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Este relatório apresenta os resultados de um experimento que simula o funcionamento do olho humano normal e com erros de refração. É descrita a anatomia do olho e os principais tipos de ametropia, como miopia e hipermetropia. Os cálculos realizados variaram a distância entre as lentes no experimento e mostraram mudanças pequenas no foco.
Este relatório apresenta os resultados de um experimento que simula o funcionamento do olho humano normal e com erros de refração. É descrita a anatomia do olho e os principais tipos de ametropia, como miopia e hipermetropia. Os cálculos realizados variaram a distância entre as lentes no experimento e mostraram mudanças pequenas no foco.
Este relatório apresenta os resultados de um experimento que simula o funcionamento do olho humano normal e com erros de refração. É descrita a anatomia do olho e os principais tipos de ametropia, como miopia e hipermetropia. Os cálculos realizados variaram a distância entre as lentes no experimento e mostraram mudanças pequenas no foco.
Aluna: Gabriela Simone Lorite RA 008769 Orientador: Lucila Cescato Universidade Estadual de Campinas Junho/2004
Resumo
O olho o rgo responsvel pelo incio do processo visual. Biologicamente, o olho humano possui um funcionamento complexo. As informaes por ele observadas so captadas por uma enorme quantidade de sensores. Neste relatrio apresentaremos um pouco sobre a anatomia do olho humano.
Introduo
O sentido da viso est na dependncia de um estmulo externo que recebido pelo olho na forma de luz. Os raios luminosos devem atravessar uma srie de meios transparentes antes de alcanar a retina. As vrias densidades ticas (ou ndices de refrao) desses meios causam mudana de direo dos raios luminosos quando estes passam de um meio a outro. Se a imagem no for focalizada na fvea (um ponto especfico da retina), o objeto parecer ser turvo. Felizmente, problemas de focalizao podem ser solucionados atravs da cincia tica.
No relatrio parcial apresentamos os princpios da tica geomtrica por trs do funcionamento do olho humano. Tambm foram apresentados os clculos para a montagem experimental que simular o funcionamento do olho humano e erros refrativos da viso miopia e hipermetropia.
No presente relatrio apresentaremos os pontos mais importantes da anatomia do olho humano. Tambm apresentaremos os resultados experimentais obtidos na montagem experimental citada acima.
Metodologia
O olho humano - anatomia
O olho humano , aproximadamente, uma esfera com cerca de 20mm de dimetro. As principais partes do olho humano so a crnea, o cristalino, a ris e a retina. A figura 1 ilustra a anatomia do olho humano.
Figura 1: esquema ilustrativo da anatomia do olho humano.
A crnea uma membrana que cobre a superfcie anterior do olho. Ela constituda de um tecido resistente e transparente. Ela atua como uma janela refrangente e protetora, possibilitando a passagem dos raios de luz em direo a retina. Seguindo da crnea em direo ao fundo do olho, encontramos a cmara anterior. Essa cmara contem um liquido humor aquoso ele responsvel por fornecer nutrientes crnea.
A ris um diafragma importante nos processos visuais. Ela opaca e possui uma abertura central chamada pupila. Sua funo controlar a quantidade de luz que deve chegar a retina. Assim, quando em ambiente claro a pupila estreita, quando em ambiente escuro ela se dilata.
O cristalino uma estrutura biconvexa, incolor e quase totalmente transparente, tambm gelatinoso e elstico. Ele responsvel por convergir os raios de luz na retina. A distncia focal do cristalino modificada por movimentos de um anel de msculos, denominados msculos ciliares, permitindo ajustar a viso para objetos prximos ou distantes. Essa caracterstica chamada acomodao visual.
A retina uma membrana de mltiplas camadas de tecido neural, ou seja, clulas nervosas. nela que as imagens se formam, mais especificamente no cruzamento da retina com o eixo do globo ocular, chamado fvea. Sua funo transformar a energia luminosa das imagens em sinais nervosos que so transmitidos ao crebro pelo nervo tico.
