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O documento discute os nematóides que atacam a cana-de-açúcar, incluindo suas definições, formas, tamanhos, modos de disseminação e parasitismo. O gênero Meloidogyne, que causa a formação de galhas nas raízes, é um dos principais nematóides que afetam a cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Controle cultural e químico podem ser usados para prevenir danos às plantações.
O documento discute os nematóides que atacam a cana-de-açúcar, incluindo suas definições, formas, tamanhos, modos de disseminação e parasitismo. O gênero Meloidogyne, que causa a formação de galhas nas raízes, é um dos principais nematóides que afetam a cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Controle cultural e químico podem ser usados para prevenir danos às plantações.
O documento discute os nematóides que atacam a cana-de-açúcar, incluindo suas definições, formas, tamanhos, modos de disseminação e parasitismo. O gênero Meloidogyne, que causa a formação de galhas nas raízes, é um dos principais nematóides que afetam a cultura da cana-de-açúcar no Brasil. Controle cultural e químico podem ser usados para prevenir danos às plantações.
Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
1 NEMATIDES EM CANA-DE-ACAR
1. INTRODUO
Os nematides so importantes parasitos de cana-de-acar, causando grandes danos ao sistema radicular, que se torna deficiente e pouco produtivo. Em conseqncia disso ocorrem redues significativas na produtividade agrcola. Essas redues podem variar com a espcie ou espcies encontradas, a populao de nematides e variedade cultivada no talho. Atualmente, onde a lucratividade obtida nos detalhes do sistema de produo, de fundamental importncia o monitoramento das reas cultivadas para preveno do ataque dessa importante praga de solo.
2. DEFINIO
Nematides so organismos aquticos que vivem nas guas marinhas, guas doces e pelcula de gua do solo. A maioria das 500.000 espcies conhecidas de vida livre ou seja no parasitas e alimentam-se de microrganismos, tais como bactrias, fungos, pequenas minhocas, outros nematides etc. Todos estes podem ser chamados predadores e os comedores de animais, carnvoros. Alguns so parasitos de plantas superiores (fitoparasitos), razes, rizomas, tubrculos, bulbos), tambm existem os que passaram a parasitos de rgos areos (caules, folhas, flores, frutos e sementes). Outros so parasitos de animais, seja vertebrados ou invertebrados. Enfim os nematides vivem de organismos vivos.
3. FORMA
So organismos tubulares alongados, um tanto fisiformes ou subcilindricos. Costuma-se cham-los de vermes rolios ou redondos. Alguns so muito longos e finos, filiformes. O nome desse vermes deriva do grego nema, nematis, que significa fio. Mas a forma do corpo pode sofrer variao, especialmente nas espcies parasitas de plantas. Ex: Fmeas de Meloidogyne e Heterodera. O aumento exagerado do corpo impossibilita a locomoo do nematide, tornando-os sedentrios (imveis). AFOCAPI / COPLACANA Departamento Tcnico Agronmico Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
2 A seguir temos uma foto microscpica de larvas e ovos e no centro uma larva em fase de desenvolvimento para definir o sexo, conhecida como larva salsicha devido a forma parecida. Esta foto do nematide das galhas ampliada mais de 1000 vezes do tamanho real, notar tambm que dentro das larvas tem o intestino onde ele armazena os nutrientes que acabou sugando da planta. FIGURA 1. Ovos e larvas que atacam a raiz da cana com larva salsicha no centro do vdeo Fonte: Joelmir Silva (2004)
4. TAMANHO
Caracterstica bastante varivel, como o comprimento, pode ser menos de 0,3 mm a mais de 8 m. A grande maioria microscpica. As formas de vida livre no solo variam de 1 a 2 mm de comprimento, sendo que as espcies menores medem de 0,2 mm a 0,55 mm. Os gigantes do sol alcanam 10 mm de comprimento. Os nematides parasitos de plantas tem dimenses dos nematides de vida livre. AFOCAPI / COPLACANA Departamento Tcnico Agronmico Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
3 5. DORMNCIA
Muitos nematides, especialmente os do solo e os parasitos de plantas, podem passar a um estado de completa inatividade em que o metabolismo se mantm muito baixo, quase nulo, permitindo-lhes que sobrevivam por longo tempo em condies adversas, tais como falta de gua, falta de oxignio ou temperaturas muito baixas.
