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SPIRITIST SOCIET Y
“Love one another. This is the first precept.
Educate yourselves. That is the second.”
A N O 3 ● Nº 8 ● AGOSTO ● 20 0 7
Nesta edição:
Editorial 2
Liberdade de expressão: O conteúdo das matérias deste Boletim, ainda que se pautem pela
Doutrina Espírita, não refletem necessariamente a opinião da editora.
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Registered Charity
No. 1104534 (24.06.2004)
Dai-nos hoje ...
Boletim Informativo
Espírita Cristão
Sir William Crookes A oração dominical permanece a prece por excelência que o
Mestre Jesus nos legou. Celebrada na parte final do Evangelho
Segundo o Espiritismo, podemos meditar sobre cada palavra e
Ano 3 ● n° 8 encontrar sempre novos matizes de significado entranhados em
Agosto ● 2007 suas linhas inesquecíveis. Esta porém, nunca me pareceu
suficientemente explicada:
Luís del Nero Estaríamos aqui simplesmente rogando ao Pai que nos
proporcione alimento, sobrevivência? Sim, mas tendo em mente
o propósito evolutivo do nosso existir na carne. O pão que nos
Redatora: mantém vivos, sobrevivendo neste plano físico, escola bendita da
Emilia F. da Silva reencarnação. Mantende-nos, Senhor, vivos ainda mais um dia,
para que possamos pôr em prática nossos propósitos, levar a
cabo nossos projetos que trazemos desde antes desta vida.
Home page:
Sabemos que o Pai não precisa de nossa prece, como se fosse
www.sirwilliam.org um dos deuses antigos que tinham de ser apaziguados. Nós sim,
precisamos dela e ao nos dirigirmos ao Eterno, lembramos da
Sua existência em nossas vidas, ou das nossas vidas na Sua
E-mail:
existência. Com essa simples lembrança, elevamos o nosso
bi.sirwilliam@gmail.com estado vibratório e nos pomos assim mais acessíveis a receber a
Divina Influência. Cada rogativa do Pai Nosso, serve-nos como
uma proposição de reforma íntima: “Venha a nós o Vosso reino”,
que tentaremos implantar na Terra no que estiver ao nosso
alcance. “Seja feita a Vossa vontade”, que nos propomos a
aceitar sem reclamações.
Ao pedirmos: “O pão nosso de cada dia dai-nos hoje...”, estamos
dizendo: se Vós nos proporcionardes o alimento que nos
mantenha vivos mais um dia, o dia de HOJE, poderemos
continuar tentando mudar a nós mesmos, auxiliando assim, de
alguma forma, a mudar o mundo à nossa volta. Dessa forma,
assumimos a responsabilidade de co-criadores do universo,
canalizando o Divino Amor e iniciando assim o nosso trabalho
como médiuns do Pai, como o foi Jesus.
Lembremo-nos portanto da importância do HOJE, que Deus nos
concede em sua misericórdia, e ponhamo-nos ao trabalho.
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Reuniões:
Oxford House,
Derbyshire Street
London
Bethnal Green – E2
(Bethnal Green Station)
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www.consejoespirita.com
14:30 às 15:30 e-mail: spiritist@spiritist.org
Estudos do Livro
dos Espíritos
em português
Seminário em português
Novidade
Como novidade anunciamos com muita alegria que, a partir de outubro, começará a ser editado, mensalmente, neste Boletim
Informativo uma página em espanhol. Essa página estará a cargo da nossa querida irmã e colaboradora Ivone Ghiggino, do Rio
de Janeiro.
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Livro do mês
Réstia de Luz é um livro de mensagens recebidas por diversos espiritos pelas mãos
amigas do médium Geraldo Lemos Neto.
Este livro lhe aguarda, em nossa livraria, todos os domingos após a reunião pública,
O Centro Espírita é uma escola de almas e é imperioso se reconheça na evangelização das almas
tarefa da mais alta expressão na atualidade da Doutrina Espírita. Alma, na definição encontrada em
“O Livro dos Espíritos”, é o Espírito encarnado. Não há referência quanto a idade física. Do berço ao
túmulo, todos somos espíritos reencarnados. A lógica, pois, nos diz que o Centro Espírita deve estar
preparado para atender ao ser humano em todas as suas etapas de crescimento do corpo físico – da
infância à madureza. Há, entretanto, ainda em “O Livro dos Espíritos”, evidente preocupação de
Allan Kardec e dos Espíritos Superiores em sublinhar a importância do período infantil no estágio
reencarnatório, e a função da educação para renovação moral da Humanidade, que enfeixa
encarnados e desencarnados.