Os erros refrativos da viso
O olho normal ou emtrope figura 2 aquele no qual os raios de luz paralelos so trazidos a um foco na fvea sem o uso da acomodao, ou em algumas bibliografias, uma condio ideal, pois os adultos sempre tm algum grau de erro de refrao. As variaes do estado emtrope, no devidos a opacidades ou doenas, so denominadas em conjunto ametropias.
Figura 2: Esquema de Olho Normal ou Emtrope.
As principais formas de ametropias so hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia. Variaes menos importantes so anisometria (diferena entre os erros de refrao dos dois olhos) e aniseicnia (diferena do tamanho da imagem nos dois olhos). Os erros de refrao de todas as espcies tendem a ser herdados, mas no de maneira definitivamente previsvel. Isto porque h um nmero grande de variveis que influenciam a refrao, dentre elas a curvatura da crnea, comprimento do olho e forma de cristalino. Vejamos a seguir a descrio e tratamento das principais formas de ametropias citadas acima.
Hipermetropia
A hipermetropia ou viso longa figura 3 caracterizada quando a convergncia dos raios de luz paralelos ocorre em um foco atrs da retina. O resultado uma viso no ntida a qualquer distncia. Ela pode ser causada por encurtamento do globo ocular ou enfraquecimento do poder refringente da crnea ou cristalino. Esse erro refrativo da viso pode ser corrigido com o uso de lentes convexas, para aumentar o ngulo de incidncia dos raios de luz que entram na crnea e cristalino.
Olho Normal
Figura 2: Esquema ilustrativo para olho hipermtrope.
Miopia
A miopia ou viso curta figura 4 apresenta o problema inverso da hipermetropia, os raios de luz convergem em um foco anterior retina. Assim o ponto distante do olho, que est no infinito na hipermetropia e na emetropia, est a uma distncia finita a menos de 6 metros do indivduo, ou seja, imagens de objetos muito distantes no so ntidas. A miopia pode ser causada por globo ocular grande ou por aumento do poder refringente dos Olho Hipermtrope Retina Foco do olho hipermtrope Correo para Hipermetropia Formao da imagem Aps correo Foco do olho hipermtrope sem correo Lente Convergente meios. Felizmente, este problema, independente de sua origem, pode ser corrigido fazendo-se o uso de lentes cncavas para divergir os raios luminosos, focalizando-os na retina.
Figura 4: : Esquema ilustrativo para olho mope.
Astigmatismo
O astigmatismo caracterizado por uma viso distorcida. A origem do problema est em uma diferena entre o poder refringente nos diversos meridianos do olho. A maioria dos casos ocorre devida irregularidade na forma da crnea, mas o cristalino tambm pode causar astigmatismo. O erro refrativo Olho Mope Foco do olho mope Retina Correo para Miopia Formao da imagem Aps correo
Lente Divergente pode ser tratado com lentes cilndrica, cncava ou convexa dependendo do meridiano do olho que origem do problema.
Presbiopia
A presbiopia ou vista cansada surge com o decorrer da vida. Trata-se de uma diminuio do poder de acomodao. Isso implica numa dificuldade de focalizar os objetos prximos. A correo do problema pode ser feita com uma lente que corrige o erro refrativo bsico, adicionada a uma lente convexa adequada. Muitas vezes faz-se uso de lentes bifocais ou multifocais.
Experimental
O experimento, em fase de acabamento, simula o olho normal, olho mope e o olho hipermtrope, sendo que os dois ltimos apresentam a possibilidade de correo com lentes que se movimentam, de maneira que o usurio pode colocar e tirar a lente corretora.
No projeto propnhamos a idia de movimentar as lentes corretoras tambm sobre o eixo tico. Primeiramente, calculamos as variaes dentro das distncias permitidas, para verificar se h uma mudana perceptvel do foco. Os clculos foram feitos baseados nos clculos de foco e curvatura das lentes, apresentados no ltimo relatrio. As variaes foram calculadas segundo a teoria apresentada no relatrio parcial. A tabela 1 mostra os resultados obtidos para as variaes do olho mope e a tabela 2 mostra os resultados para as variaes do olho hipermtrope. Nas tabelas, F 1 o foco da lente corretora, F 2
o foco da lente que simula o olho normal, e a distncia ente os centros das lentes de focos F 1 e F 2 , F o foco do sistema de lentes. As linhas pintadas indicam os valores apresentados no ultimo relatrio.
