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LIDERAR

Sérgio Luiz Rigoli

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Índice:
I....................Conceitos; Liderança x liderança;
II..................Conselheiro
III................Instrutores de: (A) Especialidades;
(B)Ordem Unida e Marchas
IV................Diretores de Clubes;1-Desbravadores
2-Aventureiros
3-Clube de Líderes
V..................Regionais;
VI................Departamentais;
VII..............Conclusão;
Apêndice.

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Dedicatória:

Uma homenagem aos lideres que vieram “na frente; desbravando” o


caminho, a fim de torna-lo mais fácil para nós percorrermos. Se não fosse
por sua pioneira ação, “abrindo caminho”, às vezes com grande dificuldade,
para deixarem uma “trilha”, jamais outros teriam sequer um caminho a
seguir na liderança dos desbravadores. Aos lideres atuais, que tem o mesmo
espírito de servir, tornando cada vez a “trilha” mais conhecida, mais fácil de
percorrer, a fim de que nossos lideres não se extraviem do “caminho”, mas
sigam “desbravando” corações para trilharem os mesmos passos inspirados
nos ideais que moveram e movem os lideres dos desbravadores. A todos
aqueles que desejam vir a fazer parte desta “aventura-tarefa” de se tornarem
lideres de desbravadores, aventureiros ou outros lideres (clube de lideres,
regionais, departamentais); para que tenham mais alguns “sinais” para os
ajudar na missão de liderar outros; “desbravando” a “trilha” certa, levando a
muitos ao desígnio certo cujo alvo final é: “a conquista da vida eterna”.
Portanto, liderar é sair “na frente” abrindo o caminho, para que outros
possam seguir, e conduzir os liderados com “segurança” aos céus.

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Introdução:

Uma das definições “clássicas” de liderança afirma que: “liderar


é exercer uma influencia tal que inspire e mova obtendo o máximo de
colaboração e o mínimo de oposição”. Analisando esta premissa podemos
tirar de imediato algumas lições:
1º “exercer influencia”; todo aquele que ocupa uma posição de
liderança, ou se faz líder em uma situação, exerce influencia. É isto que o faz
ser o líder do grupo. É algo ativo e constante. Você só é líder, ou esta
exercendo liderança enquanto estiver influenciando a outros. Portanto,
liderar é algo que deve acorrer continuamente e ininterruptamente.
2º “inspire e mova”; a influencia exercida é tamanha no grupo, que
fará com que os outros se sintam inspirados, transformados e motivados a
uma ação: o “mova”! Você não só consegue a atenção, você vai alem. Você
não só consegue inspirar os liderados a algo, você vai alem. Você consegue
fazer com que eles comecem a agir, você causa uma profunda alteração no
“estado de coisas”. Você convence outros a fazerem algo que você quer.
Este é também o 3º ponto:
“Obtendo o máximo de colaboração e o mínimo de oposição”. Se ao
você influenciar você consegue uma ação, e esta ação é na sua maioria a
“favor” daquilo que você pretende, você esta liderando. Não é necessário
100% de “colaboração”, mesmo porque é quase impossível. Mas, se o
numero a “seu favor” é maior do que o “do contra” (oposição), pode
considerar-se um líder. Você esta exercendo liderança, você começou a
liderar! É neste espírito e nesta “direção”, que vamos abordar os diversos
aspectos da liderança nos desbravadores para você influenciar com mais
eficiência, e obter “mais colaboração” dos seus liderados.

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Cap. I – Conceito de liderança X liderança nos desbravadores

Centenas de livros já foram escritos sobre liderança, seja na área religiosa,


educacional, empresarial ou política . Talvez não exista mais nenhuma “novidade” a se
apresentar sobre este assunto. Mesmo na área dos desbravadores, com seus mais de 50
anos de existência, inúmeras apostilas, cursos e vários manuais foram produzidos
enfocando diversas áreas. Das apostilas “mimeografadas” (talvez você nem sabia o que é
isso e terá que buscar no apêndice) dos anos 70, onde “novidades nunca vistas eram
diligentemente ensinadas e incorporadas aos clubes através dos pioneiros cursos de
liderança, aos atuais manuais, extremamente bem elaborados, o intuito dos seus criadores
sempre foi o mesmo: Transmitir o máximo de conhecimento sobre liderança a fim de
formar novos lideres, cada vez melhor preparados para a tarefa de através do
“desbravadorismo”, conduzir crianças, juvenis, jovens e adultos a cumprir com os nossos
ideais (voto, lei, lema. Alvo, propósito e objetivo). Assim que vamos tentar apenas
colocar resumidamente conceitos gerais de liderança e suas aplicações especificas em
“nossa área”. Com um time de lideres que somando os anos de liderança deva dar mais
de 250 anos, vamos trazer conceitos e formas de liderar, neste capitulo e nos demais deste
livro.
Formas de liderar: Dividem-se tecnicamente em 3, quanto a forma de atuar do
líder, segundo conceitos “clássicos”: 1º democrático, 2º autocratico, 3º laisser-faire.
1º Democrático: por definição é aquele que lidera (ou governa) de acordo com a
vontade popular, de acordo com o desejo daqueles que estão sob sua autoridade e
responsabilidade. Em geral é uma forma de liderança muita bem vista, já que o líder
conduz, direciona as ações do grupo com o interesse dos liderados. O ponto forte é que
como o que se vai realizar é do interesse da maioria, a oposição sempre será menor que a
colaboração. Ponto fraco é quando se lidera um grupo por atividades que lhes são
desconhecidas, as opiniões dos liderados nas tomadas de decisão são infrutíferas, uma
vez que ninguém pode emitir uma opinião acertada sobre algo que desconhece.
Principalmente nos desbravadores e aventureiros; como estão a cada ano nas classes J.A
aprendendo “novidades”, a democracia não faz muito sentido. É lógico que no cantinho
da unidade, na escolha do nome da unidade, grito de guerra e outros “detalhes”, a
democracia não só é importante como vital; é o 1º passo para já iniciar o processo de
“criar” novos lideres mesmo com 6 anos de idade (aventureiros, abelhinhas). Já ao nível
de clube de lideres, região e departamentais, o grau de democracia se faz necessário,
imprescindível e vital. Não poucas vezes, o diretor do clube de lideres, o regional e o
departamental vêm a ter entre seus liderados elementos com o mesmo ou maior grau de
conhecimento e experiência, portanto nestes casos, a democracia acaba sendo a soma das
forças e experiências. Nesta situação todos se ajudam, porque todos participaram das
tomadas de decisões.
2º Autocrático: apesar de a 1º vista, por definição trazer uma “certa antipatia”, é
útil também, às vezes muito útil essa forma de liderar. Liderar (ou governar) com total
autoridade, sendo a “palavra final”, o tomador de decisões não é lá muito popular (ou até
antipopular), mas não é errado nem perverso se o líder estiver decidindo o melhor para o

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grupo, mesmo que este, a principio se oponha. Muita gente gosta e precisa ser liderada.
Juvenis, adolescentes e crianças, em especial, valorizam muito mais o líder que manda,
com autoridade e justiça do que o líder “bonzinho”. O ponto forte na autocracia é a
rapidez na tomada de decisões, fazendo desta forma de liderar a mais útil em casos de
emergência e urgência. Imagine em um caso de acidente com vitima em situação grave. É
vital que alguém lidere o socorro e resgate. Nesta hora, não da pra ser democrático, e
ouvir as opiniões dos lideres e das vitimas para então decidir como, quando, onde e por
quem começar. É “vital” ser autocrático! Em contrapartida é a liderança por autocracia
aquela que pode vir a gerar os maiores erros e, por conseguinte as maiores oposições (ao
invés de colaboração). Ao ser imposto o que se fará pelo líder autoritário, em caso de
falha, erro ou insatisfação, a culpa é total do líder. É, portanto, podemos afirmar que essa
forma de liderança é “de risco”. Este é o ponto fraco no líder autocrático. Pode perder sua
liderança por um único erro; uma vez que se faz responsável por erros e acertos das
ações dos seus liderados.
3º Laisser-faire: esta é uma expressão da língua francesa usada para definir o líder
do tipo “vale tudo...” o que os liderados querem. É aquela “liderança” (“entre aspas”)
onde alguém em posição ou função de direção deixa cada um dos liderados fazerem o
que bem entendem. Não se opõe a nenhuma ação ou direção que desejam tomar. Ponto
forte; jamais criará oposição, uma vez que não se opõe. Se os liderados tiverem grande
capacidade, conhecimento e experiência; é o tipo de liderança ideal. Cada um desenvolve
algum tipo de beneficio para o grupo e o líder “laisser-faire” só colhe os bons resultados
de sua liderança. Na verdade, este é o ponto fraco, é uma situação quase utópica a
descrita, uma vez que se não houver uma normativa imposta pelo líder, o que
normalmente virá a acontecer é o imposto da liderança-anarquia. Neste tipo de liderança
é muito difícil de conseguir resultados. Mas a momentos que é útil esse tipo de liderança,
para estimular nos liderados criatividade, iniciativa e até mesmo despertar nos mesmos
aqueles que tem potencial de liderança, contudo latente , a agirem.
Conclusão: qual é a forma de liderar tecnicamente melhor? Nenhuma das 3, e
todas as 3. O bom líder é o que na verdade consegue “sentir” (feeling) a cada momento
de sua liderança qual das 3 formas é a melhor a se aplicar naquele momento. Numa
mesma reunião, atividade ou evento é possível e proveitoso o líder alterar-se nas 3 formas
citadas; de acordo com as circunstancias. Ex. Numa reunião de clube você terá que ser
autocrático para dar ordem unida, é impossível faze-lo de outra forma. Logo em seguida,
você poderá ser democrático para decidir as especialidades a serem desenvolvidas
durante o próximo acampamento do clube, principalmente se você tiver
“estrategicamente” elaborado de antemão uma lista com as “possíveis” de serem feitas. E
devera ser um líder “laisser-faire” na hora do cantinho da unidade, deixando que cada
conselheiro tenha oportunidade de se desenvolver em sua liderança frente ao seu grupo (a
unidade), não interferindo durante a mesma. É por esta razão que os conselheiros tem que
ter treinamento prévio, e em caso de erros, os mesmos devem ser corrigidos “a posteriori”
(ver cap. II).

Ser líder X estar líder: esta é uma “relação” ou ainda uma “equação” donde
pode-se surgir dois resultados diametralmente antagônicos; se bem “aplicada”, os
esforços se multiplicam. Se não; se opõe e se anulam, vira “versus” (X). O que vem a ser
isto? Vamos as explicações: Ser líder . Este é o chamado “líder nato”. Algumas pessoas
que já nascem com o dom de liderar, influenciar outros a seguirem-no. Ainda na infância,

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nos primeiros contatos, algumas crianças já se despontam naturalmente como lideres. Na
verdade é um percentual muito pequeno; talvez 1 em cada 50 ou 100. Apesar disto, nem
todos chegam a ser grandes lideres, por falta de apoio, condição, treinamento ou
oportunidades. Possuem o dom, porém, não sendo direcionado, “canalizado”
propriamente, acabam desperdiçando ou usando erradamente. Este tipo de líder, o líder
nato, ele é líder até mesmo não estando em posição de liderança, e muitas vezes sem ter
qualquer tipo de treinamento ou preparo. São “peritos” em improvisar as saídas e
soluções, onde às vezes os mais preparados ficam sem ação. Sabendo ser “aproveitados”
pelos lideres, estes vêm a tornar-se os maiores auxílios ao líder, e podem vir a ser grandes
lideres no futuro. O grande líder, sendo também um líder nato, consegue se bem
aproveitado e treinado influenciar, inspirar e mover por “gerações”. Porque? Porque para
ele, liderar não é um trabalho. É uma necessidade natural do seu caráter e
comportamento. Ele é líder, e está sempre pronto para “tomar a frente” e “sair liderando”,
seja qual for o lugar, situação e até o grupo a ser liderado.
Estar líder. É a condição que alguns assumem, sendo ou não lideres nato, por
imposição de um cargo ou situação. Um pai de família, por questão de situação está em
posição de liderar sua família, mesmo não sendo um líder. Muitas pessoas chegam a
cargos de liderança por razões diversas como: Mais tempo de “casa”, ter estudado sobre o
assunto, indicação, “parentesco” e até por falta de opção, aquela que : “quem não tem
cão caça com gato”. Não que isso seja de todo o mal, pelo contrario, muitos grandes e
eficientes líderes não só na história, mas inclusive nas histórias bíblicas não eram lideres;
mas ao estarem lideres e se dedicarem a este trabalho; “aventura-tarefa” obtiveram êxito.
Quanto mais se falando de desbravadores, aonde a dedicação vem acompanhada de
bênçãos de ninguém menos que Deus, Criador e mantenedor de todo o universo. Ao estar
líder por qualquer uma das razões citadas (ou outras quaisquer) entra então em “jogo”, a
relação/equação: “ser líder X estar líder”. Não é por que alguém não é líder nato que não
possa liderar. Ainda mais liderar sobre líder(es) nato(s). Ao ser colocado em posição de
liderança, e usando os seus liderados, inclusive (e principalmente) os “lideres natos” sob
seu comando e direção pode conseguir resultados positivos. Principalmente estando o
líder “associado” ao poder de Deus. Não haverá nenhuma tarefa difícil ou impossível
para este líder. Caso você não concorde com esta afirmação , dê uma lida depois no
capitulo IV, “missão impossível” que você passará a acreditar que nenhuma obra é
impossível , nenhuma missão é difícil para alguém que venha a estar na liderança da obra
de Deus . Qualquer pessoa, sendo líder ou estando líder pode em se falando de
desbravadorismo conseguir grandes êxitos em liderar. Bastam para tal buscar algumas
qualidades, e estas servem para todos; os lideres natos ou não.
Qualidades de um líder: Empatia/simpatia; vamos analisar essas duas qualidades
por “contraste”. Empatia, o oposto é apatia, que significa uma pessoa apática, imóvel,
inoperante, não chama a atenção, não atrai os outros a si, e jamais é capaz de motivar
outros, influenciar e mover alguém, uma vez que a mesma não se move. Vejamos o
exemplo bíblico de Paulo (ver historia de Paulo livro I). Ninguém naquele tempo
“viajava” tanto quanto Paulo, e mesmo depois de preso, ainda influenciava seus liderados
a viajarem; o “mova”, por todas as partes. Paulo da um grande exemplo dessa qualidade
do líder. Em cada lugar por onde passava, deixava vários seguidores da igreja apostólica,
inspirados e motivados ao trabalho, e com empatia Paulo os encorajava e cita os mesmos
sempre em suas cartas. Pode ler, em todas as suas cartas há sempre uma lista empática e
por que não dizer também simpática de “saudades”, a cada um com uma palavra de

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motivação e incentivo. Veja por exemplo em Romanos 16: 1 a 16. onde Paulo começa
recomendando a “irmã Febe” como protetora inclusive dele mesmo (V. 1 e 2), e segue
com cooperadores que arriscaram as próprias cabeças (Priscila e Áquila – v. 3 e 4);
primícia de Cristo (Epêneto – V. 5); parentes e companheiros “atrás das grades”
(Andronico e Junias, que já eram apóstolos antes mesmo de Paulo – v. 7); Maria – muito
trabalhadora pelos Romanos (v.6); o “amigo do Senhor” Ampliato (v.8); amigos e
cooperadores em Cristo (Urbano e Estáquis – v. 9); parente (Herodião e os da casa de
Aristóbulo – v. 10); apesar de nomes “tri-estranhos” (parece coisa do sul) as
“trabalhadoras no Senhor” Trifena e Trifosa, e também Pérside (v.12); o irmão e a mãe
“postiços”, como Rufo e sua mãe (v.13); e mais (dá-lhe nome estranho) Asíncrito,
Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas (v. 14); os santos Filólogo, Julia, Nereu e irmã
Olimpas (v.15). Como você pode ver, a singela lista com 27 nomes (muitos deles
estapafúrdios, que ninguém colocaria em seus filhos hoje) é uma prova da qualidade do
líder Paulo, empatia, e também, pelas palavras de encorajamento “individualizadas”,
mostra a simpatia do “líder-apóstolo” Paulo, “servo de Deus e amigo de todos” (ver
história de Paulo). Pessoas antipáticas (o oposto de simpáticas) o máximo que conseguem
é “inspirar e mover” os outros para longe de si! Empatia e simpatia são qualidades
indispensáveis num líder, e tem que ser desenvolvidas e “cultivadas” a todo instante, a
cada dia. Estas qualidades de bom líder nos levam a próxima qualidade.
Atenção: esta é uma lei natural dos relacionamentos humanos; “o tanto de atenção
que você recebe de alguém é o mesmo que você dá!” Ou seja, quanto mais atenção você
dá a alguém, este retornará a mesma quantidade de atenção a você . Se você que é líder
ou esta em posição de liderança quer que seus liderados dêem atenção a você e as suas
“ordens”, comece você prestando atenção nos seus liderados. Observando, gaste tempo
para conhecer detalhes “peculiares”, desejos e anseios pessoais de cada 1. Participe
também dos seus problemas. Mostre-se atento a suas atitudes e reações as ordens. Quer
ganhar, por exemplo, o total e incondicional apoio duma desbravadora, liderada? Repare
e comente sobre o seu novo penteado ou qualquer outro “detalhe” no “visual”. Você
ganhou da desbravadora, por um gesto de atenção, o apoio para qualquer atividade. Preste
atenção, nas capacidades naturais dos liderados, suas predileções e interesses, comente
isto com eles, incentive e realce sempre os seus pontos fortes. O maior erro de um líder é
gastar toda a sua atenção tentando corrigir os liderados naquilo que são fracos ao invés de
centrar a atenção em desenvolver em cada um primeiramente naquilo que ele tem de forte
naturalmente. Pode ter certeza, se você começa fortalecendo os pontos fortes que você
prestou atenção que seu liderado possui, ele mesmo tentará por si mesmo em atenção ao
líder se superar naquilo que é ineficiente. Para desenvolver-se nesta qualidade
importantíssima você líder terá que também buscar se desenvolver na próxima qualidade
de um bom líder, a saber:
Disposição: isso requer força de vontade e disponibilidade do líder. Estar disposto
a gastar tempo, estudando e conhecendo os seus liderados, sua vida, seus gostos,
dificuldades, problemas, expectativas, desejos e etc... Esta é aquela disposição de “andar
a 2º milha”. Os grandes lideres são aqueles que não se contentam em fazer muito, sempre
estão dispostos a fazer mais. Não querem fazer bem feito, querem fazer perfeito . Para tal,
tem que estar disponível para ouvir. Este talvez seja o maior “pecado” de um líder. Não
se disponibilizar para ouvir as reclamações e principalmente as sugestões dos liderados;
“derruba” muito líder preparado e “bem intencionado”, levando-os ao fracasso e os
liderados a desmotivação. O bom líder é o que se coloca a disposição dos seus liderados a

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fim de ouvir os comentários, após uma atividade ou evento, independente se foi bom ou
ruim. Esta disposição de enfrentar opiniões, inclusive sobre o próprio desempenho faz
com que o liderado passe a respeitar e amar o seu líder. Não quer dizer que o líder tenha
que fazer ou acatar todas as sugestões. Mas a disposição em ouvir, dando atenção, sendo
simpático nos comentários quanto as sugestões, já é suficiente para “ganhar” total apoio
dos liderados. Pode ter certeza. Acima de tudo, disposição para aceitar sugestões e aplica-
las, mesmo que estas não sejam do seu inteiro interesse, é o diferencial que qualifica um
bom líder. Exemplo: após meses de campanhas e cansativos preparos para levar o clube
(ou a unidade, ou a região, ou o campo) a um Camporee, talvez o que venha a mente do
líder é “contar os minutos” que faltam para as férias. Mas... vem alguém com uma
sugestão: fazer uma festa para comemorar a participação no Camporee, ou quem sabe um
outro acampamento, afim de por em prática algumas novidades aprendidas no Camporee
(por ex. Uma competição, novos corinhos, uma torre ou portal inovador e etc...). Você
pensa; a idéia e boa, mas... haja disposição! Não é mesmo? Ao aceitar uma sugestão,
lembre-se de que quem sugeriu, será o 1º a “se matar” para sua sugestão vir a dar certo.
Se a sugestão for portanto a vontade e desejo dos liderados, do grupo, você só terá que se
disponibilizar para “estar líder”, uma vez que os interessados é que virão a “ser líder” nos
esforços e trabalho. Lembre-se disto e seja um líder disposto. Esteja a disposição, isto
fará de você sem dúvida um bom líder.
Preparo: Duas formas de preparo; o pessoal e o preparo para agir.
Pessoal : Todo aquele que deseja vir a ser líder, liderar, tem que procurar preparar-se,
estudar. Seja estudar sobre liderança, sobre relacionamentos, “técnica” de ensinar,
preparo pessoal. Como liderança está relacionada a pessoas, e estas são dinâmicas, ativas,
modificando-se e movendo-se constantemente, assim também o preparo do líder para tal
tem que ser constante. Você tem que estar sempre “atualizado”. Atravéz de leitura
especializada, leitura em geral, leitura cultural e principalmente espiritual. Aquela
resposta à sua duvida ou dificuldade para enfrentar a situação de liderança, Deus quer dar
a você, mas você tem que fazer a “sua parte”, e buscar atravéz da leitura da Bíblia. Só
assim você estará sempre “atualizado e sintonizado” com os seus liderados. Você tem que
estar sempre pronto para si mesmo, para então poder estar preparado para agir! Esta é a
característica que faz de um líder um grande líder. Tenha sempre preparado algo “novo”
para apresentar. Mesmo que você não tem nenhuma “parte” a apresentar, leve algo
preparado, estudado e pronto para fazer. Vou mais alem: Leve também um “plano B”.
Não faz mal que você não foi acionado. Você preparou um plano (ou melhor, 2!!) e não
foi usado. Imagine o contrário: Você não preparou nada, não era a sua responsabilidade,
porem o responsável (eis) não foi (foram) ou acontece um “imprevisto”. Você “é um
líder”, e então alguém vem para você e te “passa a peteca”. Você vai sair com uma; “não
estou preparado”..., a “peteca” vai parecer “batata quente” na sua mão, e você perdeu a
chance e oportunidade de mostrar que é líder, e provavelmente sua “liderança” será posta
em dúvida pêlos liderados, uma vez que para eles, lider é líder em toda e qualquer
situação! A outra “opção” é bem melhor, estar preparado e não precisar agir, ao invés de
ser colocado “na fogueira” e passar pelo vexame, para um líder, de “fugir da raia” ali, na
frente dos liderados. Faça do preparo o seu maior aliado em liderar. Você nunca terá nada
a perder em estar sempre pronto. Conhecimento é uma “bagagem” sempre necessária e
que não pesa para carregar!
Bom humor/otimismo: você se preparou para um programa. Tem plano A, plano B
e até plano C. Esta disposto a fazer o possível e o impossível para dar tudo certo. Buscou