No capítulo VII, Segunda Parte da referida Obra Básica, quando trata do retorno do Espírito à
vida corporal, diversas questões são tratadas a respeito da infância, das tendências inatas, da
influência do organismo físico, da origem das faculdades morais e intelectuais, da lei de afinidade e
outros temas ligados ao período infantil, mostrando suficientemente o quanto é importante o
trabalho educacional junto à criança, que é um espírito reencarnado.
A Evangelização da criança e do jovem, é a melhor maneira do Centro Espírita realizar a maior
das finalidades do Espiritismo: transformar a todos em homens de bem, visto que a Evangelização
Infanto-Juvenil é uma das primeiras atividades como base para a construção moral do Mundo Novo.
A Doutrina Espírita representa, hoje, elevada escola de educação do Espírito, a serviço de
Jesus, com a grandiosa tarefa da edificação do Reino de Deus na Terra, reino este que se inicia no
interior de cada um. A Casa Espírita precisa preparar-se para esta grandiosa tarefa.
Não se pode conceber uma Casa Espírita na qual as novas gerações não recebam a
Evangelização, porque sem isto estaremos condenando o futuro a uma grave tarefa curativa das
chagas adquiridas no trânsito da juventude para a razão. Portanto, é imprescindível a presença da
atividade do Evangelho à luz do Espiritismo, junto à criança e ao jovem.
A Evangelização Infanto-Juvenil não pode ficar em segundo plano, como apenas uma “aulinha
dominical”, consideração esta irresponsável e de repercussão negativa, tanto na sociedade terrena
como na espiritualidade.
A atividade de Evangelização Espírita no Centro é um empreendimento que está desafiando os
dirigentes, não só pela sua importância e oportunidade, como principalmente pela sua
complexidade, pois exige uma equipe com habilitação específica para que possa ser desenvolvida.
Este fator não deve, entretanto, servir de empecilho intransponível à sua realização. Ao
dirigente da Casa Espírita caberá a tarefa de propiciar aos evangelizadores todo o apoio necessário
ao bom êxito do empreendimento espiritual. Não apenas o apoio moral de que necessitam, mas
também as condições físicas do ambiente, o estudo sistematizado da Doutrina, o entusiasmo
doutrinário atraindo os pais, as crianças e os jovens, facilitando o intercâmbio entre todos os
participantes e, por sua vez, envolvendo-se no trabalho que é de todos, encarnados e
desencarnados.
O Centro Espírita consciente de sua missão, deve envidar todos os esforços não só para a
criação da Evangelização Espírita Infanto-Juvenil, como também para seu pleno funcionamento,
considerando a sua importância em termos de formação moral das novas gerações e de preparação
dos futuros obreiros da Casa e do Movimento Espírita.
Manuel Portásio
manuelportasio12@yahoo.com.br
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Eu tenho um querido amigo que sofreu muitos reveses em sua vida familiar, tendo ficado viúvo muito cedo
e com quatro crianças. Um dia ele me disse que sua sustentação provinha dos ensinamentos da doutrina
consoladora e de sua dedicação à casa e à causa espírita. Ele me dizia que sem este suporte ele teria
desabado. E completava: - a casa espírita é meu segundo lar, é minha igreja e ali eu desenvolvo meu
trabalho social e espiritual; em troca ela me dá paz e força para seguir com minha vida. Este meu querido
amigo me ensinou muitas lições e uma delas foi a da exemplificação. Como recomendar algo a alguém,
como repreender alguém, se nós não fazemos o nosso dever de casa, com a nossa própria reforma íntima?
