Sei sulla pagina 1di 3

Modelo dinâmico para caracterização da curva

de histerese magnética
Pedro Sérgio Pereira Lima, Amadeus Folego da Silva
Centro de Engenharia e Ciências Sociais
Universidade Federal do ABC
Santo André, São Paulo, Brasil

Resumo
Propõe-se, neste trabalho, um modelo dinâmico para a descrição do fenômeno de histerese magnética em um dispositivo
eletromagnético. O modelo possui quatro variáveis de estado: os campos magnéticos M, H, B; a memória do campo
de magnetização Mem; e uma função não linear, a susceptibilidade incremental χ(H ∗ ), que fará a caracterização da
curva de histerese magnética. Também é feita uma discussão teórica das propriedades de aderência deste modelo ao
comportamento observado da curva histerética, e apresentada uma comparação entre as previsões deste e dados experimentais.
Palavras-chave – histerese magnética, hysteresis model, modelo de histerese.

I. I NTRODUÇ ÃO de domı́nio [4] também são comuns, assim como modelos
fenômeno de histerese magnética tem sido alvo de baseados em equações diferenciais [5] [6].
O interesse dos cientistas desde o fim do séc. XIX, é a
principal caracterı́stica dos materiais ferromagnéticos abaixo
A abordagem ao problema neste modelo é feita consi-
derando variáveis de estado (M, H e B) relacionadas por
da temperatura de Curie e até hoje não há uma teoria fı́sica equações diferenciais, há a inclusão de uma variável de
estabelecida ou uma interpretação convincente sobre o assunto. estado memória magnética (Mem) com uma dinâmica en-
Há muitos fatores que tornam tão difı́cil a compreensão de volvendo uma função que propicia plasticidade, e é feita
seu mecanismo e tão diversas as abordagens feitas, qualquer uma consideração das correntes parasitas (ou correntes de
tentativa de se chegar ao seu pleno entendimento deve estar Foucault).
acompanhada de uma profunda pesquisa bibliográfica em to-
das as direções, desde modelos fenomenológicos e ferramentas II. P REMISSAS DO MODELO
computacionais até modelos estatı́sticos e aplicações de análise N icialmente vamos supor um dispositivo eletromagnético
funcional.
A complexa dinâmica não-linear envolvida na histerese
I simples, de imediata compreensão, mas que contém todos
os elementos de análise a serem utilizados. Um enrolamento
tem atraı́do muitos matemáticos, e a descrição dos diversos de fio de cobre, de n voltas, isolado em um toróide de núcleo
aspectos de seu comportamento é um fascinante problema. ferromagnético isotrópico, alimentado por um gerador de
Já os cientistas de materiais precisam criar um elo entre as tensão variável no tempo v(t). O dispositivo possui indutância
caracterı́sticas microestruturais dos materiais e suas respectivas ld e resistência rcu .
curvas de magnetização, para poder melhorar os métodos de
produção e qualidade dos materiais [1].
Por outro lado, a histerese está envolvida na maioria das
aplicações de materiais magnéticos, desde imãs permanentes
e memória magnética até dispositivos de conversão de energia
elétrica. Na prática, a seleção de um material magnético para
uma aplicação depende de suas propriedades que tem forte
relação com sua respectiva curva de histerese. No entanto,
essas propriedades podem variar incrivelmente entre dois
materiais aparentemente similares [2].
Entre os modelos, há uma imensa variedade. Pelo lado
computacional existem os modelos baseados no de Preisach
e que utilizam elementos finitos1 [3], modelos que empregam
processos estatı́sticos relacionados ao arranjo das paredes
1 Estes são largamente reconhecidos como precisos na caracterização da
histerese, no entanto na implementação deste tipo de modelo não há relação
dos parâmetros com princı́pios fı́sicos. Figura 1. Esquema fı́sico do dispositivo
Escreve-se a primeira lei de Kirchhoff: da própria magnetização, multiplicado por um fator empı́rico
χmax , assim:
di(t) dφ(t)
v(t) = rcu .i(t) + ld . + n. (1) M em(t) τb
dt dt H ∗ (t) = H(t) + − .Ḃ(t)
χmax µ0
O fluxo magnético φ(t), é obtido pela integração espacial na
