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CI- Escola Técnica TST

Profª.: Vanuza Diniz


Nome: Roldão Santos Almeida Nº59 Turma:09

Pesquisa sobre os tipos de narradores, e discursos.

Introdução

Cada uma das histórias que lemos, ouvimos ou escrevemos, é contada por um
narrador.
Nos exercícios de leitura, assim como nas experiências de escrita, é fundamental a
preocupação com o narrador.
A grosso modo, podemos distinguir três tipos de narrador, isto é, três tipos de foco
narrativo: - narrador-personagem; - narrador-observador; - narrador-onisciente.

No texto Vidas Secas de Graciliano Ramos, encontramos a narração em terceira


pessoa, com narrador onisciente. Podemos encontrar muitas vezes os discursos indiretos
livres.

O discurso (ou estilo) indireto livre é um terceiro tipo de recurso narrativo, uma
espécie de expediente híbrido resultante da conciliação dos dois discursos acima
referidos. Trata-se, portanto, de um tipo misto, em que o narrador, em vez de reproduzir
ipsis litteris as próprias palavras da personagem (discurso direto), ou de informar o
leitor sobre o que ela teria dito (discurso indireto), aproxima-se da personagem e
confunde-se com ela, transmitindo a impressão de que ambos falam em uníssono, por
isso, às vezes, torna-se um pouco difícil separar a fala da personagem do discurso do
narrador. É que a fronteira entre os dois se apresenta, em certos casos, bastante sutil,
devido à liberdade formal de que dispõe o narrador, a par da motivação basicamente
psicológica inerente ao discurso indireto livre.

No trecho a seguir, extraído do capítulo “Fuga”, de Vidas secas, Graciliano Ramos


emprega os três tipos de discurso, mesclando-os com extrema habilidade estilística.
Começa com a pergunta de sinha Vitória, em discurso direto, introduzido por um verbo
carregado de expressividade (“zumbiu”, lembrando uma vespa no ouvido do marido),
passa para o indireto narrativo nos dois períodos seguintes (“Fabiano estranhou a
pergunta e rosnou uma objeção.”), insere sutilmente o indireto livre, com a objeção
rosnada de Fabiano (“Menino é bicho miúdo, não pensa.”), em seguida, retoma o
indireto narrativo, para referir-se à indagação de sinha Vitória e à reação do marido
(“Mas sinha Vitória renovou a pergunta – e a certeza do marido abalou-se.”), e volta ao
indireto livre, com Fabiano novamente, dessa vez ruminando sobre a capacidade de
raciocínio da mulher (“Ela devia ter razão. Tinha sempre razão.”). O discurso indireto
puro reproduz a indagação de sinha Vitória a respeito do futuro dos meninos (“Agora
desejava saber que iriam fazer os filhos quando crescessem.”). A resposta de Fabiano
projeta para o futuro dos filhos sua própria condição de vaqueiro e, plena de convicção,
se faz em discurso direto e introduzido por um verbo de opinião, circunstâncias
inusitadas na fala do monossilábico e reticente personagem (“– Vaquejar, opinou
Fabiano.”). Mas vamos conferir no texto:
Em que estariam pensando?, zumbiu sinha Vitória. Fabiano estranhou a
pergunta e rosnou uma objeção. Menino é bicho miúdo, não pensa. Mas
sinha Vitória renovou a pergunta – e a certeza do marido abalou-se. Ela
devia ter razão. Tinha sempre razão. Agora desejava saber que iriam
fazer os filhos quando crescessem.

– Vaquejar, opinou Fabiano.

Lembremos que, do ponto de vista expressivo, o discurso indireto livre permite


uma narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais expressivamente elaborados, com
grande efeito estilístico, em virtude da ausência de quês e de cortes e adaptações
sintático-semânticas. O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e sua
personagem, nesse tipo de discurso, faz com que este seja bastante empregado nas
narrativas de cunho memorialista ou de fluxo da consciência, como é o caso de Vidas
secas. Como a distinção entre a fala e os estados mentais da personagem e o discurso do
narrador é por vez um tanto sutil, o contexto narrativo desempenha papel importante,
em se tratando da apreensão do discurso indireto livre.

Conclusão

O discurso indireto livre é uma forma mais expressiva e mais íntima de o narrador
apresentar as reações e os estados de espírito da personagem. Condicionando e
moldando-lhe o caráter, imagens vivas, percepções, lembranças, catarses verbais e
mentais surgem e se manifestam num acaso aparente, mas, na verdade, habilmente
manipuladas pelo narrador, através do emprego desse rico processo narrativo. Ressalte-
se também a importância do contexto, para que o leitor possa desentranhar do discurso
indireto estrito do narrador o discurso indireto livre, porta-voz da personagem, com
todas as suas implicações de oralidade e introspecção psicológica subjacentes.
Revelando os sentimentos, as angústias e motivações mais íntimas da personagem,
enfim toda a sua dimensão humana, tal como acontece com o Fabiano de Vidas secas,
presta-se o discurso indireto livre aos mais altos vôos da prosa narrativa, sobretudo na
pena de um escritor exímio e universalista, como o nosso Graciliano Ramos.

Referências Bibliográficas

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 10ª ed. Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 1982.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 5ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1955.

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