Ele me dizia: - amigo, o Espiritismo tem como objetivo maior a nossa melhora interior para que nos
tornemos melhores homens e mulheres e com isto poder melhorar a nossa família, a nossa vizinhança, a
nossa sociedade. E o centro espírita é o veículo, é o local fisico onde nos encontramos para discutir estes
temas tão importantes. Lá é o local onde a Espiritualidade Superior usa como referência para a ajuda
centralizada aos encarnados. É lá que ouvimos o que precisamos ouvir dos ensinamentos de Jesus e das
recomenções de Kardec; é lá que vemos refletidos no espelho de nossa consciência o resultado de nossa
plantação. Lá reunidos, somos como um monte de pedras de carvão comburantes, em pleno calor,
transferindo calor uns para os outros, aquecendo o ambiente. Se resolvemos não atendermos às reuniões,
somos como aquela pedra de carvão que foi retirada do monte que estava na lareira e deixada só. Em
breve seu fogo se extinguirá pela falta do calor das outras. Esta figura me lembra bastante das reuniões da
igreja cristã iniciante. A palavra igreja vem do grego
ekklesia e significa reunião. O Centro Espírita - última parte Q u a n d o o s c r i s t ã o s
iniciantes se juntavam para rezar, para lembrar dos
ensinamentos de Jesus, para discutir os caminhos e
rumos a tomar, eles chamavam este ajuntamento de fiéis
de uma reunião, isto é, uma ekklesia. Daí que veio o
termo igreja para as reuniões dos cristãos iniciantes dos
primeiros séculos do Cristianismo. O Centro
espírita tem assim este mesmo objetivo das ekklesias dos
cristãos dos dois primeiros séculos do Cristianismo. É
nele que nos reunimos para falar de Jesus, dos ensinamentos
da Codificação Espírita, e para nos instruirmos, nos
evangelizarmos, pois somente assim poderemos nos
reformar interiormente, matando o homem velho que ainda persiste vivendo em nós.
Mas infelizmente, há centros espíritas que ainda não tem esta significância e importância aos participantes,
colaboradores e trabalhadores que lá vão e que participam de algum trabalho, qualquer que seja. Por que
é assim? Porque alguns dos ensinamentos mais importantes de Jesus não são lá exercitados. E quais são
estes? O primeiro é: os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem e o segundo é: quem
quiser ser o primeiro que seja o último. É porque também dois importantíssimos ensinamentos da Doutrina
Espírita não são exercitados. O primeiro é: fora da caridade não há salvação e o segundo é: se reconhece o
verdadeiro espírita pelo esforço contínuo para domar suas más tendências, tentando ser hoje melhor do
que ontem e amanhã melhor do que hoje.
É que em algumas casas há dirigentes autoritários, há médiuns orgulhosos que se julgam previlegiados, há
trabalhadores e colaboradores que não querem estudar e há aqueles que só querem receber passe e
beber água fluidificada. Há casas que elegem o trabalho mediúnico como o mais importante e esquecem do
atendimento fraterno e do exercício da caridade em suas diferentes formas. Lembremos que nas ekklesias
dos cristãos iniciantes, a fraternidade e a caridade, o calor entre eles é que atraíam mais e mais pessoas,
que fugiam dos aspectos vazios e cultos exteriores de luxuosos templos religiosos de então. Lá no calor do
carinho que eram recebidos, estas pessoas eram ajudadas e retornavam cada vez mais, trazendo outras
pessoas. Uma pergunta que deixo aqui para cada um de nós responder para nós mesmos: - O que eu
estou fazendo para melhorar minha casa espírita, para torná-la mais fraterna, mais aconchegante? Afinal
de contas temos o conhecimento dos ensinamentos de Kardec, temos saúde, não passamos fome, temos
emprego, temos amigos e temos família, não estamos num país em guerra. São alguns dos tais talentos
que nos foram dados – e que muitos não tem - como conta a parábola de Jesus. Vamos nos dar as mãos e
nos oferecer para ajudar em qualquer coisa. Pois um dia quando nos for perguntado – o que fizeram dos
talentos que lhes confiei? – possamos dizer: multipliquei-os!
Manuel Portásio é um dos colaboradores deste Boletim Informativo e escreve todos omeses
artigos interessantissimos sobre os mais variados assuntos dentro da Doutrina E s p i r i t a .
