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Ressalva-se que embora o conteúdo desenvolvido neste texto destaque o panorama social e
ambiental desde uma perspectiva mundial, estas características são válidas para as análises
do contexto aplicado à realidade brasileira por apresentarem traços comuns.
Umas das iniciativas mundiais voltadas à reflexão sobre temas relacionados às desigual-
dades sociais estão sendo conduzidas pelo Forum Social Mundial (FSM), caracterizado por
um encontro anual organizado por membros do movimento de globalização alternativa com o
objetivo de coordenar campanhas mundiais, compartilhar e refinar estratégias de organização,
debater assuntos relacionados aos países com baixos níveis de desenvolvimento social, além
de se constituir num espaço de denúncia, interação e integração dos diversos movimentos
mundiais com apelos sociais, especialmente o relacionado à defesa dos Direitos Humanos.
O primeiro e o terceiro FSM foram sediados aqui no Brasil, na cidade de Porto Alegre, em
janeiro de 2001 e janeiro de 2003, respectivamente. Neste último encontro foram desenvolvidos
painéis de debates paralelos ao Forum voltados à discussão de possibilidades participativas
O cenário mundial 1
anticomunistas e anticapitalistas, desde diversos aspectos das estruturas sociais, políticas e
econômicas dos países participantes.
As necessidades de água para uso doméstico representam uma fração muito pequena
da utilização da água (menos do que 5% do total), porém a contradição se faz presente
quando constatamos que há desigualdade no acesso à água potável e ao saneamento em
nível doméstico. Esta desigualdade pode ser observada quando, num mesmo país, classes
sociais privilegiadas têm acesso direto a centenas de litros diários de água a baixo preço,
enquanto populações de regiões rurais ou periféricas do mesmo país têm menos do que
20 litros de água que devem ser recolhidas a quilômetros de distância para a satisfação de
necessidades básicas.
O segundo exemplo que ilustra estar a origem do problema na desigualdade e não na escassez
é quando abordamos a água como meio de subsistência no mundo da agricultura e da indús-
tria. De igual modo, apesar de reconhecer que medidas preventivas devem ser tomadas para
não agravar o problema da escassez global da água, nem todas as pessoas são afetadas
da mesma forma. O relatório assinala, a respeito dos sistemas de produção que mantém os
meios de subsistência, o seguinte:
Em regiões da Índia que sofrem de pressão sobre os recursos hídricos, as bombas de irrigação
extraem água de aqüíferos 24 horas por dia para os agricultores abastados, ao passo que os
pequenos agricultores vizinhos dependem dos caprichos da chuva (PNUD, 2006, p. 2).
Segundo dados do Programa das Nações Unidas – Brasil (PNUD, 2006) as pessoas necessitam
de água potável para manterem sua saúde e dignidade além de contribuir com a sustentação
dos sistemas ecológicos e os sistemas de produção que mantém os meios de subsistência.
2 O cenário mundial
Esta privação desigual de água e de saneamento entre regiões e países gera sérios custos
para o desenvolvimento humano, dentre eles foram citados os seguintes:
• a perda de 443 milhões de dias escolares por ano devido às doenças relacionadas
com a água;
• milhões de mulheres passam várias horas por dia para recolhendo água;
Outros dados alarmantes sobre o panorama social são encontrados no Worldwatch Institute
(2005), tais como:
• em 2025, a previsão será de que se nenhuma ação for tomada, 4 bilhões de pessoas
(metade da população mundial) estarão sem acesso ao saneamento básico;
• dos 6,2 bilhões de habitantes do planeta, apenas 1,7 consegue consumir além de suas
necessidades básicas. Enquanto isso, 65% da população americana é considerada
obesa;
• a difícil situação demográfica originada pela migração para grandes centros urbanos
em busca de uma vida melhor, gerando “fatores demográficos de risco”;
O cenário mundial
• as doenças contagiosas estão matando 14 vezes mais de 1,1 milhão de pessoas
anualmente;
As imagens aqui apresentadas foram criadas pelo Instituto Ethos. Foram cedidas pelo instituto
para o curso presencial de Administração, para apoiar a disciplina Responsabilidade Social e
Sustentabilidade, ministrada durante o segundo semestre de 2006.
Somente um evento catastrófico e repentino poderá colocar o planeta no rumo de uma economia
ambientalmente sustentável. Esse “11 de setembro” ecológico deve acontecer nos próximos dois
anos, na forma de uma alta maciça no preço dos alimentos causada pela queda na produção de
grãos da China, resultado da degradação ambiental (ANGELO, 2003, p. 1).