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com seus liderados atentamente o que lhes interessava, o que lhes era simpático. Quem
sabe, por exemplo, você preparou para dar aquela especialidade, um filme, uma projeção
em multimídia, e várias gravuras. Vai ser um arraso. É tudo o que os liderados querem
aprender. Chega na hora, ansiedade, e então... acaba a luz. Nem filme, nem multimídia e
nem sequer as gravuras, a luz de vela e lanterna. O que fazer? Entra em ação estas duas
qualidades do lide; bom humor e otimismo. Aparentemente catástrofe a vista, ou ainda a
não vista, uma vez que no escuro não se enxerga nada. Primeiro passo: bom humor:
transforme a “desgraça aparente” em um momento engraçado. Afinal, as cenas hilárias e
cômicas sempre partem de algum acontecimento ruim. Como exemplo uma situação
“muito parecida” a citada, a especialidade de animais mamíferos acabou se
transformando numa “não programada” aula de estrelas, com direito a constelações
“mamíferas” (touro, cão menor e maior) e até o “alimento” dos mamíferos, observando a
“via Láctea”. Com bom humor, a aparentemente “catástrofe” transformou-se numa
cômica e inesquecível introdução a especialidade de estrelas. Não só bom humor, mas
otimismo, uma vez que era algo difícil começar o estudo pela observação, sem antes toda
a parte teoria necessária, mas para o otimismo, sempre dá (ou vai dar) certo. Imagine-se
na mesma situação. Se ao invés de levar com bom humor e otimismo, você decide que
como não tem luz não tem mais nada, o que ia acontecer aos liderados? Com certeza
alem de perderem uma inesquecível aula de “constelações mamíferas”, iriam inventar
algo para fazer. Provavelmente bem “menos útil” que estudo de estrelas e constelações.
Com bom humor até as tarefas mais indesejáveis tornam-se mais fáceis de se executar. O
otimismo é a alavanca que “move” os grandes obstáculos. Duas características e
qualidades que podem fazer qualquer líder transformar-se em um líder inesquecível!
Pode crer.
Perseverança: Mesmo tudo se apresentado “do contra”, você sabe que a tarefa ou
atividade é o melhor a se fazer. Provavelmente será a única oportunidade para os
liderados. Mas vai requerer de todos, inclusive você, esforços dobrados. O que fazer?
Desistir? Entra a impagável qualidade de um líder: perseverança. Já pensou Jesus
“desistindo” de se entregar para cruxificcão porque um liderado é quem ia trai-lo, e nem
pedindo por 3 vezes os seus “vices” mais chegados não ajudaram-no a vigiar em oração
no Getsemami? É verdade que é um exemplo extremo! Mas mostra que a perseverança é
a maior qualidade do líder, assim como foi a do maior líder do universo; Jesus! É como
num treinamento. Um atleta, corredor, vai para os treinamentos todos os dias já sabendo
que vai “enfrentar” a pista de atletismo, e com ela, o suor, cansaço, falta de ar, dores
musculares e a exaustão, mas persevera tendo em vista que lá na frente, na competição
poderá “melhorar” a sua marca. Assim deve ser a atitude do bom líder. A cada reunião, é
como um “treino”. Vai ter que enfrentar todas as dificuldades. Vai ter que suar a camisa.
O objetivo não é “ganhar dos outros”, o objetivo é superar a si mesmo. O bom líder de
desbravadores não deve procurar ser melhor que os outros, mas como o bom corredor,
enfrentar cada reunião, dando o máximo de si mesmo a fim de melhorar a sua própria
marca, seu tempo. Quanto a “ganhar” a corrida? A medalha? O troféu? É só
perseverando, quem sabe por anos, que um líder de aventureiros ou desbravadores vai ver
o resultado. Vai poder ver nos seus liderados aqueles que “viraram gente”, por causa da
sua perseverança e insistência em confiar que aquele menino ou menina ia dar certo.
Mesmo que todos os outros dissessem o contrário, você líder decidiu “enfrentar” a toda
reunião, resistindo com os mesmos, e então “no cansaço” você acabou “ganhando a
corrida”, conquistando o premio: O coração de um pequeno para Cristo. Não tem

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medalha ou troféu melhor para o líder. Só a perseverança leva a resultados. Esta
qualidade, todo líder deve buscar ansiosamente, a todo custo.
Habilidades “especiais”: estas vêm, ao contrario que muita gente pensa, por
ultimo. Alguns imaginam que para serem grandes lideres, a pessoa já vem “dotada” de
alguma habilidade ou dom extraordinário. Não são poucos os que acreditam que o bom
líder é aquele que sabe “assobiar e chupar cana enquanto dão um show de sapateado”.
Este é sem dúvida o maior erro. É verdade que dons, talentos e habilidades especiais
podem ajudar, mas jamais são tão ou ainda mais importantes que as qualidades citadas
anteriormente. Alguns crêem não poderão ser bons lideres porque, por exemplo, não tem
o “dom de falar”, não dominam a arte de falar em público. É certo que ajuda, mas não
desqualifica ninguém a ser líder, ou ainda grande líder. Basta se esmerar mais nas outras
qualidades. Ser líder (ou estar líder) não é sinônimo de “não largar o microfone”. Você
delega aos liderados as ações, como por exemplo alguém que você ao dar atenção notou
ter o “dom da palavra”, a tarefa de falar. Você como líder instrui o que deve ser dito e ele
executa. Talvez você gostaria de ter o dom de cantar, para se considerar um grande líder.
Nada importante. Você lidera e delega essa tarefa aos liderados que tem o dom, e com
bom humor você só faz parte do coro, mesmo que “meio desafinado”. Alguns vão mais
longe, acreditando que para serem um bom líder tenham que ser, ou “super-homem” ou
“mulher maravilha”. Jamais erram, jamais se cansam e conseguem executar toda e
qualquer missão. São invencíveis. Assim como os exemplos citados (S.H. e M.M) este
tipo de líder só existe mesmo na ficção! Você é líder não porque consegue sozinho
carregar as barracas e mochilas dos seus 40 liderados, mas você é líder porque faz com
que as barracas e mochilas sejam carregadas pelos seus 40 liderados. Você não tem que
ser mais forte; você tem que ser o líder. Você tem atenção e disposição para saber
distribuir as tarefas entre os liderados. Este é o seu forte. Alguns imaginam que tem que
ter todas as especialidades para serem então grandes lideres . É muito bom que você,
através do seu preparo tenha um número considerável delas. Mas você terá se mostrado
como grande líder se você conseguir trazer para os seus liderados “grandes instrutores”,
cada um nas suas especialidades, muito mais que você mesmo ensinar a todas elas.
Disposição para “ir atrás” de outros instrutores, e com isso você também estará
ampliando o seu preparo, juntamente com seus liderados. Desta forma, você estará
aumentando suas habilidades enquanto amplia também as qualidades de um bom líder.
“Liderar nos desbravadores é, portanto: Vamos, façamos, juntos conseguiremos...
e juntos nos céus habitaremos”.

Cap. II – Conselheiros

Conselhos para os conselheiros de unidade dos clubes de desbravadores:

Importância do conselheiro(a) de unidade:


É bem verdade que o clube de desbravadores existe em função do desbravador,
por tanto a “peça” mais importante é o menino e menina que vem para o clube a fim de
através do “desbravadorismo” ser preparada e treinada a viver os ideais. Entretanto para
que isto ocorra, o clube tem através de diversas “ferramentas” os meios para tornar o
juvenil numa “peça” útil. Tendo então “peça” e “ferramenta” só falta quem saiba usar um
(ferramenta) para ajustar a outra (peça). Entra em ação a diretoria do clube. Cada membro

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possui uma função especifica e útil no processo de produção. Mas... você conselheiro
alem de uma função especifica, tem ainda uma função especial, que faz de você a
“ferramenta mestra”, ou seja o elemento mais importante para que o clube possa atingir
plenamente sua missão de transformar meninos e meninas em desbravadores. Conheça a
fundo a sua importância e papel nesta tarefa.

ORGANOGRAMA DO CLUBE DOS DESBRAVADORES:


1. Diretor(a) – responsável geral pelo clube de desbravadores, é quem dirige e toma
as decisões.
2. Diretor associado – responsável junto com o diretor pelo andamento do clube,
especificamente na área masculina.
3. Diretora associada – idem, área feminina.
4. Conselheiro(a) geral – cargo exercido pelo pastor da igreja ou ancião.
Acompanha e auxilia a diretoria nas tomadas de decisões, disciplinas e atividades
externas (sempre que possível). É a figura do “paizão” ou “mãezona” do clube.
5. Instrutores(as) – todos que através do seu conhecimento pode ajudar o clube
ensinando itens das classes e/ou especialidades. Podem ser efetivos (estão sempre
no clube) ou ocasionais (convidados a darem uma palestra, uma atividade, uma
especialidade e etc... ex. Regionais, professores e etc...).
6. Tesoureiro(a) – responsável pelas finanças do clube, perante a igreja os pais e
diretoria. Deve ajudar e planejar junto com os conselheiros de unidade campanhas
para levantar fundos.
7. Secretario(a) – responsável em cuidar dos relatórios, chamadas, atas e toda a
correspondência “oficial” entre o clube e região, associação e etc...
8. Conselheiro(a) – elemento de ligação entre diretoria e os desbravadores. É quem
comanda a unidade, célula-máter do clube, onde efetivamente ocorre o
treinamento e ensinamento dos juvenis.
Características do conselheiro(a) da unidade: O ideal para conselheiro seria aquele
juvenil que veio ao clube com 9/10 anos e passando por todas as classes regulares e
avançadas; chega agora aos 16 anos e deve começar a classe de líder .
Obrigatoriamente na classe de líder é requerido que comesse a pôr em pratica sua
“liderança”, um “estágio” de líder. Ainda não é líder, nem maduro suficiente
(normalmente) para dirigir um clube, mas por ter passado pelas classes, as conhece e
precisa começar a desenvolver sua liderança. Assim como a figura dum Sargento, nas
forcas armadas, é o conselheiro que fará os comandados executarem as tarefas dos
superiores (diretoria). O conselheiro se identifica, se aproxima muito mais dos
desbravadores até por motivos etários (idade) já que ainda esta recente, e até presente,
os mesmos interesses e características dos que serão comandados por ele (os
desbravadores de 10 a 15). O conselheiro, portanto, ainda “fala” a mesma linguagem
do desbravador, apesar de ter um pouco mais de idade, experiência e conhecimento
(classes e especialidades e participação nas atividades do clube). É também para os
conselheiros a participação ativa no Clube de Líderes, onde o contato, treinamento e
intercâmbio com líderes já formados ou em formação , de outros clubes, ampliará o
“horizonte” e perspectivas para serem aplicadas nas suas unidades. Dai a importância
do Clube de Líderes ser formado por aqueles que estão na ativa dos clubes de
desbravadores. Esta inerente busca do saber promovida pela classe de Líder em
conjunção com as atividades do Clube de Líderes dá base para o trabalho do

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conselheiro frente à unidade e também, por outro lado, faz com que os juvenis
liderados passem a ter respeito e admiração pelo “seu líder” mais imediato. Esta é a
chave-mestra. É assim que os desbravadores terão seus coraçãozinhos abertos e
estarão prontos a atender a todas as ordens e ensinamentos dos conselheiros. É por
essa razão que o conselheiro pode conseguir apoio total dos seus liderados.
Principalmente se, você conselheiro, seguir alguns simples conselhos: 1º ordem, ao
dar uma ordem, ao invés de faça, use façamos; ao invés de vá, vamos; limpe,
limpemos e etc... Ao se incluir na ordem, mesmo que seja algo só para os
desbravadores fazerem (por ex. Decorar um requisito da classe) a barreira da ordem
autoritária estará desfeita, e por pior que seja a ordem o juvenil a fará com prazer,
sem necessidade de ameaça ou punições. 2º justiça, É na idade dos juvenis e
adolescentes que nós seres humanos atingimos o conhecimento de justiça . Para um
juvenil, a injustiça é algo inaceitável. Assim, o conselheiro deve criar um
“regulamento da unidade”, um código de honra e disciplina, proposto pelos próprios
desbravadores. E com um os menos apresentarem disciplinas, para eles mesmos,
muito piores e intensas que a diretoria do clube poderia imaginar. Caberá ao
conselheiro “amenizar” estas “rígidas leis disciplinares”. O importante aqui, é que
nenhum desbravador reclamará de ser corrigido por uma lei criada por ele mesmo .
3º relação pessoal : Dependendo do tamanho do clube, alguns diretores mal chegam
a saber, o nome de todos os participantes do clube, e às vezes é impossível a diretoria
conhecer os pais de todos os participantes e mais ainda, entender as individualidades
dos juvenis. Esta é a razão principal de se ter no clube dos desbravadores as unidades.
O conselheiro acaba assumindo o papel de “irmão mais velho” do juvenil. Este
relacionamento deve extrapolar a reunião do clube. O conselheiro deve
obrigatoriamente conhecer os juvenis de sua unidade por nome, conhecer os pais
pessoalmente, e mais, visitar a casa onde mora o seu liderado. Muitos problemas
podem ser evitados, e muitas injustiças jamais serão cometidas se o conselheiro tão
somente tiver este cuidado. Ao conhecer o seu desbravador a fundo, ficará muito mais
fácil a relação com o mesmo, e o desbravador estará sempre disposto a acatar as
ordens do seu conselheiro, pois o considerará mais que tudo. 4º promessas e planos:
É importante que a unidade tenha certa autonomia dentro do clube. Alem do
“cantinho da unidade” a cada reunião, a mesma deve ter atividades exclusivas. O
conselheiro deve fazer os planos com os próprios desbravadores, mas só prometer a
execução dos planos após a diretoria dar o aval. Com isso ao invés de que alguns
conselheiros imaginarem estar sendo cerceada sua liderança diante dos comandados,
estará ao contrario, mostrando ao juvenil que o seu conselheiro “também é diretoria”.
Com isto, o conselheiro não terá que passar pela difícil situação de uma promessa não
cumprida.
Sugestão de atividades para unidades: uma das maiores forças para “atração”
dos juvenis nos desbravadores é que os mesmos precisam se socializar. Alem disso,
na “crise de identidade” proveniente da idade, mudanças e crescimento, o juvenil
precisa sentir-se reconhecido e aceito por seu grupo (unidade). Algumas simples
ações farão com que estes desejos, anseios e necessidades sejam supridos e trarão
conforto aos participantes. Reuniões especiais; o simples fato de marcar um encontro
da unidade, por ex., 10 minutos antes da reunião normal do clube, ou antes, do culto
de quarta-feira, forma na mente dos desbravadores uma expectativa e ansiedade, úteis
para obtenção de resultados. O juvenil se sentirá importante. É só “desafiá-lo”.

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Solenidade, uma simples reunião como acima descrito, toma ares de algo solene, já
que “só nós” (os desbravadores da unidade) é que estaremos lá. Neste “embalo”, o
conselheiro e diretoria conseguirão ganhar a atenção e apoio dos desbravadores para
qualquer tarefa, mesmo que seja algo que eles normalmente não fariam
espontaneamente. Por ser “só para nós”, entretanto, não só farão como ainda o farão
com orgulho pela “exclusividade”. Códigos; é natural nesta idade que as “turmas”
tenham seus próprios códigos, algo que “só eles” tem, sabem e/ou fazem. Ai entra o
conselheiro. Escolha especialidades, atividades e “distinções” exclusivas para sua
unidade (ex. Todos da unidade usarão camiseta azul na caminhada. Todas as meninas
usarão cabelo “assim ou assado”). O interesse é diferente de acordo com idade, sexo e
localidade, assim que esta escolha será particular dos participantes da unidade (ex.
Urbanos são loucos pelo mato enquanto os que não moram nas cidades preferem o
oposto). Ao usar estes princípios, você poderá então fazer especialidades e atividades
extras da unidade em horários extras e locais diferentes, como por ex. Na casa dos
desbravadores da unidade. Nada os deixará mais entusiasmados em exibir seus novos
amigos e seus novos conhecimentos para suas famílias. Às vezes com algo simples
você “mata” tudo de uma vez. Ex. Reunião especial na casa do desbravador “X”;
todos devem ir com camiseta “X” (camiseta do clube, da unidade ou algo
combinado). É uma “reunião secreta” (para efeitos de solenidade, lógico que será
anteriormente combinado com os pais do/a desbravador “X”. Mas será secreta para os
outros desbravadores do clube). Na dita reunião o conselheiro ensinará a todos a
fazerem alguns nós da classe de amigo e ao final todos farão um cordão com nós para
na próxima reunião do clube todos irem com ele preso no cinto da calça e assim
darem “um show” para os outros. Para o desbravador de 10 anos (idade da classe de
amigo) isso é motivo para ficar muito orgulhoso e ter o que falar por meses.
Numa simples caminhada do clube, por exemplo, uma unidade de meninas pode
preparar algo especial, um cartãozinho com algo alusivo ao local (ex. Pico do
Jaraguá, cartão em forma da montanha com os dizeres:” Sobreviventes da conquista
do Jaraguá do dia “x”) e entregar a todos que cumpriram a “missão”. Isto fará a
unidade delas ser lembrada por meses ou anos com orgulho e admiração.
Padrões para escolha do conselheiro/a: Algumas regras simples podem trazer
grandes resultados, porem a diretoria utilizará algumas somente como base, já que
cada clube individualmente tem suas características. 1º É a regra básica.
Obrigatoriamente unidade masculina, conselheiro masculino, e unidade feminina
conselheira feminina. 2º Conforme já citado, os conselheiros são “estagiários”, a
partir dos 16 anos. É, entretanto muito difícil um conselheiro de 16 anos liderar uma
unidade com desbravadores de 15 anos, por exemplo assim que o fator idade deve
seguir, dentro da possibilidade a seguinte regra: conselheiro/a de 16 anos, unidade de
10 e/ou 11 anos. Conselheiro/a de 17 anos, unidade de 11 e/ou 12 anos.
Conselheiros/as de 18 anos e acima, unidade de 13 a 15 anos. Assim, mantém-se uma
distância necessária para diferenciar o conselheiro dos liderados, dando chance aos
recém saídos do clube (16 anos) condição de começarem a experimentar a liderança
necessária à classe de líder e atividades do clube de líderes . (apenas para citar, para
os aventureiros esta relação idade é inversamente proporcional, ou seja, o conselheiro
de 16 anos, unidade de 9/10 ou 8 anos; o de 17 anos, unidade de 8 e/ou 7 anos; e o de
18 e acima, unidade de 7 e/ou 6 anos). Outro fator, é que as classes (por isso
chamavam-se progressivas no passado) vão se apresentando num crescente grau de

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dificuldade, assim que o conselheiro de unidade de 15 anos, por exemplo ao estar
ensinando a classe de guia já terá facilmente (aos 18 anos) concluído a classe de líder,
podendo inclusive já estar investindo até em líder máster, dando assim certo “peso”
diante de adolescentes de 15 anos. Vale lembrar que toda regra (não é lei) tem
exceção.
Conselhos conclusivos: Como foi descrito, você conselheiro/a é não só alguém
com função especifica no Clube, mas acima de tudo alguém realmente especial no
Clube dos Desbravadores. Nem um bom Diretor (a) ou Associado(a) será capaz de
conseguir com tanta eficiência o que só você poderá, deverá e fará, como diz o nosso
voto: “pela graça de Deus...”. Se por um lado, você é tão importante, indispensável;
um privilegiado, por outro lado pesa sobre você uma responsabilidade. É a lei do
privilégio X responsabilidade. Igual a lei física da ação x reação. A cada privilégio
corresponde uma responsabilidade de igual tamanho e responsabilidade. Você teve
(ou não) o privilégio de passar por todas as classes (ou está passando) assim você tem
a responsabilidade ensina-las aos seus liderados. Você teve o privilégio de viver no
Clube acampamentos, Camporees, congressos, caminhadas e aventuras, é sua
responsabilidade agora liderar outros a experimentarem as mesmas, ou ainda muito
mais e melhores atividades (mesmo porque paralelamente você também estará tendo
o privilégio de continuar aumentando sua experiência ao viver estas atividades).
Enfim, você pode ser para seu liderado, o desbravador da sua unidade aquele líder
que você teve, ou então aquele líder que você não teve, mas que com absoluta certeza
você sonhou em ter. Este é o principio que deve reger os esforços e dedicação de cada
um dos conselheiros e conselheiras de unidades. O privilegio? Veja o que Jesus, o
próprio líder e Rei do universo fala para você(Mateus 25:40): ...em verdade vos
afirmo, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o
fizestes”. Sim conselheiro, ao você guiar e liderar cada menino e menina você o faz
como se estivesse fazendo ao próprio Redentor Jesus Cristo! Quanto a
responsabilidade? Esta é de igual tamanho e intensidade, e também o próprio Jesus a
descreve (Mateus 18:6)... “qualquer, porem, que fizer tropeçar a um destes pequenos
que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de
moinho, e se submergisse na profundeza do mar”. Como então agir com eficiência,
sendo conselheiro? Use a citação também de Jesus de Mateus 18 1 a 5.Viram como é
simples? Basta se “converter”, se tornar como criança(v3). É por isso que conselheiro
é, e age como desbravador, seu liderado. Anda junto, senta junto,, acampa e dorme na
mesma barraca, brinca junto, recebe o desbravador tão bem(v5) como se fosse o
próprio Senhor do universo. Tenha esse conselho do conselheiro e Deus-conosco,
Jesus, em mente ao dirigir sua unidade.

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Cap. III – Instrutores

Toda a vez que alguém tiver dando uma instrução ele tomara a posição de um
instrutor. Ele estará liderando ao conhecimento que possui , em determinado assunto,
aqueles que desejam aprender sobre o mesmo. Assim que ao dar uma aula em um curso,
ensinar um item de uma classe J.A ou dar palestra, você estará na posição de um
instrutor. Porem vamos ver mais especificamente dois tipos de instrutores neste capitulo:
(A) instrutores de especialidades e (B) instrutores de ordem unida e marchas.
Talvez você se surpreenda ao descobrir como é fácil “arranjar” instrutores de
especialidades. Pode ser também que você tenha que repensar os seus conceitos ao ler a
“Filosofia da ordem unida e marchas”.
Instrutores estão em posição de liderar; e no desbravadorismo isto significa ação!
Mais ainda, a emoção de que você pode transmitir algo que você sabe a um pequenino
aventureiro ou desbravador, que para ele soou como um “tesouro”. Esta indescritível
sensação e prazer que podemos experimentar, é algo impagável! Ao ver a alegria do seu
liderado, mostrando que aprendeu quem sabe um “novo nó”, o nome cientifico de uma
planta ou animal, o que ele fará com ares de um “PHD”, ou ainda uma “evolução-
revolucionaria”, você entendera que todo e qualquer esforço para dar aquela instrução já
foi compensado! Você instrutor deixou “sua marca” profundamente gravada nas mentes e
corações dos seus liderados. Pronto para sua grande “aventura” de ação, emoção e...
instrução?
A – instrutores de especialidades: O instrutor de especialidade é muito mais que
um multiplicador de saber. Ao ele transmitir os conhecimentos em uma especialidade,
motivando a outros se tornarem também “especialistas”, ele estará desencadeando um
crescimento exponencial. Bem, talvez você não goste ou gostava muito de matemática, e
não saiba (ou se lembre) ao certo o que significa “exponencial”. Ao invés de uma
definição, tipo “Sangiorgi” vai uma história pessoal para exemplificar:
Em 1978 (faz tempo, o autor já deve ser velhinho?!) conheci uma das grandes
instrutoras de especialidades, especialmente na área de natureza, a “vó Dorina”. Dorina
dos Reis Azevedo e seu esposo, o pastor Emilio Azevedo, aposentados ou jubilados,
moravam numa chácara em Hortolândia-SP, naquele tempo uma vilinha próxima do
IASP (UNASP III). Já naquele tempo (e até hoje – setembro 2003) toda a “molecada”
desbravadora ia a “vó Dorina” para completar requisitos de classes J.A e especialmente
aprender especialidades. Foi ali, em meio a livros, gráficos e “mapas celestes” que me
interessei e fiz as especialidades de estrelas I e II. Ajudado pelo céu com poucas nuvens
da região, e as poucas luzes (naquela época) da “vilinha”, cumpri com os requisitos de
ambas as especialidades (I e II). Como bom desbravador e juvenil (naquele “tempo” eu
era juvenil) não me contentei só com aquilo, e nas férias fiz uns dois cursinhos
promovidos pelo planetário de São Paulo (um sobre “novas e super novas” e outro da
“teoria de expansão do universo”; “desvio para o vermelho”) e mais algumas “sessões”
do planetário e palestras. No final daquele ano, visitando minha irmã que morava na
Bahia, ajudei na formação do clube de Brotas, em Salvador. O clube chamava na época
“Raimundo Santana”, e adivinhe que especialidade foi a 1º a ser ensinada ao clube?
Estrelas I, é lógico; e aulas teóricas e pratica de observação na praia da Pituba, com
caminhada na ida e na volta começou o processo exponencial a que me referi. Tanto eu
como as dezenas (ou talvez até centenas) que aprendemos da “vó Dorina” sobre estrelas,

