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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

AMM
Nº 70030252522
2009/CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO


INATIVO. BRIGADA MILITAR. CORPO DE
VOLUNTÁRIOS MILITARES INATIVOS
(CVMI). PRETENSÃO DE INCORPORAÇÃO E
PERCEPÇÃO DE TRIÊNIOS.
IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE.
O ingresso do policial militar reformado no
Corpo de Voluntários Militares Inativos (CVMI),
no termos dos artigos 5º e 7º, da Lei n.º
10.297/94, não gera direito à incorporação e
percepção de triênios.

NEGADO SEGUIMENTO AO APELO


MONOCRATICAMENTE.

APELAÇÃO CÍVEL QUARTA CÂMARA CÍVEL

Nº 70030252522 COMARCA DE PORTO ALEGRE

JOMAR FLORINDO SILVEIRA DOS APELANTE;


SANTOS

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL APELADO.

DECISÃO MONOCRÁTICA
Vistos.

Trata-se de apelação interposta por JOMAR FLORINDO


SILVEIRA DOS SANTOS, nos autos da ação ordinária que move
contra o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, da sentença de fls.
31/36, que julgou improcedente o pedido, de cômputo do período
em que permaneceu no CVMI, para fins de incorporação de triênios,
condenando-o ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios fixados em R$ 400,00, de acordo com o art. 20, §§ 3º e
4º, do CPC, suspensa a exigibilidade, em face da AJG.

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Em suas razões, às fls. 38/42, alega ter direito de


perceber triênios por ter exercido atividades junto ao CVMI, após
sua inativação. Requer o provimento da apelação, a fim de que seja
julgado procedente o pedido, condenando o demandado ao
pagamento dos triênios, bem como suas incidências, com a
inversão dos ônus da sucumbência e o prequestionamento da
matéria.

Contra-razões às fls. 45/53.

O Ministério Público, às fls. 66/67, opina pelo


desprovimento da apelação.

Vieram os autos, conclusos, para julgamento.

É o relatório.

O julgamento monocrático tem como finalidade


economizar tempo e dinheiro das partes, sendo aplicável quando,
previamente, o relator puder adiantar o mérito do julgamento, uma
vez que, se apreciado pelo Colegiado, o posicionamento seria o
mesmo daquele exposto na decisão singular. Sendo o recurso
manifestamente improcedente, não há falar em ofensa ao princípio
do duplo grau de jurisdição, já que inexistente previsão legal no
sentido de que somente o órgão colegiado, no caso, a Câmara,
poderia fazê-lo, de modo que a decisão do Relator, como integrante
de Tribunal, atende perfeitamente ao princípio referido.

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O julgamento de recurso por meio de decisão


monocrática é amplamente utilizado pelos Tribunais, mediante
aplicaçãodo art. 557, CPC, como no caso presente.

Neste sentido, já decidiu o STJ:


“Cuida-se de agravo de instrumento desafiando despacho que não
admitiu recurso especial tirado contra acórdão do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região assim ementado:
‘PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. FGTS. EXPURGOS
INFLACIONÁRIOS. APLICAÇÃO DO ART. 557 DO CPC. INTERPOSIÇÃO DOS
RECURSOS DERRADEIROS.
Não cabe à agravante discutir sobre tese jurídica já sedimentada e que
serviu de apoio ao uso do art. 557 do CPC.
No agravo regimental deve-se atacar a impropriedade ou ilegalidade do
ato da relatora.
Inexiste restrição em aplicar o relator o art. 557 do CPC, negando
seguimento a hipótese dos autos, quando se deu à parte prestação
jurisdicional equivalente à que seria dada se julgado o feito pelo órgão
fracionário.
Tratando-se de tese jurídica sedimentada no órgão fracionário, está o
relator autorizado pelo legislador processual a subtrair do colegiado a
apreciação do recurso.
A decisão que nega seguimento ou dá provimento a recurso, nos termos
do art. 55
7 do CPC, com a nova redação dada pela Lei nº 9.756/98, não impede a
interposição de recurso especial e/ou extraordinário porque substitui o
julgamento colegiado, encontrando-se o fundamento do julgado nos
precedentes transcritos.
Agravo regimental improvido.’ (fl.47)
A pretensão não merece acolhimento, vez que já é pacífico o
entendimento deste Tribunal quanto à possibilidade de negativa de
seguimento, por decisão monocrática, de recursos contrários à
jurisprudência dominante na Corte julgadora, exigência que, na
hipótese, restou sobejamente atendida. Veja-se, a propósito, os
seguintes precedentes:
A – ‘PROCESSO CIVIL. SENTENÇA PROFERIDA CONTRA A FAZENDA
PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO EFETUADO PELO PRÓPRIO RELATOR:
POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO 'NOVO' ART. 557 DO CPC. RECURSO
ESPECIAL NÃO CONHECIDO.
I - O 'novo' art. 557 do CPC tem como escopo desobstruir as pautas dos
tribunais, a fim de que as ações e os recursos que realmente precisam
ser julgados por órgão colegiado possam ser apreciados quanto antes.
Por isso, os recursos intempestivos, incabíveis, desertos e contrários à
jurisprudência consolidada no tribunal de segundo grau ou nos tribunais
superiores deverão ser julgados imediatamente pelo próprio relator,
através de decisão singular, acarretando o tão desejado esvaziamento
das pautas. Prestigiou-se, portanto, o princípio da economia processual
e o princípio da celeridade processual, que norteiam o direito processual
moderno.
II - O 'novo' art. 557 do CPC alcança os recursos arrolados no art. 496 do
CPC, bem como a remessa necessária prevista no art. 475 do CPC. Por
isso, se a sentença estiver em consonância com a jurisprudência do
tribunal de segundo grau ou dos tribunais superiores, pode o próprio
relator efetuar o reexame obrigatório por meio de decisão monocrática.
III - Recurso especial não conhecido, confirmando-se o acórdão proferido
pelo TRF da 1ª Região.’
(REsp n° 155.656/BA, Relator o Ministro ADHEMAR MACIEL, DJU de
6/4/98)

