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Eleição

- por René Burkhardt | 15 de Novembro de 2009

“Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (Rm 14.5)

Não pretendo convencer ninguém a mudar de idéia, a respeito do assunto em questão. Muito
menos, tenho a pretensão de considerar alguém como não cristão, por não ter a mesma visão
sobre este assunto. Esta é uma questão secundária, dentro do cristianismo, e, portanto, muitos
cristãos verdadeiros poderão discordar sobre isto, entre si, mas concordarão com as verdades
essenciais, que nos são indicadas pelo Espírito de Cristo.

Para emitir minha opinião, preciso trazer à tona os preceitos básicos dos grupos favoráveis e
contrários à idéia da eleição soberana de Deus, quanto a quem será salvo e quem não será.
Basicamente, temos os calvinistas (defensores das idéias de João Calvino – 1509/1564) e os
arminianos (defensores das idéias de Jacob Armínius – 1560/1609). Praticamente todas as
denominações atuais concordam com um, ou com outro grupo, sobre a provisão de Deus para a
salvação.

As doutrinas de Calvino e de Armínius, de forma bastante simples, são resumidas assim:

1º Depravação Total:

► para Calvino - indica que os seres humanos não são capazes de crer em Cristo até
que Deus primeiramente mude sua natureza através da regeneração. O novo nascimento
precede a fé salvadora!

► para Armínius - A queda afetou negativamente todo o indivíduo. Uma pessoa caída,
depravada, não é capaz, à parte de uma obra sobrenatural de Deus, de crer em Cristo
para salvação. Mas onde o Calvinismo diz que a primeira obra de Deus, sobre os seres
humanos caídos, deve ser a regeneração (de forma que somente os eleitos podem ser
salvos), os arminianos dizem que Deus primeiramente faz uma obra da graça
capacitante, anterior à regeneração, que torna possível que uma pessoa não regenerada
responda em fé à oferta de salvação em Cristo. Isto torna a fé possível, mas não garante
a fé, nem produz a regeneração até que a fé é exercida.

2º Eleição Incondicional:

► para Calvino - Na eternidade, antes de algo ter sido criado, Deus antecipou e escolheu
certas pessoas para serem salvas, sem considerar nada de sua parte, nem mesmo a fé.
Ele determinou salvar aos “eleitos” e, o restante, Ele determinou condenar.

► para Armínius - A eleição é condicional. Sim, na eternidade Deus escolheu salvar


alguns e não todos, mas escolheu aqueles que satisfariam a condição da fé. Ele escolheu
salvar os crentes e não salvar os incrédulos. Como a salvação, a eleição é por meio da
fé.

3º Expiação Limitada:

► para Calvino - Isto quer dizer que Deus enviou Seu Filho para morrer pelos pecados
dos eleitos, apenas. Num sentido salvador, Jesus não morreu pelo mundo todo.
► para Armínius - Os arminianos crêem que a Bíblia ensina a expiação ilimitada: que
Jesus morreu por todos, para cada e todo ser humano, assim, tornando a salvação
acessível a todos.

4º Graça Irresistível:

► para Calvino – Quando, na história, os “eleitos” são salvos, a obra de Deus da


regeneração não pode, ser resistida por eles com êxito. Embora todas as pessoas caídas
resistam a Deus, Ele regenera os eleitos sem sua cooperação. Somente após a
regeneração eles são trazidos à fé e à submissão.

► para Armínius - a obra salvadora de Deus pode ser resistida. A graça capacitante de
Deus, tornando a fé possível aos seres humanos depravados, pode ser recebida ou
rejeitada. Ele graciosamente opera tanto naqueles que irão crer, como naqueles que não
irão, para tornar a fé possível, apesar de sua depravação. Em resposta, alguns crêem e
são salvos; outros, que poderiam por meio disso crer, não crêem e se perdem.

5º Perseverança:

► para Calvino - Aqueles que Deus regenerou nunca deixarão de ser regenerados
novamente, por causa de sua natureza regenerada e da obra graciosa que Ele faz dentro
deles.

► para Armínius - Os arminianos crêem que a própria perseverança é condicional, que


uma pessoa verdadeiramente regenerada pode ou não perseverar na fé salvadora.