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passando a ensinar outros. Muitos clubes onde ensinei sobre a especialidade de estrelas
nos mais de 20 anos desde então (1978 a 2002) alguns desbravadores se tornaram
também instrutores de estrelas, sendo assim, digamos , duns 10 que aprendemos sobre
estrelas em 1978, cada um formando mais 10 outros instrutores de estrelas, chegamos
num primeiro momento a “astronômica” marca de 10/10 (dez elevado a décima potencia)
o que dá 100.000.000.000 (cem bilhões). É lógico que não conseguimos este sucesso
todo, mas a idéia é valida. Se você ao dar uma especialidade você conseguir dentre o
grupo formar 2 ou 3 novos instrutores, já é um começo do tal “crescimento exponencial”.
E olha que 2/10º já da 2.048!
Dicas sobre instrutores/instruções em especialidades J.A: Onde conseguir
instruções para as 200 e tantas especialidades? Com certeza não será você o instrutor de
todas elas. Difícil, improvável e talvez até impossível! Talvez você chegue, quando muito
a umas cento e poucas, o que já será notório, mas mesmo dentre as especialidades que
você possui, nem todas vocês será instrutor. Alem disso, as especialidades tendem a
crescer em número e principalmente em diversidade regionais. Desta maneira,
especialidades “endêmicas” serão especificas para alguns; não todos. Como fazer? Muito,
mas muito simples mesmo . Buscar “especialistas” para o ensino de cada especialidade,
naquilo que ele tem conhecimento. Professores de biologia e ciências, por exemplo, tem
toda a condição e capacidade de ensinarem e desenvolverem grande parte (ou quase a
totalidade) das especialidades de natureza. Professores de educação física (puxando a
sardinha para minha brasa, também) são qualificados a darem das especialidades nas
áreas de cultura física e recreação, como as natações (I, II e III), atletismo, ginástica
olímpica e etc... Todo desbravador vai a escola, portanto todos conhecem um professor
de biologia ou ciências e um professor de educação física. Simples? Com certeza, pois
aos vocês os convidarem para ensinar o que conhecem a “quem está interessado” em
aprender, se sentirão honrados. Quem não conhece um médico ou uma enfermeira
(ou medica e enfermeiro)? Normalmente, todos nós passamos “pelas mãos” destes
profissionais ainda antes das mãos de nossas mães! E tem enfermagem e enfermagem
caseira, alerta vermelho, primeiros socorros 1 e 2; talvez as mais importantes
especialidades, uma vez que desbravadorismo requer ação e esportes “radicais”, não é
mesmo? Pode ser ainda mais fácil. Como? Todos temos mãe, e muitas delas, se não
todas; sabem cozinhar, lavar, passar, costurar e etc... Taí as instrutoras de Arte Culinária,
Trabalhos em agulha, Corte e costura, Ciência do lavandeiro, Estabelecimento e cuidado
de uma casa e etc... Um pai pode ser construtor ou algo semelhante? Alvenaria,
Eletricidade, Carpintaria e até Marcenaria podem vir “de presente”; e quem sabe os
“especializados” podem como “prova” fazer ou reformar uma casa para um necessitado,
“ressuscitando” o antigo departamento de “Bom Samaritano”! Uau! Parecia algo tão
complicado as tais especialidades... Mas não o é! O próprio pastor pode dar algumas
delas, como Colportagem, Etnologia missionária, e muitas delas, são desenvolvidas para
que os próprios desbravadores consigam faze-las, cabendo ao “instrutor” tão somente a
missão de verificar os resultados (ex. Madeiras entalhadas, Magistério,
Pesquisador/Investigador bíblico I e II e etc...). Falta de instrutor não é motivo.
E quanto ao conteúdo e forma ao ser ensinado? Sem problemas, pode ter certeza!
O manual traz as perguntas que ao serem respondidas (ou itens a serem executados) dará
ao mesmo a qualificação de “especialista” em algo. O instrutor ensina baseado nos seus
conhecimentos, que incluirão o suficiente conhecimento para se responder a todas as
perguntas (ou itens) daquela especialidade. O instrutor não ensina as respostas! Ensina a

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especialidade. Um “especialista” em fotografia (um fotografo, por exemplo) vai
demonstrar muito mais que as simples perguntas que tráz o manual. Inclusive porque
quando a especialidade foi “criada”, sequer existiam as câmaras digitais, assim que
“megapixels” ainda não haviam sido inventados, porém em pouco tempo serão muito
mais comuns na fotografia que os filmes, câmaras “pentaprismaticas” e outras! Mas os
“princípios” contidos na especialidade continuam a valer. O ideal é ensinar muito mais do
que a especialidade pede, e então “cobrar” um grande percentual do mínimo exigido pelo
manual. Talvez, pelo menos 80%! Afinal ninguém é “meio-especialista”, assim que nota
“5”, não dá “pra passar”. Tem que haver conteúdo!
Quanto à forma, a grande variedade de especialidades, fica praticamente
impossível ditar uma norma ou regra que seja valida à todas. Porém, em linhas gerais
alguns conselhos são úteis: Sempre que possível inicie uma especialidade que é do
interesse do grupo. Assim sendo, todos se esforçarão a cumpri-la. Sempre que possível,
desenvolver por unidades, fazendo assim uma certa “competição” entre os membros do
clube, aumentando o interesse. Assim também, num grupo menor (unidade é de 6 a 8)
fica muito mais fácil do instrutor alcançar cada participante, e também as unidades são
normalmente mais homogêneas quanto a capacidade e gosto (ver cap. II conselheiros).
Os instrutores têm que ser do clube ou da igreja? Não! Imagine o “trabalho
missionário” ao chamar, por exemplo, um bombeiro para ensinar Salvamento de
afogados ou Resgate básico para seu clube. Já vi isto acontecer. O bombeiro ficou tão
interessado pelo interesse do clube que “virou” membro. O importante é que seja
realmente especialista na sua área, e possa gozar de boa reputação; alem de que lhe deve
ser completamente explicado o que é o clube (Desbravadores, Aventureiros e Clube de
Lideres), seus princípios, filosofia e etc..., A fim de o mesmo portar-se de “acordo”. Taí
“de novo” um bom testemunho a ser dado. Mais alguém a ser alcançado. Mais um
“interessado” desbravado pelo “desbravadorismo”.

B – instrutor de ordem unida e marchas:

Para não deixar dúvidas, criamos para você a Filosofia da Ordem Unida e
Marchas, como se segue:

- “Atenção desbravadores..., sob meu comendo... cobrir, firmes, descansar,


sentido!”

INTRODUÇÃO
A mais de 40 anos, esta frase se faz presente nas reuniões dos Clubes de
Desbravadores todo domingo em todo o Brasil. Muito já se falou, comentou, algumas
apostilas e cursos sobre o assunto foram feitos; entretanto a filosofia que deve (ou
deveria) permear esta importante atividade jamais foi devidamente e profundamente
discutida. É verdade que por intuição muitos líderes com boa vontade tem feito um
magnífico trabalho em seus Clubes e Regiões, mesmo sem terem um profundo
conhecimento. Não a respeito das ordens ou vozes de comando, ou de evoluções e
desfiles, mas conhecimento da filosofia e utilidade destas “ferramentas” que os Clubes
tem a sua disposição, e que , se devidamente utilizadas trarão benefícios a cada menino e
menina do clube, alem de prestarem um grande serviço à igreja, comunidade e a pátria. O
objetivo deste é elucidar estes benefícios, a fim de ajudar aos diretores e conselheiros não

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só aplicarem, dosarem corretamente, bem como terem “conhecimento” para explicarem a
utilidade destas atividades aos pais, Desbravadores e Igreja.
Histórico:
Junto com a implantação dos primeiros clubes no Brasil, nos anos 60, as primeiras
atividades dos clubes por usarem uniforme atraíram (ou foram impostos) muitos diretores
militares ou ex-militares à frente dos clubes de desbravadores. Muitos jovens, saídos dos
“tiros de guerra” (serviço militar obrigatório daqueles anos) eram escolhidos pelas
comissões de igreja para a diretoria dos clubes locais. Assim que desde os primeiros
Clubes a Ordem Unida e Marchas militares foram aplicadas aos liderados. Nos anos 80,
entretanto com o fim dos governos militares não só no Brasil, mas em toda a América do
Sul , a mídia bombardeou tudo o que era relacionado a “militar”, e muita gente falava em
banir o “militarismo” dos Clubes de Desbravadores, referindo-se a Ordem Unida e
Marchas, por causa de expressões e vozes de comando (ex. Apresentar armas, a palavra
“comando”, ordinário e etc...). A “crise” antimilitar passou e a Ordem Unida continuou
nos Clubes.
Vejamos como melhor aplicar e dosar estas “ferramentas” em nossos Clubes, e
para tal vamos dividir a Ordem Unida e Marchas em” 3 colunas”. Assim ficará mais fácil
executar as “ordens” e fará “sentido” a filosofia desta atividade que faz “marchar” nossos
“exércitos” e “pelotões” de Desbravadores em todo o Brasil e o mundo.
“Ferramenta” educacional:
“A Ordem Unida e Marchas servem para desenvolver nos juvenis e adolescentes
participantes suas qualidades sócio-cognitivas, noção espaço-temporal, concentração,
freio motor e melhoria da capacidade óculo-manual, áudio-corporal, equilíbrio, postura e
coordenação motora.” (Rigoli).
Credo!?! Quanta palavra difícil junta; nem com dicionário... não se desespere,
tudo isso junto é apenas o que a Ordem Unida e Marchas podem (e devem) trazer “de
bom” aos seus participantes, se tão somente aplicados corretamente. Vamos explicar cada
um destes, digamos... “palavrões” (de palavras grandes, é claro).
Coordenação motora: pela faixa etária, os desbravadores estão enfrentando ou o
primeiro “estirão do crescimento” (final da infância e primeira adolescência) dos 9 aos 12
ou o segundo (primeira adolescência para puberdade) de 13 a 16 anos. Devido ao
crescimento rápido e as transformações do metabolismo, o desbravador tende a ficar
“descoordenado”. O juvenil vive tropeçando, tudo cai da mão, as vezes não sabe “medir a
força”, mesmo nas brincadeiras. Alguns experimentam um crescimento vertical (altura)
de centímetros em poucos meses, assim que fica difícil coordenar um corpo que “dum dia
pro outro” está maior. É muito comum os meninos, usarem uma “calça de igreja” uma ou
duas vezes e já ficar “pula brejo”. As meninas, na primeira vez o vestidinho que caia
como “uma luva”, após algumas semanas percebem que o comprimento “encolheu”, e os
botões ou zíper parecem “conspirar” em não fecharem na altura do busto. Nesta hora a
Ordem Unida e Marchas por serem movimentos repetitivos, são mais facilmente
“reconhecidos” pelo corpo em crescimento. Dai a importância da freqüência desta
atividade. Em todas as reuniões do Clube deve estar presente. A Ordem Unida e Marchas
fazem parte da reunião, não a reunião faz parte da Ordem Unida e Marchas. Isto significa
que apenas alguns momentos da reunião, de TODAS elas, deve-se gastar com esta
atividade.
Equilíbrio e postura: Devido as grandes mudanças, é comum ao juvenil e
adolescente adquirir uma postura errada, tentando compensar a falta de equilíbrio. É

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comum os pais e professores brigarem com eles com frases: “- senta direito, endireita as
costas, tá andando todo torto e etc...”. É na Ordem Unida e Marchas em simples ordens e
comandos que você treina os Desbravadores nesses itens. Acha que não? Veja esse
exemplo: Posição de sentido; ao colocar o desbravador nesta posição por algum tempo,
até 1, 2 ou 3 minutos (é necessário lembrar que não é “castigo unido”, é Ordem Unida e
Marchas) ele terá que “treinar” seu corpo na posição correta. Aquele “jargão militar”
“peito para fora, barriga para dentro”, serve para lembrar a postura. Quanto ao equilíbrio,
tente fazer umas 10 conversões em seguida (direita, volver; esquerda, volver; meia-volta,
volver) num terreno acidentado (pedrisco, grama, terra, por exemplo) e sair marchando
em seguida. É um treinamento de equilíbrio.
Capacidade óculo-manual e áudio corporal: Apesar de talvez estas palavras
soarem estranhas, são termos conhecidos de educadores, pedagogos, psicólogos e
psicomotricistas. Numa aula de Ordem Unida e Marchas você já usou estes “palavrões”
muitas e muitas vezes, sem saber. Óculo-manual é o ato de responder a um incentivo
visual. Ex.: você ensina ao desbravador a posição de cobrir, ele vê e a copia. Este é o
mesmo principio usado na educação, ao professor escrever ou desenhar e você copiar no
seu caderno. Mas na Ordem Unida e Marchas, entretanto, como nas demais atividades
físicas (E.F), você vê, e copia corretamente a imagem que vê. Áudio corporal é outro
principio que você usou desde o 1º dia que foi a escola. O principio de aprendizado do
“ditado”, ou seja, você ouve uma palavra, processa na sua mente e a transforma em
palavra escrita. No caso aqui, você ouve a ordem, processa mentalmente a imagem do
movimento a executar e transforma numa ação corporal.
Concentração e freio motor: As maiores dificuldades enfrentadas pelos
educadores hoje nas escolas estão baseadas nestes dois princípios que são exaustivamente
“treinados” através da Ordem Unida e Marchas. Não existe nada mais eficaz para
concentração do que você estar executando algo complexo (como marchar) e ter que estar
atento para ouvir uma ordem (por ex.: direita volver), e executar este movimento no
tempo, forma e modo corretos. Se você não estiver concentrado, no mínimo vai errar a
ordem e sair “trombando” com os outros. Freio motor: muitas crianças por viverem em
ambientes fechados, ou não terem muita atenção ou atenção demasiada, sofrem deste
grave problema educacional. Ou são extremamente inativos ou excessivamente
irrequietos ou ainda, ambos em diferentes situações. Na Ordem Unida e Marchas, estes
são os mais fáceis de se identificar. Nas primeiras “aulas” num Clube de Desbravadores,
as ordens mais “estáticas” (cobrir, firme, descansar, sentido) são assimiladas com alguma
facilidade. O “ordinário marche”, entretanto já mostra os “sem freio” (começam na
metade do marche, ou até no ordinário), e os “freiados” (todo mundo começa, eles são
empurrados pelos de trás). Ai vem à catastrófica (nas primeiras vezes) ordem de “alto”!
Como ninguém tem “freio motor” treinado, você gasta muitas reuniões até que esta
ordem fique boa. Concentração e freio motor são qualidades que fazem o diferencial do
bom para o mau estudante.
Noção espaço-temporal: A consciência do corpo em relação ao espaço que o cerca
e em relação ao tempo e movimento ao redor é importante e vital. Ao “calcular” o tempo
e como seu corpo fará para atravessar uma rua sem ser atropelado por um carro que vem
vindo é um simples (e vital) exemplo para que serve esta qualidade e ser desenvolvida.
Na Ordem Unida e Marchas, você está em meio a outras pessoas, a uma distância
pequena (um braço: “cobrir”) executando movimentos, no tempo certo (meia volta
volver, por ex.) e, portanto, esta “trabalhando” toda a noção espaço (que seu corpo ocupa

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no “pelotão”) temporal (executando a ordem no momento exato). Entretanto, além de
todos estes benefícios de ordem educacional, é na Ordem Unida e Marchas que temos a
melhor ferramenta para o desenvolvimento sócio-cognitivo, necessário e vital no
desbravador, que não encontra substituto a altura em nenhuma outra atividade, seja no
Clube, escola, lar ou igreja. Com todas as mudanças ocorrendo na vida do juvenil;
crescimento, conhecimento acadêmico, descoberta das diferenças, sociais (rico, pobre),
sexuais (mais bonito, mais feio, mais e menos atraentes) religiosas (religioso não
religioso) e das habilidades físicas (mais ou menos capacidade em esportes e atividades
físicas de dificuldade e “risco”: esportes radicais) leva o mesmo a ter uma dificuldade
muito grande de auto-aceitação, auto-estima e auto-conhecimento. Diferente e superior ao
esporte coletivo, onde poucos se sobressaem, a ordem unida nivela todos e forma um
censo de aceitação social, afinal o bonito não é um marchando, mas todo um grupo
executando o mesmo (unida) com precisão. Esta auto-afirmação e auto-aceitação
oriundas da Ordem Unida e Marchas levam segurança e conforto a cada juvenil alem do
“espírito de corpo” (grupo), onde todos se precisam e se ajudam. É ai que entra então a 2º
ferramenta da ordem unida e marchas.
“Ferramenta” de ordem, disciplina e unidade: Quando algumas pessoas defendiam
a desmilitarização dos desbravadores, o melhor argumento era: Vamos tirar dos
Desbravadores o uniforme, as insígnias, distintivos e hierarquia também (diretor,
regional, departamental e etc...), pois são a “materialização” do militarismo (ninguém
nunca tentou fazer esta dramática mudança). É importante definir Ordem Unida e
Marchas. Ordem Unida é toda e qualquer atividade executada por um grupo de pessoas
de maneira uniforme em resposta a uma ordem. Sendo assim, não perece “militar”
quando as crianças cantam o corinho “...meu salvador é meu amigo, seu escudo sobre
mim é o amor”... e executam a Ordem Unida de fazerem os gestos; perece “militar”?
Militar, não é; mas é uma Ordem Unida comandada pelas palavras e frases da música.
Veja os corinhos “Nas mãos do Criador” (Camporee U.C.B 2002) e “Derrubando
Muralhas” (Camporee UEB 2002) sendo cantados com os movimentos acompanhando a
musica. É pura Ordem Unida. Outras formas de Ordem Unida são: Ordem Unida com
bandeiras, marchas sincronizadas e até brincadeiras e jogos recreativos. Nenhuma destas
atividades tem “cunho militar”, entretanto são Ordens Unidas. G.R.D (ginástica rítmica
desportiva) quando exercida em grupo também é uma forma de Ordem Unida, e assim
como todas as outras citadas é bem vinda no Clube desde que não esteja em conflito com
os princípios dos Desbravadores e da IASD (ex. Música utilizada, vestimenta e etc...). Ao
desenvolver e utilizar a Ordem Unida e Marchas no Clube, obtém-se um alto grau de
ordem e disciplina nos liderados, sem necessidade de imposição de disciplinas. O
desbravador acostumado a agir através dos princípios da Ordem Unida e Marchas, torna-
se mais participante e colaborador , pois aprende a portar-se como parte do grupo
(unidade), para beneficio do todo (clube).
Marchas: É a maneira organizada de dispor e deslocar um grupo de pessoas. Aqui
sim, pode-se incorrer no erro de se “militarizar”. Diferente dos militares que usam as
marchas para deslocamento organizado em combate, temos que manter clara e consciente
que a marcha nos desbravadores esta sendo aplicada a desbravadores. Isto quer dizer:
Meninos e meninas que estarão sendo treinados para se deslocarem organizadamente mas
de modo algum são soldados ou paramilitares. Sem esta clara visão é que alguns
incorreram no oposto do “desmilitarizar”, indo para o “militarizar”. Infelizmente, não por
mal, mas por não conhecimento da filosofia não só da Ordem Unida e Marchas, mas

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também da filosofia do Clube ocorrem os 2 extremos citados. É lindo ver um Clube
marchando bem, entretanto fazer as meninas de saia, levantarem os pés formando um
angulo de 60º no quadril como os “dragões da independência” ou “9 de julho” (tropas de
elite das forças armadas) alem de ridículo é de um mal gosto quase inaceitável. Clubes
em forma uniformizados (uniforme de gala) sobre gramados molhados na apresentação
ao “oficial de dia” de Camporee executando: “sentado 1 – 2” é no mínimo desrespeitoso,
e mostra desconhecimento e despreparo. Os Desbravadores não são soldados das forças
armadas, são juvenis e adolescentes. Como “equilibrar” esta atividade sem cair nos
“extremos”? Algumas “dicas”:
Treinar Ordem Unida e Marchas por unidade. O Clube se apresenta como todo.
Desfila como todo, mas o “treinamento” deve ser por unidade, por 2 motivos: 1º é mais
fácil, lógico e eficiente ensinar os detalhes a 6 ou 8 que a 40 ou 50. Gastar menos tempo
(ex. Na posição de descansar mão esquerda segura punho da direita fechada na altura da
cintura). Enquanto um “instrutor” gastará uns 2 a 3 minutos para ver se todas as mãos
estão corretas na posição descrita acima para um Clube com 40 participantes, em 20 a 30
segundos efetua-se o mesmo em 6 a 8 participantes membros da unidade. Sem contar no
fator emocional do desbravador ao ser corrigido na frente do clube inteiro, pelo “líder”
que fará com que aprenda Ordem Unida e Marchas por pavor de ser corrigido em público
e não por prazer. Este tipo de instrução geral (ou “general”) foge completamente a
filosofia dos desbravadores da Ordem Unida e Marchas nos desbravadores. 2º já a
correção feita na unidade, não tem este aspecto vexatório. O conselheiro é (deve-se) bem
mais próximo do desbravador, e ser corrigido no meio da unidade (que é para o
desbravador sua turma, “gang”) não trás os efeitos negativos da “chamada geral do
general”. Outra vantagem é que na unidade todos podem (e devem) também ter
oportunidade para “dar as ordens”. O conselheiro (que deve ter seus 16 a 18 anos e está
sendo treinado no Clube de Líderes) tem chance de sair da teoria para a prática. Os
desbravadores começam a se desenvolver e é ai que se descobrem os “lideres potenciais”.
Aqueles que virão a ser lideres no futuro. A melhor maneira de se aprender é ensinando,
esta verdade se aplica para o conselheiro e desbravador na unidade. Muitas vezes você
desperta o “líder nato” nos meninos e meninas de 10 ou 11 anos ao serem colocados na
posição de comandar a Ordem Unida e Marchas para os companheiros da unidade. Como
aplicar esta “formula”? Ao invés do “instrutor/general/sargento” que normalmente é o
único que “sabe tudo” de Ordem Unida gastar metade da reunião dando “aula” para
todos, deve “passar” algumas instruções para os Conselheiros de unidade antes da
reunião (ou durante alguns minutos enquanto o diretor, o pastor, um conselheiro geral
esta dando alguma “palestra”) e depois dos Conselheiros “ensinarem” estas instruções, ai
sim, colocar todo o clube em forma e ver os “resultados”. Ganha-se tempo, atingisse o
objetivo e alcança a Filosofia da Ordem Unida e Marchas no Clube dos Desbravadores
com eficiência. Pode-se (se houver interesse espontâneo) criar um tipo de “pelotão
especial”, onde os interessados se reúnem para treinar e cumprir as especialidades de
Ordem Unida e Marchas e prepararem evoluções e alegorias especiais para competições e
desfiles. Em suma: a Ordem Unida e Marchas são uma atividade do Clube de
Desbravadores, muito importante e que deve trazer prazer, ordem, disciplina e espírito de
“corpo” ao Clube e a cada desbravador individualmente.
“Ferramenta” marketing: Já nos anos 70, um dos mais dedicados lideres de
desbravador, o Pr. José Silvestre, dizia que o clube dos desbravadores era o cartão de
visita da IASD. Sendo assim, os desbravadores desfilando mostram e apresentam a

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organização e beleza dos nossos ideais, promovendo e atraindo a todos quantos venham a
ter contato com os desbravadores. Baseado nessa premissa pode-se ver quão importante é
para a “propaganda e marketing” da IASD o clube, e tanto mais “como” ele se
“apresenta”. Como desbravador devo ter participado de uma centena ou mais de desfiles.
Um desses, no entanto algo ficou gravado na memória. Anos 70, auge do governo militar
no Brasil. Desfile em comemoração a revolução constitucionalista, no Ibirapuera (São
Paulo) defronte ao obelisco dos soldados constitucionalistas (MMDC). Vários pelotões
do Exército , Marinha, Aeronáutica, a Cavalaria do pelotão 9 de julho, umas 2 ou 3
escolas que nos “separavam” dos talvez 50 escoteiros e bandeirantes. Fazia um frio
peculiar da “São Paulo da garoa”. Nosso “pelotão especial” de desbravadores era o
ultimo após vários Clubes de diversos bairros de São Paulo . Na formação ao lado da
Assembléia Legislativa , fui conversar com os “irmãos” escoteiros. Afinal nós
Desbravadores viemos parcialmente das mesmas idéias e ideais do nobre Baden Powel.
Copiamos deles, entre outros, o lenço , o gosto pêlos acampamentos a divisão em grupos
(deles “patrulhas” e nossas “unidades). Conversava com uns garotos da mesma idade que
eu (na época uns 13 anos) e que eram “Escoteiros do Ar” , da Lapa (bairro do 1º clube
que freqüentei), falando sobre o tempo o frio (os coitados de perna de fora) e o desfile.
Nisso veio um dos “chefes” dizendo que eles só haviam trazido poucos, porque..., mas
que eram maiores e melhores que nós Desbravadores. Lembro que os meninos ficaram
“constrangidos”; afinal queriam fazer amizade . Percebendo, me convidei para ir assistir
uma reunião deles, já que conheciam a sede deles na Lapa, rua Sabaúna, e convidei-os a
virem um domingo na nossa reunião no Capão Redondo. Situação contornada, me
despedi deles com um “sempre alerta”, cumprimento com mão esquerda, Flor de Liz
(continência escoteira) e tudo que tem direito. Lá foram eles, com o “chefe” dizendo...
“vamos passar andando frente ao palanque, Escoteiro não é soldado, não marcha...”
lógico que era mais uma agulhada. Apesar de eu estar só, o resto do Clube estava já
formado, não “baixei a crista” e respondi: ...“a gente (desbravador) também não é
soldado, mas vamos fazer uma apresentação especial frente ao palanque das autoridades.
Fique lá para nos aplaudir”. Nosso pelotão se aproximava do palanque. Governador,
Prefeito, autoridades militares e nós o “cerra fila”. Tínhamos que “fazer bonito”, já que as
forças armadas já tinham dado o show, os escoteiros, as escolas, e como ultimo pelotão,
para arrancar atenção e algumas palmas após todos, inclusive todos os Desbravadores, era
uma tarefa difícil. Começamos as “evoluções” pouco antes de chegarmos ao palanque, e
pelo sincronismo e beleza visual, muita gente que já estava indo embora voltou para
assistir e aplaudir. Numa das evoluções, fui parar de frente para o palanque, e embaixo
dele, acocorados estavam todo o grupo de escoteiros, se protegendo da garoa, aplaudindo
feito loucos. Aqueles meninos com quem eu havia falado? Aplaudiam e sorrindo
demonstravam o quanto gostariam de estar ali. Senti um “santo orgulho” de ser
Desbravador. As autoridades comentavam...” é o melhor grupo, melhor que o Exército...”
Quer melhor “marketing” do que este? Definitivamente a Ordem Unida e Marchas podem
fazer para IASD, o que nenhum pastor, sermão e conferencista consegue. É a melhor
mostra da mais bonita face (literalmente, inclusive) da nossa igreja. E não é de hoje que
as marchas, desfiles chamam a atenção. Nos tempos bíblicos, por exemplo, um dos
motivos que fez Davi se tornar tão popular, é que : I Samuel 18:16: “Porem todo o Israel
e Judá amavam Davi, portanto fazia saída e entradas militares diante deles”.