6. FATORES QUE AFETAM A ATIVIDADE DOS NEMATIDES
6.1. GUA
So organismos aquticos, necessitam de pelo menos uma pelcula de gua para serem ativos. Condies extremas de gua no solo (inundao) tambm lhes so desfavorveis.
6.2. TEXTURA DO SOLO
Solos arenosos so geralmente mais favorveis para populaes maiores de nematides, provavelmente porque a aerao mais adequada em solos com grandes partculas e por consequncia com maior macroporosidade e tambm devido a menor quantidade de matria orgnica. Entretanto h espcies que predominam em solos argilosos e outras que so indiferentes
6.3. AERAO
No se conhece nematides anaerbicos, portanto o oxignio essencial para todas as espcies. O ar disponvel no solo regulado em grande parte pela porosidade, profundidade, temperatura e gua do solo.
6.4. TEMPERATURA
Pode ser divida em 5 fases a saber:
1. Para nematides fitoparasitos (Aqueles que parasitam as plantas) AFOCAPI / COPLACANA Departamento Tcnico Agronmico Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
4 2. Temperatura tima: de 15 a 30 C (Maioria de importncia agrcola) 3. Temperatura mnima no letal: de 5 a 15C 4. Temperatura mxima no letal: de 30 a 40C 5. Fora desse limites as temperaturas so geralmente letais, lembrando que cada fase do desenvolvimento pode ter exigncia trmica particular.
7. DISSEMINAO
7.1) gua (Irrigao, enxurradas) 7.2) Animais (Aderido as patas, fezes) 7.3) Veculos e ferramentas agrcolas (Solo grudado nas rodas e implementos) 7.4) Material Vegetal (mudas, sementes)
8. MODOS DE PARASITISMO DOS NEMATIDES DE PLANTAS
8.1) Ectoparasitos: nematides que permanecem fora do hospedeiro e o penetram s com o estilete ou com pequena parte anterior de seus corpos. 8.2) Ectoparasitas migradores: mantm o corpo esbelto e a capacidade de locomoo. 8.3) Ectoparasitas sedentrios: penetram com a parte anterior do corpo e aumentam consideravelmente de tamanho a poro anterior. O nematide perde portanto a capacidade de locomoo. Ocorre formao de clulas nutridoras. 8.4) Endoparasitas: nematides penetram com todo corpo no hospedeiro. 8.5) Endoparasitas migradores: mantm o corpo esbelto durante todo ciclo vital e podem abandonar o hospedeiro a qualquer momento. 8.6) Endoparasitas sedentrios: Penetram inteiramente nas razes, ocorrem formao de clulas nutridoras e se tornam obesos e sedentrios.
9. SINTOMAS DIRETOS DO PARASITISMO POR NEMATIDES
9.1) Plantas com falta de razes 9.2) Formao de galhas e necrose nas razes 9.3) Rachaduras nas razes 9.4) Paralisao do crescimento da planta AFOCAPI / COPLACANA Departamento Tcnico Agronmico Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
5 10. SINTOMAS DO PARASITISMO POR NEMATIDES
10.1) Tamanho desigual das plantas, porque umas absorvem gua e nutrientes e outras no conseguem absorver devido a presena da praga. 10.2) Nanismo (Plantas crescem menos e produzem menos) 10.3) Menor perfilhamento (No caso da cana leva a menor produtividade) 10.4) Folhas e frutos menores (Devido a falta de nutrientes para a planta) 10.5) Tombamento de plantas (Pela falta de nutrientes a planta fica frgil) 10.6) Diminuio da produo (Faltando nutrientes, produz menos)
11. MTODOS DE CONTROLE CULTURAL
11.1) Inundao do solo (Aps inundar, secar e revolver o solo) 11.2) Destruio de plantas infestadas (Para matar aqueles que esto nas razes) 11.3) Rotao de culturas (Exemplo: amendoim em rotao com a cana) 11.4) Matria Orgnica (Na decomposio libera substncias nematicidas) 11.5) Inimigos Naturais (Algumas espcies de fungo pouco utilizado) 11.6) Variedades Resistentes (Maioria das canas ainda so atacadas) 11.7) Plantio de Crotalarias aps ltimo corte, incorporando a massa verde ao solo antes do replantio com gradagem e posteriormente preparo do solo para replantio da cana
12. MTODO DE CONTROLE QUMICO
Uso de nematicidas (Furadan, Counter e Temik) aplicados no plantio ou na soqueira.