Os resultados apresentados na tabela 1, mostram que a variao no foco do sistema para o olho mope de no mximo 1,15cm. J para o olho hipermtrope a variao no foco do sistema no mximo 0,88cm, como indica a tabela 2. Diante destes resultados, conclumos que criar a possibilidade de movimentar as lentes corretoras ao longo do eixo tico invivel, pois alm de no produzir um bom efeito visual, a presena de alguma aberrao da lente ou do laser pode tornar essa variao totalmente imperceptvel.
Para expor o experimento foi projetada uma caixa de madeira para alojar as lentes, a fonte de alimentao para os lasers e tambm um pequeno painel explicativo. As lentes que simulam o olho foram coladas no fundo da caixa. As lentes corretoras esto presas a uma haste que permite o movimento das mesmas. As lentes no esto exatamente nos pontos calculados teoricamente, o que no prejudicou o objetivo do experimento. Esse pequeno erro pode ter sido gerado pelo fato das lentes terem sido cortadas em mquina com pouca preciso, e tambm por elas terem sido polidas mo, o que deve ter gerado um pequeno erro no raio de curvatura das mesmas.
Modelo Experimental x Olho Real
O modelo experimental feito por ns possui algumas diferenas quando comparado ao sistema real. Isto porque ao longo do eixo tico do olho o raio de luz passa por 4 interfaces passando ento por 5 ndices de refrao diferentes, e no nosso modelo o raio de luz passa apenas por 2 interfaces, passando ento por apenas 2 ndices de refrao diferentes. A figura 6 mostra dois esquemas ilustrativos para o caso real e o modelo criado por ns, incluindo os respectivos ndices de refrao de cada meio.
(b) Figura 6: Esquema de interfaces (a) para olho humano, caso real; (b) experimento que simula o olho humano. Onde n representa o ndice de refrao em cada meio.
Os esquemas apresentados na figura 6 mostram as interfaces de meio pelo qual o raio de luz passa sem considerar um sistema de lentes corretoras. Considerando em ambos os casos, at o ponto que o raio de luz cruza a primeira interface do olho ou, no caso do experimento, a lente que simula o (a) Cristalino n =1,41(centro) n = 1,39 (perifricos) Crnea n = 1,376 n =1 n = 1,336 - humor aquoso n = 1,336 Cmara Posterior - Humor Vtreo Eixo tico Acrlico n =1,48 Ar n =1 Ar n = 1 Eixo tico olho, o sistema com lentes corretoras so iguais, ou seja, o raio de luz faz a trajetria ar lente corretora ar primeira interface olho / lente simuladora.
Trabalho Semelhante
Trabalho semelhante foi desenvolvido semestre passado pelo aluno Rubens Granguelli Antoniazi. O experimento desenvolvido por ele tambm simulava os problemas da viso, porm ele fez uso de lentes dgua, anteparo e uma fonte de luz. A montagem das lentes permitia a variao da curvatura, atravs de mais ou menos gua em seu interior. Desta forma o usurio do experimento podia verificar a variao do foco conforme alteramos o raio de curvatura das lentes. A montagem feita por ele tambm permitia verificar que a imagem formada na retina invertida.
O experimento apresentado por ns semelhante ao do Rubens. Nosso experimento no permite verificar a imagem invertida da retina, nem permite variar a curvatura da s lentes e a posio das mesmas no eixo tico. Entretanto, o presente experimento possui alto impacto visual na observao na mudana do foco em um sistema de lentes. Acreditamos que didaticamente nosso experimento ilustra bem a convergncia de raios, sistema de duas lentes e , sem dvidas, fixa os problemas refrativos da viso do ponto de vista da tica geomtrica.
Referncias
1. Vaughan, Daniel, Oftamologia Geral, SP, Atheneu, 1977 2. Dantas, Adalmir, Anatomia funcional do olho e seus anexos, RJ , Colina ed., 1983 3. Pedrotti, Leno S.; Pedrotti, Frank L. Optics and Vision