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Conclusão:
Ao conhecer a Filosofia da Ordem Unida e Marchas, sob o ponto de vista educacional,
funcional (ordem, disciplina e unidade) e como estratégia de marketing, cabe agora a
você Diretor, Instrutor, Conselheiro e Desbravador... “cumprir fielmente a parte que me
corresponde”. As diversas “formas” de ordem unida, não tem limitações aos “Manuais de
caserna” (manuais militares). Como você viu, pode também criar algumas “formas” de
Ordem Unida e Marchas até pôr clube ou unidade. Alem da “tradicional” Ordem Unida e
Marchas originada dos manuais militares, vocês tem um universo ilimitado a ser
desbravado e “inventado” (porque não) pelos próprios meninos e meninas. Tomando por
base as ferramentas providas pela nossa Filosofia, podemos demonstrar através da Ordem
Unida e Marchas entre outras, que:
• Amamos a Pátria, porque amamos a Deus.
• Através do “desbravadorismo” seremos mais úteis a Deus a Pátria a ao
semelhante.
• Somos um “povo” diferente, muito melhor, mais treinado, educado e
organizado.
• Nossa “aparência” militar, advinda pelo uniforme, e marchas fazem de nós
um exército, como profetizou Ellen G.White, que não chegou a conhecer
os Desbravadores (Educação P.210) e disse: “... com tal exército de
obreiros com o que poderia fornecer nossa juventude devidamente
preparada, quão depressa a mensagem do salvador crucificado, ressurreto
e prestes a vir seria levada a todo o mundo”.
Treine os seus desbravadores para “fazerem bonito” através da Ordem Unida e
Marchas e com isso estaremos alcançando o nosso alvo “A mensagem do advento a todo
o mundo nesta geração”.

Capitulo IV – Diretores de Clubes

“Missão impossível”

“De repente” você é indicado para ser o Diretor do Clube. Talvez a “coisa” possa
ser até pior. Inventaram de formar um Clube de Aventureiros ou Desbravadores na sua
igreja e você não tem a menor idéia do que é isto. Você só ouviu dizer como é. Ou talvez,
mandaram você “ressuscitar” um Clube que morreu por “graves” problemas no passado.
Pode ser ainda pior, você foi escolhido para dirigir um Clube de Líderes mas você tem
pouca experiência na direção do Clube de Desbravadores, imagina agora liderar lideres. É
possível que tenham alguns bem mais “graduados” que você. Pode (ou deve) dar um
acesso de “dor de barriga”, seguido de dor de cabeça” e um desejo de usar a estratégia
“leão da montanha”: “- saída pela direita...” Afinal, tem deram um “abacaxi” com casca
para descascar “a unha”. Ou pior, uma “uma bomba acesa” com “paviu curto”. Parece
uma “missão impossível...” mas não é. Tem tudo para não dar certo, afinal você não se
julga capaz de enfrentar sozinho a “fera”. E você esta completa, total e

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inequivocadamente certo! Não é mesmo para o “seu bico”, com certeza vai dar tudo
errado mesmo! O que fazer? Fugir? Abandonar “o barco”? Afinal você não tem
“obrigação” nenhuma, você estava muito bem no “seu cantinho”. Aparentemente esta
parece ser uma forma completamente errada de se iniciar um capitulo de “incentivo” para
diretores de Clubes (Desbravadores, Aventureiros e Líderes). Mas não é! Não mesmo, e
para “provar” esta teoria vamos buscar numa história bíblica um ótimo exemplo e
incentivo para você que de uma maneira ou outra das descritas (ou algumas até piores)
chegou a ser por “livre e espontânea pressão” colocado no cargo de diretor. Posição de
liderar! O exemplo não vem de grandes lideres da bíblia, como por exemplo o Super
Líder Master Avançado II , Moisés(ver história), ou Davi, o Rei do coração (ver história),
ou ainda o líder apóstolo Paulo, servo de Deus e amigo de todos (ver história) e nem do
líder maior do universo, Jesus. Porque? Se fossemos nos comparar à algum deles já
sairíamos “perdendo de longe”, sem qualquer chance ou esperança, para nós mesmos, de
que existiria possibilidade de chegarmos a ser líder. Afinal, Moisés, você poderia dizer
tinha “estudo” (toda a ciência dos egípcios – Atos 7:22); Paulo havia estudado “aos pés”
do maior doutor da lei do seu tempo, Gamaliel (Atos 22:03) e Jesus, sem comparações. É
por essa razão que o exemplo vem de outro líder. É até possível que como eu, você tenha
lido muitas vezes a história que este líder escreveu de si mesmo, no livro que leva o seu
nome, e que deveria ter acompanhado o titulo de “missão impossível”. É o penúltimo
livro histórico, no Velho Testamento. As vezes nem é muito lido, e seu autor muito pouco
lembrado como os demais “grandes heróis” da bíblia; Neemias. Entretanto, este livro de
13 capítulos é “aula” ou ainda “um curso” de liderança capaz de incentivar qualquer um,
mesmo em face das aparentes dificuldades, como as descritas. A começar pelo próprio
“treinamento” para liderar do personagem em questão. Neemias não era treinado para
liderar, dirigir, comandar. Não conhecera também a “área” aonde devia atuar, isto no
campo físico e geográfico; afinal ele jamais estivera em Jerusalém . Havia nascido na
Pérsia durante o cativeiro. Era uma pessoa comum. Como qualquer um de nós com um
trabalho comum: Copeiro do rei Artaxerxes (Neemias 1:11). Assim como qualquer
pessoa apontada, indicada ou votada para diretor, Neemias era uma pessoa que possuía
um trabalho comum, porem que inspirava confiança. O que tem a ver copeiro com
inspirar confiança? Naquele tempo tudo. Uma vez que não havia eleições para rei ou
faraó, o cargo de copeiro apesar de ser aparentemente algo “serviçal” era, entretanto de
vital importância. A única maneira de alguém chegar ao poder, na falta de eleições, era
matando o soberano. Cercados de soldados leais, a formula mais “comum” de
conspiração era matar o rei ou faraó envenenando-o. Assim que, ser copeiro, apesar de
não ser um cargo de importância administrativa ou legislativa, como ministro, chefe dos
exércitos ou oficial, tesoureiro, conselheiro, sátrapa e etc...; era quase sempre ocupado
por um escravo, porem tinha que ser de total confiança. Se indicarem alguém para
entregar-lhe nas mãos, a coisa mais preciosa que alguém possui, seu “reino”, ou seja, os
filhos (os filhos são a coroa dos pais – Provérbios 17:6), é porque este alguém com
certeza inspira confiança. Ao Neemias ser informado da situação de desgraça, miséria e
desprezo que se encontravam os remanescentes do “Clube” morto e arrasado, usou por
primeiro passo a primeira das estratégias a serem usadas pelo assustado indicado diretor:
Jejum e oração. Antes de mais nada, antes de curso de liderança, antes até de ir conhecer
“a sede” e os futuros liderados , a lição de Neemias é a única saída para enfrentar uma
“missão impossível” como esta (v.4)... “assentei-me (para não cair das pernas) e chorei
(provavelmente de medo da “missão”), e lamentei (será que não tinha outro?, eu estava

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tão bem no meu canto...) por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos
céus”. É líder, por alguns dias Neemias teve uma crise de medo e choro até aceitar a
“missão impossível”: Liderar uns poucos miseráveis, desprezados e pobres, cuja “sede”
nem muro tinha mais, ou seja, a sua segurança e proteção estavam derribados, e a porta, o
controle de entrada e saída tinha “virado fumaça”, (Neemias 1:3) e fazer deles um Clube.
Ou melhor: ressuscitar um Clube nestas condições. Que tal? Isto sim é uma “missão
impossível”, afinal, sem “pessoal”, sem treinamento especifico, sem conhecer a “área” e
ainda por cima pobre, já que Neemias era escravo; só sentando e chorando. Duvido que
algum pegou um “abacaxi” maior e “mais pior de ruim” para descascar... e sem nem
sequer “unhas”.
Por pior que seja aparentemente seu “abacaxi”, não é nada comparado a “missão
impossível” de Neemias. Principalmente se o seu primeiro passo for o mesmo dele: Jejum
e oração. Ai você pode perguntar: - “e esta estratégia, funciona?” A historia de Neemias,
o líder da “missão impossível” prova que sim. E nem demorou muito para começar a
“fazer efeito”. É uma curiosidade e tremenda coincidência. O chamado ou indicação
ocorreu no mês de quisleu, no calendário hebreu novembro/dezembro (quando ocorrem
normalmente as comissões de nomeação) Capítulo1:1; e a primeira boa resposta ao jejum
e oração (primeiro passo a se tomar) ocorreu no capítulo 2:1, no mês de nisã, março/abril
(quando normalmente os Clubes após uma estruturação inicial, começam efetivamente a
se “aparecer” na igreja, ensaiando para o dia dos Desbravadores no final de abril). O
“probleminha” de Neemias era só: Verba, uma vez que escravo não tinha salário;
liberdade, para ir ausentar-se do trabalho (de copeiro) e iniciar algo impensável :
Reconstruir a Jerusalém destruída pelo fogo e... com nada em mãos. Mas... dado o
primeiro passo, jejum e oração, o segundo passo veio como só podia-se imaginar (apesar
que Neemias não tinha imaginado nada): Duma só vez, vieram de Artaxerxes a “solução”
dos “probleminhas”. Não tinha verba = o rei deu “ as cartas” (de credito) para o material
necessário (capítulo 2: 7 e 8); como escravo não podia sequer “pedir as contas” na
empresa para tentar aventura-se na “missão impossível” = o rei e a rainha liberaram,
dando “certo prazo” (v. 6). Até o material e “pessoal” vieram de presente, acompanhados
de “escolta oficial”, oficiais do exército e cavaleiros (v.10). Tudo parecia impossível. O
“líder no susto” da o primeiro passo, “do nada” vem mais ajuda que o esperado ou
pensado. Nada de esperar primeiro ter um curso de liderança, acabar a classe de Líder ou
Líder Master (ou avançado) para só então começar a trabalhar na sua “missão
impossível”. É só seguir os passos dum “garçom” que decidiu liderar e dirigir, mesmo
com tudo indicando ser impossível.
Agora, você deve estar se dizendo: ...está parecendo um capitulo de incentivo para
alguém se iniciar na diretoria dum clube. Talvez você pense: “já sei a “formula” para
minha liderança dar certo; entregar nas mãos de Deus, e Ele provera todo o mais”. Sim,
porem tem alguns outros “detalhes”, e logo de saída vão surgir com absoluta certeza! Na
história de Neemias, sequer mudou de capitulo para darem “sinal”, ainda no capítulo 2
verso10 aparecem aqueles que ficaram felizes quando o “Clube” morreu, e ...”muito lhes
desagradou que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel”. No caso de
Neemias foram os que se alegraram da destruição de Jerusalém, e até deram uma
“mãozinha” para não sobrar nada. No seu caso, poderá ser alguns ex-membros do
“falecido” Clube ou oficiais que na época em que ocorreu o “grave” problema, deram
uma “mãozinha”, não para solucionar o problema, mas para não sobrar nada. E posso já
afirmar com certeza que ao ouvirem que algum vai tentar “ressuscitar” o Clube também

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vai os “desagradar muito”. Você vai começar a ter oposição mesmo antes de começar a
efetivamente liderar a sua “missão impossível”. Que fazer? Desistir, “fugir da raia” ou
ainda “bater de frente”? Talvez você pense que o próximo passo é começar uma guerra
para “destruir” os inimigos primeiro, para depois começar o seu trabalho, em favor dos
“filhos de Israel”. Voltemos a história exemplo, e vejamos qual foi o próximo passo de
Neemias. Mesmo os tais que estavam “desagradados”, Sambalate, Tobias e Gesen (v.19)
tendo zombado de Neemias e sua pretensões em liderar o “clube” a fim de restaurar o
muro (segurança e proteção ao redor dos seus desbravadores) e as portas (controlar o que
entra e sai da vida dos seus desbravadores) e as portas (controlar o que entra e sai da vida
dos seus liderados), o que fez Neemias? Desistiu? Fugiu “da raia?” Bateu de frente?
Nenhuma das 3 hipóteses. Assim também você! Neemias deu o terceiro passo = Colocou
todos os esforços na “missão impossível”. Nada de gastar tempo se preocupando ou se
incomodando com a oposição. Deixa eles “zombando” a vontade. Existe um ditado
popular, com palavras ásperas, para esta situação: “...os cachorros latem enquanto passa a
carruagem” .E não pensem que Neemias não poderia revidar. Ele tinha não só as cartas
de autorização do rei, o próprio rei o havia mandado para esta missão. Se você pensa que
Neemias não revidou porque fosse talvez alguém tímido, pacifico ou talvez medroso ou
apático; você talvez vai ter a maior surpresa da sua vida como leitor bíblico (ou ainda
Pesquisador/insvestigador Bíblico) quer ver só? Vá a Neemias 13:25, e você vai ler a
descrição de Neemias agindo por zelo contra alguns teimosos dentre o povo: “...contendi
com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os
conjurei por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas e seus filhos, e não tomareis
mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vos mesmos”. Uau! O tal líder
Neemias não era “pouco violento”. É verdade que ao ler todos os 13 capítulos, você
pesquisando todo o contexto da historia você verá que havia motivo para estas ações.
Entretanto o terceiro passo não foi esse, e não será (de jeito nenhum) também o seu
terceiro passo. O que fez foi colocar os esforços, centrar a atenção, e provavelmente
canalizar a raiva da zombaria na “missão impossível”. Tipo assim: Agora é que vocês vão
ver só, “...o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos nos disporemos e
reedificaremos; vós, todavia não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém”
(v.20). Vamos começar, ou “ressuscitar” o Clube sim, e teremos êxito por que é da
vontade de Deus, quanto a vocês, com dor de cotovelo, não se intrometam, não tem
direito de atrapalhar, e não vão fazer parte da memória desta “missão vitoriosa”.
E vem o quarto passo que junto com o terceiro ocupa todo o capítulo 3 de
Neemias. A divisão da “missão impossível”. Ele delegou uma parte do muro para cada
sub-líder, um “maioral”, começando a construir ou reedificar o muro. É exatamente o que
alguém que recebe a incumbência de dirigir e liderar um clube (Desbravadores,
Aventureiros ou Clube de Líder) tem a fazer. Dividir o Clube em unidades, delegando a
um “maioral”, ou conselheiro de unidade, um pedaço do muro para ele com seus
liderados trabalharem protegendo e dando segurança aos seus liderados de todos os
adversários, mesmo algumas vezes sendo os próprios outros “moradores da região”, no
nosso caso membros da igreja. Tudo começa ao mesmo tempo. Você delegou e dividiu a
tarefa (a construção do caráter de cada liderado) e todos ao mesmo tempo iniciam, cada
um no seu “pedaço” e com isso, a cada “pedaço” concluído, sobra menos “brechas” para
os ataques dos inimigos. Conforme o “muro” vai se edificando, vão sendo colocadas as
portas para controlar de vez com eficiência o que entra e sai, para dentro não só do clube,

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mas da vida dos seus liderados. É um verdadeiro curso para diretores de Clubes o livro de
Neemias, você não acha?
Vem o quinto passo. Quanto mais o muro crescer, mais vai trazer segurança;
porem vai causar mais fúria dos adversários. No começo só zombavam, mas ao verem a
obra na vida dos seus “filhos de Israel” crescer, as táticas de ataque se tornarão (pode ter
certeza) mais ostensivas e agressivas. Isto aconteceu na nossa história-exemplo. Capítulo
4 mostra que de zombaria passou a ira, passou a insulto, desprezo, infiltração dos
adversários no meio dos trabalhadores na obra e guerra declarada. Veja só (v.1) “ardeu
em ira”, (v.2) “uma raposa derribará o seu muro”; (v.4) “estamos sendo desprezados”;
(v.11) “entremos no meio deles e os matemos”; (v.12) “subirão contra nós”. Ao você
chegar neste ponto, após os 4 primeiros passos, isto vai acontecer. Vão tentar impedir a
obra de todas estas formas (e até outras), sem duvida nenhuma. O que fazer? Lição de
Neemias: “pus o povo por famílias nos lugares baixos e abertos, por de traz do muro, com
sua espadas, lanças”... (v13). Taí o quinto passo. Nada de sair sozinho atráz e guerrear
com os adversários. Nada de formar um exército para sair em “perseguição”. A sua
“missão impossível” é o muro. É hora de chamar os pais, as famílias e familiares dos seus
Aventureiros, Desbravadores e mesmo Líderes, e mostrar-lhes até onde o muro já foi
feito. Mas que isto, é hora de por a família “por traz” do muro (segurança, proteção,
lembra?) a fim de ajudar a defender a invasão dos inimigos “nas brechas” que ainda não
foram totalmente fechadas. O quinto passo é a participação não só dos pais, mas de toda a
família-igreja, evitando a invasão do inimigo, com todas as armas possíveis, para que a
obra do mundo e suas portas, a aparente “missão impossível” não cesse até ser concluída.
Vale todas as “armas” disponíveis, espada, lanças e arcos. Vale tudo: bíblia, atividades
religiosas, passeios e acampamentos, atividades sociais. E como com Neemias, poderá (e
deverá) chegar ao extremo que enquanto metade do clube trabalha, metade “guerreia” e
até que, como no v17 “cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a
arma”. Cada um dos seus liderados, neste ponto vai com certeza se preparar pessoalmente
para a batalha (cada um trazia a espada a cinta v.18) e as unidades ao “toque da
trombeta”, sairão umas a ajudar as outras. Já vi isto em muitos clubes. A “prontidão” por
parte dos liderados será tamanha “...não largávamos as nossas vestes (uniformes); cada
um se deitava com as armas a sua direita” (v.23), ou seja, os liderados vão estar sempre
prontos para qualquer atividade a se fazer, qualquer requisito de classe e especialidade a
cumprir, qualquer visita missionária a fazer em prol dos menos fortes (partes baixas,
brechas). Este é o sexto passo, que você dará praticamente “carregado” pelos seus
liderados, pois os mesmos também querem agora tanto quanto você ver a “missão
impossível” concluída.Eles também terão o mesmo desejo de você Líder-Neemias de ver
a obra , muro e portas , concluídos para a glória de Deus .
Vem então o sétimo passo, e como tudo na Bíblia o 7 é o número da perfeição. O
muro conclui-se? Neemias agora então “repassa” todo o muro numa cerimônia de
dedicação ( capítulo 12: 27 a 43). Você, após seguir os seis passos do Copeiro-Garçom-
Líder imposto-Neemias , também vai seguir o sétimo passo , a fim de fazer da “missão
impossível”que você começou com jejum e oração ( e choro, medo , lamentação) com a
cerimônia de ...INVESTIDURA . Repassa por todos os “pedaços do muro”, o que cada
um construiu sobre si mesmo, seu caráter , através das Classes JÁ e Especialidades , e
com toda pompa alegria e jubilo investe e dedica seus liderados. Está completa esta sua
“missão impossível”. Mas não desanime, no próximo ano tem mais.

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E agora, você já sabe o que é preciso, só sete passos, assim como Neemias; e toda
pessoa que liderar um Clube, fará de qualquer “missão impossível” uma “missão
cumprida”. Uma “missão vitoriosa”!