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B - ‘PROCESSO CIVIL. RECURSOS. DECISÃO DE RELATOR. O relator está


autorizado a negar seguimento a recurso improcedente, assim
considerado aquele que contraria jurisprudência pacífica do tribunal,
ainda que não sumulada (CPC, art. 557, caput). Agravo regimental
improvido.’ (AgRg no Ag n° 142.320/DF, Relator o Ministro ARI
PARGENDLER, DJU de 30/6/97)
Do exposto, nego provimento ao agravo.”
(AG 358229/MG, Rel. Min. PAULO GALLOTTI, j 02/03/2001).

É sabido que o Administrador Público está vinculado ao


princípio da legalidade, estando adstrito à observância da lei, não
podendo se afastar dessa regra constitucional, sob pena de praticar
ato inválido e expor-se à responsabilidade civil ou criminal,
conforme o caso.

O autor é policial militar inativo, tendo retornado ao


serviço, uma vez que integra o Corpo Voluntário de Militares
Estaduais Inativos – CVMI, retorno que se deu com fundamento no
art. 6º, da Lei Estadual nº 7.138/78 (Estatuto dos Policiais Militares
do Estado do Rio Grande do Sul), que dispõe:
“Art. 6º - Os policiais-militares da reserva
remunerada poderão mediante aceitação voluntária,
ser designados para o serviço ativo, em caráter
transitório, por proposta do Comandante-Geral e ato
do Governador do Estado.”

A Lei nº 10.297/94 criou o Corpo Voluntário de Militares


Estadual Inativos (CVMI), podendo os servidores militares
reformados, em situação temporária e excepcional (art. 4º), serem
designados para o serviço da ativa, recebendo, os servidores nesta
condição, uma gratificação que deve ser fixada em Lei (art. 5º),
sendo que o ingresso do servidor inativo no CVMI não gera, por si
só, qualquer efeito (art. 7º):
“Artigo 4º - O ingresso de Militares Estaduais Inativos no
CVMI dar-se-á por ato do Governador do Estado, mediante
proposta fundamentada do Comandante-Geral da Brigada
Militar.

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Artigo 5º - Os integrantes do CVMI que, voluntariamente,


ingressarem no serviço ativo, terão assegurada, enquanto
permanecerem nesta situação, a percepção de
Gratificação Especial de Retorno à Atividade, fixada em
lei própria.

Parágrafo único - A Gratificação Especial de Retorno à


Atividade será paga em folha suplementar, não incidindo
no cálculo dos vencimentos do servidor militar, nem
mesmo para fins de Previdência Estadual.
(...)

Artigo 7º - O ingresso do militar estadual inativo no CVMI


não gera, por si só, qualquer direito.”

Os integrantes do CVMI exercem função precária de


cunho transitório, não ocupando cargo público, pois não aprovados
em concurso público – exigência constitucional insculpida no art.
37, II, da CF -, recebendo como contraprestação à função
desempenhada uma gratificação especial.

Nos termos do art. 5º, parágrafo único, e 7º, da Lei n.º


10.297/94, o ingresso do militar no Corpo de Voluntários Militares
Inativos - CVMI, não gera direito à incorporação e percepção de
triênios. Não há na Lei nº 10.297/94, previsão no sentido de que o
exercício de atividade no CVMI gere direito à percepção de
qualquer vantagem remuneratória além daquela prevista como
gratificação especial, no art. 5º, do referido texto de lei.

Tendo em vista a precariedade do vínculo existente


entre o militar inativo integrante do CVMI e a Administração
Pública, não se mostra possível a obtenção do direito de auferir
vantagens próprias do pessoal da ativa, tais como a percepção de
triênios, adicionais e promoções, bem como a contagem do tempo
de serviço para fins de aposentadoria.

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A Gratificação Especial de retorno à atividade, prevista


no artigo 5º antes transcrito, tem origem na Lei n.º 10.916/97, cujo
artigo 2º dispõe que aquela não será base de cálculo para
quaisquer vantagens, inclusive decorrentes de tempo de serviço, e
não será passível de incorporação, sem previsão do benefício
perseguido obstaculizando a pretensão posta na inicial, que, de
qualquer sorte, esbarra no comando da lei Maior.

