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Porta-fólio da prática pedagógica

como exercício de auto-avaliação

Segundo Carlos Ceia, um Porta-fólio da prática pedagógica (teaching portfolio) é um


conceito novo nas ciências da educação e nas ciências sociais e humanas, em Portugal, mas
já com alguma tradição em outras práticas profissionais, em particular nas artes plásticas, de
onde provém o conceito.
Hoje em dia, nos Estados Unidos e na Austrália, por exemplo, mas também, já em
Portugal, muitas instituições de ensino exigem a apresentação de um porta-fólio profissional
(Professional portfolio) a quem pretende aí leccionar.
Entende-se, neste caso, que um Porta-fólio (do italiano portafoglio, “recipiente onde se
guardam folhas soltas”) é uma descrição pormenorizada das habilitações profissionais do
candidato, incluindo provas de práticas de ensino realizadas. Noutras situações, sugere-se a
construção e apresentação de um Porta-fólio de curso (course portfolio), que é um documento
comprovativo do desenvolvimento curricular e pedagógico de um determinado curso, como é o
caso, em Portugal, do curso de arquitectura, nomeadamente da Faculdade de Arquitectura de
Lisboa.

No que diz respeito à finalidade com que este documento é redigido, a prof.ª doutora
Conceição Castro Ramos, nas recomendações sobre a elaboração e aprovação de
instrumentos de registo normalizados previstos no Decreto Regulamentar n.º 2/2008, afirma
que “o principal instrumento que a generalidade dos especialistas nesta matéria recomenda,
como forma de sustentar o exercício de auto-avaliação dos docentes, é representado pela
construção de porta-fólios por parte dos docentes avaliados”

De facto, penso que este será o melhor processo de os docentes poderem, de uma forma
objectiva e documentalmente sustentada, afirmar uma conduta de elevado grau de ética
profissional exigível numa relação entre iguais que a avaliação do desempenho potencia e
recomenda. Será uma forma de exigir respeito e confiança entre profissionais de educação,
mesmo assumindo-se papéis diferentes (avaliado/avaliador)

PORTA-FÓLIO, O QUE É?
Como o mesmo documento acima citado afirma, o Porta-fólio é “uma colecção
organizada e cuidadosamente seleccionada de materiais produzidos ao longo de um
determinado período de tempo, de modo a documentar o que foi feito pelo docente, no que se
refere a tarefas realizadas e a resultados obtidos.

OBJECTIVOS DE UM PORTA-FÓLIO:
1. Estimular o pensamento reflexivo;
2. Incentivar a reflexão na e sobre a acção;
3. Permitir fazer conexões entre a teoria e a prática.

Segundo Seldin e Annis (1992), citados por Lurdes Lima, orientadora de estágio de
matemática, da Escola S/3 Condes de Resende (2003/2004), o processo de produção e
selecção de documentos e materiais para ser colocado no porta-fólio permite ao professor:
1. reflectir sobre a sua forma pessoal de ensino, isto é, dar resposta às questões: porque
ensino?, como ensino?, porque ensino desta maneira?;
2. reorganizar as prioridades de ensino;
3. repensar estratégias de ensino/aprendizagem ou seja, reflectir e tomar decisões sobre
a prática lectiva;
4. projectar o futuro, isto é, definir o que é e o que pretende vir a ser.

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ESTRUTURA DO PORTA-FÓLIO
A estrutura interna do porta-fólio poderá ser a seguinte:

1. Identificação do Agrupamento e escola onde lecciona;


Capa 2. Nome do docente;
3. Anos de escolaridade/disciplinas leccionados;
4. Ano Lectivo
Índice
1. Organização do porta-fólio (1);
2. Descrição geral das condições de trabalho e da organização do docente
na escola;
3. A importância do porta-fólio na prática pedagógica
4. A importância da avaliação do desempenho na prática docente (Resposta
à pergunta: Porque é que ensino?)
Introdução
(1) Reflexão sobre os itens a incluir no Porta-fólio
a) Que capacidades e competências devo incluir para
transmitir o que sou como professor?
b) O que pretendo que o portefólio reflicta de mim
enquanto docente?
1. Breve descrição dos métodos de planificação e programação de aulas
adoptados no agrupamento pelas estruturas de orientação educativa;
2. Exemplo de uma planificação de unidade didáctica (incluindo enunciado
de ficha sumativa realizado em função desta unidade);
3. Planificação da primeira aula dessa unidade didáctica;
4. Planificação de uma aula assistidas;
I 5. Reflexão crítica sobre os prós e os contras do trabalho realizado neste
Trabalho de campo, com indicação das principais dificuldades encontradas. (1)
Planificação
(1) Ficha de Reflexão Crítica
a) Descrição da situação:
b) Porque seleccionei esta situação?
c) O que aprendi com a análise desta situação
(dificuldades sentidas, aspectos a melhorar, pontos
fortes e fracos)?
1. Um exemplo de um trabalho realizado por um aluno (composição,
reportagem, entrevista, projecto, jornal escolar, prova escrita, produção
com novas tecnologias, etc.) que represente um momento de sucesso
escolar;
2. Comentário do professor sobre o exemplo apresentado, justificando
II
porque o considera uma prova de boa prática pedagógica (1).
Exemplos de
boa prática
(1) Ficha de Reflexão Crítica
pedagógica
a) Descrição da situação:
b) Porque seleccionei esta situação?
c) O que aprendi com a análise desta situação
(dificuldades sentidas, aspectos a melhorar, pontos
fortes e fracos)?