A – Diretor de clube de desbravadores:


Depois do curso de liderança Neemias, que serve para quem queira (ou foi
imposto) vir a ser um Diretor de Clube de Desbravadores, Aventureiros ou ainda Clube
de Líderes; a “missão impossível”, vamos agora apresentar características, técnicas e
sugestões especificas para cada “tipo de diretor”. Começando pelo dos desbravadores,
uma vez que por diversos motivos, é o Clube dos Desbravadores o principal dos três, ou
como chamaríamos em jornalismo o “ancora”. Porque? É simples a explicação além de
lógica. Todo aventureiro entra no Clube a fim de aprender, ou começar a aprender,
técnicas de “desbravadorismo”, como acampar, marchar, excursionismo e etc... Todo
aventureiro de 9 anos almeija ser promovido a desbravador. Pode perguntar. Assim que o
Clube de Aventureiros existe para treinar os pequeninos a serem bons desbravadores. Na
“ponta oposta” esta o Clube de Líderes. Criado com um duplo objetivo: 1º fornecer aos
jovens que por amarem o “desbravadorismo” sentiam-se frustrados ao “passarem da
idade” e terem que sair do Clube e, 2º formar líderes para atuarem aonde? Nos Clubes de
Desbravadores e Aventureiros. Assim que tendo “provado” a “tese” que o Clube dos
Desbravadores é o principal dos três, e por isso merece mais (não única) atenção, vamos
a características especificas para liderar o clube dos desbravadores.
Características para um bom líder de desbravadores:
Exemplo: Juvenis (10 a 15) aprendem mais, por exemplo, do que por preceito.
“Faça o que eu faço”. Você ditou uma “regra”, você é o primeiro a seguir. Sem distinção.
Esta característica leva a outra : Justiça: Nada é para um juvenil mais importante de que
esta característica. Se a lei é pra todos, inclui todos, inclusive o diretor, associados,
“filhos dos chefes” e etc... Se você der privilégios especiais à alguém você destruiu sua
liderança e foi contra o que apregoa o clube: ...“sem distinção de sexo, cor, credo ou
classe social”. Todos são iguais no Clube dos Desbravadores significa todos são iguais.
Ao você agir desta forma, virá outra característica, tanto de quem lidera como dos
liderados: Lealdade: Quase metade de nossa bandeira, a cor azul, representa esta
qualidade. O desbravador vê o líder que dá o exemplo, é justo, não atua com “favores e
concessões especiais da providencia”, o juvenil aprende a lealdade. Esta é a mais nobre
característica do líder. É leal a Deus, pois está na liderança do Clube não para se aparecer
ou tirar alguma vantagem, está para fazer a vontade de Deus; “salvar do pecado e guiar
no serviço”. É leal aos pais, que confiam nele e por esta razão entregam nas “suas mãos”
o tesouro mais precioso; os filhos. Leal a igreja, uma vez que manterá os seus liderados
dentro dos princípios da igreja em todas as atividades desenvolvidas pelo Clube, alem
de motivar a sua participação e entrosamento com outros departamentos: Adra, trabalho
missionário, escola sabatina, diaconato e etc... Por fim, mas não menos importante, leal
aos seus desbravadores, pondo os interesses e bem estar dos mesmos até acima dos seus
próprios. Mais ainda, jamais agirá para com seus liderados de forma desleal, em qualquer
âmbito. Até porque o líder sabe (ou saberá) que os juvenis desbravadores lhe serão leais a
ponto de obedecer e acatar toda e qualquer ordem, sem avaliar as conseqüências. É por
isso também que a outra quase metade da bandeira dos desbravadores é de cor branca, a
outra característica do líder dos desbravadores: Pureza: Você tem a obrigação de agir
sempre com pureza para com seus liderados. Você não pode, não deve e não “abusa” da

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inocência deles, seja no sentido financeiro, intelectual, espiritual ou moral. Você tem nas
mãos os “filhos de Deus”. O Todopoderoso não aceitará qualquer abuso ou impureza que
você cometa contra os seus pequenos, e Hebreus 10:31 serve bem nesta
situação: ...“horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”. Jamais você como líder, deverá
permitir que alguém sob sua liderança possa agir se aproveitando de nenhuma forma dos
seus meninos e meninas. Eles tem nas mãos os “filhos” de um Deus de poder que vê
inclusive o coração; as suas intenções.
Técnicas para ser um bom líder de desbravadores :
Para desenvolver suas técnicas para liderar, você precisa antes de tudo conhecer o
“material humano” que você tem em mãos. O que não é nada fácil. Porque? Juvenis e
adolescentes (10 a 16 anos) estão sofrendo nesta faixa etária as mais profundas e drásticas
(e dramáticas!) transformações. Os meninos a cada dia vêem seu tamanho alterado, sendo
necessários “reparos” nas “barras das calcas” numa freqüência semanal. Sem contar as
mudanças de voz, aparecimento das “penugens” que darão em breve lugar a barba e
bigodes. Quanto as meninas duma hora para outra as “princesinhas” parecem ter um
“conspiração” diária com “todas” as roupas, que insistem em não acompanhar as suas
alterações morfológicas (nas formas) trazendo mudanças acentuadas na postura; uma vez
que os músculos dos ombros mudam a função para sustentarem o aparecimento e
desenvolvimento dos seios, e os ossos do quadril começam a se alterar no formato e
tamanho para prepararem o corpo para a futura função de serem mães. Vem ainda a quase
sempre dramática ou até traumática menarca, dando inicio a mudanças que mensalmente
acompanha-las-ão por muitos anos. Na verdade, isto é um “iceberg”, onde o que você vê
é só a menor parte. Internamente, a quantidade de reações químicas e descarga de
hormônio, que leva a estas mudanças externas, é algo violentíssimo. É uma alteração a
cada minuto. No campo psicológico também não é diferente. De uma “professora tia” que
ficava com eles boa partes do dia, vem agora na escola (5º serie – 10 anos – primeiro ano
dos desbravadores) a cada 45 minutos um “ser” diferente, que “desaparece” apos este
curto espaço de tempo, deixando para eles um montão de “coisas” a se fazer, que serão
cobradas num próximo dia ou próxima semana. Mesmo em casa, com os pais, algumas
“ordens” antes seguidas, parecem agora que necessitam serem contestadas. Está
assustado, líder? Mas é por ai, por estes motivos que vem a primeira e infalível técnica,
para ser um bom líder dos desbravadores. Você vai entrar em “sintonia” com toda esta
“desordem” decorrente da idade e vai trazer para seus liderados a oportunidade de
enfrentar estas experiências. Esta é a primeira técnica:
Experiência/experimentação; Por estarem sofrendo “alterações diárias” sob todos os
aspectos do crescimento (físico, mental e espiritual) há uma necessidade de
experimentarem-se diariamente, a fim de reconhecerem a cada momento as alterações de
suas formas, capacidades e até gostos. É por esta razão que os juvenis “abraçam” as
atividades dos desbravadores e não dificilmente (para não dizer sempre) tem nos seus
líderes a imagem do “salvador da pátria” ou ainda o “porto seguro”, nesta tempestade de
mudanças que está abalando as suas vidas. Ao você providenciar as “chances”, as
oportunidades de experimentação dos seus limites em constante modificação, você estará
provendo para cada um deles o necessário aumento das suas autoaceitação,
autoconhecimento e autosuperação. Você será, portanto, a figura mais importante para
eles. Vão te ouvir (e obedecer) muitas vezes mais que aos próprios pais e professores. E
tudo o que você tem a fazer é deixar que eles experimentem, tenha experiências novas a

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cada reunião. Lembre-se que estão se alterando e desenvolvendo. É um processo; não
ocorre duma vez ou num só dia. Esta situação leva a 2º técnica:
Surpresa; Tenha sempre uma surpresa preparada para eles; pois do contrário eles mesmos
“aprontarão” alguma surpresa para você. Como as surpresas que você propiciará serão
sempre úteis, para trazer-lhes boas experiências, os seus liderados estarão aprendendo
com você, por experimentação, o quão bom é ter surpresas agradáveis, construtivas.
Assim sendo, se vierem a fazer-lhe alguma surpresa, esta será com certeza uma boa
surpresa. Eles aprenderam com você que sempre trouxe para eles, boas surpresas. Nada
de surpresas tipo “pegadinha”, a fim de realçar os defeitos, erros ou incapacidades dos
liderados, a fim de exporem-nos ao ridículo ou situação vexatórias. Nada de os expor a
reais perigos. “Adrenalina” e atividades “radicais”, sim e sempre, mas com segurança. O
que vão fazer deve ser surpresa para eles, nunca para você líder. Teste, se preciso for a
surpresa antes. Se a surpresa for, por exemplo, a visita a um lugar desconhecido, o ideal é
que você esteja lá antes, só ou com sua equipe de liderança; afinal você é o líder (e a
classe de líder, tem seu nome original de “guia maior” ou másterguide, designando a sua
função de ser o “guia”. Para tal, você tem que conhecer a área para guiar os outros)!
Qualquer “coisinha” que às vezes parece não ser grande coisa para você como adulto e
líder, pode ser, no entanto uma surpresa incrível para os meninos e meninas que os
ajudará nas suas experiências de autoafirmação de suas capacidades e possibilidades. A
técnica das surpresas fará de você um bom líder, sem divida.
Otimismo/palavras de animo: Esta terceira técnica vem com seu amor, pelos seus
liderados. Você deve de ter sempre uma palavra de ânimo para seus meninos e meninas.
Eles precisam disto para seguir enfrentando as mudanças que são de correntes da idade.
Não poucas vezes falharão no cumprimento dos deveres. Não por displicência, ou
insubordinação. Falharão em decorrência de fatores somatotróficos inerentes da suas
idades. É nessa hora, que muitos pais e professores falham “grosseiramente” e que você
como líder de desbravador poderá ser a diferença. Por ser sempre otimista, ter sempre
uma palavra de ânimo, você será sempre procurado pelo seu liderado quando ele falhar
nas expectativas que outros os impuseram. Às vezes uma nota baixa numa prova escolar,
ou até a perda dum ano letivo. Jamais desanime um desbravador por ele não ter
conseguido cumprir da primeira vez um requisito da classe J.A ou especialidade. Dê 2,
10, 100 ou 1000 chances, até ele conseguir cumprir totalmente o requisito. Nunca o
desencoraje, e se preciso for, faça toda a “prova” com ele, muitas vezes, até que o mesmo
obtenha êxito. Já pensou se Jesus desistisse de você cada vez que você não conseguisse
cumprir totalmente os seus requisitos da lei, por exemplo? Ou ainda o reprovasse porque
você não alcançou nota 10 (ou 7 ou 5) no seu exame ou prova para ser “santo e
irrepreensível” diante de Deus e dos homens”? As palavras de ânimo do líder, soam para
o liderado como a força motriz para não desistir de tentar, até conseguir. Como escreveu
o líder Paulo, e é nosso lema (2 cor. 5:14) “o amor de Cristo nos constrange”; é por amor
aos nossos liderados, constrangidos pelo amor de Cristo que nós líderes teremos sempre
otimismo e palavras de ânimo. Isto é Divino. Nada impedirá que você Diretor e seu
Clube sigam... “sempre avante assim marchamos”.
Sugestões para ser um bom líder de desbravadores:
Boa memória:
Esta é a “arma secreta” mais eficiente para um líder, em qualquer posição de liderança.
Algumas pessoas possuem este verdadeiro dom de Deus. Esta é a maior arma em um

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líder para ter seus liderados sempre dispostos a fazerem mais do que o esperado. E vai
então algumas sugestões para você que “tem que ter” esta “arma secreta”:
1-Lembrar-se dos nomes das pessoas = Um dos lideres, grandes lideres de
desbravadores que conheço, o Pr. Léo Ranzolin, é um exemplo, digamos assim,
“clássico”. Eu pessoalmente atesto que ele possui esta “arma secreta”. Já o vi
cumprimentando pelo nome mais de uma centena de pessoas, isto em diferentes ocasiões,
lugares e inclusive paises (só pra citar: Brasil, Argentina, USA e Canadá). Isto faz do Pr.
Léo também alguém conhecido por nome por milhares de pessoas. Da impressão que ele
tem o “arquivo de membros” de toda a Associação Geral na mente, razão pela qual foi o
Secretário da mesma. Mas, a nós mais normais, nem sempre é assim. Eu pessoalmente (e
muita gente não sabia deste defeito, vai ficar sabendo agora) tive que “aprender” sobre
isto. Foi nos anos 80, quando vim a ser o coordenador geral dos desbravadores da antiga
APO, que naquele tempo era a área das APAC e atual APO. E foi lendo uma reportagem
sobre um político da época, governador do estado e que a anos depois teve uma
estrondosa votação para deputado federal que me ocorreu a sugestão para resolver este
impasse. Tenho uma memória “razoável” para números, uma vez coloquei quase 100
números de telefone numa agenda eletrônica, usando só a memória. Concordo com os
que dizem que a minha memória geográfica e muito boa, lembro-me de lugares, cidades,
ruas, mapas, etc... com relativa facilidade. Mas quanto a nomes, é um vexame a minha
memória. Como professor gastava o ano todo para decorar os nomes dos alunos, fazendo
chamada todas as aulas. Nos clubes, pior, só conseguia decorar os nomes dos
desbravadores (30 a 40 nomes) só lá por Setembro, e quando no ano seguinte entrava
mais meia-dúzia de “gatos pingados” eram mais alguns meses para decorar. O que fazer ?
usei a tal da estratégia do tal político, que a cada cidade que ia visitar e visitara, uma
equipe de assessoria tinha preparado os nomes daqueles a quem ele iria encontrar, bem
como uma “lista” das últimas promessas e concessões relacionadas aquelas pessoas.
Resultado: As pessoas eram cumprimentadas por nome, e os assuntos prosseguiam onde
haviam parado. Qualquer um, mesmo da “oposição” ficava “vendido” (ou comprado)
pelo tal político. Que fiz? Comprei uma agenda bem pequena, cabia no bolso da camisa, e
a cada cidade que ia para formar, investir, etc... um clube de desbravadores anotava nesta
agendinha o nome de todos que eram apresentados, com alguma característica ou
conversa que pudesse me fazer lembrar e relacionar o nome à pessoa. Ainda mais,
anotava (resumidamente) algo importante que tivesse dito ou prometido, e quando
viajava para aquela cidade, “estudava” a agenda durante o percurso. E dava para estudar
muito bem, uma vez que da sede, Campinas até Araçatuba\ Guararapes no limite
Nordeste eram mais de 6 horas de ônibus. Presidente Prudente, Presidente Venceslau,
Presidente Epitácio no extremo oeste, mais de 7 (8 ou9) horas. Ao norte, Ribeirão Preto
(3 horas e meia) Franca (4 a 5 horas) e mesmo Catanduva, onde ia com freqüência nos
“Confortáveis trens da Fepasa”, saindo pelas 8:00 da noite da sexta-feira (se não atrasava)
lá pelas 4:00 da madrugada já estava começando a dormir na casa do Diretor do Clube,
depois de uma “aventura”, normalmente em pé, no trem lotado, por toda a noite. Tempo
mais que suficiente para “repassar” muitas vezes a agenda, os nomes. Funcionava? É tão
importante assim? Eu mesmo fiz uma “experiência” e pelo resultado, posso dizer que foi
(e vai) alem das expectativas.
Fui a cidade de Ilha Solteira, divisa de São Paulo com Mato Grosso e a igreja devia de ter
quando muito uns 35 membros. O clube ia ser “fundado”com um total de 16
participantes, entre diretoria, conselheiros, instrutores e desbravadores. Decidi anotar

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todos os nomes na “bat-mini-agenda”. Durante todo o fim de semana, que estive ali,
consegui decorar “tecnicamente” todos os nomes. Passados vários meses, voltei ali, para
estar com o clube só algumas horas no domingo entre uma e outra cidade. Lembro a
surpresa e alegria no rosto dos meninos e meninas (treze ao todo) ao serem
cumprimentados pelo “chefe” (no caso eu) um por um pelos seus nomes. Mas o resultado
ainda não foi “este”, o que aconteceu depois sim é digno de nota e “prova cabal” da
importância de lembrar-se dor nomes das pessoas. Passados vários outros meses, voltei a
Ilha Solteira para a Investidura de Lenços, e o clube havia crescido mais de 30%, de 16
para 21 membros, mas os 16 “pioneiros” foram novamente cumprimentados pelos nomes,
e os outros 5 devidamente anotados. Sabe o que aconteceu na hora de ir embora? Todo
clube estava na Rodoviária, uniformizados, fizeram um programa de homenagem ali.
Todos os desbravadores falaram alguma coisa, ganhei presentes (a faca de campo tenho
até hoje) e a homenagem se delongou a ponto de convencerem o motorista e passageiros
do ônibus a atrasar a partida em mais de 15 minutos, convidando os mesmos a assistirem
também o “programa”. Não sei que “tipo” de memória para nome você tenha. Se “tipo”
Léo Ranzolin (num extremo) ou uma das piores memórias para nomes que conheço, a
minha mesmo (Sergio). Acho que com esta sugestão, ninguém tem desculpa. E posso
afirmar para você: os resultados sempre excederão qualquer expectativa.
2. Lembrar dos Aniversários: Algo difícil? Impossível? De jeito nenhum. Não que
o dia do aniversário seja assim tão importante. Afinal, a gente envelhece a cada dia um
dia. Alguns (mas especialmente algumas) costumam ser “atacados” de um certo “surto de
Amnésia” Lá pelos “20 e muitos” e não passam mais a “trocar as velinhas”. Para os
desbravadores de (10 a 16 anos) o aniversário é importante. A comemoração do mesmo
pelo seu Líder e Diretor do clube lhe cai como uma honra. É para isso que se tem uma
secretária (secretário) no Clube. Basta você como o Líder estimular o “Lado festeiro” da
secretária do Clube, que nenhum aniversário passará “batido”.
3. Lembrar-se dos gostos, das individualidades:
Cada desbravador é um individuo que gosta de algo e não gosta de algo. Se você insiste
sempre com o desbravador que não gosta de falar na frente, achando que assim o está
ajudando, você está redondamente errado. Ocasionalmente fazê-lo passar por esta “dor de
barriga”, vai lá, mas do contrario, você estará “criando um calo”, e mais dia ou menos dia
vai apertar “seu sapato”, você não vai conseguir caminhar “sem mancar”. Por outro lado,
você tem um desbravador que gosta de algo, por exemplo, gosta de ser chamado por um
apelido, ok, faca o “gosto freguês”. Até Jesus fez isto! Acha que não? João 1:42 vem o
chamado de Pedro (sempre Pedro ver História)... “Olhando Jesus para ele, disse: Tu és
Simão, filho de João; tu serás chamado Pedro”. E não é que o “dito cujo” gostou mesmo
do apelido!? Afinal você tem na Bíblia os livros de I e II Pedro, não I e II Simão, não é
mesmo? Mas lembre-se: respeite o gosto e individualidade “do freguês”. Nada de
apelidos pejorativos depreciativos. NUNCA-JAMAIS!!!
4. Lembrar-se de elogios/ agradecimentos/ reconhecimentos:
Como é bom quando você “cumpri fielmente a parte que lhe corresponde”. Como é
melhor ainda quando ao fazê-lo você recebe um elogio. É como se você recebe-se uma
“carga rápida”, deixando você pronto de novo, para se preciso fazer outra vez. Muitos
Líderes pecam “de menos ou de mais” no requisito agradecimento. Lembre-se que os
juvenis querem que o Líder haja com justiça. É uma das características de um bom Líder.
Ao você não agradecer alguém, ou agradecer “de menos”, para seu liderados o acharão
injusto. Por outro lado se você agradecer quem não merece ou agradecer “de mais”,

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“jogar confete”, ou ainda “enfeitar o pavão” os desbravadores criarão uma repulsa por
você e também pelo “protegido”. Agradecimento, sim, mas “a quem honra, honra”. Nada
de mais e nada de menos. Creio que o maior “pecado” de um líder, por medo, que já vi é
a falta de reconhecimento. Acham, errônea e equivocadamente, que ao reconhecerem que
um “subalterno” “sabe mais”, irá “cair” no conceito dos desbravadores seus liderados.
Não é assim mesmo! Afinal, ao você reconhecer e “elevar” o “subalterno”, ele não
deixara de ser “subalterno seu”. Ou seja, quanto mais “alto” ele for, e você reconhecer,
mais alto ainda você irá; afinal você é o líder dele também. Outra conseqüência será
todos os liderados se “matando” para imitar o exemplo, mesmo que seja só para que você
também os reconheça. Com isso, você terá cada vez mais ajuda dos seus liderados.
Outras sugestões: 1 – variedade/novidade = juvenis e adolescentes por natureza (e
necessidade natural) são ativos e curiosos. Afinal, eles estão “descobrindo o mundo”. É
nesse ponto forte dos liderados que o líder e diretor do Clube deve “apostar todas as
fichas”; investir todos os esforços. Atividades, quanto mais e mais variadas, tanto melhor
para “saciar” os desejos insaciáveis, afinal não são juvenis e adolescentes comuns; são
desbravadores. A curiosidade em desbravar sempre “novos horizontes” tem o ponto de
convergência, por exemplo, nas novidades a serem descobertas nas “200 e lá vai fumaça”
especialidades. Durante a idade de desbravador (10 a 16 anos) se eles fizerem 20 por ano,
não passarão muito da metade. Tem variedade e novidade “de sobra”. Sem contar com a
sugestão seguinte:
2 –Atividades = campanhas, caminhadas, trabalho missionário, estudos
(pesquisador/investigador Bíblico, compartindo heróis), classes J.A, desfiles,
acampamentos, congressos, feiras, camporees e por ai vai, o que não falta, não pode e não
deve faltar é atividades.
Atividades para cada um desenvolver individualmente (algumas especialidades), por
unidade (classes, clube do livro, acampamentos, campanhas) por clube, região,
associação, união, divisão, mundo, só pra lembrar ; é o suficiente para auxilia-lo como
líder e Diretor do Clube dos Desbravadores a preencher a vida dos seus meninos e
meninas de boas, construtivas, excitantes e salvadoras atividades . Não dê tempo para a
ociosidade. “Mente desocupada (ou ocupada com atividades que não essas) é oficina do
inimigo”. Faça sempre todo o impossível para estar o seu clube com atividades e em
atividade. E para tal, vem a ultima das sugestões a seguir:
3 – Programas e metas = Deixe avisar de antemão: Seja qual for o tamanho do seu
programa, você nunca conseguirá o seguir a risca. Isto não quer dizer que você não
precisa ter um programa. Também não é para fazer um “programazinho” de meia tigela,
com mêdo de não “chegar lá”. O que quer dizer, é que você esta “trabalhando” com
gente, e não com máquinas. E mesmo máquinas, são imprevisíveis. Vai aqui um conselho
no mínimo revolucionário: Faça um programa, com metas muitas vezes maiores que as
que você imaginaria ser possível alcançar se tudo desse certo. Parece um conselho no
mínimo insano e utópico? Filipenses 4:13- Paulo, sob inspiração divina discorda ao dizer
“tudo posso naquele que me fortalece”. Por essa , você diretor (e até líder mais
experiente) não esperava. Não diz uma; algumas os umas ; diz tudo! E tudo é tudo
mesmo. Quer dizer que... tenho que cumprir todo este programa com metas acima de
qualquer expectativa? Deixe dar um exemplo. Você “acha” que consegue fazer 20
atividades num ano. Você se esforça e faz as 20. você conseguiu 100% da meta ou alvo.
Ficou feliz. Errado! Veja a outra possibilidade: você “acha” que consegue 20, mas coloca
100 atividades no seu programa. Era algo impossível, incabível, insano e utópico. Você

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consegue através do esforço “sobre humano” só 40. Você conseguiu a vexatória marca de
40% da meta ou alvo, talvez você pense. Ficou frustrado, certo? Errado de novo. Os seus
40% representaram neste aparente plano insano e utópico exatamente o dobro do que
você teria conseguido no plano “de meia tigela”, que alcançou os 100%. Você em
números fez muito mais,e este é o espírito que deve reger o verdadeiro líder dos
desbravadores! Mesmo que você só alcançasse 25% do alvo, ainda assim seria 25% a
mais que o plano “teoricamente” viável. Tudo posso, é o seu desafio, para com aquele
que vai te fortalecer como diretor de Clube de Desbravadores!

B - Diretor do Clube de Aventureiros:


Antes de qualquer coisa, você diretor de Aventureiros deve ler todo o capitulo de
diretores de Clube. Esta parte (B) é só resumo das diferenças que servem só para os
diretores de Aventureiros. A parte complementar e especifica para você. As
características, técnicas e sugestões em quase sua totalidade aplicam-se a você. Vamos ao
que lhe é especifico.
Como já descrito, o clube de Aventureiros é para as crianças de 5/6 anos até os 9
anos de idade. Eles são aventureiros, não “mini-desbravadores”. Que isto quer dizer? 1º
precisam de uma liderança específica e apropriada. Em alguns lugares, por diversos
motivos os aventureiros vêm a ser uma (s) unidade (s) dentro do Clube dos
Desbravadores. Não estará errado se as suas atividades forem diferenciadas dos
“grandes”. É até bom, pois eles vêem o que “os aguarda”, e os anima a almejarem ser um
desbravador no futuro. Para tal, o líder dos Aventureiros tem que ser um misto de
“mamãe-sargentão”. Muito momentos, você terá que literalmente pegar os liderados no
colo, e os consolar do choro, as vezes até sem um motivo que não carência afetiva. As
vezes, num acampamento, você terá que “salvar a vida” dum aventureiro, que por razões
inexplicáveis foi “acometido” do fenômeno meteorológico da chuva que atingiu somente
o colchão dele, dentro da barraca. E então, com todo o tato (e segredo “mortal”) você o
ajuda a se livrar de um eminente e seríssimo transtorno, perante todos os demais
amiguinhos. Mas, por outro lado, não poucas vezes, você agirá como um “tipo
sargentão”, dando ordens, se “fazendo” de durão... e eles vão “adorar”. Para um
aventureiro, tudo é aventura. Na sua imaginação infantil, um montinho de terra, vira uma
montanha a ser “escalada”, uma poça d’agua, vira um lago, e uma enxurrada, um rio de
corredeiras bravas a ser “aventurado”. Talvez você já esteja “muito velho” e não se
lembra mais destas aventuras que você viveu na infância. Principalmente porque você
não foi aventureiro (ou ainda Desbravador, como eu aos 6 anos), caso você tenha sido,
com certeza você esta entendendo sobre o que é que estamos falando. Por via das dúvidas
vamos aos fatos:

1º Proteção:
Eles não sabem se proteger sequer uns dos outros. Sua 1º prioridade é, portanto, a de
protetor. Em toda e qualquer atividade, o primeiro a se pensar é se é seguro, lembrando
que um degrau de 30 cm para você de 1,80 representa um obstáculo de quase 60 cm para
um aventureiro de 5 anos e menos de 1 metro de altura. A dificuldade dele será
praticamente dobrada. Para você carregar um “quilo”, na campanha da Adra, representa
para o pequenino aventureiro uma “carga” considerável. Preocupe-se a todo o momento
com a proteção; é sua obrigação.

