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ÍNDICE

Neste Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) você poderá conferir os principais resultados alcançados pelo Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) do Porto Sudeste.
Para que essas informações se tornassem acessíveis a um público amplo e diversificado, foram utilizados recursos de linguagem e
de comunicação visual capazes de tornar o conteúdo mais objetivo, claro e dinâmico. As próximas páginas estão divididas em:

Apresentação para que você conheça, em linhas gerais, o que é o projeto do Porto Sudeste
Quem é a LLX? porque conhecer a empresa é fundamental para entender a proposta
O que é o empreendimento e suas principais características,
apresentando suas justificativas e objetivos
Diagnóstico Ambiental são apresentadas as características de todo o
meio ambiente das áreas de influência do empreendimento
Avaliação de Impactos porque é preciso assegurar uma atuação sustentável
Programas Ambientais para pensar em soluções concretas
Equipe Técnica
APRESENTAÇÃO
A empresa LLX Operações Portuárias S.A. foi Por isso, a LLX Operações Portuárias realizou
criada em março de 2007 com o objetivo de im- um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e este
plantar um novo conceito de porto no mercado, Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), ambos
focado na aliança entre eficiência, alto padrão submetidos ao órgão licenciador da atividade em
de infra-estrutura e capacidade de integração questão – a Fundação Estadual de Engenharia do
Construir empreendimentos

com a indústria. Meio Ambiente (FEEMA).


de forma eficiente e

Uma das suas propostas é construir um Termi- O EIA apresenta detalhadamente os resultados
garantir que a sua
infra-estrutura seja de alta nal Marítimo na Baía de Sepetiba, no RJ: o Porto técnicos de todo o universo que compõe o em-
qualidade e com Sudeste. Se construído, esse porto possibilitará preendimento proposto. Para facilitar o entendi-
a exportação de 50.000.000 t/ano de minério de mento dos seus resultados e torná-los acessíveis
capacidade de integração
ferro. Para que o empreendimento possa se ao público em geral, é elaborado o documento
tornar realidade, é necessário passar por um pro- que aqui se apresenta, o RIMA.
com a indústria são os
cesso de licenciamento ambiental criterioso, que
Nas próximas páginas serão apresentadas as
objetivos da empresa
avalia se o empreendedor está atendendo à le-
LLX Operações Portuárias. características da atividade proposta, das suas
gislação ambiental do país e do estado onde
áreas de influência, bem como os possíveis
pretende ser implantado.
impactos e as medidas propostas para reduzi-los.

NOME OFICIAL DA ATIVIDADE: Porto Sudeste


EMPREENDEDOR: LLX Sudeste Operações Portuárias S.A.
QUEM É CNPJ: 08.310.839/0001-38
ENDEREÇO: Praia do Flamengo 154 / 4º andar - Flamengo, Rio de Janeiro/RJ

A LLX? PESSOA DE CONTATO: Cláudio Henrique Lyra Miranda


TELEFONE E E-MAIL: 21 2555-5661/ claudio.lyra@llx.com.br

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O QUE É O EMPREENDIMENTO
A atividade prevista é a implantação de um Porto para exportação de
minério de ferro, denominado Porto Sudeste. Ele será construído na Ilha da
Madeira, em Zona Industrial e Portuária, no município de Itaguaí (RJ).

A construção do Porto Sudeste tem como empresa, aumentando o grau de inserção da Neste sentido, a Baía de Sepetiba, mais es-
objetivo expandir o sistema portuário nacional, economia brasileira na economia mundial. pecificamente a Ilha da Madeira, apresenta-se
de forma a viabilizar a exportação de minério e como a solução natural para a implantação
Apesar de o Brasil possuir uma faixa litorâ-
o crescimento da indústria siderúrgica nacio- deste novo Terminal. Características naturais
nea equivalente ao tamanho da Argentina, o
nal, imprimindo mais competitividade e dina- como águas abrigadas, grandes profundida-
país não possui bons sítios portuários. Além
mismo ao setor, contribuindo assim para o des, proximidade dos grandes centros urba-
de serem reduzidos em número, eles tam-
desenvolvimento do país. nos e compatibilidade com o zoneamento
bém apresentam sérios problemas com
municipal favorecem a implantação de um
Este empreendimento possibilitará a expor- relação à área física disponível para a ex-
empreendimento dessa natureza.
tação de 50 milhões de toneladas de minério pansão da orla portuária e retroportuária e às
de ferro/ano, provenientes de minas da própria limitações de calado*.
*distância da superfície da água até o fundo do
casco, calculada com a maior carga do navio.

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MAPA DE LOCALIZAÇÃO
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As obras do Porto Sudeste prevêem a construção das seguintes estruturas:
OBRAS • um ramal ferroviário contendo uma pêra ferroviária
• duas áreas para estocagem de minério
• um túnel para acesso marítimo e
• um terminal marítimo.

Ramal Ferroviário contendo uma Pêra Ferroviária


Consiste na instalação de uma linha férrea e
uma pêra ferroviária.

Um trecho ferroviário ligando a ferrovia já


existente no pátio de Brisamar à pêra localiza-
da dentro das instalações da LLX será cons-
truído para o transporte do minério de ferro.

O acesso ferroviário ao terminal se dará por


um ramal que, partindo do pátio de Brisamar,
seguirá entre a atual rodovia e o ramal de
acesso ao Porto de Itaguaí até o rio Cação.
Após a ponte do rio Cação, o ramal deriva à
direita, atravessa a rodovia de acesso ao Porto
de Itaguaí e segue sobre a estrada até a pêra
ferroviária. Esse trecho de estrada será cons-
truído antes da ferrovia, paralelamente a atual
estrada de acesso à Fábrica Ingá, de forma a
não haver paralisação da via pública.

O ramal terá um comprimento de aproxi-


madamente 4.700 m, considerando a pêra, o
pátio de manobras e a linha de acesso ao
pátio de Brisamar.

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Pêra Ferroviária Área de estocagem de minério Terminal marítimo
Consiste de uma via férrea acessória (de O minério será estocado em pilhas em duas Será construído um terminal para descarre-
traçado curvilíneo) destinada a inverter a po- áreas: uma onde hoje se localiza a Pedreira Se- gamento e carregamento dos navios. Os pro-
sição do trem. petiba (pátio de estocagem cota 32), que será dutos chegarão ao terminal por correias, que
Sua construção é necessária para a manobra desativada para a implantação do Porto e a farão o transporte entre a área de estocagem e
do trem e para o descarregamento dos vagões. outra na parte interna da pêra ferroviária (pátio o terminal. Ele compreenderá estruturas da
Na parte interna desta pêra existirá um pátio de estocagem cota 06). Além da estocagem de ponte de acesso, plataforma de transição e píer
para armazenamento de parte do minério. minério, serão instaladas a esteira, a Estação de atracação, além das estruturas administra-
de Tratamento de Esgotos (ETE) e a Estação tivas necessárias às operações portuárias.
Para a instalação da pêra ferroviária será de Tratamento de Água (ETA), as Subestações
necessário realizar o desmonte de parte do Também será implantado um berço do píer
de energia e o Laboratório de Análise do Miné-
Morro do Capitão, retirar os sedimentos, os com cerca de 766 m de comprimento e 24 m
rio, além de demais estruturas administrativas.
resíduos comuns e especiais que ficarão no de largura, que possibilitará a movimentação de
terreno após a conclusão das atividades equipamentos e atracação de navios.
da pedreira. Túnel para acesso marítimo A construção dessas estruturas será feita com
Toda a infra-estrutura vinculada à instalação O transporte do minério será feito através de material pré-moldado, fabricado no canteiro de
do ramal e da pêra ferroviária se concentrará um túnel que liga o pátio de estocagem ao Ter- obras localizado no Terminal de Coroa Grande.
nos canteiros de obra do empreendimento. minal Portuário por meio de esteiras e uma via Para a instalação do píer será necessária a
pavimentada para a realização da manutenção utilização de balsas devidamente autorizadas e
Para a instalação da pêra ferroviária e do pá- aprovadas pela Marinha do Brasil, que transpor-
dos equipamentos. Este túnel atravessará o
tio de minério será necessário relocar a Estra- tarão os pré-moldados e demais equipamentos
morro onde atualmente vem sendo executada
da Joaquim Fernandes. Esta rodovia é a através do saco da Coroa Grande.
a lavra da Pedreira Sepetiba, ligando a re-
principal via de acesso para os moradores da
troárea ao píer. Ele terá aproximadamente Os principais equipamentos utilizados para
Ilha da Madeira e demais residentes nas de-
1.500 m de comprimento, uma largura de a construção do terminal marítimo serão uma
mais ilhas situadas no interior da Baía de Se-
aproximadamente 12 m e 8 m de altura. máquina para cravação de estaca (bate-esta-
petiba. A nova rodovia se estenderá por 1 km,
iniciando-se na entrada da Ilha da Madeira e A movimentação de minério através das ca) e guindastes para a montagem das peças
terminando na altura da Ponta da Mariquita e esteiras localizadas no interior do túnel evitará pré-moldadas, uma vez que tanto o píer
será instalada ao longo do terreno onde estará a dispersão de material particulado, diminuin- quanto a ponte serão pré-moldados pelo fabri-
a pêra ferroviária. do a poeira. cante e montados no lugar.