Assim, a salvação, para Calvino, é a eleição e, para Armínius, é a fé. Ambos apresentaram
argumentos interligados entre si, formando um todo lógico. Desta forma, um preceito não
subsiste sem os outros.

É diante desses argumentos que faço minhas considerações:

Depravação Total

A depravação total do ser humano é bastante clara e todos concordam com este fato, tanto, que
todos reconhecem a necessidade da regeneração. A grande diferença (e ela é fundamental para
que se forme uma opinião) está no momento e na forma dessa regeneração. Também creio que,
antes da regeneração, o Senhor nos capacita a fazer uma opção, diante da oferta de salvação
em Cristo Jesus.

Os profetas disseram, muito tempo antes da primeira vinda de Cristo, que o Senhor derramaria
o Seu Espírito sobre toda a carne (Jr 31.33; Ez 36.27; Jl 2.28). E o Espírito nos convence do
pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). Talvez alguém queira considerar que tais profecias eram
para os tempos do fim, mas Pedro, em seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes, tomou as
palavras do profeta Joel como válidas, já a partir daquele momento. Desta forma, se conclui que
o Espírito de Deus já está operando junto a todas as pessoas, mediante a Palavra, fazendo Sua
obra de convencimento. E cada um pode aceitar ou rejeitar essa boa nova, pois convencer não
significa forçar a andar de acordo com o que é dito, mas, através de argumentos, provar que o
que é dito é verdade.

Aceitar a instrução do Espírito significa crer que tal mensagem seja verdadeira e aplicar essa
verdade em sua própria vida (agir em fé). Mas esta atitude de fé é provada, para que os
aprovados sejam, enfim, regenerados. Desta forma, a regeneração será o resultado do
perseverar (esforço – ver Mt 11.12) nesse estágio inicial da fé, que veio pela pregação (Rm
10.17). Esse esforço é continuar crendo na pregação, a despeito de tudo o que a possa
contrariar. E aqui também existe a obra do Espírito Santo, que não permite que “sejais tentados
além das vossas forças” (1Co 10.13).

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Mediante esse andar em fé, estaremos produzindo frutos, que são o testemunho de que existe
um caminho melhor a ser seguido, do que o caminho da depravação, da morte eterna. Este
testemunho é o grande fruto que se pode produzir, porque, através dele, se pode “responder a
todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15), tendo oportunidade
de fazer discípulos. E “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos
tornareis meus discípulos” (Jo 15.8).

Concluindo, creio que a regeneração se dá após um “período de provas” (de tamanho e


intensidade indefinidos e desconhecidos, até que se tenha passado por ele totalmente), onde,
durante e ao final dele, a pessoa opta por permanecer no amor do Senhor, reconhecendo sua
própria miserabilidade, ou opta por rejeitar esse amor, considerando-se auto-suficiente para
tudo. “Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque,
depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu AOS
QUE O AMAM” (Tg 1.12).

Essa coroa da vida já passa a pertencer à pessoa, quando ela é regenerada, pois, a partir disto,
ela está na mão do Senhor e ninguém a arrebatará da Sua mão (Jo 10.28). Talvez este esteja
sendo o ponto que mais venha causando discussões, divergências, quanto ao que o Senhor diz:
o momento do novo nascimento. Muitos têm pensado que, ao concordar que a pregação é
verdadeira, ou ao levantar a mão durante um apelo, a pessoa já esteja nascendo de novo e
esteja na mão do Senhor. Mas, na verdade, a pessoa será ensinada e provada antes disso, para
que, a todo momento, possa fazer sua opção de maneira consciente. É como se, diante de cada
prova, a pessoa dissesse: “Apesar das dificuldades, eu vou continuar servindo ao Senhor,
porque, sem Ele, minha vida é desprezível e, mesmo diante de todos os prazeres que eu
pudesse desfrutar, eu nunca chegaria ao prazer eterno de estar com o grande Deus Criador”.

Pedro fez uma declaração parecida com esta, muito antes de sua regeneração, quando Jesus
perguntou se eles (Seus seguidores) queriam abandoná-Lo: “Respondeu-lhe Simão Pedro:
Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido
que tu és o Santo de Deus” (Jo 6.68-69). Muito depois disto, Pedro negou publicamente a Jesus,
em uma clara demonstração de que ainda não havia sido regenerado, pois quem já nasceu de
novo não nega o seu Senhor, nem mesmo diante de torturas e da morte. Mas, no momento
daquela declaração, ele já seguia a Jesus, reconhecia que Ele tinha as palavras da Verdade e
cria e conhecia que Jesus era o Cristo de Deus.