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1. Um exemplo da adaptação do ensino às necessidades individuais;


2. Um exemplo da motivação da turma e da gestão da mesma; (1)
3. Reflexão crítica sobre cada evidência. (2)

(1) Reflexão crítica sobre a gestão da turma


Descrição de situações relativas ao processo de
acompanhamento dos alunos:
a) Informação e orientação dos alunos
III
b) Detecção de dificuldades de aprendizagem e
Apoio
desenvolvimento de estratégias para a sua
individual /
superação
Gestão da
c) Gestão de conflitos comportamentais e de índole
turma
disciplinar

(2) Ficha de Reflexão Crítica


a) Descrição da situação:
b) Porque seleccionei esta situação?
c) O que aprendi com a análise desta situação
(dificuldades sentidas, aspectos a melhorar, pontos
fortes e fracos)?
IV
1. Três exemplos de diferentes métodos e instrumentos de avaliação
Avaliação dos
utilizados na turma
Alunos
1. Um exemplo da integração das TIC na aula;
2. Reflexão crítica sobre o exemplo. (1)

(1) Ficha de Reflexão Crítica


V
a) Descrição da situação:
TIC
b) Porque seleccionei esta situação?
c) O que aprendi com a análise desta situação
(dificuldades sentidas, aspectos a melhorar, pontos
fortes e fracos)?
1. Um exemplo dum material elaborado por outra pessoa e utilizado pelo
professor;
2. Reflexão crítica sobre o material utilizado. (1)
VI
(2) Ficha de Reflexão Crítica
Materiais
a) Descrição da situação:
Diversos
b) Porque seleccionei esta situação?
c) O que aprendi com a análise desta situação
(dificuldades sentidas, aspectos a melhorar, pontos
fortes e fracos)?
V
Trabalho de 1. Descrição de um trabalho de projecto realizado.
projecto

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1. Descrição objectiva de todas as actividades realizadas com o objectivo de


integrar o trabalho e a função do professor na comunidade educativa em
que está inserido;
2. Reflexão crítica sobre a realidade escolar em que o professor está
VI inserido. (1)
Relação com a
comunidade (3) Ficha de Reflexão Crítica
educativa a) Descrição da situação:
b) Porque seleccionei esta situação?
c) O que aprendi com a análise desta situação
(dificuldades sentidas, aspectos a melhorar, pontos
fortes e fracos)?
1. Reflexão crítica sobre o trabalho pedagógico realizado em comum com
VII
os outros pares do departamento/grupo disciplinar;
Relações
2. Reflexão crítica sobre o trabalho pedagógico e profissional realizado com
interpessoais
o coordenador do Departamento e/ou avaliador
1. Breve reflexão sobre o percurso de formação do módulo (Anexo 1 e 2);
VIII 2. Acções de Formação (descrição, créditos, classificação e breve
Percurso de comentário sobre o contributo para o desempenho;
Formação 3. Pontos fortes do desempenho;
Profissional 4. Pontos fracos;
5. Expectativas pessoais de futuro.
IX
Avaliação do 1-Auto-Avaliação do Porta-fólio; (Anexo3)
Porta-fólio
Adaptado de Ceia (2002)

Victor Marques

Fevereiro

2008

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ANEXO 1

Reflexão crítica sobre meu Percurso Profissional

1. Aspectos positivos da metodologia adoptada

1.1. Aspectos a melhorar

2. Aspectos positivos no meu relacionamento com os colegas do Departamento

2.1. Aspectos a melhorar

3. Aspectos positivos do saber científico e pedagógico que adquiri neste módulo de tempo

3.1. Aspectos a melhorar

4. Quais o objectivos que atingi?

4.1. Onde, quando e como os atingi? Que objectivos devo melhorar?

Adaptado de Bernardes, C e Miranda, F. (2003)


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ANEXO 2

Auto-Avaliação da minha Prática Docente


1-Assinala com X:

Áreas de Desenvolvimento RP R RC
Competência Científica
Competência Pedagógico- Didáctica
Competências de Avaliação
Competências de Comunicação Pedagógica
Responsabilidade
Capacidade de Análise Crítica e Auto-Crítica

Relações Humanas

(RP) revela pouco (R) revela (RC) revela claramente

2. Quais são os pontos fortes ou os elementos a melhorar e como os posso colocar em


evidência no porta-fólio?

3. Que caminhos de actuação sugerem as auto-avaliações em relação ao percurso


profissional?

Adaptado de Bernardes, C e Miranda, F. (2003)

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ANEXO 3

Auto-Avaliação do Portefólio
Assinalar com X:

I R B MB E

Organização do Porta-fólio
Qualidade dos trabalhos
Qualidade da selecção dos documentos
Qualidade das reflexões
Realização das reformulações sugeridas
Cumprimento das tarefas solicitadas
Cumprimento dos prazos definidos

(I) Insuficiente (R) Regular (B) Bom (MB) Muito Bom (E) Excelente

Comentário:

Adaptado de Bernardes, C e Miranda, F. (2003)


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REFERÊNCIAS

• Bernardes, C. Miranda, F. (2003), Portefólio uma Escola de Competências. Porto. Porto


Editora

• Ceia, Carlos (2002). A construção do Porta-Fólio da Prática Pedagógica: um modelo


dinâmico de Supervisão e Avaliação Pedagógicas.
in http://www.educ.fc.ul.pt/recentes/mpfip/pdfs/carlosceia.pdf

• http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=4996

• http://www.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/P/porta-folio.htm

• Seldin, P. e Annis, L. (1992). The teaching portfolio. Teaching excellence toward the
best in the academy. Vol.3, nº2

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