Em entrevista concedida ao jornalista Cláudio Angelo para a Folha de S. Paulo, Folha Online
– Ciência, ele expressa uma das premissas contidas no seu livro Eco-Economia: uma nova
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economia para a terra, lançado em 2003 pela editora UMA. Neste livro, o autor afirma que a
economia clássica gera uma distorção nos preços dos produtos ou serviços ao não incorporar
os custos ambientais gerados no processo de produção desses insumos ou serviços. Estas
influências acabam afetando, de maneira destrutiva, nossos ecossistemas, que, segundo o
autor, são a base da economia.
Uma outra problemática, não menos séria em nível mundial e nacional, está representada pelo
esgotamento da capacidade dos aterros sanitários para absorver toneladas de lixo domiciliar
que são despejados diariamente, ocasionando sérios riscos para a saúde humana e preju-
dicando de forma direta os solos e o meio ambiente. A própria falta de saneamento básico
obriga às famílias a gerarem um impacto ambiental muito sério como conseqüência do destino
inadequado do esgoto e do lixo domiciliar entre outros fatores.
No meio do caos climático, uma boa notícia é a forte divulgação que tanto os meios impressos
quanto os televisivos estão dando para a cobertura do problema do aquecimento do planeta,
gerado pelo efeito estufa. Quais as conseqüências do efeito estufa? De maneira simplificada
poderíamos dizer que tem contribuído para o aumento não esperado da temperatura do
planeta. As informações mais recentes evidenciam que as explicações estão apoiadas em
pesquisas que indicaram que o século XX foi o mais quente dos últimos 500 anos. Estes rela-
tórios também apontam que o aumento da temperatura provocado pelo efeito estufa poderá
ocasionar os seguintes problemas:
O cenário mundial
• desequilíbrios de ecossistemas, ocasionando extinção de espécies vegetais e animais; até
50% das espécies podem desaparecer ou ficar em risco de extinção até o fim do século;
Outro fator que está gerando o efeito estufa é o lançamento de gases poluentes na atmosfera,
principalmente os que resultam da queima de combustíveis fósseis. A queima do óleo diesel e
da gasolina nos grandes centros urbanos tem colaborado para o efeito estufa. O dióxido e o
monóxido de carbono ficam concentrados em determinadas regiões da atmosfera, formando
uma camada que bloqueia a dissipação do calor. Esta camada de poluentes, tão visível nas
grandes cidades, funciona como um isolante térmico do planeta Terra. O calor fica retido nas
camadas mais baixas da atmosfera, trazendo graves problemas ao planeta.
Com relação ao efeito gerado pelas camadas de fumaças originadas pelos meios de transporte
um artigo publicado na revista da Fapesp assinala:
De acordo com um estudo coordenado pelos professores de medicina da USP, Paulo Saldiva e
Nelson Gouveia, publicado em março do 2006, na revista Enviroment Research, verificou-se que
São Paulo, Cidade de México e Santiago no Chile poderiam evitar 150 mil mortes, 4 milhões de
crises de asma, 300.000 internações de crianças e 48 mil casos de bronquite crônica em um período
de 20 anos, e gerar uma economia de U$$ 165 bilhões se reduzissem os níveis de poluição aos
parâmetros indicados pela Organização Mundial de Saúde – OMS (FAPESP, 2006, p. 42).
A idéia de apresentar esta realidade nua e crua não significa rejeitar as formas de progresso
econômico gerado pela abertura e consolidação de empresas em pleno século XXI. O que se
questiona é quais os cuidados e ações que a sociedade como um todo e que o setor produtivo
em particular estão implementando para desenvolver negócios de maneira sustentável.
O cenário mundial
Acredito que toda atividade inserida no sistema de processo produtivo de maneira geral impacta
de forma direta ou indireta o meio ambiente. Então o questionamento não é condenar o sistema
produtivo mundial ou nacional, porque ele é um grande gerador de empregos e fornecedor
de bens e serviços; o que está em jogo é como gerenciar os impactos ambientais associados
ao aumento da atividade produtiva. O desafio é o que fazer no meio de uma sociedade que
Ulrich Beck (1992) denominou “sociedade de risco”.
Para o autor a produção social da riqueza na modernidade é acompanhada por uma produção social
do risco. O processo de industrialização é indissociável do processo de produção de riscos, uma
vez que uma das principais conseqüências do desenvolvimento científico industrial é a exposição
da humanidade a riscos e inúmeras formas de contaminação nunca observados anteriormente, que
ameaçam os habitantes do planeta e o meio ambiente. Agrava o problema a percepção de que os
riscos gerados hoje não se limitam à população atual, uma vez que as gerações futuras também serão
afetadas e talvez de forma ainda mais dramática (BECK, 1992 apud DEMAJOROVIC, 2003, p. 35).