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As tecnologias a serem utilizadas para a
Terminal marítimo (continuação) realização dos serviços de dragagem serão:
Para que as embarcações tenham acesso ao • dragas de sucção e recalque: para a
terminal, serão necessárias obras de dragagem. dragagem de material contaminado e reali-
No processo de dragagem, o solo marinho é re- zação dos CDFs*.
tirado para que o navio não encalhe quando es-
tiver acessando o Terminal. Para tal, serão • draga tipo hooper: para dragagem e
utilizadas dragas tipo “Hopper”, capazes de su- transporte de material dragado sem conta-
gar o solo, armazená-lo no porão do navio e lan- minação, a serem encaminhados para as
çar o material em local adequado, o bota-fora. áreas de bota-fora.

Dessa forma, será realizada a dragagem de


aproximadamente 10.000.000 m3 de sedimen-
to para o canal de acesso e bacia de evolução. * CDF (confined disposal facility) é
Além da dragagem será realizada a derroca- Bate estaca típico uma técnica que vem sendo largamen-
gem (retirada das rochas que estão enterra- te utilizada em regiões portuárias da
das) de 16.000 m3 de rochas localizadas no Europa e Estados Unidos para o des-
canal, com o objetivo de diminuir os riscos de carte dos materiais dragados que pos-
acidente com as embarcações e viabilizar a suem contaminação.
entrada de navios de grande porte, destinados
a importação e exportação de minério de ferro. O CDF é recoberto por uma camada
O canal a ser derrocado também atenderá a de sedimentos capaz de confinar o ma-
outros portos da região. terial contaminado recebido e não con-
taminar o ambiente marinho.

Modelo de guindaste que será utilizado para a


construção do terminal marítimo

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ti mo
LOCAL PARA A arí
CONSTRUÇÃO DO CDF lM
na
mi
Ter

Bacia de
Evolução

LOCAL PARA A CONSTRUÇÃO DO CDF

ÁREA A SER DRAGADA


o
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Ca
A draga
A parte do sedimento dragado (escavado), que estiver sem contamina-
ção, será lançada fora da Baía de Sepetiba, conforme a figura abaixo. A
área selecionada para o bota-fora foi estudada pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Hidroviárias e demonstrou ser capaz de receber esse material.
A draga tipo Hopper é montada dentro de um tipo especial
de embarcação, projetada para executar várias funções que
digam respeito ao fundo de qualquer curso d’água, desde
que não seja muito profundo. Sua função mais comum é a
de aprofundar portos e vias navegáveis, removendo parte do
fundo do mar ou do leito dos rios e canais. Geralmente junto
à draga operam uma chata e um rebocador, para recolhi-
mento e descarte do material extraído.

Desenho de uma
Local onde o material dragado será lançado draga tipo Hopper

Exemplo de como o material


dragado será lançado

Navio draga tipo Hopper

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Características Gerais
do empreendimento
A operação do Porto Sudeste pode ser resumida em:
OPERAÇÃO • Operação de Exportação de minério

Operação de Exportação de minério


SISTEMA CAPACIDADES MÁXIMAS
O minério chegará por trem no pátio de arma-
zenamento, onde será descarregado. Ele será Pêra com 2 linhas ferroviárias
2 viradores de vagões duplos
transportado para o terminal por correias, atra- Recepção
11 composições/dia
vessando o túnel e colocado diretamente
50.000.000 t/ano
dentro dos porões do navio pelo equipamento
para exportação. 2.500.000 t nos pátios
Pátio de Estocagem
Este equipamento trabalha continuamente e é 50.000.000 t/ano (5% da movimentação anual)
preparado para dividir a carga nos porões e 28 navios por mês
diminuir a poeira. Expedição e Carregamento de Navios 2 carregadores 10.000 t/h
O quadro ao lado apresenta a capacidade 50.000.000 t/ano (Ocupação de 68,8% no berço)
operacional do Porto Sudeste.

1 2

1- Carregador de Navios.
2- Sistema de aspersão na correia transportadora.

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Tratamento de Esgotos
Água Os efluentes sanitários oriundos dos banheiros e refeitórios
A água suficiente para a construção e operação do serão encaminhados, via tubulação, para tratamento em
Porto Sudeste será parte fornecida pelo Terminal de Estações de Tratamento de Esgotos que serão construídas
Coroa Grande, parte reaproveitada de todos os siste- dentro da retroárea . Após tratada, a água será encaminhada
mas implantados no porto (drenagem, ETE e chuvas) para (re)utilização no próprio Porto.
e parte da CEDAE aproveitando a ligação existente da As águas pluviais (da chuva) coletadas nos pátios de arma-
Pedreira Sepetiba. zenamento de minério que apresentem grande quantidade de
partículas de ferro serão encaminhadas para caixas de
decantação, onde o minério será separado da água.
Energia
A energia elétrica suficiente para as obras será
fornecida pela ligação já existente na área da Pedreira
Sepetiba. Para a operação do Porto será necessário
modernizar a linha existente que abastecia a antiga
empresa Ingá, já fechada. Será necessária apenas a
substituição dos fios e equipamentos de apoio.

Resíduos
O Porto Sudeste buscará a destinação adequada para
todos os resíduos gerados.
Os resíduos sólidos gerados na área do Porto serão
segregados e sempre que possível encaminhados pa-
ra reciclagem. Os resíduos não recicláveis serão enca-
minhados para aterro devidamente licenciado.

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DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Antes da construção de um empreendimento é fundamental conhecer o meio ambiente local.
Por isso, no diagnóstico são apresentadas as áreas de influência do Porto Sudeste e as suas
características socioambientais. Estas informações possibilitam que todos os envolvidos no
projeto (empreendedor, população, órgão licenciador, poder público e associações) conheçam
as riquezas e fragilidades do meio ambiente da região analisada.
Os itens a seguir são partes desse diagnóstico, que se encontram disponíveis na íntegra no
Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
implantados a área de armazenamento de Já os locais onde os impactos da construção
Áreas de influência minério; o canteiro de obras e as estruturas de do Porto Sudeste serão sentidos com menor
atracação costeiras e marinhas. intensidade e freqüência em relação à AID são
2) áreas destinadas à instalação do ramal chamados de Área de Influência Indireta (AII).
As áreas de influência do Porto Sudeste são
ferroviário e relocação da E strada Joa - Essas áreas foram definidas com base em :
aquelas que estão relacionadas às ações do
empreendimento durante as suas etapas de quim Fernandes. Aspectos socioeconômicos: os territórios
construção e/ou operação. 3) área correspondente à bacia de evolução das regiões administrativas (RA) de Santa Cruz
(área de manobra dos navios), canal de e Guaratiba no município do Rio de Janeiro, e
As Áreas de Influência Direta (AID) são
acesso e Terminal Portuário. os municípios de Itaguaí e Mangaratiba.
aquelas passíveis às influências das alterações
positivas e negativas decorrentes da sua 4) área destinada ao descarte do Meios físico e biótico: áreas circunvizinhas
construção. Para a definição dessas áreas, material dragado. à baia de Sepetiba, incluindo as áreas con-
foram considerados: tinentais e marinhas.
5) área de segurança de 500 m de raio em
1) áreas destinadas à instalação das depen- torno da extensão da área marítima dire-
dências do Porto Sudeste: locais onde serão tamente afetada. A seguir apresenta-se o mapa de influência.