Veja materia na pagina 9 deste Boletim. Ele é nosso entrevistado deste mês e, conversando
com ele, o mesmo nos contou que seu primeiro contato visual com a obra de Allan Kardec deu-
se em 1972, exposta numa banca de livros usados no centro de São Paulo e que ouviu falar
acêrca dos princípios espíritas em 1975; e em 1982 ganhou seus primeiros livros espíritas,
quando então leu O Livro dos Espíritos pela primeira vez. Todavia, que somente no ano de
1987, entrou na Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), pela primeira vez
e, daí nunca mais parou, pois já em 1991 passou a ser expositor no curso de filosofia
espírita e, em 1995 assumiu a direção do curso preparatório da mesma federação. Em 1998
passou a dirigir também o curso de aprendizes do evangelho. Entre 2000 e 2002 publicou
dois livros, sendo um editado pela FEESP entitulado ¨Deus, Espírito e Matéria¨ e o segundo editado pela DPL sob o
título ¨Fora da Educação não há Slavação¨. Também ao longo dessa temporada realizou muitas palestras em São Pulo
(capital e interior) e nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Paraiba. No ano de 2004 veio à Londres para
fazer algumas palestras e no final desse mesmo ano encerrou suas atividades na FEESP, se transferindo para Londres no
ano de 2005, onde continua suas atividades no movimento espírita do Reino Unido.
BI: Manuel, você encontrou a Doutrina Espírita depois de adulto. O que isso significou para a sua
vida?
Manuel: Foi, de fato, a melhor coisa que me aconteceu nesta existência. A partir do seu
conhecimento alinhei minha vida. Deixei para trás alguns hábitos, passei a cuidar mais da minha
saúde, aproveitei melhor o meu tempo, li muito, estudei a fundo, enfim, a Doutrina deu sentido à
minha vida. É bem verdade que há muita coisa para melhorar, muito que estudar e saber e
muito esforço para o aperfeiçoamento de umas tantas coisas. Mas, hoje, sou feliz, estou sempre
bem disposto para o trabalho e para o estudo e vejo a vida de uma forma muito mais clara e
positiva.
Bi: Você e a sua esposa, a querida Maria, estão desenvolvendo um trabalho de grande
importância no ensino do Espiritismo. Como você vê esse trabalho se desenvolvendo ao longo
do tempo?
Manuel: Disse o nosso querido Emmanuel que ensinar o Espiritismo é a maior caridade que um ser
humano pode praticar neste mundo. Mas, as escolas espíritas não visam apenas enriquecer a
cultura das pessoas e sim preparar trabalhadores para a seara do Mestre Jesus, bem como
despertar nas pessoas o interesse pelo autodescobrimento. E é disso que precisamos: seareiros
bem preparados, com conhecimento doutrinário, para alavancar a Doutrina, aqui e em toda a
parte. Nosso objetivo principal é oferecer as ferramentas para as futuras tarefas dos nossos alunos
nas Casas Espíritas. Os cursos são abertos aos irmãos de todos os grupos, para que venham a
estudar a doutrina de uma forma mais ampla e agradável. Esperamos que, no futuro, alguns
desses companheiros venham a ser também expositores da Doutrina, como outros que
terminaram a primeira turma de educação mediúnica conosco e já estão expondo o evangelho
no Solidarity.
Bi: Você vê a chamada globalização, em que tantos brasileiros Espíritas estão se mudando para
outros países como um plano da Espiritualidade Maior para disseminar a Doutrina Espírita? O que
teria a aconselhar a essas pessoas?
Manuel: Não tenho a menor dúvida a respeito. Nós é que muitas vezes não conseguimos ver isso.