Ulrich Beck faz um paralelo entre a sociedade industrial e a nova sociedade, enfatizando
que a era industrial foi caracterizada por conflitos relacionados aos modos de produção e à
distribuição da riqueza, já nesta era atual a sociedade continua baseada no conflito em torno
da produção mais com a aparição de uma outra variável: a distribuição dos riscos gerados
durante o processo produtivo.
Nesse contexto, acredito que o grande desafio serão os objetivos econômicos poderem ser
conciliados com os objetivos voltados para ações que minimizem os impactos ambientais.
O cenário mundial
1.3 Panorama Econômico Mundial
Os dados que serão apresentados foram extraídos do Relatório anual da ONU – World
Economic Situation and Prospects, 2007.
O relatório antecipa que a economia mundial terá uma desaceleração, em 2007, após três
anos de crescimento histórico, segundo os novos prognósticos das Nações Unidas sobre a
economia global. Diminuindo o PMB (Produto Mundial Bruto) de 4,0% atingido em 2005 e um
crescimento estimado de 3,8 % para 2006, espera-se que o crescimento mundial diminua a
um ritmo de 3,2 % em 2007.
O recessivo mercado de imóveis nos EUA é uma variável importante que influencia a dimi-
nuição da atividade econômica mundial, segundo a ONU. A recuperação econômica no Japão
e na Europa não são suficientemente forte para substituir os EUA como a mola propulsora
da economia mundial.
Na Ásia meridional, liderada pela Índia, também houve uma alta representada por uma taxa de
6,7% em 2006. As perspectivas são de que o crescimento permaneça forte com as economias
da Ásia oriental em expansão a uma taxa de 7,5%, enquanto as da Ásia meridional experi-
mentaram uma leve desaceleração em 2007.
O rendimento dos países menos desenvolvidos permanece forte, atingindo uma média de
quase 7% em 2006, especialmente nos países produtores de petróleo. Antecipa-se que o
crescimento destes países permaneça igualmente crescente em 2007.
Espera-se que o crescimento na Europa, que superou as expectativas em 2006, tenha uma
moderação a um ritmo de 2%, em 2007, e no Japão que também experimentou um crescimento
robusto em 2006, se desacelere a menos de 2% em 2007.
O relatório da ONU adverte que existe a possibilidade de a economia mundial piorar de forma
severa no caso de uma queda mais dramática no preço do segmento imobiliário, nos EUA
(15%). Tal queda não só diminuiria o crescimento nos Estados Unidos a um ritmo abaixo de 1%
em 2007, mas também reduziria de maneira expressiva o crescimento econômico mundial em
aproximadamente um ponto percentual. Tal diminuição poderia ocasionar crises nos mercados
O cenário mundial
hipotecários e detonar um ajuste deflacionário nos mercados desequilibrados globais, aumen-
tando assim o risco de uma grande agitação nos mercados financeiros.
• apesar disso, 80% dos países tiveram renda per capita em 1999 menor do que tinham
em 1989;
• desde 1998, 86% do acréscimo de renda vem sendo apropriado pelos mesmos 20%
da população;
• as três pessoas mais ricas do mundo detêm mais do que o PIB dos 48 países mais
pobres, onde vivem 600 milhões de pessoas;
Soma dos valores financeiros de todas as riquezas produzidas em um determinado período, país, cidade, estado.
O cenário mundial
mico, não necessariamente retrata uma melhora no desenvolvimento social. Eis algumas
razões que podem explicar esta contradição:
• o PIB do Brasil é o 10.º do mundo, com R$ 2,1 trilhões, segundo o IBGE (2007);
• apesar disso, 56,9 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza e 24,7 milhões
na extrema pobreza (IPEA, 2001);
• para erradicar a extrema pobreza brasileira seria necessário não mais que 1% da renda
do país. Para se erradicar a pobreza seriam precisos 5% (IPEA, 2004);
Este conteúdo introdutório não poderia deixar de encerrar esta primeira parte sem apresentar
um texto que recebi do Instituto Ethos, denominado Manifesto pelo desenvolvimento susten-
tável, que tem como finalidade instigar a reflexão dos assuntos abordados neste momento.
Acreditamos que o texto seja apropriado à sua leitura em virtude de ser de autoria de dois
grandes conhecedores e praticantes da RSS no Brasil. Certa de que este artigo também
será de grande valia para a fixação dos conhecimentos e para o desenvolvimento da ativi-
dade prevista nesta unidade, ao mesmo tempo em que constitui a transição para o conteúdo
desenvolvido para o segundo objetivo especifico da disciplina, isto é: entender a relação entre
responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.
10 O cenário mundial
INSTITUTO
O ano de 2006 poderá passar para a história como aquele em que as pessoas, as organizações
empresariais e os próprios governos no mundo inteiro iniciaram um processo de conscientização
a respeito do risco real que a humanidade inteira corre se não houver uma transformação radical
nos modelos de desenvolvimento adotados pelos países até o momento.