A região Devido às características ambientais da região, A geologia de um ambiente é definida pelos


como relevos íngremes, grande incidência de aspectos físicos e naturais de uma região.
A região onde será instalado o Porto Sudeste chuvas, a existência de cursos de rios significa- Dentre estas propriedades estão o relevo e
consiste em um ambiente litorâneo de laguna tivos, os solos formados nas adjacências da baía a composição dos solos de uma área.
costeira – a Baía de Sepetiba, cujos limites possuem aspectos típicos de ambientes estua-
geomorfológicos são: rinos*, com grandes concentrações de matéria
orgânica e granulometria fina.
Norte: continente
Também são encontrados depósitos de
Sul: a restinga de marambaia
areia e argila formados pelo mar. Neste caso,
Oeste: uma cadeia de ilhas (Itacuruçá,
os depósitos se encontram nos fundos mari-
Jaguanum, etc.)
nhos das baías de Sepetiba e da Ilha Grande,
Leste: na altura de Barra de Guaratiba a baía é formando também as praias.
ligada ao mar por um estreito canal *estuário é a parte de um rio que se encontra em contato com o mar.

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MAPA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
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A bacia hidrográfica contribuinte à Baía de Se- cursos (trechos que ficam próximos à foz do em significativas variações de pressão atmos-
petiba tem uma superfície de 2.654 km² e atra- rio) bastante modificados em relação ao que férica em curto intervalo de tempo, sobretudo
vessa dois ambientes característicos da região: eram originalmente. Em função da sua topo- em rápidas passagens frontais.
grafia plana, esta região fica sujeita às
• Domínio Serrano, representado por monta- Além dos fatores que influenciam as caracte-
inundações constantes e, por isso, desde o
nhas e escarpas da vertente oceânica da Serra rísticas do clima no Estado do Rio de Janeiro
século XVII seus rios vêm sendo retificados,
do Mar e pelos maciços costeiros (Pedra Bran- — latitude, relevo, altitude e maritimidade – é
dragados, canalizados ou unidos por valões.
ca, Mendanha, Ilha da Marambaia), domínio importante ressaltar o fato de seu território
este mais afastado da Baía de Sepetiba; Estes rios estão ainda sujeitos à ação das
encontrar-se submetido a ventos de Leste e
marés que, por sua vez, influenciam no escoa-
• Domínio da Baixada, representado por Nordeste na maior parte do ano. Tal sistema
mento e na penetração das águas “salgadas”
uma extensa planície flúvio-marinha adjacente ainda é responsável pela manutenção das
em áreas continentais, o que eleva os teores
ao corpo hídrico. de cloretos e oxigênio, criando assim condi- temperaturas médias em patamares mais ou
ções para que os manguezais se instalem nas menos elevados, com altos níveis de umidade
Os principais rios desta bacia são: Guandu,
da Guarda, Canal Guandu, Mazomba, Piraquê, suas margens. relativa e “tempo bom” — geralmente associa-
Piracão, Portinho, Ingaíba, São Bráz, do Saco do a céu claro, de cor azul, livre de nebulosi-
A área do empreendimento encontra-se na
e Saí, com destaque para o rio Guandu. dade e ausência de qualquer hidrometeoro*.
trajetória de deslocamentos de frentes frias em
A maioria dos rios apresenta seus baixos todas as épocas do ano, o que pode resultar * Hidrometeoro - fenômenos atmosféricos originados pelo
vapor de água, como nuvens, chuvas, granizo, etc.)

Rio Guandu
Possui 108 km de comprimento e suas
nascentes localizam-se na Serra do Mar em OCEANOGRAFIA DA
diversos municípios. Sua água abastece BAÍA DE SEPETIBA
cerca de 80% da população do Grande Rio. A baía possui uma variação mínima do
Alguns riachos se unem na represa de nível do mar referente à maré e suas
Ribeirão das Lajes, um dos formadores do águas demoram 4,17 dias para se reno-
Guandu. Após passar pela represa, o varem. Suas águas são consideradas
Ribeirão das Lajes recebe as águas do Rio calmas e a penetração de ondas oceâ-
Paraíba do Sul, que através de transposição nicas na baía pode ser considerada
em Barra do Piraí, passa finalmente a pequena ou desprezível.
denominar-se rio Guandu.

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No entorno da Baía de Sepetiba existem Na margem dos rios e riachos locais ocorrem de 500 anos. Hoje resta apenas cerca de 7%
importantes ecossistemas ainda preservados, também as formações aluviais, também co- de sua área original preservada. Portanto,
tais como florestas, restingas e manguezais. nhecidas como matas ciliares, fundamentais devido à alta riqueza biológica e o grande nível
para a proteção dos recursos hídricos (águas, de ameaça que a Mata Atlântica sofre, ela é
Em Mangaratiba e Itaguaí podem ser obser-
rios, lagos e lagoas). considerada hoje uma das 25 áreas mais
vadas áreas remanescentes do Bioma Mata
importantes para a conservação da biodiver-
Atlântica, principalmente nas encostas da No Brasil, a Floresta Ombrófila Densa –
sidade em todo o mundo.
Serra do Mar. Nas baixadas, em menor quan- como também é chamada a Mata Atlântica -
tidade, ainda existem pequenos trechos de estende-se pelas regiões Nordeste, Sudeste e A maior ameaça para as espécies da Mata
formações florestais típicas de terras baixas, Sul, abrigando grande diversidade de espé- Atlântica é representada pela fragmentação do
que estão devastadas pela ocupação urbana cies vivas (biodiversidade). hábitat, ou seja, a destruição da própria flo-
e núcleos industriais em crescente expansão. resta. Algumas destas são mais resistentes às
A Mata Atlântica foi devastada durante mais
20
Estima-se que somente na mata atlântica existem mais de
20.000 espécies vegetais, além de centenas de anfíbios,
répteis, aves e mamíferos.

Trinta-réis-de-bico-amarelo
(Sterna eurygnatha)
perturbações causadas pelo homem, a exemplo
de pequenos mamíferos como o gambá-de-
orelhas-pretas (Didelphis aurita), o ouriço-cacheiro
(Sphiggurus villosus), o preá (Cavea aperea), a
capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e os morce-
gos-das-frutas (Artibeus lituratus e Sturnira lilium),
assim como algumas aves como o bem-te-vi (Pitan-
gus sulphuratus), o anu-preto (Crotophaga ani) e o
sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris). Por outro lado,
outras espécies têm alta sensibilidade e não
conseguem sobreviver em áreas degradadas pelo
homem, ou porque são caçadas ilegalmente, como
os jacus (Penelope spp.), o cachorro-do-mato
(Cerdocyon thous) e a paca (Agouti paca), ou
porque dependem de amplas áreas florestadas
para sobreviver ou manter suas populações
geneticamente viáveis, como a preguiça-de-três-
dedos (Bradypus variegatus), o gato-maracajá
(Leopardus wiedii) e a cuíca (Caluromys philander).

No entorno da Baía de Sepetiba, a Mata Atlân-


tica sofre inúmeras ameaças, seja pela ocupação
desordenada das encostas, pela substituição da
floresta pela cultura da banana ou pela expansão
imobiliária da faixa litorânea.

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A Baía de Sepetiba é um importante refúgio para aves cos-
teiras, tais como a garça-branca-pequena (Egretta thula), o
socó-grande (Ardea cocoi) e o piru-piru (Haematopus
palliatus). Na Restinga da Marambaia, o cordão arenoso
da Ponta das Pombebas é a principal área de descanso
para os bandos do trinta-réis-de-bico-amarelo (Sterna
eurygnatha) e do trinta-réis-real (Sterna maxima), que
aglomeram-se às centenas e proporcionam com suas
revoadas um espetáculo à parte.
Situação atual do domínio da Mata Atlântica
no Estado do Rio de Janeiro
As matas remanescentes de Mangaratiba 3
e da Ilha da Marambaia ainda abrigam
espécies nativas, endêmicas e ameaçadas
de extinção, tais como o gavião-pombo
(Leucopternis lacernulatus) e papagaio- 1
chauá (Amazona rhodocorytha).
4 2

Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius) - 1


Gavião-pombo (Leucopternis lacernulatus) - 2
Beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata) - 3
Papagaio-chauá (Amazona rhodocorytha) - 4
Lagartixa-da-areia (Liolaemus lutzae) - 5
Lagarto-da-cauda-azul (Cnemidophorus littoralis) - 6

07 7
6

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Pelo menos 12 espécies de lagartos

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ocorrem no entorno da Baía de :w
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Sepetiba. Destas, a lagartixa-da- ruz
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areia e o lagarto-da-cauda-azul ttp:/ %20
oated
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.arthurgros rds /gl it t e r ing-thr
set.com/sabi
estão ameaçadas de extinção.