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2º Capacidade:
Você líder e diretor de aventureiro é a pessoa capaz de resolver todos os problemas deles,
certo? Impossível! O clube de aventureiros foi designado como ferramenta auxiliar para
ajudar os pais. Na idade deles (5 aos 9) são e devem ser dependentes das capacidades
primeiramente dos pais. Sendo assim, muitas atividades têm que ter a participação dos
pais. É na verdade um trabalho duplo para você, pois terá que ensinar e corrigir os pais
que estarão ensinando, corrigindo e acompanhando os seus filhos nas divertidas
atividades. Mais que ser investido pelo líder na Classe de Abelhinhas Laboriosas, o
aventureiro (e muito mais os pais) ficará “orgulhoso” ao ver seus pais lá na frente
colocando a “medalhinha” (distintivo) neles. Sua capacidade é aumentada pela soma dos
esforços seus, com os pais e com os próprios aventureiros. Esta é a equação correta do
líder e diretor dos aventureiros.
3º Alegria:
O Diretor(a) dos Aventureiros tem que ser alguém alegre. Você esta, para principio de
conversa, no meio das “florzinhas de Jesus”. Não há razão de tristeza. Uma criança nesta
idade chora, mas não passa 2 minutos, já está outra vez sorrindo. Ela não guarda rancor.
Ao errar e ser repreendida por você, antes que você pense numa “punição” para ela a
mesma já estará feliz e nem lembrará que você deu uma bronca nela! Crianças não são
adultos. Aventureiros têm que fazer “arte”. Entretanto, arte não é igual a malcriação. Por
isso é necessário que você desenvolva bem a característica a seguir também.
4º Explicação das regras bem claras:
Em geral a criança vem para o Clube dos Aventureiros sem estar “muito” (ou nada)
acostumada com regras a seguir em casa. Às vezes alguns pais confundem malcriação e
quebra de regras com “gracinha”. E, ao fazerem os coitadinhos algo que os pais não
gostam, o que vem a seguir não é explicação dos porquês, mesmo porque chinelo, cinto e
palmadas não falam! Assim que no Clube dos Aventureiros, caberá a você ensinar-lhes o
que são regras, para que servem e o que vem ser a sua violação e punição. Mais ou menos
assim: Você põe os aventureiros em forma” e dita a regra: “em forma não se mexe”. Para
um desbravador, ou um soldado esta ordem está clara, mas para o aventureiro (nas
primeiras reuniões) não. Em seguida a ordem, você tem que completar: “tem que ficar
que nem estátua. Não mexe os pés, não pode coçar o nariz, não mexe a cabeça, não fala,
só pode ficar com o ouvido bem aberto para ouvir a próxima ordem. Se mexer a sua
unidade será a última a poder participar da brincadeira, isto se der tempo”. Esta sim é
uma explicação clara das regras para um aventureiro. Ele é capaz de entender claramente
o que pode fazer, o que não deve fazer e as conseqüências em seguir e acatar as ordens ou
não. É desta forma, com paciência, amor, segurança e alegria; afinal eles estão no seu
Clube para aprender a “virar gente grande”, uma vez que “criança é gente”,... gente
criança!!
5º Desenvolvimento dos dons espirituais:
Ninguém mais do que os pequeninos aventureiros esta preparada para desenvolver os
dons espirituais. E esta afirmação não é do Sergio Rigoli, é de alguém que realmente
entende: Jesus! Mateus 18; traz a prova: (v. 2 e 3) “e Jesus, chamando uma criança (um
aventureirinho) colocou-a no meio deles... se não vos converterdes e não vos tornardes
como crianças de modo algum entrareis no reino dos céus”. E você diretor de
aventureiros verá claramente o porque. Comesse a ensinar um hininho para seus
liderados. Ninguém canta com coração mais do que as criancinhas. Não tem vergonha se

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estão no tom ou não. Se você mandar cantar mais alto, vão o fazer, sem vergonha alguma.
As crianças estão sempre prontas a desenvolverem-se espiritualmente. Nada as impede,
exceto os adultos. Marcos 10:13 e 14; “então trouxeram algumas crianças para que as
tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus porem vendo isto, indignou-se e disse-
lhes: deixai vir a mim os pequeninos não os embaraceis, porque dos tais (aventureiros) é
o reino dos céus”. As crianças têm o reino dos céus, a menos que nós os adultos as
embaracemos impedindo-as. Isto é sério. Você Diretor de aventureiros tem os herdeiros
do reino sob seus cuidados, tudo que você tem que fazer é deixar “ o caminho livre” para
eles. E com eles você será abençoado a receber o reino dos céus. Basta você Diretor ser
um “Diretor-Aventureiro”, tornando-se com seus liderados.

C – Diretor do Clube de Líderes:


A sua situação é mais ou menos assim: você tem uma pedra na sua frente.
Enorme. Deram-te umas dinamites na mão (a direção), já acesas. Sua função não é tirar a
pedra “no braço”. Também não é apagar a dinamite. Muito menos ficar segurando ela na
mão até explodir, e achar que assim você resolveu o problema. Você vai pelos ares, a
pedra, entretanto continuara lá! Acho que você entendeu todo o “principio” que envolve o
seu cargo: Dirigir o Clube de Líderes. Mas, por via das dúvidas vamos a explicação passo
a passo. Você, Diretor do Clube de Líderes esta defronte duma pedra enorme. A pedra é
as dificuldades e problemas que impedem o avanço dos Clubes de Desbravadores e
Aventureiros relacionados aos participantes de seu Clube de Líderes. A “dinamite” acesa,
são os líderes ou futuros líderes que vem a você, cheios de idéias, anseios, sonhos, enfim,
cheios de vontade de fazer algo (ou tudo) para tirar a “pedra” do caminho. Estão todos a
ponto de “explodir”, pois cada um, individualmente não consegue sequer “mover a tal
pedra”. Tudo o que você tem que fazer é colocar toda esta dinamite junta, o mais próximo
possível do problema (ou ainda dentro ou em baixo) que ao ela “explodir”, não vai sobrar
nem “pozinho” da tal pedra. E fazer isto logo! Caso contrário, a dinamite vai explodir (e
queimar) você. Seus liderados são líderes também. Não dá para ficar “segurando” eles
“nas mãos” por muito tempo; já estão como todo líder (ou futuro líder) com o “fogo da
liderança” queimando nos seus pavios. Já exercem cargos de liderança nos seus Clubes
de origem. Entendeu porque tem que ser “jogo rápido” a sua ação nesta situação? Dentre
os muitos bons e grandes lideres que tive o privilégio de conhecer e trabalhar junto,
ninguém tinha uma solução melhor para uma situação como esta do que o Pr. Cláudio
Belz. Ele não só gostava, mas sabia lidar com isto como ninguém, transformando
“dinamites” em forca útil e em grandes projetos (grandes pedreiras) para honra e glória
de Deus. Como? Fazendo o mais lógico numa situação destas, delegando. Esta sempre
foi a “especialidade” da “linha de liderança” que marcou este grande líder de
Desbravadores de Associações, Uniões e Divisão Sulamericana. Foi por isso, por saber e
gostar de delegar que o Pr. Cláudio marcou décadas na liderança dos Desbravadores e
jovens, influenciou uma geração de líderes Departamentais e realizou ousados e pioneiros
projetos; não sozinho, carregando “a pedra”, mas liderando pela propriedade de
delegação muitas “dinamites”, desde lideres em suas igrejas, Associações e Uniões. Foi
assim que aconteceram, só para citar como exemplo, o grande congresso do centenário
dos M.V (1979) no ginásio de Guarani, em Campinas, o 1º Camporee de União no Brasil
(77 – ponta grossa) e o 1º Camporee da Divisão Sulamericana, marco que mudou
completamente a importância dos Desbravadores, em 1983/84 na cidade de Foz do
Iguaçu. Talvez você líder de Desbravadores não tenha hoje (2003, 20 anos depois) idéia

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da importância deste 1º Camporee da Divisão. Só de exemplo, naquele tempo nós que
trabalhávamos nas Associações, em algumas igrejas tínhamos ainda dificuldade de pregar
usando uniforme dos Desbravadores; e havia ainda muitos departamentais J.A que não
tinham nunca usado sequer uma vez um uniforme, e fizeram-no pela primeira vez (assim
como muitos pastores) para este “tal Camporee”. Já existiam os Clubes dos
Desbravadores a mais de 20 anos naquela época, mas como você pode perceber, não era
assim “tão importante” com hoje. Perece difícil de acreditar. Mas era de legando tarefas e
responsabilidades com “maestria” que o Pr. Cláudio Belz tirava estas “pedreiras” de letra.
Como? Buscando um “especialista” em cada “área”, delegando-os funções especificas,
sua parte na “pedreira”, formando assim um (e tinha mesmo este nome) “staff”, que
equivale a você criar no seu Clube de Líderes um staff, equipe de apoio, pelotão de elite,
conselho de instrutores ou qualquer outro nome que vocês quiserem inventar (não vale
tipo “liga da justiça”, “super amigos” ou qualquer outra “aparência do mal”). Para que?
Porque? Ora você tem nas mãos um grupo de lideres. Você não tem que ensinar os
“rudimentos” do desbravadorismo. Você tem “gente boa”, especializada em um monte de
coisa. Tudo que você tem a fazer, é descobrir “quem é bom em que”, as Especialidades
individuais, e então delegar a cada “especialista” a parte específica da pedreira que ele
tem que “explodir”. Cada um “na sua”e todo mundo com... o mesmo objetivo, tirar do
caminho a pedra (problema e dificuldades) que impedem os clubes do Distrito, Região,
Associação etc... de avançarem. Acho que ficou “explosivamente claro”, certo? O Clube
de Líderes é este “staff”, onde todos atuam na pedra em comum. Tem um bom “
especialista” em nós e amarras? Ele vai ajudar a tirar esta pedra de todos os Clubes
envolvidos. Uma “especialista”em música ? Que tal fazer um coral juntando todos os
Clubes , para se apresentarem num congresso ou Camporee? Dá pra mais que “explodir”a
pedra, dá pra “derrubar muralhas”... E você diretor do Clube de Líderes, só coordena as
ações dos seus “dinamites”, ou ainda “líderes-bomba”para atuarem aonde são necessário.
Vai ter um Camporee na sua Associação, União, Divisão; sabe quem vai trabalhar como
equipe de apoio ou staff nesta pedreira? Ninguém menos que o Clube de Líderes, afinal,
estão se especializando a isto,e assim os seus próprios Clubes de origem serão
duplamente favorecidos. E você, Diretor nem carregou a pedra enorme sozinho nem se
“explodiu”com a dinamite na mão. Resumindo; tudo o que você tem a fazer como
Diretor do Clube de Líderes numa só palavra : Delegar!
Só tem mais um “detalhe” importante. Para você descobrir os “especialistas”,
você tem que ter como fundamento e base do Clube de Líderes a constante formação e
aperfeiçoamento dos “liderados-líderes”. Assim, o número, ou seja, a quantidade e a
qualidade dos “especialistas” vai estar sempre crescendo. Com isso, você poderá cada vez
“enfrentar” pedras ainda maiores, pois terá em “suas mãos” mais e mais potentes
dinamites. Esta é a dinâmica do Clube de Líderes.

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Cap. V – Regionais

“Se não serve para servir, não serve!”

É com esta premissa que se inicia (ou deve iniciar) a descrição de quem poderá
servir para ocupar o cargo/função de líder Regional. Apesar de aparentemente uma
simples “frase de efeito”, entretanto leva a uma verdade profunda; e por assim dizer
designa o que vem a ser o trabalho, a conduta e até o caráter esperado daqueles que são
escolhidos a atuarem nesta esfera de liderança.
Com isso se desencadeia uma lista dos “10 não mandamentos” do Regional:
1º O Regional não é General (além da rima, é verdade); alguém pode imaginar (ou
imaginar-se) que ao “ganhar” o cargo de Regional, a sua função agora é de um General, é
só “passar as tropas em revista” (os clubes sob sua orientação) e sair dando ordens.
Errado, redonda e retumbantemente errado! Se você pensava (ou pensa) assim, vai ter
que mudar de idéia! Porque? Vem o 2º não mandamento:
2º O Regional não dirige os “seus” Clubes, ele orienta: Os clubes sob sua “área de
ação, influência e responsabilidade” tem os seus Diretores, votados pela comissão da
igreja, os quais dirigem os seus Clubes. Não é mister do Regional mandar ou dirigir. Ele
serve para orientar os Clubes, as diretorias principalmente, e eventualmente, se convidado
para tal, os membros, os Desbravadores. Isto não desmerece o Regional. Ele é
responsável a orientar os Líderes de Desbravadores (e normalmente também
Aventureiros e Clube de Líderes).
3º O Regional não é espião, é um inspetor =Qual a diferença? O espião vem
sorrateiramente, sem avisar, e com o objetivo de descobrir os “pontos francos e fortes” do
inimigo, e então voltar a quem enviou a fim de preparar o ataque! Acompanhe comigo:
Ele é um enviado do Departamental, escolhido por ele . O Departamental não é um
inimigo. Sua vinda ao Clube, salvo em ocasiões excepcionais, deve ser previamente
agendada com a diretoria, a fim de que o Clube possa preparar na sua programação um
“espaço” para assim usar o Regional e seu conhecimento para o Clube (servir lembra?).
Até mais, se não agendado, alem de “parecer” mesmo um espião a fim de descobrir os
“erros” e segredos, o Clube e diretoria não tem o dever de parar a reunião ou altera-la
para dar atenção ao Regional. Por outro lado, ao ser devidamente programada a visita, o
Clube pode não só estar pronto para a inspeção (inspetor-certo) como dará ao Regional
com certeza toda a primazia, atenção e não raramente até algum tipo de “homenagem”.
Será motivo de “festa”. Pode ter certeza!
4º O Regional não esvazia a diretoria local : É um erro “descobrir um santo para
cobrir outro”. É isto que acontece muitas vezes. Aparece uma “vaga”de Regional, e sai o

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melhor Diretor de algum Clube abandonando a diretoria para “cobrir”a função de
Regional. Resultado: O Clube enfraquece, quando não, morre! Não que o Regional não
deva ser ou ter sido um bom Diretor de Clube. Este é na verdade um pré-requisito (ver
também o 5º não mandamento). Mas não se deve nunca, jamais, em hipótese alguma e
etc... deixar um Clube sem direção, para se instruir ou “salvar” a região. Não é na esfera
de “região” que estão os que têm que ser salvos! É nos Clubes que estão os
desbravadores, aventureiros e lideres que precisam de um líder para os conduzir a
salvação.
5º O Regional não é “de fora” : Aparentemente uma controvérsia ou conflito com
o não mandamento anterior. Mas não o é! Soa assim como: “sapo de fora não chia”. O
que quer dizer é que o ideal é que venha a assumir a região alguém conhecido dos
liderados. Algum ex-diretor que durante sua gestão formou bons lideres para o Clube
local, ajudou os Clubes irmãos, mostrou boa disposição quando convidado a alguma
atividade, curso ou mesmo instrução em outros Clubes, a convite destes, da Região ou da
Associação. Naturalmente assim, ao dar oportunidade para outro Líder desempenhar e
desenvolver-se na direção do Clube o mesmo ficando na ativa, a disposição para com
seus conhecimentos (ver também 7 não mandamento) vir naturalmente a, se convidado
ocupar a função de Regional. Ele já é conhecido dos liderados! Não parecerá um intruso.
Os demais líderes e diretores foram seus “companheiros de luta”. Com absoluta certeza
vão ver o Regional como seu aliado a fim de fazerem mais pelos seus liderados!
6º O Regional não é turista : Ele não sai passeando pelas igrejas e Clubes de sua
região. Ele é membro de uma igreja , porem durante o período em que assume a região ,
ele estará atuando em várias diferentes igrejas. Como assim? Se ele está em outra igreja
que não a sua, é porque ele tem algo para fazer! Não é um passeio. Ele não é turista. Ele
foi a outra igreja que não a sua a fim de participar de uma programação especial, uma
reunião, um encontro ou qualquer outra atividade que sua presença seja necessária. Nada
de ficar “perambulando” para lá e para cá sem razão, motivo e necessidade.
7º O Regional não é despreparado : Talvez você diga: “mas é obvio e onululante”.
(caso precise ver no apêndice) . Afinal, para ser um Regional, você é Líder, e foi um bom
Diretor de Clube, assim que o Regional é alguém preparado. Mas a “coisa” vai “um
muito” além. Além de ser preparado, é necessário também estar preparado. Você é
Regional a todo o momento,e será portanto “exigido” como tal a todo o instante. Assim
que, mais que ser preparado você tem que também estar preparado para, como Regional e
Líder, liderar. As vezes o Diretor do Clube está com certa “dificuldade” num certo
“item”, digamos da Classe de Amigo. Ele não tem muita habilidade para ensinar aos seus
desbravadores o nó de escota, por exemplo . Ai ele tem uma “feliz idéia”: “não faz mal,
ele avisa para seus meninos e meninas, próxima reunião o Regional vai estar aqui, e então
ele ensina para vocês”. Já vi isto acontecer. Não é o programado para o Regional fazer na
visita ao Clube. Mas, como o Regional tem a Classe de Amigo e é o Regional, ele com
certeza, acredita o diretor, vai dar um “show”, ensinando o nó de escota. Ai você sequer
lembra como ensinar o nó duplo, já que você fez a classe de amigo a 10 ou 20 anos (ou
mais). Resultado, você vai passar por uma situação de “saía justa”, sendo Regional
mulher ou homem! Vai além. É esperado que o Regional esteja sempre preparado para
ensinar. Não é o outro extremo (e já vi também isto) que você devia saber “todas as
perguntas das especialidades decor”. Mas , as Classes e Especialidades que você tem, e
“impressiona” os seus liderados ao usá-las no seu uniforme e faixa (ou faixas), você tem
obrigação de estar preparado para as ensinar. Aconselho até que em todas as visitas aos

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seus Clubes, você de ou inicie o ensino de uma Especialidade. Além disto, a Associação
que o indicou para o cargo deverá também prover treinamento extra para você “enfrentar
a missão” de ser um Regional que está preparado para o bom desempenho de suas
funções.
8º O Regional não é pastor : Mesmo que o Regional seja ou tenha sido pastor, a
função/cargo de Regional não o faz ser pastor! É certo que nem todos os diretores de
clubes tem ou tenham a obrigação de ter o “dom da palavra”, e com isso pedem ao
Regional para “pregar” sempre que esta missão cabe ao Clube local. Porém, não é o
Regional que disciplina o Diretor ou os membros do Clube. Nem mesmo o
Departamental tem este poder. É função do pastor. O Regional poderá ser convidado a
participar duma comissão de igreja, a fim de ajudar o Diretor representando os interesses
do Clube local. Mas não é o Regional quem convoca ou dirige a comissão da igreja ou dá
ou não as autorizações para os clubes. Ele não é o pastor e, portanto não tem este poder!
O Clube dos Desbravadores, Aventureiros e Líderes não são forças armadas, e o Regional
ou Departamental são General ou Marechal com poderes punitivos sobre os “inferiores”.
Não devem, não podem e não tem o direito ou poder de dar punições ou autorizações. É
função do pastor e comissão da igreja local. Ao tentarem assumir uma função que não a
sua; só criarão mais barreiras para os clubes e para si mesmos. O Regional é acima de
tudo institucional . Segue as normas e regras da igreja.
9º O Regional não é político : Ou seja : Ele não “sobe no palanque” para fazer
promessas ou “falar bonito” para ser reeleito, manter-se no cargo. Ele sobe sim “no
palanque” e “fala bonito” para impressionar um menino e menina nas promessas que os
conduzirão a vida eterna. Isto quer dizer que um Regional deve ter como visão de
trabalho que o seu cargo, função e posição à frente servem na sua essência, nos
“finalmentes” para impressionar os coraçõezinhos dos liderados para a salvação. Nada é
mais importante. Nenhuma outra pretensão deve acompanhar o cargo e posição de você
como Regional. Você está ai não para prometer, mandar, exibir os seus talentos e
“medalhinhas”. Você está ai porque é seu profundo desejo fazer mais pela salvação dos
seus liderados, todos eles. Você sabe que a sua posição à frente causa impressão e
impacto. Você tem que ter a postura do “bom político”: Trabalhar pelo interesse daqueles
que você representa; os Clubes, e os liderados da sua Região. Assim sendo, seu “hino
predileto” deverá ser “...muitos há Senhor que me contemplam, sim meu Senhor, que
olham para mim”. Mesmo que este não seja o seu “hino predileto”, aconselho você lê-lo
palavra por palavra se preciso fôr, cada vez que você sair de casa para cumprir sua
missão de regional.
10º O Regional não é o Departamental : Este é o ultimo dos 10 não mandamentos
estratégica e propositalmente aqui colocado. Por que? Para você Regional não se
esquecer desta ultima mensagem. O Regional não inventa o que “lhe dá na telha”. Ao
inventar “algo novo”, ou qualquer e toda atividade que envolva mais de um Clube (mais
que um significa a partir de 2) deve comunicar ao seu “superior”, o Departamental. Por
que? Para obter a aprovação. Digamos que você tem uma boa idéia de fazer uma
campanha do agasalho, usando toda a região, revertendo os resultados para a Adra. Ao
você comunicar o seu Departamental, você o envolve no seu plano. Digamos que haja
resistência, oposição ou apenas não apoio na igreja ou ainda do pastor local. Você vai
“brigar” contra isto? Não mesmo! O Departamental, ciente do projeto e da possível
oposição ou falta de apoio, vai buscar aliar-se ao Departamental da Adra da Associação.
Ai então, se necessário for, serão dois contra um. O que dá uma enorme vantagem. Você

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sem “lutar” já ganhou a “briga”. Afinal são dois pastores contra um, e na sua “torcida”
tem também o Diretor e o Clube todo. Seguindo o exemplo hipotético, digamos que aí a
“barreira” é alguém da Adra da igreja local. Ai já é “briga ganha antes de começar”.
Afinal vai ter do seu lado os departamentais, o seu “chefe” (J.A, Desbravadores) o
“chefe” deles (Adra), mais o pastor local “convencido” pelos outros dois pastores e “de
quebra” o Diretor e Clube local. É covardia. “Nocaute” no 1º minuto do 1o “round”. É
uma ilustração. Mas tire dai a lição que da sua boa idéia acabou saindo uma maior e
melhor com o suporte de: Dois departamentos da Associação, os pastores locais
envolvidos, os outros departamentos envolvidos junto com os Clubes, e você não teve
que “dar uma de Departamental”. Você é o Regional, você coordenou a ação. Agora você
coordena a “força tarefa”. A briga, a autorização , o “bater de frente”? Deixa isso pro
“chefe”, o Departamental. E vale para todo e qualquer tipo de atividade: Acampamentos,
caminhadas, cursos, feiras, Camporee e etc...
Conclusão dos 10 não mandamentos:
Ao analisar os 10 não mandamentos podemos alterar a premissa inicial :“Se não serve
para servir não serve”, tirando os “não”, e fazendo uma tônica afirmativa e otimista: “Se
você serve para servir, serve para ser o Regional”. Assinado Sérgio Rigoli (por
curiosidade o meu nome Sérgio significa o que serve; é uma coincidência). Uma vez
estando claro o que não o faz Regional, vamos buscar a “palavra abalizada” do pai dos
Regionais. Isto mesmo, quem concebeu, inventor, criou e instituiu esta função e cargo: o
pastor Jose silvestre. Nada melhor que ouvir o “pai da matéria”:

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Cap. VI – Departamentais

Chegamos agora no capítulo do ponto alto, a posição mais importante na


“carreira” do desbravadorismo ou ainda o ápice da pirâmide organográfica. Parece
bonito, não é mesmo? Para você que é um Departamental soou como elogio, e para
alguém que almeja um dia este “posto” um grande incentivo. Pois vou dizer que estão
completamente e inequivocadamente completamente... errados! Bem, por esta você não
esperava . Tome tempo, respire fundo, não fique com raiva do livro... ainda. Já que
começou a ler, vá até o fim, mesmo que pareça uma conspiração contra tudo que você
sempre aprendeu e acreditou (ou ainda julgava que você mesmo era). Você não é o único
a pensar assim. É provável, que como o escritor deste livro, você tinha teses, ou ainda deu
aulas em cursos de liderança baseado no tradicional, conhecido e até presente nos
manuais “Gráficos do organograma- hierárquico dos desbravadores”. Eu também dei
muitas vezes esta aula. Em cursos regionais, a nível de Associação, e em até nível de
União, isto em pleno Camporee de uma União (Chilena). Na verdade eu também aprendi
assim, no meu 1º curso de Líder M.V, em 1978. Mais ainda, decorei todos os nomes dos
“superiores” desde a Associação Geral (alias é um dos co-autores) Pr. Léu Ranzolin, até o
Departamental da minha Associação na época, a recém-nascida paulista “caipira”,
Paulista Oeste, o Pr. Artur Elias Marski (também é um dos co-autores). E por décadas,
ensinei e acreditei e até atualizei e melhorei este organograma. Tanto que, vou colocar
ele aqui para vocês entender o “fio da meada”. (gráfico I)
Como vocês podem notar nesta configuração, o organograma toma a forma de
uma pirâmide, sendo o ápice, o topo, os Departamentais da Associação Geral,
ramificando e aumentando pelas Divisões, Uniões, Associações e daí continuando a
aumentar em forma piramidal até chegar a base, os desbravadores. E não está certo? Está
assim no manual de 1970, 1985, 1990 e etc... quero ver só você sair desta, talvez seja o
seu pensamento neste momento. Pois vou não só provar, como também convencer você
através de: Uma história e um desenho. A historia até que não é tão antiga assim, é de
1985, mas quanto ao desenho, este é de 1949 e você o vê desde o 1º dia em que conheceu
os desbravadores, mesmo antes de você ter “virado” um. Será possível? Uma coisa por
vez. Comecemos pela historia ou ilustração:
O personagem principal desta história, o Pr. Mike Stevenson, que infelizmente
faleceu em... (1989 ou 1991, confirmar com Pr. Léo), eu e muitos outros brasileiros o
conhecemos em 1983. Natural da África do Sul, alto, muito calmo sempre sorridente e
atencioso, veio ao primeiro Camporee da Divisão Sul Americana , era o Departamental

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especialista em Desbravadores da Associação Geral enquanto o Pr. Léo Razolin dirigia
todo o Departamento da juventude .Ambos vieram como convidados especiais ao “nosso”
Camporee . Como convidados de honra, preparamos várias homenagens; por exemplo;
chegaram á abertura do Camporee com todos os Clubes em frente ao palanque de
helicóptero, causando um momento de emoção inesquecível aos desbravadores dos 9
países que ali se encontraram. Durante os dias (8 dias = 28/12 de 83 á 04 de janeiro de
84) que seguiram, sempre era fácil achar o Pr. Mike. Ou estava falando nas reuniões ou
era só ver um “bolinho” de desbravadores com alguém bem mais alto no meio (o Pr.
Mike tinha quase 2 metros) e mesmo sem falar português, espanhol ou ainda o
“portunhol”, língua “oficial” do Camporee, se entendia com todos os meninos e meninas,
dava autógrafos, tirava fotos, comia com os clubes, enfim, estava “no meio”. A noite no
programa geral, entretanto, era sempre figura de honra com outros Departamentais,
“subalternos”. Tive ainda oportunidade de acompanha-lo em curso de liderança
(promovido pelo Pr. José Maria) para toda União sul Brasileira, e por diversos programas
e encontros por toda a Divisão Sul Americana. Chegou 1985 , e fui convidado a estar no
1º camporee da Divisão Norte Americana, diga-se de passagem um super Camporee,
entre 31/07 a 08/08 no Colorado - USA. Eram 17.500 Desbravadores “da casa”, USA e
Canadá, além de uma boa delegação do México e outros paises da América central, um
Clube da Austrália e, pela Divisão Sul Americana literalmente, “6 dúzias de gatos
pingados”. Isto mesmo, eu mais 5. Depois da aventura de viajar até Miami de avião (via
Paraguai) e uma viagem num “carrão” enorme alugado, andando por 7 estados e quase a
distancia de São Paulo/Manaus (3.800 Km.) chegamos ao local do Camporee. Como todo
Camporee, recepção a entrada e ao nos identificarmos como vindo da Brasil, foi uma
festa (porque será? Acho que Brasil lembra carnaval...). procurei pelo Pr. Léo Ranzolin,
que me dissera que um Clube do Texas iria nos “adotar” com barracas e comida. Me
avisaram que o Pr. Léo ainda estava em New Orleans, onde acabara de acorrer a
Assembléia da Associação Geral e só chegaria para abertura no dia seguinte. Procurei
então pelo Pr. Mike, e o pessoal da recepção me afirmou com um sorriso “intrigante”:
“ah... o Pr. Mike? Com certeza está no palanque; é ali onde tem aquele “telão gigante”(15
x 25 mts.)! Imaginei: que pergunta “boba”, afinal ele é só o Líder Mundial dos
Desbravadores, com certeza convidado especial, só podia estar palanque. Ainda mais que
tem televisão, deve estar dando entrevista; com não pensei em algo tão “lógico”? E foi lá
mesmo que o encontrei. O primeiro para quem perguntei na área do palanque já foi me
levando á ele. Estava em cima do palanque, próximo da “telão gigante”...pregando. Não
no sentido de pregação falada, não ; estava de martelo e prego nas mãos, todo sujo de
tinta, com um”cinto de utilidades” com tudo que é ferramenta fixando um grande escudo
em forma de painel que ele mesmo acabara de retocar a pintura. Se a sua(e a minha
naquele dia )surpresa já foi grande, espere pelo “resto”da história . Ao me ver ali, ele
largou tudo o que estava fazendo, se informou onde estava a Associação e o Clube
anfitrião, me levou até lá”, e só me “largou” quando viu as barracas e o Diretor do Clube
de ”Triangle-Texas” já ”enturmado” comigo até oferecendo um “almoço”, as 4:00 da
tarde. Pediu licença, e disse que ia voltar ao palco, ver se precisavam ainda dele como
”pregador” . Raciocine comigo : Como Líder Mundial, era de se esperar o Pr. Mike
fazendo tudo num Camporee, até pregando, mas não “aquele tipo de pregação”. Além
disso, tinham ali 17.500 desbravadores “da casa” para ele dar atenção, e depois se
preocupar com 6 vindos lá do fim do mundo. Só por nos cumprimentar, já era um
privilégio. Lembrar o meu nome, uma honra. Mas aquele “grau” de preocupação e

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atenção dispensadas, era algo no mínimo para virar de “cabeça para baixo” todo e
qualquer “fundamento” que eu (e todos vocês) podiam (e podem) ter quanto a postura do
Departamental . Ponto mais alto, posição mais importante ou ápice da pirâmide? Esta
historia ou ilustração não “derrubou”, “virou literalmente de cabeça para baixo” o nosso
conceito do organograma, a “pirâmide” da hierarquia. E aí , vem então o desenho,
conhecido seu, o triângulo dos desbravadores, e com ele a “prova final” para você se
convencer de vez.

Como é que você (e eu) não pensou nisto antes? É tão lógico, e ainda por cima,
está ali, desenhado e escrito no nosso símbolo. Ao invés da “pirâmide” do organograma
hierárquico “usual”; no “desbravadorismo” a coisa é exatamente o inverso. Vamos a
algumas afirmações a partir desta dupla lição; história e triângulo :
O mais “graduado”, está na base, sendo responsável para dar sustentação e
equilíbrio para todos os demais. Sustentação ou suporte nos seguintes aspectos:
• Técnico: As organizações superiores são as responsáveis para criar,
atualizar, corrigir e difundir os manuais, apostilas, emblemas, insígnias,
bandeiras a serem usados pelos que estão “acima”, adaptando-os por
Divisão, União, Associação quanto a idioma, costumes e realidades locais;
com equilíbrio.
• De pessoal : Parte também da base de apoio , devidamente equilibrados, os
parâmetros para os cursos e instruções em “efeito cascata”, ou seja:
Associação Geral “passa” para as Divisões, que por sua vez passa para as
Uniões , e daí para as Associações , Regiões e Clubes, tendo em vista o
objetivo final: Elevar o nível e o nome dos Desbravadores. É por isso que
a palavra escrita no topo, no alto, na parte mais importante é
Desbravadores. É para os meninos e meninas que toda a base e material
são criados e “trabalhados”.
• De atividades : Por conseguinte, os Camporees, congressos, feiras e toda e
qualquer atividade criada pelas lideranças, têm como objetivo final atender
os Desbravadores. É para eles que se criam as mesmas. A participação dos
Líderes e Departamentais nos eventos por eles promovidos são também
para dar suporte ou sustentação . Ou trocando em miúdos; os Líderes,
Departamentais criam o evento, Camporee, congresso e etc... e vão lá para
trabalhar para os Desbravadores. O evento, as atividades, competições,
programas, tudo enfim é para eles . O Departamental o cria e conduz, para
dar suporte e equilíbrio. E não dá para esquecer deste compromisso e
responsabilidade; só se tirar (ou virar) o triângulo!
Deveres dos departamentais:
Ainda de acordo com este “novo conceito”, podemos extrair alguns deveres
dos Departamentais, quanto aos seus “superiores”; dentro do “novo” conceito e a sua
relação com os “de baixo”, os Departamentais das organizações “superiores”. Acho
apesar de aparentemente confuso, estes “superiores” e “de baixo” ou inferiores, tenho
certeza que você Departamental ou ainda “aspirante” a esta função entendeu a lógica:
É uma inversão completa (de cabeça para baixo) nos “antigos” conceitos, usando-se
como base para o “novo” conceito o mais antigo símbolo: O triângulo (1946).

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I – Programa anual : É dever e responsabilidade do Departamental para com
os seus liderados prover um programa com atividades, eventos e demais informações
úteis, para que possam criar os seus calendários de atividades. No caso dos
Departamentais de Associações/Missões, este programa deve ser enviado aos
Regionais e Diretores de Clube no inicio do ano eclesiástico. Assim, as Regiões e
Clubes tomam por base este programa para criarem e fixarem as datas dos seus
eventos baseados no programa “oficial”, evitando assim conflito de datas. Uma vez
de posse deste calendário ou programa anual provido pelo Departamental, não há
desculpas do tipo: “O Clube não vai (ou está) participando porque já tinha outro
compromisso”. Lembre-se que o Departamental é para servir, orientar e dar suporte
aos seus liderados. Assim que quanto antes e mais completo venha o programa das
Associações/Missões, mais suporte os Clubes terão, e mais chances de errarem
menos. O que deveria conter este programa?
A – Palavras de incentivo: Nada como começar com incentivo. Encorajarm os
liderados na grande missão e bênçãos que os aguardam, por traz do árduo trabalho
que irão enfrentar. Nunca “cansar” de re-frisar a importância deles frente às Regiões e
Clubes no intuito de atingir o objetivo: “Salvar do pecado e guiar no serviço”.
Lembrar e incentivar que todas as ações deles na liderança são para salvar aquele
menino e menina que Deus pôs sob seus cuidados. O resto não importa.
B – Novas informações/novidades: Livros do “Clube do livro”, novos
Manuais , apostilas, materiais e etc... que foram criados pelas organizações
superiores. Desbravadores, como todo bom jovem e juvenil está sempre a espera de
novidades, as “ultimas”. Pode não parecer, mas só em saber que tem um novo
material, para o Desbravador significa que “agora sim vai ficar melhor”.
C – Eventos em nível de Associação/Missão: Os cursos, congressos,
encontros, Camporees e etc... Devem estar neste programa. Assim sendo, e baseado
nestes eventos, os Clubes e Regiões preparam os seus eventos e suas campanhas e
treinamentos para estarem presentes.
D – Eventos a nível de União/Divisão/mundo: Mesmo que seja impossível
para muitos Clubes a participação, só o fato de saberem que estão acontecendo outras
atividades em diversos lugares, traz um “fogo” a mais, tanto para os Líderes como
para os liderados.
II – Registros: Ter sempre atualizados os registros e cadastros dos Regionais,
Diretores e números de Desbravadores, Aventureiros e participantes dos Clubes de
Líderes. Ter estes dados os mais completos possíveis, afinal numa “emergência”, o
Departamental poderá contatar a todos. Exemplo : De ultima hora um Departamental
da Associação Geral, numa visita não agendada está na “área”. E agora? Você tem
telefone, celular, radioamador, bip e etc... de “todo mundo”. Então em horas você
consegue arregimentar um verdadeiro ”batalhão”, para surpresa do “visitante
surpresa”. Resultado: O visitante sai com uma boa impressão e os participantes, com
certeza animados pelo “evento surpresa” e pelas palavras do ilustre visitante. Vale
também para situações de real emergência, como catástrofes, ajuda a defesa civil e
etc...
III – Material: Pior do que “matar” um Desbravador, é ele “se matar” para
fazer uma Classe ou Especialidade e não ser investido por falta de material. Poderá
ser o “decreto de morte” do Desbravador, do Clube ou ainda a “morte do
Departamental”, no conceito dos liderados. Eles estão atrás de aumentar o saber (e o

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número de distintivos e insígnias no uniforme), todo e qualquer esforço é valido e
“louvável” por parte dos Líderes . É uma competição! Ainda mais , é uma guerra!!
Tirar estes meninos e meninas de diante da TV, filmes, e outras formas de
“entretenimento” sempre accessível e “maquiadas” para os desviar do caminho. Nada
poderá ou deverá atrapalhar. É seu dever prover, como Departamental, tudo
relacionado ao interesse deles. Jamais deixe frustrar um juvenil ou jovem.
IV – Cursos : Dar, ajudar, criar e incentivar o maior número de cursos. Sejam
de formação de Líderes, sejam de cargos específicos (Diretor, Conselheiro, Capitão,
Instrutor etc...) ou de Especialidades ou outros de cultura geral (palestras com
médicos, psicólogos, professores e etc...). A liderança é um sacerdócio. Parafraseando
Oséias 4:6 ...“o meu povo (Desbravador, Aventureiro e Líderes) esta sendo destruído,
porque lhe falta conhecimento”, frase conhecida e recitada, porém, o versículo 6 não
acaba ai; ... “Porque tu, sacerdote (Diretor de Clube, Regional e Departamental)
rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejam sacerdote
diante de mim; visto que esqueceste da lei do teu Deus (conduzir o sacerdócio
levando conhecimento ao seu “povo”, os liderados) também eu me esquecerei de teus
filhos” (é uma afirmação de castigo, condicional a ação do seu e meu sacerdócio
como lideres!).
V – Relação com as autoridades : Uma vez que nosso “exército” tem a
máxima : “Amamos a pátria porque amamos a Deus”, e somos o “cartão de visita” da
IASD , é dever do Departamental um bom contato com as autoridades constituídas.
Não só no dia do desfile, mas para se apresentar disponível para campanhas
filantrópicas em conjunto com os Fundo Social de Solidariedade, Secretarias do Bem
Estar Social , Secretarias de Saúde em atividades comunitárias onde os Clubes podem
e devem atuar. Deste bom “trânsito”, advirá dois benefícios: Divulgação da igreja,
dos Clubes e de nossa filosofia de vida e apoio das autoridades, sempre que delas
precisarmos. Os organismos públicos sempre estão dispostos a ajudar (inclusive com
verba), entretanto ajudam a quem conhecem. Não poucas vezes gastam verbas do
erário público com “desnecessariedades” por que estamos nos escondendo deles. Sem
contar com o beneficio para cada participante, sentindo-se útil. Vale a pena “ir atrás”,
temos uma força-tarefa que sempre causa espanto e surpresa nas autoridades.

Preparo e atuação para liderar eventos:


Para “começo de história”, vamos a história do “Super Líder Master Avançado
II” Moisés .

Como pode se notar, Moisés foi o maior Departamental que já existiu, e


atuação em eventos, indiscutivelmente, incomparável. Afinal, o “Camporee” de 40
anos, com o número de 600 mil homens participantes e sequer treinados como são os
Desbravadores, Aventureiros e Clube de Líderes, era uma tarefa “sobre-humana”! Só
mesmo com Deus a resolver os “detalhes”, uma vez que diferente do que você
Departamental possa programar para seus liderados, não houve para Moisés as
oportunidades de preparo prévio do evento. Baseado entretanto nesta história, você

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Departamental poderá extrair as mais importantes lições para seu prévio preparo e
atuação quando a liderar os seus eventos, sejam eles Camporees, congressos, cursos,
encontros, desfiles e... até um “Camporee-expedição”. Vamos as lições:
1o – O maior problema:
Em todo e qualquer tipo de evento, a sua falta ou excesso trarão aos
participantes descontentamentos, e ao Líder o não sucesso completo de sua missão:
Não verá os “frutos do trabalho”, o resultado final. Assim como aconteceu com
Moises, porem você, diferentemente dele pode (e deve) preparar-se para evitar e
enfrentar este que é o maior problema. Já sabe qual é, seguramente; não? Água! Foi
por causa dela, primeiro em excesso, que Deus mostrou seu poder; abrindo o Mar
Vermelho e fazendo que Moisés se fizesse tão respeitado como Líder do evento.
Porém , foi também por causa da água ; no caso a falta dela, que Moisés mesmo
sendo muito mais Líder que todos nós , o único “Super Líder Master Avançado II” ;
não só perdeu a paciência como a oportunidade de “assistir” o final do “Camporee”.
Um bom líder aprende (e tira lições) não só dos acertos, mas principalmente dos
“erros” dos outros. Assim que ao programar um evento, esteja certo de que você não
esquecerá deste “item”, o mais problemático. Água! A mesma deve ser em
abundância, qualidade, fácil acesso e , tenha sempre uma saída “extra”, caso possa
ocorrer uma emergência. Para um Desbravador ou Aventureiro, se o “gramado” para
a barraca não for lá um “tapete” (ou colchão), ele vai dormir menos, mas nem por isso
vai resmungar. Pode faltar sombra (apesar que com povo de Israel eles tinham a
“nuvem”), pode ter algum problema técnico na programação (exemplo : chuva na
hora da formação, acabar a luz, faltar um “convidado especial”) e até a comida sair
não tão “comível”. Nada disto vai tirar o bom humor dos meninos e meninas (apesar
que as vezes os adultos , tal qual os adultos de Israel comecem a reclamar e mereçam
ser punidos). Água, ou melhor a falta dela tirou de Moisés o “Direito” de participar e
receber os agradecimentos na “Cerimônia de encerramento”. Você pode e deve
atentar a este item, água , caso contrário você também vai “perder o encerramento”
seu evento. Por outro lado, o excesso dela, chuva, lago, rio, mar, etc... também pode
destruir totalmente seu evento. Tenha todo cuidado possível, programando-se tanto
para eventuais ocorrências de chuva “indesejada”, tendo sempre outra “opção” àquela
atividade. Quanto aos “Mar Vermelho ” ou “ Rio Jordão”, lembre-se que todo povo
passou com segurança. Jamais descuide de qualquer água. Rio “rasinho”, “laguinho”
pequeno e “marzinho” calmo, não existem quando se tem um grupo de crianças,
juvenis, adolescente ou jovens; por esta razão tem que haver preparado todo esquema
de segurança. Uma vida perdida na água por falta de segurança trará não só o fim do
evento como também conseqüências nefastas para as crianças para sempre.
2ª - Divisão das responsabilidades
Como você já viu na história de Moisés, ao tentar levar sozinho o evento ,além
de estar “ se matando “ , estava também “ matando “ os liderados . Esta , é por
exemplo a razão de nos Camporees se instituírem os Oficiais de Dia ( e de noite
também) para resolverem os problemas e dirigirem a programação . A divisão de
responsabilidades significa também a divisão dos problemas , do trabalho , das
dificuldades mas não da autoridade . Apesar de Moisés ter instituído os “ chefes “ de
1.000 , de 100 , 50 e de 10 , o Líder do Camporee continuou SENDO Moisés . Alguns
Líderes pensam , erroneamente , que ao instituírem outros “ chefes “ , significa que
estão se “ esvaziando” da autoridade ou ainda da responsabilidade. Nem uma nem

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outra coisa é certa. Divisão não é igual a omissão . Os “casinhos” ficam por conta dos
“chefes” de 10 (Conselheiros de Unidades), de 50 (Diretores de Clube) de 100
(Regionais), de 1000 (Departamentais de Associação\ União) e as “Broncas” os
verdadeiros “pepinos” vem para as mãos do “Chefe Geral”. Deve-se também instruir
um “STAFF”, um “conselho” que no caso de Moisés era de 70 anciãos. Como diz em
Provérbios o sábio Salomão “na multidão de conselheiros há vitória” (Provérbios
24:06). E você nota que era anciãos, ou seja pessoas experientes, que poderiam dar
bons conselhos. É verdade que as vezes, todo o “conselho” “pisava na bola”; cabendo
ao “Super Lider Master Avancado II” Moisés “por ordem no acampamento” e dar a
palavra final. Foi graças a esta atitude de dividir as responsabilidades, tirando de si
toda a carga e responsabilidade do evento que Moisés pôde ter tempo para outras
tarefas importantíssimas, como: Escrever os 5 livros do Pentateuco (provavelmente o
livro poético de Jó já havia sido escrito quando nos 40 anos do deserto de Mídia, e
acho até que eram as histórias para a programação noturna, o “fogo do conselho”),
compor e ensinar Salmos e cânticos (com a assessoria da irmã-música Miriã) e acima
de tudo construir o tabernáculo. Imagine se Moisés continuasse a julgar o povo o dia
todo e não aceitar o conselho do sogro Jetro (Êxodo 18), quem iria escrever Gênesis,
Êxodo, Levíticos , Números e Deuteronômio ? Quem iria receber a “planta” detalhada
do tabernáculo, copia do celeste, onde cada “detalhe” tem um significado e simboliza
alguma importante doutrina referente a adoração e salvação de Deus? Não tem como
ser diferente. Ou você aprende a lição com o Líder do maior e mais longo Camporee,
Moisés (afinal 40 anos é tempo!) ou ao tentar “levar sozinho” todo o seu evento, você
“se mata”, “mata” as oportunidades de outros te ajudarem e por fim, a pior
conseqüência : Acaba “matando” os liderados. Como diria o adágio popular: “dividir
é multiplicar”. Multiplique o alcance e eficiência de suas ações dividindo as
responsabilidades. Isto vai gerar uma 3ª lição:
3ª - Novidades para os liderados:
Já citamos, porém vale a pena lembrar, que ao dividir as responsabilidades, vai sobrar
tempo. Ai entra você, e atua a cada momento ou dia apresentando “novidades”,
surpresas. Talvez seja difícil ser como Moisés que tinha muitos dons. Escritor,
compositor, cantor só para citar alguns. Mas você pode com este tempo disponível
criar algumas “novidades”: Exemplo : Visitar a “cozinha” de diferentes Clubes; isto
significa comer com eles. Não sei se você já fez esta experiência; mas posso afirmar
que marca para o Clube e os participantes para o resto das vidas. É o máximo! E você
só precisará... comer com eles. Viu só; nem tem que ter muito “dom”, assim como
Moisés . Talvez você não seja lá bom músico; arrume uma “Miriã”. Moisés até no
finzinho estava sempre apresentando alguma novidade. Acha que não? Leia então
Deuteronômio capítulos 32 e 33 e veja só a “cerimônia” de despedida do “cargo” de
Moisés . Ensinou um cântico e deu os anúncios finais, bem como antecipou a
“premiação”, já que por causa do “maior problema” ele não estaria na “cerimônia de
encerramento”. Tenha a cada dia algo novo a apresentar aos liderados. No caso dum
congresso de um dia, por exemplo mostre alguma idéia inovadora. No caso de um
curso , Instrutores “tradicionais”, e alguém “novo”, uma “novidade”. No caso de um
desfile , faixas, pelotões e até carros alegóricos “novos” são a sua parte. No caso de
Camporees , sempre busque tudo novo. Atividades novas, corinhos novos, tema novo,
trufo novo, área de acampamento nova. Nada de repetições. Afinal, você é o
responsável para trazer as “novidades”. Caso contrário, se tudo for sempre igual, é