13. PREVENO
13.1) Uso de mudas sadias (Razes sem nematides), exceto cana 13.2) Instalao de Viveiros em reas sem nematides 13.3) Manter ferramentas e maquinrio limpos para no levar nematides
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14. PRINCIPAIS NEMATIDES NA CULTURA DA CANA-DE-ACAR
14.1) Gnero Meloidogyne (nematides formadores de galhas)
sem dvida o gnero mais importante, devido as danos por ele causados quando presente em altas populaes. A fmea dessa espcie sedentria, de corpo globoso, mesmo quando imatura, fica completamente dentro das razes, se alimentando atravs de clulas nutridoras, sua presena facilmente detectvel devido a formao de galhas (engrossamento da raz). Na fase juvenil migrador, justamente quando caminha pelo solo em busca de razes para infestar. Uma vez dentro da raz, torna-se sedentrio e passa a injetar toxinas com ajuda de seu estilete dando origem a galhas (bolinhas nas razes) prejudicando na absoro de gua e nutrientes pelas razes da cana-de-acar (Figura 2).
FIGURA 2. Raiz de cana atacada por Meloidogyne sp Sinais de galhas (bolinhas). Fonte: AFOCAPI
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8 14.2) Gnero Pratylenchus (nematide das leses radiculares)
So nematides migradores e quanto importncia como parasitas de nossas culturas, podem ser colocados em segundo lugar, estando o primeiro ocupado pelos nematides formadores de galhas. As larvas em qualquer idade penetram e saem livremente das razes, pois no h nenhuma fase ou estgio que possa ser denominada infestante. Facilmente abandonam o sistema radicular, quando as condies ali se tornam desfavorveis, migrando para o solo, deixando as razes mortas provocando reduo do sistema radicular (Figura 3). Depois de penetrarem na raz, os nematides nutrem-se das clulas e causam leses, a princpio pequenas, mas que aumentam gradualmente. Freqentemente observa-se que nematides deste gnero so responsveis por aberturas nas razes pelas quais se d penetrao de fungos e bactrias deixando a raiz apodrecida e com aspecto escurecido.
15. COMO DETECTAR A PRESENA DE NEMATIDES NUMA REA
Por serem microscpicos e portanto invisveis a olho nu, a nica maneira de se detectar com certeza a presena de nematides atravs de anlise realizada em laboratrio. reas que apresentam produo insatisfatria ou quedas progressivas de produtividade, manchas no talho apresentando plantas menos desenvolvidas e que esto localizadas em solos arenosos, com baixo teor de matria orgnica, so suspeitos da presena de nematides, mas preciso uma anlise de laboratrio para confirmao e se for o caso, determinar populao e espcies presentes.