23
Ambientes estuarinos
e marinhos Mangue vermelho (Rhizophora mangle)
Os estuários são conhecidos pela sua gran- Siriúba (Avicennia schaueriana)
de riqueza biológica natural resultante de as-
pectos típicos de ambientes de transição. Na
Baía de Sepetiba, a água doce dos rios de-
semboca no mar e forma a água salobra. Manguezais da Barra de Guaratiba – RJ

Entre as raízes submersas da vegetação do


mangue, os alevinos (peixes em estágio inicial
de desenvolvimento) vão buscar proteção con-
tra os predadores. É nas árvores de mangue
que aves como garças e socós fazem seus ni-
nhos e, ainda, na lama do manguezal vivem
animais que servem de alimento para o ho-
mem. Na Baía de Sepetiba os principais man-
guezais localizam-se em Barra de Guaratiba e
na Ilha da Madeira.

Os ecossistemas marinhos, por sua vez, são


compostos por três comunidades principais de
organismos, que possuem denominações dife-
rentes dependendo de sua capacidade de lo-
comoção e de sua posição na coluna d’água:

• comunidade planctônica que vive na su-


perfície da coluna d’água. Possuem nenhuma
ou limitada capacidade de locomoção;

• comunidade nectônica que pode freqüen-


tar todas as camadas da coluna d`água, pos-
suindo grande capacidade de locomoção; Fontes:
www.images.google.com.br
• comunidade bentônica que vive no fundo www.amobarradeguaratiba.kit.net/
do mar ou aderido a substratos como rochas.

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Rhizosolenia sp. Fitoplâncton encontrado na baía de Sepetiba

Comunidade Bentônica
São organismos, animais ou vegetais que ha-
bitam o fundo do mar. Eles desempenham pa-
pel de grande importância na cadeia alimentar
oceânica e por isso são fundamentais para o
equilíbrio ecológico. O bentos é freqüentemen-
te utilizado como indicador de degradação ou
recuperação ambiental, uma vez que possui
capacidade de refletir as condições ambientais
a qual está submetido.

A comunidade
São divididos em dois grupos: fitobentos,
que abrange os vegetais marinhos bentônicos,
planctônica e o zoobentos, que engloba todos os animais
marinhos bentônicos.
É formada por organismos (macro e micros-
cópicos) que representam a base da cadeia Como exemplo de fitobentos, temos as
alimentar nos mares e oceanos. Possuem algas pardas, as algas vermelhas e as algas
pouca capacidade de locomoção e, por isso, verdes. Estas algas realizam fotossíntese e,
vivem livremente na coluna d’água, sendo mui- por dependerem da luz, são encontradas
tas vezes arrastados pelas correntes oceâni- somente nas camadas superficiais do ambien-
cas. Eles podem ser subdivididos em te marinho, vivendo em profundidades máxi-
fitoplâncton e zooplâncton. mas entre 30-100 metros (com exceção de
algumas algas vermelhas que podem viver a
240 m de profundidade).
As comunidades
Ulva lactuca, representante das algas verdes.
fitoplanctônicas das Baías de
Foto: Carlos E. Amâncio.
Sepetiba e da Ilha Grande
Corallina officinalis. representante das algas
vermelhas. Foto: Guilherme H. Pereira Filho
estão sendo muito utilizadas
Sargassum sp. Típica alga parda, encontrada na
em testes para avaliar a
baía de Sepetiba. Foto: Carlos E. Amâncio.
poluição ambiental aquática.
25
O zoobentos é um conjunto diverso e extremamente rico de
A comunidade
nectônica
animais pertencentes a diferentes grupos. Estes animais podem ser:

• sésseis - que não se deslocam por vontade própria - como as Sardinha (Sardinella brasiliensis)

esponjas do mar;
• de pouca mobilidade - como os ouriços-do-mar; OS PEIXES
• de grande mobilidade, mas sempre associados ao fundo, A Baía de Sepetiba é considerada
como alguns crustáceos. um dos mais importantes ecossiste-
mas aquáticos do Estado do Rio de
Janeiro, sendo uma área natural de Enchova (Pomatomus saltatrix)
cria para peixes de importância eco-
nômica local, tais como o parati
(Mugil sp), a manjuba (Família En-
graulidae) e a sardinha (Família Clu- Peixe-espada (Trichiurus lepturus)
Echinometra lucunter. peidae). Os diversos estudos sobre
São tidos como indicadores
ambientais de grande impor-
a ictiofauna (peixes) da região suge-
tância e são muito utilizados rem que, nos primeiros anos de seus
Chondrilla núcula. Esponja do mar que pode em testes de toxicidade.
ser encontrada na Baía de Sepetiba. É ciclos de vida, muitos peixes utilizam
considerada espécie sensível à poluição, a Baía como área de criação.
podendo ser utilizada como bioindicadora.
No EIA foram identificadas 97 es-
Ucides cordatus. pécies de peixes, incluindo peixes Manjuba (Anchoviella lepidentostole)
É reconhecidamente ósseos e elasmobrânquios (tuba-
o caranguejo comer-
cializado com maior rões e arraias), o que configura uma
freqüência em das maiores diversidades registra-
todo Brasil. Fonte:
www.pesca.sp.gov.br das para sistemas semi-abertos da
Na área de dragagem foi realizado um estudo sobre caracteriza- costa brasileira. O padrão de distri-
ção da comunidade zoobentônica e os moluscos foram os animais buição da riqueza da ictiofauna re- Parati (Mugil curema)
mais abundantes de todos os encontrados, seguido de poliquetas tratado no levantamento verificou
(vermes marinhos), nematódeos e crustáceos. Na área de descarte uma elevada diversidade, especial-
de sedimento, fora da Baía, moluscos e poliquetas também foram mente de peixes jovens.
os mais abundantes.

26 Fonte: http://www.fishbase.org Tainha (Mugil platanus)


TARTARUGAS (Quelônios)
Na costa brasileira são encontradas cinco
espécies de tartarugas-marinhas: tartaruga- Boto-cinza (Sotalia guianensis) Golfinho-de-dentes-rugosos (Steno bredanensis).
Foto: L. Flach. Fonte: www.marineteam.com/.../dolphins/pgjrtdgom02.jpg
verde; tartaruga-de-pente; tartaruga-de-couro;
tartaruga cabeçuda ou amarela e tartaruga-
CETÁCEOS lho e novembro para reprodução e cria de fi-
oliva. Na Baía de Sepetiba estão presentes a lhotes e está incluída na categoria de ameaça
tartaruga-verde, a tartaruga cabeçuda e a Os cetáceos - baleias, botos e golfinhos - são
“Vulnerável” pela IUCN (União Mundial para a
tartaruga-de-couro. mamíferos exclusivamente aquáticos, como as
Conservação da Natureza) e o MMA (Ministério
baleias, botos e golfinhos. A espécie mais fre-
Como algumas dessas espécies preferem de Meio Ambiente).
qüente de cetáceo que ocorre no interior da Baía
águas rasas para se alimentar, na Baía de No caminho entre a área de descarte de
de Sepetiba é o boto-cinza (Sotalia guianensis),
Sepetiba é muito comum encontrar tartarugas sedimento e a entrada da Baía de Sepetiba po-
que pode ser observado ao longo de todo o
marinhas próximo à costa, tornando-as dem ocorrer, além da baleia-franca-do-Sul, ou-
ano. As estimativas dessa população local de
susceptíveis às capturas incidentais por redes tras três espécies de baleias que freqüentam
botos indicam que ela é a mais numerosa dentre
de pesca costeira. áreas costeiras: as migratórias baleia-jubarte
todas as observadas na área de distribuição

?
geográfica da espécie (entre Honduras e Santa (Megaptera novaeangliae) e baleia-minke-anã
Catarina). Atualmente, as maiores ameaças que (Balaenoptera acutorostrata), assim como a

Você
os botos enfrentam são as redes de pesca, o baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni), única

sabia?
aumento no tráfego de embarcações e a espécie residente o ano todo na região. Além
poluição dos ecossistemas marinhos. da orca, outras três espécies de golfinhos
costeiros também podem ser encontrados
Eventualmente também podem ocorrer na
As tatarugas marinhas são animais Baía de Sepetiba a orca (Orcinus orca) e a ba-
nesse trajeto, tais como o golfinho-de-dentes-
migratórios. Dados do Projeto leia-franca-do-sul (Eubalaena australis), sendo
rugosos (Steno bredanensis), o golfinho-
Boto Cinza relatam que uma que esta última é uma espécie migratória que
pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis) e o
tartaruga-de-couro encontrada utiliza águas rasas do litoral brasileiro entre ju-
golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus).
na Ilha de Jaguanum, Baía de
Sepetiba, foi marcada para Baleia-franca-do-Sul (Eubalaena australis) Baleia-de-Bryde (Balaenoptera edeni).
identificação no Gabão, África. Fonte: www.parks.tas.gov.au Fonte: Baleias, botos e golfinhos na Bacia de Campos.
Siciliano et al. (2006).