Esta equação guarda similaridade com a relação de Weiss
seção transversal do toróide do campo magnético densidade
para a magnetização (em [5]), sendo sua diferença o acréscimo
de fluxo B(x, t). Já o campo magnético de indução H(t),
do termo referente às correntes de Foucault no campo lı́quido
produzido pela corrente elétrica da bobina, é dado pela Lei
de indução. Vale notar que Acharyya [4] não adota um coefici-
de circuitação de Ampère. Faremos duas simplificações, subs-
ente que multiplique o termo da magnetização na composição
tituiremos os campos pontuais por valores efetivos sendo str
do campo lı́quido. Embora achemos correta essa aborda-
a área da seção transversal do toróide e lma o comprimento
gem, adotamos uma postura mais conservadora e procuramos
médio do circuito:
nos manter próximos ao modelo de Weiss. A memória de
magnetização é também uma variável de estado, e propõe-
φ(t) = str .B(t) (2) se um modelo de primeira ordem, sendo τm uma constante de
tempo e o ganho kd outros fatores empı́ricos:
lma
i(t) = .H(t) (3) τm .M ˙em(t) = kd .M (t) − M em(t)
n
Substituindo as equações (2) e (3) em (1), obtemos uma Vemos uma diferença significativa em relação ao campo
relação entre a tensão do gerador e as variáveis M (t),H(t) e efetivo de Weiss, pois há a introdução de uma dinâmica que
B(t) : propicia uma curva de histerese praticamente constante para
freqüências muito baixas, representando quantitativamente as
perdas anômalas. Uma discussão sobre as causas experimen-
lma lma tais destas perdas é apresentada em [7]. Em segundo lugar
v(t) = rcu . .H(t) + ld . .Ḣ(t) + n.str .Ḃ(t) (4)
n n vamos assumir que exista uma função de magnetização an-
III. M ODELO MHB histerética f (H ∗ ), tal que: M (t) = f (H ∗ (t)). Vamos ainda
definir a função susceptibilidade incremental χ(H ∗ ), como a
rigor, uma linha de campo magnético não tem um rótulo
A especı́fico que a distinga de outra, pode-se, entretanto,
atribuir origens distintas dependendo da causa fı́sica que a
derivada da função de magnetização an-histerética em relação
ao campo lı́quido de indução H ∗ (t) :
∂f (H ∗ (t))
produz. Desta forma pode-se compor o campo magnético χ(H ∗ (t)) =
densidade de fluxo B(t), como sendo a soma de três par- ∂H ∗ (t)
celas. A primeira parcela é o campo magnético de indução Podemos admitir uma equação diferencial de primeira or-
H(t), produzido pela corrente elétrica da bobina, já visto. dem que vincule a variação de M (t) com H ∗ (t) da seguinte
A segunda parcela é obtida definindo-se o campo magnético forma:
de magnetização M (t), criado pelo movimento das paredes τm .Ṁ (t) = f (H ∗ (t)) − M (t) (6)
de domı́nio do material, ou pela rotação dos átomos na rede Onde τm é um fator que depende do material. Vale notar
cristalina. Por fim, toda variação temporal do fluxo magnético que a equação (6) é coerente com a solução para os campos
φ(t) gera uma tensão induzida pela lei de Faraday, que em remanentes, pois no regime de excitação nula:
meio material condutor dá origem às correntes parasitas, ou
correntes de Foucault. Seguindo as duas simplficações anteri- Mr = M (t)
ores, podemos também associar a estas correntes um campo M ˙em(t) = Ṁ (t) = Ḃ(t) = 0
magnético de Foucault τb .Ḃ(t), onde τb é um parâmetro que
depende da geometria e das caracterı́sticas elétricas do núcleo. V. C ANDIDATA À FUNÇ ÃO SUSCEPTIBILIDADE
INCREMENTAL
Assim, obtém-se B(t) como:
Tipicamente são empregadas funções sigmoidais com deri-
B(t) τb vada de forma:
= H(t) + M (t) − .Ḃ(t) (5) 1
µ0 µ0 χ(x) =
1 + p2 (x)
IV. F UNÇ ÃO SUSCEPTIBILIDADE INCREMENTAL
Exemplos de funções desse tipo são arctan(x) e tanh(x)2 .
T é agora não introduzimos nada de excepcional, come- Alternativamente, sugerimos a seguinte função dependente de
A cemos caracterizando a curva de magnetização. Vamos
supor que a magnetização, a movimentação das paredes de
quatro parâmetros estáticos para χ(H ∗ (t)):
χmax
domı́nio, seja função de um campo magnético lı́quido de χ(H ∗ ) = n h  i2 oα
∗ ∗

