumbia provar os pressupostos legais do vínculo de emprego o que, entretanto,
não fez, na forma do que dispõe o inciso I, do artigo 333 do Código de Processo Civil e
artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho, já que a prova oral produzida não indica
estivessem presentes os requisitos legais à configuração do vínculo perseguido na inicial.
Ademais, restou provado que na condição de representante comercial era paga à empresa do
reclamante apenas as comissões pelas vendas feitas (fls. 93-97), não havendo pagamento de
salários.
Também, não se verifica estivesse presente a subordinação jurídica a configurar a relação
empregatícia, como bem observado pelo MM. Juízo de origem, tanto que deixaram claro as
testemunhas do recorrente que não tinha ele horário fixo para comparecer na recorrida e que
as discussões em eventuais reuniões estavam limitadas a preços das mercadorias e assuntos
pertinentes a clientes.
E, mais. Deixou claro a testemunha da recorrida que a carteira de clientes foi formada pelo
próprio reclamante, o que bem demonstra a autêntica autonomia na prestação de serviços,
não se podendo, portanto, acolher a alegação de que foi a R. Sentença proferida lastreada em
`suposta inexistência de subordinação-.
Quanto à previsão contida no contrato de representação de comunicação à reclamada quando
da contratação de prepostos pelo autor, não significa qualquer subordinação, já que o
representado tem o direito de tomar conhecimento de quem irá representa-lo.
Ainda, o fato de ter o recorrente obtido registro no CORCESP apenas em 01/04/2000 e não
ter inscrição no CNPJ, tratam-se de questões não analisadas no R. Julgado recorrido, como
reconhecido nas próprias razões de recurso e, assim, não servem a justificar o inconformismo
demonstrado pelo autor. De qualquer forma, restou provado que mesmo sem aquele registro e
sem a inscrição no órgão oficial, desenvolveu o autor suas atividades como pactuadas.
Quanto à exclusividade nas vendas e até mesmo a intervenção de elementos credenciados
pela ré previstos no Contrato, não servem à configuração do vínculo de emprego, já que se
tratam de condições previstas no próprio contrato de representação e, até mesmo na alínea `j-,
do art. 27 da Lei nº 4.886/65. Aliás, a respeito, clara a lição do MM. Juiz Francisco Antonio
de Oliveira:
`REPRESENTANTE COMERCIAL / RELAÇÃO DE EMPREGO
O fato de prestar informações, participar de reuniões, ter zona exclusiva para vendas e
exercer o trabalho com pessoalidade são fatores encontráveis também nas exigências da Lei
nº 4.886/65 que rege o trabalho do representante comercial autônomo. O autônomo corre o
risco do seu próprio empreendimento, recebendo apenas sobre as vendas efetuadas, não
assegurando à empresa qualquer valor fixo. A subordinação do empregado é a de todos os
momentos, não só quanto a produção e produtividade, mas também quanto às horas
trabalhadas em cada dia do mês. (TRT 2ª Reg. - RO 02990335131 - Ac. 20000379055 - 5ª T -
Rel. Juiz Francisco Antônio de Oliveira - DOESP 04.08.2000)- (g.n.).
Ainda, quanto a reportar-se a determinados empregados da reclamada, como aduzido no
apelo, não descaracteriza o Contrato de Representação Comercial Autônoma, já que o
resultado do serviço prestado deve ser levado ao conhecimento da empresa contratante, do
que talvez não tenha o autor se apercebido.
Assim, e tendo sido desenvolvido o contrato como firmado e, não tendo vindo aos autos
prova de que presentes estavam os requisitos legais à configuração do vínculo de emprego e
nem mesmo de que firmada a contratação em fraude à lei, não há como ser acolhido o apelo,
restando mantido o R. Julgado de origem como proferido- (fls. 51-53).
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho,
por unanimidade, negar provimento aos embargos de declaração.
Relator
C:\TEMP\APRDECIP\TempMinu.doc
C:\TEMP\APRDECIP\TempMinu.doc