27
Unidades de Conservação
As áreas protegidas são chamadas pela legislação
brasileira de Unidades de Conservação e fazem parte do
sistema brasileiro de proteção ao meio ambiente. Essas
áreas são controladas pelo órgão federal, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), compondo o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que foi
instituído em 18 de julho de 2000, através da Lei Nº 9.985.

As Unidades de Conservação (UCs) representam


uma das melhores estratégias de proteção aos atribu-
tos e patrimônios naturais. Nestas áreas, a fauna e a
flora são conservadas, assim como os processos eco-
lógicos que regem os ecossistemas, garantindo a
manutenção da biodiversidade.
Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Área Município(s)


APA de Mangaratiba 23.000 hectares Itaguaí e Mangaratiba. Inclui as ilhas Guaíba, Guaibinha, Itacuruçá,
Furtada, Jaguanum e da Marambaia.
RPPN Reserva Rio das Pedras 1.260 hectares Mangaratiba
RPPN Fazenda Santa Izabel 525 hectares Mangaratiba
RPPN Fazenda Cachoeirinha 650 hectares Mangaratiba
RBAG - Reserva Biológica e 3.600 hectares Rio de Janeiro
Arqueológica de Guaratiba
APA do Rio Guandu 74.000 hectares Seropédica, Queimados e Nova Iguaçu
ARIE da Baía de Sepetiba 300 km2 Mangaratiba, Itaguaí e Rio de Janeiro

28
MAPA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
29
Características Socioeconômicas
A Baía de Sepetiba é um importante pólo industrial do Estado do Rio de Janeiro. Neste trecho, o USO E OCUPAÇÃO DA ÁREA
são caracterizados pela coexistência de industrialização, urbanização, áreas de mata atlântica, além da ocorrência de ecossistemas
de grande relevância ambiental, como descrito anteriormente. Dada a geografia do local, as áreas urbanas são limitadas pelo mar
e pela serra, restringindo-se a faixa costeira existente. As áreas planas, situadas nas costas dos municípios de Itaguaí e Rio de
Janeiro, concentram as atividades industriais, com destaque para o Porto de Itaguaí e para a Base Aérea de Santa Cruz.
Ilha Martins
Ilha da Marambaia
Ilha Jaguanum
Ilha Itacuruçá

Na área, vários PROBLEMAS AMBIENTAIS com a ampliação do Porto de Itaguaí, antigo O turismo de veraneio transformou-se em
encontrados são conseqüências da atividade Porto de Sepetiba, vivenciou um crescimento uma das mais importantes fontes de geração
industrial, em especial oriundos da Cia. Ingá acelerado. Com isso, a partir de 1980, a região de emprego e renda da população da área de
Mercantil, antiga fábrica de zinco instalada nos passou a apresentar taxas elevadas de cresci- Influência do Porto Sudeste. O período de
anos 60 na Ilha da Madeira que, ainda hoje, ar- mento da população, em especial o município maior fluxo de turistas corresponde aos meses
mazena resíduos com metais pesados ao ar li- de Itaguaí. Este crescimento foi resultado de de verão (janeiro e fevereiro) e o ápice anual
vre no local da produção. Atualmente, o terreno dois fatores: as atividades relacionadas ao ocorre durante o período do carnaval.
da Ingá foi arrematado pela Usiminas e toda vez porto da região e o crescimento da atividade
Além das atividades turísticas, o espaço
que chove forte, retorna a preocupação da po- de turismo. Essa população está concentrada
marítimo também é utilizado para a realização
pulação residente e dos ambientalistas sobre a predominantemente nas áreas urbanas.
das atividades pesqueiras, transporte marítimo
possibilidade de contaminação do ecossistema
Com exceção da região de Santa Cruz, onde e maricultura. A pesca é a principal atividade
por metais pesados, por transbordamento do
a maior parte da população trabalha no centro comercial das comunidades residentes às
dique conforme já ocorreu anteriormente. Por
e na área do entorno da cidade do Rio de margens da Baía de Sepetiba.
isto, acompanhar e fiscalizar as atividades
Janeiro, nos municípios de Itaguaí e Mangara-
industriais é fundamental para a prevenção de
tiba, a população residente encontra-se ocupa- Atividades Portuárias
acidentes ambientais, além de servir de indica-
da nos setores de turismo e pesca. Uma das principais atividades relacionadas à
dor no sentido do desenvolvimento sustentável.
De modo geral, os atrativos naturais, em espe- navegação na região é feita por navios de trans-
Destaca-se que estes passivos ambientais mo-
cial as enseadas e as ilhas (da Madeira, Martins, porte de cargas e contêineres. Estas embarca-
tivaram a organização social das comunidades
Jaguarnum e Itacuruçá), garantem a forte ções seguem por um canal de acesso até o
residentes, especialmente na Ilha da Madeira,
vocação para as ATIVIDADES TURÍSTICAS. O Porto de Itaguaí. Também existem as embarca-
na defesa de seus interesses e na participação
turismo, associado aos esportes náuticos, com ções militares que fazem a fiscalização da Baía e
popular no combate a poluição ambiental.
destaque para a pesca esportiva é bastante patrulham a área da restinga da Marambaia,
A atividade industrial na Baía de Sepetiba te- bem como as embarcações dos práticos que
praticado em função da riqueza do patrimônio
ve início nos anos 60, e, a partir da década de guiam os navios da entrada da Baía até o Porto.
natural e do ecossistema associado.
70, com a implantação da Rodovia BR-101 e

31
A ILHA DA MADEIRA
Em função das seis praias existentes no local,
A Pesca na Baía de Sepetiba
Na área de influência direta do empreendimento foram
“ A pesca é uma das
atividades mais antigas
exercidas pelo homem.
Indícios históricos indicam
os moradores não consideram a Ilha da ma- identificadas as seguintes modalidades de pesca:
que a atividade é realizada


deira como uma área terrestre, e se referem a
há pelo menos 12 mil anos
ela como praia. A denominação do local como
antes de cristo.
praia também está associada ao grande nú- Pesca Artesanal
mero de casas de veraneio existentes. O local é Herubel,1928.
uma referência para a atividade pesqueira no Caracterizada por aqueles
município de Itaguaí, exercendo um papel fun- pescadores que durante todo o processo
damental para outras atividades marítimas, pois da pesca (captura e desembarque)
apresenta uma empresa de transporte de pas- trabalham sozinhos e/ou utilizam a mão-de-
sageiros e um Iate Clube. A pesca é de grande obra familiar ou de vizinhos. As técnicas de
importância socioeconômica para a população pesca utilizadas são rudimentares e não
local, dispondo de pontos de desembarque do proporcionam muitos ganhos no mercado.
pescado, suprimentos para a tripulação, venda Além disso, eles pescam normalmente
de pescado e compra de gelo. próximo à costa em função do tipo de
embarcações utilizadas.

32
Pesca Industrial
Essa modalidade de pesca é realizada
por embarcações com maior autonomia, casco
de aço ou de madeira, e capazes de operar em
regiões mais distantes da costa, em profundidades
maiores e, em alguns casos, também beneficia o pescado a
bordo. Geralmente, o proprietário da embarcação (traineira) e
dos equipamentos é conhecido como armador, que é o
indivíduo que detém os meios de exploração, embora não
participe diretamente do processo. Nestes casos, o armador
tem um homem de confiança conhecido como “mestre da
embarcação” que é o responsável pela embarcação.
Dentro dela, as tarefas são divididas segundo a
habilidade de cada tripulante: mestre,
cozinheiro, gelador, maquinista,
pescador, etc.

Maricultura
Além da pesca, há uma
atividade, também associada ao
cultivo de moluscos. A maricultura vem
ganhando espaço e organização nos
últimos anos. Essa realidade, segundo
informações locais, está associada à
necessidade de criar alternativas de
renda para as famílias de
pescadores da área.