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capaz que inventem um “bezerro de ouro” para “inovar”, ou alguma aproximação
com alguma “adoração Moabita”, como em Baal-Peor, e você vai ficar na “peor”.
4ª - Não há privilégios “especiais”!
Seja qual for a importância do seu “cargo” (ou cargo a que aspire) esta é uma ordem!
Para evitar que Moisés cometesse este tipo de erro, Deus deu pessoalmente esta
instrução. Afinal, não existem privilegiados ou desprivilegiados perante Deus. Ele no
seu poder, disponibiliza seu amor, atenção e cuidado a todos sem diferenças. Num
evento, seja qual for, jamais você deve tratar diferentemente aos Clubes (ou Regiões,
ou Associações, ou Uniões, ou... Divisões?), mesmo sendo eles indiscutivelmente
“diferentes”. Algumas são maiores, outros menores, alguns mais antigos, outros tem
mais condição financeira. Com certeza alguns são mais bem equipados enquanto que
outros só tem o ânimo como equipamento. Alguns vieram para o seu evento de mais
longe, outros são “experientes” enquanto alguns podem ser “novatos” como agir nesta
situação, evitando um tratamento “diferenciado”, sendo, entretanto diferente?
Imagine então para Moisés , afinal o que não faltava eram diferenças entre os seus
“campos”, as tribos. Se você buscar em Números 1, por exemplo , você verá que em
tamanho, a diferença entre as tribos era muito grande. Só dos de 20 anos para cima
tinha a tribo de Judá 74.600, bem mais que o dobro de Manassés com seus 32.200.
Bem, se juntasse Manassés (32.200) com Efraim (40.500) para formar os
descendentes de José daria quase o mesmo que Judá, somente 1.900 a menos. Mas,
Benjamim só tinha 35.400, pouco mais que Manassés (3.200) mais ainda menos que
Efraim (5.100) e era um dos 12 filhos de Israel. Seus Clubes também serão assim. As
vezes um mais novo poderá ser maior que um mais antigo, e assim por diante. No
caso de Moisés , Deus deu as ordens quanto a escolha da área no Campore ( Números
2). E você notará que divididos em 4 estandartes (quem sabe Uniões?!) sendo 3 tribos
em cada um. De modo que na área de acampamento (e foram 54 áreas diferentes nos
40 anos) todos estivessem mais ou menos eqüidistantes da área principal; o
Tabernáculo. Também em marcha, iam dois estandartes a frente; o de Judá (com
Issacar e Zebulom) o de Rubem (com Simeão e Gade) depois seguiam os Levitas
carregando o Tabernáculo (o que seria o “palco” do seu Camporee) a parte mais
importante, seguidos e protegendo a retaguarda o estandarte de Efraim (com
Manassés e Benjamim) e por fim, Cerra fila , o estandarte de Dã (com Aser e Naftali).
O Tabernáculo (o palco) onde aconteciam as “programações” tanto religiosas como
leitura das ordens e leis (ordem do dia, regulamentos, avisos, civismo e etc...) estava
no meio. Rodeada ao leste Judá e suas turmas, ao sul Ruben e suas turmas e Efraim e
suas turmas ao oeste e Dã e suas turmas ao norte. Todos então convergiam ao centro
de atenções o Tabernáculo; o seu palco.
Bem, talvez na área do seu Camporee seja impossível colocar os Clubes (ou
Associações ou Uniões ou Divisões) distribuídos desta forma. Tenha então o cuidado
de fazer o possível e impossível para não cometer deliberadamente injustiças ou
privilégios. Se tem áreas melhores e piores (e sempre tem), então coloque nas
melhores os que são “tecnicamente” desfavorecidos, por exemplo. Os que vieram de
mais longe, ou menos equipados, ficam nas áreas melhores e os mais “tecnicamente”
favorecidos ficam nas áreas piores, soará como um desafio para mostrarem como
“são bons”. Você estará equilibrado todos, nivelando as condições, e receberá igual
atenção e respeito. Afinal Departamental você achava que todos estes detalhes e
números foram escritos por Moises só para aumentar o numero de capítulos ou livros

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por ele escritos? Não mesmo! Foram escritos para que você Departamental tivesse
donde extrair lições divinamente inspiradas quanto a forma de “Preparo e atuação
para liderar os seus eventos”. E até na despedida, Moisés deixou uma lição que você
não pode deixar de seguir. Está em Deuteronômio 33, no ultimo dia da vida do
Departamental e “Super Líder Master Avançado II”, a hora da despedida, do
encerramento do seu evento (congresso, curso, Camporee e etc...) onde Moisés dá a
sua benção e palavras de incentivo a todas as tribos. Você tem que fazer o mesmo.
Nada de premiar um ou uns vencedores. Todos que estiveram no evento são os
vencedores. Todos sairão com a sua benção e palavras de incentivo. A ultima
impressão é que fica, diz o ditado popular. Deuteronônio 34:10 ...“nunca mais se
levantou em Israel profeta algum como Moisés...” é assim que encerra o livro de
Deuteronômio e o relato da vida do Departamental.
Quanto mais você Departamental conhecer a vida de Moisés, mais você terá
soluções para seus eventos. Mais você terá coragem de ousar um evento maior e mais
marcante para os seus liderados. Quem sabe, até um... Camporee-expedição!

Cap. VII – Conclusão

O seu exemplo em liderar:

Toda pessoa que chega a uma posição de liderar receber em sua formação a influência de
algum (ou alguns) Líder, que observou, e de quem adquiriu idéias e características. Todos
os líderes, indistintamente se inspiram nas atitudes e ações de outros líderes que vieram
“na frente” para nortearem seus esforços, planos e mesmo conceitos pessoais quanto a
própria liderança. Não é difícil que você tenha se decidido a participar desta “aventura-
tarefa” de liderar, no desbravadorismo, por influencia de algum (ou alguns) grande líder
que você conheceu. Às vezes um sermão , ou ao vê-lo em “ação” frente a seus liderados,
motivou-o a ser “como ele” (ou eles). Pode ter sido mais pessoal, uma palavra de
incentivo ou apoio deste (destes) Líder dirigida a você, fez com que seu “coração”
tomasse aquilo como profecia e desafio. Algo que você tem que honrar. Foi assim com
você, Conselheiro, Instrutor, Diretor, Regional ou Departamental, enfim, Líder que
aconteceu? A apartir deste acontecimento, você passou a observar mais, imitar o seu
Líder (ou Líderes) buscando ver sempre a maneira dele atuar e agir frente a tarefa de
liderar? É possível (e provável que pelo menos no principio você tenha até adquirido
algumas características, incorporado certos gestos e frases do seu “líder exemplo”,
mesmo que inconscientemente, afinal você também queria “chegar lá”, não é mesmo?
Não pense que é vergonhoso “confessar” estas ações, pois todos os grandes lideres de
todos os tempos sempre buscaram exemplos, “Líderes-exemplos”, para assim
direcionarem seus lideranças (de uma olhadinha no Apêndice-histórico dos Líderes para
confirmar). Quem sabe até, o seu (ou seus) “Líder-exemplo” possa ter sido um (ou uns)
dos 7 Líderes, grandes Líderes, que participam da apresentação deste livro. Talvez você
tenha feito um “mix” de todos eles. E a partir do resultado criou sua forma de liderar.
Pode ser que a partir da leitura deste livro você comece a buscar mais exemplos nas

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lideranças de Neemias e Moisés. No entanto, como não podia deixar de ser, neste
capitulo de conclusão, deixe te apresentar o mais famoso dos “personagens” de todos os
tempos. É certo que todos conhecem sobre Ele. Mas vamos analisar apenas alguns
aspectos de sua vida sob a óptica de sua liderança. Vamos ver a forma d liderar de Jesus.
Afinal Ele foi o exemplo para nós em tudo... Inclusive liderar.
Jesus não era alguém de origem importante. Às vezes alguns pensavam que para
vir a ser um grande Líder, a pessoa tem que ter “origem”; de berço, ou ainda
“sobrenome” ou “pedigree”. Se dependesse destes detalhes, Jesus jamais seria sequer
“subalterno”, quanto mais Líder. Origem “desconhecida”, ao invés de “berço de ouro”
teve uma manjedoura, um lugarzinho no meio do estábulo, não deveria indicar um bom
começo para um futuro grande Líder. Quanto a sobrenome, não fora a aparição do anjo
do Senhor, José sequer ficaria para ver seu nascimento. Apesar de ser da linhagem de
Davi, o “pedigree”, naquele tempo não era grande coisa. Afinal, que mandava eram os
Levitas, isto depois das ordens dos Romanos, de quem eram tributários. Nada promissor
para alguém vir a ser um Grande Líder, ou ainda vir a liderar a maior tarefa, a “missão”
que esteve sob sua responsabilidade. Não faz a menor diferença portanto de “onde você
veio”! Você pode (e irá) pelo poder de Deus se tornar (com absoluta certeza) num Grande
Líder no Desbravadorismo, e cumprir também a sua missão.
Estudo e preparo “técnico – acadêmico”.
Nosso exemplo Jesus, não teve preparo acadêmico para atuar na liderança. Mesmo por
que, Nazaré era não mais que uma “vilazinha” sem importância. Um subúrbio no pé-do-
morro que segundo os “doutores” da época...”pode vir alguma coisa boa de Nazaré”?...
demonstrava bem a “fama” de onde Jesus fora criado. Quando a trabalho, carpinteiro era
algo simples e humilde. Mesmo que você tenha passado a infância e a juventude vivendo
numa “área” não lá muita bem conceituada, isto não é pretexto pra que você não venha a
ser um Grande Líder. Podem até alguns “Doutores da Lei” e “Fariseus” virem a
questionar sua origem...”pode vir coisa boa da vila”... “lá só tem favelas e marginais”...!
Quanto a sua ocupação, trabalho ou ofício não é o desqualifica para a liderança. Qualquer
profissão desenvolvida com esmero é digna; seja carpinteiro, pedreiro, vendedor ou
importante empresário ou doutor.
- Escolha de acessores.
Todo bom Líder deve estar assessorado por pessoas altamente qualificadas, certo? Vamos
só dar uma olhada no “time” de assessores que Jesus escolheu, antes de qualquer
conclusão: Pedro , André, Tiago e João = Um terço do “time”, os primeiros convocados
eram parentes e/ou sócios. Um mal começo para uma “acessoria”. Quanto as qualidades
dos escolhidos, pior ainda os quatros eram pescadores. Profissão braçal e comum, “nada a
ver” com a habilidade de liderança, arte de falar em publico ou ainda conhecimento
profundo da “missão” a ser realizada. Para atender o chamado à participar como
assessores, Jesus teve que como bom Líder, “entrar na deles”, convidando-os para serem
“pescadores de Homens”. Apesar dos quatros serem da mesma profissão, eram
completamente diferentes. Pedro, explosivo e talvez até meio “cabeça-de-pedra”,
demorava a entender as coisas. André, seu irmão foi o Primeiro dos quatro primeiros,
pois sendo discípulo de João Batista e inteligente, “pescou” a mensagem de João Batista
ao dizer que Jesus era o “Cordeiro de Deus” (João 1:36 a 40). Os outros dois filhos de
Zebedeu não só eram diferentes como foram diferentes “até a morte”. Enquanto João,
discípulo amado foi o último dos 12 a morrer, Tiago , seu irmão foi o primeiro a partir
por causa da “missão”. Não o primeiro dos 12 assessores a morrer, pois isto coube a

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Judas Iscariotes, morreu na missão de traição ao Líder por si mesmo. João escreveu um
Envangelho , três cartas e o único livro profético do Novo Testamento. Tiago seu irmão
provavelmente não chegou a escrever nada por falta de tempo. Morreu ainda no começo
da missão. Já o outro Tiago, que também tinha um irmão no time dos assessores, Judas,
escreveu um dos livros mais fortes do Novo Testamento . O outro filho de Alfeu, Judas
Tadeu, teve sérios problemas quanto a nomes, já que Judas, tornou-se sinônimo de traidor
; teve que começar o seu livro já se explicando: “Judas, servo de Jesus e irmão de
Tiago”. Entanto apesar de escrever um livrinho pequenino, conseguiu fazer um resumo
de quase toda a Bíblia (ver história de Judas Livro II). Alguns como Mateus, sua
profissão anterior a de “assessor”, está claramente descrita, coletores de impostos,
enquanto outros como Filipe, o que ficou conhecido foi sua profissão “a posteriori”, o
evangelista . Bartolomeu, sequer sabe-se sua ocupação, e ao que parece, deve ter sido o
mesmo amigo de Filipe, que aparece com o nome de Natanael, ambos da mesma cidade,
Betsaida. Tomé, ficou famoso por sua incredulidade, era também uma mostra de que não
se convencia facilmente, porém era alguém fiel e denotava muito amor a Jesus,... “então
Tomé disse aos condiscípulos : Vamos também nós para morrermos com ele” (João
11:16). E por fim Simão, o que continuou como Simão (já que outro Jesus apelidou de
Pedro) era um ex-participante dum grupo de fanáticos e revolucionários. Uma facção que
por zelo as leis e costumes insurgia-se contra toda autoridade Romana. Que tal, com um
“time de assessores” deste, você “toparia” a “missão” de só... “ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda a criatura”(Marcos 16:15)? Talvez você esteja se dizendo:
“Jesus apesar de humano era Deus e...” sim! Mas liderar, significa que você tem
liderados, você envolve outros. Jesus não tomou esta “missão” de pregar em todo o
mundo sozinho. Você não é (ou esta) líder sozinho. Para ser líder, você tem que envolver
outras pessoas, liderar, mesmo que não sejam tão qualificados ou preparados, instruídos,
como o fez Jesus. Não faz mal que você consiga só uns 12 para serem liderados por você.
Já esta bom, você já estará liderando. E mesmo que um (ou mais) venha a te “trair”, não
se dê por vencido ou frustrado; não poderá ser pior o grau de traição do que o foi com o
assessor Judas Iscariotes; por 30 moedas não só traiu como entregou seu líder a morte! E
mesmo com este “time de assessores” Jesus conseguiu levar a cabo uma “missão” que
tinha tudo e um pouco mais para dar errado. É só ver os fatos seguintes, e você se
animará, pois suas condições serão com toda certeza bem menos dramáticas em sua
liderança.
- Sob domínio de outra nação.
A lei natural diz que o dominador impõe-se ao dominado. Sendo assim, os liderados
deveriam ser influenciados pelas leis, costumes e crenças dos dominantes, os Romanos.
Não foi isto o que aconteceu. Não foram influenciados por Roma, jamais aceitaram seus
costumes pagãos. Mesmo estes sendo impostos por força e violência. Você e seus
liderados não devem aceitar qualquer tipo de influencia pagã dos “Romanos” atuais.
Dominam a “moda” e os costumes? Não de você Líder e de seus Desbravadores e
Aventureiros.
- Trabalho de campo.
Jesus após um primeiro “curso de treinamento” mandou seus assessores em duplas (dois
dá mais coragem que um só) testarem o que haviam aprendido. Só entre os “seus”. E pela
forma das instruções, fica claro que muitos não iam aceitar os “Líderes em treinamento”.
Você Líder, tem que por os seus liderados à prova, testá-los. Use se preciso for a mesma

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“técnica”: Duplas. Pode ser algo simples para você, porém numa primeira experiência se
um falhar, tem o outro. Aprender é praticar.
- Ensinar.
Qual é a melhor forma de uma líder ensinar? Usar experiências e fatos comuns aos
liderados. Como você viu, até no chamado Jesus usou esta técnica. Pescadores?
Pescadores de homens! Ao ensinar, Jesus usava de ilustrações comuns aos seus ouvintes,
de modo a que todos pudessem entender a mensagem. Falava através de parábolas sobre
sementes, plantas e plantações, árvores e frutos; afinal, eram na sua grande maioria
agricultores. Fermento, massa , pão; muitas donas de casa. Imagine você tentar ensinar
para um Aventureiro de 5 ou 6 anos a especialidade de química, falando sobre isótopos,
isóbaros e isótonos ? Mais ainda, você num grupo de Desbravadores nascidos e criados
no centro de São Paulo, usar como ilustração as coisas do campo. Os meninos e meninas
“urbanos” não vão entender nada. Que tal num clube da Amazônia você falar de metrô,
prédios, terminal do “busão”? Vai parecer outra língua. E aos Desbravadores de Natal,
por exemplo, você falar sobre montanha de neve, lavouras de uvas e secóias ? Não é a
“praia” deles, mas se você falar sobre dunas, salinas e cajueiros (e dá-lhe cajueiro) sua
mensagem será entendida com certeza! Ao liderar, seja como o maior Líder de todos os
tempos” Ensine! E ensine buscando exemplos do dia-a-dia dos seus liderados. Nada de
palavras difíceis, termos rebuscados ou exemplos filosóficos para “impressionar a
platéia”. Não funciona!
Equipamentos/manuais:
Sua vantagem aqui, é séculos (ou milênios) superiores as condições de seu “Líder-
exemplo”. Jesus não tinha: Sede, equipamentos ou sequer manuais e apostilas. Nem
mesmo a Bíblia como hoje temos. Havia somente os rolos do Velho Testamento e em
pouquíssima quantidade, o que restringia o seu uso. Mesmo assim, inspirou a 5 dos 12
(ou 11 remanescentes) a escreverem os seus “manuais e apostilas”. Quase metade dos
“assessores” produziu material. Você hoje, Líder tem a sua disposição muita material de
apoio. Além dos manuais e livros específicos, milhares de publicações sobre liderança,
psicologia, atividades recreativas, esportes “radicais” estudos sobre natureza e até a
Bíblia, completa e de fácil “acesso”. (até este livro sobre liderar).

Final do treinamento:
Os “assessores” de Jesus, até no final do treinamento, ainda não tinham entendido os
“porquês” da missão que iriam enfrentar. Ainda discutiam quem ia ter qual “cargo” no
reinado, quando o seu Líder viesse a ser o rei de Israel. Pior, tinham “botado até a mãe no
meio” duma controvertida disputa sobre os melhores “cargos” e “posições de honra” até
no “reino do céu”. É... líder! A missão do nosso Líder-exemplo Jesus estava destinada a
um aparente e inevitável fracasso. Ultima noite, para piorar, um dos 12 “assessores” o trai
e entrega a morte. E para a situação ficar irremediavelmente pior, morre o Líder
condenado como um criminoso, na vergonhosa morte de cruz! Aparentemente tudo
perdido. Treinamento e liderança infrutífera. Foi assim? Você e eu e mais quase toda a
humanidade sabe que não. Dum Pedro, impulsivo, violento e não muito inteligente (ver
história de Pedro) saiu uma das principais colunas da igreja. Duma Maria, pecadora (ver
história de Maria Madalena) saiu uma testemunha ocular da glória de Jesus, ressurreto. E
por sua liderança de amor a cada um de nós, a “missão” foi um sucesso inimaginável.
Mas... foi quase toda a humanidade atingida pelos ensinamentos do nosso Líder-exemplo,
Jesus. O ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”. Quase significa, não

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todo mundo e toda a criatura. E ai entra você e eu! Ainda mais, você, eu e nossos
“acessores”, juntamente com todos os nossos liderados. Sabe por que? Porque Jesus
nosso Líder-exemplo nos deu esta tarefa, esta “missão”:... “e será pregado este evangelho
do reino por todo o mundo a testemunho a todas as nações. Então vira o fim” (Mateus
24:14). O quase, é a nossa missão, o nosso alvo! E é mesmo o alvo dos Desbravadores
dos Aventureiros , Líderes e todo aquele que quiser fazer parte do “time de assessores”
do Líder Jesus Cristo. “A mensagem do advento a todo mundo em minha geração!”
Temos que liderar tendo em vista este alvo, principalmente por que ao fazê-lo,
nesta geração, teremos o privilégio de concluir a “missão” inicia da por Jesus, entregue a
seus “assessores”, os discípulos e apóstolos, e que ao assim fazermos veremos “o fim”. O
fim do mundo como se encontra hoje, e o inicio de um “novo céu e nova terra, pois o
primeiro céu e a primeira terra passaram” (Apocalipse 21:1). Então Líderes e liderados
sob a liderança de Jesus o nosso exemplo em liderar teremos todo o necessário para todo
o sempre. Liderar é multiplicar, alcançar o quase que falta ser alcançado. Você líder sai
na “frente” desbravando aqueles corações que ainda precisam ser desbravados. Seus
liderados o seguem pois o “amor de Cristo nos constrange”. É para esta “missão” que
viemos a ser Líderes . Esta é a nossa “missão final”: LIDERAR!! 06/09/03 - ACDC

RIGOLI

À FAZER NO BRASIL
Apresentação= Líderes que apresentarão e poderão/deverão comentar ao final dos
cap. I a VI. Pr. Léo, Cláudio, Artur, Erton , Bechara , Silvestre e José Maria. Os mesmos
entrevistados quanto à :
Anos de liderança, desde quando e quantos anos como departamental de
Desbravadores. Eventos que dirigiram e outras curiosidades- histórico no apêndice.

Cap. IV- programa sugestivo para o clube dos desbravadores, aventureiros e para
o clube dos lideres como também projeto M.O. P. D
Cap. V- com pr. Silvestre “deveres e regulamentos sugestivos para regionais”.

Apêndice- completar glossário, desenhos, e histórico dos lideres participantes


deste livro. E índice.
APÊNDICE
(glossário + histórico dos lideres, apresentação\participação+índice)
GLOSSÁRIO
Mimeógrafo (copias mimeografadas)= maquina cilíndrica para efetuar copias
heliográficas (carbono+álcool) usada nos anos 60 e 70, cada original suportava até 50 a
60 cópias. Acionada manualmente.
Morfológico = ramo da anatomia que estuda as formas dos seres vivos

Iceberg = grandes blocos de gelo que se desprendem dês calotas polares e são
arrastados por correntes marítimas, causando muitas vezes desastres a embarcações
(como o titanic) e que apenas 1/7 do seu tamanho total é que fica visível sobre a
superfície, o restante, a maior parte fica imersa.
Somatotróficos = Toda e qualquer ação que causa influencia na conduta social de
uma pessoa . Quer atos , palavras , circunstâncias etc...

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APAC = Associação Paulista Central : Nome designado a sede administrativa da
IASD em Campinas que reúne parte do centro do estado de São Paulo.
APO = Associação Paulista Oeste. Primeiramente com sede em Campinas, na 1ª
divisão das paulistas (em sul e oeste) no início todo interior exceto Vale do Ribeira e do
Paraíba.
FEPASA = Sigla de Ferrovias Paulistas S.A, nome da estatal que mantinha os
trens de passageiros, o transporte mais econômico apesar de não tão confortável, servindo
grande parte do estado de São Paulo, porem já em decadência nos anos 80 e que veio
praticamente a extinção nos anos 90.
Palavra abalizada =Palavra sem desvio , dentro de “balizas” . Termo muito usado
para identificar comentários de quem tem autoridade sobre o assunto a ser discorrido .

PHD = graduação máxima em determinada área, também chamada de livre


docência, vem após o mestrado e doutorado.
SANGIORGI = Alfredo Sangiorgi = conhecido professor de matemática, editor de
muitos livros didáticos, sempre com definições de termos.
Hortolândia = até 1991 sub-distrito de Sumaré, tornou-se município a partir de
então e possui o maior número de Desbravadores por habitante (1 por cada 150;
aventureiros cada 100).
Endêmica = termo usado em biologia (zoologia e botânica) que designa plantas ou
animais que só ocorrem em determinadas áreas.
“Bom Samaritano” = nos anos 70 era um departamental da igreja, equivalente as
“Dorcas”, atual ADRA, para os homens da igreja, ajudando na construção e reformas de
casas para pobres.
Novas e Super novas =

Desvio para o vermelho-linhas de fralhauser =

Histórico dos Líderes:

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