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ABSTRACT
Stretching exercises are commonly prescribed before training sessions and competitions aiming at perfor-
mance improvement and reduction of injury risk. However, many studies have shown that muscular torque
production capacity may be reduced just after stretching. Therefore, the stretching duration necessary to
produce these acute force deficits, as well as the physiological mechanisms responsible for them are relevant
issues. The aim of this work was to investigate the acute effects of static stretching protocols with different
durations on the isokinetic hamstrings performance. Thirty-six young male volunteers took part in this study
and were evenly distributed in three groups: E1, E2 and C. All of them performed a systemic warm-up for
five minutes and went through active range of motion (AROM) of hip flexion and isokinetic assessment. The
participants of groups E1 and E2 performed static stretching protocols of 180s (4 x 45s) and 360s (8 x 45s)
respectively, and were evaluated again. The participants of group C (control) remained at rest for a period of
270s and were evaluated again. The variables considered were AROM, peak torque, maximum work and total
work. Both stretching protocols were able to produce increase in AROM; however, only the longest protocol
produced deficits on peak torque and maximum work. Total work was not affected by any of the stretching
protocols, though. Therefore, these results suggest that changes in muscular stiffness, that caused AROM
gain, would not be responsible alone for the force deficits. Moreover, one can conclude that the maximum
muscular strength depends on the stretching duration, but the muscular work along some repetitions of an
exercise does not.
Keywords: muscle strength, torque, muscle strength dynamometer, range of motion, muscle stretching exercises
Tabela 2. Valores das médias absolutas das avaliações pré e pós-teste das variáveis
para cada grupo
Observa-se, na tabela 2, que ambos os protocolos foram capa-
Variável Grupo E1 Grupo E2 Controle zes de provocar aumento na ADM, porém, com valores percentuais
ligeiramente diferentes, como mostra a tabela 3. A fim de checar a
Pré 78,1 ± 8,1 83,8 ± 12,7 79,2 ± 14,8 relevância desta diferença, foi aplicado o teste estatístico LSD para
comparação entre os grupos E1 e E2 (sem a inclusão do grupo C), o
ADM (graus) Pós 82,1 ± 10,4 89,0 ± 11,7 78,5 ± 13,1
qual não revelou diferença com relação à variação percentual da ADM
Valor de p* 0,008 <0,001 0,494 nos dois grupos (p = 0,439).
Pré 117,0 ± 24,2 121,3 ± 15,0 115,7 ± 16,2 DISCUSSÃO
Pico de torque
Pós 116,9 ± 25,2 114,9 ± 13,4 118,7 ± 19,2 Os dados da tabela 2 para a ADM de flexão do quadril demons-
(N.m)
tram que ambos os protocolos foram capazes de produzir aumento
Valor de p* 0,969 0,029 0,153
da mesma, concordando com outros estudos em que protocolos de
Pré 154,8 ± 33,1 162,2 ± 21,7 149,6 ± 25,7 alongamento da mesma técnica, porém com diferentes durações,
Trabalho máximo foram eficazes em provocar aumento na ADM relacionada com a mus-
Pós 154,2 ± 36,2 154,4 ± 22,4 155,9 ± 28,2
(J) culatura alongada(3,17). É importante ressaltar que, apesar de a técnica
Valor de p* 0,825 0,017 0,009 de alongamento aqui empregada não ser específica para o grupo
muscular dos isquiotibiais, a técnica de avaliação empregada pré e
Pré 446,6 ± 95,5 464,8 ± 66,4 434,5 ± 77,4
pós-alongamento era, sim, específica para esse grupo, o que permite
Trabalho total (J) Pós 438,3 ± 105,8 451,9 ±70,3 446,3 ± 79,7 inferir a influência dos protocolos administrados na ADM.
Ainda com relação à ADM, outro ponto a ser considerado é que
Valor de p* 0,374 0,190 0,036
as variações percentuais das ADMs dos dois grupos de estudo (E1 e E2)
(*) Valor de p correspondente ao teste t de Student para comparação entre os valores pré e
pós–alongamento dentro de cada grupo; p ≤ 0,05 indica diferença entre as avaliações.
mostraram-se semelhantes dentro da significância estatística adotada.
Isso leva a crer, num primeiro momento, que os dois protocolos teriam
provocado o mesmo efeito sobre a ADM. Porém, esse resultado deve
Em relação à variável amplitude de movimento (ADM) de flexão ser discutido com cuidado, porque remete à interpretação de que
do quadril, a tabela 2 mostra que ambos os grupos de estudo (E1 e a rigidez da unidade musculotendínea (UMT) teria sido afetada da
E2) apresentaram aumentos significativos após o alongamento, en- mesma forma pelos dois protocolos. Esse fato pode ser verdadeiro
quanto que para o grupo controle (C) esta manteve-se inalterada, se houver um limiar a partir do qual as propriedades mecânicas
dentro da significância adotada (p ≤ 0,05). Em relação à variável PT, da UMT passam a responder de forma independente do tempo
apenas o grupo E2 apresentou déficit significativo no teste pós-alon- de alongamento. Porém, essa discussão fica dificultada, por dois
gamento, sem que o mesmo comportamento tenha ocorrido com motivos. Primeiramente, por uma limitação no método de medida
os grupos E1 e C para essa variável. Em relação à variável TM, tanto adotado que apresentou reprodutibilidade de 4%, que é próxima
o grupo E2 quanto o C apresentaram variações significativas; no en- dos valores das diferenças percentuais encontradas na tabela 3. Em
tanto, a variação ocorrida no grupo E2 foi negativa (queda no TM), segundo lugar, pelo fato de que a literatura geralmente não considera
enquanto a do grupo C foi positiva (aumento do TM). Os dados do as variações percentuais, tal como foi feito na tabela 3, fornecendo
grupo E1 mantiveram-se inalterados para essa variável. Em relação apenas as medidas da ADM separadamente nas condições pré e pós-
ao TT, nenhum dos grupos de estudo (E1 e E2) apresentou variações alongamento(2,3,7,8).
significativas, diferentemente do grupo C, em que se observou au- Ao contrário da ADM, as variáveis isocinéticas PT e TM compor-
mento dessa variável. taram-se de forma diferente nos grupos E1 e E2. Para essas variáveis,
Na tabela 3 são mostradas as diferenças percentuais obtidas entre fica bastante clara a influência negativa que o maior tempo de du-
condições pré e pós-alongamento para os três grupos, bem como ração do protocolo E2 exerceu, provocando déficits significativos no
os valores de p resultantes da comparação entre os três grupos (in- desempenho isocinético dos músculos isquiotibiais, diferentemente
tergrupos). As diferenças percentuais médias nas variáveis ADM, PT do protocolo E1. Esse dado é sugestivo de que as diferenças encon-
e TM mostraram-se heterogêneas entre os grupos, ao contrário da tradas entre os grupos E1 e E2 em relação ao PT e ao TM possam
variável TT. ser atribuídas a outros fatores biomecânicos e/ou neurais que não
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