Como os outros preceitos, que envolvem a doutrina da eleição, dependem totalmente do


entendimento da depravação e da regeneração do homem, agora fica mais fácil considerar os
outros pontos.

Eleição Incondicional

Ao considerar que a regeneração do homem será uma conseqüência de sua fé, já estou
afirmando que a eleição de Deus é condicional, ou seja, Ele escolheu, previamente, aqueles que
satisfariam a Sua condição da fé. Paulo diz, em Romanos 8.29, que Deus “os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho”, e este texto tem sido usado pelas pessoas que
defendem a eleição incondicional de Deus. Porém, o verso começa com a frase “Porquanto aos
que de antemão conheceu”. Isto quer dizer que Deus conheceu antecipadamente as vidas das
pessoas.

Pedro diz a mesma coisa: “eleitos, segundo a presciência de Deus Pai” (1Pe 1.2). Aqui fica
claro que a eleição de Deus é por Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência, conhecendo os
fatos antes mesmo que eles aconteçam. Mediante os fatos, a constatação do exercício da fé
pelas pessoas, é que Ele elegeu as que seriam salvas e as que seriam condenadas. Ele sabe tudo
o que vamos fazer, quais decisões iremos tomar, sem manipular nossas decisões e sem ser pego
“de surpresa” por elas.

No nosso nível de entendimento, é como se olhássemos para trás, para vermos algumas
decisões que tomamos. Por exemplo: ao me vestir, de manhã, escolhi uma camisa azul, entre
outras opções que tinha. Saber disto agora, não me faz mudar a escolha que havia feito pela

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manhã. Mesmo que eu troque de camisa agora, não terei alterado o que fiz antes. Da mesma
forma, o fato de Deus saber antecipadamente das nossas decisões, não faz com que Ele mude
essas escolhas.

Talvez alguém pergunte: “Então não adianta orar para que Deus aja?”. Sim, adianta. Ele mesmo
nos diz para orarmos, que Ele atenderá nossos pedidos. Mas isto não significa que Ele vá
manipular a vontade de alguém. Quando oramos pela conversão de alguém, Deus não vai pegar
a pessoa e fazer a escolha por ela. Mas, certamente, em Sua misericórdia, Ele pode aumentar as
opções dessa pessoa escolher viver com Ele, ou diminuir as opções que ela tem de não viver
com Ele. Ele terá atendido o nosso pedido de usar da Sua misericórdia, do Seu amor e do Seu
poder com tal pessoa, sem, no entanto, fazer a escolha por ela. E, neste caso da conversão de
pessoas, o que Deus mais usa é o nosso próprio testemunho de vida cristã.

Expiação Limitada

Vou deixar a própria Palavra do Senhor falar: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não
para que julgasse o mundo, mas para que O MUNDO FOSSE SALVO POR ELE. Quem nele crê
não é julgado; o que não crê já está julgado... Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a
fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3.17-18, 21). E
também: “Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu
amor para COM TODOS” (Tt 3.4).

Estas são claras declarações de que a expiação feita por Jesus é ilimitada e está disponível para
todo aquele que crer na Sua pregação. Aqui está claro que as pessoas podem optar por crer ou
não crer em Jesus. E o que crê pratica a verdade que está ouvindo, aproximando-se do Senhor.

Esta oferta de salvação é para todos, não apenas para alguns escolhidos antes de manifestarem
fé. Afinal, Deus “deseja que TODOS os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade” (1Tm 2.4). Isto é contrário a limitar previamente a salvação a um
determinado grupo de pessoas.

Graça Irresistível

Esta questão, para ser possível, também dependeria de que a regeneração do homem fosse feita
antes de uma manifestação de fé. Portanto, conforme já externei antes, penso que a Graça
Irresistível não seja viável, pois creio que seja possível ao homem resistir à graça de Deus,
rejeitando-a.