indução H ∗ (t), que por sua vez é a soma de três parcelas: 1 + H −H σ


0
. H +H σ
0

a primeira devido ao campo de indução, a segunda devido


às correntes de Foucault e a terceira devido a uma memória 2 Essas funções são empregadas em [4], [5] e [6] por exemplo.
VI. R ESULTADOS VIII. T RABALHOS FUTUROS
Atualmente os autores trabalham na aderência deste modelo
S ando dados experimentais como referência, ajustamos
U os parâmetros3 . Inicialmente, estimamos os parâmetros
estáticos H0 , σ, α e χmax utilizando a curva an-histerética4
ao comportamento da histerese observado em diversas faixas
de frequência e métodos experimentais distintos, e também
na pesquisa de possı́veis funções susceptibilidade incremental.
[8]. Depois, ajustamos todos os parâmetros utilizando como Padrões observados nas diferenças entre as constantes de
ponto de partida os parâmetros estáticos estimados previ- distintos materiais podem indicar um meio de caracterizá-los,
amente e uma rude estimativa dos parâmetros dinâmicos: correlacionando-as com princı́pios fı́sicos.
kd ∼ 1 → 10−1 , τm ∼ 1 → 10 e τb ∼ 10−3 → 10−6 .
Na figura 2 a seguir, apresentamos um dos resultados desse IX. AGRADECIMENTOS
trabalho. Este trabalho foi financiado pelo Programa de Iniciação
Cientı́fica da UFABC (Edital 001/08).
VII. C ONCLUS ÃO R EFER ÊNCIAS
[1] G. Bertotti, Hysteresis in magnetism: for physicists, materials scientists,
Verifica-se grande concordância do modelo proposto com and engineers. Academic Press, 1998.
a teoria dinâmica vigente para a histerese, sendo acrescida [2] D. Jiles, Introduction to magnetism and magnetic materials. Taylor and
uma consideração (geralmente inexistente) sobre as correntes Francis Group, 1998.
[3] P. Alotto, P. Girdinio, and P. Molfino, “A 2d finite element procedure for
parasitas. O modelo possui ainda uma boa capacidade de magnetic analysis involving non-linear and hysteretic materials,” 1994.
ajuste aos dados experimentais, implicada pela plasticidade [4] M. Acharyya, “Comparison of meanfield and monte carlo approaches
proporcionada pela função susceptibilidade incremental. to dynamic hysteresis in ising ferromagnets.” [Online]. Available:
arXiv:condmat/9711132v1
Apesar de existir uma ligeira discrepância entre os dados [5] D. Jiles and D. Atherton, “Ferromagnetic hysteresis,” 1983.
calculados e dados experimentais, em torno do inı́cio e final [6] L. Almeida, S. Deep, H. Neff, and A. Lima, “Um modelo diferencial para
do ciclo de histerese, os autores acreditam que uma profunda histerese magnética: representação algébrica recursiva,” 2003.
[7] F. Landgraf, “Microestrutura e histerese magnética nos aços para fins
análise sobre a origem e propriedades da susceptibilidade eletromagnéticos.” Ph.D. dissertation, Escola Politécnica da Universidade
incremental pode indicar uma função ainda melhor. de São Paulo, 2007.
[8] P. S. Lima and A. F. Silva, “Modelo dinâmico para caracterização da
curva de histerese magnética: Parte i - ajuste de parâmetros pela curva
3 Há diversas maneiras de se estimar os parâmetros com bases empı́ricas
an-histerética,” 2008.
[1] [2] [7], os autores preferiram utilizar a minimização do erro.
4 Novamente, há maneiras distintas de se obter tal curva [1] [7], utilizamos
a média em B(t) para cada H(t).

G23 Erro = 5.15e−001


2
Dados Experimentais
Dados Calculados

1.5

0.5
B [T]

−0.5

−1

−1.5

−2
−4000 −3000 −2000 −1000 0 1000 2000 3000 4000
H [A/m]

Figura 2. Curvas de histerese: calculada e obtida experimentalmente.

Potrebbero piacerti anche