Quando olhamos para trás, depois de algum tempo de estudo doutrinário, conseguimos ver
cada passo dado, cada detalhe, cada momento de aproximação com a Doutrina Espírita e
como chegamos finalmente a ela e à Casa Espírita. Nesse instante podemos avaliar quão
grandioso foi o trabalho dos Amigos Espirituais para que nos inseríssemos nesse contexto. Portanto,
se isso aconteceu com cada um de nós, no nível individual, o que se dirá quando se trata de sair
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pelo mundo e disseminar essa “maravilhosa doutrina, que luariza de esperanças a noite de
nossas vidas”, no dizer poético de Léon Denis. Ora, se o plano é assim tão espetacular, o que é
que devemos fazer? Em primeiro lugar, agradecer a Deus e ao Mestre Jesus, por termos
chegado ao mundo e disseminar essa “maravilhosa doutrina, que luariza de esperanças a noite de
nossas vidas”, no dizer poético de Léon Denis. Ora, se o plano é assim tão espetacular, o que é
que devemos fazer? Em primeiro lugar, agradecer a Deus e ao Mestre Jesus, por termos
chegado ao Espiritismo e ficado nele, abraçando as tarefas. Em segundo lugar, como uma forma
de reconhecimento por todo o bem que ele nos tem feito, é imperioso que o espírita estude, mas
estude muito, que conheça a obra de Kardec tanto mais amplamente quanto possa. Jamais
olvidar a exortação do Espírito da Verdade: “Amai-vos e instruí-vos!”. Isso vale para todo aquele
que se diz espírita, e, em grau superlativo, para os dirigentes de grupos espíritas e para aqueles que
saem pelo mundo a disseminar a Doutrina. Não se pode estar à frente de uma tarefa de tamanha
responsabilidade sem conhecer os cinco volumes da Codificação Espírita, a Revista Espírita, Obras
Póstumas e os clássicos da literatura espírita. Não se pode deixar de saber distinguir a Doutrina em
seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião. Mas também, lembrando o apóstolo dos gentios,
não se deve deixar levar por vãs e estranhas filosofias, por conceitos anti-doutrinários, pela
vaidade, pelo personalismo e pelos melindres, males terríveis que põem a perder qualquer tarefa
digna. Acima de tudo, ter disposição permanente para o trabalho, para o trato com as pessoas e
para o estudo doutrinário.
Bi: Como vê a realização de eventos internacionais como o recente Congresso sobre Medicina e
Espiritualidade nesse contexto?
Manuel: Penso que eventos dessa magnitude, assim como a vinda constante dos grandes tarefeiros
aos países onde o movimento espírita está em franco desenvolvimento, são o estímulo de que os
novos espíritas necessitam para prosseguir nos seus estudos e na sua preparação para as tarefas
que deverão logo abraçar. Para os que já estejam desenvolvendo tarefas importantes nas Casas
Espíritas, esses eventos servem para a reciclagem dos seus conhecimentos, o enriquecimento da
sua cultura espírita e o contato com novas abordagens daquilo que já assimilaram. Para o
movimento espírita em geral, servem para unir os espíritas em torno da causa, que é tão especial.
E para o público em geral, a oportunidade de ter o primeiro contato com a doutrina e, quem sabe,
o despertar para um conhecimento mais amplo do Espiritismo.
Bi - O que você acha sobre a importância da unificação no Movimento Espírita?
Manuel: Muito se tem discutido e polemizado em torno dessa palavra “unificação”. Quando Jesus
disse que um dia haveria um só rebanho e um único pastor, certamente não quis dizer que todas
as criaturas no mundo seriam católicas, islâmicas ou espíritas. Mas, sim, que todos praticariam os
princípios universalistas que ele ensinou. Assim é a unificação dentro do movimento espírita, que
deve servir para unir todos os espíritas em torno dos princípios doutrinários expostos por Allan Kardec
na Codificação Espírita. Acho salutar a unificação nesse sentido, para que não fiquemos falando
coisas diferentes, e muitas vezes estranhas mesmo, quando não erradas, do ponto de vista
doutrinário, àqueles que vêm à Casa Espírita em busca de esclarecimentos. Falar de forma
diferente, tudo bem; mas cometer erros doutrinários, ou mostrar desconhecimento da Doutrina, é
lamentável. Além disso, ela deve servir para unir os espíritas em torno dos interesses doutrinários
quanto aos grandes eventos e à troca de experiências relativas às tarefas de cada grupo, pois
cada um tem uma missão específica perante o mundo.
BI: Qual acha que seja o maior empecilho para a unificação, já que a Doutrina é extremamente
racional e não se presta a múltiplas interpretações?
Manuel: Como diz o Evangelho, todas as religiões são boas; o problema é o que os homens fazem
delas. Da mesma forma, o Espiritismo, onde no mais das vezes o problema são exatamente os
espíritas, seja por seu orgulho, seu autoritarismo, sua luta desenfreada pelo poder e o prestígio, seu
personalismo e seu desconhecimento doutrinário. Acima de tudo, precisamos incorporar em nós o
verdadeiro sentido da humildade, do desinteresse e da responsabilidade.