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FIGURA 3. Reduo do sistema radicular da cana-de-acar Fonte: AFOCAPI / COPLACANA
16. METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM
Para a retirada das amostragens precisa-se dos seguintes itens: 1 balde, 1 enxado, 1 pedao de lona plstica, 1 tesoura ou faca e por ltimo uma embalagem plstica (saquinho de identificao da amostra). O procedimento arrancar a touceira at a profundidade de 25 cm, bater a terra, cortar as razes vivas e colocar em balde junto com um pouco de terra (geralmente uma mo cheia). Retirar 10 sub-amostras representativas por talho de cana e fazer uma amostra composta com 50 gramas de razes e meio quilo de solo, exemplificando pode-se coletar duas mo cheias de razes vivas e mais umas duas de solo, deixando elas envoltas no solo dentro do saquinho para manuteno da umidade para no interferir nos resultados nematolgicos. Estas devem ser encaminhadas ao laboratrio com toda identificao possvel e de maneira rpida. Se for mandar aps um prazo de trs dias recomenda-se deix-las na parte de baixo da geladeira onde guardamos frutas e legumes por no mximo 5 dias. AFOCAPI / COPLACANA Departamento Tcnico Agronmico Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
10 Um outro detalhe de grande importncia no deixar exposta ao sol ou em porta-malas de veculos porque altas temperaturas matam no s os nematides como tambm as razes ali presentes.
As informaes necessrias esto listadas na tabela 01. 1.) Nome do fornecedor 6.) Nmero do corte da cana 2.) Nome do stio ou fazenda 7.) Talho analisado 3.) Cultura plantada ou a plantar 8.) Municpio 4.) Variedade 9.) Data da coleta 5.) Idade 10.) Telefone para contato Tabela 1. Informaes para cadastro de amostragem de nematides
17. POCA DE AMOSTRAGEM
To importante quanto a amostragem bem feita, a poca em que ser feita a amostragem tambm muito importante. A planta, juntamente com o nematide, so seres vivos e tem determinados perodos do ano em que seu desenvolvimento maior, existem outros porm que o crescimento mais lento, chegando mesmo a ser interrompido. Vamos analisar cada um separadamente: 17.1) Cultura: (cana-de-acar): deve-se dar preferncia para anlise em cana planta, com idade entre 4 7 meses, coincidindo com o seu mximo crescimento vegetativo. Podem ser feitas anlises em cana soca, mas necessrio considerar a idade da cultura na poca de amostragem, para que obtenha resultados confiveis. 17.2) Nematide: Precisam de gua e razes para sobreviver e se multiplicar. pocas de estiagem (junho a setembro), no so recomendadas para amostragem, isso porque nessa poca, devido falta de gua e a reduo no desenvolvimento da plantas, os nematides tem naturalmente sua populao reduzida, comprometendo a confiabilidade dos resultados. Ex: Uma amostra coletada em agosto que apresente baixa populao; essa populao pode realmente estar baixa ou pode estar baixa devido a estiagem da poca em que foi realizada. Quando a rea a ser plantada com cana est em repouso ou se encontra com pastagem, portanto no possvel se coletar razes de cana para amostrar, pode-se recorrer para o uso de iscas, que nada mais so do que toletes de cana de variedade suscetvel que so enterrados ao AFOCAPI / COPLACANA Departamento Tcnico Agronmico Av. Com Luciano Guidotti, 1937 CEP:13.425-000 Piracicaba - SP Fone: (19) 3401 2200 Ramal: 2271, e-mail: joelmir@cana.com.br
11 acaso na rea a ser amostrada e depois de aproximadamente 3 meses, so arrancados para que possamos analisar suas razes juntamente com o solo. 18. LABORATRIO DE ANLISES NEMATOLGICAS
A AFOCAPI / COPLACANA sabendo da importncia dos nematides na lavoura canavieira e visando esclarecer ao mximo seus cooperados, possui seu prprio Laboratrio de Anlises Nematolgicas, realizando anlises de rotina, com intuito de determinar a presena de nematides em reas de fornecedores para que possam evitar possveis quebras de produo devido presena da praga; isso feito com custo zero para fornecedores cooperados do sistema AFOCAPI/COPLACANA.
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Christian Menegatti & Joelmir Silva - Eng. Agr. AFOCAPI COPLACANA)