Governantes, empresários, cidadãos comuns, enfim, uma parcela cada vez maior de seres hu-
manos acorda para a realidade de que a assimetria crescente entre ricos e pobres e as ameaças
por conta do mau uso dos recursos naturais comprometem não só as sociedades democráticas,
mas exaurem o próprio planeta.
Estranhamente, parece que o Brasil ainda não acordou para esta nova realidade repleta de
ameaças e oportunidades.
Aquecimento global, destruição de florestas, seca, poluição, enchentes, nada disso parece inte-
grar as preocupações de nossos governantes, de nossos líderes e, principalmente, de algumas
entidades empresariais representativas. Parece-nos até que o Brasil alienou-se da sua condição
de um dos maiores e dos mais populosos países do planeta.
O cenário mundial 11
Até a China, que está no limite da sustentabilidade, quando apresentou em Davos o seu plano
qüinqüenal de desenvolvimento, deu grande ênfase ao meio ambiente, à questão da água e às
fontes de energia renovável.
Mesmo a mídia vem mudando de opinião. É o caso do jornal britânico Financial Times, bastião
dos princípios neoliberais no mundo. Em editorial publicado no início de novembro, o jornal reco-
nhece que a “mão invisível” do mercado não é suficiente para impedir a degradação ambiental e
os problemas sociais. “Precisamos encontrar alternativas”, reconhece o editorialista, insuspeito
de qualquer simpatia com movimentos ou opiniões anticapitalistas. Outro pilar da supremacia do
mercado, a revista The Economist, também britânica, não tem dúvidas em afirmar que os negócios
com energia limpa têm o potencial para tornarem-se, em breve, em um “boom” de investimentos,
semelhante à corrida tecnológica das décadas de 1980 e 1990.
Há outros fatos que também demonstram como o desenvolvimento sustentável já faz parte das
preocupações dos mais variados segmentos econômicos: as seguradoras estimulam e aprofundam
a elaboração de indicadores não-financeiros para avaliar os riscos dos negócios. As quatro maio-
res auditorias do mundo (Deloitte, KPMG, Price e Ernst & Young ) aplicam com mais freqüência
critérios não-financeiros para analisar balanços, reconhecendo que os princípios contábeis até
hoje vigentes tornam-se progressivamente obsoletos para avaliar o impacto socioambiental das
atividades das empresas, assim como a continuidade de suas atividades econômicas.
Quando o Instituto Ethos começou suas atividades, há oito anos, preocupou-se em construir uma
discussão que deixa claro para a sociedade brasileira que a responsabilidade social empresarial
(RSE) representa um estágio superior de gestão empresarial, por criar condições para que as
empresas potencializem seus impactos positivos e tornem-se agentes inovadores e parceiros na
construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
12 O cenário mundial
O Instituto Ethos não representa as empresas associadas. Estas têm outras entidades para
representá-las. O Instituto Ethos representa, sim, uma cultura organizacional crescente, um
movimento que vem transformando as empresas de qualquer porte ou setor, ultrapassando até
os limites corporativos. Essas empresas, ao identificar nesses desafios as oportunidades para
realizar negócios de uma outra maneira, tornam-se peças-chave na construção de uma outra
globalização, aquela em que as tecnologias, os processos, os produtos e os serviços contribuirão
para a emancipação de populações marginalizadas e para a construção de sociedades onde a
civilização pode se revelar na sua plenitude, sem comprometer o planeta.
Para muitos países, movimentos vivos da sociedade civil organizada e empresas, o ano de 2006
representa a aurora de um novo modelo de desenvolvimento, que cada vez mais se torna um
imperativo moral, com todos os dilemas e todas as imensas oportunidades que traz qualquer
transformação. Para os brasileiros, no entanto, 2006 poderá ser o ano em que, tal qual avestruzes,
paralisamos perplexos diante de uma realidade que não temos competência para operar.
Por não concordar com a omissão e por ter um profundo compromisso com a responsabilidade
social empresarial e o projeto de desenvolvimento sustentável, por ter o dever do pioneirismo e a
responsabilidade da ação inovadora, o Instituto Ethos decide tornar a premissa do desenvolvimento
sustentável, o motor de sua ação estratégica.
ampliar os canais de diálogo com a sociedade civil e os governos para reforçar o compromisso
do setor empresarial com outro modelo de desenvolvimento;
convocar seus associados e as empresas líderes em RSE para realizar um esforço extraordi-
nário de construção de uma estratégia para a sociedade brasileira, baseada nessas premissas,
bem como para aprofundar o desenvolvimento sustentável como estratégia para o país.
Oded Grajew
Presidente do Conselho Deliberativo
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
Ricardo Young
Presidente
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
O cenário mundial 13
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ANOTAÇÕES
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