33
Todas estas atividades envolvem não apenas os indivíduos isoladamente, mas conjuntos de organizações voltadas para o tipo de atividade realizada.
A atuação destas instituições e seus associados vão além dos limites da área de influência do empreendimento, estendendo-se por toda a Baía de
Sepetiba. Conforme indicaram as pesquisas realizadas, as instituições, as áreas de pesca e tipo de pescado se dividem da seguinte forma:

ENTIDADE PESQUEIRO ESPÉCIE ALVO


Principais pesqueiros e respectivas espécies capturadas; e pontos de cultivo e extração de moluscos.

Z 14 Canal do meio corvina, tainha, parati, camarão


Canto da praia corvina, tainha, parati, camarão
Pernambuco corvina, tainha, parati, camarão
Rio Vermelho corvina, tainha, parati, camarão

Z 16 Laje da Marambaia anchova, cação, corvina, pargo


Laje do Mero garopa, corvina
Laje do fundo garopa, corvina
AMAR Ilha da Marambaia corvina
Ilha Grande lula, corvina, baiacu
Ilha da Guaíba corvina, anchova, robalo, cultivo de mexilhão, coquile e ostra.
Extração de mexilhão
Ilha do Cutiatá-açu corvina, anchova, robalo
Ilha do Cutiatá-mirim corvina, anchova, robalo
Baía de Mangaratiba corvina, anchova, robalo, camarão, cultivo de mexilhão, coquile e
ostra. Extração de mexilhão
APAS Pombeba camarão, piraúna, corvina, linguado
São Francisco camarão
Rio Vermelho tainha, corvina, pirauna, arraia
Rio Capão tainha, corvina, pirauna, arraia

APAIM Saco da Ilha da Madeira camarão, corvina, tainha, arraia


Restinga da Marambaia camarão, corvina, tainha, arraia, piraúna, bagre
AMACOR Praia do Recife (Angra) vongole
Restinga da Marambia vongole
Praia de Coroa Grande vongole
Lagoa de Saquarema vongole
Costões de Mangaratiba mexilhão
Manguezal de Itaguaí sururu
Manguezal de sururu
Mangaratiba
AMCOVERI Saco da Pombeba camarão, corvina, linguado, tainha
Praia Itacoticoara camarão, corvina, linguado, tainha
Laje branca camarão, corvina, linguado, tainha
Ponta do Boi cultivo de ostra-giga, vieira, mexilhão, ostra nativa e algas
34
MAPA DE ÁREAS DE PESCAS
35
IMPACTOS AMBIENTAIS
Com base nos diagnósticos ambientais apresentados nos capítulos anteriores referentes aos
diferentes meios (físico, biótico e socioeconômico) foi realizada a Identificação e Avaliação dos
Impactos Ambientais para a atividade de construção e operação do Porto Sudeste. Para esta
avaliação foi considerada a atividade em condições normais de operação (impactos efetivos) e
em situações de emergência/acidentes (impactos potenciais).

37
Para a elaboração da Avaliação de Impactos Ambientais foi utilizado um A confecção dessas redes de interação (entre causas e efeitos) permite
modelo simplificado de visualização dos possíveis impactos gerados pelo identificar os eventos responsáveis pelas transformações ambientais mais
Porto Sudeste. A metodologia empregada foi baseada no Modelo de importantes e definir/organizar as ações que objetivem prevenir, anular,
Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais – MAGIA – que buscou men- mitigar ou potencializar essas mudanças. Para tanto, realizou-se uma
surar, comparar e avaliar as transformações que a atividade pode vir a gerar análise comparando, hipoteticamente, os diferentes cenários da região
na área de influência. Utilizando a lógica de causa e efeito, são reunidos em (com ou sem a implantação do empreendimento) para avaliar as medidas
um mesmo fluxograma os diferentes momentos das atividades. ambientais que serão necessárias para a manutenção da qualidade
ambiental da área afetada. Cabe destacar que a análise e avaliação dos
Para a implantação do empreendimento é necessária a execução de
impactos do Porto Sudeste foi conservativa. Isso significa que se
determinadas ações que interferem no ambiente. Essas ações são
considerou, em todo momento, a possibilidade de ocorrência das piores
denominadas de Intervenções (INAs). Como ação direta, estas inter-
situações e cenários ambientais, mesmo que hipotéticos.
venções (INAs) introduzem no ambiente novos elementos que podem
afetar as dinâmicas bióticas, físicas ou socioeconômicas anteriormente A produção do fluxograma de interação de causas e efeitos auxiliou na
existentes. Esses processos são denominados Processos Indutores elaboração de uma Matriz Ambiental, ferramenta utilizada para auxiliar na
(PINs), ou seja, cada intervenção é responsável por um processo indutor, tomada de decisão quanto à viabilidade do empreendimento. Essa matriz
gerando a seguinte ordem de eventos: empreendimento-intervenções- possibilita a avaliação dos impactos que deverão ser objeto de maior atenção
processos indutores. de medidas ambientais (sejam elas mitigadoras, quando negativas, e poten-
cializadoras, quando positivas). Dada à complexidade da Matriz de Impacto
O resultado dos processos indutores (PINs) é o Impacto Ambiental
Ambiental utilizada, optou-se por apresentar no RIMA uma tabela simplificada
(IMP), que é o momento final do fluxograma, que passa a apresentar
contendo uma lista dos principais impactos avaliados. Os impactos serão
o seguinte arranjo:
abordados por sentido (positivo e negativo) e presença e ausência de ocor-
empreendimento - intervenções - processos indutores - impactos ambientais. rência em virtude das principais intervenções previstas pelo empreendimento.

38
FLUXOGRAMA DE INTERAÇÃO DE CAUSAS E EFEITOS

39
40
41
Dentre os possíveis impactos sobre o Construções na linha costeira e de

MEIO FÍSICO
meio físico pode-se citar as mudanças na aterros decorrentes das obras de insta-
Seguindo a Resolução Conama nº 01/86,
qualidade da água e do sedimento, na lação do Porto Sudeste podem influen-
que, entre outras coisas, estabelece que a
estrutura de correntes e na geologia. ciar diretamente na quantidade de
análise dos impactos ambientais do projeto
sedimento disponível na faixa litorânea.
deve ser desenvolvida considerando a sua As atividades executadas no período de
Isso pode levar a(o):
magnitude e importância, levou-se em instalação do empreendimento incluem a
consideração se os impactos serão: dragagem de certas áreas para garantir • Assoreamento ou erosão, modificando a
• Positivos ou Negativos profundidades suficientes para a passa- morfologia costeira (forma da linha da costa);
• Diretos ou Indiretos gem de embarcações de maior porte e
• Alterações de morfologia costeiras ou
• Imediatos, a médio ou a longo prazo obras relacionadas à construção do píer
estuários, o que pode comprometer as
de atracação. Essas obras podem resultar
• Temporários ou Permanentes estruturas biológicas originais no ecossis-
na ressuspensão de sedimento bem como
tema em questão;
influenciar nas correntes atuantes no am-
Os impactos e seus possíveis efeitos • Alterações na rede de drenagem do
biente, modificando o seu padrão de cir-
sobre os diversos compartimentos foram terreno, o que pode ser crítico em uma área
culação do meio. Assim sendo, como
identificados e avaliados partindo-se das como a baixada litorânea da Baía de
resposta podem ocorrer:
seguintes ações geradoras: Sepetiba, onde as características geomor-
• Dragagem • Impacto sobre a qualidade das águas
fológicas determinam um ambiente de
da Baía de Sepetiba, através do aumento
• Disposição de Resíduos de Dragagem solos hidromórficos (muito úmidos);
na turbidez* da água, remobilização de
(Bota-fora);
poluentes originalmente depositados nos • Alterações na textura do sedimento.
• Armazenamento de Minério
sedimentos das áreas do canal principal e O aumento das atividades industriais
(dique de contenção);
na bacia de evolução entre outros fatores; e comerciais no meio ambiente po-
• Obras de infra-estrutura;
• Alterações nos padrões de correntes dem causar:
• Transporte de Material;
locais, modificando os pontos de erosão e • Alteração da qualidade do ar por gases
• Geração de Ruído;
deposição de material, podendo compro- de veículos e por material particulado em
• Riscos acidentais;
meter áreas protegidas, a biota ou criar ris- suspensão na atmosfera, o que em excesso
• Poluição atmosférica;
cos para a navegação. pode prejudicar as comunidades locais.
• Construção do píer (Mudança do padrão
de circulação). *grau de opacidade da água resultante da quantidade de material em suspensão na coluna d’água.