Mas gostaria de levantar uma questão, dentro deste assunto: se a eleição prévia dos que são
salvos e dos que são condenados fosse verdadeira, como seria o julgamento final dos
condenados? Deus, o Grande Juiz, diria: “Vocês estão condenados à eternidade no lago de fogo
e enxofre, que arde eternamente, e aqueles estão salvos disto, passando a viver Comigo
eternamente”. Então os condenados argumentariam: “Por quê? Se isto é um julgamento, é
preciso que haja justiça. Se fomos formados sem chance de regeneração, como sermos
condenados por algo que não tínhamos condições de alcançar, ou fazer?”.

“Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, JULGA segundo as
obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1Pe 1.17).
O julgamento é mediante as obras de cada um, que são os resultados das escolhas feitas. O
justo (o q vive por fé) é salvo, porque acolheu a Verdade pregada. O incrédulo (o q rejeitou a
Palavra) é condenado por seu desprezo ao conhecimento de Deus. Se as pessoas não tivessem
condições de fazer obras diferentes das que fazem, elas não poderiam ser julgadas por isto.

É certo que o oleiro pode fazer, do mesmo barro, um vaso para honra e outro para desonra.
Deus poderia ter feito pessoas para serem salvas e outras para serem condenadas, mas isto iria
contra o Seu caráter, pois feriria a Sua justiça. Ao ser indagado “por que Você me fez assim”,
Ele não poderia responder que foi por amor a essa pessoa e, como vimos antes, o Seu amor é
por todas as pessoas (Tt 3.4). A pessoa lançada no lago de fogo e enxofre é objeto da ira de
Deus, não de Seu amor.

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Perseverança

Neste ponto, sou levado a concordar, em parte, com os calvinistas e, em parte, com os
arminianos. Conforme já foi dito antes, depois que a pessoa está na mão do Senhor Jesus,
ninguém a tira dali, nem mesmo a própria pessoa. Depois de ser regenerado, de ser nova
criatura, ninguém vai querer (nem poder) voltar a ser o que era. A perseverança ainda será
necessária, para suportar as aflições e provas de fé que continuarão acontecendo, mas a
ausência dela já não será um fator que pudesse fazer a pessoa perecer, pois ela estaria vivendo
como filha de Deus, recebendo, assim, os Seus cuidados e a Sua disciplina, se necessário.

Após a regeneração, a pessoa pode chegar a tal estado de provação, que poderá desejar a
própria morte: “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos
sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da
própria vida” (2Co 1.8). Mas, aí, o Pai Celestial vem em seu socorro, para livrar daquela
situação, seja através da retirada da situação, ou de um fortalecer que seja suficiente para
enfrentar com alegria a própria morte.

Em resumo, seria isto:

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para
que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado... Se
alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o
apanham, lançam no fogo e o queimam... Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito
fruto; e ASSIM vos tornareis meus discípulos” (Jo 15.2-3, 6, 8).

Aqui há uma progressão: pela reconciliação geral feita por Jesus, ao ouvir a pregação, somos
enxertados Nele. A Sua Palavra nos limpa. Se permanecermos em fé à pregação ouvida,
daremos frutos, caso contrário, não. Se não permanecemos, somos cortados. Mas, se
permanecemos, damos muitos frutos, glorificando ao Pai, e, a partir daí é que nos tornaremos
discípulos de Jesus. A fé já veio, pela pregação. A permanência, o perseverar na fé, é que vai
gerar o novo nascimento que nos garante a posição de discípulos de Jesus e a vida eterna (“te
digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” – Jo 3.3). Isto coloca o
novo nascimento em um tempo diferente do momento em que se crê e se exercita fé. Este
nascimento se dará após a perseverança na fé. Haverá provas de fé. Sendo aprovado, se dará o
novo nascimento e, mesmo depois disto, haverá mais provas de fé, porém, sem mais existir o
risco de ser cortado, pois o crente estará na mão do Senhor e, dela, ninguém pode arrebatar.

“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo
mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que,
outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém,
vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele
santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não
vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda
criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro... o qual nós anunciamos,
advertindo a TODO homem e ensinando a TODO homem em toda a sabedoria, a fim de
que apresentemos TODO homem perfeito em Cristo” (Cl 1.20-23, 28).

Amém!

Extraído de http://kasteloforte.blogspot.com/2009/11/eleicao.html

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