Nos termos do art. 37, XIV, da CF, é vedada a incidência


de gratificação sobre gratificação, sendo somente possível à
incidência de gratificação sobre o vencimento do servidor.

Ademais, a Lei nº 10.916/97, que regulamentou o art.


5º, da Lei 10.297/94, no que diz com o pagamento da Gratificação
Especial de Retorno à Atividade, refere que a gratificação (GERA)
não serve de base de cálculo para quaisquer vantagens, em
especial quanto àquelas decorrentes do tempo de serviço,
conforme se infere do seu art. 2º, in verbis:
“Art. 2º A Gratificação Especial de Retorno à Atividade
não será base de calculo para quaisquer vantagens,
inclusive as decorrentes de tempo de serviço, e não será
passível de incorporação.”

Neste sentido, já se manifestou esta Corte:

”APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. BRIGADA


MILITAR. CORPO DE VOLUNTÁRIOS MILITARES INATIVOS
(CVMI). PRETENSÃO DE INCORPORAÇÃO E PERCEPÇÃO DE
TRIÊNIOS. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
O ingresso do policial militar reformado no Corpo de
Voluntários Militares Inativos (CVMI), no termos dos
artigos 5º e 7º, da Lei n.º 10.297/94, não gera direito à
incorporação e percepção de triênios. NEGARAM
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PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME.” (Apelação Cível Nº


70027610104, Quarta Câmara Cível, TJRS, Rel: Alexandre
Mussoi Moreira, j.06/05/2009)

“APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - SERVIDOR


PÚBLICO MILITAR - TEMPO DE SERVIÇO COMO
INTEGRANTE DO CORPO VOLUNTÁRIO DE MILITARES
ESTADUAIS INATIVOS (CVMI) - AVERBAÇÃO PARA O
EFEITO DE CONCESSÃO DE TRIÊNIOS - IMPOSSIBILIDADE -
APLICAÇÃO DOS ARTS. 5º PARÁGRAFO ÚNICO, E 7º, DA
LEI N.º 10.297/94. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS -
MANUTENÇÃO DO VALOR FIXADO NA SENTENÇA. Apelo
desprovido.” (Apelação Cível Nº 70030919385, Quarta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João
Carlos Branco Cardoso, j.16/09/2009)

“APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDOR PÚBLICO. CORPO


VOLUNTÁRIO DE MILITARES ESTADUAIS INATIVOS - CVMI.
AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PARA FINS DE
CONCESSÃO DE TRIÊNIOS. IMPOSSIBILIDADE. EXPRESSA
VEDAÇÃO LEGAL. PREQUESTIONAMENTO. 1. O caráter
precário do vínculo estabelecido entre os integrantes do
CVMI e a Administração não permite que lhes sejam
estendidas vantagens concedidas aos militares da ativa,
tal como os triênios por tempo de serviço. A Lei Estadual
nº 10.916/97, que trata especificamente da Gratificação
de Retorno à Atividade - GERA devida aos integrantes do
CVMI, dispõe, em seu art. 2º, que a GERA não será base
de calculo para quaisquer vantagens, inclusive as
decorrentes do tempo de serviço. Precedentes. 2. O
magistrado não está obrigado a se manifestar sobre todos
os dispositivos legais invocados pelas partes,
necessitando, apenas, indicar o suporte jurídico no qual
embasa seu juízo de valor, entendendo ter dado à
matéria à correta interpretação jurídica. APELO
DESPROVIDO.”(Apelação Cível Nº 70030786396, Quarta
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo
Moreira Lins Pastl, j. 05/08/2009)

“APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL


MILITAR INATIVO. CVMI. INCORPORAÇÃO DE TRIÊNIOS.
IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE EXPRESSA VEDAÇÃO
LEGAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. O retorno
voluntário de policiais militares inativos à atividade possui
caráter transitório e precário, ensejando apenas o
pagamento da "Gratificação Especial de Retorno à
Atividade¿, a qual não serve de base de cálculo para
quaisquer outras vantagens. No que tange ao pedido de
majoração de honorários advocatícios, em face da
manutenção da improcedência da demanda, resta
prejudicado o apelo. NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO DE APELAÇÃO. UNÂNIME.”(Apelação Cível Nº
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70027805894, Quarta Câmara Cível, TJRS, Relator:


Agathe Elsa Schmidt da Silva, 27/05/2009)

A concessão de qualquer vantagem pelo Poder


Judiciário depende de prévia disposição legal, cujos requisitos não
se amoldam à prova apresentada, nem se subordinam ao chamado
consentimento tácito, eis que este é incabível frente aos princípios
norteadores da administração pública, sendo indisponíveis os
direitos patrimoniais da pessoa jurídica de direito público.

Quanto ao prequestionamento, é sabido que o Julgador


não é obrigado, ao decidir, apreciar todas as questões e
dispositivos legais que lhe são trazidos pelas partes, e sim os
suficientes para justificar o ato de decidir.

Ante o exposto, nega-se seguimento à apelação.


Porto Alegre, 12 de novembro de 2009.

DES. ALEXANDRE MUSSOI MOREIRA,


Relator.

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