42
De um modo geral, os impactos sobre o meio
físico anteriormente citados afetam diretamente Com relação à população residente na área, a mudança de “ritmo diário”

MEIO BIÓTICO
também as comunidades biológicas locais, uma local, decorrente da instalação de uma nova atividade pode levar
vez que estas resultam do meio ambiente em

MEIO SOCIOECONÔMICO
principalmente a(o):
questão. A instalação da infra-estrutura de apoio
• Mudança na logística da rotina da população local, como o esta-
do Porto Sudeste pode levar a:
belecimento da zona de segurança, onde os pescadores deverão respei-
• Interferências sobre manguezais e rema- tar um perímetro de trânsito da draga, para sua própria segurança, ou até
nescente de Mata Atlântica em função das o aumento do trânsito de embarcações maiores como navios cargueiros;
eventuais necessidades de supressão (retirada
• Aumento da pressão sobre a estrutura de serviços públicos, resultante
da vegetação) em determinados pontos para a
do incremento das atividades comerciais e industriais locais que, por sua
construção da retroárea do Porto Sudeste;
vez, tendem a aumentar o número de moradores na região.
• Perda de indivíduos da fauna bentônica e
• Perda da qualidade de vida e saúde da população, em função da
deslocamento da fauna nectônica, devido a impor-
variação da qualidade dos corpos hídricos, alteração da qualidade do ar e
tância que os ecossistemas de manguezais exer-
aumento da geração de ruídos.
cem sobre o ciclo biológico destas comunidades;
• Alteração na dinâmica socioeconômica e desestruturação dos laços
• Potencial aumento na acumulação de metais
comunitários, em função da alteração na circulação e no acesso das
pela biota, como resultado da biodisponibilidade
comunidades das Vilas do Engenho e Mariquita à escola, ao posto de
de contaminantes depositados nos fundos
saúde, ao centro comunitário e a outros locais de serviços públicos.
sedimentares;

• Modificação das características do fundo do


mar, em função da formação de um novo substrato
Biodisponibilidade é a capacidade dos
para a fauna bentônica como resultado da
contaminantes de serem concentrados
alteração da granulometria de uma área;
no corpo de um ser vivo. Um exemplo
• Aumento da opacidade da água resultante
VOCÊ
são os metais pesados em suspensão
do impacto do particulado em suspensão sobre na coluna d’água, que estão sujeitos a
a biota.
SABIA? serem “seqüestrados” por organismos fil-
• Aumento da geração de ruídos que, em uma tradores, como moluscos (ex.:mexilhões
análise imediata pode levar ao afugentamento e ostras). Como conseqüência, esses
de espécies pertencentes à comunidade metais ficam acumulados no organismo
biológica local; desses seres, contaminando-os.

43
PROGRAMAS AMBIENTAIS
As medidas mitigadoras são ações previstas para minimizar problemas que foram identificados
como possíveis de serem provocados pela construção e/ou operação do Porto. Elas têm como
objetivo preservar a qualidade do meio ambiente e da dinâmica socioeconômica na região em
que o Porto Sudeste será instalado.
Assim, todas as atividades de obra obedecerão a uma estrutura de Gestão Ambiental, respon sá -
vel por organizar os procedimentos de cuidado com o meio ambiente e com a comunidade local.
Plano de Gestão Ambiental - PGA

Programa de Gerenciamento de Risco - PGR

Programa de Controle Ambiental da Obra - PCAO

Programa de Monitoramento da Qualidade da


Água, Sedimento e Biota Associada

Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e Ruídos

Programa de Controle da Poluição - PCP

Programa de Comunicação Social - PCS

Os programas ambientais Programa de Apoio à Contratação da

planejados para este


Mão-de-Obra Local

empreendimento são:
Programa de Compensação da Atividade da Pesca

Programa de Indenização e Relocação de


População Afetada

Programa de Educação Ambiental - PEA

Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores

Programa de Apoio às Atividades Produtivas Locais

Programa de Monitoramento das Interferências


Socioeconômicas

Programa de Compensação pela Supressão de Vegetação

Programa de Apoio ao Gerenciamento Costeiro na


Baía de Sepetiba

45
Programa de Monitoramento da qualidade
da água, sedimento e biota associada

Este Programa tem como objetivo facilitar ao Po-


der Público e ao empreendedor o acompanhamen-
Programa de Gerenciamento de Risco - PGR
to e a evolução da qualidade da água e dos
sedimentos, bem como da comunidade bentônica
O PGR tem como objetivo identificar, classificar e
e planctônica da Baía de Sepetiba, nos locais de
Plano de Gestão Ambiental - PGA avaliar os riscos sociais e ambientais decorrentes da
dragagem e de bota-fora, antes, durante e após a
construção do empreendimento, bem como formular
atividade. Além disso, o Programa visa a aplicação
e implantar procedimentos técnicos e administrativos
O objetivo do Plano de Gestão Ambiental de medidas corretivas caso sejam identificadas
para prevenir, reduzir e controlar os riscos
(PGA) é criar ferramentas capazes de organizar situações imprevistas durante o monitoramento.
identificados. Este Programa prevê a elaboração de
todas as ações ambientais e garantir a execução
um Plano de Ação de Emergência (PAE), que
e controle das ações planejadas nos programas PÚBLICO-ALVO:
auxiliará na prevenção dos riscos de acidentes com
ambientais. Dessa forma, ele é um instrumento
produtos perigosos. • O empreendedor, a FEEMA, a Diretoria de
destinado a garantir que as medidas previstas
Portos e Costas do Comando da Marinha (DPC),
nos programas ambientais sejam corretamente O Programa atuará em três frentes principais:
o IBAMA (Superintendência do Rio de Janeiro),
aplicadas de modo a eliminar ou minimizar os 1. Revisão dos Riscos de Processo. as instituições de pesquisa e o público em geral.
impactos ambientais e sociais previstos. 2. Controle de Acidentes Socioambientais.
O PGA será implementado antes e durante as 3. Capacitação de Recursos Humanos.
obras, estendendo-se até a fase de pré-opera-
Uma das ações deste Plano será a realização de
ção do Porto Sudeste.
simulados periódicos com a participação do Corpo
de Bombeiros, Defesa Civil e FEEMA. Cabe destacar Programa de Monitoramento da qualidade
PÚBLICO-ALVO: que, durante a construção e operação do Porto da água, sedimento e biota associada
• Trabalhadores envolvidos com a construção Sudeste, tanto o PGR quanto o PAE serão perma-
nentemente alimentados com novas informações e Este programa tem como objetivos avaliar a qua-
• Trabalhadores do Porto Sudeste terão suas medidas revistas. lidade do ar, assim como gerenciar a emissão de
ruídos na área de influência do Porto Sudeste. Tam-
• Órgãos públicos diretamente ligados à
bém são propostas medidas para o controle de
implantação PÚBLICO-ALVO: emissões de material particulado, e através da
• Comunidades presentes na área de influência • Todos os funcionários e contratados obtenção de dados atmosféricos, avaliar a efetivi-
dade das medidas de controle implantadas.
• A população que reside e trabalha na área de
influência do empreendimento
Público-Alvo:
• Trabalhadores do Porto Sudeste e comuni-
dades inseridas na área de influência das emis-
sões da operação do empreendimento.

46
Programa de Controle Ambiental da
Obra - PCAO

Criar procedimentos de gestão ambiental para


prevenção e mitigação de possíveis impactos ge-
rados durante a construção do Porto Sudeste é o
Programa de Comunicação Social - PCS
foco do PCAO. Após definidos, estes procedi-
mentos deverão ser incorporados no dia-a-dia
Programa de Controle da Poluição - PCP Este programa trata do relacionamento entre
dos trabalhadores diretamente envolvidos com as
o empreendedor e a comunidade local, bus-
operações da obra.
O objetivo do Programa é garantir um bom desem- cando criar canais de comunicação e interação
A formulação do PCAO, mais do que uma exi- contínuos. Como o empreendimento a ser cons-
penho ambiental na condução das obras e operação
gência, representa uma parte da expressão da po- truído é um Porto, o Programa dará especial
do Porto. Para isso, serão criados procedimentos pa-
lítica ambiental da LLX. Ele estabelece princípios atenção às comunidades de pescadores que
ra uma correta gestão dos resíduos sólidos e efluen-
que exigem a implantação de métodos constru- atuam na baía de Sepetiba.
tes gerados, de modo que seja possível rastrear o
tivos de minimização das agressões ao meio am-
resíduo desde a sua geração até o tratamento final. Dessa forma, são objetivos do Programa de
biente, capazes de potencializar a melhoria da
Este Programa prevê também a adoção de algu- Comunicação Social:
qualidade de vida de seus empregados e das
comunidades envolvidas. Além disso, o PCAO mas medidas para tratar de questões mais espe- • Criar um canal de comunicação contínuo
deverá servir como instrumento para a contra- cíficas, como o Plano de Gerenciamento de Resíduos
• Divulgar antecipadamente informações so-
tação das empresas que executarão a obra. Sólidos Portuários, Plano de Gerenciamento de
bre o empreendimento
Efluentes, Plano de Controle da Poluição Hídrica,
Fazem parte deste programa o Subprograma
Plano de Controle de Emissões Gasosas e Odores e • Informar a quantidade e o perfil da mão-de-
de Segurança e Saúde dos Trabalhadores, o
Plano de Controle da Poluição Sonora. obra necessária
Subprograma de Controle dos Processos Ero-
sivos e o Subprograma de Monitoramento Hidros-
PÚBLICO-ALVO: PÚBLICO-ALVO:
sedimentológico.
Trabalhadores envolvidos nas obras e operação do Comunidades, associações e colônias de pes-
PÚBLICO-ALVO: Porto Sudeste, comunidade das áreas adjacentes e ca; Poder Público; entidades empresariais e de
órgãos públicos fiscalizadores. trabalhadores; associações e entidades ambien-
Todos os profissionais que atuarão nas obras,
talistas; população residente nas localidades
sejam eles:
mais próximas ao Porto Sudeste; mídia local e
• Trabalhadores não especializados regional; público em geral.

• Trabalhadores contratados localmente


•Trabalhadores especializados
• Trabalhadores contratados em outras regiões

47
Programa de Apoio à Contratação da
Mão-de-Obra Local
Programa de Indenização e Relocação
No diagnóstico ambiental constatou-se que de População Afetada
uma das expectativas da população residente na
área de influência em relação ao empreen- Este programa tem como objetivo garantir o
dimento é a geração de postos de trabalho. bem-estar e o respeito aos direitos humanos da
Nesse sentido, o Programa de Apoio à Contra- população que deverá ser removida para a reali-
tação da Mão-de-Obra Local visa dar oportuni- zação do empreendimento, a saber os residentes
dade de geração de emprego e renda aos nas localidades da Vila do Engenho e Ponta da
moradores da área de influência durante a fase Mariquita. Para propor medidas que tornem
de instalação do empreendimento. Além disso, possível a concretização deste objetivo foram
ele possibilita minimizar as interferências so- observados os dados resultantes dos diagnós-
cioeconômicas na Ilha da Madeira, a partir da ticos constantes do EIA. A partir destas informa- Programa de Educação Ambiental
inserção de novos grupos, como trabalhadores ções foi possível estabelecer uma série de
vindos de outras localidades. objetivos específicos, necessários para se Este programa tem como objetivo capacitar os guias
alcançar o objetivo geral. turísticos locais através de ações de educação
PÚBLICO-ALVO:
ambiental com as comunidades escolares, moradores
• população residente na área de influência do PÚBLICO-ALVO:
e comunidades de pescadores da área de influência do
empreendimento, preferencialmente na Ilha da • Moradores da Vila do Engenho empreendimento visando a fixação dos temas ambien-
Madeira, Coroa Grande e na área do entorno tais nas comunidades locais. O programa será realizado
• Moradores da Ponta da Mariquita
em parceria com o poder público local e através de
• Autoridades públicas (municipais e estaduais) diagnósticos rápidos participativos.
Programa de Compensação da • Moradores das proximidades do local
Atividade da Pesca selecionado PÚBLICO-ALVO:

• Concessionária de linha de ônibus da região • Educandos (alunos) do Ensino Médio das unidades
Criar mecanismos para compensar os pesca-
e de telefonia públicas de ensino, com idades entre 15 e 21 anos
dores artesanais residentes nas comunidades
da Área de Influência Direta do Porto Sudeste, • Demais membros das comunidades escolares
proporcionando condições para a produção e (professores, pais, moradores do entorno e associações
aquisição de conhecimentos, habilidades e o ligadas à escola)
desenvolvimento de atitudes visando à partici-
• Comunidades de pescadores
pação individual e coletiva na gestão dos
recursos pesqueiros. • População local
• Técnicos do poder público
PÚBLICO-ALVO:
• Pescadores artesanais que utilizem as áreas
de uso da draga e que venham a ser diretamente
impactados através de acidentes com embar-
cações e/ou petrechos de pesca
48
Programa de Educação Ambiental Programa de Recuperação de
dos Trabalhadores Áreas Degradadas - PRAD

Propiciar aos trabalhadores envolvidos com as Programa de Monitoramento das O projeto do Porto Sudeste prevê a
atividades de construção e de operação do Porto Interferências Socioeconômicas supressão (retirada) de parte da vegeta-
Sudeste, os conhecimentos que possibilitarão atitu- ção existente no terreno de construção.
A realização de um empreendimento como a
des coletivas e individuais de forma a mitigar as Para compensar a área de vegetação
construção de um Porto impõe transformações
possíveis perturbações ambientais derivadas da suprimida, será realizado o replantio de
inevitáveis à paisagem, à dinâmica dos ecossis-
movimentação da mão-de-obra. Além disso, incen- espécies previamente identificadas e
temas locais, mas também à dinâmica socioeco-
tivar o respeito e conservação ao meio ambiente no registradas na região.
nômica da população que habita a região. Nesse
desenvolvimento de suas atividades profissionais e sentido, o objetivo deste Programa é realizar o
cotidianas, bem como das conseqüências associa- PÚBLICO-ALVO:
monitoramento das interferências socioeconô-
das aos métodos e processos de execução aplica- micas na área de influência do empreendimento • Trabalhadores envolvidos nas obras e
dos à atividade, sejam estes tradicionais ou não. durante a fase de obras, observando a realização operação do Porto Sudeste, comunidade
de impactos negativos que possam impactar das áreas adjacentes e órgãos públicos
PÚBLICO-ALVO:
negativamente a qualidade de vida da população fiscalizadores.
Os trabalhadores de todos os níveis envolvidos local, bem como os impactos positivos que
com as atividades de construção e de operação do podem ser potencializados.
Porto Sudeste.
PÚBLICO-ALVO:
Programa de Apoio ao Gerenciamento
• Poder público local Costeiro na Baia de Sepetiba
• Trabalhadores do empreendimento
O principal objetivo deste programa é direcio-
• População local
Programa de Apoio às Atividades nar os esforços já existentes e criar novos dispo-
Produtivas Locais • Representantes dos serviços privados sitivos de controle e implementação de medidas
que materializem uma idéia já antiga de geren-
Esse Programa se baseia em ações partici- ciamento costeiro da região.
pativas que indicarão coletivamente as
Isso será proporcionado através da integra-
potencialidades socioeconômicas e deman-
ção dos vários setores envolvidos com a pro-
das prioritárias da população local, contribuin-
blemática ambiental da Baía de Sepetiba, como
do para a geração de emprego e renda além
a sociedade, orgãos público e universidades.
da valorização dos potenciais da região.
PÚBLICO-ALVO:
PÚBLICO-ALVO:
• Poder público local
• População da área de influência do
empreendimento • Sociedade
• Lideranças locais • Universidades

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EQUIPE TÉCNICA
Registro IBAMA:
Paulo Mário Correia de Araujo |Biólogo 288727
Ivan Soares Telles de Sousa |Engenheiro Agrônomo 288856
Estefan Monteiro da Fonseca |Oceanógrafo 586743
Alexandre Neiva Ferraz de Almeida | Biólogo 101291
Michele Ferreira Fernandes | Bióloga 906689
Alexandra Machado | Bióloga 1552265
Victor Avelar | Biólogo 1965080
Vinicius Couto Alves | Biólogo 1620328
Leonardo Ribeiro | Engenheiro Civil 271543
Érico Demari e Silva | Veterinário 274238
Bianca Mazurec | Socióloga 323.397
Agatha Franco | Jornalista 1955132
Edílson Pereira | Jornalista 2913257
Rachel Platenik | Designer 462487
Maria Alice Edde | Designer 2351882
Taís Monteiro de Freitas Estagiária | Designer 2509551
Rony Sutter | Técnico de GIS 1984792
Flávia Nascimento | Letras 625928

50 Fotos: Equipe de Campo

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